Buscar

para prova

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Psicologia Social
Investigam o psiquismo humano em busca da compreensão do processo de construção da subjetividade a partir das discussões que envolvem o contexto das relações sociais vividas pelas pessoas. Adequação dos indivíduos no contexto social.
Representação Social
Durkheim: Elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos.
Denise Jodelet: Conhecimento orientado para compreensão do contexto social.
Abordagem Sócio Histórica
Um dos contextos históricos de transformações sociais de grande destaque foi a ascensão da burguesia. A classe social burguesa traz a proposição de questionamentos racionais sobre a condição humana. Nasce a ciência moderna com objetivos metodológicos racional, claro, rigoroso. Wundt abre seu laboratório e sugere duas Psicologias: a experimental e a social.
Diante das suas investigações contribui para a ciência psicológica com seu pioneirismo para consolidação do saber cientifico e contribuiu com a Psicologia Social despertando a atenção para fenômenos coletivos como cultura, mitos, costumes e fenômenos de massa.
Psicologia sócio-histórica
É fundamentada na ideia de Vygotsky, revela a possibilidade de psicologia social diferente das demais correntes teóricas . 
A psicologia sócio - histórica de Vygotsky tem uma concepção filosófica que discute o 
Materialismo dialético
É uma concepção filosófica que defende que o ambiente, o organismo e os fenômenos físicos tanto modelam animais irracionais e racionais, sua sociedade e cultura quanto são modelados por eles, ou seja, que a matéria está em uma relação dialética com o psicológico e o social que opõe-se a visão filosófica do idealismo (forças divinas e sobrenaturais).
Materialismo Dialético 	 Karl Marx
 
	 Friedrich Engels
TRANSFORMAÇÕES POLITICAS MATERIALIMOS DIALÉTICO 
LIBERDADE 
O materialismo dialético deu-se com as transformações políticas e sociais causadas pelo capitalismo (ascensão da burguesia)durante o século XX, possibilitando a liberdade 
Voltando para psicologia
Vygotsky concebe o homem como produto histórico e social de seu tempo, e a sociedade é o resultado da produção histórica do homem por meio do trabalho, que constrói a vida material e as ideias. 
O homem da nova ordem social, liberal, capitalista é um sujeito, com sua individualidade valorizada pelo sistema e não mais um sujeito subordinado a doutrinas e dogmas religiosos impostos por uma hierarquia que determinava seus valores.
O mundo em seu constante movimento começa a instituir a ideia de “privacidade”, cada objeto ganha sua própria identidade, sua marca, delimitando o que é público e o que é privado, o que é individual e o que é coletivo.
A individualidade é um “bem” do sistema capitalista, e o homem em sua individuação apropria-se da ideia de “mundo interno do sujeito” e do sentimento de EU.
O homem é um produto sócio, histórico e cultural de seu tempo, e como tal, é preciso que a ciência tenha um olhar crítico atento às transformações sociais que demandam diferentes fenômenos individuais e coletivos em diferentes grupos humanos.
Representações Sociais
Teve sua origem na sociologia de Émile Durkheim (1858-1917)
Sob influencia do positivismo, com um foco maior a produção acadêmica a uma sociologia que investigava por meio do método científico e da observação empírica os fatos sociais.
Passou a conceituar como “coisa”, força/pressão coerciva que indivíduos que transformam comportamentos singulares em comportamentos sociais, coletivos.
Durkheim afirma que: “Um fato social reconhece-se pelo seu poder de coação externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder reconhece-se, por sua vez, pela existência de uma sanção determinada ou pela resistência que o fato opõe a qualquer iniciativa individual que tenda a violentá-lo.” (DURKHEIM, 1895, 2007, p. 10).
Para Jodelet, (1985 apud SPINK, 1993, p. 300), as representações sociais “São modalidades de conhecimento prático orientadas para a comunicação e para a compreensão do contexto social, material e ideativo em que vivemos.”
Jodelet explica as representações sociais como conhecimentos manifestos de elementos cognitivos, teorias, conceitos, imagens, categorias; 
Mas é importante não os confundir com componentes cognitivos. 
As representações sociais são “elaboradas e compartilhadas socialmente fazem parte da construção de uma realidade comum que possibilita a comunicação”. 
São fenômenos sociais, obtidos a partir de conteúdo cognitivos, e sua compreensão é realizada a partir das funções simbólicas e ideológicas aplicadas e comunicadas.
Moscovici com a publicação de A psicanálise, sua imagem e seu público, em 1961, indica um conjunto de conhecimentos, crenças e valores comuns entre indivíduos que interagem e constroem uma realidade, cuja experiência, permite posicionamentos individuais, embora seja fruto de um conhecimento compartilhado pelo grupo.
No final das contas, ela produz e determina os comportamentos, pois define simultaneamente a natureza dos estímulos que nos cercam e nos provocam, e o significado das respostas a dar-lhes.
 
Moscovici Difere do ponto de vista de Durkeim afirmando ser dinâmico as interdependências nas relações entre sociedade e cultura, enquanto Durkheim afirma ser estático essa relação.
Representações sociais e a psicologia social
As representações sociais são teorias produzidas pelo senso comum, conhecimento prático, adquirida pela experiência, observações e vivência transmitidas culturalmente, é um conhecimento e interações de um grupo social e também uma ferramenta para compreensão do ser humano.
O seu objetivo é tornar algo familiar e que é desconhecido deste processo, esta envolvido a compreensão, manipulação e interiorização do novo no que já esta assimilado ( valores, ideias e teorias).
A psicologia social esta ligada com a investigação dos saberes que valoriza o conhecimento pratico e mostrando que o conhecimento cientifico não e a única verdade reconhecida.
Moscovici, coloca duas formas de interpretar estas representações sociais: ancoragem e objetivação.
Moscovici fala que existem duas ideia s de pensamento que são: Primitivos ( força divina) e pensamento cientifico ( ciência).
Duas funções das representações sociais: as convencionais acomodam objetivos, pessoas e acontecimentos.
A prescritiva é como se fosse uma tradição, algo que é desde sempre ( exemplo: religião) o que é imposto.
As representações sociais e a psicologia cognitiva
Psicologia Cognitiva
Pensamento
Linguagem
Memória
Percepção
Envolve as demais ciências: Medicina, neurociências, tecnologia, inteligência artificial, entre outros.
Cognitivistas: A explicação com base na premissa do comportamento humano em estímulos e respostas (E-R), é insuficiente no que tange às funções mentais.
