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Mamíferos do Brasil, 2005

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MAMÍFEROS 
DO BRASIL 
 
 
ORDENS DE MAMÍFEROS 
IDENTIFICAÇÃO DE ORDENS, GÊNEROS E ESPÉCIES 
 MÉTODOS DE ESTUDOS DE MAMÍFEROS BRASILEIROS 
ESPÉCIES DE INTERESSE AO COMÉRCIO DE ANIMAIS SILVESTRES 
MAMÍFEROS SINANTRÓPICOS 
 
 
 
16 E 17 DE AGOSTO DE 2005 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP 
 
SUMÁRIO 
 
MAMÍFEROS, ASPECTOS GERAIS .................................................................................................................... 3 
Divisão dos mamíferos segundo a sua biologia reprodutiva ............................................................. 3 
Divisão dos mamíferos segundo a classificação zoológica .............................................................. 4 
Importância econômica dos mamíferos ............................................................................................ 5 
DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS NO BRASIL ........................................................................................................ 6 
Pesquisadores e coleções de mamíferos no Brasil .......................................................................... 7 
CONHECIMENDO OS MAMÍFEROS BRASILEIROS ................................................................................................ 9 
Ordem Didelphimorphia .................................................................................................................... 9 
Ordem Xenarthra .............................................................................................................................. 9 
Ordem Chiroptera ............................................................................................................................. 11 
Ordem Primates ................................................................................................................................ 13 
Ordem Carnivora ............................................................................................................................... 15 
Ordem Cetacea ................................................................................................................................. 16 
Ordem Sirenia ................................................................................................................................... 16 
Ordem Perissodactyla ....................................................................................................................... 17 
Ordem Artiodactyla ........................................................................................................................... 18 
Ordem Rodentia ................................................................................................................................ 19 
Ordem Lagomorpha .......................................................................................................................... 20 
IDENTIFICAÇÃO DAS ORDENS DE MAMÍFEROS ................................................................................................... 21 
IDENTIFICAÇÃO DE CHIROPTERA .................................................................................................................... 22 
IDENTIFICAÇÃO DE PRIMATES ........................................................................................................................ 24 
IDENTIFICAÇÃO DE FELIDAE ........................................................................................................................... 32 
MAIS SOBRE OS MORCEGOS .......................................................................................................................... 34 
Morcegos vampiros ........................................................................................................................... 34 
Sobre a raiva ..................................................................................................................................... 34 
Comportamento dos vampiros .......................................................................................................... 35 
O combate ao vampiro ...................................................................................................................... 36 
ESTUDOS COM MAMÍFEROS SILVESTRES ........................................................................................................ 37 
Alguns métodos de marcação de mamíferos .................................................................................... 42 
Manipulação de mamíferos ............................................................................................................... 44 
Manejo de mamíferos silvestres em cativeiro ................................................................................... 45 
PEGADAS DE ALGUNS CARNÍVOROS BRASILEIROS ............................................................................................ 46 
PROBLEMAS CAUSADOS POR MAMÍFEROS SILVESTRES ..................................................................................... 48 
MAMÍFEROS SINANTRÓPICOS ......................................................................................................................... 51 
Roedores ........................................................................................................................................... 51 
Morcegos .......................................................................................................................................... 53 
ESPÉCIES DE INTERESSE AO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES ......................................................................... 55 
Conseqüências do tráfico .................................................................................................................. 57 
Destino da fauna silvestre apreendida no Brasil ............................................................................... 60 
LISTA DE MAMÍFEROS BRASILEIROS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO ......................................................................... 62 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................... 64 
 
 
 
 
 
 2
 
 
 
 
 
Mamíferos são vertebrados de sangue quente que possuem, em maior ou menor grau, o corpo coberto 
de pêlos. O termo distintivo "mamífero" se refere às glândulas mamárias presentes em machos (de forma 
rudimentar) e fêmeas (de forma funcional). Em geral são quadrúpedes (animal que se apóia ou desloca 
sobre quatro patas) e providos de diversas variações morfológicas, anatômicas e fisiológicas, que lhes 
permite viver nos meios terrestre, aquático e aéreo. 
Existem mais de 4800 espécies de mamíferos descritas em todo o mundo, sendo que destas, 524 
ocorrem no território brasileiro (11% do total) – condição que faz do Brasil o país com a maior diversidade de 
mamíferos do planeta. 
Constituem o grupo mais desenvolvido e diversificado do Reino Animal. Entre seus representantes 
temos: gambás, roedores, gatos, morcegos, baleias, cavalos, macacos, o homem e outras diversas formas 
vivas, além de muitas extintas. Há espécies de mamíferos que vivem desde as regiões polares até os 
trópicos e desde o mar até as florestas mais densas e os desertos mais secos. Os menores mamíferos são 
musaranhos e camundongos, com menos de cinco centímetros de comprimento e pesando apenas alguns 
gramas. O maior mamífero terrestre do mundo é o elefante africano (Loxodonta africana), que pode pesar 
até sete toneladas. No mar, o destaque cabe à baleia-azul (Balaenoptera musculus), que pode alcançar 32 
metros de comprimento e 119 toneladas de peso. No Brasil, os menores mamíferos têm cerca de cinco 
centímetros e alguns gramas, caso de alguns roedores e morcegos, sendo o maior mamífero a anta 
(Tapirus terrestris), com aproximadamente 300 kg. 
 
Divisão dos mamíferos segundo a sua biologia reprodutiva 
Os mamíferos atuais podem ser divididosem três grupos principais, segundo a sua biologia 
reprodutiva: 
- Prototheria ou Monotremados: representados por seis espécies na Austrália e Nova Guiné. Depositam 
ovos que são incubados e eclodem fora do corpo da fêmea. Apesar disso, possuem pêlos, são 
endotérmicos e produzem leite. Ex: ornitorrinco e équidna. 
 
Ornitorrinco 
Ornithorhynchus anaticus 
 
 
3
 
- Metatheria ou Marsupiais: caracterizam-se por seus curtos períodos de gestação, pelos seus filhotes 
minúsculos e por possuírem uma bolsa de proteção, o marsúpio. Esta bolsa recobre as glândulas mamárias 
da fêmea e o filhote arrasta-se até o seu interior, imediatamente após o nascimento, para alimentar-se e 
completar seu desenvolvimento. São restritos à região Australiana e ao Novo Mundo (Américas). Ex: gambá 
e canguru. 
 
Cuíca 
Micoureus demerarae 
 
- Eutheria ou Placentários: aqui estão inseridos todos os grupos de mamíferos viventes (cerca de 3800 
espécies), com exceção dos marsupiais e dos monotremados. Diferente dos marsupiais, o feto dos eutérios 
se desenvolve inteiramente dentro do corpo da fêmea, preso por uma placenta à parede do útero. Nascem 
num estado de desenvolvimento bastante avançado, muitos estão aptos a correr ou nadar minutos após o 
nascimento. 
 
