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DESAFIO GESTAO PUBLICA 2017.2

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2
UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP-POLO DE JUAZEIRO- BA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
DISCIPLINAS NORTEADORAS: GESTÃO URBANA E SERVIÇOS PÚBLICOS; LICITAÇÕES, CONTRATOS E CONVÊNIOS; FINANCIAMENTOS PÚBLICOS; POLÍTICAS PÚBLICAS E ESTADO E PODER LOCAL
DANIEL ALVES DE SOUZA- RA: 4033685823
MAICON OLIVEIRA DE SÁ- RA-3501642242
LUIZ PAULO DE CASTRI SANTOS- RA-4206747570
WILLIAN DA SILVA MATIAS- RA- 418259179
DESAFIO PROFISSIONAL IV
TUTOR EAD: SÖNIA ALVES MARTINS
JUAZEIRO / BA
NOVEMBRO/ 2017
Sumário
INTRODUÇÃO
O presente trabalho possui como tema a análise das políticas públicas de previdência social na efetivação da cidadania dos idosos no Brasil, a partir de uma análise teórico metodológica da duplicidade da perda dos valores dos benefícios previdenciários em virtude da incidência do novo período de base de cálculo e do fator previdenciário, assim como também, dos índices de reajustes anuais concedidos aos benefícios com valor superior ao mínimo. Tal análise levará em consideração o Princípio da Irredutibilidade do valor dos benefícios e o preceito constitucional da Conservação do seu Valor Real. Segundo Lima1 , o Princípio geral da irredutibilidade salarial fundamenta-se principalmente no princípio da progressão social, vejamos: 
“1. No princípio da progressão social, segundo o qual o trabalhador não pode sofrer redução do seu padrão de vida; 2. Nos caracteres do salário, que são: a) sinalagma (relação de equivalência supletiva das obrigações); b) caráter alimentar, o que lhe garante a qualidade de crédito preferencial; c) caráter forfetário (não está sujeito aos riscos de empreendimento); d) persistência em caso de paralisação das atividades independente da vontade do obreiro; e) natureza composta do salário (fixo mais adicionais); f) irredutibilidade; g) determinação heterônoma do salário (lei, instrumentos coletivos, regulamento de empresa, contrato individual); h) proporcionalidade com a natureza da prestação.” 
Neste contexto apresentam-se como possíveis hipóteses: 1. No atual contexto brasileiro a Previdência Social é um fator importante para a efetivação da cidadania, mas não permite a plena efetivação dos direitos sociais, e, principalmente, vem causando a perda dos mesmos, particularmente em razão da incidência do fator previdenciário e dos valores dos índices de reajustes anuais dos benefícios de aposentadoria. 2. Analisando a atual conjuntura social brasileira e a duplicidade da perda dos valores auferidos nos benefícios de aposentadoria concedidos pela Previdência Social, acredita-se que as políticas públicas de previdência social não cumprem os ditames constitucionais de inclusão social, minimização das desigualdades e de direito da condições mínimas de subsistência. 3. As políticas públicas de previdência social concretizam seu objetivo de inclusão social, minimização das desigualdades e o direito a condições mínimas de subsistências, promovendo a efetivação da cidadania e dos direitos sociais, garantidores da dignidade da pessoa humana, mesmo com a incidência do fator previdenciário e dos valores dos índices de reajustes anuais dos benefícios de aposentadoria.
Demonstra-se, portanto, que o objetivo deste trabalho é analisar a contribuição das políticas públicas de previdência social2 na efetivação da cidadania e concretização da dignidade da pessoa humana, sua relevância e limitações face aos diferentes níveis de valores auferidos nos benefícios concedidos, em virtude da incidência do fator previdenciário e dos índices de reajustes anuais concedidos aos benefícios superiores ao mínimo. 
Objetiva-se ainda especificamente analisar os conceitos e pressupostos de políticas públicas, da Seguridade Social e da cidadania; apresentar elementos histórico-sociais da evolução dos direitos sociais e da Previdência Social no Brasil; avaliar o impacto social e econômico das políticas públicas de previdência social; analisar a incidência do novo período de base de cálculo e do fator previdenciário, como também dos valores dos índices de reajustes anuais dos benefícios acima do mínimo face aos Princípios da Irredutibilidade dos benefícios e da Conservação do valor real; e por fim analisar a concretização da cidadania dos idosos frente à dupla perda dos valores dos benefícios auferidos. O estudo de políticas públicas mostra-se importante, sob o ponto de vista prático, na medida em que uma melhor compreensão do tema proporciona ações mais adequadas e potentes. Do ponto de vista acadêmico, a compreensão teórica dos fatores determinantes das políticas são relevantes para obter-se uma melhor compreensão dos resultados das ações governamentais. 