A psicologia cognitiva considera o modelo linear E-R limitante (insuficiente e inadequado) para explicar o comportamento humano. 
O organismo tem papel relevante e ativo, um sistema capaz de elaborações complexas, tais como: 
Efetuar escolhas dentre os elementos relevantes de uma dada situação
Utilizar estratégias alternativas
Armazenar seletivamente informações
Operar transformações sobre os elementos de forma a elaborá-los apropriadamente
Em 1960 a psicologia social formula novos problemas, abraça novos métodos e constrói novas teorias, adaptando o interesse por modelos de processo, procurando especificar a organização mental e identificar as etapas exatas dos processos cognitivos internos subjacentes a fenômenos psicossociais.
A cognição social é o estudo psicológico que busca captar, entender, explicar como as pessoas se percebem e percebem as outras pessoas, e como estas percepções “permitem explicar, prever e orientar o comportamento social”
Cognição é formada por um conjunto de valores, crenças, percepções, pensamentos, lembranças e atitudes que determinam comportamentos, inferir que as representaçõessociais são parte deste conjunto é apropriar-se de um instrumento teórico que possibilita avançar na compreensão dos fenômenos humanos.
Ancoragem é um aparelho teórico cuja possibilidade de transformar algo estranho e perturbador em algo comum, familiar, classificado por nossa cognição, age efetivamente em nossas crenças e valores e organiza nossas relações simbólicas e interações com os outros.
A ancoragem do tipo psicológico diz respeito às crenças ou valores gerais que podem organizar as relações simbólicas com o outro; 
A ancoragem do tipo psicossociológico inscreve os conteúdos das representações sociais na maneira como os indivíduos se situam simbolicamente nas relações sociais e nas divisões posicionais e categoriais próprias a um campo social definido; 
A ancoragem do tipo sociológico refere-se à maneira como as relações simbólicas entre grupos intervêm na apropriação do objeto.
A Psicologia Crítica
A psicologia crítica é o “olhar” da ciência para si mesma, a problematização das questões que envolvem o campo de saber da psicologia. A promoção de novas discussões e descobertas dão requinte e atualizam as questões da psicologia social.
Contribuições...
Uma das contribuições teóricas mais importantes é o materialismo histórico dialético. Assim, sob o ponto de vista da psicologia crítica, as contribuições marxistas são fundamentais para a reflexão crítica da psicologia, porque embasam as discussões da relação entre indivíduo e sociedade, contemplando as dimensões históricas, políticas e sociais que permeiam as ações humanas. Economia política, e o estudo das relações de produção do sistema capitalista.
Outro ponto importante é o olhar da ciência para si mesma, a autocrítica que envolve a reflexão crítica ao conhecimento e também exerce um papel preponderante para a psicologia. É por meio da geração de conhecimentos, da observação de fenômenos e da investigação científica que as ciências contextualizam historicamente a realidade social e investigam como acontecem as transformações e as relações sociais envolvidas no período em estudo.
Nesse sentido, a psicologia crítica também é pontuada por momentos históricos da ciência psicologia, entre eles destacamos em sua trajetória: Wundt em 1879, com a criação do primeiro laboratório de psicologia no Instituto Experimental de Psicologia da Universidade de Leipzig, na Alemanha, distingue a psicologia das outras ciências. 
A psicologia crítica contemporânea ampliou os campos de investigação psicológica, e articula-se por meio da reflexão crítica em relação às instituições, organizações e práticas da sociedade, fomentando as transformações sociais, o bem-estar humano e a autoavaliação da psicologia, e sua efetividade prática como uma ciência a serviço das pessoas.
Dimensões conceituais da psicologia social
Ideologia
Identidade
Indivíduo, fenômeno social e subjetividade
Família
Gênero
Identidade
A identidade pressupõe uma identificação pessoal, singular “quem sou eu.”
“Um dia a gente se encontra no meio do mundo, depois a gente se perde no meio do mundo.”
Uma dimensão social, que se dá a partir das interações.
Na Antiguidade valorizava-se a individualidade.
As pessoas que não possuíam as qualificações determinadas pela organização social vigente, eram excluídas da sociedade.
Servos e Escravos= PESSOAS “SEM IDENTIDADE.”
Os Feudos, Vassalos e os Camponeses, exerciam um papel fundamental na concepção do homem na Idade Média.
A Identidade como objeto de estudo da Psicologia transita em diferentes dimensões, do contexto individual, subjetivo, ao contexto social compartilhado como coletivo.
Identidade Pessoal
Identidade Social I
Identidade Social II
Identidade Cultural
Ideologia
A ideologia é uma das dimensões conceituadas da psicologia, foi proposta pelo francês Antoine destutt de Tracy(1754-1836) que a define um conjunto de sistemas e doutrinas filosóficas, políticas, morais e sociais que indicam como pensamos e percebemos o mundo.
Em linhas gerais, ideologia é a forma pela qual orientamos nossas ações, tendo por base as crenças constituídas segundo os interesses sociais. Ela pode apresentar-se de diferentes formas doutrinárias filosóficas, religiosas, políticas e posicionamentos pessoais; Mas é importante salientar que a ideologia é fruto da elaboração do contexto sociopolítico e econômico que vivemos.
O marxismo predomina ao contextualizá-la também como um princípio que leva à alienação que se revela para o operário\trabalhador quando o produto do seu trabalho não o pertence mais, ao vender sua força de trabalho “perde o poder de decisão sobre sua produção” e aliena-se de si próprio. 
Portanto, a ideologia dominante (ideologia burguesa) não 
 permite a consciência da alienação, de forma a manter a 
 coesão social sem o uso da violência.
No sentido positivo, ou neutro, é entendida como um conjunto de valores, ideias, ideais, filosofias de uma pessoa ou grupo. 
No sentido negativo, ou crítico, ideologia seria constituída pelas ideias distorcidas, enganadoras, mistificadoras. Apresenta-se como algo abstrato, impraticável, ilusório ou errôneo.