 
Capivara 
Hydrochaeris hydrochaeris 
Homem 
Homo sapiens 
 
Divisão dos mamíferos segundo a classificação zoológica 
O ramo da biologia que trata da classificação de todos os seres vivos do planeta é a Taxonomia. 
Esta ciência é responsável pela ordenação dos organismos baseada, principalmente, na morfologia e 
anatomia. Seus estudiosos, chamados taxonomistas, dividem os animais em táxons utilizando os seguintes 
níveis: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. Existe um órgão internacional que impõe 
regras e controla os nomes científicos, é a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN). 
Segundo a ICZN, os mamíferos pertencem à classe Mammalia, que compreende 28 ordens, 146 
famílias, aproximadamente 1192 gêneros, e, como já mencionado anteriormente, mais de 4800 espécies. 
Para entender melhor como funciona a classificação zoológica dos mamíferos utilizemos como exemplo o 
homem: 1) Reino (Animalia); 2) Filo (Chordata); 3) Classe (Mammalia); 4) Ordem (Primates); 5) Família 
(Hominidae); 6) Gênero (Homo); 7) Espécie (Homo sapiens). 
 
 
 4
 
Importância econômica e ecológica dos mamíferos 
Os mamíferos são de extrema importância ao homem. Espécies domesticadas fornecem alimento, 
vestuário e transporte (embora não existam mamíferos brasileiros tipicamente domesticados), outras se 
destacam por seu grande valor para educação ambiental e ecoturismo, como primatas. Certas espécies são 
caçadas por causa de sua pele ou carne. 
Sua importância ecológica é notável. Participam de uma variedade de interações com outros seres 
vivos, entre as quais destacam-se a dispersão de sementes, a polinização de flores e o controle de insetos. 
Nesse sentido, evidencia-se a seu papel na regulação das comunidades vegetais e animais e, por 
conseqüência, no equilíbrio dos ecossistemas e na manutenção da biodiversidade. A Tabela 1 apresenta a 
importância econômica e ecológica dos mamíferos em comparação aos demais vertebrados. 
 
Tabela 1 – Importância ecológica e econômica das Classes de Vertebrados, segundo informações de literatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
 
 
 
 
 
 Qual o verdadeiro número de espécies de mamíferos viventes sobre a Terra? Infelizmente essa 
pergunta ainda não pode ser respondida. A cada dia que passa novos animais são descobertos pela 
ciência, seja em regiões pouco estudadas, seja naquelas que ainda resguardam partes significativas de sua 
paisagem original. Agora, se considerarmos que grande parte da diversidade mundial está sendo perdida 
irreversivelmente pela destruição de hábitats naturais, as chances de que um mamífero se torne extinto 
antes mesmo de ser descoberto é imensa. 
Para o nosso país, a riqueza total de mamíferos conhecida é de 524; valor evidentemente 
subestimado se considerarmos a vastidão de território brasileiro ainda não explorada pela ciência. Essa 
realidade é ainda mais grave para alguns grupos animais de pequeno porte e com hábitos crípticos, ou seja, 
de difícil detecção. Nesta categoria temos os pequenos ratos do mato (ordem Rodentia), os morcegos 
(Chiroptera) e algumas cuícas (Didelphimorphia). Junto com os primatas (Primates), esses animais 
representam as quatro ordens de mamíferos mais numerosas no Brasil e, com exceção de uma espécie de 
preguiça, as únicas com representantes recentemente descritoss (Tabela 2). Por outro lado, ordens de 
mamíferos maiores e conspícuos (claramente visíveis) são melhor conhecidas quanto à riqueza – tanto que 
não contam com o registro de novas espécies desde o final do século XIX (Tabela 2). 
 
Tabela 2 - Número de espécies de mamíferos que ocorrem no Brasil, por ordem e época em que foram descritos. 
 
 
De qualquer modo os mamíferos ainda podem reservar “surpresas”, visto que mesmo ordens tidas 
como de grande p rte e muito conspícuas, como a dos primatas, podem ter espécies desconhecidas no 
Brasil. Um bom e
 
o
xemplo é dado pelo mico-leão-caiçara (Leontopithecus caissara), um pequeno primata 
6
 
descrito no início dos anos 90 no Parque Nacional de Superagui, localizado no litoral dos estados do Paraná 
e São Paulo. Considera-se que descobertas de novas espécies de mamíferos no Brasil, incluindo primatas, 
não deveriam ser surpreendentes, dado o grande desconhecimento que temos da classe Mammalia e ao 
pouco esforço de coleta comparada às dimensões continentais e a diversidade de biomas inseridos no país. 
Para entender melhor o quanto se conhece dos mamíferos nos diferentes biomas brasileiros, 
observe a Tabela 3. A Floresta Atlântica, o Cerrado e os Campos Sulinos, destacam-se como biomas que 
possuem um razoável grau de conhecimento. Já a Amazônia, a Caatinga e o Pantanal detêm a classificação 
de biomas “mal conhecidos”. Cabe salientar que o Brasil concentra um grande número de espécies 
endêmicas (restritas a determinada região geográfica) e ameaçadas, e que a carência de informações 
básicas sobre a distribuição, o comportamento, os aspectos biológicos e ecológicos das espécies, dificulta 
delinear estratégias de fato eficazes para sua conservação. 
 
Tabela 3 – Riqueza, endemismo, número de espécies ameaçadas, grau de coleta e conhecimento de mamíferos nos biomas 
brasileiros. 
 
 
Outro aspecto a ser inserido nessa discussão é o conhecimento bastante variável da sistemática, 
dependendo principalmente da ordem considerada. Por exemplo, as famílias e os gêneros de Cetacea 
(golfinhos, tucuxis e baleias) são bem estabelecidos, ao passo que representantes da ordem Rodentia têm 
famílias ambíguas que exigem redefinição, além da necessidade de revisão taxonômica em níveis genéricos 
e específicos. 
 
Pesquisadores e coleções de mamíferos no Brasil 
 Ainda que o entendimento sobre os mamíferos brasileiros tenha aumentado muito nas últimas 
décadas, é notória e urgente a necessidade de sua ampliação e maior aprofundamento. Se hoje 
reuníssemos os estudiosos de mamíferos no Brasil e déssemos a eles a função de catalogar todas as 
espécies do país, ainda assim não asseguraríamos o real conhecimento da diversidade mastofaunística 
brasileira. Isto aconteceria não por incapacidade técnica, mas sim pelo número ainda pequeno de biólogos 
interessados no grupo – realidade, diga-se de passagem, estendível para outras áreas da ciência. 
 7
 
Agravante, é que o número de pesquisadores responsáveis por “dar nome” as espécies, os chamados (e já 
mencionados) taxonomistas, parece ser cada vez menor, atuando pontualmente em instituições do sudeste 
e sul do Brasil. Isto ressalta a necessidade de formação de novos profissionais,com orientação daqui ou do 
exterior. 
As principais coleções de mamíferos brasileiros encontram-se em instituições como o Museu de 
Zoologia da USP, Museu Nacional do Rio de Janeiro e Museu Paraense Emílio Goeldi. Há também coleções 
de caráter regional, como por exemplo as do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu 
de História Natural da UNICAMP (ZUEC), Universidade Federal da Paraíba, UnB, e UNESP São José do 
Rio Preto. As regiões sul e sudeste concentram quase 70% das coleções no Brasil. Vale lembrar que 
existem coleções significativas no exterior (incluindo muito material-tipo), com destaque para as seguintes 
localidades: Estados Unidos (Museum of Zoology-University of Michigan; Museum of Comparative 
Zoolology-Harvard University; Carnegie Museum of Natural History e University of California-Berkeley), 
Alemanha (Berlim e Frankfurt), Suécia (Estocolmo) e Rússia (São Petesburgo). Segundo os dados 
levantados, há necessidade de melhoria das coleções, contratação de pesquisadores e técnicos, bem como 
capacitação de pessoal. Adicionalmente, deveriam ser feitas coletas extensivas e direcionadas, intercâmbio 
de material, além da publicação de guias e manuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8
 