Desta forma, como se entende que as ações e decisões ligadas a previdência social constituem-se políticas públicas, o presente estudo demonstra ter a pertinência temática adequada à linha de pesquisa do mestrado. Um trabalho de pesquisa nesta área mostra-se importante, em razão do tema possui relevância social e científica, visto que a cidadania é uma conquista social, e está passando por um processo de redefinição desafiador, causado pela evolução social, pela globalização e pela redemocratização do Estado, sendo considerada como um atributo fundamental para se conquistar a dignidade da pessoa humana. Do ponto de vista da Ciência do Direito, o tema é importante porque permite caracterizar as políticas públicas de previdência social como pressuposto de efetivação da cidadania.
2.PASSO 1 APRESENTAR OS EXEMPLOS DE AÇÕES/GESTÃO QUE, RESULTARAM EM MUDANÇAS.
	1 – Identificação (nome) destes espaços democráticos de participação (serviços, instituições, conselhos, movimentos, poderes públicos em diferentes esferas e setores, entre outros,...). 
	2 – Qual a ação/gestão que foi desenvolvida, seu objetivo, sua estruturação, forms de organização ou planejamento para obter êxito. 
	3 – Se houve participação do profissional de Gestão Social contribuindo de alguma forma na busca da defesa da democracia e dos direitos humanos e sociais e qual foi esta intervenção profissional? 
	4– Relatar se houve eficiência, eficácia e efetividade nas ações/gestão apresentadas.
1.Governo Federal, Secretárias de Assistência e Desenvolvimento Social, Secretaria de Educação, Secretária da Saúde, Organizações não governamentais.
2.Programa Bolsa Família (PBF) dos Programas de transferência de renda- Unificando os procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente o Renda Mínima, vinculado a Educação – Bolsa Escola, do Programa Nacional de Acesso à alimentação- (PNAA), do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à saúde – Bolsa Alimentação, do auxilio Gás e do Cadastro Único – CAD- Único do Governo Federal, Instituído pelo Decreto nº 3.877,24 de julho de 2001. Os objetivos e critérios se basearam dos estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Economia- Ibre, onde apontavam o número de pobres no Brasil e como poderia ser reduzido se fosse acrescentado à renda per capta dessa população um adicional de $ 50,00 mensais. 
3.A organização não governamental - Projeto Semente - Comprometida com ações de conscientização e cuidados com o meio ambiente, ações de plantio de arvores, o reaproveitamento de matérias recicláveis, etc. 
Na literatura especializada de estudos de politicas públicas, alguns autores e pesquisadores defendem a abordagem estatística, enquanto outros defendem abordagens multicêntricas no que se refere ao protagonismo no estabelecimento de politicas públicas. 
A abordagem estatística ou estadocêntrica (state-centered policy-making) considera politicas públicas, analiticamente, monopólio de atores estatais. Segundo essa concepção, o que determina se um politica é ou não “pública” é a personalidade jurídica do ator protagonista. Em pesquisa realizada por Saraiva (2007,p.31) em dicionários de ciências politicas, o primeiro elemento definidor de politica pública é: “a politica elaborada ou decidida por autoridade formallegalmente constituída no âmbito de sua competência e é coletivamente vinculante”. Em outras palavras, é politica pública somente quando emanada de ator estatal (Heclo,1972;Dye,1972;Meny e Thoenig, 1991;Bucci,2002;Howlett,Ramesh e Pearl,2013).
A abordagem multicêntrica ou policêntrica, por outro lado, considera organizações não governamentais, organismos multilaterais, redes de politicas públicas (policy networks), juntamente com os atores estatais, protagonistas no estabelecimento das políticas públicas (Dror,1971;Kooiman,1993;Rhodes,1997;Regonini,2001,Hajer, 2003). Autores da abordagem multicêntrica atribuem o adjetivo “pública” a uma política quando o problema que se enfrenta é público. Em geral, as políticas públicas são elaboradas dentro do aparato institucional-legal do Estado, embora as iniciativas e decisões tenham diversas origens.
4.No caso das ações de intervenção da politica pública Junto às Secretarias públicas Federal e municipais os atores foram profissionais sociais da Saúde, Educação e Assistência Social.
Para o êxito o Programa Bolsa Família condiciona ainda a transferência de renda à inserção e manutenção de crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos nas redes de ensino e ao acompanhamento das gestantes, nutrizes e crianças até 7 anos pela rede de saúde ( pré-natal, vacinação e acompanhamento nutricional).Desse modo, por meio das “condicionalidades”, o programa promove o acesso a direitos sociais básicos de saúde e educação, bem como o exercício da cidadania. 
A organização Semente busca debater as questões ambientais através da cultura, ensinando as comunidades e interessados como criar os bonecos temáticos a partir do descarte das empresas têxteis da região. Com esta iniciativa promove a conscientização dos cuidados com o meio ambiente e a geração do complemento da renda para muitas famílias. 