Indivíduo, fenômeno social e subjetividade
A palavra “indivíduo” é designada para tratar particularmente dos aspectos singulares do homem.​
O homem é um ser dotado de uma inteligência superior aos outros habitantes do planeta; e é um “ser social”, vive em grupo, é parte constituinte da sociedade.​
A relação do indivíduo, sua subjetividade e suas relações sociais:​
O indivíduo, sob a óptica da psicologia social e da sociologia, é um ser social, nasce afiliado a um grupo primário – a família, e seu processo de desenvolvimento é pautado na apreensão das normas socioculturais dos grupos aos quais pertence. Estas regras de convívio social são transmitidas por meio dos agentes socializadores: família, escola, religião, instituições sociais etc. Strey (2002, p. 59), afirma: o indivíduo “encontra-se num sistema social criado por meio de gerações já existentes e que é assimilado por meio de inter-relações sociais”.​
A humanização é o processo de socialização, são as trocas sociais, a “interação”, a aprendizagem social à qual o homem é submetido desde o seu nascimento. A interação promove a construção do sujeito, permitindo que ele se aproprie dos mecanismos de funcionamento da coletividade a qual está inserido.​ Essa apropriação será a responsável pelas características humanizantes do ser, tais como a consciência, a personalidade, a identidade, a identidade sociocultural, o comportamento, as atitudes, a auto diferenciação entre “eu” e “os outros”; enfim, todas as peculiaridades do ser humano.​
As características humanizantes são: a identidade e suas dimensões pessoal, social e cultural; a consciência, a subjetividade com seu critério de julgamento segundo valores pessoais, a personalidade – soma dos fatores genéticos e ambientais unificados no indivíduo, as atitudes – conduta elaborada por nossa cognição; todas têm como ponto de convergência a individualidade, isto é, embora as interações com o meio ambiente sejam parte dos elementos constitutivos dessas características, a forma como elas são transformadas internamente é que nos torna diferenciados dos demais membros da espécie humana, nos torna “singular”, apesar da pluralidade sociocultural.​
O fenômeno social, este abrange uma dimensão mais ampla, está presente no contexto do indivíduo e da sua subjetividade e no contexto de uma coletividade. Abrangem as ações, os comportamentos e fatos que ocorrem em determinados grupos sociais, organizações e sociedades, está relacionado ao momento histórico em que o evento ocorre ao contexto político, cultural, demográfico, econômico e ideológico.​
O fenômeno social é multifatorial e pode gerar efeitos benéficos ou nocivos para uma coletividade, grupo social, organização ou sociedade.​​
​
Exemplo: em um caso de epidemia aplicasse uma resolução do problema, os membros da coletividade em que se vivenciou o problema, seriam implicados por ele e a passagem pelo fato passará afazer parte da subjetividade coletiva do grupo, seus membros partilham a experiência vivida na participação de um mesmo evento, mas cada indivíduo irá construir a sua percepção pessoal do evento. Esta subjetividade é social e vivenciada por indivíduos em suas singularidades.​
​
Considerando a relação entre indivíduo, fenômeno social e subjetividade:
 O fenômeno social sob o enfoque da psicologia social estuda os fenômenos que ocorrem na relação entre indivíduo e sociedade. Ao expandir a compreensão do conceito, podemos considerar que a subjetividade e a subjetividade social (construção subjetiva do grupo social) estão implícitas neste processo.​
Família
O termo “família” é derivado do latim famulus, que significa “escravo doméstico” (termo criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social).
Família no Brasil, era considerada pelo código Civil de 1916, uma unidade econômica, constituída a partir do casamento entre um homem e uma mulher e os filhos.
No vínculo do casamento, até o século XVII, não havia a preocupação afetiva, o casamento tinha base em “contratos arranjados”.
A Família Brasileira foi concebida nos moldes da família tradicional e burguesa.
Modelos de família passaram por mudanças no percurso da história em diferentes classes sociais.
A Família do final do século XX e a família do século XXI, é globalizada, privilegia o afeto, e não o patrimônio financeiro.
Família constitui um dos objetos mais importantes da psicologia, que é a identidade, representações sociais, ideologia, subjetividade, gênero entre outros conceitos.
Família extensa (Nuclear)
Família monoparental
Família anaparental
Família homoafetiva
Família comunitária
Família adotivas
Família social
O empoderamento feminino
1932 Direito de voto;
1962 Estatuto da Mulher Casada;
1977 Lei do divórcio;
1998 Reconhecimento de igualdade entre homens e mulheres em direitos e deveres nos termos da Constituição brasileira;
2006 Lei 11.340/2006 (lei Maria da Penha) que garante direitos contra abusos e maus-tratos à mulher.
“capacidade do indivíduo realizar, por si mesmo, as mudanças necessárias para evoluir e se fortalecer”
 
Paulo Freire
Gênero
O termo “gênero” é utilizado para designar as relações sociais entre os sexos. Seu uso rejeita explicações biológicas e torna-se uma forma de indicar “construções culturais”. 
Trata-se de uma forma de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas de homens e de mulheres.
Gênero é, segundo esta definição, uma categoria social imposta sobre um corpo sexuado. Tornou-se uma palavra particularmente útil, pois oferece um meio de distinguir a prática sexual dos papéis sexuais atribuídos às mulheres e aos homens.
Sexo é determinado biologicamente pela constituição fisiológica das genitálias do homem e da mulher.
Gênero é um conceito construído a partir da subjetividade masculina ou feminina de cada pessoa.
Identidade de gênero está relacionado ao campo psíquico, como as pessoas, independentemente do sexo biológico se auto percebem, ou seja, o convencional homem e mulher, deu lugar a novas designações e suas diferenças de posicionamento pessoal e orientação sexual.
O Século XXI contempla uma sociedade com lésbicas,
 gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais.
Campos de aplicação da psicologia social
A abordagem psicossocial
A abordagem psicossocial
é um campo de estudo da psicologia social que engloba as dimensões individuais e coletivas do sujeito. 
Indivíduo biopsicossocial: 
sujeito biológico de características cognitivas específicas,
dotado de processos psíquicos que constroem sua subjetividade
ser social, interage com o meio ambiente e estas interações propiciam sua autoconstrução, identidade, autopercepção e percepção do mundo. 
Os agentes socializadores culturais são a família, escola, trabalho e a comunidade em que o indivíduo está inserido.
Cada pessoa é única e ao mesmo tempo em que possui sua própria individualidade também compartilha a sua existência. 
PSICOLOGIA SOCIAL E A ESCOLA
O trabalho do psicólogo social na escola:
é um trabalho político, que propõe a reflexão sobre os conceitos ideológicos vigentes e as repercussões que esta ideologia acarretará na formação da sociedade por meio da educação.
investiga as relações que se estabelecem entre a infraestrutura (base econômica) e a consciência social (superestrutura) e os seus impactos nas classes sociais e na formação do cidadão.
trabalha no contexto institucional de forma preventiva, política, social, diagnóstica, mobilizadora e terapêutica, considerando terapêutica toda ação que produz efeitos benéficos. 
