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A evolução histórica do direito processual brasileiro

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A evolução histórica do direito processual brasileiro até a conciliação no ordenamento jurídico brasileiro
The historical evolution of Brazilian procedural law until conciliation in the Brazilian legal system
Rebeca Dias Guimarães¹
Anderson de Sousa Pinto²
RESUMO
No início da evolução histórica do Direito Processual brasileiro adotava-se ordenações portuguesas de caráter cruel e desproporcional. No entanto, no decorrer do tempo as leis processuais se modificaram de modo a garantir melhor qualidade de vida ao povo brasileiro. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa em nível exploratório quanto a evolução histórica do Direito Processual Brasileiro. Baseia-se na história de sua criação, conhecida através de diversos livros e artigos acadêmicos. Para melhor compreender a temática proposta neste trabalho, foi utilizada a análise textual de Cintra, Grinover e Dinamarco (2014), além da análise de artigos e sites confiáveis. Assim, é possível averiguar a importância da evolução do Direito Processual brasileiro para um âmbito social mais pacífico. 
Palavras-chave: Direito Processual. Brasil. Evolução. História. 
INTRODUÇÃO
O Direito, como ciência jurídica, sofre mudanças diariamente de acordo com a demanda da sociedade. Por esse motivo, as legislações também estão sujeitas à essas modificações. No Brasil, o ramo do Direito Processual remodelou-se no decorrer dos anos desde o Brasil colônia até a presente época. Dessa forma, como resultado de todo o esforço da doutrina, hoje se podem destacar as linhas evolutivas do direito processual no Brasil. Objetiva-se aqui promover um estudo voltado para a evolução histórica do Direito Processual brasileiro, dando a atenção devida a importância do Direito Processual brasileiro na atualidade. Observando, para tanto, artigos, dissertações e livros relacionados ao assunto referido.
METODOLOGIA	
Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, realizada por meio de uma revisão precisa de literatura cientifica concernente a evolução histórica do Direito Processual brasileiro. A pesquisa bibliográfica em seu conceito mais genérico compreende-se como primeiro passo de um trabalho, especialmente o científico, por objetivar que o pesquisador tenha as informações e/ou os dados necessários ao seu embasamento teórico-prático. 
Segundo Lakatos não se trata de mera repetição da literatura já exposta, seu objetivo é proporcionar ao pesquisador um contato direto com o que já foi escrito, dito ou filmado sobre o assunto, “inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem publicadas, quer gravadas” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.174). Visando o desenvolvimento de um trabalho completo e de qualidade foram utilizados os métodos histórico e comparativo, observando-se as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Esta opção tornou-se necessária, uma vez que o objetivo proposto é o desenvolvimento de uma visão crítica sobre a matéria.
EVOLUAÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PROCESSUAL BRASILEIRO
Apesar do Brasil ter declarado a sua independência, ele herdou de Portugal as normas processuais contidas nas Ordenações Filipinas e em algumas leis extravagantes posteriores – decreto de 20 de outubro de 1823, desde que não contrariasse a Soberania Nacional e o Regime Brasileiro. Assim, o Brasil herdou de Portugal as normas processuais das: Ordenações Filipinas (1603), Ordenações Manuelinas (1521) e Ordenações Afonsinas (1456). 
As principais fontes das três ordenações eram: direito romano; direito canônico; leis gerais elaboradas desde o reinado de Afonso II; concordatas celebradas entre os reis de Portugal e autoridades eclesiásticas; Sete Partidas de Castela; antigos costumes nacionais e dos foros locais. Nas Ordenações Filipinas havia a predominância do princípio dispositivo (o processo somente se movimenta mediante o impulso das partes), com fases rigidamente distintas, além do Direito penal e processual penal admitirem o tormento, a tortura, as mutilações, açoites, degredo (ser mandado pra fora do país).