Ambos os exemplos foram eficientes e impactados pelas necessidades de sua aplicação eficazes no seu desenvolvimento e com ações efetivas que promoveram mudanças. Cada vez mais é necessário o estabelecimento de politicas públicas e sua abrangência. A modernização da gestão pública brasileira é um projeto antigo e em constante transformação, conforme aponta Denhardt (2012) “a ideia de reformar o setor governamental não é nova, pois se há algo mais antigo que a própria ideia de governo é a ideia de aprimorá-lo”.
3.PASSO 2 GESTÃO PÚBLICA DOS ESPAÇOS DEMOCRÁTICOS: MUNICIPAL, ESTADUAL E NACIONAL, E NOS PODERES EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO. 
Entender a origem e a ontologia de uma área do conhecimento é importante para melhor compreender seus desdobramentos, sua trajetória e suas perspectivas. A política pública enquanto área de conhecimento e disciplina acadêmica nasce nos EUA, rompendo ou pulando as etapas seguidas pela tradição europeia de estudos e pesquisas nessa área, que se concentravam, então, mais na análise sobre o Estado e suas instituições do que na produção dos governos. 
Assim, na Europa, a área de política pública vai surgir como um desdobramento dos trabalhos baseados em teorias explicativas sobre o papel do Estado e de uma das mais importantes instituições do Estado - o governo -, produtor, por excelência, de políticas públicas. Nos EUA, ao contrário, a área surge no mundo acadêmico sem estabelecer relações com as bases teóricas sobre o papel do Estado, passando direto para a ênfase nos estudos sobre a ação dos governos.
O pressuposto analítico que regeu a constituição e a consolidação dos estudos sobre políticas públicas é o de que, em democracias estáveis, aquilo que o governo faz ou deixa de fazer é passível de ser (a) formulado cientificamente e (b) analisado por pesquisadores independentes. A trajetória da disciplina, que nasce como subárea da ciência política, abre o terceiro grande caminho trilhado pela ciência política norte-americana no que se refere ao estudo do mundo público. 
O primeiro, seguindo a tradição de Madison, cético da natureza humana, focalizava o estudo das instituições, consideradas fundamentais para limitar a tirania e as paixões inerentes à natureza humana. O segundo caminho seguiu a tradição de Paine e Tocqueville, que viam, nas organizações locais, a virtude cívica para promover o "bom" governo. O terceiro caminho foi o das políticas públicas como um ramo da ciência política para entender como e por que os governos optam por determinadas ações.
Na área do governo propriamente dito, a introdução da política pública como ferramenta das decisões do governo é produto da Guerra Fria e da valorização da tecnocracia como forma de enfrentar suas consequências. Seu introdutor no governo dos EUA foi Robert McNamara que estimulou a criação, em 1948, da RAND Corporation, organização não governamental financiada por recursos públicos e considerada a precursora dos think tanks, organizações de pesquisa e aconselhamento em políticas públicas (Soares,2009). Também conhecidos pelos institutos de políticas públicas ou usinas de ideias, os think tanks atuam na produção de conhecimento relevante para a formulação, decisão e avaliação de política pública (SMITH,1991).
O trabalho do grupo de matemáticos, cientistas políticos, analistas de sistema, engenheiros, sociólogos etc., influenciados pela teoria dos jogos de Neuman, buscava mostrar como uma guerra poderia ser conduzida como um jogo racional. 
A proposta de aplicação de métodos científicos às formulações e às decisões do governo sobre problemas públicos se expande depois para outras áreas da produção governamental, inclusive para a política social. Considera-se que a área de políticas públicas contou com quatro grandes "pais" fundadores: H. Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. Easton.
Laswell (1936) introduz a expressão policy analysis (análise de política pública), ainda nos anos 30, como forma de conciliar conhecimento científico/acadêmico com a produção empírica dos governos e também como forma de estabelecer o diálogo entre cientistas sociais, grupos de interesse e governo.
Simon (1957) introduziu o conceito de racionalidade limitada dos decisores públicos (policy makers), argumentando, todavia, que a limitação da racionalidade poderia ser minimizada pelo conhecimento racional. Para Simon, a racionalidade dos decisores públicos é sempre limitada por problemas tais como informação incompleta ou imperfeita, tempo para a tomada de decisão, auto interesse dos decisores, etc., mas a racionalidade, segundo Simon, pode ser maximizada até um ponto satisfatório pela criação de estruturas (conjunto de regras e incentivos) que enquadre o comportamento dos atores e modele esse comportamento na direção de resultados desejados, impedindo, inclusive, a busca de maximização de interesses próprios.
Lindblom (1959; 1979) questionou a ênfase no racionalismo de Laswell e Simon e propôs a incorporação de outras variáveis à formulação e à análise de políticas públicas, tais como as relações de poder e a integração entre as diferentes fases do processo decisório o que não teria necessariamente um fim ou um princípio. Daí por que as políticas públicas precisariam incorporar outros elementos à sua formulação e à sua análise além das questões de racionalidade, tais como o papel das eleições, das burocracias, dos partidos e dos grupos de interesse.
