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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
REGIANE MORAES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRINQUEDOTECA: 
uma pesquisa exploratória em escolas da educação infantil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília – DF 
2011 
 2 
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
REGIANE MORAES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BRINQUEDOTECA: 
uma pesquisa exploratória em escolas da educação infantil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia 
com Licenciatura em séries iniciais e Educação 
Infantil do Instituto de Educação Superior de 
Brasília, como requisito parcial para obtenção de 
grau de Licenciatura em Pedagogia. 
 
Orientadora Prof° Ms. Milene de Fátima Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília - DF 
2011 
 
 3 
REGIANE MORAES DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRINQUEDOTECA: 
Um estudo de caso em escolas de educação infantil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Pedagogia aprovado pela Banca Examinadora 
com vista à obtenção do Grau de Licenciatura 
em Pedagogia – séries iniciais e Educação 
Infantil do Instituto de Educação Superior de 
Brasília. 
 
Brasília,DF .... de novembro de 2011. 
 
 
 
Banca Examinadora : 
 
 
__________________________________________________ 
 
Prof.ª Ms.Milene de Fátima Soares. 
 
 
__________________________________________________ 
 
Prof.ª Ms. Francisca Javiera Gallardo Conejera. 
 
 
 
 
 
Brasilia – DF 
2011 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais por todas as oportunidades, 
cuidados e incentivo. 
Ao meu marido pela paciência, compreensão e 
amor a mim dedicado. 
Às minhas amadas e queridas filhas. 
À Professora Milene Soares pelo carinho, 
atenção e dedicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Aos meus pais Selma e Fábio por todo apoio, carinho e incentivo. Pelas 
palavras de conforto ao longo de toda a minha jornada acadêmica. 
Ao meu querido João por todo o suporte afetivo, apoio e compreensão. 
Às minhas filhas Larissa e Cecília, que são a razão do meu viver. 
Aos meus irmãos Fábio e Flávia, que sempre torcem e vibram com cada 
conquista minha. 
À tia Sônia pelo carinho e incentivo. 
Às professoras Francisca Gallardo e Selma Maquiné pelo apoio e incentivo. 
À professora Milene de Fátima Soares em especial, por me proporcionar 
oportunidades que serão levadas comigo e que sempre influenciarão em minha vida 
pessoal e profissional, e principalmente por ter acreditado no meu trabalho. 
Por fim, agradeço a todos que acreditam em mim, e que não foram citados 
aqui, mas que fazem parte de toda a minha jornada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
RESUMO 
 
Esta pesquisa teve como objetivo investigar o contexto da brinquedoteca escolar na 
educação infantil, que atende crianças na faixa etária de 4 e 5 anos, em escolas 
particulares de Brasília – DF. Como fontes de pesquisa foram abordadas teorias a 
partir da concepção de autores, como Piaget (apud Kishimoto 2008), Wallon (apud 
Kishimoto 2008) e Vigotsky (2007) e da autora brasileira Kishimoto (1992, 2000 
2008), pois suas teorias abordam acerca do desenvolvimento da criança relacionado 
ao lúdico. Este trabalho também contou com a contribuição de Cunha (1992 e 2007), 
já que suas teorias abordam a brinquedoteca. A pesquisa foi realizada em 5 escolas 
particulares de Brasília- DF com 6 professoras de educação infantil que atendem 
crianças na faixa etária de 4 e 5 anos. Através dessa pesquisa foi possível identificar 
que há um equivoco quanto à utilização desse espaço, pois apesar das professoras 
colocarem que esse espaço é voltado para a brincadeira, grande parte não utiliza 
essa finalidade. 
Palavras-chave: Brinquedoteca. Educação infantil. Formação de professores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1:Conceito de atividade lúdica.......................................................................35 
 
Quadro 2:O papel do professor na atividade lúdica...................................................38 
 
Quadro 3:Conceito de Brinquedoteca........................................................................39 
 
Quadro 4: Brinquedoteca presente na escola............................................................40 
 
Quadro 5: Papel da brinquedoteca.............................................................................42 
 
Quadro 6:Utilização da brinquedoteca.......................................................................43 
 
Quadro 7: Visita a brinquedoteca...............................................................................44 
 
Quadro 8: Materiais....................................................................................................47 
 
Quadro 9:Orientação acerca da brinquedoteca.........................................................48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
 
Gráfico 1: Idade..........................................................................................................33 
 
Gráfico 2: Atuação......................................................................................................34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1: Escolaridade..............................................................................................34 
 
Tabela 2: Atividades lúdicas......................................................................................37 
 
Tabela 3: Materiais existentes na brinquedoteca......................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ABBri - Associação Brasileira de Brinquedotecas. 
APAE- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. 
ECA - Estatuto da Criança e Adolescente. 
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
MEC - Ministério da Educação. 
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais. 
PNE- Plano Nacional de Educação. 
RCNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO...........................................................................................................12 
 
 2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................14 
2.1 A Educação Infantil na Europa.............................................................................14 
2.2 A Educação Infantil no Brasil e a Legislação.......................................................16 
2.3 Brinquedo, Brincadeira e jogo..............................................................................21 
2.4 Piaget, Wallon, Vigotsky e a dimensão lúdica......................................................22 
2.5 O que vem a ser uma Brinquedoteca?.................................................................24 
2.5.1 A Brinquedoteca e sua historicidade.................................................................25 
2.5.2Os tipos de brinquedoteca e suas especificidades............................................262.6 E a formação do educador na perspectiva do lúdico?.........................................29 
 
3. METODOLOGIA.....................................................................................................31 
4 ANÁLISES E DISCUSSÃO DE RESULTADOS......................................................32 
4.1 Dados gerais acerca dos professores pesquisados.............................................32 
4.2 Dos questionários obtidos....................................................................................35 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................50 
 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................52 
 
APÊNDICE.................................................................................................................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
INTRODUÇÃO 
 
As atividades lúdicas são inerentes ao ser humano. Desde a antiguidade até 
os dias atuais as atividades lúdicas estão presentes na vida humana, inclusive, 
muitas vezes, com mais presença na vida da criança. Vários autores, tais como 
Kishimoto (1992, 2000 2008), Piaget (apud Kishimoto 2008), Vigotsky (2007) e 
Wallon (apud Kishimoto 2008), que serão apresentados ao longo dessa pesquisa, 
abordam a questão da ludicidade e reconhecem o seu papel na aprendizagem e 
desenvolvimento infantil, inclusive na aprendizagem escolar. Sendo assim, cabe ao 
pedagogo propiciar o ato de brincar no âmbito escolar, favorecendo situações que 
promovam a aprendizagem da criança sendo um planejador e mediador desse 
processo. 
 
A brincadeira, o jogo e o brinquedo não são meros passatempos na educação 
infantil, são instrumentos que auxiliam no desenvolvimento geral da criança 
contribuindo de forma enriquecedora para promover a aprendizagem. Segundo 
Friedmann (2006), a atividade lúdica infantil nos revela informações essenciais sobre 
a criança como suas emoções, seu estágio desenvolvimento, a formação moral e a 
forma de interagir com seus colegas. 
 
Atualmente, no ambiente educacional, principalmente da educação infantil, 
existe uma preocupação em criar espaços voltados para atividades lúdicas, haja 
vista que educadores reconhecem a importância dos jogos, brincadeiras e do 
brinquedo no desenvolvimento da criança, faltando muitas vezes, reconhecer seu 
papel diante desses aspectos. A Brinquedoteca é um espaço no qual pode ser 
trabalhado esse desenvolvimento pois, segundo Cunha (2007, p. 15), “Na 
Brinquedoteca a construção do conhecimento é uma deliciosa aventura, onde a 
busca pelo saber é espontânea e prazerosa”. 
 
De acordo com a autora supracitada, a brinquedoteca é um espaço que pode 
proporcionar à criança a oportunidade de desenvolver atividades lúdicas de forma 
vivencial, contribuindo significativamente para o desenvolvimento educacional e 
social. Nesse espaço, o pedagogo pode atuar resgatando a importância do brincar, 
desenvolver atividades que visem o crescimento intelectual do educando 
 13 
estimulando assim, as várias habilidades, a criatividade, as relações, a afetividade e 
inteligência, permitindo que ela adentre ao mundo da ludicidade. 
 
A escolha do tema deu-se por meio de uma série de observações ao longo do 
curso de graduação, e em instituições públicas e particulares onde pude vivenciar 
diversas experiências na Educação Infantil a partir dos estágios obrigatórios, nas 
quais, pude observar que não há uma utilização pedagógica da brinquedoteca no 
ambiente escolar, e quando há, nem sempre existe um propósito, e em muitas 
escolas esse espaço é usado como um mero depósito de jogos e brinquedos. 
Observou-se também que os professores nem sempre se interessam por planejar 
atividades e participar com as crianças, nesse espaço, pois mesmo sabendo que a 
atividade lúdica pode contribuir com o desenvolvimento infantil, não concebem a 
importância pedagógica. 
 
