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AÇÃO PENAL Artigos 100 a 106 do Código Penal e artigos 24 a 62 do Código de Processo Penal DIREITO DE AÇÃO Conceito: constitui o direito público subjetivo de exigir do Estado-juiz a solução a aplicação do direito penal a um caso concreto CONDIÇÕES GENÉRICAS (PIL) Possibilidade jurídica do pedido: Só haverá pedido se o fato for previsto em lei como infração penal (tipicidade); Interesse de agir: é a necessidade de bater as portas do judiciário visando um resultado útil. Subdivide-se em: i. Necessidade: é a reflexão acerca da necessidade ou não de exercer a ação para que o litígio seja resolvido. A necessidade é presumida porque o monopólio da força é do Estado. ii. Adequação: se relaciona com meio adequado de ir ao judiciário meio justo. É fundamental que se escolha a ação correta para o caso concreto. Ex.: usar HC quando era MS. iii. Utilidade: (buscando resultado útil) está ligado à expectativa de punição. Ou seja, não havendo possibilidade de punição não há como ingressar com a ação. Ex.: se já tiver prescrito não é útil o processo. Legitimação para agir: previsão legal para que as partes que figuram no processo ocupem suas respectivas posições processuais (legitimidade ativa e passiva). Os legitimados são os titulares dos direitos materiais em conflito. O Estado exerce por intermédio do Ministério Público seu direito de punir que colide com o direito de liberdade do acusado. No caso da ação penal privada, o ofendido age como substituto processual (legitimação extraordinária), pois só possui o direito de acusar (jus accusationis), sendo que o direito de punir pertence sempre ao Estado. JUSTA CAUSA Obrigatoriedade de que exista, no momento do ajuizamento da ação, prova acerca da materialidade e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Ela é atendida pelos elementos do IP Falta de justa causa: HC –art. 648,I ,CPP. CLASSIFICAÇÃO Privada: exclusiva – ofendido + CADI subsidiária da ação penal pública personalíssima – Art.236 do CP. Pública: incondicionada -regra condicionada representação requisição AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA É regra geral, e somente pode ser excepcionada se houver expressa previsão legal em contrário. Não depende de existência prévia de manifestação para sua propositura, devendo o MP agir de ofício. 7 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A lei exige o implemento de uma condição, qual seja a representação do ofendido ou de seu representante ou a requisição do Ministro de Justiça. REPRESENTAÇÃO É uma condição de procedibilidade traduzida em verdadeiro pedido autorização para o início da persecução penal. Exemplos: ameaça, lesão corporal leves e culposas (Lei 9.009/95), crimes contra a liberdade sexual , se não for menor ou incapaz (Lei.12.015/09) e art. 130, CP. TITULARIDADE Ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo (cônjuge, ascendente, descente ou irmão) Pessoas entre 18 e 21 anos: controvérsia Ofendido menor de 18 anos: prazo deflui para seu representante, mas permanece interrompido para o ofendido menor de 18, devendo a contagem do prazo iniciar-se no dia em que ele completa a sua maioridade. Morte do ofendido: art. 24 CPP. Caso a vítima venha a falecer ou é declarada ausente o direito de representação passa para o CADI. OBS: Efeitos da emancipação civil não têm efeitos no direito penal. Curador especial: Caso a vítima seja inimputável e seus interesses colidam com o de seu representante legal o juiz nomeará um curador para representar. A QUEM SE DIRIGE A APRESENTAÇÃO Pode ser dirigida diretamente à autoridade policial, ao órgão do MP ou ao próprio juiz (art. 39, CPP) PRAZO O prazo é de 6 meses do conhecimento da autoria do crime. A natureza desse prazo é decadencial (extingue-se a punibilidade). A contagem se dá (por ser decadencial) sem interrupção, prorrogação ou suspensão. RETRATAÇÃO É retratável até o oferecimento da denúncia. Retratação da retratação: possibilidade? A lei Maria da Penha: audiência específica para esta finalidade com a presença obrigatória do juiz e do promotor e terá cabimento até antes do recebimento da