Easton (1965) contribuiu para a área ao definir a política pública como um sistema, ou seja, como uma relação entre formulação, resultados e o ambiente. Segundo Easton, políticas públicas recebem inputs dos partidos, da mídia e dos grupos de interesse, que influenciam seus resultados e efeitos.
Dentro do regime democrático de Governo a divisão de poderes (executivo, legislativo e judiciário) pode, de certa maneira, ser entendida como uma forma de Controle que um Poder deve exercer sobre o outro. Assim, por exemplo, podemos entender que uma das funções do Poder Legislativo (Câmaras, Assembleias, Congresso Nacional) é o de fiscalizar e exercer um certo “controle” sobre as ações do executivo.
Hoje em dia esse tipo de controle, que nós podemos chamar de Institucional, é exercidonão apenas pelo Poder Legislativo, mas pelos Tribunais de Contas e Controladorias. As Controladorias (da União, dos Estados e Municípios) são órgãos de controle interno, porque as mesmas fazem parte do Poder Executivo. Os Tribunais de Contas (da União, Estados e Municípios) assim como o Poder Legislativo são órgãos de controle externo, pois não fazem parte do Poder Executivo. Estes órgãos têm todos eles e cada um dentro da sua esfera de competência, a função de fiscalizar o gasto dos recursos públicos (federais, estaduais, municipais) e podem ser acionados por meio de denúncias, por qualquer cidadão.
Além dessa forma de Controle Institucional, que um Poder ou Órgão exerce sobre o outro, hoje em dia tem-se falado muito em Controle Social, que pode ser entendido como uma forma de fiscalização e controle por parte da própria sociedade sobre as ações do Estado[2]. Por permitir que os próprios cidadãos participem de alguma forma da gestão da coisa pública, o Controle Social propicia a vivência da própria Democracia, pois, ao praticar esse controle, os cidadãos podem interferir no planejamento, na realização e na avaliação das atividades do governo.
O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública: fiscalização, monitoramento e controle das ações da Administração Pública. É um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania que contribui para aproximar a sociedade do Estado, abrindo a oportunidade de os cidadãos acompanharem as ações dos governos e cobrarem uma boa gestão pública.
Silva (2001) apresenta um diagrama no qual a sociedade aparece com a função de alimentadora do ciclo com as informações que permitem o ajuste, a correção e os novos planejamentos levando o cidadão ao exercício pleno da sua cidadania dentro do processo administrativo e político.
3.1. FATORES QUE IMPEDEM A PARTICIPAÇÃO POPULAR E O CONTROLE SOCIAL
O Clientelismo Político: ao privilegiar alguns atores sociais em detrimento de outros na administração pública, um gestor precisa, de certa forma, “driblar” os mecanismos constitucionais de igualdade política para todos e, naturalmente, o gestor que age desta forma não tem maiores interesses em ter suas ações fiscalizadas/controladas pela sociedade, uma vez que inibiria este tipo de ação na política. A máquina administrativa é usada como privilégio para beneficiar alguém ou um grupo de apoio político.
Assistencialismo ou Paternalismo: para se promover politicamente muitos políticos precisam exercer esse tipo de política assistencialista ou paternalista, usando a máquina administrativa como forma de “ajuda” e “caridade” aos mais necessitados. E para isso, não raro, os políticos necessitam de verbas públicas que garantam o exercício da política assistencialista e, nesse caso, quanto menos controle, mais fácil a utilização dessa prática.
Falta de Cultura Participativa e Fiscalizatória: a falta de participação e apatia política da sociedade cria, sem dúvida, maiores facilidade para a corrupção política e desvio de verbas públicas. Para o gestor mal intencionado, que já entra na política com interesses particulares e partidários, quanto menos participação do cidadão no controle das contas públicas melhor.
Fazer com que os cidadãos possam participar diretamente desse processo de construção de uma sociedade mais democrática não é uma tarefa fácil, mas é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Esse controle pode ser feito por qualquer cidadão e, para ajudar a sociedade no exercício desse controle, foram criados os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacionais (de educação, saúde, da cidade etc.) que são representados não apenas pelos gestores, mas por prestadores de serviços, profissionais e inclusive, pelos próprios usuários de um determinado serviço.
O que são políticas públicas
Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn (1980), como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Peters (1986) segue o mesmo veio: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a definição de política pública como "o que o governo escolhe fazer ou não fazer". A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por que e que diferença faz.
Outras definições enfatizam o papel da política pública na solução de problemas. Críticos dessas definições, que superestimam aspectos racionais e procedimentais das políticas públicas, argumentam que elas ignoram a essência da política pública, isto é, o embate em torno de ideias e interesses. Pode-se também acrescentar que, por concentrarem o foco no papel dos governos, essas definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam as decisões dos governos. Deixam também de fora possibilidades de cooperação que podem ocorrer entre os governos e outras instituições e grupos sociais.
