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A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM TDAH 080817

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25
GRUPO EDUCACIONAL DMA
Jadna Aparecida Silva Benta Pessanha
A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM TDAH
CIDADE (UF)
2017
Jadna Aparecida Silva Benta Pessanha
A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM TDAH
Trabalho de conclusão de curso como requisito para a conclusão do curso de Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica da FACON – Faculdade de Conchas.
Orientador(a): Silvana Martins Gonçalves Faísca
CIDADE (UF)
2017
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, por sempre que necessário me socorrer nas horas de desespero e por tornar realidade este sonho.
A meus pais por sempre estarem presente me incentivando, e principalmente nunca terem me deixado desistir, mesmo diante de todas as dificuldades passadas.
As minhas colegas de classe por passarmos por este período de união e ajuda por mais difícil que tenha sido para todas e de todos os trabalhos e provas possíveis. Obrigada à (ALGUÉM EM ESPECIAL) por estes anos de amizade, travessuras e companheirismo, mas principalmente estudos, tornando assim nosso sonho realidade.
A FACON por sempre apoiar e tornar meus sonhos realidade, a professora Silvana por aceitar ser orientadora e nos acolher de uma forma em que nos passou segurança para levar à diante este trabalho, nos atendendo sempre que possível ou necessário para tirar aquela dúvida, mesmo que muitas vezes repetidas.
Por fim agradeço aos professores que sempre estiveram presentes em qualquer momento que fosse necessário para ajudar ou até mesmo dar aquela palavra amiga que acaba fortalecendo e incentivando quando necessário.
EPÍGRAFE
"Uma educação perfeita é para mim simbolizada por uma arvore plantada perto de águas fertilizadas." 
 
 (Johann Heinrich Pestalozzi) 
RESUMO
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) nos dias de hoje vem sendo pesquisado e discutido buscando encontrar respostas às questões que surgem na sociedade, escola e família com relação a suas características e danos causados no indivíduo que apresenta TDAH. Por isso, uma grande preocupação em psicopedagogia é o comportamento desatento, impulsivo ou hiperativo que crianças implicando, várias vezes, em dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Este estudo, apresenta uma revisão bibliográfica sobre as crianças diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e a relação entre o comportamento, os problemas de aprendizagem e o papel do psicopedagogo. O objetivo é analisar sobre os pontos relacionados e a intervenção do psicopedagogo na orientação sobre a maneira mais coerente de lidar com a criança. Constatou-se que o psicopedagogo constitui-se em um profissional importante no processo de ensino e aprendizagem, um grande colaborador que deve atuar junto com a escola, professores e família.
Palavras chave: Psicopedagogia. Hiperatividade. Ensino-aprendizagem.
ABSTRACT
Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is currently being researched and discussed in order to find answers to the questions that arise in society, school and family regarding their characteristics and damages caused in the individual with ADHD. Therefore, a major concern in psychopedagogy is inattentive, impulsive or hyperactive behavior that children imply, at times, difficulties in the teaching-learning process. This study presents a literature review on children diagnosed with Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and the relationship between behavior, learning problems and the role of psychopedagogues. The objective is to analyze the related points and the intervention of the psychopedagogue in the guidance on the most coherent way of dealing with the child. It was verified that the psycho-pedagogue is an important professional in the process of teaching and learning, a great collaborator who must act together with the school, teachers and family.
Keywords: Psychopedagogy. Hyperactivity. Teaching-learning.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	06
2. PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM	10
2.1 TRANSTORNO DE DEFICT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE...........11
2.2 CRIANDO VÍNCULOS...............................................................................11
2.2.1 O psicopedagogo e o TDHA................................................................12
2.3 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO-APRENDIZAGEM...................................13
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS	17
REFERÊNCIAS	18
1 INTRODUÇÃO
O ensino-aprendizagem é um processo onde se transmite informações e conhecimentos. Esses conhecimentos e informações devem ser claros, entendidos e adequados à faixa etária de quem os recebe. No caminho de ensinar e aprender, nos deparamos com diversas dificuldades e muitas delas se dão diante das dificuldades diagnosticadas nas crianças e da falta de conhecimento para lidar com elas, por exemplo.
Surge aí o medo de transtornos, como problemas de aprendizagem. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA) é um transtorno que está presente no cotidiano escolar. Entretanto, a falta de conhecimento sobre o TDHA pode vir a prejudicar uma situação que pode ser diagnosticada e tratada de maneira adequada caso haja percepção e conhecimento sobre o mesmo (BOCK, 2001).
 De acordo com Passos (2010, p. 12) “educar exige paciência, tolerância e, acima de tudo, aceitação”. Jamais devemos rotular, mas, acolher, compreender e assistir a criança que, por ventura, apresentar essa dificuldade. O papel dos profissionais que trabalham com pessoas com TDAH é fundamental, a ponto de favorecer um entrosamento e entendimento sobre a situação.