Em virtude deste panorama surgiu a necessidade da Constituição de 1824 estabelecer sobre matéria penal proibindo tortura e penas cruéis, determinando a criação urgente de um Código Criminal baseado na justiça e equidade. Em 1830 foi sancionado o Código Penal do Império com a consagração do princípio básico da reserva legal (legalidade). Com a criação do Código Penal tornou-se imprescindível a criação do Código de Processo Penal, que foi feito em 1832, inspirado nos modelos inglês (acusatório) e francês (inquisitório), portanto, um sistema misto ou eclético. 
Em 1841 através da lei 261, o Código de Processo Criminal foi alterado com o objetivo de aumentar os poderes de polícia. Em 1850, logo após a elaboração do Código Comercial, o Brasil editou o Regulamento nº 737, o primeiro Código Processual Nacional, que se destinava a regular o processamento das causas comerciais. Segundo Cintra (2014) o regulamento 737 é notável do ponto-de-vista da técnica processual, especialmente no que toca à economia e simplicidade do procedimento. Nesse meio tempo, as causas civis continuaram a ser reguladas pelas Ordenações e suas alterações.
Em 1871, o Governo incumbiu Joaquim Ribas de reunir as alterações das Ordenações criando um conjunto com toda a legislação relativa ao processo civil. Em 1876, passou a ter força de lei a Consolidação das Leis do Processo Civil criada por Ribas, que não se limitou a compilar as disposições processuais então vigentes, indo além, reescrevendo-as muitas vezes tal como as interpretava; e, como fonte de várias disposições de sua Consolidação, invocava a autoridade não só de textos romanos, como de autores de nomeada, em lugar de regras legais constantes das Ordenações ou de leis extravagantes. Em 1890, o Regulamento 737 foi estendido também aos feitos civis.
Com a Constituição de 1891 consagrou-se, a par da dualidade de Justiça – Justiça Federal e Justiças Estaduais – a dualidade de processos, com a divisão do poder de legislar sobre direito processual entre a União Federal e os Estados. Elaborou-se, portanto de um lado, a legislação federal de processo, cuja consolidação, preparada por José Higino Duarte Pereira, foi aprovada pelo dec. n. 3084, de 05 de novembro de 1898; de outro lado, iniciaram-se aos poucos os trabalhos de preparação dos Códigos de Processo Civil e dos Códigos de Processo Criminal estaduais, na maioria presos ao figurino federal.
Diante do fracasso do sistema de esfacelamento do direito processual em códigos estaduais, a Constituição de 1934 instituiu o processo unitário, atribuindo à União a competência para legislar a respeito. Referida regra foi mantida nas Constituições subsequentes. Somente a Constituição de 1988 deu competência concorrente aos Estados para legislar sobre procedimento em matéria processual (art 24, inc. XI) e a criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas. Com a competência da União para legislar sobre processo, prevista na Constituição de 1934, tornou-se necessária a elaboração do Código de Processo Civil e do Código de Processo Penal, tendo o governo organizado comissões de juristas para tal fim. Em 1939, surge o Código de Processo Civil. Em 1941, surge o Código de Processo Penal.
O surgimento de problemas práticos decorrentes da aplicação do CPC e do CPP exigiu a reformulação da lei processual. Em 1973, surge um Novo Código de Processo Civil. Com o Novo Código de Processo Civil instaura-se a conciliação devido a inúmeros motivos, quais sejam: sobrecarga dos tribunais; complexidade da estrutura da Justiça Comum, pouco ou nenhum acesso do povo à Justiça; despesas altas com os processos; solução rápida para os litígios; decisões são mais bem aceitas; alternativa de pacificação social. Hoje, no Brasil, a conciliação está prevista nos Juizados Especiais Cíveis - Lei 9.099/95; na Lei de Arbitragem – Lei 9.307/96; no atual Código de Processo Civil – Lei 5.869/73, nos Juizados Especiais Federais – Lei 10.259/2001, dentre outros instrumentos.Importante ressaltar que, entretanto, é na Justiça do Trabalho onde esse instrumento mais se fortaleceu e tem sido levado à prática, já que a conciliação sempre foi objetivo precípuo do processo do trabalho, sendo ainda considerada um princípio dessa matéria jurídica.