 
 
 
 
 
 
Ô Ordem Didelphimorphia (gambás e cuícas) 
 São mamíferos de pequeno porte (entre 50 mm e 1,6 m) que ocorrem somente na Austrália e 
Américas. Apresentam um sistema reprodutivo diferenciado caracterizado por um curto período de 
gestação. Quando nascem, os filhotes, ainda imaturos, deslocam-se para uma bolsa de proteção, o 
marsúpio, que recobre as glândulas mamárias da fêmea; ali se alimentam e completam seu 
desenvolvimento. Quando jovens são transportados nas costas de seu genitor agarrado à pelagem. 
São providos de unhas nas quatro extremidades locomotoras e a maioria possui cauda longa e 
preênsil, que funciona como um quinto membro. Os pés têm cinco dedos, possui o polegar oposto ao 
demais dedos facilitando os movimentos de escalada. São animais de hábito noturno, alimentam-se de 
invertebrados, pequenos vertebrados, frutos, néctar e até mesmo peixe, caso da cuíca-d´água. 
 No Brasil existem 44 espécies de marsupiais que dificilmente ultrapassam os 3 kg, como por 
exemplo: gambá de orelha branca, gambá de orelha preta, cuíca quatro olhos, cuíca de cauda grossa, cuíca 
d’água, catita e cuíca do rabo curto. Estes, bem como outros representantes do grupo, possuem importantes 
funções ecológicas, como a dispersão de sementes e o controle de insetos. 
 A maioria depende de ambientes florestais bem conservados para sobreviver, assim, a derrubada 
das florestas compromete violentamente a estrutura de suas comunidades – fato agravado por sua curta 
longevidade (a maioria não consegue adaptar-se às novas condições). No Brasil, 13 espécies de marsupiais 
encontram-se sob ameaça, entre as quais a cuíca Monodelphis theresa, que é provavelmente extinta no Rio 
de Janeiro e Lutreolina crassicaudata que está criticamente em perigo no mesmo estado. A cuíca d’água 
Chironectes minimus é considerada vulnerável no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
Gambá de orelha preta 
Didelphis aurita 
Cuíca d’água 
Chironectes minimus 
Cuíca quatro olhos 
Philander frenata 
Cuíca lanosa 
Caluromys lanatus 
 
Ô Ordem Xenarthra (preguiças, tamanduás e tatus) 
 Esta ordem é também conhecida como Edentata e inclui animais com origem e desenvolvimento 
restritos ao continente sul-americano e de características bastante peculiares. Sua distribuição hoje alcança 
também a Améri do Norte, embora seja na região tropical onde ocorre a maior parte das espécies. 
ca
9
 
Uma das características dos xenartras é a ausência de dentes em muitas espécies. Porém, somente 
os tamanduás são totalmente desdentados. As preguiças e os tatus são portadores de dentes da série 
molar. Outra modificação importante é o maior número de articulações vertebrais e modificações na cintura 
pélvica. 
Quanto à locomoção, apresentam-se como: arborícolas (p.ex.: preguiças); terrestres-escansoriais, 
ou seja, que andam no solo e escalam como os tamanduás; ou terrestres-semifossoriais, o que significa que 
andam no solo e escavam, como os tatus. Quanto a dieta podem ser insetívoros-onívoros (comem insetos 
além de outros itens), mirmecófagos (alimentam-se de formigas) e herbívoros (alimentam-se de plantas). 
No Brasil ocorrem 19 espécies de Xenarthra. Destas, várias são preguiças, todas na região tropical 
da América do Sul. O seu nome vulgar é oriundo da lentidão dos movimentos, devido a uma baixa 
temperatura corporal, com conseqüente baixo metabolismo. Esta lentidão, associada à coloração 
semelhante à vegetação onde vivem, proporciona-lhes boa camuflagem. Possuem braços 
desproporcionalmente longos, unhas compridas e curvas, com as quais penduram-se nos troncos, ramos e 
folhagens. As adaptações para a vida arborícola impedem que as preguiças andem no solo. Alimentam-se 
de folhas, principalmente de imbaúba, além de brotos e frutos. As preguiças que existem no Brasil são: 
preguiça real, preguiça comum, preguiça de bentinho e preguiça de coleira. Esta última, de nome científico 
Bradypus torquatus, é relativamente comum em remanescentes mais conservados de Floresta Atlântica, 
onde é endêmica e ameaçada de extinção. 
 
Preguiça comum 
Bradypus variegatus 
Preguiça de coleira 
Bradypus torquatus 
 
 Os tamanduás possuem olhos pequenos, línguas grandes e afiladas, além de fortes unhas nos 
pés dianteiros utilizados para destruir formigueiros e cupinzeiros. Produzem um só filhote por ninhada, que é 
carregado agarrado sobre o dorso da mãe. Alguns possuem hábito terrestre e/ou arborícola. Existem 
somente três espécies de tamanduá no Brasil, e são elas: tamanduaí, tamanduá mirim e tamanduá 
bandeira. As duas últimas são mais comuns e possuem ampla distribuição no território brasileiro, embora 
haja particularidades no uso do hábitat. O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) é registrado com 
relativa freqüência em áreas florestais de diferentes regiões brasileiras, mesmo aquelas bastante alteradas. 
Já o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) tem maior afinidade com manchas remanescentes de 
Cerrado e áreas fragmentadas dos Campos Naturais. A destruição de seus ambientes naturais, aliada ao 
comportamento supostamente não territorialista das espécies – com uma área de vida mínima de 3.000 a 
 10
 
9.000 ha – ressaltam seu grau de vulnerabilidade. O tamanduá bandeira ocupa a categoria de vulnerável na 
Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 
 
 
Tamanduá mirim 
Tamandua tetradactyla 
Tamanduá bandeira 
Myrmecophaga tridactyla 
 
 Os tatus são animais maciços que possuem escudos córneos sobre o dorso, cabeça, cauda e as 
vezes nas patas. Possuem unhas potentes para escavar. São principalmente insetívoros, porém alimentam-
se também de outros pequenos animais, raízes, frutos e até mesmo cadáveres em decomposição. Possuem 
o olfato e a audição muito apurados. Quase sempre produzem número par de filhotes. Todos são terrestres. 
As espécies que existem no Brasil são: tatu peludo, tatu rabo de couro, tatu do rabo mole, tatu galinha, tatu 
mulita, tatuí, tatu bola e tatu canastra. 
Podemos dizer que tatu galinha (Dasypus novemcinctus) é um dos mamíferos mais comuns de 
fragmentos florestais, apesar da alta pressão cinegética (= pressão de caça) que sofre. As outras três 
espécies costumam demonstrar, em hipótese, maior raridade. Constam na lista de ameaçados do Brasil o 
tatu canastra (Priodontes maximus) e o tatu bola (Tolypeutes tricinctus). 
 