Assim essa pesquisa, pode contribuir para a maior valorização do espaço da 
brinquedoteca na educação infantil, estimulando o meio acadêmico a buscar novas 
perspectivas acerca desse tema. Já na educação pode contribuir para que os 
professores possam fazer um melhor uso desse espaço, auxiliando e facilitando o 
processo de aprendizagem, assim como nos cursos de Pedagogia a fim de estudar 
e aprofundar este tema para entender melhor o papel do professor. A partir da 
importância de incentivar a atividade lúdica na educação infantil e da contribuição do 
professor para o espaço da brinquedoteca, este trabalho estará norteado pela 
seguinte questão de pesquisa: O que vem a ser a brinquedoteca escolar na 
educação Infantil? 
Sendo assim, a presente pesquisa tem como objetivo geral investigar o 
contexto da brinquedoteca escolar na educação infantil, que atende crianças na 
faixa etária de 4 e 5 anos, em escolas particulares de Brasília – DF. 
Dentre os objetivos específicos, esse trabalho pretende: identificar as 
concepções dos professores sobre a utilização pedagógica da brinquedoteca 
escolar; identificar as atividades desenvolvidas no espaço da brinquedoteca escolar 
e verificar a formação do professor quanto à utilização pedagógica da brinquedoteca 
escolar. 
 14 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Esta fundamentação teórica baseia-se no lúdico resgatando a historicidade 
da educação infantil, abordando também o que vem a ser uma brinquedoteca no 
ambiente escolar, como os professores concebem este espaço, a sua utilização e a 
formação dos professores. Para elaboração teórica temos os seguintes autores: 
Almeida (2000), Cunha (1992 2007), Friedmann (1992, 2006), Ignachewski (2009), 
Kishimoto (1992, 2002 e 2008), Piaget (apud Kiskimoto 2008), Oliveira (2010), 
Vigotsky (2007) Wajskop (1992) e Wallon (apud Kiskimoto 2008). 
 
Para isso, iniciaremos com um breve resgate acerca da educação infantil ao 
longo dos séculos, desde a Europa ao Brasil. Adentraremos no Brasil e 
discutiremos, questões sobre os conceitos de lúdico, brinquedo, brincadeira, a 
educação infantil e suas legislações, assim como o que vem a ser a brinquedoteca, 
sua utilização na escola e o papel do professor. 
 
 
2.1 A Educação Infantil na Europa 
 
Segundo Oliveira (2010), por um longo período a educação da criança era 
considerada responsabilidade da família ou do grupo social ao qual ela estava 
ingerida. Nos séculos XV e XVI começaram a surgir novos olhares sobre a criança, a 
educação deveria respeitar a natureza infantil, autores como o filósofo holandês 
Erasmo e o filósofo francês Montaigne acreditavam que se deveria estimular a 
atividade da criança e associar o jogo à aprendizagem. 
 
Ainda de acordo com autora acima, a partir dos séculos XVIII e XIX, com a 
intensificação da escolaridade obrigatória na Europa em decorrência da Revolução 
Industrial, começa haver uma preocupação em preparar a criança para ingressar na 
vida adulta. Segundo Oliveira (2010, p. 62) “A criança passou a ser o centro do 
interesse educativo dos adultos: começou a ser vista como sujeito de necessidades 
e objeto de expectativas e cuidados”. Ainda no século XVIII é resgatado o valor da 
brincadeira na aprendizagem, ideia essa que havia sido defendida na antiguidade 
por Platão. 
 15 
Conforme Oliveira (2010), o filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778), 
criou uma proposta educacional que se opunha a delegar a educação das crianças 
pequenas a preceptores, pois para ele a mãe desempenha o papel de educadora 
natural da criança. Ao afirmar que a infância não era apenas uma preparação para a 
vida adulta, mas que tinha valor em si mesma, Rousseau transformou a educação 
de seu tempo. 
 
Comuma visão diferenciada sobre educação Rousseau, demonstrou que a 
criança deveria aprender através de uma conquista ativa, ou seja, por meio da 
experiência, da observação e com formas variadas de contato com a realidade. 
Suas ideias criaram condições para fomentar discussões em relação à brincadeira 
infantil. 
 
 De acordo com Oliveira (2010), as concepções educacionais do educador 
suiço Pestalozzi (1746-1827) também contribuíram significativamente com a 
educação moderna, pois para ele o ato de educar deveria ocorrer em um ambiente 
natural, e a educação deveria se preocupar com o desenvolvimento afetivo da 
criança. Destacou ainda o valor educativo do trabalho manual, e a necessidade da 
escolar treinar a vontade e desenvolver as atitudes morais dos alunos. 
 
Ainda conforme a autora, o educador alemão Froebel (1782-1852) levou 
adiante as ideias de Pestalozzi e em 1837, criou o primeiro jardim de infância, que 
visava à liberdade para aprender sobre si mesmo e sobre o mundo. Sua pedagogia 
incluía atividades cooperativas e jogos fortalecendo os métodos lúdicos na 
educação, e assim como Pestalozzi valorizou a atividade manual, confeccionando 
brinquedos que contribuíram no processo de aprendizagem da aritmética e da 
geometria. 
 
Depois de Froebel surgiram outros educadores com concepções variadas 
acerca da educação, como o médico belga Decroly (1871-1932), que defendia um 
ensino voltado para o intelecto, a médica psiquiatra italiana Maria Montessori (1879-
1952) que remonta o jogo educativo para a educação de cada um dos sentidos e o 
educador Freinet (1896-1966) que valorizou o jogo como atividade educativa, que 
contribuiu com ideias e práticas pedagógicas que são ainda utilizadas até hoje na 
 16 
educação infantil. Nota-se que a criança começa a ser valorizada como um ser 
diferente do adulto, assim, novas concepções de educação também vão 
ressurgindo. 
 
2.2 A Educação Infantil no Brasil e a Legislação. 
 
A história da educação infantil no Brasil acompanha, de alguma maneira, a 
história dessa área no mundo, porém com características próprias. Por volta do 
século XIX, de acordo com Oliveira (2010), observa-se iniciativas de proteção à 
infância, e em 1875 e 1877 são criados os primeiros jardins de infância no Rio de 
Janeiro e São Paulo. Nesse período, Rui Barbosa (1849-1923), que ocupava o cargo 
de deputado, considerava essa fase como a primeira etapa do ensino primário e em 
1882 apresentou um projeto de reforma de instrução no país, chamada de Reforma 
Geral de Ensino, que distinguiu salas de asilo, escolas infantis e jardins de infância. 
Temos aí um grande diferencial na organização escolar ao adequar cada faixa 
etária, considerando assim os diferentes tipos de desenvolvimento humano. 
 
Segundo Oliveira (2010), a educação infantil no Brasil, passou por várias 
mudanças ao longo da história, com o processo de urbanização e industrialização 
ocorreram mudanças na estrutura familiar no que se refere ao cuidado com as 
crianças. A partir dessa sucessão de fatos, por volta da década de 20, surgiram as 
primeiras regulamentações do atendimento de crianças pequenas em escolas 
maternais e jardins de infância. Com o crescimento e avanço em termos de 
desenvolvimento, o país teve de buscar adequações e começar a reconhecer a 
infância, já que os filhos dos trabalhadores precisavam de cuidados enquanto eles 
não estavam presentes. 
 
Ainda conforme a autora, a grande mudança na educação no que diz à 
infância respeito ocorreu em 1961 com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (Lei 4024/61), que incluía o jardim de infância ao sistema de 
ensino. Assim dispunha essa lei: 
 
Art.23 – A educação pré- primária destina-se aos menores de até 7 
anos, será ministrada em escolas maternais ou jardins- de- infância. 
 
 17 
Art.24 - As empresas que tenham a seu serviço mães de menores 
de sete anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa ou em 
cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré-
primária. 
 
 
Nota-se que, pela primeira vez, o governo se preocupou em estipular leis 
voltadas para a inclusão do jardim de infância ao sistema de ensino, tentando 
garantir acesso a educacional às crianças menores de até 7 anos, mobilizando 
inclusive as instituições empresariais que tinham interesse nos seus trabalhadores. 
Percebe-se que pelo sistema econômico adotado pelo país na época, a maioria da 
população não tinha uma condição de vida satisfatória, o que propiciou o aumento 
da participação da mulher no mercado de trabalho e a necessidade de cuidar das 
crianças. Com isso aumentou a procura por creches que atendiam crianças por 
período integral, e dessa forma o governo precisou tomar essa medida para atender 
a nova realidade. 
 
Em 1971 foi formulada a nova legislação sobre o ensino, Lei 5692/71, que 
trouxe novidades significativas para essa área, ao dispor que: “Os sistemas velarão 
para que as crianças de idade inferior a 7 anos recebam educação em escolas 
maternais , jardins de infância ou instituições equivalentes”. Verifica-se que a 
necessidade se tornou grande e urgente, muitos movimentos ocorreram durante ao 
período de ditadura militar. 
 
Assim, após este período, as lutas pelo direito às creches continuaram e, com 
a promulgação da Constituição Federal de 1988, ficou definido legalmente que os 
pais, a sociedade e o Estado têm que respeitar e garantir os direitos das crianças, 
conforme no artigo 227: 
 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência e opressão. 
 