Na prática pedagógica, encontra-se muitos alunos com dificuldades de aprendizagem e cabe a todos uma melhor compreensão sobre os problemas de aprendizagem, a importância do ensino-aprendizagem, a criação de vínculos afetivos para tratar do problema e maior conhecimento sobre o transtorno em si.
 Entende-se que a aprendizagem é um processo gradual e continuo, onde cada pessoa tem um ritmo próprio de aprender. O ambiente, o conhecimento e as informações devem interagir para propiciar desenvolvimento sem problemas na aprendizagem. O aluno é um receptor crítico de informações e conhecimentos, e o meio onde acontece o ensino-aprendizagem, deve ser estimulador e propicio ao desenvolvimento do processo educativo (COELHO, 2010).
O pedagogo não pode determinar um tempo para que o aluno supere seus problemas de aprendizagem. Cabe a este profissional oportunizar diferentes situações para que o aluno supere suas dificuldades, sempre respeitando seu ritmo e suas individualidades. Este profissional deve estar consciente dos obstáculos que se apresentam no processo de ensino-aprendizagem e estar preparado para saber trabalhar com eles. É sua responsabilidade estimular o desenvolvimento de todos os alunos pela aprendizagem de diversos conteúdos, valores e hábitos.
Quando pensamos sobre dificuldade de aprendizagem, nos referimos à questões da pessoa realizar determinadas atividades. Quando o aluno se apresenta em fase de alfabetização, ele necessita conhecer a relação da estrutura da escrita, sua organização e princípios para que possa aprender e desenvolver sua aprendizagem. Segundo Leite (2010, p. 34) “a alfabetização é indispensável para a apropriação da escrita e na conquista de princípios alfabéticos que possibilita o aluno a ler e escrever com autonomia”. Percebe-se que os problemas de aprendizagem implicam no trabalho docente junto ao núcleo familiar do aluno, para analisar situações e características que visam o entendimento da dificuldade que o aluno tem em aprender.
A importância em refletir sobre as dificuldades do processode ensino-aprendizagem na alfabetização se dá porque a alfabetização é um processo de construção de significado do mundo. Quando se observa dificuldades e o quanto elas interferem com o mundo do aluno, com o desenvolvimento da insegurança e da baixa autoestima, percebemos que trabalhar com dificuldades de aprendizagem constitui um verdadeiro desafio que a cada passo mostram outros tantos a serem desenvolvido, pois tratamos ali do futuro de uma vida (ALMEIDA, 2009).
Neste sentido, o psicopedagogo precisa saber como trabalhar com a dificuldade de aprendizagem buscando diversas estratégias e dinâmicas que garantam um avanço no desenvolvimento do aluno. Este processo deve estar ligado a liberdade, ao respeito a individualidade, habilidades e na sua interação com o meio transmissor de saberes referentes à moral, ética, cultura, técnica, objetivando a formação de cidadãos autônomos que pensam e agem por si só.
Este profissional necessita interagir com o meio onde o aluno com dificuldade se encontra, oferecendo-o a compreensão do universo como um todo, deixando-os criar, fantasiar, imaginar para que ele possa se desenvolver intelectualmente e progredir no processo de alfabetização. Portanto, se elaborou este estudo com o objetivo de analisar sobre os pontos relacionados e a intervenção do psicopedagogo na orientação sobre a maneira mais coerente de lidar com a criança. Para tanto, foi realizado por meio de uma pesquisa de revisão bibliográfica fundamentada com o auxílio de autores que abordam sobre o tema.  
O TDAH caracteriza-se por três sintomas essenciais: a hiperatividade, a impulsividade e distraibilidade em excesso (BOSSA, 2014). Essas características são naturalmente expressas pelas crianças. Portanto, a justificativa sobre este tema de estudo deve-se ao crescente número de crianças que apresentam essas características, por diversas vezes com um diagnóstico equivocado e docentes mal orientados. De acordo com Chalita (2004, p. 21) “a literatura ainda não obteve um consenso no que concerne o TDAH”. Por tais razões, mostra-se importante a elaboração deste trabalho, expondo o que se está descobrindo sobre este problema de maneira a contribuir e enfatizar a importância dos psicopedagogos neste processo. 
No dia-a-dia das salas de aula é possível perceber nos alunos uma dificuldade na aprendizagem. Diante disso, é importante que se saiba lidar diretamente com este problema, trazendo conhecimentos novos que possam ser utilizados na resolução dessas dificuldades. O olhar para atuação do psicopedagogo acabou sendo escolhido já que o seu trabalho está ligado a este entendimento em relação às necessidades do aluno.