No entanto definições de políticas públicas, mesmo as minimalistas, guiam o nosso olhar para o locus onde os embates em torno de interesses, preferências e ideias se desenvolvem, isto é, os governos. Apesar de optar por abordagens diferentes, as definições de políticas públicas assumem, em geral, uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é mais importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa destes fatores.
Assim, do ponto de vista teórico-conceitual, a política pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da política pública e seus processos. Por isso, uma teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias construídas no campo da sociologia, da ciência política e da economia. As políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, daí por que qualquer teoria da política pública precisa também explicar as inter-relações entre Estado, política, economia e sociedade. Tal é também a razão pela qual, pesquisadores de tantas disciplinas – economia, ciência política, sociologia, antropologia, geografia, planejamento, gestão e ciências sociais aplicadas – partilham um interesse comum na área e têm contribuído para avanços teóricos e empíricos.
Pode-se, então, resumir política pública como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, "colocar o governo em ação" e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real.
Se admitirmos que a política pública seja um campo holístico, isto é, uma área que situa diversas unidades em totalidades organizadas, isso tem duas implicações. 
A primeira é que, como referido acima, a área torna-se território de várias disciplinas, teorias e modelos analíticos. Assim, apesar de possuir suas próprias modelagens, teorias e métodos, a política pública, embora seja formalmente um ramo da ciência política, a ela não se resume, podendo também ser objeto analítico de outras áreas do conhecimento, inclusive da econometria, já bastante influente em uma das subáreas da política pública, a da avaliação, que também vem recebendo influência de técnicas quantitativas. 
A segunda é que o caráter holístico da área não significa que ela careça de coerência teórica e metodológica, mas sim que ela comporta vários "olhares". Por último, políticas públicas, depois de desenhadas e formuladas, desdobram-se em planos, programas, projetos,bases de dados ou sistema de informação e pesquisas. Quando postas em ação, são implementadas, ficando daí, submetidas a sistemas de acompanhamento e avaliação.
Um estudo de politica pública não prescinde do estudo de um problema que seja entendido como coletivamente relevante. Sjoblom (1984) dá uma definição prática para o “problema”: a diferença entre a situação atual e uma situação ideal possível. Um problema existe quando p status quo é considerado inadequado e quando existe a expectativa do alcance de uma situação melhor. 
O processo de elaboração de políticas públicas ( policy-marking process) também é conhecido como ciclo de políticas públicas ( policy cicle). O ciclo de políticas públicas e um esquema de visualização e interpretação que organiza a vida de uma política pública em fases sequenciais e interdependentes.
Apesar de várias versões já desenvolvidas para visualização de ciclo de políticas públicas, restringimos o modelo às sete fases principais: 1) identificação do problema, 2) formação de agenda. 3)formulação de alternativas,4) tomada de decisão,5) implementação,6) avaliação, 7) extinção. 
Identificação do problema
Extinção
Avaliação
Formação da agenda
Formulação de alternativas
Implementação
Tomada de decisão
A Constituição de 1988 consagrou, entre seus princípios fundamentais, a "participação popular” na gestão pública como direito à dignidade da pessoa humana. Em seu artigo 1º, parágrafo único, o legislador constituinte, expressa o princípio da soberania popular pelo qual "todo o poder emana do povo" que o exerce através de seus representantes ou "diretamente", na forma estabelecida pela Constituição. Este princípio reúne as concepções de democracia direta e democracia representativa, de modo a somar seus efeitos em benefício da coletividade, objetivo final do Estado e da Administração Pública.
Para Dallari (1996, p.13-51), a participação popular prevista na Constituição Federal de 1988 é um princípio inerente à democracia, garantindo aos indivíduos, grupos e associações, o direito não apenas à representação política, mas também à informação e à defesa de seus interesses. Possibilita-lhes, ainda, a atuação e a efetiva interferência na gestão dos bens e serviços públicos.
A construção de um Estado e de uma política pública que enfrentem a cultura socialmente construída de centralização e de patrimonialismo nas decisões públicas. Cultura essa que afasta, e não constrói uma cidadania ativa no país, na qual os cidadãos entendam de forma crítica e reflexiva a esfera da política pública, a política em seu sentido mais profundo – de participação e decisão sobre o espaço público e de direito à cidade como algo que não seja exclusivo dos políticos, mas sim de toda a sociedade. 
As tecnologias digitais colocaram na mão dos cidadãos instrumentos de acesso e disseminação de informações, de modo que surgem novas formas de participação social. Questionamentos e organização de manifestações são mobilizados de forma digital, o que resulta em novas possibilidades de ampliar e qualificar mecanismos já existentes, além de criar novos processos e formas diversas de participação. Porém, os caminhos e direitos para efetivação da participação social começam com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que abre espaço para a instituição de diversos mecanismos e formas de participação social, quando a população consegue participar ativamente através da constituição de conselhos, conferências, ouvidorias, processos de discussão e elaboração do planejamento e orçamento público, mesas de diálogo e negociação, plebiscitos, audiências e consultas públicas.