 
A Constituição reconheceu que a educação em creches e pré-escolas era um 
direito da criança e um dever do Estado que deveria ser cumprido nos sistemas de 
 18 
ensino. De acordo com o Art.208, inciso IV da referida Constituição: “O dever do 
Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] atendimento em 
creche e pré- escola às crianças de zero a seis anos de idade”. 
 
Na década de 90, houve a promulgação do Estatuto da Criança e do 
Adolescente - ECA, lei federal 8069/1990, que concretizou os direitos da criança e 
do adolescente promulgados pela Constituição de 1988. 
 
Percebe-se que, devido às demandas relacionadas à mão de obra e à 
necessidade de desenvolvimento do país em decorrência do novo contexto mundial 
de globalização da economia e da expansão tecnológica das fontes de informação 
que ocorreram nas décadas finais do século XX, foi necessário criar uma lei que 
reorganizasse em alguns pontos a educação brasileira. 
 
 Desse modo, em 1996, houve a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB 9394/96), que estabeleceu a educação infantil como 
etapa inicial da educação básica (art. 21/ inciso I), e determinou algumas finalidades 
que estão descritas no artigo 29: 
 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade 
o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus 
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da 
família e da comunidade. 
 
 
No artigo 30 incisos I e II (1996, p. 46), é estabelecido que a Educação Infantil 
seja oferecida em creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos 
de idade; e pré-escolas para crianças de quatro a seis anos. Cabe ressaltar que em 
2006 a Legislação Educacional Brasileira estabeleceuo ensino fundamental de 9 
anos, com matrícula obrigatória a partir dos 6 anos de idade e a Educação Infantil 
passou a compreender a faixa etária de 0 a 5 anos de idade. 
 
A LDB 9394/96 resgata também a figura do professor e redimensiona o seu 
papel, pois ele deve participar da elaboração de projetos pedagógicos e da 
adaptação dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN à realidade em que atua, 
assim como o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI. 
 19 
Nesse sentido é preciso pensar na formação do professor como está descrito no 
artigo 62 da referida lei: 
 
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível 
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e 
institutos superiores de educação, admita para formação mínima para o 
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries 
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. 
 
 
Nesse caso, o professor também precisa passar por um processo de 
transformação que vise a sua formação e preparação para poder executar as tarefas 
que são determinadas pela nova LBD, na tentativa de acabar com a questão do 
despreparo e da improvisação no sistema de educação. Dentro dessa perspectiva, o 
Ministério da Educação - MEC buscou estratégias de formação, capacitação e 
inovação pedagógica com o intuito de alavancar a qualidade do ensino, em especial, 
na educação básica. 
 
Com as novas concepções sobre o desenvolvimento cognitivo e da linguagem 
advindas da Psicologia que passam a ser mais estudadas, ocorreram profundas 
mudanças nas propostas pedagógicas, Plano Nacional de Educação - PNE que tem 
como objetivo estabelecer metas de qualidades que proporcionam as crianças um 
desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como 
cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos. Foram produzidos diversos 
documentos para nortear a qualidade educacional, dentre eles, na educação infantil, 
o RCNEI. 
 
O RCNEI aborda características fundamentais que contribuem com a 
implementação de práticas educativas, que valorizam a discussão e a socialização 
de propostas que visam o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Porém, 
apesar de ajudar o professor na sua prática docente, esse referencial não é de 
cunho obrigatório. Dessa forma o RCNEI (1998, vol.1, p. 63) aponta objetivos que 
devem contribuir para que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades: 
 
• desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez 
mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de 
suas limitações; 
 20 
• descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas 
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de 
cuidado com a própria saúde e bem-estar; 
• estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e 
crianças,fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas 
possibilidades de comunicação e interação social; 
• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais,aprendendo 
aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, 
respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e 
colaboração; 
• observar e explorar o ambiente com atitude de 
curiosidade,percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e 
agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que 
contribuam para sua conservação; 
• conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de 
interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade; 
 
• utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e 
escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de 
forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, 
sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de 
construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade 
expressiva; 
• brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos,desejos e 
necessidades; 
 
 
 Dessa forma observa-se que o RCNEI procura atender o 
desenvolvimento integral da criança, inclusive, dando ênfase ao brincar que é uma 
das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. 
A partir do RCNEI é possível perceber que o brincar deve permear a educação 
infantil, já que a brincadeira é uma linguagem infantil que permite ao professor 
observar o processo de desenvolvimento da criança, registrando suas capacidades 
emocionais, sociais, cognitivas e de uso das linguagens, no intuito de os professores 
conhecerem e estudarem o assunto. Desse modo, passa a oferecer subsídios 
teóricos sobre o tema também para os cursos de formação de professores. Nota-se 
a necessidade de valorização do brincar dentro das escolas de educação infantil, 
propiciando vivências, recursos concretos e espaços para que possam ocorrer 
experiências diversas. 
 
 
 21 
2.3 Brinquedo, Brincadeira e jogo. 
 
De acordo com Kishimoto (2000), no Brasil, termos como jogo, brinquedo e 
brincadeira ainda são empregados de forma indistinta, o que revela que não há um 
conceito definido nesse campo. 
 
Segundo a autora supracitada o brinquedo supõe uma relação íntima com a 
criança e seu uso é indeterminado, não havendo presença de regras organizando o 
seu uso. O brinquedo permite à criança a representação do que ela vivencia na sua 
realidade, estimulando o uso da imaginação. Com isso ele difere do jogo, pois 
estabelece uma relação direta com a criança. 
 
Desse modo: 
O vocábulo “brinquedo” não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do 
jogo, pois conota criança e tem uma dimensão material, cultural técnica. 
Enquanto objeto, é sempre suporte para a brincadeira. É o estimulante 
material para fazer fluir o imaginário infantil. (KISHIMOTO, 2000, p. 21) 
 
Sendo assim a brincadeira é a ação que a criança concretiza ao adentrar no 
mundo lúdico, ou seja, quando ela imagina, cria, inventa e apresenta um 
comportamento espontâneo, livre de regras, podendo ou não, utilizar de um 
brinquedo 
 
Ainda de acordo com as ideias de Kishimoto (2000, p. 13), “definir o jogo não 
é uma tarefa fácil”, pois o jogo pode ser visto como: O resultado de um sistema 
lingüístico que funciona dentro de um contexto social, um sistema de regras, e um 
objeto. Dessa forma o jogo assume um papel conforme o contexto que ele está 
inserido. No primeiro caso, o jogo assume a imagem que cada sociedade lhe atribui, 
no segundo caso, um sistema de regras identifica no jogo uma estrutura que segue 
uma sequencia, que especifica sua modalidade e no terceiro caso, o jogo enquanto 
objeto. Sendo assim, é possível notar que há uma diferença significativa entre os 3 
níveis de diferenciação do jogo e que o professor deve conhecê-los para facilitar o 
seu uso no cotidiano. 
 
 
 22 
2.4 Piaget, Wallon, Vigotsky e a dimensão lúdica. 
 
Para entendermos a importância de alguns aspectos da ludicidade na 
educação infantil, se faz necessário resgatar teorias de autores como Piaget, 
Vigotsky e Wallon, que contribuíram significativamente nos proporcionando uma 
importante compreensão do desenvolvimento infantil. 
 
Segundo a pesquisadora brasileira, Kishimoto (2008), para Piaget cada ato de 
inteligência define-se pelo equilíbrio entre assimilação e acomodação. Assimilação é 
o processo cognitivo, pelo qual o sujeito incorpora um novo dado, eventos ou 
situações dentro de formas de pensamento, que formam as estruturas mentais 
organizadas. Acomodação é a criação de novos esquemas ou a modificação de 
esquemas já existentes para incorporar novos aspectos do ambiente existente. 
 
Desse modo temos também obrincar como um recurso que pode ser mais 
explorado e observado na escola desenvolvendo a criança, seu pensamento, 
linguagem, emoção, cognição, afetividade, entre outros. Sendo assim: 
 
Durante o ato de inteligência, adapta-se às exigências do ambiente externo, 
enquanto ao mesmo tempo, mantém sua estrutura mental intacta. O brincar, 
neste caso, é identificado pela primazia da assimilação sobre acomodação. 
Ou seja, o sujeito assimila eventos e objetos ao seu eu e suas estruturas 
mentais. (KISHIMOTO, 2008, p. 39). 
 
Ainda para a autora supracitada, Piaget, em suas pesquisas, observou ao 
longo do período infantil três sistemas de jogo: de exercício, simbólico e de regras. O 
jogo de exercício aparece por volta dos 18 meses de vida, e caracteriza-se pela 
repetição de movimentos e ações, por puro prazer funcional de executar atividades 
motoras. O jogo simbólico será melhor caracterizado adiante. Já os jogos de regras 
possibilitam a socialização da criança, pois a partir das regras nas brincadeiras 
ocorrem novas interações entre os indivíduos. 
 
Porém, enfatizaremos, devido ao tema da presente pesquisa, que ocorrem 
por volta da idade de 4 e 5 anos, os jogos simbólicos. 
 