denúncia. REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA Manifestação de vontade do Ministro da Justiça – ato político - juízo de conveniência e oportunidade; Ex: crimes contra a honra do Presidente da República ou contra honra de chefe de governo estrangeiro. Retratação: possibilidade? Prazo: não há previsão legal –até a extinção da punibilidade. AÇÃO PENAL PRIVADA Aquela titularizada pela vítima ou pelo representante legal da mesma em verdadeira atuação de substituição processual. Ou seja, a vítima pede em nome próprio direito alheio qual seja o direito de punir que é privativo do Estado. i. Nomes: na petição inicial a mesma recebe o nome de queixa crime. As partes serão querelante e querelado (autor e réu, respectivamente). Institutos que materializam a disponibilidade: Perdão: ele acontece como um ato de benevolência da vítima, podendo ser expresso ou tácito, sendo que para que ele opere efeitos jurídicos precisará ser aceito pelo réu. A aceitação pode ser expressa ou tácita, sendo que se for por procurador (não precisa ser advogado) deve ele ter poderes especiais. Se a vítima apresenta o perdão nos autos, o réu será intimado e dispõe de três dias para dizer se aceita ou não. Caso se omita presume-se a aceitação. O perdão apresentado à parte dos infratores se estende a todos que desejem ser perdoados. Decadência: é a perda da faculdade de exercer a ação em razão do decurso do prazo. Em regra, seis meses contados do conhecimento da autoria do fato considerado crime. Conseqüência: extinção da punibilidade Obs.: a pendência de inquérito não tem a força de procrastinar o prazo que a vítima dispõe para exercer a ação. Resta a ela, se necessário for, exercer a ação sem o inquérito – requerendo posteriormente ao juiz que se oficie ao delegado, para que após o fim do IP seja o mesmo enviado. Esse prazo não pára, pois se trata de prazo decadencial que não se interrompe e nem se suspende. Renúncia: caracteriza quando a vítima perde a sua postura (de vítima) e declara expressamente que não vai exercer ação ou praticar um ato incompatível com a vontade de fazê-lo (renúncia tácita). Renúncia é ato irretratável, salvo se ela for viciada. Conseqüência jurídica: extinção da punibilidade. Ocorre na fase pré-processual. Perempção: dá idéia de desídia, descaso. É uma sanção processual ocasionada pelo descaso da vítima na condução da ação privada. Conseqüência: declaração da extinção da punibilidade. Obs.: vide Art.60 do CPP – traz, de forma não exaustiva, as hipóteses de perempção que ocasionaram a extinção da punibilidade. As hipóteses de perempção estão disciplinadas no art.60 do CPP e deságuam na extinção da punibilidade. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA Ela vem prevista expressamente na constituição. Permite que a vítima ou quem lhe faça às vezes exerça a ação em crime de ação penal pública em face da omissão ministerial. Poderes do MP: O promotor funcionará como um interveniente adesivo obrigatório tendo amplos poderes para propor prova, apresentar recursos, aditar a ação até mesmo para lançar mais réus (três dias) e poderá, ainda, se a vítima não atuar, afastá-la retomando a ação como parte principal. (art. 29, CPP) É indisponível - não haverá perdão e nem perempção. Caso o promotor entenda que não foi omisso, ele está autorizado a repudiar a petição da vítima (queixa crime substitutiva) e na seqüência oferecerá denúncia (denúncia substitutiva). REJEIÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL ART. 395, CPP –Lei 11.719/08 Manifestamente inepta: é a falta de aptidão da petição inicial para a produção de efeitos jurídicos –ex: ausência dos requisitos do art. 41 do CPP; Ausência de pressuposto processual ou condição da ação: ex: impossibilidade jurídica do pedido - prostituição;Falta de justa causa: se não se verificar, cumulativamente, prova de materialidade e indícios de autoria. REQUISITOS FORMAIS DA DENÚNCIA ART. 41, CPP Deve conter: a exposição do fato criminoso, com todas suas circunstâncias (hora do crime, local, etc., motivação do crime, modalidade de culpa) Individualização da conduta nos casos de co-autoria, a classificação dos crimes, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, pedido