A noção de inclusão e participação da sociedade civil na formulação e no controle das políticas públicas no Brasil é muito recente. Passaram-se quase trinta anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, mas os desafios ainda são grandes, pois, mesmo tendo sido constituído o Artigo 196 – que instituiu a saúde enquanto direito de todos e dever do Estado – e o Artigo 198 – que determinou a participação da comunidade enquanto diretriz constitutiva do Sistema Único de Saúde (SUS) –, ainda lutamos para garantir de forma efetiva esses direitos conquistados.
Foi através da Lei n.º 8.142 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8142.htm), de 28 de dezembro de 1990, que a participação social passou a ser garantida legalmente, criando-se as principais instâncias de inserção e participação de representantes da população na construção da política do SUS, nas conferências e nos Conselhos de Saúde. 
No entanto, sabemos que apenas a institucionalização desses fóruns participativos não garante, por si só, a efetiva realização dos objetivos principais desses espaços democráticos: “[...] avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes [...]” (BRASIL, 1990), no caso das conferências, e “[...] atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente [...]” (BRASIL, 1990) requer muito mais do que fóruns de coletivos participativos. Para promover espaços democráticos de participação social, a exemplo da constituição dos Conselhos de Direitos, faz-se necessário constituir espaços permanentes de formulação, avaliação e controle das políticas públicas, com clareza dos princípios e diretrizes que regem essa instância do controle social e, principalmente, garantindo a participação efetiva dos usuários nesse contexto. Desse modo se concretizaria no Brasil, através da participação social, o exercício democrático do direito constitucional.
4.PASSO 3- ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A NECESSIDADE DE CONCEBER OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DA GESTÃO PÚBLICA E DAS AÇÕES QUE ENVOLVEM PODER E GESTÃO.
LIMPE
O LIMPE é uma combinação interessante de letras, formada por alguns princípios encontrados na Constituição Federal da República Federativa do Brasil. São eles, respectivamente, os princípios:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Estes princípios infelizmente não servem como referência devido a conduta no cumprimento, abusos, desvios e corrupção por meio dos governantes.
Esses apresentados são referentes à Administração Pública e estão presentes no artigo 37 da Constituição Federal de 1988. Através dele, todas as pessoas que fazem parte dessa administração devem se pautar, em obediência à Constituição Brasileira. É importante ressaltar, que os princípios citados não são os únicos, mas há referência de outros princípios em leis esparsas e específicas.
Princípio da Legalidade
A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º da CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei",  pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as coisas sob a regência da lei imposta. Portanto, só pode fazer o que a lei lhe autoriza. Ele não pode se distanciar dessa realidade, caso contrário será julgado de acordo com seus atos.
Princípio da Impessoalidade
A imagem de administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual.
Princípio da Moralidade
Esse princípio tem a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Não se devem visar apenas esses dois aspectos, adicionando a ideia de que o fim é sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade.
Princípio daPublicidade
Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social.
Princípio da Eficiência
O administrador tem o dever de fazer uma boa gestão. É o que esse princípio afirma. O representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei, bem como mais efetiva. Com esse princípio, o administrador obtém a resposta do interesse público e o Estado possui maior eficácia na elaboração de suas ações. Esse princípio anteriormente não estava previsto na Constituição e foi inserido após a Emenda Constitucional nº 19/98, relativo a Reforma Administrativa do Estado.
Segundo Grupo
Dados tais princípios, pertencentes ao chamado 1º grupo, da administração pública. Agora vem o 2º grupo, que são os explícitos ou implícitos no texto constitucional, além dos que estão no art. 37, também são conhecidos como princípios infraconstitucionais e derivam de outras legislações esparsas e específicas.
Princípio do Interesse Público
O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é intimamente unido em toda e qualquer sociedade organizada. Segundo a própria CF, “todo o poder emana do povo”, por isso, o interesse público irá trazer o benefício e bem-estar à população.
Princípio da Finalidade
É dever de o administrador público buscar os resultados mais práticos e eficazes. Esses resultados devem estar ligados às necessidades e aspirações do interesse do público.
Princípio da Igualdade
O art. 5º da CF prevê que todos têm direitos iguais sem qualquer distinção. Para o administrador não é diferente. Ele não pode distinguir as situações. Sendo obrigado, por lei, a agir de maneira igual em situações iguais e desiguais em situações desiguais.
Princípio da Lealdade e boa-fé
O princípio da legalidade e boa-fé resume-se que o administrador não deve agir com malícia ou de forma astuciosa para confundir ou atrapalhar o cidadão no exercício de seus direitos. Sempre deve agir de acordo com a lei e com bom senso.