 23 
 Conforme Kiskimoto (2008), na perspectiva piagetiana, estes jogos surgem 
por volta do segundo ano de vida com o aparecimento da representação e da 
linguagem e tem a função de assimilar a realidade. Assim, o papel da escola infantil 
é propiciar através do faz-de-conta que a criança descubra o mundo, realize sonhos 
e fantasias, revele e resolva conflitos interiores, medos e angústias, aliviando 
tensões e frustrações. Por meio dos jogos simbólicos a criança desenvolve a sua 
autoexpressão representando vários papéis, ou seja, imita situações da vida real. 
 
Ainda de acordo com Kishimoto (2008), com aparecimento do jogo simbólico 
a criança ultrapassa satisfação da manipulação. Ela vai assimilar a realidade externa 
ao seu eu, fazendo distorções ou transposições. O professor tem o papel de 
pesquisar, planejar e executar atividades diversas e, em espaços diversos a fim de 
possibilitar à criança vivências e aprendizagens diversas nas quais ele pode ser o 
observador, o participante, conhecendo e podendo planejar ações mais desafiadoras 
para a criança a fim de desenvolver suas habilidades e potencialidades. 
 
Na concepção de Wallon, “a atividade lúdica é uma forma de exploração, de 
infração da situação presente” (Kishimoto, 2008 p. 41). Dessa forma Wallon, 
classifica os jogos em 4 tipos :Jogos funcionais, que representam os movimentos 
simples, como o movimento do corpo;Jogos de ficção que enfatizam o faz-de-conta, 
no qual a criança assume papéis sociais brincando ;Jogos de aquisição, no qual a 
criança aprende vendo e ouvindo e os jogos de construção, em que a criança reúne, 
cria, combina, modifica objetos. Dessa forma é muito importante que o professor, 
compreenda cada fase da criança, pra intervir de maneira adequada, 
proporcionando o crescimento e favorecendo a brincadeira na educação infantil. 
 
De acordo com Kishimoto (2008), Vigotsky valoriza o fator social, mostrando 
que no jogo de papéis a criança cria uma situação imaginária, incorporando 
situações do contexto cultural adquirido por meio da interação e comunicação. 
Diante disso, é com o auxilio do jogo e da brincadeira que a criança toma 
consciência da sua realidade e dos desafios que lhe são propostos, emancipando-se 
das restrições das situações em seu cotidiano. Ainda de acordo com Vigotsky 
(2007) no brinquedo a criança começa separar significado do objeto de forma 
espontânea. Desse modo, a criança, com auxilio do brinquedo, alcança uma 
 24 
definição funcional de conceitos ou de objetos, e as palavras tornam-se parte de 
algo concreto. 
 
Conforme Kishimoto (2008), Piaget e Wallon ao analisarem a origem do 
comportamento lúdico concordam que ele provém da imitação, que representa uma 
acomodação do objeto. Segundo a autora, Wallon observa na imitação uma 
participação motora do que é imitado, e uma continuação da imitação do real, ou 
seja, por meio de jogos e outros ritos, as crianças executam simultaneamente os 
mesmos gestos e atitudes entregando-se aos mesmos ritmos. 
 
Diante dessas teorias Piaget, Wallon e Vigotsky concordam que a imitação é 
origem de toda a representação mental e a base para o aparecimento do jogo, daí a 
importância de valorizá-la no contexto escolar, oferecendo espaços e situações para 
que ocorram experiências com o brincar. 
 
2.5 O que vem a ser uma Brinquedoteca? 
 
Segundo Cunha (1992), a brinquedoteca é um espaço preparado para 
estimular a criança a brincar, permitindo acesso a uma variedade de brinquedos, em 
um ambiente especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a explorar, a 
sentir, a experimentar. Desse modo, a brinquedoteca é um espaço voltado para o 
desenvolvimento de atividades lúdicas, que estimula o desenvolvimento global das 
crianças. Esta autora ressalta que a brinquedoteca deve ser preparada de forma 
criativa e convidativa a brincar, um lugar em que a criança seja tocada pela 
expressividade da decoração, pois a alegria, o afeto, e a magia devem ser 
evidentes. 
 
Diante dessa concepção, podemos agregar a brinquedoteca ao espaço 
escolar a fim de oportunizar à criança acesso a vários brinquedos, brincadeiras e 
jogos, de aprender de forma lúdica e consequentemente suprir a escola de um 
espaço que auxilia no desenvolvimento cognitivo e social, respeitando o direito que 
toda criança tem de brincar. 
 
 
 25 
2.5.1 A Brinquedoteca e sua historicidade 
 
O trabalho com brinquedos, assim como a grande maioria dos métodos e 
recursos pedagógicos começaram a ser desenvolvidos a partir da necessidade de 
ajudar a estimular crianças deficientes, de acordo com que já apresentamos os 
educadores Pestalozzi, Froebel e Montessori foram os pioneiros no reconhecimento 
da importância da manipulação de brinquedos para a aquisição de experiências, 
pois no brinquedo observa-se auxilio indispensável para o desenvolvimento 
educacional. 
 
Segundo Cunha (1992), por volta de 1934, na cidade de Los Angeles, nos 
Estados Unidos, surge à primeira brinquedoteca, com a finalidade de emprestar 
brinquedos como um recurso comunitário. Este serviço é chamado de Los Angeles 
Toy Loan. Mas foi na Suécia em 1963, que a ideia de emprestar brinquedos foi mais 
desenvolvida e expandida, e assim surgiu à primeira Lekotek, com o objetivo de 
emprestar brinquedos e dar orientação às famílias de excepcionais sobre como 
poderiam brincar com seus filhos para melhor estimulá-los. Na Inglaterra, a partir de 
1967, surgiram as Toy Libraries, bibliotecas de brinquedos, um lugar em que as 
crianças podiam escolher brinquedos para levar para casa. 
 
De acordo com a autora supracitada, em 1971 com a inauguração do Centro 
de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE de São 
Paulo foi realizada uma exposição de brinquedos pedagógicos, que visava mostrar 
aos pais de excepcionais, profissionais e estudantes o que havia no mercado para 
ajudar no desenvolvimento dessas crianças. A partir do sucesso desse evento, o 
centro transformou-se em um Setor de Recursos Pedagógicos dentro da APAE, e 
em 1973 implantou o Sistema de Rodízios de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, 
a Ludoteca. 
 
Desse modo, em 1981, nasceu à primeira brinquedoteca no Brasil, com a 
Brinquedoteca Indianópolis, assim denominada pela precursora desse trabalho a 
pedagoga Nylse Cunha. Esse tema se expandiu tanto que em 1984 foi criada a 
Associação Brasileira de Brinquedotecas - ABBri, em São Paulo. Hoje em dia, esse 
 26 
espaço oferecevários cursos e palestras, inclusive cursos de formação que tratam 
desta perspectiva. 
 
A brinquedoteca é um espaço privilegiado que vem crescendo e com 
finalidades diferentes, sendo utilizada esta nomenclatura em diversos locais, como 
hospitais, shopping, supermercados e em outros como as escolas de educação 
infantil, foco deste trabalho e que vamos discorrer adiante. 
 
2.5.2 Os tipos de brinquedoteca e suas especificidades 
 
 Com base nas idéias de Kihimoto (1992), vamos apresentar alguns tipos de 
brinquedoteca no intuito de demonstrar o quanto esse espaço é muito importante, 
pois de acordo com Cunha (1992), brincar é coisa séria, e é essencial à saúde física, 
emocional e intelectual do ser humano, motivo pelo qual esse espaço se faz 
presente em diferentes contextos além do ambiente escolar. 
 
a) Brinquedotecas de comunidades ou bairros 
 
Esse tipo de espaço atende populações de um ou mais bairros, e são 
geralmente mantidas por associações, prefeituras ou organizações filantrópicas. 
Atendem o público local, oferecendo brinquedos e materiais de jogo para 
empréstimo às crianças e profissionais. 
 
b) Brinquedotecas para crianças portadoras de deficiências físicas e mentais 
Permite à criança portadora de deficiências físicas e mentais, o 
desenvolvimento e aprendizagem por meio de brinquedos, integrando a criança na 
sociedade e na família. 
 
c) Brinquedotecas em hospitais. 
 
Auxilia na recuperação da criança doente, permitindo a interiorização e a 
expressão de vivência da criança doente por meio do jogo e ameniza o trauma 
psicológico da internação por meio da atividade lúdica. 
 
 27 
d) Brinquedotecas em universidades 
 
Formar profissionais que valorizem brincadeiras, desenvolver pesquisas que 
apontem a relevância do jogo para a educação e dispor de um acervo de materiais 
de jogo para colaborar com a função docente. 
e) Brinquedotecas circulantes 
 
 É uma brinquedoteca itinerante, que leva brinquedos às crianças que moram 
em lugar distante, permitindo que as crianças de periferia usufruam por algumas 
semanas ou meses. 
 
f) Brinquedotecas em centros culturais 
 
Esses espaços estimulam a transmissão da cultura infantil, promovendo 
concursos e competições de jogos. 
 
g) Brinquedotecas nas escolas 
 
As escolas infantis geralmente adotam a brinquedoteca com finalidade 
pedagógica, dispondo de acervos de materiais de jogo e oferecendo espaço para 
brincar. Esses espaços suprem necessidades docentes relativas à disponibilidade 
de materiais destinados a promover a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. 
De acordo com as ideias de Kishimoto (1992), a brinquedoteca escolar estimula a 
interação entre pais e filhos por meio de jogos, assim, como também colabora com a 
educação dos pais, buscando o aperfeiçoamento na escolha de brinquedos. 
 