No contexto da análise sobre o tema também deve-se compreender o contexto da aprendizagem escolar. Até porque trata-se de alunos que apresentam dificuldades e tendem a fracassar devido às atuais possibilidades didático-pedagógicas em sua alfabetização. De acordo com Hidalgo (2011, p. 72) “os problemas de aprendizagem não são restringíveis a causas físicas, psicológicas ou de conjunturas sociais”. É necessário compreendê-los a partir de um enfoque multidimensional dentro de articulações sociais.
A análise sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se sobre um movimento mais amplo pela transformação desta realidade que envolve o TDHA. Neste sentido, pergunta-se: Qual o papel que o psicopedagogo desempenha no acompanhamento de crianças portadoras do TDAH? Sabe-se que se trata de um processo individual de aquisição que envolve aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e práticas de linguagem, o problema debruçado neste estudo. Espera-se que com o acompanhamento psicopedagógico, as crianças portadoras do TDAH obtenham desenvolvimento de diversas habilidades e contribua no processo de aprendizagem.
2 PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Os problemas de aprendizagem são dificuldades na aprendizagem que se referem às situações difíceis enfrentadas pela criança e pela criança com um desvio do quadro dito normal, mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo. Os sintomas e comportamentos infantis, se muito intensos, pela duração que eles têm na vida escolar e pela participação da família, psicopedagogo e da escola nos processos problemáticos, fica complicado para o docente diferenciar um distúrbio de um problema de aprendizagem (SILVA, 2003).
O psicopedagogo é o profissional que procura compreender as mensagens implícitas sobre os motivos que levam as pessoas a obterem resultados insuficientes ao esforço aplicado em sua busca pela aprendizagem. Ele pode ser um psicopedagogo clínico, cujo trabalho é realizado em uma clínica psicopedagógica ou na escola. No caso de uma instituição escolar, estaremos falando de Psicopedagogia Institucional. Na maioria dos casos, o profissional já se especializa nas duas formações durante o curso de especialização. (BASSEDA, 2010, p. 65).
 O problema de aprendizagem pode ser considerado como um sintoma, no sentido de que o não-aprender não configura um quadro permanente, mas ingressa em uma relação específica de comportamentos se destaca como sinal de descompensação. Os problemas de aprendizagem são sinais indicativos de que algo não vai bem no aprender ou no ensinar. 
Eles são comportamentos, atitudes, modalidades de lidar com os objetos de conhecimento e de se posicionar nas situações de aprendizagem que não favorecem a alegria de aprender, a autoria de pensamento, o sucesso acadêmico. Os problemas de aprendizagem podem ser classificados em sintoma, inibição cognitiva e reativos (BASSEDAS, 2010). Enfim, as dificuldades de aprendizagem são entendidas como uma maneira peculiar e complexa de comportamentos que não se deve necessariamente a fatores orgânicos e que são por isso, mais facilmente removíveis.
Ciasca (1991, p. 23) vaticina que “cerca de 30% das crianças com TDAH apresenta problemas adicionais de aprendizagem”. O autor ainda comenta que, esses problemas devem ser observados com cuidado pois, no geral, são problemas de relacionamentos interpessoais e comportamento inadequado. Estas crianças estão propensas a serem agressivas, à terem depressão e ansiedade. (ROHDE, 2011) Essas crianças são alvo de reclamações dos professores, por não serem capazes de prestar atenção e/ou atrapalhar em sala de aula. Muitas vezes não conseguem finalizar seus trabalhos e têm dificuldades para planejar suas tarefas.
De acordo com Goleman (2010, p. 88) “a dificuldade ocorre em razão da presença de situações negativas de interação social”. Ela se caracteriza pela presença de dificuldades no aprender, maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria das crianças e por seus pares de turma e é em boa parte das vezes, resistente ao esforço pessoal e ao de seus docentes, gerando um aproveitamento pedagógico insuficiente e auto estima negativa.
Ao psicopedagogo cabe somente identificar as dificuldades de aprendizagem que aparecem em sua sala de aula, abrangendo os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos adicionados à problemática ambiental em que a criança vive. Essa postura facilita o encaminhamento da criança ao tratamento da deficiência ou indicação de sua transferência para salas especiais. Para Rodhe (2013, p. 42) “este assunto é tratado por muitos nos termos de problema e distúrbio de maneira indiscriminada”. É necessário estabelecer limites que possam diferenciar ‘distúrbios’ de ‘problemas’ de aprendizagem com critérios de especialistas das áreas em que a deficiência se apresenta.
O TDAH não é considerado um problema de aprendizagem, como a dislexia, por exemplo, mas as dificuldades em sustentar o foco da atenção, a falta de organização e a inquietação atrapalham de forma significativa o rendimento escolar. Neste sentido, a atuação do psicopedagogo com crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperativade é essencial. As crianças com TDAH são agitadas ou inquietas. Elas não conseguem manter a atenção em tarefas longas. Elas se distraem fácil com qualquer estímulo do ambiente ou com os próprios pensamentos. São tidas como esquecidas,falam muito e tem dificuldades para finalizar suas atividades. (CAMPELATTO, 2007, p. 136). 
