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Parasitologia Básica para Enfermagem Unidade III: Schistosoma mansoni Esquistossomose Prof.ª Alessa Vasconcelos 1. Introdução Apresentam diformismo sexual. Parasitam vasos sanguíneos de aves e animais Schisto = fenda + Soma = corpo: Schistosoma (corpo em forma de fenda) Schistosoma mansoni Ocorre na África, Antilhas e América da Sul. Esquistossomose mansoni intestinal ou moléstia de Pirajá da Sílvia. Também conhecida popularmente como: xistose, barriga d’água ou mal do caramujo 1. Introdução Schistosoma haematobium Esquistossomose vesical ou hematúria do Egito África, Bacia do Mediterrâneo e Oriente Médio. Hospedeiro intermediário Moluscos do gênero: Bulinus São eliminados pela urina. 1. Introdução Schistosoma japonicum Esquistossomose intestinal (esquistossomose japônica ou moléstia de Katayama) China, Japão, Ilhas Filipinas e sudeste asiático Hospedeiro intermediário Moluscos do gênero: Oncomelania. Vivem no sistema porta. São eliminados pelas fezes. 1. Introdução Schistosoma mansoni : Infecção denominada esquistossomose mansônica ou intestinal, pela localização dos parasitos nas vênolas da parede do intestino grosso, sigmóide e reto, com sintomas predominantemente intestinais. Nas formas mais graves, há hepatoesplenomegalia, hipertensão do sistema porta, ascite entre outras complicações. Gênero Biomphalaria (moluscos de água doce) são os hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni 2. Morfologia Macho Mede 1 cm, cor esbranquiçada, corpo dividido em 2 porções: Anterior ventosa oral e ventral (acetábulo) Posterior canal ginecóforo (07 a 09 massas testiculares) Fêmea Mede 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em 2 porções: Anterior ventosa oral, acetábulo, vulva, útero e ovário. Posterior glândulas vitelinas e ceco Ovo Mede 150 μm, oval e apresenta lateralmente um espículo voltado para trás (longevidade do ovo maduro: 3 a 4 semanas). Miracídio Cilíndrico e ciliado (vivem cerca de 8 a 10 horas). Esporocisto Células germinativas ou reprodutivas (50 a 100) Cercária medem 500 μm, possuem 2 ventosas oral e ventral, possui 1 corpo e 1 cauda (vivem cerca de 36 a 48 horas) Esquistossômulo Forma intermediária entre a cercária e forma adulta Habitat Vermes adultos Sistema porta intra-hepático Acasalamento e postura Plexo hemorroidário terminais da veia mesentérica inferior. 3. Ciclo Biológico Tipo heteroxênico 4. Transmissão Através da penetração ativa das cercárias na pele e mucosas. Áreas mais atingidas pés e pernas Locais de maior transmissão valas de irrigação, açudes, pequenos córregos 5. Patogenia CERCÁRIA Dermatite cercariana: sensação de comichão, eritema, edema, pequenas pápulas e dor. ESQUISTOSSÔMULOS 3 dias após são levados aos pulmões e 1 semana depois estão nos vasos do fígado (febre, eosinofilia, linfadenopatia, esplenomegalia, hepatomegalia e urticária). VERMES Mortos causam lesões no fígado. Ação espoliadora Consomem 2,5 mg de ferro por dia 5. Patogenia OVOS ESQUISTOSSOMOSE AGUDA - Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção: Assintomática ou inaparente Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda - Fase pós-postural: Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção: Disseminação miliar de ovos, provocando a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica. Forma toxêmica Sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, cólicas, hepato-esplenomegalia discreta, alterações das transaminases. 5. Patogenia ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA FORMA INTESTINAL A maioria benigna Casos crônicos: Fibrose da alça retossigmóide, ↓ grave peristaltismo e constipação constante (prisão de ventre). Diarréia, dor abdominal e emagrecimento. Formação de numerosos granulomas (presença de grande número de ovos num determinado ponto) 5. Patogenia Esquistossomose crônica FORMA HEPÁTICA No início: fígado aumentado e doloroso à palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas Fibrose periportalObstrução dos ramos intra hepáticos da veia porta Hipertensão portal: os ovos ficam retidos nos capilares dos espaços porta do fígado. 5. Patogenia FORMA ESPLÊNICA Devido a congestão do ramo esplênico Esplenomegalia Consequências Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra-hepática e de anastomoses do plexo hemorroidário, umbigo, esôfago, região inguinal Formação de varizes esofagianas 6. Diagnóstico Laboratorial: Exame de fezes: sedimentação espontânea Biópsia retal, biópsia hepática Exames sorológicos: Intradermoreação ELISA, PCR 7. Epidemiologia Ampla distribuição geográfica (África, América do Sul) Idade (faixa etária mais jovem) Meio ambiente favorável (temperatura e luminosidade) Susceptibilidade do molusco (Biomphalaria) Presença de pessoas infectadas eliminando ovos viáveis nas fezes. REDE MULTICAUSAL ESQUISTOSSOMOSE Ausência de saneamento básico Uso inadequado ou ausente de vestimentas e calçados pelos habitantes das áreas de risco Desequilíbrio ecológico Falta de verificação permanente da fauna vivente nos corpos d´água Falha no controle da disseminação dos caramujos Falta de controle da população de hospedeiros intermediários do verme (caramujo Planorbídeo – Biomphalaria) Falta de informação da população e dos banhistas das regiões infectadas Imprudência da população ao nadar em locais desconhecidos 8. Tratamento Oxamniquina (Mansil ou Vansil) (Age sobre as formas adultas do parasito) 15 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. Crianças com menos de 30 kilos 20 mg/kg de peso, em duas doses de 10 mg/kg, com intervalo de 4 a 6 horas. Praziquantel (CESTOX, CISTICID, BILTRICID) (Age sobre as formas adultas do parasito) 40 mg/kg de peso do paciente, dose única, via oral. 9. Profilaxia Saneamento básico Educação sanitária Tratamento dos doentes Combate ao molusco presentes nos focos peridomiciliares através de moluscocidas. Moluscos transmissores: Biomphalaria glabrata Biomphalaria tenagophila Biomphalaria straminia (Ceará)
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