A escola tem uma função a cumprir socialmente:
Fazer com que o educando participe do seu grupo ativa e afetivamente, apropriando-se de valores, crenças, conhecimentos acadêmicos e referenciais sócio-históricos. 
Uma apropriação significativa tanto para si como para o outro, tornando-se uma pessoa consciente e responsável pela transformação da realidade em que está inserido. 
A escola é um dos agentes socializadores mais importantes. Deve estar presente desde os primeiros anos de vida de uma pessoa, e entre suas atribuições, cabe por meio do ensino formal fornecer instrumentos para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo, que o levará a realizar as elaborações fundamentais que repercutirão no exercício de liberdade e autonomia de suas ideias, em outras palavras, a escola deve ensinar o indivíduo a organizar seus pensamentos.
O PSICÓLOGO ESCOLAR – ATRIBUIÇÕES
O CFP determina que o dever do psicólogo da área escolar é:
aplicar conhecimentos psicológicos concernentes ao processo ensino-aprendizagem, 
analisar e realizar intervenções psicopedagógicas referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família-comunidade-escola, para promover o desenvolvimento integral do ser. 
No ambiente escolar, são inúmeras as possibilidades de atuação do psicólogo:
No campo da Avaliação Psicológica, 
Psicologia da Aprendizagem, 
Psicologia do Desenvolvimento, 
Motivação, 
Mediação de Conflitos, 
Educação Especial, 
Análise Institucional, 
Orientação Vocacional/Orientação profissional, entre outros. 
O psicólogo escolar realiza o atendimento da criança e do adolescente:
com transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares, 
déficit cognitivo, 
transtornos mentais e do comportamento;
identificação e encaminhamentos necessários. 
O PSICÓLOGO SOCIAL – ATRIBUIÇÕES
O trabalho do psicólogo social na escola envolve o atendimento aos diferentes grupos da comunidade escolar: alunos, pais, professores e funcionários.
Com o objetivo de:
identificar suas representações sociais, 
mediar conflitos de convivência, 
análise das práticas institucionais, 
motivação, 
ações preventivas, 
intervenções, segundo as políticas públicas para a educação.
A psicologia social articula suas investigações com a visão psicossocial, as interações e a complexidade humana. 
A psicologia social aplicada às organizações:
problematiza e investiga questões como as intersubjetividades sociais, 
o processo de socialização secundário promovido pelo trabalho, os processos sociais, 
o fenômeno social, 
os conflitos, 
as relações de poder, 
ideologia, 
cultura organizacional, 
crenças e valores organizacionais, 
papéis sociais,
identidade, 
identidade ocupacional e representações sociais.
A psicologia social no trabalho analisa:
as relações de poder e dominação estabelecidas pelas convicções ideológicas temporais presentes, 
no processo das relações de produção, 
na alienação do trabalhador que o submete ideologicamente ao poder vigente adoecendo-o, 
na construção da identidade do indivíduo, 
nas relações entre as lutas das classes sociais, 
na construção da identidade dos grupos sociais. 
 Nesse contexto, o caráter crítico da psicologia social acena de forma emancipatória, problematizando questões de forma a contribuir com a promoção da saúde e o bem-estar social da classe trabalhadora em suas váriasdimensões, dos aspectos sociopolíticos, marxistas, as representações sociais, identidade, ideologia, entre outros que as relações humanas e o trabalho podem produzir.
A ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social) foi fundada em 1980.
É composta por profissionais (pesquisadores, psicólogos, militantes, gestores públicos) e estudantes (em processo de graduação ou pós-graduação), que, por meio do ensino, investigação, aplicação ou difusão, contribuem para o desenvolvimento da Psicologia Social no Brasil.
Objetivos
congregar pessoas que se empenham no desenvolvimento da Psicologia Social no Brasil;
garantir e desenvolver as relações entre pessoas dedicadas ao estudo, ensino, investigação e práxis da Psicologia Social no Brasil;
propiciar a difusão e o intercâmbio de informações sobre o desenvolvimento do conhecimento e prática da Psicologia Social;
promover a integração da Psicologia Social com outras áreas do conhecimento que atuem em uma perspectiva social crítica;
incentivar e apoiar institucionalmente o desenvolvimento de ações no campo social.
A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
A psicologia comunitária chegou ao Brasil na década de 1970 e desde então os psicólogos têm participado de trabalhos preventivos em saúde mental, no campo da educação, nas instituições públicas e principalmente em relação ao trabalho com as populações economicamente desfavorecidas.
 
Na contemporaneidade o trabalho do psicólogo na esfera comunitária abrange a dimensão da necessidade social.
 
Cabe ao psicólogo social comunitário estar presente nas comunidades, em contato direto com as demandas do grupo e esta proximidade com a realidade da vida da comunidade é o que permite à ciência oferecer um serviço que atenda às reais necessidades do grupo, e não um serviço que supõe as necessidades dele, que ocorre quando não há uma investigação no campo que veja e escute a realidade objetiva da comunidade. 
 
A comunidade é um espaço social dinâmico e multidimensional, em que as relações entre indivíduo e sociedade emergem de forma genuína, campo propício para a pesquisa sócio-histórica e sob o ponto de vista psicossocial a apropriação do “sujeito como protagonista de sua história”.
 
O trabalho do psicólogo neste contexto é muito mais amplo que as suas convicções teóricas e envolve a disponibilidade prática para a ação, a sensibilidade do exercício da empatia com a diversidade da existência humana.
 
A psicologia social comunitária aponta possibilidades de novas direções e aplicações conceituais da psicologia, revendo a visão individualista e ampliando sua vocação social. 
A psicologia comunitária está presente no cotidiano das pessoas, propõe o debate com outras ciências e valoriza a coletividade, elementos que que contribuem para novas ações que buscam melhorar a qualidade de vida das pessoas. 
DIFERENÇA ENTRE COMUNIDADE E FAVELA
COMUNIDADE
Comunidade refere-se ao conjunto de ações tangíveis e intangíveis de pessoas que convivem e compartilham um mesmo espaço. Favela refere-se ao espaço territorial composto por habitações onde as pessoas são domiciliadas. 