Escott (2004, p. 28) compreende que “o papel do psicopedagogo pode ser até mesmo como um mediador do ensino”. Esses profissionais são muito importantes no processo de intervenção, independentemente das limitações do aluno, mas as dificuldades de aprendizagem requerem uma avaliação mais especializada. 
Os fatores que podem desencadear um problema ou distúrbio de aprendizagem e que são considerados fundamentais são os fatores orgânicos, fatores psicológicos e ambientais. Os fatores orgânicos representam a saúde física deficiente, falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada etc. Os fatores psicológicos representam à inibição, a fantasia, a ansiedade, a angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição etc.
O papel do psicopedagogo em casos de problemas de aprendizagem é o de estar atento, sensível, amoroso, ético, amar ensinar e aprender para ter condições de perceber comportamentos e sinais indicativos de problemas de aprendizagem. Muitas vezes, é na escola que a criança apresenta algum sintoma alusivo a conflitos de naturezas diversas. No entanto, quando há hipóteses de causas individuais e familiares, o diagnóstico necessita de uma visão clínica. Seu olhar, sua postura, sua afetividade faz toda a diferença. (CAMPOS, 2000, p. 100-101).
Os fatores ambientais são o tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação etc. De acordo com Leal (2011), relacionando as formas de distúrbios no processo de aprendizagem, pode-se levantar vários aspectos:
Distúrbio de aprendizagem condicionado pela situação familiar;
Distúrbios de aprendizagem condicionados pela escola: pelo professor, condicionados pela relação professor-aluno, pela relação entre os alunos ou pelos métodos didáticos;
Distúrbios de aprendizagem condicionados por dificuldades de educação;
Distúrbios de aprendizagem condicionados por característica da personalidade da criança.
O sistema educacional no Brasil propõe dar, para cada criança, a oportunidade de aprender tanto quanto sua capacidade de permitir. No entanto, as crianças que apresentam distúrbios ou problemas de aprendizagem não têm essa oportunidade. Os alunos conseguem acompanhar o currículo da escola e, quando fracassam, são classificados como inaptos mentais ou rotulados como alunos fracos e repetentes. Mas, na verdade, trata-se de crianças que necessitam de um atendimento especializado e nosso sistema educacional não oferece isso a elas.
A expressão ‘dificuldade de aprendizagem’ apareceu na década de 1960 com o intuito de situar a problemática em um contexto educacional retirando-lhe o estigma clínico que a caracterizava. A primeira definição sobre o problema deixava evidente a ênfase dada ao componente educacional e o distanciamento de outros problemas, tal como deficiência mental, privação cultural, entre outros (PASSOS, 2010).
Ao pensamos nas dificuldades de aprendizagem, logo as relacionamos com a incapacidade que a pessoa tem de realizar uma determinada tarefa. Mas a dificuldade de aprendizagem é um distúrbio psicológico básico que envolve o entendimento na utilização da linguagem (escrita ou falada), manifestada em imperfeições no pensar, ouvir, ler, falar, escrever, soletrar ou realizar cálculos.
A atual literatura, diversas definições referentes às dificuldades de aprendizagem são encontradas. No sistema educacional, usa-se o termo, ‘dificuldades’ por entender que nesta palavra exista uma maior amplitude de significado que podem definir os problemas apresentados no meio escolar.
A escola necessita se organizar para atender seus alunos que apresentam dificuldades, o docente necessita promover métodos de trabalho e ensino diferenciados e a família deve entender que sem seu apoio o aluno não virá a se desenvolver de maneira adequada em seu aprendizado. Para identificar uma possível deficiência é necessário que o aluno apresente alguns dos itens relacionados que, de acordo com Passos (2010):
Dislexia: caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. Costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado. A dislexia não é uma doença, mas um bloqueio que se encontram no início do processo de alfabetização;
Problemas de comunicação: a criança com dificuldades de aprendizagem pode apresentar um bloqueio ao se expressar com outros;
Mutismo seletivo: é uma condição de ansiedade social, na qual uma pessoa que é capaz de falar é incapaz de expressar-se verbalmente dadas certas situações;
Atraso da fala: perturbação no desenvolvimento da linguagem que não pode ser explicado por déficits de percepção sensorial, capacidades intelectuais ou funcionamento motor ou sócio-econômico;
Disfemias: perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos da expressão. Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira;
Dislalias: é a dificuldade em articular as palavras. Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro;
Afasia: dificuldade em nomear pessoas e objetos. Pode evoluir para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem;
Hiperatividade: é um problema complexo e se não for tratado na infância traz consequências drásticas pelo resto da vida. A hiperatividade é um problema de desatenção (quando a criança é agitada e não consegue parar quieta). Elas se machucam com mais frequência, não têm paciência, interrompem conversas;
Discalculia: dificuldade de aprender tudo o que está relacionado a números como: operações matemáticas; dificuldade de entender os conceitos e a aplicação da matemática; seguir sequências; classificar números.