Segundo Cunha (1992), a brinquedoteca expressa uma filosofia de educação 
voltada para o respeito ao “eu” da criança e às potencialidades que precisam de 
espaço para se manifestarem. Dessa forma, a escola deve implantar a 
brinquedoteca no intuito de preservar a infância, contribuindo com o crescimento 
saudável da criança e sendo para o professor espaço para reconhecer a criança em 
seus diversos aspectos de desenvolvimento, seja, observando, participando e 
instigando novas vivências 
 
 28 
 Diante dessa concepção Cunha (2007), aponta que a brinquedoteca pode 
oferecer variedades de ambientes e cantinhos diferentes, os quais iremos 
apresentar a seguir: 
 
• Canto do faz de conta: espaço com mobílias, artigos de cozinha, de 
hospital, de supermercado e camarim; 
• Canto da leitura: canto para ver figuras ou ouvir histórias; 
• Canto das invenções: lugar onde as crianças inventam coisas e 
constroem com jogos de construção; 
• Sucatoteca: lugar onde são guardados todos aqueles objetos que 
podem servir para fazer coisas diferentes; 
• Teatrinho: para poderem criar histórias e manusear fantoches; 
• Mesa de atividades: em torno da qual poderão reunir-se para jogar ou 
para fazer qualquer trabalho coletivo; 
• Estantes com brinquedos: para serem manuseados livremente, 
sugerindo diferentes formas de brincar; 
• Oficina: de construção de brinquedos e de restauração de brinquedos 
quebrados; 
• Acervo: local com estantes cheias de jogos e quebra-cabeças 
guardados, mas à disposição das crianças que poderão retirar um de 
cada vez. 
 
Cabe ressaltar a importância desses cantinhos no contexto escolar, pois 
todos eles propiciam aprendizagem. Cada um com a sua especificidade contribui 
para o desenvolvimento integral da criança. Por isso mesmo sem a presença da 
brinquedoteca, e possível verificar alguns desses espaços na própria sala de aula na 
educação infantil. 
 
Desse modo, observa-se que, apesar da variedade de especificidade de cada 
tipo de brinquedoteca, todas elas destinam-se a promover o desenvolvimento da 
criança, brincadeiras e socialização, oportuniza a criança a ter contato com o mundo 
repleto de ludicidade.É essencial que o professor valorize o brinca e que, mesmo se 
não existir uma brinquedoteca, sejam garantidos momentos para brincar. 
 
 29 
2.6 E a formação do educador na perspectiva do lúdico? 
 
Faz-se necessário buscar às ideias de Ignachewski (2003) no que diz respeito 
a repensar os cursos de formação de professores da educação infantil e anos 
iniciais do ensino fundamental e introduzir na sua estrutura curricular a formação 
lúdica, pois a ludicidade conquista um grande espaço na educação infantil, por ser o 
brinquedo a essência da infância e seu uso permitir um trabalho pedagógico que 
possibilita a produção do conhecimento. Isso é importante, pois a partir do momento 
que os professores conhecerem mais sobre essa realidade vão poder trabalhar com 
mais segurança, e entender que a ludicidade é de grande valia para a educação e 
para o desenvolvimento infantil, valorizando o brincar, o jogar como recursos aliados 
à aprendizagem escolar. 
 
 
Conforme Ignachewski (2003), para que o educador possa introduzir uma 
atividade lúdica como elemento dinamizador de uma proposta pedagógica, é 
importante que ele vivencie o lúdico na sua trajetória acadêmica. É necessário que 
os currículos sejam revistos e analisados, já que há uma nova visão da criança, do 
jogo, brinquedo, desenvolvimento e aprendizagem. As instituições, em especial, que 
formam professores, estão se adequando às novas demandas curriculares. Assim, o 
professor poderá estudar e vivenciar situações compreendendo a relevância das 
atividades lúdicas no ambiente escolar, 
 
É importante o professor conhecer os conceitos e vivenciar práticas lúdicas, a 
fim de refletir sobre novas ações e planejamentos pedagógicos que norteiam a 
ludicidade na aprendizagem escolar. A partir dessa necessidade, nos últimos 
currículos do curso de Pedagogia foram inseridas disciplinas voltadas a formação 
lúdica do pedagogo, para além da Psicologia, tais como: Oficina de material 
didático”, “Jogos e brincadeiras”, “Ludicidade, corporeidade e movimento”, no caso 
da instituição de ensino superior na qual sou estudante. Nesse sentido a formação 
do educador ganha qualidade, pois além da formação teórica e da formação prática , 
há a inserção da formação lúdica. 
 
 30 
Na formação profissional, Wajskop (1992) defende a ideia de que na 
educação de crianças pequenas, em cursos de Pedagogia, aprende-se 
freguentemente diversas teorias sobre o brincar e o desenvolvimento infantil sem, no 
entanto, estabelecer uma relação com práticas educacionais e crianças reais. 
Geralmente as propostas transmitidas idealizam a infância, criando uma ideia junto 
as professoresde que ora nada se pode fazer em relação à brincadeira, ora deve 
ser aproveitada apenas didaticamente, transformando o jogo livre em apenas um 
simples exercício motor. É preciso valorizar atividades teóricas, práticas e de campo, 
pois só assim, o professor poderá atuar de forma mais coerente, tendo consciência e 
sabendo trabalhar atividades lúdicas. 
Portanto, a brinquedoteca por ser um espaço da criança, pode ser utilizada 
como local de observação e de conhecimento de forma mais completa. Desse modo, 
o professor e/ou futuro pedagogo deve vivenciar situações em formação a fim de 
analisar, discutir os objetivos e as finalidades das situações relacionadas ao brincar, 
a fim de valorizá-la e não apenas repetir a teoria ou ter os materiais (jogos, 
brinquedos etc.), mais desenvolver atividades desafiadoras e intencionais. Cabe 
ressaltar que o brincar não se resume apenas ao prazer, ele é muito mais amplo, 
pois envolvem perdas, frustrações, alegrias e diante de uma realidade social 
humana. É preciso também investir na formação do professor que possibilite 
trabalhar esse leque de possibilidades, envolvendo inclusive valores e a formação 
humana. 
 
Percebe-se que, o educador precisa estudar, experimentar e buscar se 
preparar para lidar com essa nova realidade dentro da educação, e se abrir ás 
mudanças e tentativas, estudando, investigando, instigando perguntas e 
incentivando a criança a novas descobertas. 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
3 METODOLOGIA 
Esta pesquisa utilizou o método qualitativo e quantitativo. Segundo Menezes 
e Silva (2001) o método qualitativo é válido porque considera que há um vínculo 
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser 
traduzido em números e que o ambiente natural é a fonte direta para coleta de 
dados e o pesquisador é o instrumento chave. Já o método quantitativo considera 
que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e 
informações para classificá-las e analisá-las. 
 
A pesquisa também será exploratória que segundo Bervian, Cervo e Da Silva 
(2007) não requer a elaboração de hipóteses a serem testadas no trabalho, 
restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre o assunto de 
estudo. 
 
Considerando a realidade e o contexto pesquisado o projeto utilizou o 
questionário aberto para a coleta de dados. A utilização do questionário como 
instrumento de pesquisa foi válido devido a fatores que exercem influência no 
retorno dos questionários. Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 195), questionário 
“É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a 
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza 
profissional”. 
 
 Esta pesquisa foi realizada com 6 professores da educação infantil (4 e 5 
anos)de 5 escolas do Plano Piloto, Brasília-DF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
4 ANÁLISES E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
 
Para a realização dessa pesquisa foram contatadas 10 escolas do Plano 
Piloto, Brasília- DF, sendo que foi observado anteriormente que maioria das escolas 
públicas não existe um espaço nomeado como brinquedoteca, existe uma sala 
chamada de multifuncional que tem televisão, DVD, livros e alguns brinquedos e 
jogos. 
 
Das 10 escolas, 5 das coordenadoras afirmaram ter brinquedoteca. A partir 
desses dados entrei em contato com as escolas com intuito de observar na prática a 
utilização da brinquedoteca no contexto da educação infantil. Ao primeiro contato, 
com as escolas, sempre era atendida pelas coordenadoras da educação infantil, e 
ao explicar a minha pesquisa, todas elas de alguma maneira justificavam que não 
era possível fazer a observação. Dessa forma, para a realização dessa pesquisa 
optou-se por um questionário aberto para coletar os dados. Num primeiro momento 
não tive problemas em relação à aceitação do questionário pelas coordenadoras, 
mas todas solicitaram que fosse dado um prazo para ser respondido, afirmando que 
as professoras não teriam tempo para responder na minha presença. Sendo assim, 
de comum acordo, estipulamos um prazo de 3 dias para as professoras 
responderem os questionários, porém em algumas escolas precisei retornar mais de 
3 vezes para obter os questionários. Nas 5 instituições particulares visitadas foram 
entregue 10 questionários, e obtive 6 respondidos. 
 