 O novo Código de Processo Penal, apesar de já ter projeto encontra-se engavetado desde 1983. Em virtude da grande problematização de se modificar um Código Processual por inteiro, o Brasil tem feito minirreformas na área processual, tanto na esfera criminal quanto na esfera civil buscando a efetividade do processo. Diante de toda a exposição histórica, faz-se necessário mencionar que no ano de 2015 foi promulgado o novo código de processo civil, esse novo código aborda os assuntos processuais de forma moderna e prática, tendo este um desencadeamento lógico, com imensas alterações, inclusive questões sobre o processo eletrônico.
LINHAS EVOLUTIVAS DO DIREITO PROCESSUAL BRASILEIRO 
O processo tradicional vem sendo marcado por profundas alterações metodológicas, passando do plano abstrato ao concreto, do plano nacional ao internacional e do plano individual ao social (CINTRAM 2014, p. 145). Do plano abstrato ao concreto as normas processuais buscam hoje a plena satisfação do direito material, ou seja, um processo de resultados (efetividade do processo). Como exemplo disso se tem a tutela antecipada. Do plano nacional ao internacional cada vez mais as normas processuais cuidam do transporte dos provimentos jurisdicionais para fora dos limites territoriais dos Estados soberanos. Como exemplo, vem-se facilitando a homologação das sentenças estrangeiras, a colaboração nos atos de comunicação processual, o cumprimento das medidas cautelares determinadas por juiz estrangeiro, entre outros.
Do plano individual ao social o processo que se caracterizava por individualista no século XIX, foi se transformando em um processo destinado a atender também a grupos, categorias e classes de pessoas no que se refere à qualidade de vida. Dá-se apoio com novos instrumentos processuais aos interesses de massa. Como exemplo, institutos inteiros que estavam à base do direito processual tiveram de ser reformulados, para a tutela efetiva dos titulares dos novos direitos, reconhecidos nas modernas Constituições. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os aspectos observados, as reformas que o direito processual passou, refletem uma tomada de posição universal cujo propósito é abandonar a preocupação exclusiva com conceitos e formas, para dedicar-se à busca de mecanismos destinados a conferir a tutela jurisdicional o grau de efetividade que dela se espera. O processo como meio de solução dos conflitos deve proporcionar, a quem se encontra em situação de vantagem no plano jurídicosubstancial, a possibilidade de usufruir concretamente dos efeitos dessa proteção.
REFERÊNCIAS
CINTRA, A. C. de A., GRINOVER, Ada P., DINAMARCO, C. Rangel. Teoria geral do processo. 30. ed. São Paulo: Malheiros, 2014. 
FERRACINE, Augusto. A origem do direito processual brasileiro e a resposta do réu. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18026&revista_caderno=21. Acesso em: 03 de abril de 2018.
COSTA, Helena. O instituto da conciliação no Código de Processo Civil brasileiro e no anteprojeto do novo Código em discussão no Congresso Nacional. Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-instituto-da-conciliacao-no-codigo-de-processo-civil-brasileiro-e-no-anteprojeto-do-novo-codigo-em-discussao,43759.html. Acesso em: 03 de abril de 2018. 
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 Graduanda em Direito pela Faculdade do Vale do Itapecuru – FAI. E-mail: diasguimaraesrebeca@gmail.com 
2 Aluno do Programa de Pós-Graduação Stricto Senso em Direito (UNIVEM) - Campus Marília. Bacharel em direito pela Universidade CEUMA, especialista em Docência do Ensino Superior pela FIJ, Direito Processual Civil pela Faculdade do Vale do Itapecuru - FAI, Diversidade Cultural na Educação pelo Instituto Federal do Maranhão - IFMA, Direito Eletrônico, pela Estácio de Sá. Conciliador e Mediador do 1º Cejusc/TJMA Caxias, Instrutor de Conciliação e Medicação pelo CNJ. Advogado atuante e Professor e Coordenador do Curso de Direito da Faculdade do Vale do Itapecuru - FAI, desde o ano de 2010, Pesquisador do Grupo Direitos Fundamentais Sociais (DiFuSo). Endereço eletrônico: andersonpto@hotmail.com

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