 
Tatu peludo 
Euphractus sexcinctus 
Tatu galinha 
Dasypus novemcinctus 
Tatu canastra 
Priodontes maximus 
 
Ô Ordem Chiroptera (morcegos) 
Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar, o que foi possível graçasà transformação 
de suas mãos em asas. Cientificamente pertencem à ordem Chiroptera (chiros = mãos; pteron = asa), que 
está dividida em dois grandes grupos, um deles, chamados de Megachiroptera, inclui os maiores morcegos 
do planeta (conhecidos como “raposas voadoras”), podendo alcançar mais de um metro e meio de 
envergadura de asa, ocorrendo nas regiões tropicais e subtropicais do Velho Mundo, leste da Austrália e na 
Oceania. Da outra, chamada de Microchiroptera, fazem parte os pequenos morcegos, alguns pesando 
menos de três gramas e característicos dos trópicos e regiões temperadas de ambos os hemisférios, sendo 
ausentes somente em algumas pequenas e remotas ilhas. Enfim, com exceção das regiões polares, os 
morcegos são encontrados em todo o mundo. 
 11
 
Revisões mais recentes indicam que a ordem Chiroptera é constituída por mais de 1000 espécies e 
192 gêneros pertencentes a 18 famílias: Megachiroptera contém apenas a família Pteropodidae e a 
subordem Microchiroptera, todas as famílias restantes. Para o Brasil são conhecidas cerca de 162 espécies 
pertencentes a nove famílias. 
Ao contrário do que se pensa, morcegos não são cegos. Alguns, por sinal, enxergam muito bem, 
como é o caso das “raposas voadoras”. Já os Microquirópteros utilizam a visão secundariamente a um 
sistema de ecolocalização, onde para capturar alimento e se orientar em vôo, fazem a emissão de ondas 
sonoras de alta freqüência, inaudíveis ao homem, que, quando atingem o objeto ou o alimento à sua frente, 
retornam em forma de eco, indicando a posição exata em que esse se encontra. 
 
Sistema de sonar 
 
Morcegos possuem hábitos alimentares bastantes distintos. Os grandes morcegos do Velho Mundo 
alimentam-se quase que exclusivamente de frutos, ingerindo insetos esporadicamente. Algumas espécies 
de Microquirópteros comem apenas insetos (besouros, mariposas, mosquitos, entre outros), são animais 
pequenos que normalmente encontramos nos sótãos e telhados das residências, alimentando-se de mais 
de quatrocentos insetos em uma única noite. Porém, nem todos são insetívoros; alguns têm preferência por 
frutos (figos, goiabas, mangas, coquinhos, etc.), outros por pequenos animais (camundongos, aves, 
lagartos, anfíbios e peixes) e há espécies, como os morcegos beija-flores, que se alimentam de néctar e 
pólen (de bananeiras, maracujá-da-praia; unha-de-vaca, entre outras). Por fim, apenas três das quase mil 
espécies de morcegos do mundo, alimentam-se de sangue, duas têm preferência pelo sangue de aves e 
somente uma pelo de mamíferos. 
Conhecidos como “morcegos vampiros” raramente atacam o homem: casos esporádicos estão mais 
restritos às regiões carentes do Brasil. Ao contrário do que se pensa, eles não chupam sangue, realizam um 
corte na pele do animal com o auxílio dos dentes incisivos e caninos superiores, onde avidamente lambem o 
sangue. Sua saliva possui propriedades anticoagulantes que inibem a coagulação do sangue enquanto eles 
se alimentam. 
Muitas espécies se destacam por exercerem um importante papel na dispersão das sementes de 
plantas pioneiras (p.ex.: Cecropiaceae, Moraceae, Solanaceae), como os frugívoros: Artibeus lituratus, A. 
jamaicensis, Sturnira lilium e Carollia perspicillata. Por percorrerem grandes distâncias e defecarem 
 12
 
enquanto voam, são fundamentais na sucessão do ambiente, atuando na recuperação de regiões 
desmatadas e clareiras naturais. Já os morcegos-beija-flor Anoura caudifera, A. geoffroyi e Glossophaga 
soricina, são eficientes dispersores de pólen. Estima-se para algumas regiões, que esses animais podem 
polinizar cerca de 500 espécies de 96 gêneros de plantas neotropicais. Os insetívoros pertencentes às 
famílias Vespertilionidae e Molossidae, contribuem com a dinâmica dos ecossistemas naturais agindo como 
eficientes predadores de insetos. 
Aproximadamente oito das 162 espécies de morcegos brasileiros estão ameaçadas de extinção, 
cabendo a nós a conscientização de que o desaparecimento de muitos desses animais pode resultar em 
transtornos muito maiores do que aqueles causados pela sua simples proximidade. 
Para outras informações sobre o grupo, incluindo a raiva, veja tópico “Mais sobre os morcegos” 
(pág. 33 desta apostila). 
 
 
 
 
 
Morcego frugívoro 
Artibeus sp. 
Morcego pescador 
Noctilio leporinus 
Morcegos polinívoro 
Anura sp. 
Morcego insetívoro 
Vespertilionidae 
 
Ô Ordem Primates (sagüis, micos, bugios, macaco aranha, entre outros) 
Trata-se de um grupo de mamíferos com 11 famílias e muitas espécies, distribuídas essencialmente 
nas regiões tropicais, com exceção do homem que é cosmopolita, ou seja, habita todos os continentes. No 
Brasil existem cerca de 84 espécies, com grande concentração na região amazônica. Algumas espécies 
brasileiras são: sagüis, micos, bugios, macacos aranhas, macaco barrigudo, mono carvoeiro, uacaris, cuxius 
e parauacus. 
Um maior volume cerebral exigiu o desenvolvimento de um crânio alto, de forma globular, órbitas 
localizadas, geralmente em posição anterior. As maiorias das espécies possuem hábito diurno, gregário e 
arborícola, entretanto também se locomovem no solo. O primeiro dedo do pé e polegar são geralmente 
opostos aos demais, permitindo maior habilidade no manuseio dos objetos e no deslocamento entre as 
árvores. Os primatas são plantígrados, isto é, caminham apoiando toda planta do pé sobre o substrato. 
Algumas espécies possuem a cauda preênsil, utilizando-a como um quinto membro. O sistema de 
comunicação envolve os sentidos básicos: tato, gustação, audição e olfação. 
Os primatas são os mais complexos animais quanto à estrutura social e comportamento. Um grande 
número de espécies vive em grupos familiares, habitando áreas florestadas e utilizando o ambiente de 
diferentes formas. Em geral se alimentam de frutos, sementes, brotos, folhas e ovos, mas algumas 
 13
 