Para a constituição de uma comunidade, é necessário que o grupo viva em uma área geográfica comum e que se constitua uma trama de relações nas quais os membros tenham a mesma tradição e os mesmos interesses.
A definição do IBGE de favela estabelece que o aglomerado subnormal, seja “um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais (barracos, casas...) carentes, em sua maioria de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa.
PSICOLOGIA SOCIAL NA SAÚDE
Os fatos históricos, as transformações político-sociais, a mobilização social e os avanços na organização do sistema de saúde brasileiro contaram ativamente com a participação da psicologia social. 
A psicologia da saúde:
estuda os fatores emocionais, cognitivos e comportamentais associados à saúde e às doenças físicas dos indivíduos. 
Integra conceitos de diferentes disciplinas psicológicas, colaborando com o delineamento e aplicação de programas de intervenções individuais, grupais e comunitários para a promoção e prevenção da saúde, para o tratamento e reabilitação da doença 
Para a qualidade de vida do doente na psicologia social da saúde interessa o estudo da conduta da saúde/doença em interação com outras pessoas ou, igualmente, com produtos da conduta humana, técnicas diagnósticas e de intervenção, organizações de cuidado de saúde etc. 
A psicologia social na saúde é pautada na democratização de direitos, no exercício da cidadania, na inclusão social, na ação política efetiva e mobilizadora das diferentes camadas de nossa sociedade, no conhecimento da estrutura social e seus mecanismos ideológicos, no contexto histórico e social, e na participação efetiva da ciência no cumprimento de seu papel de agente de promoção da saúde social.
Pesquisa em psicologia social.
A importância da Pesquisa em psicologia social.
Gerar conhecimento:
A pesquisa visa propor novos conceitos teóricos, técnicas e aplicações no campo
Gerar conhecimento e tecnologia através das áreas de aplicação da psicologia social, propondo novos métodos de estudos que possam ampliar os conceitos já estudados pela área
Método, objeto e sujeito.
Método: diz respeito ao caminho que a pesquisa irá tomar para alcançar seu objetivo; método vem do grego METHODES, que significa “o caminho certo para se chegar ao fim”
Objeto de pesquisa: o objeto é aquele que trará o problema de pesquisa, ou seja, aquilo que se deseja investigar.
Sujeito de pesquisa: a amostra da população que fará parte da pesquisa
 No caso da psicologia social o indivíduo, ou grupo, participante da pesquisa representam um contexto sócio histórico do qual fazem parte.
Método.
Aristóteles propõe os dois princípios base para a obtenção de conhecimento que são:
Indução- a investigação se inicia em um observações mais particulares e vão para observações mais generalistas, por exemplo,
 O ferro conduz eletricidade / O ferro é metal // O ouro conduz eletricidade / O ouro é metal/ Logo, os metais conduzem eletricidade.
Dedução- A investigação se inicia dos casos mais abrangentes partindo assim para os particulares.
Métodos de investigação em psicologia social.
Observação: tem o intuito de descrever o que está sendo pesquisado, atua pelo principio dá indução. 
Participante- observação em que o pesquisador interage ou estimula de alguma forma o observado.
Não participante- quando o pesquisador não interage, e não estimula os membros da pesquisa
Correlação: permite a predição de fenômenos, a partir do teste de correlação entre as múltiplas variáveis 
Experimentação: conhecimento obtido através de testes práticos, onde o experimentador manipula as variáveis independentes, para tentar obter uma alteração na variável dependente provando assim uma relação causal. Permite a replicação do teste, garantindo a validade do estudo
FASES PARA REALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA
Além do método, é necessário o conhecimento de cada fase para realização da pesquisa: 
Formulação do problema: o problema á a primeira construção do pesquisador, a indagação inicial, a questão da pesquisa: o quê? Como? Qual? Por quê?
Formulação da hipótese: a hipótese é a suposta resposta ao problema, é o objeto da pesquisa.
Coleta de dados: é o processo em que são coletados materiais/dados da pesquisa.
Mensuração dos dados: quantificação dos dados apurados.
COLETA DE DADOS
A coleta de dados é fundamental para que a pesquisa se materialize. PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS:
Observação: percepção, exame, observação e registro sistemático dos comportamentos e/ou fenômenos.
 Entrevistas: esta modalidade de coleta de dados é feita por meio do relato de informações por parte dos participantes da pesquisa, pode ser realizada por questionários com perguntas fechadas ou perguntas abertas
PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE
Quantitativo
Serve paraquantificar dados, opiniões e fatos;
Mesmo em uma pesquisa de natureza humana ou social (qualitativa), usa-se o método quantitativo para transformar as qualidades em valores numéricos ao expor os resultados;
Garantia de precisão de resultados, evitando enganos e distorções na interpretação dos dados.
PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE
Qualitativo
Serve para aplicar qualidades e constructos a princípios não mensuráveis;
Objeto de pesquisa abstrato;
Sujeitos repletos de subjetividade, o que impossibilita de mensurá-lo;
Analisa e busca novos caminhos e respostas
Qualitativo
Diferenças quanto às características.
QUANTITATIVO
Testagem de hipóteses;
Descrição e estabelecimento de correlações matemáticas (estatísticas) e causais entre fatos.
QUALITATIVO
Compreensão; 
Explanação, apreensão e interpretação da relação de significações de fenômenos para os indivíduos e a sociedade.
Diferenças quanto ao modelo
QUANTITATIVO
Verificação e validação sustentadas por quadros conceituais ou teóricos;
Generalização dos resultados em função da amostragem;
Predições;
Controle de variáveis;
Dados precisos, rapidamente coletados e analisados;
Credibilidade elevada dos resultados.
QUALITATIVO
Os dados são baseados em categorias de pensamento dos participantes;
Estudo profundo de um número limitado de casos;
Fácil descrição de fenômenos complexos;
Rica descrição de fenômenos;
Possibilidades de análise comparativa de casos;
Possibilidade de identificar como o participante interpreta os significados atribuídos aos dados.
DIFERENÇAS QUANTO AO TRATAMENTO DE RESULTADOS.
QUANTITATIVO
Em linguagem estatística (tabelas, quadros), habitualmente separada da discussão dos resultados;
Estabelecimentos das correlações entre os resultados;
Relação com a teoria. Confrontação dos achados com resultados de outras pesquisas;
Construção teórica inicial e verificada e testada.