Fui muito bem recepcionada nas 5 escolas que tinham brinquedoteca, 
apenas pude visitar uma delas, porém não obtive autorização para fotografar o 
espaço. Desse modo, discorro sobre os dados obtidos nessa presente pesquisa por 
meio dos questionários e da visita a uma das escolas 
 
4.1 Dados gerais acerca dos professores pesquisados 
 
Esta pesquisa contou com a contribuição de 6 professoras de escolas 
particulares do Plano Piloto, Brasília-DF,que atuam com educação infantil e 
trabalham com crianças de 4 a 5 anos de idade. Todas as professoras são 
 33 
graduadas em Pedagogia, e tem em média de 7 a 20 anos de experiência nessa 
etapa da educação. 
A seguir, temos a descrição que caracteriza as professoras participantes: 
 
A. Sexo 
 
 Nas escolas visitadas, observou-se que quase não há presença de 
professores do sexo masculino na educação infantil, considerando que todos os 
questionários foram respondidos por professoras. 
 
 
B. Idade 
 
 
 
Gráfico 1: Idade 
 
 
Das 6 professoras que responderam o questionário observou-se que a maior 
parte se concentra na faixa etária de 36-40 anos.Nas outras faixas houve um 
equilíbrio. Nota-se que a faixa etária é bem abrangente, revelando que existem 
professoras de idades bem variadas atuando nessa etapa da educação como 
mostra o gráfico acima. 
 
 
 
 
 34 
 
C. Atuação 
 
Nota-se pelo gráfico abaixo que, as 6 professoras apresentam tempo de 
atuação na área de educação bastante variado, que vai de 7 a 20 anos. O que nos 
permite ter um aspecto mais amplo acerca das atividades que elas aplicam na 
educação infantil. 
 
 Gráfico 2: Atuação. 
 
 
 
 
 
D. Escolaridade 
 
Tabela 2: Escolaridade. 
Escolaridade Nº de professoras 
Magistério 2 
Superior 6 
Pós-graduação 5 
 
 
 35 
No que diz respeito à escolaridade, todas as professoras são graduadas em 
Pedagogia, dentre elas, duas fizeram Magistério e cinco fizeram Pós-graduação nas 
áreas de Neuropedagogia, Psicopedagogia, Inclusão, Educação Infantil e Libras. 
 
Nota-se que das 6 professoras que responderam o questionário, todas 
procuraram dar continuidade na sua formação, pois as 2 que fizeram o magistério 
buscaram a graduação em Pedagogia e 4 buscaram a Pós-graduação em áreas 
que podem contribuir com a sua atuação na educação infantil. 
 
A seguir descreveremos e analisaremos as respostas obtidas nos 
questionário aberto. Ressaltamos que as professoras estarão identificadas como 
Professoras 1, 2, 3, 4, 5 e 6 a fim de resguardar sua identidade, considerando que 
esta pesquisa buscou entender a utilização da brinquedoteca no contexto escolar. 
 
4.2 Dos questionários obtidos 
Quanto às respostas obtidas nos questionários abertos respondidos pelas 
professoras, temos o seguinte: 
 
Pergunta 1: O que você entende por atividades lúdicas? 
 
 
Quadro1: Conceito de atividade lúdica 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “São atividades onde as crianças aprendem por meio do concreto” 
2 “São atividades desenvolvidas com material concreto para que os 
 alunos possam aprender de uma forma lúdica e entender melhor 
 o conteúdo trabalhado.” 
3 “São atividades que envolvem brincadeiras, onde o aprendizado é 
 realizado de forma recreativa.” 
4 “São materiaisconcreto onde os alunos aprendem melhor o 
conteúdo trabalhado.” 
5 “São atividades onde a criança consegue fixar melhor o conteúdo.” 
 
6 
“É qualquer movimento que tem como objetivo produzir prazer 
quando executado, ou seja, divertir o que pratica.” 
 
 36 
 Verifica-se por meio das respostas que ao serem questionadas sobre 
atividade lúdica, 3 professoras entendem que são atividades em que as crianças 
aprendem através da utilização de material concreto, 1 associou atividade lúdica ao 
prazer, ou seja, atividades que despertem alegria na criança, que sejam divertidas e 
2 alegam que é uma atividade que ajuda a fixar o conteúdo trabalhado em sala de 
aula. 
Nota-se que das 6 professoras apenas 1 associou atividade lúdica a 
brincadeira, o que nos permite verificar de forma ampla que esse tipo de atividade 
ainda está muito voltada para o aprendizado e fixação de conteúdo sem se 
preocupar com a satisfação pessoal da criança. 
 
A partir das respostas, observou-se que de modo geral, a prática pedagógica 
da atividade lúdica está direcionada para o desenvolvimento da aprendizagem da 
criança, pois nenhuma professora mencionou a importância da atividade lúdica para 
a formação global do indivíduo, necessária para o desenvolvimento da socialização, 
da criatividade e das diversas linguagens fundamentais na formação integral do ser 
humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
Pergunta 2: Cite exemplos de atividades lúdicas que desenvolve com sua turma? 
Cite a atividade e o local onde costuma acontecer. 
 
Ao serem solicitadas a exemplificar as atividades lúdicas as 6 professoras 
citaram os seguintes elementos descritos na tabela abaixo: 
 
Tabela3: Atividades lúdicas 
 
Atividades lúdicas 
 
Nº de professoras que 
responderam 
Fantoche 1 
Lego 1 
Sucata (tampas e palitos) 2 
Música 3 
Material dourado 2 
Tinta 1 
Massinha 1 
Argila 1 
Cantiga de roda 1 
Bingo 2 
Jogo da memória 1 
Dominó 1 
Alinhavo 1 
Calendário 2 
Quebra-cabeça 1 
 
Observa-se que o que mais apareceu nas respostas foram as atividades com 
música, pois 4 professoras citaram a música como exemplo, em seguida, vieram os 
exemplos de sucata(tampas e palitos), material dourado, bingo e calendário. Nesse 
sentido, existe mais ênfase para música e em seguida, para as brincadeiras 
dirigidas. Dentre as professoras que responderam sobre o local que costuma 
acontecer essas atividades, 4 afirmaram que essas atividades costumam acontecer 
na sala de aula e na área externa da escola . 
 
Cabe ressaltar que nessa pergunta as professoras apenas indicaram os 
materiais didáticos que utilizam, e não descreveram as atividades lúdicas que são 
 38 
desenvolvidas com a turma, daí a dificuldade de compreender o contexto de 
utilização, considerando que não foi possível observar in loco todos os espaços e 
atividades desenvolvidas. 
 
Pergunta 3: Qual seu papel junto às crianças, considerando as atividades 
lúdicas na escola? 
 
Quadro2: O papel do professor na atividade lúdica 
 
PROFESSORA 
 
RESPOSTA 
 
1 
“Preparar as atividades de acordo com o objetivo que se quer 
alcançar.” 
2 “Interação com ás crianças juntamente com as atividades 
propostas.” 
 
 
3 
 
“É levar o aprendizado de forma significativa proporcionando 
conhecimento e interação com a bagagem que tenho.” 
4 “Interação com ás crianças juntamente com as atividades 
propostas.” 
5 “Importante.” 
 
6 
“De extrema necessidade. O educador deve ser preparado para 
auxiliar as crianças em toda e qualquer tipo de brincadeira seja ela 
espontânea ou orientada.” 
 
Percebe-se que na maioria das respostas o papel das professoras é de 
agente do processo de aprendizagem, no qual 2 professoras afirmam que tem o 
papel de interagir com as crianças junto às atividades e 1 tem o papel de tornar o 
aprendizado significativo. 
 
Dessa forma, cabe ressaltar a importância do papel do pedagogo em propiciar 
essas atividades no ambiente escolar, sendo mediador desse processo de 
aprendizagem, estimulando, contribuindo e ajudando na formação global da criança, 
revelando muitas vezes informações que contribuem para o desenvolvimento da 
mesma e auxiliando a trabalhar os conteúdos curriculares, seja como observador ou 
participante. Aí retomamos as idéias de Ignachewski (2003) ao dizer que para que o 
educador possa introduzir uma atividade lúdica como elemento dinamizador de uma 
 39 
proposta pedagógica, é necessário que ele tenha vivenciado o lúdico na sua 
trajetória acadêmica e de vida. É necessário que os currículos sejam revistos e 
analisados, já que há uma nova visão da criança, do jogo, brinquedo, 
desenvolvimento e aprendizagem. 
 
Percebe-se a necessidade de estudar mais sobre este assunto com os 
professores, a fim de entender o que vem a ser mediar uma atividade lúdica. A 
mediação deve ir para além de dar uma resposta para a criança, mas sim instigá-la 
a descobrir cada sentido e significado, por isso, planejar as atividades, pensar no 
que pretende ao levar as crianças para a brinquedoteca, assim como o que será 
observado naquela atividade e como esse professor vai participar ou não das 
brincadeiras. 
 
Pergunta 4: Para você, o que é uma brinquedoteca? 
 
Quadro3: Conceito de Brinquedoteca. 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “É um local onde a criança vivencia situações com papel social, 
por meio da brincadeira.” 
2 “Mais um recurso na escola para que se possa desenvolver os 
conteúdos trabalhados.” 
3 “É um local onde se tem opções de objetos, brinquedos, espaço 
que as crianças exploram sua imaginação.” 
4 “Mais um espaço para trabalhar a socialização das crianças.” 
 