espécies, como o macaco prego, também consomem invertebrados e pequenos vertebrados. Os sagüis e 
micos-estrela do gênero Callithrix (que habitam a Floresta Atlântica) são gumívoras, isto é, alimentam-se de 
resinas de árvores. Os sagüis, juntamente com os micos-leões, são os menores primatas antropóides do 
mundo, formam grupos de 2 a 15 indivíduos e não possuem dimorfismo sexual aparente. 
Sobre os micos-leões (gênero Leontopithecus) podemos destacar o seguinte: são representados por 
quatro espécies exclusivas da Floresta Atlântica e consomem preferencialmente insetos, embora se 
alimentem também de vários outros itens. 
Cabe mencionar ainda neste tópico os saúa ou guigó (gênero Callicebus), que pesam pouco mais de 
1 kg, e os bugios ou guaribas (gênero Alouatta), que podem chegar até 7 kg. Os bugios são dos poucos 
primatas que possuem dimorfismo sexual, com os machos apresentando uma grande pelagem ruiva, 
enquanto as fêmeas são mais escuras. Possuem o osso hióide muito desenvolvido, uma característica 
notável que permite uma potente voz, uma vez que tal osso funciona como caixa de ressonância, e sua 
dieta é frugívora e herbívora. 
Dentre os representantes mais comuns dos primatas temos o macaco-prego Cebus nigritus. Com a 
maior distribuição geográfica entre os primatas neotropicais, o macaco-prego possui hábitos onívoros e são 
muito ativos durante o dia. Em fragmentos alterados podem possuir grande densidade demográfica e 
conseqüentes problemas ao ambiente. 
O título de maior espécie de primata das Américas cabe ao muriqui ou mono-carvoeiro (Brachyteles 
arachnoides). Endêmico da Floresta Atlântica é mais exigente quanto às condições da floresta, normalmente 
habitando porções mais conservadas. Sua dieta é composta de brotos, folhas e frutos, podendo se alimentar 
também de sementes, flores e insetos. 
Uma realidade bastante pessimista é observada ao traçarmos um panorama geral para os primatas 
do Brasil. Utilizemos com exemplo o caso dos primatasda Floresta Atlântica. Das 15 espécies ocorrentes 
neste bioma, 11 são endêmicas e nove encontram-se sobe ameaça de extinção, entre elas todas as 
espécies de micos-leões, além do muriqui, do bugio, do sagüi-da-serra, do mico-estrela e do sauá. 
Infelizmente, a maior parte destas espécies está restrita a unidades de conservação e, mesmo nessas áreas 
protegidas, sofrem com a pressão de caça, comércio ilegal de animais silvestres, doenças, alteração ou 
mesmo destruição de seus hábitats. 
 
 
Micoleão da cara preta 
Leontophitecus caissara 
Macaco prego 
Cebus nigritus 
Bugio 
Alouatta sp. 
Mono carvoeiro 
Brachyteles arachinoides 
 14
 
Ô Ordem Carnivora (cachorros e gatos do mato, quatis, guaxinins, irara, lontra, focas, leões e 
lobos marinhos) 
Esta ordem é representada por indivíduos que possuem uma série de adaptações morfológicas, 
fisiológicas, anatômicas e comportamentais para localizar, capturar e ingerir suas presas. Para tanto, fazem 
uso de órgãos de sentido aguçados, membros locomotores adaptados, dentes e musculatura bastante fortes 
na cabeça, o que proporciona grande eficácia para morder e mastigar. Apresentam no mínimo quatro dedos 
com unhas, que nos felinos são retráteis. A sola do pé tem tecidos grossos e macios para suavizar o 
impacto dos saltos e da corrida. 
O grupo é dividido em carnívoros terrestres (p. ex.: felinos e caninos), chamados de Fissipedia; e 
aquáticos (p. ex.: focas, leões marinhos e lobos marinhos), chamados de Pinnipedia. Seus integrantes 
suportam uma grande variedade de condições ambientais, sendo encontrados desde as áreas 
extremamente frias do Ártico às regiões desérticas subtropicais. Atualmente, estão distribuídos em todos os 
continentes; na Austrália, porém, foram introduzidos por ação humana. Algumas espécies chamam a 
atenção por possuírem hábitos e hábitats bastante distintos. Este é o caso da lontra, que se desloca e se 
alimenta dentro da água, mas depende de suas margens para repousar e reproduzir. Outros exemplos são 
o gato maracajá, o quati e a irara que, embora se desloquem por terra, utilizam também o estrato arbóreo da 
floresta para obter alimento e por vezes repousar – possuindo adaptações morfológicas para tanto. 
Embora alguns carnívoros se alimentem exclusivamente de carne, a maioria dos integrantes do grupo 
complementa sua dieta com uma grande variedade de itens, como insetos, plantas e sementes. Em todos 
os casos, são considerados animais predadores de topo da teia alimentar e que atuam diretamente na 
regulação das populações de suas presas e indiretamente, na modelagem do perfil da vegetação 
(fitofisionomia), considerando que geralmente suas presas alimentam-se de vegetais. 
Os carnívoros brasileiros são: lobo guará, cachorro do mato, raposa do campo, graxaim do campo, 
cachorro vinagre, cachorro do mato de orelha curta, mão pelada, quati, jupará, olingo, irara, furão, zorrilho, 
lontra, ariranha, doninha africana, onça pintada, onça parda, jaguatirica, gato maracajá, gato mourisco, gato 
do mato pequeno, gato do mato grande, gato palheiro, gato mourisco, leão marinho, lobo marinho, elefante 
marinho e foca. A maioria dessas espécies encontra-se sob algum grau de ameaça, sendo a destruição do 
hábitat o fator de maior risco. Os carnívoros são muito perseguidos pelo homem em função da predação de 
rebanhos domésticos. Há alguns anos atrás, os gatos pintados (p. ex.: Panthera onca, Leopardus pardalis e 
L. tigrinus), sofreram a uma intensa pressão de caça pelo valor de sua pele; hoje, no entanto, são mortos 
em muitas regiões quando responsabilizados por ataques à criações domésticas. Essa forma de pressão é 
também observada para os outros pequenos felinos e para o puma (Puma concolor). 
 
 15
 
 
 
Mão pelada 
Procyon cancrivorus 
Leão marinho 
Otaria sp. 
Ariranha 
Pteronura brasiliensis 
Jaguatirica 
Leopardus pardalis 
 
Ô Ordem Cetacea (golfinhos, tucuxis e baleias) 
São mamíferos marinhos que possuem o corpo semelhante ao de um peixe. Eles apresentam os 
membros anteriores transformados em nadadeiras, que lhes fornecem direção e estabilidade durante a sua 
movimentação na água. Também possuem uma poderosa cauda achatada horizontalmente, que os 
impulsiona quando estão em movimento. Possuem sangue quente e respiram o ar atmosférico por meio de 
pulmões. Sobem à superfície em intervalos regulares para realizar as trocas gasosas (respiração). Em seu 
crânio, na face anterior, apresentam um órgão de ecolocalização utilizado para orientação na água e 
localização de seu alimento (p.ex.: cardumes). 
O período de gestação dos cetáceos é sempre longo, variando conforme a espécie de 10 a 16 meses. 
Normalmente a fêmea pare apenas uma cria, que cresce rapidamente consumindo o leite rico em gorduras 
fornecido pela mãe. O período de amamentação é de um ano e é nesta fase que aprendem a pescar com o 
seu grupo. Alguns dos 36 cetáceos brasileiros são: orça, falsa orça, cachalote, golfinho, golfinho saltador, 
boto cinza, tucuxi, boto cor de rosa, toninha, baleia franca, baleia franca pigméia, baleia fin, baleia minke, 
baleia sei, baleia corcunda e a baleia-azul, que pode atingir 30 m de comprimento e 135 toneladas, é o 
maior animal existente na Terra. 
Como fatores de ameaça à sobrevivência das espécies podemos citar a poluição da água dos mares e 
rios, as perdas populacionais de presas devido à pesca indiscriminada, e a morte por afogamento quando 
presos em redes pesqueiras. 
 