QUALITATIVO
Uso de citações literais do discurso, integradas no capítulo de discussão;
Interpretação dos dados categorizados simultaneamente à apresentação destes;
Relação com a teoria. Confrontação dos achados com resultados de outras pesquisas;
Construção teórica inicial ampliada, reformulada, corrigida e com mais clareza.
Reflexões contemporâneas
Nos capítulos anteriores foram apresentados os objetos de estudo da psicolo- gia social e as discussões pertinentes à sua área de atuação.
Este capítulo é dedicado a uma síntese livre dos temas e à discussão do tema empoderamento feminino.
Novos cenários
A psicologia social, em sua trajetória, dirige a atenção para a interface da ciên- cia com o contexto social ao qual os indivíduos estão inseridos, estabelece uma relação dialógica com outras ciências, como a sociologia, a filosofia, a história, a economia entre outras.
A interdisciplinaridade de seu objeto de estudo e o caráter crítico, da psi- cologia social sócio-histórica produzem um saber que a mantém em constante renovação, sem abandonar seu saber construído historicamente, possibilitando novas concepções conceituais e uma produção científica atualizada pelas deman- das contemporâneas.
Considerando este cenário de necessidade premente da manutenção da atua- lidade de suas investigações, a interdisciplinaridade de seu objeto de estudo e o olhar crítico da psicologia social no seu fazer científico, propomos entre as várias demandas sociais contemporâneas, discutir o tema empoderamento feminino.
Esta discussão não exclui as inúmeras possibilidades que o cotidiano nos ofe- rece, nosso objetivo é propor o exercício de liberdade crítica que é fundamental na formação de um psicólogo.
Dessa forma, o empoderamento é o tema central que será abordado no per- curso deste capítulo, com o objetivo de propor reflexões e diálogos entre as dife- rentes temáticas tratadas pela psicologia social.
A ONU Mulheres, Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, sediada em Nova York, “ foi criada, em 2010, para unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos
das mulheres. Segue o legado de duas décadas do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) em defesa dos direitos humanos das mulheres, especialmente pelo apoio a articulações e movimento de mulheres e feministas, entre elas mulheres negras, indígenas, jovens, trabalhadoras domésticas e trabalhadoras rurais. Com seis áreas prioritárias de atuação: liderança e partici- pação política das mulheres; empoderamento econômico; fim da violência contra mulheres e meninas; paz e segurança e emergências humanitárias; governança e planejamento; normas globais e regionais.
Publicou em sua página parce- rias-empresas um documento produ- zido pela entidade e o Pacto Global convocando as empresas a participar dos Princípios de Empoderamento das Mulheres.
Este documento defende a “equidade de gênero em todas as atividades sociais” e os benefícios que podem trazer para a economia. O caráter global da entidade e sua representatividade em diferentes países ampliam sua abrangência na defesa dos princípios.
“Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável.”
Ciente do papel das empresas para o crescimento das economias e para o desen- volvimento humano, a ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Os princípios são um conjunto de considerações
que ajudam a comunidade empresarial a incorporar em seus negócios valores e práticas que visem à equidade de gênero e ao empoderamento de mulheres.
Conheça os sete princípios de Empoderamento das Mulheres:
Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
Tratar todas as mulheres e todos os homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não discriminação.
Garantir a saúde, segurança e o bem-estar de todas as mulheres e todos os homens que trabalham na empresa.
Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empo- deramento das mulheres por meio das cadeias de suprimentos e marketing.
Promover a igualdade de gênero por meio de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
A partir deste tema extraído do cotidiano, observamos a oportunidade de articular a discussão do tema com outras ciências como a sociologia, quanto aos aspectos das novas relações sociais que se apresentam a partir da proposta de reconhecimento da equidade de gênero, isto é a admissão social que as ocupações profissionais podem ser realizadas por pessoas qualificadas indepen- dente do gênero; a promoção de um avanço social e a desmistificação da ideia que as tarefas profissionais só podem ser realizadas por este ou aquele grupo de pessoas.
Quanto à filosofia, a mudança ideológica de crenças pessoais e sociais em relação à capacidade cognitiva das pessoas no desempenho de seu trabalho propõe novas convicções e novos argumentos racionais que fortalecem a ideia que a cognição humana não é uma questão de gênero e sim um processo evo- lutivo na aquisição e produção do conhecimento.
A história registra e testemunha a quebra de paradigmas, no contexto de sua cronologia, avaliando a origem das transformações sociais, que no tema em discussão o empoderamento feminino, é uma reivindicação desde o movi- mento feminista, que nos diferentes momentos de seu transcurso possibilitou a chegada a novos ciclos históricos.
A economia em seus estudos sobre as forças produtivas e desenvolvimento so- cial articula suas investigações aos processos que envolvem a mudança na qualida- de de vida das pessoas, na geração de emprego erenda, nos recursos que sustentam o sistema econômico e mantém o aparelho estatal abastecido economicamente para cumprir sua obrigação de manutenção da organização social.
Quanto à psicologia social, além de aplicar seus conceitos para o entendimen- to das circunstâncias sócio-históricas dos acontecimentos, investiga as relações nos diferentes contextos humanos, dialogando com outras ciências, refletindo e apli- cando a avaliação crítica, no exercício de seu papel político social, objetivando contribuir com a promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas em seus diferentes grupos sociais.
O homem em construção
A construção da identidade está em constante movimento, entretanto é inegá- vel que dele faz parte o contexto sociocultural. Dessa forma, o dinamismo dos pro- cessos humanos contempla os aspectos objetivos e subjetivos, individuais e sociais. Dentre as dimensões do processo de construção do homem, estão a ideologia,
a cognição, a subjetividade, a individualidade e a experiência dos diferentes fenô- menos vivenciados nos diferentes grupos sociais aos quais pertencemos, com um particular destaque à família, como um dos agentes mais importantes na formação de nossa identidade.
O homem em construção vive em sociedade e em constante interação com o meio social, que nos transforma e nos faz atores de transformações em todos os cenários humanos. E como participantes das transformações sociais, discutimos questões que permeiam o humano ao longo de nossa história, como os papéis sociais, as diferenças de gênero e seus desdobramentos socioculturais, políticos e econômicos.
Quanto ao nosso tema central, o empoderamento da mulher a partir dos princípios propostos pela ONU Mulheres este envolve diretamente o já discutido conceito de identidade. O empoderamento feminino corrobora o papel objetivo que a mulher ocupa hoje na sociedade, parte integrante do processo de construção da identidade.
