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Líquidos serosos Citologia Clínica Líquidos serosos (cavitários) • Cavidades fechadas (pleural, pericárdica e peritoneal) envoltas por 2 membranas serosas: 1) Parietal: paredes da cavidade 2) Visceral: órgãos no interior da cavidade • Líquido seroso entre as 2 membranas • Função: lubrificação contato durante o movimento • Pequena quantidade: velocidade produção e reabsorção proporcionais; PLEURAL PERICÁRDICO PERITONEAL Formação • Ultrafiltrado de plasma. • Sem secreção de substâncias pela membrana. • A produção e reabsorção dependem da pressão hidrostática e coloidal (proteínas) exercidas pelos capilares. • A maior pressão hidrostática nos capilares sistêmicos do lado parietal favorece a produção de líquido através da membrana parietal e sua reabsorção através da membrana visceral. Formação Acúmulo anormal de líquido nas situações que afetam: • Pressão hidrostática capilar, • Pressão coloidal; • Permeabilidade; • Drenagem linfática; COLETA - Aspiração com agulha na respectiva cavidade: • Toracocentese (pleural) • Pericardiocentese (pericardial) • Paracentese (peritonial) AMOSTRA - 1 tubo com EDTA: contagem celular - 1 tubo estéril: Cultura - 1 tubo com heparina: bioquímica e imunologia. OBS: Colher amostra não heparinizada para observação de coagulação espontânea. • Coletar simultaneamente amostra sanguínea. • Deve ser concentrado antes da análise citológica e microbiológica Transudatos e exsudatos • Classificação geral das causas dos derrames; • Transudatos são resultantes de um processo mecânico. Distúrbio sistêmico, rompendo o equilíbrio entre filtração e reabsorção – como alterações na pressão hidrostática criadas pela insuficiência cardíaca congestiva ou síndrome nefrótica. • Exudatos provêm de um processo inflamatório. Comprometem diretamente as membranas de determinada cavidade, inclusive infecções e neoplasias. Transudatos e exsudatos Categorização: • Aparência, quantidade total de proteínas, desidrogenase láctica, contagem celular e coagulação espontânea. • Critérios mais importantes: Razão entre os níveis de proteínas e de LDH encontrados nos líquidos serosos e no sangue são os mais confiáveis. Distinção laboratorial entre transudatos e exudatos Transudato Exsudato Aparência transparente opaca Densidade < 1,015 (78%) > 1,015 (87%) Proteína total < 3,0g/dl (86%) > 3,0g/dl (90%) Prot. rel. liq/soro < 0,5 (97%) > 0,5 (93%) LDH < 200 UI (97%) > 200 (73%) LDH rel liq/soro < 0,6 (95%) > 0,6 (89%) Células < 1000/ul (81%) > 1000/ul (78%) Coagulação ausente possível Colesterol < 55 mg/dl > 55 mg/dl Rel pt/LDH/rel LDH (100%) (100%) EXAMES LABORATORIAIS • Para todos os líquidos e para categorização: • Exame físico: cor, aspecto (antes e após centrifugação), coágulo, densidade e pH. Exame químico: proteínas e glicose. Exame citológico: contagem global e diferencial. Exame microbiológico Exame imunológico • Outras provas conforme cada líquido. Líquido pleural Acúmulo anormal de líquido: Insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e hipoalbuminemia transudatos; Doenças inflamatórias, pneumonia e carcinomas exsudatos. Derrame pleural Líquido pleural Aparência • Útil na etiologia do derrame. • Normais e transudatos: transparentes e amarelo claros. • Turvos (geralmente leucócitos) infecção bacteriana, tuberculose, imunológicos (AR). • Sangue: hemotórax (lesão traumática), lesão membrana (neoplasias) ou aspiração traumática (filamentosos e sem uniformidade). • Leitoso: material quiloso de vazamento do ducto torácico ou pseudoquiloso de quadros inflamatórios crônicos. Diferencia quiloso com éter (transparente) ou Sudam III (positivo). Líquido pleural Exames citológicos • Contagem de leucócitos e contagem diferencial. • Contagem leucócitos: > 1000 células/µL. Derrames tuberculosos: contagem moderadamente elevadas – predominância de linfócitos e presença de plasmócitos. Infecções bacterianas: contagem alta e predominância de neutrófilos. Derrames neoplásicos: alta contagem de linfócitos. • Diferencial: Células anormais (células mesoteliais, macrófagos e tumorais) citologia ou patologia. Líquido pleural Exames bioquímicos • Análises mais frequentes: glicose, pH e amilase. • VR são os mesmos do plasma. Glicose: ↓ na inflamação tuberculosa e reumática. pH < 7,2: indicação de intubação e uso de antibiótico nas pneumonias > 7,4: neoplasias. < 6,0: ruptura esofágica Amilase: ↑ na lesão pancreática. Líquido pleural Exames sorológicos • Distinguir derrames de origem imunológica e neoplásica de derrames de origem não-inflamatória e não-neoplásica. • Testes com anticorpos antinucleares, quantificação de imunoglobulinas, componentes do complemento e antígeno carcinoembrionário. • Reações inflamatórias e neoplásicas: níveis elevados de imunoglobulinas e CEA ou de complemento reduzido. Líquido pericárdico • Derrames ocorrem por alterações na permeabilidade das membranas por infecção, neoplasia ou comprometimento metabólico; • Pequena quantidade: 10 a 50 ml; Líquido pericárdico Aspecto • Normal: transparente ou amarelo claro • Transparente: distúrbios metabólicos • Turvo (+ comum): infecção e neoplasias • Leitoso: sistema linfático comprometido • Sanguinolento: Lesão da membrana é causada por tuberculose e tumores: com filamentos sanguíneos. Líquido pericárdico Citologia: • Contagem de leucócitos > 1000 células/µl: infecção. • Neutrófilos ↑: endocardite bacteriana. • Pesquisa de células neoplásicas – importante. Bioquímica: • Glicose baixa: infecção bacteriana e neoplasia Imunologia: • CEA – correlação com citologia • OBS: Gram e culturas p/ suspeita de endocardite. Líquido peritonial • Ascite: acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Causas: • Adulto (complicação de cirrose, esquistossomose, insuf cardíaca congestiva, nefrose e carcinomatose); • Criança (peritonite tuberculosa). Ascite Líquido peritonial Aspecto • Normal: amarelo-claro e transparente. • Amarelo citrino límpido ou ligeiramente turvo: transudato (insuficiência cardíaca, cirrose, obstrução veia cava inferior, hipoalbuminemia). • Turvos (exsudatos): infecções, derrame pancreático. • Leitoso: ascite quilosa (neoplasia abdominal com rompimento linfático). • Hemorragia: traumatismo, neoplasia. Célula maligna de origem digestiva no líquido ascítico Líquido peritonial Citologia • Hemácias < 100.000 / µl. Aumenta no traumatismo, tuberculose e neoplasia. • Leucócitos < 300 /µl. Aumenta na cirrose e peritonite bacteriana. ↑ Granulócitos (> 250 / µl) peritonite. ↑ Mononucleares tuberculose peritoneal. • Citologia para diagnóstico de metástase. • Nos transudatos baixa celularidade, células endoteliais e mesoteliais. Líquido peritonial Exame imunológico: • CEA e CA 125:neoplasias. Exame bioquímico: • Glicose < sérica na peritonite tuberculosa e neoplasias. • ↑ Amilase: pancreatite e nas perfurações intestinais. • ↑ Fosfatase alcalina: perfuração intestinal. • ↑ Creatinina e Ureia: perfuração na bexiga. Exame bacteriológico: • Gram e cultura (aeróbica e anaeróbica) nas suspeitas de peritonite e BAAR para tuberculose Adenocarcinoma Adenocarcinoma Adenocarcinoma Derrame pleural: Células mesoteliales benignas Células Mesoteliais - Refletem a extensão do acometimento pleural, pericárdico ou peritoneal
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