 
Golfinho comum 
Delphinus delphis 
Tucuxi 
Sotalia fluviatilis 
Cachalote 
Physeter macrocephalus
Orça 
Orcinus orca 
 
Ô Ordem Sirenia (peixe boi) 
O corpo dos sirênios é roliço é coberto por uma pele grossa, cinza escura e com poucos pêlos. Os 
membros posteriores foram substituídos por uma nadadeira caudal poderosa e de grande utilidade 
propulsora. As narinas, posicionadas no alto do focinho, possui tampões que as fecham hermeticamente 
quando o animal submerge. São perfeitamente adaptados à vida nos rios, estuários e águas costeiras. 
 16
 
Os sirênios são animais inofensivos, lentos e pacíficos, que se alimentam de plantas aquáticas. No 
Brasil, são dois os representantes desta ordem (de um total de cinco que existem no mundo), peixe-boi do 
Amazonas (Trichechus inunguis), e o peixe boi marinho (Trichechus manatus). A caça indiscriminada, a 
morte acidental em redes de pesca, o encalhe de filhotes órfãos e a violenta degradação de habitat são 
responsáveis pelo decréscimo populacional desse mamífero. Sobretudo por causa da caça, o peixe boi 
marinho é hoje o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. O exemplar da Amazônia 
também está ameaçado de extinção, pois, apesar de ainda ocorrer num número bem maior, este sirênio tem 
sido perseguido de forma indiscriminada na região. 
 
 
Peixe boi 
Trichechus manatus 
 
Ô Ordem Perissodactyla (anta) 
São considerados mamíferos que possuem dedos ímpares e se apóiam sobre cascos. Por esse 
motivo, são chamados de ungulados (= com casco). A principal característica é que o peso do corpo destes 
animais está apoiado nos dedos centrais, sendo que o principal, maior de todos, é o terceiro dedo. Possuem 
probóscide preênsil e com pêlos sensitivos, redução não pronunciada dos dentes e nasais expandidos 
(como rinocerontes). 
A anta (Tapirus terrestris) é o único representante brasileiro desta ordem, sendo o nosso maior 
mamífero terrestre (até 300 kg). Vivem em vários tipos de ambientes, de florestas fechadas a campos de 
gramíneas; desde que haja suprimento permanente de água. Costumam ter fidelidade às trilhas e possuir 
sítios de defecação; seus hábitos são crepusculares e noturnos e são excelentes nadadoras. Alimentam-se 
de plantas aquáticas, folhas frutos e brotos e, exceto pelas fêmeas com filhotes, são solitárias. Possuem 
diferentes tipos de vocalização (p.ex.:exploratória, alerta, contato) e seus acasalamentos podem ocorrer em 
qualquer época do ano. O período de gestação é de aproximadamente 383 dias, quando é dada à luz a um 
único filhote, que apresenta o corpo castanho com listras brancas, que vai desaparecendo com o seu 
desenvolvimento. 
O alto valor cinegético da anta, representando um recurso crítico de caça para algumas comunidades, 
faz com sejam cada vez mais raros seus registros em áreas alteradas. 
 
 
 17
 
 
Anta 
Tapirus terrestris 
 
Ô Ordem Artiodactyla (veados e porcos do mato) 
Estes mamíferos também são ungulados, no entanto, possuem um número par de dedos (dois ou 
quatro), com exceção dos porcos do mato que possuem três dedos nas patas posteriores. No Brasil a 
ordem é composta por oito espécies, a saber: cateto, queixada, veado catingueiro, veado mateiro, veado 
campeiro, veado bororó, veado galheiro e cervo do pantanal. 
Os porcos do mato brasileiros possuem pernas longas e finas, pêlos duros e longos e cauda mais 
curta que os porcos domésticos. São animais que vivem em varas lideradas por machos, de números 
variados de indivíduos, se alimentam de vegetais e animais. Na busca por alimentos, fuçam a terra 
revirando folhas e troncos caídos. 
Nos cervídeos (veados e cervos), normalmente, apenas os machos apresentam chifres ramificados ou 
não, que são renovados todos os anos. Os chifres servem para atrair as fêmeas e também lutar com outros 
machos. Os filhotes destes animais apresentam pelagem parda com pintas brancas espalhadas por todo o 
corpo, que ajuda na camuflagem. 
De um modo geral, todas as espécies de Artiodactyla podem ser consideradas sob ameaça devido à 
grande pressão de caça e destruição de seus ambientes naturais. 
 
 
 
 
Cateto 
Pecari tajacu 
Queixada 
Tayassu pecari 
Veado 
Mazama sp. 
Cervo do Pantanal 
Blastocerus dichotomus 
 
Diferenciação dos Cervídeos brasileiros: 
+ Blastocerus dichotomus (cervo do pantanal) - possui peso e tamanho avantajado em comparação aos 
demais cervídeos brasileiros, com até dois metros de altura e 150 kg. Sua pelagem é lanosa, avermelhada e 
seus chifres são dicotomizados na base. 
 18
 
+ Ozotoceros bezoarticus (veado campeiro) - possui tamanho mediano, pesando de 28 a 35 kg. Com 
coloração ruivo-baia, com as partes inferiores brancas. Os machos têm os chifres subcilíndricos ou 
prismáticos, sua direção é uniformemente para cima; os galhos 1 e 2 sempre são os mais fortes. 
+ Mazama americana (veado mateiro) - possui maior tamanho entre as espécies do mesmo gênero, 
pesando acima de 25 kg. Tem coloração avermelhada e orelhas curtas. 
+ Mazama gouazoubira (veado catingueiro) - tem porte mediano, pesando de 17 a 23 kg e sua coloração vai 
do cinza esverdeado ao marrom claro. Sua orelha é grande. É o mais delicado do gênero. 
+ Mazama nana (veado bororó) - são os menores do gênero, dificilmente excedem os 15 kg. Tem coloração 
geral avermelhada, são robustos e possuem os membros dianteiros bem mais curtos que os traseiros. Suas 
orelhas são pequenas e com pouco pêlo no seu interior. 
 
Ô Ordem Rodentia (serelepes, ratos do mato, ouriços, capivaras, pacas, preás e cutias) 
Cerca de 1/3 dos mamíferos pertencem a esta ordem, que é representada por números superiores a 
1750 espécies distribuídas pelo mundo e aproximadamente 165 no Brasil. Possuem dois pares de dentes 
incisivos bem desenvolvidos. Um par situa-se no maxilar superior e o outro no maxilar inferior. Esses pares 
de dentes crescem continuamente, pois são desgastados à medida que o animal vai roendo as cascas dos 
ramos das plantas. 
A grande diversidade de espécies desta ordem é explicada por sua enorme variedade morfofuncional, 
o que permite a exploração de diversos recursos disponíveis no ambiente, especialmente abrigo e alimento. 
Embora a maioria dos roedores apresente o morfotipo de um rato, o grupo é bastante diverso em tamanhos 
e formas, como por exemplo os casos extremos da capivara Hydrochaeris hydrochaeris que pesa dezenas 
de quilos e do pequenino rato-do-arroz Oligoryzomys spp. com algumas gramas apenas. As espécies de 
roedores podem ser semi-aquáticas, semi-fossoriais, arborícolas e terrícolas. 
Como exemplos de roedores brasileiros temos: ratos do mato, capivara, para, cutia, preá, ouriço, 
serelepe e ratão do banhado. A principal ameaça à sobrevivência da maioria dessas espécies é a caça, com 
destaque para a paca (Agouti paca), cutias (Dasyprocta spp.), capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), preá 
(Cavia aperea) e ratão-do-banhado (Myocastor coypus). A destruição e alteração do ambiente também 
devem ser consideradas, especialmente para os ratos silvestres que apresentam grande especificidade de 
microhabitat e microclima. Outro fator de ameaça é a competição por espaço e alimento com espécies 
exóticas introduzidas, especialmente durante a colonização do Brasil, caso do camundongo (Mus musculus) 
e das ratazanas (Rattus spp.). 
 19
 