A mídia brasileira aponta resultados de pesquisas recentes que indicam a situa- ção do empoderamento feminino, quanto a aspectos como a ampliação dos anos de estudo, da capacitação e do desenvolvimento profissional, posições de gestãoEntretanto, as mesmas pesquisas também demonstram que apesar destes avanços sociais, a mulher ainda possui salários menores que os homens, mesmo exercendo a mesma função profissional.
“As disparidades salariais entre gêneros persistem como um obstáculo para o empoderamento econômico das mulheres e a superação da pobreza e a desi- gualdade na América Latina, advertiu nesta terça-feira a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal), a respeito do Dia Internacional da Mulher. Embora a diferença salarial entre homens e mulheres tenha diminuído 12,1 pontos percentuais entre 1990 e 2014, as mulheres rece- bem, em média, apenas 83,9 unidades monetárias por 100 unidades monetárias recebidas pelos homens, de acordo com a Cepal. Se as remunerações recebidas por ambos os sexos por anos de estudo são comparadas, observa-se que elas podem ganhar até 25,6% menos do que seus colegas do sexo masculino em condições semelhantes, disse que o instituto regional.
A partir das informações coletadas em pesquisas domiciliares, a Cepal analisou o salário médio de homens e mulheres que trabalharam em centros urbanos com idades entre 20 e 49 que trabalham 35 horas ou mais por semana em 18 países na região.
A pesquisa faz uma comparação por anos de estudo e sua evolução entre 1990 e 2014, observando a persistência de diferenças significativas dependendo do ní- vel de escolaridade de pessoas empregadas. No grupo das mulheres com menor nível de escolaridade (até cinco anos de estudo) foi observada a maior redução da diferença (19,7 pontos percentuais). Houve um aumento em relação aos salários dos homens de 58,2% para 77,9%. Isto porque, segundo a Cepal, há dois fatores: a regulamentação e formalização do trabalho doméstico remunerado, como países que estabeleceram taxas de salário mínimo por hora e tempos máximos do dia de trabalho; e aumento de salários mínimos que se aplica a toda a população. [...] mais estudo, mais diferença. A diferença salarial mais alta ocorre na população mais instruída (treze anos ou mais de estudo). Houve uma diminuição na diferen- ça de 9,3 pontos percentuais entre 1990 e 2014. Os homens deste grupo ainda ganham 25,6 por cento a mais do que as mulheres. Segundo a Cepal, a inclusão das mulheres em áreas como ciência e tecnologia, indústrias, como telecomuni- cações e grandes empresas, pode estar contribuindo positivamente, embora ainda não gere a plena igualdade.
Nos níveis intermediários de educação, os números não foram substancial- mente alterados. Mulheres com seis a nove anos de escolaridade ganhavam 70%
do salário dos homens em 1990 e em 2014 esse número subiu para 75,3% (uma redução na diferença de 5,3 pontos percentuais no intervalo) e aquelas com 10 a 12 anos de instruções subiram de 67,6% para 74,5% (redução de 6,9 pontos per- centuais na diferença salarial). Receber o mesmo salário que os homens em con- dições de igualdade é um direito das mulheres. É um requisito inevitável para que alcancem a autonomia econômica e para avançar na igualdade de gêneros – disse a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, no contexto do Dia Internacional da Mulher, cujo tema este ano é “Por um planeta 50-50 em 2030: demos um passo para a igualdade de gênero. – Nada sobre nós sem nós – enfatiza Bárcena. Para a eliminação da diferença salarial, a Cepal planeja promover espaços para a nego- ciação coletiva e participação ativa dos trabalhadores nos processos em que estas questões são debatidas; melhorar salários mínimos, uma vez que estes promovem a igualdade, especialmente em setores com remuneração inferior; implementar políticas como a licença-paternidade; e assegurar a igualdade de oportunidades de treinamento, promoções, horas extras e outros compromissos de trabalho que melhoram a folha de pagamento.”. (BIZON, 2016, p. 1)
Este contexto presente de forma objetiva na sociedade implica também os aspectos subjetivos da identidade, envolvem o sentimento de baixa-estima e des- qualificação pessoal pelo pertencimento ao gênero feminino, objeto que desperta especial interesse as reflexões em psicologia social.
O princípio de número 5. “Apoiar empreendedorismo de mulheres e promo- ver políticas de empoderamento das mulheres por meio das cadeias de suprimen- tos e marketing”. Disponível em:
CONEXÃO
<http://www.onumulheres.org.br/referencias/principios-de-empoderamento-das-mu- lheres>, Acesso: 2017.
Dialoga diretamente com a ideologia das instituições sociais, isto é, o apoio ao empreendedorismo e a promoção de políticas de empoderamento é uma proposta inovadora porque atua diretamente na reconfiguração das forças produtivas do sis- tema capitalista, envolve a criação de políticas públicas financeiras específicas para o gênero feminino e interpelam os aparelhos ideológicos e repressivos do estado, conceituados por Althusser, apresentados no capítulo 2.
O empoderamento feminino produz novas interações e transformações na sociedade contemporânea, como é sinalizado pelo IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal-Rio de Janeiro) em sua publicação de 2012 de prestação de contas da implementação de políticas públicas direcionadas para o empreende- dorismo feminino.
O Programa Nacional Trabalho e Empreendedorismo da Mulher – PNTEM
– Secretaria de Políticas para as Mulheres, o IBAM (reiterou seu empenho de introduzir a questão de gênero no aperfeiçoamento das políticas públicas e, mais especialmente, de fortalecer as políticas para as mulheres nos diversos projetos que executou nessa área, desde 1990.
