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Prof: Stefanie Alvarenga Santos Exigências nutricionais dos animais Proteína (aminoácidos) Macro e microminerais Vitaminas Energia Exigências de energia – nutrientes: Carboidratos 4,2 kcal/g Mais utilizado Lipídios 9,4 kcal/g restrição nos níveis utilizados Proteínas 5,65 kcal/g Exigências protéicas Aminoácidos como fonte energética – baixa eficiência Alto custo IMPORTÂNCIA DOS CARBOIDRATOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Restrição aos níveis de lipídios Monogástricos 3- 5% da dieta Pode comprometer a estrutura dos peletes da ração, tornando-os frágeis Em rações fareladas, altos níveis de gordura podem dificultar o seu manuseio, impedir o fluxo normal nos comedouros semi-automáticos. Rostagno et al., 2011 IMPORTÂNCIA DOS CARBOIDRATOS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Animais de companhia – PET - carnívoros Lipídios são importantes palatabilizantes nas rações de cães e gatos Dietas para cães possuem mais de 30% de gordura em sua formulação (Mínimo 5-8%) Carboidratos – atenção especial: Quantidade de amido Qualidade do amido – baixa digestibilidade Concentração e característica das fibras Fatores antinutricionais CARBOIDRATOS - ORIGEM VEGETAL Alimentos de origem vegetal Diferentes tipos de carboidratos Amido solúvel e digestível Monogástricos Pectina fibra solúvel mas não digestível Celulose fibra insolúvel e não digestível Ruminantes Pectina digestível Celulose insolúvel potencialmente digestível Pectina é um polissacarídeo não-amiláceo solúvel juntamente com β- glucanas, gomas e mucilagens – indigestíveis para monogástricos e altamente digestíveis para ruminantes Ruminantes Nº Carbonos Nome Genérico Exemplos – Nomes 3 Carbonos Triose Gliceraldeído 4 Carbonos Tetrose Eritrose 5 Carbonos Pentose Ribose 6 Carbonos Hexose Glicose 7 Carbonos Heptose Sedoeptulose 9 Carbonos Nonose Ácido Neuramínico CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS MONOSSACARÍDEOS OLIGOSSACARÍDEOS POLISSACARÍDEOS Não podem ser hidrolisados a moléculas menores Após hidrólise, geram de 2 a 6 moléculas de monossacarídeos Após hidrólise, geram mais de 6 moléculas de monossacarídeos Glicose-frutose-xilose galactose Maltose: Gli α (1,4)-Gli Sacarose: Gli α (1,2)-Fru Lactose: Gal β (1,4)-Gli Celobiose: Gli β (1,4)-Gli Amido: Gli α (1,4)- Gli Amilopectina e Glicogênio: Gli α (1,4) e α (1,6)- Gli Celulose: Gli β (1,4)- Gli Hemicelulose: Xil α (1,6) PRINCIPAIS CARBOIDRATOS EM CÉLULAS VEGETAIS ESTRUTURA L RESERVA Homopolissacarídeo constituído por unidades de glicose ligadas entre si por ligações glicosídicas β- 1,4 CELULOSE HEMICELULOSE: Mistura de polímeros de hexoses, pentoses e àcidos urônicos, que podem ser lineares ou ramificados, amorfo e possui peso molecular relativamente baixo Cadeia com mônomeros de xilose (pentose) – Xilana Ramificações de arabinose – arabinoxilana Ramificação de arabinose + ácido glicurônico - glicoarabinoxilanas A pectina é um polissacarídeo ramificado constituído principalmente de polímeros de ácido galacturónico ramificado As suas ramificações servem para aprisionar a água ao redor a fim de tornar o meio mais gel. Galactose Ramnose Arabnose xilose Cadeia principal homogalacturona Metilação reduz a capacidade de hidratação Carboidrato não-fibroso altamente digestível para ruminantes Fibra solúvel e indigestível para monogástricos Amido: Polissacarídeo de reserva das plantas O amido é constituídos por unidades de glicose unidas por ligações α1-4 e divididos em duas partes, a amilose, que é uma cadeia linear não-ramificada, e amilopectina, que apresenta pontos de ramificação, com ligações do tipo α1-6. Percentagem do constituinte total indicado nas estruturas físicas específicas do grão de milho Amido Lipídeos Proteínas Minerais Açucares Fibras Fração %Grão % em cada parte do grão Endosperma 82 98 15.4 74 17.9 28.9 27 Gérmen 11 1.3 82.6 26 78.4 69.3 12 Pericarpo 5 0.6 1.3 2.6 2.9 1.2 54 Ponta 2 0.1 0.8 0.9 1.0 0.8 7.0 Fonte: Paes et al., 2006 Exemplo de conteúdo dos nutrientes no grão de milho Açucares simples: conteúdo celular Mais comuns na natureza Maltose ocorre na natureza nos grãos em germinação Pode ser obtido através da hidrólise parcial do amido, sendo a glicose o produto final Lactose é o principal açúcar encontrado no leite É o menos doce dos dissacarídios Sacarose é encontrada no açúcar da cana e da beterraba Após hidrólise de glicose e frutose São nutrientes orgânicos cuja função principal é fornecer energia às células; Carboidratos são digeridos para fornecer glicose; A glicose é considerada o “combustível” das células, pois ao ser desdobrada na respiração celular libera energia para as funções vitais; O amido é o carboidrato de reserva dos vegetais e o glicogênio é o carboidrato de reserva dos animais; Principal fonte de energia para os animais, 50-80% das calorias da dieta; Fonte de energia mais abundante, de fácil digestão (4,0kcal/g) e preferencial no organismo vivo dos herbívoros Boca e estômago •Início da digestão dos carboidratos •Parótidas secretam α-amilase salivar •Cloro é cofator na hidrólise •Ação amilolítica nas ligações α-1,4 do amido (3-5% do amido ingerido) •pH de ação 6,7 •Bolo alimentar misturado à saliva, deixa a boca pelo esôfago e chega no estômago. •α-amilase permanece agindo no centro do bolo alimentar, onde o pH permanece inalterado (Também foi identificada amilase no papo das aves) pH da saliva dos cães varia entre 7,34 a 7,80 e dos gatos tem valor médio de 7,50 Cães e gatos não possuem -amilase salivar Não há digestão química na boca Mastigação não é fator importante – deglutição de grandes quantidades de alimento – principalmente nos cães Estômago •Produtos: Maltose, maltotrioses, dextrinas (α-1,6) e glicose avançam para o estômago •A medida que inicia-se a secreção ácida estomacal, a digestão dos carboidratos é interrompida •HCl Liberado por estímulo da gastrina – inativação da amilase •Gastrina é estimulada pela presença de peptídeos e AA no lúmen Glândula Oxíntica Céls mucosas Céls parietais Céls principais Pepsinogênio Muco HCl Estômago: Principais enzimas do estômago dos cães são a pepsina (ótima atividade em pH = 2) e lipase gástrica O pH médio no estômago de gatos é 2,5 ± 0,07 Estômago parece ser o maior sítio envolvido na regulação da passagem de partículas através do TGI dos cães – relacionado ao tamanho de partícula da digesta Tempo de Retenção Cães/gatos: 2-8 horas Bovinos: 16-48 horas Intestino delgado (ID) •Quimo ácido chega ao ID ativação de quimiorreceptores então ocorre inibição no esvazaimento gástrico •Lipídios emulsificados e aminoácidos que chegam ao ID ativam osmorreceptores e também inibem o esvaziamento gástrico •Não há efeito dos carboidratos sobre o controle do esvaziamento gástrico – não promovem a saciedade •Secreção hormonal da colecistoquinina, que reduzem a secreção ácida, é influenciada por aminoácidos e lipídios que chegam ao duodeno•Secreção intestinal pH alcalino 7,8 – 8,0 - α-amilase pancreática •Amilose proximadamente 20% do amido na dieta - ligações a-1,4 clivadas até glicose, maltotriose e maltose •Amilopectina aproximadamente 80% do amido dietético – ligações a- 1,6 na amilopectina, clivadas até maltose, maltotriose e dextrinas. INTESTINO DELGADO •Cães alimentados com uma dieta à base de carne e cereal tem um pH médio no duodeno proximal de 6,2 •Para os gatos, o pH médio duodenal é 5,7, enquanto o do jejuno e íleo são respectivamente 6,4 e 6,6 Cães - mais hábeis em digerir o amido da dieta que os gatos. Mesmo para cães, o grau de digestão do carboidrato dependerá do processamento que a dieta foi submetida, ex: extrusão – gelatinização do amido Cães - não têm amilase salivar, mas é bem provido de amilase pancreática. Gatos – não possuem amilase salivar, possuem quantidade reduzida de amilase pancreática e têm uma intolerância mesmo a níveis moderados de carboidratos. Amido na dieta está presente pelo processo industrial da peletização. Digestibilidade é alterada pela fonte escolhida Intestino delgado (ID) •Enzimas na borda em escova do ID Maltase Isomaltase Lactase Sacarase Borda em escova enterócito Luz intestinal Maltose glicose + glicose Lactose glicose + galactose Sacarose glicose + Frutose Isomaltose glicose + glicose Intestino delgado (ID) •ABSORÇÃO DOS MONOSSACARÍDEOS lumen enterócito sangue Logo após ação das enzimas – carregamento osmótico do lúmen A difusão simples ocorre de maneira lenta Água passa do compartimento vascular para o lúmen Redução das vias passivas para não haver sobrecarga de glicose no sangue Transporte via transportadores pode saturar-se Machado et al., 2006 GLUT1 Eritrócitos Sistema nervoso central GLUT2 Pâncreas - Sensor de glicose nas células β Fígado Enterócito GLUT3 Neurônios Espermatozóides Não respondem à insulina GLUT4 Tecidos alvo da insulina Transportador responsivo à insulina GLUT5 Transportador frutose • Alta capacidade de absorção de água, aproximadamente 90% da água que chega ao íleo é absorvida • Maior local de absorção de sódio. Também absorve potássio, cálcio, fósforo, magnésio, zinco, cobalto, cobre e manganês • Digestão de carboidratos • Fermentação controlada pela quantidade de substratos que chegam ao local FUNÇÕES DO INTESTINO GROSSO Ambiente para fermentação microbiana de nutrientes que escapam da digestão e absorção no ID Em equinos o ceco é o sítio principal na digestão dos componantes fibroso da dieta. Fermentação similar ao que ocorre no rúmen Em cães e gatos o cólon compreende a maior parte do IG e não possui vilosidade 31 FUNÇÕES DO INTESTINO GROSSO FUNÇÕES DO INTESTINO GROSSO Carboidratos solúveis e insolúveis podem ser degradados por enzimas microbianas A diferença está no tempo de degradação Produtos finais da fermentação bacteriana são os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) (acetato, propionato e butirato), lactato, dióxido de carbono, gás hidrogênio, metano e amônia Equino – fermentadores pós-gastricos – fonte essencial de energia Fermentação similar ao que ocorre no rúmen Produção de proteína microbiana a partir de dos substratos que chegam ao IG Manutenção das células dos intestino grosso pela produção de butirato que é um fator de crescimento das papilas (vilosidades) 33 FUNÇÕES DO INTESTINO GROSSO
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