 
 
 
Rato do mato 
Muridae 
Serelepe 
Sciurus sp. 
Ratão do banhado 
Myocastor coypus 
Paca 
Agouti paca 
 
Ô Ordem Lagomorpha (lebre e tapiti) 
São mamíferos que apresentam características semelhantes aos roedores. Eles possuem dois 
pares de dentes incisivos no maxilar superior, projetados externamente ao lábio, que é em forma de “Y”. 
Alimentam-se preferencialmente de plantas herbáceas, podendo vir a consumir, na falta destas, brotos, 
raízes ou espécies vegetais de maior porte. Presa comun de muitos carnívoros, o grupo possui boa 
agilidade de fuga, o que é possível graças a algumas adaptações, como seus enormes membros 
posteriores eficientes para o salto, orelhas longas e móveis de aguçada percepção e olhos grandes que 
proporcionam boa visão. 
A ordem Lagomorpha é dividida em duas famílias e mais de 80 espécies distribuídas por todos os 
continentes, com exceção da Antártida. Esse grupo, nas florestas neotropicais, é representado apenas pela 
família Leporidae, com duas espécies para o Brasil: Lepus europaeus e Sylvilagus brasiliensis. 
A primeira, conhecida como lebre européia, é exótica à fauna sul-americana e foi introduzida pelos 
europeus na Argentina (1888), durante o processo de colonização. Seu primeiro registro para o Brasil é do 
ano de 1965, para o Rio Grande do Sul. Hoje é encontrada em vários estados do sul e sudeste brasileiro, 
sendo extremamente comum tanto em ambientes abertos, como nas bordas de florestas. A segunda (S. 
brasiliensis), conhecida como tapiti, é nativa e demonstra estar sempre associada a áreas florestadas, 
mesmo àquelas com vegetação secundária (intermediária ou avançada). Parece ser bastante sensível às 
alterações ambientais, sofrendo, em muitas regiões, forte pressão de caça. 
 
 
Tapiti 
Sylvilagus brasiliensis 
Lebre 
Lepus europaeus 
 
 
 
 
 20
 
 
 
 
 
Chaves taxonômicas para Ordens de Mamíferos – segundo Emmons 1999 
 
1. Membros anteriores em forma de asas com membranas........................................................CHIROPTERA 
1’. Membros anteriores sem forma de asas ......................................................................................................2 
 
2. Totalmente aquáticos, sem membros posteriores, mas com uma cauda horizontal em forma de remo ......3 
2’. Pelo menos parcialmente terrestre, com membros posteriores e cauda sem forma de remo .....................4 
 
3. Com nadadeira dorsal, com orifício para respiração atrás da cabeça ...........................................CETACEA 
3’. Sem nadadeira dorsal, respiração pelas narinas no focinho ...........................................................SIRENIA 
 
4. Pata traseira com dois grandes dedos em forma de casco, aproximadamente do mesmo tamanho 
.............................................................................................................................................ARTIODACTYLA4’. Pata traseira com três ou mais dedos ou garras ..........................................................................................5 
 
5. Lábio superior alongado (probóscide), adultos pesam mais de 80 kg ...........................PERISSODACTYLA 
5’. Lábio superior sem probóscide, pesando menos de 80 kg ..........................................................................6 
 
6. Dente incisivo ausente ..............................................................................................................XENARTHRA 
6’. Dente incisivo presente ................................................................................................................................7 
 
7. Dente canino ausente ...................................................................................................................................8 
7’. Dente canino presente .................................................................................................................................9 
 
8. Um par de grandes dentes incisivos com um segundo par pequeno escondido atrás do primeiro, incisivos 
separados por uma abertura .................................................................................................LAGOMORPHA 
8’. Mesmo que acima, mas somente com um par de incisivos ........................................................RODENTIA 
 
9. Focinho curto, boca larga e pequena, mais comprido do que largo, nariz localizada na face plana 
......................................................................................................................................................PRIMATES 
9’. Focinho longo, boca mais comprida que larga, nariz na ponta do focinho ................................................10 
 
10. Polegar da pata posterior oponível, separado dos demais dedos 
.......................................................................................................................................DIDELPHIMORPHIA 
10’. Polegar da pata traseira não oponível ....................................................................................CARNIVORA 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
 
 
 
 
 
 
Polegar
Perna
Bra ço
Quinto dedo
Orelha
Trago
Olho
Folha nasal
Membrana da asaPêlo
Calcanhar
Cauda
Membrana da cauda
= uropat ágio
Dedos dos p és
Joelho
Cotovelo
Quarto dedo
eiro dedo Segundo dedo
Polegar
Perna
Braço
Dedo anular
Orelha
Trago
Olho
Folha nasal
Membrana da asa
Pêlo
Calcâneo
Dedos dos pés
Joelho
Cotovelo
Dedo mínimo
Dedo médio Dedo indicador
Cauda
Membrana da cauda
= uropatágio
 
Chave taxonômica para Famílias de Morcegos Neotropicais 
– adaptado de Emmons 1997 
 
1. Folha nasal em forma de lança ou ferradura, sem cauda e uropatágio reduzido ..................Phyllostomidae 
1’. Não como acima ..........................................................................................................................................2 
 
2. Com cauda longa e projetada para fora o uropatágio, pelo menos um terço de seu comprimento 
.......................................................................................................................................................Molossidae 
2’. Com cauda quase completamente (mais de três quartos) dentro do uropatágio, ou mais curta que a 
membrana caudal e com uma ponta livre que se projeta da membrana ......................................................3 
 
3. Com discos adesivos na base do polegar e do tornozelo ........................................................Thyropteridae 
3’. Não como acima ..........................................................................................................................................4 
 
4. Queixo com duas grandes placas côncavas, uma de cada lado, ou lábio carnosos com os bordos voltados 
para fora. Algumas vezes as asas se encontram no meio das costas, de modo que as costas parece nua 
...................................................................................................................................................Mormoopidae 
4’. Lábios e queixo não mo acima, as costas não parecem nuas .................................................................5 
 
 
co
22
 
5. Lábio superior com rachadura próximo ao nariz, lembrando um bulldog. Com antebraço maior que 60 cm, 
pêlo extremamente curto, com uma listra pálida mediana, na parte inferior das costas ...........Noctilionidae 
5’. Lábio superior sem rachadura, antebraço menor que 60 cm, pêlo não extremamente curto, com nenhuma 
ou duas listras nas costas ............................................................................................................................6 
 
6. Polegar rudimentar desprovido de unha, cauda com metade do comprimento do uropatágio, totalmente 
coberta por ele ............................................................................................................................Furipiteridae 
6’. Polegar com dígito bem desenvolvido e unha, cauda tão longa quanto o uropatágio ou, se menor, com 
uma ponta saindo da membrana ..................................................................................................................7 
 