Princípio da Motivação
Para todas as ações dos servidores públicos, deve existir uma explicação, um fundamento de base e direito. O princípio da motivação é o que vai fundamentar todas as decisões que serão tomadas pelo agente público.
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
O princípio da razoabilidade tem o objetivo de proibir o excesso, com a finalidade de evitar as restrições abusivas  ou desnecessárias realizadas pela Administração Pública. Esse princípio envolve o da proporcionalidade, assim as competências da Administração Pública devem ser feitas proporcionalmente, sendo ponderadas, segundo as normas exigidas para cumprimento da finalidade do interesse público.
5.PASSO 4- DESAFIO NA BUSCA DE AÇÕES/GESTÃO.
As dificuldades se deram nas várias pesquisas e em interpretar as várias definições a respeito de política pública uma vez que não há um consenso por conta da disparidade de respostas para alguns questionamentos básicos: 
Políticas públicas são elaboradas exclusivamente por atores estatais: Ou também por atores não estatais?
Politicas públicas também se referem à omissão ou a negligencia?
Apenas diretrizes estruturantes (de nível estratégico) são políticas públicas? 
Ou as diretrizes mais operacionais também podem ser consideradas políticas públicas? 
Qualquer definição é arbitrária, na compreensão de um dos maiores desafios do setor público brasileiro que é de natureza gerencial.
Das análises vimos que os desafios na busca de ações e gestões onde de fato haja consequências benéficas à população foram:
1. Prestar um atendimento qualificado
Mesmo que o atendimento qualificado aos cidadãos seja o primeiro passo para um serviço prestado com qualidade e de forma a respeitar e resolver as necessidades da população, é nesse ponto em que está uma das mais relevantes lacunas da atuação de órgãos públicos. Prova disso é que não é preciso ir muito longe para encontrar um cidadão com razões para desaprovar um serviço público do qual é usuário.
Como superar
Investir na qualificação dos servidores que atendem diretamente a população e popularizar o acesso dos cidadãos aos serviços públicos ― criando, por exemplo, canais virtuais de solicitações e reclamações ― podem ser ótimas alternativas para superar esse desafio.
Nesse sentido, a tecnologia é a principal aliada de gestores públicos, que podem, por meio da automatização de tarefas burocráticas, provocar mudanças positivas no que se refere ao atendimento à população.
Utilizar a tecnologia na centralização e no tratamento de dados de diversas naturezas, além de tornar o atendimento às demandas muito mais eficiente, pode garantir inteligência para a tomada de decisão dos governantes e maior facilidade para diagnósticos mais acertados sobre a realidade e as necessidades dos cidadãos.
2. Fomentar uma gestão participativa
Com o senso de corresponsabilidade cada vez mais apurado, os órgãos públicos precisam abrir espaços para que a população participe ativamente da gestão, de forma que a tomada de decisões e a definição de prioridades sejam ações compartilhadas entre poder público e sociedade civil.
Porém, o que vemos ainda é a presença do modelo tradicional de gestão, com uma hierarquia fortemente estabelecida, que acredita que apenas a alta cúpula está apta a debater e propor soluções ― a chamada Gestão 2.0. Portanto, fomentar a gestão participativa é um desafio eminente na gestão pública.
Como superar
Investir recursos e esforços na criação de projetos e ações voltados para a participação da população na gestão pública é uma realidade inevitável para o poder público brasileiro.
Além das diretrizes estabelecidas pela Constituição Federal, a nova configuração social e a já mencionada postura atual da população resultam na necessidade irrefutável de ampliação da possibilidade de participação efetiva dos cidadãos na administração pública.
A implantação de instâncias consultivas e deliberativas (conferências, conselhos e audiências públicas, por exemplo) pode ser um bom caminho nessa lógica.
3. Absorver e sistematizar as demandas da população
Mesmo com o desafio de fomentar uma gestão participativa superado, é preciso criar mecanismos de absorção, sistematização, encaminhamento e execução das demandas apresentadas pela sociedade. É exatamente nessa circunstância que se apresenta mais um desafio para os gestores públicos no cenário político atual.
Como superar
A tecnologia se apresenta, mais uma vez, como uma forma eficiente de superar um desafio. Investir em um software de automação, por exemplo, pode ser uma prática recomendada, já que uma ferramenta dessa natureza possibilita que as solicitações sejam registradas e encaminhadas para o setor responsável e tenham seu andamento monitorado. Dessa forma, além de garantir eficiência, órgãos públicos podem promover a transparência, um dos mais importantes princípios da gestão pública moderna.
Um exemplo significativo que temos no Brasil nesse segmento é a Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul, que já conta com uma ferramenta automatizada para inscrição dos interessados em adquirir casa própria por meio de programas governamentais de incentivo.