A identificação das dificuldades de aprendizagem na alfabetização deve ser feita o mais rápido possível, pois essas dificuldades de aprendizagem produzem sérias consequências emocionais. O aluno, geralmente, sente-se frente uma exigência constante para fazer algo que não consegue fazer empreendendo muito esforço e sem obter nenhum sucesso. Isso causa ansiosidade, frustração e irritação (LEAL, 2011).
 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um quadro sindrômico. Não é uma doença propriamente dita, mas um conjunto de sintomas observados que devem estar presentes para sua identificação. O estudo da etiologia do TDHA é objeto de bastante análise, especialmente a partir do início da década de 1990. Embora vários estudos já foram realizados sobre o problema, as causas precisas do TDAH ainda são desconhecidas (ALMEIDA, 2009).[1: Pessoa que apresenta um quadro de portador de síndrome de qualquer natureza patologicamente definida.]
Para Barros (2009) as descrições iniciais de crianças que apresentavam quadros semelhantes ao que se descreve atualmente como TDAH surgiram na literatura infantil alemã em meados do século XIX. Hidalgo (2011, p 34) diz que “se estima que cerca de 4 a 6% das crianças na idade escolar, entre 6 a 14 anos, apresentem hiperatividade ou déficit de atenção”. O TDAH, é um problema de saúde mental que tem três características básicas: a desatenção, a agitação e a hiperatividade. 
As consequências do tratamento inadequado do transtorno, segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), podem causar grandes prejuízos, inclusive na economia do país, em gastos com repetências escolares, atendimentos médicos de emergência por acidentes provocados pela hiperatividade, altas taxas de desemprego causado pela falta de atenção e desorganização. O Brasil tem um prejuízo de aproximadamente R$ 2 bilhões de reais por ano; por outro lado, com o tratamento recomendado, a economia seria proporcional aos prejuízos (RODHE, 2013, p. 234).
Ao longo do tempo,o TDAH recebeu diversas denominações. Atualmente sabe-se que o TDAH não é consequência de nenhuma lesão cerebral. Mas o TDHA pode levar a dificuldades emocionais de relacionamento e a um baixo desempenho na escola. Diversas vezes vem acompanhado de outros problemas de saúde mental por ser um transtorno com forte influência genética em que existem alterações na química do sistema nervoso (CAMPELATTO, 2007).[2: Por exemplo, lesão cerebral mínima, síndrome hipercinética e disfunção cerebral mínima.]
O TDAH é uma patologia de fatores genéticos e ambientais diferentes devem se manifestar em características que compõem os quadros clínicos. Tais aspectos são normalmente encontrados em pessoas sem o problema, mas para haver o diagnóstico desse transtorno a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normais da criança ou do adulto. Seu diagnóstico é clínico. Não existe, até o momento, nenhum exame ou teste que possa sozinho dar seu diagnóstico. Para Bassedas (2010, p. 64) “o TDAH é uma patologia neuropsiquiátrica que deve ser diagnosticada por um médico ou um psicólogo”. Para se elaborar um diagnóstico correto do TDAH são necessárias várias avaliações, até mesmo com abordagem multidisciplinar. 
Rohde (2011) indica que “para o diagnóstico de TDAH, é essencial que os sintomas sejam inconsistentes com o nível de desenvolvimento esperado para a idade da criança”. Isso deixa evidente a necessidade de se conhecer o desenvolvimento normal de crianças, para diferenciar o normal do patológico. À medida que a criança vai crescendo, aumenta o nível de exigência sobre ela. No entanto, o TDAH fica mais evidente quando ela vai para a escola. Para fazer o diagnóstico de déficit de atenção e hiperatividade, os sintomas precisam manifestar-se em dois ambientes distintos. Em geral, eles ocorrem em casa e na escola. O TDAH caracteriza-se por: 
 
 ESQUEMA: CARACTERISTICAS DO TDHA 
 Fonte: De autoria da acadêmica de acordo com RODHE (2013).
Segundo Barros (2009), a desatenção pode aparecer de diversas maneiras, como não conseguir manter a concentração por muito tempo com qualquer estímulo desviando a atenção. Na hiperatividade é o aumento da atividade motora e pode ser encontrada em diversos transtornos psíquicos. Já a impulsividade é a deficiência no controle dos impulsos, é agir antes de pensar. A pessoa impulsiva costuma ter reações súbitas, reagindo sem pensar. 