de condenação, rol de testemunhas, rito processual. DENÚNCIA E QUEIXA-CRIME A ação penal é promovida por meio do oferecimento de uma petição inicial, que despachada pelo juiz, da início ao processo penal, Denúncia: MP; Queixa-crime: peça acusatória nas ações privadas; Formalização da acusação – permite o contraditório e ampla defesa. REQUISITOS FORMAIS DA QUEIXA-CRIME Todos os requisitos do art. 41 do CPP. Art. 44 : a queixa-crime deve ser proposta por procurar com poderes especiais devendo conter no instrumento de mandato o nome do querelado e a menção do fato criminoso. (queixa assinada pelo querelante?). Pode ser novamente proposta, dentro do prazo decadencial, se for rejeitada por ausência de procuração com poderes especiais. DENÚNCIA ou QUEIXA ► Artigo 41, CPP: - Endereçamento - Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação - Descrição do fato, com todas as suas circunstâncias Classificação jurídica do fato Pedido de condenação Rol de testemunhas Nome, cargo e posição funcional Assinatura IMPORTANTE PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS PEDIDO “DIANTE DO EXPOSTO, REQUER SEJA RECEBIDA E AUTUADA A PRESENTE QUEIXA-CRIME, DETERMINANDO-SE A CITAÇAO DO QUERELADO PARA SEJA PROCESSADO E AO FINAL CONDENADO NA PENA DO CRIME PREVISTO NO ART...., DO CP. REQUER OUTROSSIM, A NOTIFICAÇAO R OITIVA DAS TESTEMUNHAS A SEGUIR ARROLADAS” REPRESENTAÇAO - MODELO ENDEREÇAMENTO –DELEGADO OU MP OU JUIZ QUALIFICAÇÃO OFERECER REPRESENTAÇÃO CONTRA FULANO –QUALIFICAÇÃO DO REPRESENTADO EXPOSIÇÃO DE FATOS E DE DIREITO PEDIDO: DIANTE DO EXPOSTO, REQUER SEJA INSTAURADO O COMPETENTE INQUÉRITO POLICIAL PARA QUE, POSTERIORMENTE, POSSA SER PROMOVIDA A PERSECUÇÃO PENAL CONTRA O REPRESENTADO. REQUER, AINDA, A NOTIFICAÇÃO E OITIVA DAS TESTEMUNAS ARROLADAS ABAIXO. NESTE TERMOS...... DATA E LOCAL ASSINATURA RESPOSTA À ACUSAÇÃO PRAZO: prazo de 10 (dez) dia – ART/ 396 MATÉRIA A SER INVOCADA: Art. 396-A – CPP: Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. NÚMERO DE TESTEMUNHAS: MÁX. 8 – PENA = OU SUPERIOR A 4 ANOS MÁX. 5– PENA SUPERIOR A 2 E NÃO ATINGIR 4 SUMARÍSSIMO – MÁX. 3 TESTEMUNHAS MODELO: VER TEXTO DO WORD Legislação Procedimento ordinário Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. § 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. § 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. Alegações Finais 29 Momento Procedimento ordinário Audiência de instrução e julgamento Ouve-se o ofendido (vítima) Testemunhas de acusação Testemunhas de defesa Peritos (se necessário) Acareação (se necessário) Reconhecimento (se necessário) Interrogatório do acusado Necessárias novas diligências Sem novas diligências Alegações finais da acusação (orais - 20 min.) Alegações finais da defesa (orais - 20 min.) SENTENÇA Fim da audiência Realização da diligência Alegações finais da acusação (escrita - 5 dias) Alegações finais da defesa (escrita - 5 dias) 30 Considerações Gerais - Defesa 31 Legislação Procedimento do Júri Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. (...) § 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). § 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual. § 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. Código de Processo Penal 32 Momento Procedimento do Júri Audiência de instrução e julgamento – 1ª Fase Ouve-se o ofendido (vítima) Testemunhas de acusação Testemunhas de defesa Peritos (se necessário) Acareação (se necessário) Reconhecimento (se necessário) Interrogatório do acusado Alegações finais da acusação (orais - 20 min.) Alegações finais da defesa (orais - 20 min.) Decisão do Juiz (oral ou escrita) Impronúncia Absolvição Sumária Há prova da materialidade e indícios suficientes da autoria Faltando indícios de autoria e materialidade para convencer o juiz Fato inexistente; provado não ser o autor; causa de isenção de pena ou exclusão do crime; ou não for infração penal Pronúncia Juiz convencido da existência de crime diferente do denunciado, cuja competência seja de outro juízo Desclassificação 33 Considerações Específicas Procedimento do Júri 34 Nulidades 35
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