Casos como esse podem inspirar qualquer outro órgão público a aplicar a tecnologia em diversas áreas de atuação, garantindo agilidade no atendimento à população, acesso democrático aos serviços públicos e informações em tempo real — que podem ser fundamentais para a tomada de decisões dos gestores.
4. Promover igualdade social por meio das políticas públicas
Tendo em vista que o papel do Estado é garantir que seu trabalho esteja em conformidade com as necessidades coletivas, o gestor público precisa garantir que as políticas propostas não prestigiem apenas determinados membros ou setores da sociedade.
Essasituação não é novidade entre os desafios do poder público ― já que a desigualdade social ainda faz parte da realidade brasileira ―, mas, mesmo assim, há muito o que se fazer para consolidar um trabalho efetivamente heterogêneo e abrangente.
Como superar
Criar mecanismos para que a população também participe da gestão, como já apontado, é um bom caminho, mas, isolada, a ação não é suficiente. Antes de começar a debater a igualdade social, o poder público precisa se aproximar da realidade da população, buscando entender as particularidades que a envolve.
Uma boa prática, nesse sentido, pode ser o investimento em estudos socioeconômicos que mostrem a situação e as necessidades de cada região de atuação do poder público (nos casos de municípios, em cada bairro, por exemplo). Saber identificar onde estão situados os problemas mais urgentes é imprescindível para a definição acertada de prioridades.
5. Saber o momento certo de terceirizar atividades
Terceirizar atividades meio é um bom mecanismo para aumentar a produtividade dos servidores e deixá-los responsáveis por tarefas de maior impacto, valorizando a experiência e a formação de cada um e reduzindo o tempo gasto com tarefas operacionais.
No entanto, os gestores precisam lidar com a incerteza sobre o momento e a maneira certa de colocá-la em prática.
Como superar
Além de recorrer à legislação vigente sobre o assunto, gestores públicos precisam ter em mente que a terceirização pode ocorrer sob diversos aspectos. Por exemplo, terceirizar mão de obra é uma das possibilidades e permite delegar a uma empresa contratada a responsabilidade pela execução de atividades específicas que não fazem parte da área de conhecimento do órgão ou que são realizadas de maneira totalmente operacional. Nem é preciso dizer que, aplicando essa alternativa, o governo ganha em economia e eficiência.
Um meio de terceirização bem menos complexo, no entanto, diz respeito, mais uma vez, à utilização da tecnologia. Softwares de gestão são capazes de automatizar tarefas executadas por um ou mais servidores públicos, que lidam todo dia com risco de erros ― inerentes ao ser humano ― e com a responsabilidade de gerar informações fundamentais para a construção de um plano de ação efetivo e capaz de atender às necessidades da população. Portanto, investir em ferramentas desse tipo é uma maneira de terceirizar parte das atividades de um setor.
Contudo, vale ressaltar que o sucesso de um processo de terceirização, seja qual for a área na qual ele será aplicado, está condicionado a uma comunicação efetiva com os servidores, que precisam compartilhar com os gestores a certeza sobre a importância do procedimento.
Otimizar a comunicação interna
Para que o sucesso da terceirização e todas as demais iniciativas apresentadas acima se concretizem, é fundamental que os servidores estejam engajados e comprometidos com os resultados do órgão público em questão.
Entretanto, uma atuação descentralizada e a criação equivocada de um estereótipo de funcionários públicos fazem com que a comunicação efetiva entre o poder público e os servidores se coloque como um grande desafio para a gestão de políticas públicas.
Como superar
Criar um ambiente favorável à exposição de ideias e à troca de informações, no qual todos se sintam responsáveis pela qualidade do desempenho coletivo, é o primeiro passo para garantir um diálogo constante e eficaz entre todos. Para tal, é preciso promover a transparência das informações no âmbito interno, afinal, apenas o acesso claro e organizado a elas pode garantir um método de trabalho colaborativo.
Investir em ferramentas de comunicação interna ― das mais tradicionais, como o jornal mural, às mais modernas, como as redes sociais voltadas para o mundo corporativo ― é uma prática indispensável para a superação desse desafio.
A gestão de políticas públicas envolve um trabalho cada vez mais árduo e complexo, e os desafios dos gestores não se resumem aos seis tópicos apresentados aqui.
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão pública para ser excelente também tem que ser legal, impessoal, moral, pública e eficiente. Para se Legal, deve guardar estrita obediência à lei; nenhum resultado poderá ser considerado bom, nenhuma gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei. Para ser Impessoal, não fazer acepção de pessoas. 
O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser agregados a todos os usuários indistintamente. Em se tratando de organização pública, todos os seus usuários são preferenciais, são pessoas muito importantes. 
Para ser Moral, deve-se pautar a gestão pública por um código moral. Não se tratando de ética (no sentido de princípios individuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de aceitação pública. Para ser Pública, deve ser transparente, dar publicidade aos fatos e aos dados. 
Essa é uma forma eficaz de indução do controle social. Para ser Eficiente, deve fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.
	
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