5 
“Um lugar repleto de brinquedos onde pode ser trabalhado 
vários conteúdos com os alunos.” 
 
6 
“É um lugar próprio reservado aos brinquedos, criado para dar a 
criança a oportunidade de brincar e mergulhar em seus 
sonhos.” 
 
Por meio das respostas descritas, nota-se que a maioria das professoras 
identificou a brinquedoteca como um espaço reservado aos brinquedos, no qual 
também pode ser trabalhado o papel social, o conteúdo, a imaginação e a 
socialização, apenas uma professora mencionou que seria um lugar para a criança 
 40 
ter oportunidade de brincar. Apenas as professoras 3 e 6 definiram a brinquedoteca 
como um espaço preparado para brincar, mergulhar em sonhos e explorar a 
imaginação. 
 
Segundo Cunha (1992), a brinquedoteca é um espaço preparado para 
estimular a criança a brincar, que possibilita um acesso a variados brinquedos 
dentro de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar que convida a criança a 
explorar, a experimentar e sentir. Desse modo, a brinquedoteca no ambiente escolar 
pode desenvolver tudo que foi citado pelas professoras, porém sem perder a sua 
verdadeira essência que é o de favorecer a brincadeira. 
 
 
 Pergunta 5-Na sua escola existe brinquedoteca? Por quê? 
 
Quadro 4: Brinquedoteca presente na escola. 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “Sim, para que as crianças vivenciem esse rico momento de 
brincar.” 
2 “Sim. Para desenvolver o método da escola juntamente com as 
atividades propostas.” 
3 “Sim, mas fica reservada somente a guardar os brinquedos e 
jogos.” 
4 “Sim. Não sei. 
5 “Não. Existe ludoteca.” 
6 “Sim.” 
 
Das 6 professoras que responderam o questionário, 5 afirmaram que na 
escola em que atuam existe esse espaço, porém com finalidades diferentes, tais 
como: desenvolver o método da escola;somente guardar os brinquedos e jogos e 
brincar.Tive a oportunidade de conhecer a brinquedoteca da escola em que as 
professoras 1 e 2 atuam,na verdade esse espaço que é denominado de 
brinquedoteca, é uma sala com mesas e cadeiras para as crianças sentarem, não 
há brinquedos e jogos, e segundo a coordenadora da escola também não é 
desenvolvida nenhuma atividade com as crianças nesse espaço. Observou-se na 
verdade que esse espaço é reservado para as crianças ficarem aguardando os pais 
 41 
ao final da aula. Nessa escola, existem espaços diversificados na sala de aula, como 
o canto da leitura, com uma estante cheia de livros infantis e tapetes de E.V.A para 
as crianças sentarem e ouvirem histórias contadas pela própria professora, 
brinquedos variados tanto para meninos como para meninas, e na área externa um 
parquinho com brinquedos variados que é de uso comum da educação infantil. 
Percebe-se que existe um equivoco conceitual e prático do que vem a ser uma 
brinquedoteca, a professora 1 afirma que é um espaço para vivenciar o momento de 
brincar, já a professora 3 diz que o espaço é apenas para guardar jogos e 
brinquedos, e por isso não permitiram que observa-se o local com a justificativa de 
que é apenas um depósito. A professora 6 afirmou ter o espaço na escola, porém, 
não respondeu por quê. 
 
Das 6 professoras que responderam,1 respondeu que existe uma ludoteca, 
que segundo Almeida(2003) é uma sala que contém os mais variados tipos de jogo 
pedagógicos, porém, é usada apenas para armazenar os jogos e brinquedos. As 
demais professoras afirmaram que também, existem brinquedos, casinha de boneca 
fora e dentro da sala de aula e parquinho na área da escola. Nota-se que o brincar 
parece ser presente na escola, e não há uma clareza do que seja uma 
brinquedoteca. 
 
Desse modo, percebe-se que ainda não há uma preocupação em ter um 
espaço com recursos diversos no ambiente escolar voltado para o brincar, no caso a 
brinquedoteca,e quando há, não existe uma preocupação em estruturar o espaço 
para atender as crianças de acordo com os objetivos de uma brinquedoteca escolar, 
que segundo Kishimoto(1992) é o de suprir a escola de brinquedos e materiais de 
jogo necessários às atividades pedagógicas, estimular a interação entre pais e filhos 
por meio de jogos, oferecer um espaço para o desenvolvimento de brincadeiras e 
incentivar a autonomia e desenvolver a capacidade crítica. Ainda temos que estudar, 
testar e avançar bastante em relação a prática voltada ao brincar, em alguns casos, 
existem materiais didáticos, mas muitas vezes, não estão acessíveis às crianças 
e/ou não há um planejamento em relação às atividades para abordar o manuseio, as 
trocas, as relações, as descobertas que estes materiais que existem, resgatando 
também o papel do professor diante destas situações, que não envolve análise 
comportamental e sim pedagógica. 
 42 
Pergunta 6- Para você qual o papel da brinquedoteca na escola? 
 
Quadro 5: Papel da brinquedoteca. 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “É um local onde a criança vivencia situações com papel social, 
por meio da brincadeira.” 
2 “Para desenvolver o método da escola juntamente com as 
atividades propostas.” 
3 “Proporcionar ao educador forma diversificada para trabalhar e 
ambiente diferenciado para as crianças explorarem.” 
4 “Seria mais um espaço onde as crianças desenvolveriam a 
socialização.” 
5 “Interessante, divertido, desenvolve a imaginação da criança.” 
6 “É estimular as crianças a brincarem, desenvolvendo a 
criatividade e aprendendo a valorizarem as atividades lúdicas.” 
 
As 6 professoras apresentaram percepções diferentes acerca do papel da 
brinquedoteca na escola, porém são percepções que se completam, pois a 
brinquedoteca é um local que serve para desenvolver a certos objetivos que foram 
citados como: Desenvolver socialização, imaginação e estimular a criança a 
brincar,vivenciar situações. 
 
Nota-se que elas colocam que o papel da brinquedoteca é de certa forma, 
propiciar o desenvolvimento, viver, simular situações da vida real, trabalhar o 
imaginário, outra disse que é para desenvolver o método da escola, outra colocou a 
questão de o espaço proporcionar outras formas de atividades. Assim, resgatamos a 
ideia do RCNEI ao tratar do objetivo destinado ao brincar dentro das escolas 
expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
Pergunta 7- Você utiliza esse espaço? ( ) Sim ( ) Não. Caso a resposta seja 
positiva, como utiliza? 
 
Quadro 6:Utilização da brinquedoteca. 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “Sim. Fazendo mediações e observações na hora da brincadeira.” 
2 “Sim. Pra desenvolver as atividades propostas de cada série.” 
3 “Não. Na escola fica como depósito para os brinquedos e jogos.” 
4 “Não.” 
5 “Não.” 
6 “Não. Quando necessito de algum brinquedo busco e uso em 
sala.” 
 
Das 6 professoras que responderam o questionário apenas 2 afirmaram 
utilizar a brinquedoteca e 4 não utilizam. As que afirmaram que fazem uso desse 
espaço disseram utilizar com o propósito de mediar e observar a brincadeira como 
no caso da professora 1, e a professora 2 busca desenvolver as atividades 
propostas de cada série. A partir dos dados presente no quadro, observa-se também 
que, a utilização da brinquedoteca no contexto escolar parece restrita, limitando-se a 
buscar o brinquedo que é sempre definido pela professora, e nesse caso, a criança 
não participa da escolha do que deseja brincar, a professora busca desenvolver 
atividades direcionadas. Assim, relembramos Vygotsky (2007) ao enfatizar que é 
através dessa atividade, o brincar (ato de escolher, manusear, fazer de conta) que a 
criança desenvolve iniciativa, expressa o seu desejo e internaliza as regras sociais. 
Das 4 professoras que não utilizam esse espaço,1 reafirma que a brinquedoteta é 
usada como mero depósito de brinquedos. Percebe-se um equivoco conceitual 
acerca do que vem a ser a brinquedoteca. 
 
Dessa forma, sendo a brinquedoteca um espaço voltado para a criança, os 
professores deveriam estimular o uso desse espaço, levando em conta que o brincar 
desempenha um papel importante na estruturação do pensamento, das emoções 
auxiliando no desenvolvimento e na aprendizagem. Sendo esses fatores 
fundamentais para o desenvolvimento global da criança. De certa forma, percebe-se 
por meio das respostas analisadas até o presente momento que existe um certo 
entendimento do que a brinquedoteca propicia desenvolver, no entanto, na prática, 
 44 
falta pensar nestas atividades, seja livre, no sentido de o professor não intervir ou 
mais dirigidas quando o professor estabelece tipos de jogos e brinquedos, assim 
como brincar em cantinhos específicos ou com determinados colegas. 
 
Pergunta 8- Você costuma levar as crianças a brinquedoteca? ( ) Sim ( ) Não. 
Caso a resposta seja positiva, para que leva as crianças? 
 