O TDAH jamais se inicia quando o indivíduo é adulto. Ao contrário. Em geral, evolui com melhora dos sintomas, tanto que até alguns anos atrás acreditava-se que desaparecia com o crescimento. Porém, não existe idade estabelecida para o surgimento do TDAH. Tem–se visto casos de crianças com sintomas do transtorno após os oito anos, como em crianças com faixa-etária inferior. Os sintomas podem manifestar-se desde uma idade muito precoce. Para que uma pessoa seja diagnosticada com o TDAH não é necessário que possua todos os sintomas. Na maioria das vezes estão presentes vários, mas não todos. Rodhe (2011, p. 183) comenta que “é preciso ao menos cinco dos sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade para que se possa diagnosticar o TDAH”. As crianças que são diagnosticadas com o TDAH apresentam muitas coisas em comum, mas não são necessariamente iguais no seu comportamento. 
Na educação infantil, pelo fato das atividades serem mais dinâmicas e livres torna-se mais difícil identificar os sintomas de TDAH. Na alfabetização as crianças começam a realizar atividades que exigem maior atenção, e a os sintomas passam ser identificados (BOSSA, 2014). Existem sintomas que não tradicionais para se fazer o diagnóstico, porém, os mais comuns são:
 
 QUADRO: SINTOMAS DO TDHA 
 Fonte: De autoria da acadêmica de acordo com RODHE (2013).
Coelho (2010, p. 87) informa que “é bastante comum a existência de problemas emocionais em conjunto com o TDAH”. Entre os problemas mais frequentes está a depressão e a ansiedade. Depressão na infância se expressa por crianças irritadas e baixo rendimento escolar. Ainda segundo Rodhe (2013), “todos nós possuímos um pouco de desatenção, inquietude e impulsividade”. Porém, o portador de TDAH possui essas inquietudes de maneira desproporcional. Conclui-se que o indivíduo com TDAH necessita de uma avaliação bem detalhada, pois não basta ter alguns sintomas para se afirmar que o transtorno existe.
A aprendizagem com o qual trabalha a Psicopedagogia remete a uma visão de homem como sujeito ativo em um processo de interação com o ambiente social. Devido a isso, a aprendizagem deve levar em conta a interação do sujeito e do meio onde vive. Para que a aprendizagem ocorra são necessários elementos como a mensagem, o receptor e o meio ambiente, interagindo um com o outro. Na falha de um deles haverá problemas. Também ressalta-se que o TDAH não é um problema de dificuldade de aprendizagem, porém tem relação direta com o comportamento da criança atrapalhando o seu rendimento. O tratamento adequado envolve o trabalho multidisciplinar envolvendo pais, professores, profissionais da saúde e um psicopedagogo. O Psicopedagogo poderá ajudá-lo a obter concentração através de jogos e outras técnicas (CIASCA, 1991).
Já Campos (2000) comenta outra relação direta com o TDAH, o distúrbio de aprendizagem. Diferentemente de dificuldade escolar que está relacionada especificamente a um problema de ordem e origem pedagógica, um distúrbio de aprendizagem envolve questões orgânicas que impedem o indivíduo de aprender, e, dificuldade escolar, pode estar relacionada a fatores ambientais como, por exemplo, fatores emocionais, familiares, sociais, motivacionais, relação professor-aluno, programas escolares inadequados e outros. 
CRIANDO VÍNCULOS
A importância do estar preparado de maneira devida e com uma sensibilidade que permita um olhar atento por parte do psicopedagogo, que deve-se atender as expectativas e proporcionar momentos significativos que destaquem as aptidões da criança que necessita vivenciar situações de aprendizado, as quais possibilitem que a mesma possa expressar-se. 
O processo educativo requer dos profissionais envolvidos um papel de mediador do ensino aprendizagem da criança. E nessa mediação, o psicopedagogo pode contar com uma ferramenta que irá facilitar esse processo, que é a afetividade. Também sabe-se que a escola é fundamental na formação das pessoas para viverem em um meio social. A escola exerce o papel de contribuir não só na aquisição de conhecimentos mas também na construção da personalidade. É importante que o ambiente escolar mantenha uma complexa relação com os alunos, estando apta a desenvolver uma educação que leve a reflexão e ao surgimento do senso consciente e crítico (BARROS, 2009).
Compete ao psicopedagogo auxiliar no processo de obtenção de conhecimentos proporcionando o desenvolvimento afetivo entre as pessoas. As escolas deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de dores (LEITE, 2010).
É indispensável que exista uma reflexão e questionamento constante quanto à existência humana, a fim de identificar e alcançar os objetivos mais serenos e preciosos no tratamento. O psicopedagogo deve conhecer a criança não apenas exteriormente, mas também na sua interioridade afetiva, na sua necessidade de criatura que chora, ri, dorme, sofre e busca constantemente compreender o mundo que a cerca, bem como o que ela faz ali na escola. (GOLEMAN, 2010).