Alinhado com os processos de afirmação dos direitos das mulheres, em espe- cial no que diz respeito à autonomia econômica e igualdade no mundo do traba- lho, e ao lado das demais entidades executoras em todos os estados – Sebrae, BPW e governos estaduaise distrital –, das gestoras e gestores dos municípios e regiões administrativas abrangidos pelo Programa, o IBAM coordenou ações destinadas à promoção de mudanças efetivas nas posições das mulheres no campo econômico, materializadas nos cursos e oficinas sobre ferramentas de gestão e sobre direitos. Ainda no âmbito do PNTEM empreendeu esforços no sentido de imprimir alte- rações no contexto das políticas públicas e no ambiente produtivo das mulheres, por meio da instrumentalização e do aumento da capacidade de gestores e gestoras para a formulação e análise de políticas na perspectiva de gênero. [...] PNTEM no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, no Distrito Federal, em Pernambuco e no Pará foram muitos os momentos de reflexões, avaliações e ajustes de percurso. Nas avaliações, buscava-se entender as mudanças que estavam acontecendo na vida das mulheres e no contexto das políticas públicas locais. [...] analisados os resultados, pode-se dizer que o Programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher alcançou resultados expressivos em todas as unidades da federação onde foi implementa- do. As mulheres envolvidas demonstraram aumento da autoestima, impulsionado principalmente a partir das discussões sobre direitos e violência contra a mulher em que se pôde perceber e descobrir o empreendedorismo como via de ampliação de sua autonomia. Registrou-se em muitas localidades o ingresso de mulheres em redes de negócios ou de produção. Registrou-se também a busca de acesso ao microcrédito junto às associações locais, Banco da Amazônia, Governo Municipal e Estadual. Já no final dos cursos, as mulheres que possuíam empreendimentos testemunharam que houve aumento na renda a partir do aprimoramento de seus
negócios. As mulheres que ainda não haviam iniciado novos negócios relataram que o programa as estimulara a iniciar um trabalho para gerar renda. O programa conseguiu unificar atores de diversas áreas setoriais em torno da discussão do em- preendedorismo e das possibilidades de ampliação da autonomia econômica das mulheres atendidas pelas políticas públicas sociais. Muitos gestores tiveram conta- to pela primeira vez com temas como direitos das mulheres, trabalho e ocupação, empreendedorismo, raça, cor, políticas de gênero, políticas para mulheres, alinha- dos à discussão das políticas públicas de forma geral. (COSTA, et al. 2012, p. 5-7)
Entretanto, quando relacionamos a pesquisa publicada em 2016, e a iniciativa do IBAM observamos que mesmo com políticas públicas brasileiras empenhadas em gerar empreendedorismo feminino e o quanto essas políticas produzem de resultados de resgate da autoestima, autonomia, geração de renda e acesso aos mecanismos econômicos da base produtiva da sociedade; muito ainda há para ser realizado, visto que ainda é necessária uma campanha de grandes proporções, para que melhores resultados e mais mulheres sejam incluídas no desenho contempo- râneo das forças produtivas do sistema capitalista.
O saber e o fazer
A psicologia social e a abordagem psicossocial compõem a estrutura do tra- balho científico do psicólogo, é aplicada nos campos de atuação que envolvem os aspectos históricos, socioculturais e empíricos, constitutivos do indivíduo.
Está presente na escola, no trabalho, nas organizações, na comunidade e na saúde, propondo investigações científicas e intervenções fundamentadas pelo sa- ber científico com o objetivo de contribuir com o bem-estar das pessoas.
Retomando a discussão de nosso tema central, o saber e o fazer da psicologia social pressupõem as diferentes áreas de aplicação da psicologia, a importância da atuação política, a responsabilidade em fomentar reflexões e o posicionamento crítico do psicólogo social.
“O princípio de número6. Promover a igualdade de gênero por meio de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social”. Disponível em: <http:// www.onumulheres.org.br/referencias/principios-de-empoderamento-dasmulhe- res>, 2017.
Este princípio evidencia o caráter político, social e crítico da atuação do psi- cólogo nas comunidades e na produção de conhecimento científico. Hoje no sé- culo XXI, ainda permanecem discussões a respeito da diferença de tratamento
O CFP (Conselho Federal de Psicologia) publicou a iniciativa em relação à atuação do psicólogo na questão do empoderamento feminino, realizada na 45a Reunião Anual da SBP – Sociedade Brasileira de Psicologia. Contudo, cabe ob- servar que este debate foi realizado nos anos de 2015 e 2016. A 46a Reunião não discutiu o tema, e no ano corrente a programação dos temas em debate ainda não foi divulgada. Estas observações têm por objetivo propor a reflexão: será que a atuação, ainda tímida do Conselho Federal de Psicologia em relação ao tema, é um reflexo do processo histórico de desempoderamento feminino? Durante o curso da história da profissão de psicólogo, o senso comum relacionava o exercício da profissão às mulheres.
Não temos uma resposta para essa provocação, mas propomos que pode ser uma questão a ser refletida no contexto do exercício crítico pertinente à psicologia. A atuação política e social da psicologia será notabilizada sempre que o espaço social de produção de conhecimento for ocupado.
O empoderamento feminino envolve diferentes dimensões de compreensão, e a psicologia é uma das ciências que pode contribuir efetivamente na superação das desigualdades de gênero.
“O empoderamento consiste de quatro dimensões, cada uma igualmente im- portante, mas não suficiente por si própria para levar as mulheres para atuarem em seu próprio benefício. São elas a dimensão cognitiva (visão crítica da realidade), psicológica (sentimento de autoestima), política (consciência das desigualdades de poder e a capacidade de se organizar e se mobilizar) e a econômica (capacidade de gerar renda independente).” (SARDENBERG, 2009, p. 6)
A psicologia, em seus diferentes campos de aplicação, acompanha as deman- das histórico-sociais e culturais, características dos indivíduos, está presente em to- das as organizações e instituições sociais e tem por dever de ofício contribuir com a promoção de saúde da sociedade e o bem-estar das pessoas, isto é, empoderar.
Geração de conhecimento
Assim como o homem, o conhecimento humano está em constante e contí- nua construção, a investigação científica é a forma de produzir novos conhecimen- tos, quebrar paradigmas, gerar novas tecnologias e ciência.
A psicologia social, ao estudar as interações sociais, as relações intergrupais, os processos cognitivos, as condutas sociais, a linguagem, a subjetividade, as repre- sentações sociais, o fenômeno coletivo, entre outras temáticas pavimenta e atualiza seu campo de atuação gerando novos saberes.
RESUMO
Este capítulo foi dedicado a uma síntese livre dos temas abordados na disciplina psicolo- gia social II, relacionando-os à discussão do tema empoderamento feminino, com o objetivo de refletir sobre psicologia social. A partir de um tema extraído de uma demanda da contem- poraneidade, a publicação de um documento de proporções internacionais, pela entidade ONU Mulher e o Pacto Global, que criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres nas organizações.
Seguindo a ordem dos princípios propostos, problematizamos questões intrínsecas ao empo- deramento feminino, e ao papel da psicologia social como ciência. As responsabilidades políticas e sociais das intervenções. Por fim, convidamos o leitor para o exercício da reflexão crítica como forma de contribuição com a psicologia social.

Outros materiais