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PSICO-ONCOLOGIA: a importância da psicologia no tratamento multidisciplinar do câncer PROFESSORA: MÁRCIA CANDELARIA DA ROCHA PSICÓLOGA DO HOSPITAL DE TRAUMA/CG PROFESSORA DA UEPB E DA NASSAU/CG Introdução A doença crônica pode produzir consequências como dor, desconforto, baixa autoestima, incerteza quanto ao futuro, ideias suicidas, medos, pânico, transtornos gerais e específicos de conduta, dificuldades no relacionamento familiar e interpessoal, ansiedade, depressão, entre outros. Pacientes com câncer Pacientes com diagnóstico de câncer apresentam tendências à depressão quando comparados com a população saudável; Perdas importantes na qualidade de vida; Ajustamento psicossocial dos pacientes e seus familiares; De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer é a segunda maior causa de morte do mundo. História do câncer e novas indagações Câncer é denominação genérica para modificações em estruturas celulares que resultam, de modo geral, em formações tumorais; A especificidade dessas formações é sua capacidade de migrarem, por via sanguínea ou linfática, para outros órgãos do corpo e aí se estabelecerem, gerando novos grupamentos celulares; Trata-se das metástases que, na maior parte dos casos, são as verdadeiras causas da morte do paciente; Alguns critérios sobre a gravidade e prognóstico da cada caso. definem condutas e tratamentos que, a cada dia, nos mostram que câncer e morte não são sinônimos; Mas houve um tempo em que o câncer era inevitavelmente fatal; Essa realidade fez com que se desenvolvessem, no imaginário das pessoas, medos intensos em relação a essa doença. Tratamento do câncer O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade; A partir da década de 70, as chances de se curar do câncer vem aumentando. De modo geral e dependendo do diagnóstico, após o tratamento, se o paciente não apresentar evidencias clínicas ou laboratoriais da doença, pode-se dizer que está curado. Ainda sim o mesmo tumor ou outro diferente pode aparecer após esse período. No atendimento de indivíduos com alguma enfermidade crônica, tal como câncer, as funções do psicólogo devem: Favorecer a adaptação dos limites, das mudanças impostos pela doença e da adesão ao tratamento; Auxiliar no manejo da dor e do estresse associados à doença e aos procedimentos necessários; Auxiliar na tomada de decisões; Preparar o paciente para a realização de procedimentos invasivos dolorosos, e, enfrentamento de possíveis consequências dos mesmos; Promover melhoria da qualidade de vida; Auxiliar a aquisição de novas habilidades ou retomada de habilidades preexistentes; Revisão de valores para o retorno à vida profissional, familiar e social ou para o final da vida. Psico-oncologia A Psico-oncologia consiste na interface entre a psicologia e a oncologia; São abordadas questões psicossociais que envolvem também o adoecimento acarretado pelo câncer; Utilizam-se estratégias de intervenção que possam ajudar o paciente e seus familiares no enfrentamento e na aceitação de uma nova realidade, promovendo, assim, melhorias na qualidade de vida; A adesão aos tratamentos está associada a fatores psicológicos e sociais; Participação ativa do doente no processo de tratamento; Depressão e câncer; Aspectos comportamentais (tabagismos, álcool); Fatores genéticos, ambientais, sociais e psíquicos que poderiam ser associados à eclosão do câncer, Câncer, psicossomática e psicanálise As doenças podem ser iguais, os protocolos também, mas o sofrimento é individual, subjetivo e único; Em momentos como esse o paciente pode tomar consciência de sua finitude; Estar doente, traz à tona uma outra subjetividade, uma outra vida; O adoecimento do ser humano é uma das formas de expressão quando ele se encontra no limiar do sofrimento. Pode ser a única maneira que o paciente encontrou para dizer que ele não está, absolutamente, conseguindo lidar, com certo equilíbrio, com as situações difíceis da sua vida; Muitos pacientes de câncer tem dificuldades de expressar suas emoções, sobretudo aquelas agressivas e hostis. Não têm acesso a seu mundo interno, não identificam sentimentos e emoções e também não conseguem nomeá-los. O corpo como palco O corpo entra no "palco da vida" e passa a atuar como personagem principal, onde o seu papel é adoecer e expressar-se através da "linguagem dos órgãos"! Um corpo adoecido, é um corpo altamente investido. O investimento que estava localizado em pessoas, coisas e objetos, volta-se para o interior do sujeito; A doença é uma "manifestação de vida", pois é através dela que procuramos reparar alguns erros na tentativa de nos mantermos vivos e sadios. Um dia...Pronto!...Me acabo. Pois seja o que tem de ser. Morrer: Que me importa? O diabo é deixar de viver. Mario Quintana
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