Falando da importância de criar vínculos no tratamento da TDAH, conhecemos a palavra vínculo derivada do latim ‘vinculu’, que significa tudo que liga ou aperta. Para Hidalgo (2011, p. 34) “vínculo se traduz como relação". O vínculo se refere ao modo de relacionar-se, aos laços que se estabelecem em torno de cada indivíduo, aos indivíduos com quem uma pessoa está relacionadaemocionalmente ou que, ao mesmo tempo, estão relacionados com ela. 
O vínculo de afeto que o psicopedagogo estabelece com a criança em sala de aula deve ser de confiança diária combatendo preconceitos e rótulos comuns na escola. Desta forma, o vínculo de afeto que se estabelece favorece a relação entre as partes. As relações estabelecidas no contexto escolar também têm se revelado complicado. Com a descrença de que a escola possa constituir-se em um espaço de construção de conhecimento, agrava-se a formação de pessoas conscientes e críticas (ALMEIDA, 2009).
Na Educação Infantil, principalmente, a escola deve ser a continuação do lar, portanto, a escola não pode limitar-se apenas a fornecer conhecimentos conceituais, mas deve contribuir para o desenvolvimento da personalidade de seus alunos. A influência mais importante no processo escolar é exercida pelo professor; portanto é necessário que se entenda a origem do desenvolvimento emocional e o comportamento do aluno em todas as suas manifestações.
Criar vínculos permite a expressão dos sentimentos, cria vínculos e permite um conhecer melhor o outro. De acordo com Bassedas (2010, p.89) “na relação psicopedagógica tem aumentado de maneira assombrosa os problemas de afetividade”. A afetividade conduz a autonomia na construção da aprendizagem recíproca, transformando a criança em cidadãos seguros e confiantes de si, capazes de pensar de maneira crítica no mundo que os cercam. Os sentimentos em relação à afetividade têm sido de desencanto e impotência diante de inúmeros problemas do cotidiano. 
De acordo com Barros (2009, p. 48) “a afetividade é uma ferramenta essencial na aprendizagem, cumprindo um papel fundamental na vida da criança, influenciando a percepção, a memória, o pensamento no equilíbrio da personalidade de cada pessoa”. O vínculo afetivo tem um forte controle sobre o desenvolvimento intelectual da criança. Devido a isso, a educação tem dado grande atenção aos estudos da afetividade na formação da autoestima dos portadores de THDA. Assim, falar em afetividade e autoestima é falar em uma relação construída a partir de respeito, compreensão e autonomia de ideias. Uma vez que se pretende formar cidadãos responsáveis e honestos, a formação da autoestima é fundamental para todos os indivíduos.
O psicopedagogo e o TDHA
O movimento da psicopedagogia no Brasil remete ao seu histórico na Argentina. São muitos os autores argentinos com trabalhos na literatura brasileira que constituem os primeiros esforços no sentido de sistematizar um corpo teórico próprio da Psicopedagogia. Bossa (2014, p. 90) entende que “a psicopedagogia verifica a preocupação com os diversos problemas de aprendizagem”. A escolaridade adquire um papel e uma função bastante distinta.
Para Escott, (2004), construir a identidade do trabalho do psicopedagogo, implica, portanto assumir um referencial teórico e uma ação profissional coerente a fim de cumprir o compromisso com a resolução e prevenção dos processos de aprendizagem. Especialistas que atuam nessa área são unânimes em ressaltar que o tratamento realizado mediante o acompanhamento interdisciplinar, associado ou não a terapia medicamentosa, tem sido o ideal. Desta forma, a psicopedagogia pode e deve gerar recursos que promovam uma melhor resiliência e indicar caminhos para avaliações e enfoques terapêuticos específicos. 
No Brasil, o trabalho do psicopedagogo esteve vinculado a uma concepção de reeducação e em um segundo momento apontou para uma nova postura, transitando entre as teorias da Pedagogia, Psicogenética e Psicanálise. A Psicopedagogia passa a interagir com outras áreas do conhecimento: Neurologia, Linguística, Psicomotricidade. (ESCOTT, 2004, p. 104).
A psicopedagogia é rica e recebe a colaboração de diferentes áreas e correntes contribuindo assim para o pensar e o agir do psicopedagogo. Bock (2011, p. 49) destaca que “a história da psicopedagogia também aborda a evolução da alma da criança e a partir do século XIX, passaram a se preocupar com estudos relacionados aos distúrbios de aprendizagem”. O trabalho do psicopedagogo se constituiu em um campo de conhecimento que se ocupa das questões da aprendizagem e, por conseguinte, da não-aprendizagem.