Quadro 7: Visita a brinquedoteca. 
PROFESSORA RESPOSTA 
 
1 
 “Sim. É um local onde a criança vivencia situações com papel 
social, por meio da brincadeira.” 
3 “Sim. Pra desenvolver as atividades propostas da cada série.” 
4 “Não. 
5 “Não.” 
6 “Não.” 
7 “Não.” 
 
 
Com base nas respostas descritas acima, apenas 2 professoras levam as 
crianças a brinquedoteca e 4 disseram não levar. Das 2 que afirmaram que usar 
esse espaço, 1 desenvolve atividades de acordo com a série e a outra utiliza para as 
crianças brincarem. De modo geral, podemos observar que mesmo tendo o espaço 
na escola, não há estímulo para as crianças frenquentarem a brinquedoteca com 
regularidade e finalidades, em especial, brincar. Nesse sentido, é preciso que seja 
trabalhada a importância do brincar, de se frequentar esse espaço e de outros tipos 
de atividades, sejam mais livres ou mais dirigidasque podem ser desenvolvidas a 
cada ida. Apesar de ao longo de todas as das respostas do questionário, algumas 
professoras demonstrarem que compreendem a função lúdica dos jogos e dos 
brinquedos, no entanto, o momento de ir a este espaço não é prioridade na rotina 
escolar, desconsiderando as respostas que dizem que a brinquedoteca ajuda no 
desenvolvimento das crianças. 
 
 
 
 
 
 45 
Pergunta 9- Marque com X os materiais existentes na brinquedoteca da sua 
escola: 
 
 Tabela4: Materiais existentes na brinquedoteca 
Materiais N° de brinquedotecas que 
possuem esse material 
1. Livro de pano 5 
2. Telefone 4 
3. Panelinhas e todo tipo de utensílios de 
cozinha 
5 
4. Mobilinhas e objetos domésticos 4 
5. Bonecas 4 
6. Máscaras, chapéus, fantasias e capas 4 
7. Fantoches 5 
8. Bichinhos de plástico e de pelúcia 4 
9. Massa para modelar 3 
10. Quebra-cabeça simples 5 
11. Tambor, pandeiro e corneta 3 
12. Carros, caminhões, trenzinhos e aviões 4 
13. Pianinho ou xilofone 3 
14. Cabanas e casinhas 3 
15. Balde e pazinha 4 
16. Bloco de construção 5 
17. Material para pintura e desenho 2 
18. Jogos: damas, dominó, loto... 4 
19. Jogos de circuito 3 
20. Carrinho de boneca 4 
21. Livros de história 3 
 
 
Os materiais descritos na tabela acima foram colocados conforme a teoria de 
Cunha (2007), na qual afirma que, para o brinquedo representar um desafio para a 
criança, deve estar adequado ao interesse, às necessidades e às capacidades da 
etapa de desenvolvimento em que ela se encontra. Dessa forma diante do contexto 
dessa pesquisa que abrange a idade de 4 e 5 anos os materiais dividem da seguinte 
forma: 
 
Período pré-conceitual: 2 a 4 anos, nessa fase a criança parte da imitação do seu 
cotidiano, brinca de faz de conta e pode usufruir os seguintes brinquedos: 
Livro de pano; 
 46 
 Telefone; 
 Panelinhas e todo tipo de utensílios de cozinha; 
 Mobilinhas e objetos domésticos; 
 Bonecas; 
 Máscaras, chapéus, fantasias e capas; 
 Fantoches; 
 Bichinhos de plástico e de pelúcia; 
 Massa para modela; 
 Quebra-cabeça simples; 
 Tambor, pandeiro e corneta; 
 Carros, caminhões, trenzinhos e aviões; 
 Pianinho ou xilofone; 
 Cabanas e casinhas; 
 Balde e pazinha. 
 
Período intuitivo: 4 a 7 anos, nessa fase a criança a criança esta mais hábil e gosta 
de montar e desmontar , assim como de desenhar.Gosta de ouvir histórias e é capaz 
de inferir o final e de prever situações.O grupo de amigos passa a ser importante, 
estabelece e cobra regras e gosta de competições e de jogos com 
amigos.Brinquedos sugeridos: 
Bloco de construção; 
Material para pintura e desenho; 
Jogos: damas, dominó, loto; 
Jogos de circuito; 
Carrinho de boneca; 
Livros de história. 
 
Dessa forma os materiais que mais se destacaram foram: livro de pano, 
panelinha e todos os tipos utensílios de cozinha, fantoche, quebra-cabeça simples e 
bloco de construção, pois eles aparecem em 5 brinquedotecas e que são 
característicos da faixa etária de 2 a 4 anos, com exceção do bloco de construção 
que compreende a faixa de 4 a 7 anos .Já o material que menos aparecem são : a 
massa de modelar,tambor, pandeiro e corneta, pianinho xilofone, cabanas e 
 47 
casinhas, material para pintura e desenho e livros de história, presentes no período 
pré-conceitual , destinado a faixa etária de 2 a 4 anos. 
 
Cabe ressaltar que a brinquedoteca que eu pude observar, na realidade não 
havia nenhum destes materiais, todos que foram citados pela professora 1 na 
realidade estavam armazenados em sala de aula . 
 
 
Pergunta 10- Dos materiais marcados no item anterior quais você utiliza com as 
crianças? Por quê? 
 
Quadro 8:Materiais . 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “Todos, em momentos dirigidos e livres.” 
2 "Todos, depende muito da atividade que será trabalhada.” 
 
3 “Utilizo o fantoche, para contar histórias, jogos importante 
para o raciocínio e massinha, desenvolve coordenação” 
 
4 “Não utilizo nenhum. 
 
5 
“Todos, porque são úteis para o desenvolvimento psicomotor 
da criança.” 
 
6 “Uso bloco de construção, auxiliam na aprendizagem das 
crianças, evoluindo no raciocínio abstrato.” 
 
 
Observa-se que de modo geral as professoras utilizam os materiais 
descritos na tabela 4,com a finalidade pedagógica de desenvolver a cognição da 
criança. Apenas a professora 1 usa o material em momentos livres e a professora 
4 não utiliza nenhum dos materiais. Desse modo é preciso repensar nas atividades 
pedagógicas que são realizadas nesse espaço e nos brinquedos que podem ser 
utilizados, pois dessa forma as crianças poderiam explorar mais e fazer novas 
descobertas, o que contribuiria muito mais para o seu desenvolvimento nos 
diversos aspectos. 
 48 
Pergunta 11- Você recebeu orientações ou curso acerca do tema “lúdico” na 
escola, em especial, da brinquedoteca? Onde? Quando? Escreva um pouco 
sobre isso. 
 
Quadro 9:Orientação acerca da brinquedoteca. 
PROFESSORA RESPOSTA 
1 “Não.” 
 
2 
 “Não. No curso de graduação foi trabalhado na matéria de 
didática o lúdico, e hoje percebo o tanto que é importante para o 
crescimento dos meus alunos.” 
 
3 
 “Não, o que conheço e desenvolvo é através de pesquisas e 
buscas próprias.” 
 
4 
 “No curso não recebemos esse tipo de orientação, hoje percebo 
o quanto é importante e de grande valia essa prática.” 
5 “Não.” 
 
6 
 “Na graduação. Como educadora preciso me conscientizar da 
necessidade de resgatar o brincar nas escolas e lembrar da 
grande importância para a criança do faz de conta , do fantoche, 
dramatizações, brincadeiras de roda. Cantigas e etc.” 
 
Dentre as 6 professoras que responderam o questionário, 2 receberam 
conhecimentos sobre o tema na graduação, 5 não receberam, porém a professora 2 
afirma que na graduação o lúdico foi trabalhado na matéria didática. De modo geral, 
as professoras sabem da importância de se trabalhar considerando a ludicidade, o 
brincar, o jogar, mas não apresentam respostas condizentes com uma prática 
pautada no que conhecem. Algumas professoras vão em busca de informações 
acerca do assunto, como no caso da professora 3, que o que conhece e desenvolve 
é através de pesquisas e buscas próprias. A professora 6 reconhece que como 
educadora precisa conscientizar-se da necessidade de resgatar o brincar nas 
escolas, exemplificando com alguns materiais didáticos e atividades lúdicas. 
 
Dessa maneira, conclui-se que as professoras, de modo geral, não recebem 
nenhum tipo de orientação acerca do lúdico, e nem em relação à brinquedoteca 
tanto no processo de graduação, como na própria escola em que atuam. Por outro 
 49 
lado as escolas parece não valorizar muito o lúdico, pois a preocupação está voltada 
quase que exclusivamente para o desenvolvimento cognitivo da criança, não 
levando em conta que na brinquedoteca com o auxilio do brinquedo é possível 
trabalhar todas as dimensões do desenvolvimento: socioafetivo, cognitivo e 
psicomotor. Desse modo, Almeida (2003), afirma que o sentido real, verdadeiro e 
funcional da educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para 
realizá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Esta pesquisa buscou trabalhar um assunto que é muito estudo, a 
brinquedoteca, porém que na prática muitos dos professores não sabem como atuar, 
e desenvolver atividades dentro desse espaço. Nesse sentido estudar esse assunto 
nos deu oportunidade de conhecer a realidades de algumas escolas

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