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Aula 2 Direitos Humanos

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DIREITOS HUMANOS
Profª Drª Priscila David Domingos
DIFERENÇA ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS E DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos: Atribuídos à humanidade em geral, por meio de tratados internacionais(Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU, 1948, por exemplo). Reconhecem o ser humano independente do Estado. Supranacional/Internacional.
Direitos Fundamentais: Positivados em um determinado ordenamento jurídico (Constituição Brasileira). Atribuídos à pessoa humana em um determinado Estado. Constituições.
Essa tese é corroborada pela CF: quando trata de assuntos internos, a Constituição costuma se referir a “Direitos e garantias fundamentais”, ao passo que, quando trata de tratados internacionais, se refere a direitos humanos.
		Ex.: Art. 5º - § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
		TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos
AS TEORIAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS/NATUREZA
 
POSITIVISMO: Direitos fundamentais são aqueles considerados como básicos na norma positiva (= norma – Constituição). Direito Constituinte. Isso não impede que se reconheça a existência de direitos implícitos, em face do que dispõe, por exemplo, o art. 5º, § 2º, da CF11. (§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte).
 JUSNATURALISMO: Os direitos fundamentais são direitos pré-positivos. Anteriores mesmo à própria Constituição; direitos que decorrem da natureza humana. (art. 2º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão) (Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão).
REALISMO JURÍDICO: Considera que os direitos fundamentais são aqueles conquistados historicamente pela humanidade. Resultado das lutas sociais e políticas
FINALIDADE DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DEFESA: Direito de defesa do indivíduo de ingressar em juízo para proteger bens lesados, proibindo o Poder Público de invadir a esfera privada.
INSTRUMENTALIZAÇÃO: Direitos instrumentais. Contempla princípios que informam e embasam toda a ordem jurídica (legalidade, devido processo legal, isonomia, etc.), fornecendo mecanismos de tutela (Habeas Corpus, mandado de segurança, etc.)
Ex.: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; DEFESA
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; DEFESA
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; INSTRUMENTO
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; INSTRUMENTO
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Dignidade Humana: As coisas têm preço, as pessoas têm dignidade. Reconhecer que todos os seres humanos, pelo simples fato de serem humanos, possuem direitos básicos;
Estado Democrático de Direito: O conceito de Estado Democrático de Direito (CF, art.1, caput) pode ser entendido, em poucas palavras, como o Estado de poderes limitados, por oposição ao chamado Estado Absoluto (em que o poder do soberano era ilimitado). O Estado Democrático compreende: a) submissão dos governantes aos cidadãos, b) separação de poderes, c) garantia dos direitos fundamentais.
AS GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Direitos de Primeira Geração (Individuais): 
Século XVIII e XIX. Representavam uma resposta do Estado liberal ao Absolutista. Fase inaugural do constitucionalismo no Ocidente. Foram frutos das revoluções liberais francesas e norte-americanas, nas quais a burguesia reivindicava o respeito às liberdades individuais, com a consequente limitação dos poderes absolutos do Estado. Destacam a nítida separação entre o Estado e a sociedade. Exigem do ente estatal, precipuamente, uma abstenção e não uma prestação, possuindo assim um caráter negativo (Não Fazer), tendo como titular o indivíduo. 
	Ex.: Direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à liberdade de religião, à participação política
Direitos de Segunda Geração (Sociais, Econômicos e Culturais): 
Relacionam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas, assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano. A Revolução Industrial foi o grande marco dos direitos de segunda geração, a partir do século XIX, implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos sociais essenciais básicos: alimentação, saúde, educação etc. O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra e pela fixação de direitos sociais. O direito de segunda geração, ao invés de se negar ao Estado uma atuação, exige-se dele que preste políticas públicas, tratando-se, portanto de direitos positivos, impondo ao Estado uma obrigação de fazer. 
Ex.: Direitos à saúde, educação, trabalho, habitação, previdência social, assistência social, entre outros.
Direitos de Terceira Geração (Solidariedade):
 Consagram os princípios da solidariedade ou fraternidade, sendo atribuídos genericamente a todas as formações sociais, protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa, não se destinando especificamente à proteção dos interesses individuais, de um grupo ou de um determinado Estado, mostrando uma grande preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras. Possui origem na revolução dos meios de comunicação e de transportes. 
Ex.: Direito ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, direito de comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e direito à paz. Direitos Coletivos. 
Portanto, os direitos de terceira geração ou dimensão possuem como seus sujeitos ativos uma titularidade difusa ou coletiva, uma vez que não visualizam o homem como um ser singular, mas toda a coletividade ou o grupo.
Direitos de Quarta Geração: 
Paulo Bonavides (Constit. Cearense): Aspecto introduzido pela globalização dos direitos fundamentais, relacionados à democracia, à informação e ao pluralismo.
Democracia = eliminar o arbítrio. Oposição às forças e ao abuso de poder;
Informação: Informar e ser Informado. Evitar o abuso e as ações às escuras;
Pluralismo Político: Composição por diversos segmentos.
José Alcebíades de Oliveira Junior: Domínio da biotecnologia e Biociência. Ex.: Eng. Genética, eutanásia, inseminação artificial, alimentos transgênicos...
Direitos de Quinta Geração: 
Paulo Bonavides: Corresponde ao direito à paz. Reconhecimento como direito Fundamental. Reflexo das Guerras e constantes conflitos. Ex.: art. 4, VI CF/88.
José Alcebíades de Oliveira Junior: Revolução Tecnológica – cibernética. Questões que advém com a internet e outras ferramentas que rompem as barreiras.
Conclusões das Gerações
Uma geração não elimina a outra. Elas convivem, se complementam
Ex.: Direito a vida (1 geração) – Pesquisa genética (IV geração).
Lei 11.105/2005 - Regulamenta os incisosII, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências.
ADI 3510 contra lei 11.105/05
a) a lei contribuirá para a pesquisa, que potencialmente auxiliará na recuperação da saúde de muitos. 
d) o casal que se utiliza do procedimento da fertilização in vitro não está obrigado juridicamente a se utilizar de todos os embriões, pois não há lei determinando (art. 5º, II), sendo eventual imposição contrária ao planejamento familiar do casal (art. 226, § 7º, CF).
e) se a vida se encerra com o fim da atividade encefálica, não havendo cérebro, não há vida.

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