Assim, se torna possível constatar a importância da participação do psicopedagogo na elaboração de um melhor atendimento às crianças com TDAH. Para que ocorra mudanças na maneira de se fazer educação, profissionais, como o psicopedagogo, deve interagir como facilitadores da aprendizagem. No momento em que o psicopedagogo possuir mecanismos de entendimento e interferência com o processo individual de aprendizagem, dificuldades encontradas pelas crianças portadoras de TDAH serão avaliadas de forma mais coerente, e se deixará de responsabilizar o próprio paciente pelo fracasso escolar (RODHE, 2013). 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO-APRENDIZAGEM
Chalita 92004, p. 60) enfatiza que “estudar a aprendizagem pode não parecer uma novidade, mas enfatiza sua importância uma vez que o enfoque é dos problemas na educação”. Através das atividades de aprendizagem, a criança é desafiada a ir ao encontro do novo, produzir, elaborar e reelaborar conhecimentos e diagnosticar problemas. O psicopedagogo neste processo, deve assumir uma postura de mediador sendo aquele que planeja as atividades produtivas para estabelecer a aprendizagem.
Modernamente, a escola objetiva formar cidadãos autônomos e participativos na sociedade. Para conseguir isto, é necessário desenvolver nos educandos a autonomia, que deve ser despertada desde a Educação Infantil. O ensino-aprendizagem encontra-se como um instrumento de operacionalização para atingir esse propósito. Através do ensino-aprendizagem organiza-se a construção dos conhecimentos em torno de metas previamente definidas, de forma coletiva.
Nesta seara, os estudos dos teóricos sobre afetividade também são importantes, pois aproximam os envolvidos neste processo a interação que existe entre o ambiente familiar e a escola como o segundo ambiente socializado. O educando deve sentir-se seguro, acolhido e protegido por todos envolvidos no seu processo de aprendizagem. Assim, uma metodologia destinada a dar vida ao conteúdo tornando a escola mais atraente significa acabar com o professor tradicional e valorizar o que os alunos já sabem ou respeitando o que desejam aprender naquele momento.
As práticas educativas no combate à TDAH podem gerar emoções e ser representados nelas como facilitadoras de aprendizagem. As práticas na educação infantil são tomadas como plano de ação para alcançar seus determinados objetivos, de acordo com Coelho (2010):
Que o educando desenvolva uma imagem positiva de si;
Que descubra e conheça progressivamente seu próprio corpo;
Que estabeleça vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto – estima, que estabeleça e amplie as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade;
Desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração, que expresse suas ideias, que utilize as diferentes linguagens e conheça a manifestações culturais;
Demonstrando atitudes de interesse respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.
O papel do psicopedagogo, em suas intervenções, é o de estimular, observar e mediar, criando situações de aprendizagem significativa. O mais importante no trabalho é o tratamento dispensado a ele, pois é preciso saber estimular o educando a fim de que ele enxergue interesse nos conteúdos se envolvendo de maneira ativa e participativa nas diferentes etapas. Sua linha de raciocínio trabalha como uma linha em espiral em que há avanços progressivos e retrocessos. Todos os aspectos do desenvolvimento estão intimamente ligados e exercem influência uns sobre os outros.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado no referencial teórico, destaca-se o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade como um transtorno que compromete a vida social e escolar de cerca de um terço das crianças.Entretanto, é preciso chamar a atenção às suas necessidades educacionais, bem como à criação de ambientes de afeto e estratégias de ensino adequadas.
O TDAH depende de treinamento de comportamentos adequados, que facilitará a vida da criança na sala de aula ou em outros ambientes. Ao mesmo momento que as escolas os recebem, o psicopedagogo deve assumir a responsabilidade de atender essas crianças e tornar o ambiente facilitador e acolhedor para o processo de ensino-aprendizagem. 
Fica evidente, por meio da pesquisa que ainda existem profissionais (entre eles professores) que não são capacitados para atender crianças com esse transtorno, tão comum em salas de aula. O pouco conhecimento dos profissionais envolvidos em relação às necessidades especiais desse público é extremamente prejudicial na formação escolar e social dessas crianças, causando prejuízos na aprendizagem, autoestima e interação social.
Portanto, entende-se que o papel do psicopedagogo no desenvolvimento dessas crianças é de enorme importância. No instante em que assume o papel de contribuir para a formação humana da criança, o psicopedagogo pode favorecer o tratamento do aluno com TDAH, tanto dentro, como fora do ambiente escolar.
Talvez pela falta de conhecimento da maioria dos professores, torna a ação do psicopedagogo de vital importância no que se trata da vivência e compreensão do afeto. No momento em que a criança passa a ser excluída de alguma maneira das ações escolares seu desempenho cai, reduzindo sua motivação e autoestima.
A atuação do psicopedagogo surge para subsidiar o trabalho do professor e da família. O sucesso escolar de crianças acometidas pelo TDAH depende diretamente da atuação do psicopedagogo e da informação de educadores e familiares sobre o assunto, na perspectiva de contribuir para que os danos sejam minimizados mediante apoio e estratégias adequadas de aprendizagem. 
REFERÊNCIAS
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