7. Cauda muito menor que as pernas e uropatágio, lábio superior quase sem sulco, lábio inferior sem dobras 
semilunares, pés e unhas pouco desenvolvidos ...................................................................Emballonuridae 
7’. Cauda maior que as pernas, alcançando a borda do uropatágio, ...............................................................8 
 
8. Duas falanges no terceiro dedo, pernas muito curtas, orelhas em forma de funil, asas e corpo sempre 
pálido ...............................................................................................................................................Natalidae 
8’. Três falanges no terceiro dedo, pernas não extremamente alongadas, orelhas não em forma de funil, 
asas e corpo variando do preto ao pálido .............................................................................Vespertilionidae 
 
 
Phyllostomidae Molossidae Thyropteridae 
 
 
Mormoopidae Noctilionidae Furipteridae 
 
 
 
Emballonuridae Natalidae Vespertilionidae 
 
 23
 
 
 
 
 
 
Chaves taxonômicas para Primatas Neotropicais – segundo Aurícchio 1995 
 
 
Chave para identificação de famílias 
 
1. Peso corpóreo menor que 700 g, unhas em forma de garra nos pés e mãos ..............................................2 
1’. Peso corpóreo maior que 700 g ...................................................................................................................3 
 
2. Dois molares ...............................................................................................................................Callitrichidae 
2’. Três molares ...........................................................................................................................Callimiconidae 
 
3. Com palma nua no terço distal da cauda preênsil .............................................................................Atelidae 
3’. Sem palma nua no terço distal da cauda ..........................................................................................Cebidae 
 
 
Chave para identificação de gêneros de Callitrichidae 
 
1. Com juba que cobre toda a cabeça inclusive orelhas ...................................................................................3 
1’. Sem juba ......................................................................................................................................................2 
 
2. Incisivos inferiores estreitos em forma de cinzel, geralmente com ornamentos nas orelhas ............Callithrix 
2’. Incisivos inferiores largos, geralmente com ornamentosao redor da boca ....................................Saguinus 
 
3. Adultos com menos de 150 g, juba sem divisão ...............................................................................Cebuella 
3’. Adultos com mais de 500 g, juba dividida sagitalmente ........................................................Leontopithecus 
 
 
Chave para identificação de gêneros de Cebidae 
 
1. Massa corpórea entre 800 – 2000 g .............................................................................................................2 
1’. Massa corpórea entre 2000 – 4000 g ..........................................................................................................5 
 
2. Massa corpórea entre 800 – 1200 g, pelagem muito curta (1 cm) ...............................................................3 
2’. Massa corpórea entre 1000 – 2000 g, pelagem longa ................................................................................4 
 
3. Órbitas muito grandes (noturnos), face com três faixas verticais, pavilhão auricular extremamente 
reduzido ....................................................................................................................................................Aotus 
3’. Órbitas normais, caixa craniana projetada para trás, tufo de pêlos negros no terço distal da cauda 
..................................................................................................................................................................Saimiri 
 
4. Caninos e incisivos muito procumbentes, sem barbas e nuca com redemoinho ...............................Pithecia 
4’. Caninos e incis os dispostos verticalmente, mandíbulas alta na parte posterior .........................Callicebus 
 
 
iv
24
 
5. Cauda com 30% do comprimento do corpo .......................................................................................Cacajao 
5’. Cauda com comprimento igual ou maior que o corpo .................................................................................6 
 
6. “Barba” muito proeminente, pêlos da cauda muito longos (4 cm) .................................................Chiropotes 
6’. Sem barba, pêlos da cauda curtos (1,5 cm) ........................................................................................Cebus 
 
 
Chave para identificação de gêneros de Atelidae 
 
1. Osso hióide não desenvolvido, sem barba ..................................................................................................2 
1’. Osso hióide muito desenvolvido, com barbas proeminentes ............................................................Alouatta 
 
2. Polegar dos membros anteriores ausentes ou vestigial ...............................................................................3 
2’. Polegar dos membros anteriores presentes ....................................................................................Lagothrix 
 
3. Pelagem curta (< 60 cm) e bege, orelhas com pêlo ...................................................................Brachytheles 
3’. Orelhas inconspícuas, pelagem longa (12 cm) ....................................................................................Ateles 
 
 
Chave para identificação de espécies de Callithrix Baseada em de Vivo, 1991 
 
1. Com tufos auriculares ...................................................................................................................................6 
1’. Orelhas nuas, sem tufos...............................................................................................................................2 
 
2. Cauda totalmente negra ................................................................................................................................3 
2’. Cauda branca ou dourada ............................................................................................................C. leucippe 
 
3. Sem manchas brancas ou amareladas na altura dos quadris ......................................................................4 
3’. Manchas brancas ou amarelas-claras na altura dos quadris .....................................................C. melanura 
 
4. Face e orelhas muito pigmentadas, coloração geral marrom ......................................................C. nigriceps 
4’. Face pouco ou nada pigmentada .................................................................................................................5 
 
5. Mancha de cor cinza-escura a castanho-escura no ápice, baixo dorso cinza-escuro ....................C. emiliae 
5’. Sem mancha escura no ápice, dorso cinza-pratedo a branco-amarelado .................................C. argentata 
 
6. Tufos pré ou circum-auriculares nunca originando-se dos pavilhões auditivos propriamente ditos .............7 
6’. Tufos auriculares originando-se das faces internas, externas ou ambas ..................................................11 
 
7. Tufos auriculares brancos ..............................................................................................................C. jacchus 
7’. Tufos pré-auriculares negros reduzidos a um pincel anterior à orelha ........................................................8 
 
8. Metade anterior do ápice, face e garganta brancos .....................................................................C. geoffroyi 
8’. Ápice, face e garganta de cor cinza-acastanhada ou preta com mancha branca mediana na testa ...........9 
 
9. Fronte preta com mancha branca muito conspícua ....................................................................................10 
9’. Regiões facial e frontal acinzentada mascarando a mancha branca mediana da testa ...................C. kuhlii 
 
10. Dorso cinza-claro-sujo com reflexos castanhos ...........................................................C. penicillata jordani 
10’. Com reflexos amarelados no baixo dorso e ventre ................................................C. penicillata penicillata 
 
 25
 
11. Cauda com ou sem anéis coloridos, porém com pêlos distintamente dispostos em anéis ......................12 
11’. Cauda não anelada, tanto em termos de colorido quanto de comprimento dos pêlos ...........C. intermedia 
 
12. Tufos curtos, de cor branca ou bege originando-se das faces internas dos pavilhões auditivos .............13 
12’. Tufos auriculares originando-se de ambas as faces dos pavilhões auditivos .........................................14 
 
13. Dorso escuro sem padrões de estrias transversais ........................................................................C. aurita 
13’. Corpo acinzentado com reflexos castanho-claros .....................................................................C. flaviceps 
 
14. Tufos auriculares dirigidos para cima; coloração geral castanho-escuro .....................................C. mauesi 
14’. Tufos auriculares caindo para as laterais .................................................................................................15 
 
15. Cauda apresentando anéis castanho-escuro e largos alternando-se a anéis cinza-claro estreitos; 
mancha branca presente na altura dos quadris .........................................................................C. humeralifera 
15’. Cauda amarelada ou amarelo-dourada, sem anéis coloridos; corpo amarelo ou amarelo-dourado, sem 
manchas brancas distintas à altura dos quadris .........................................................................C. chrysoleuca 
 
 
Chave para identificação de espécies de Saguinus Baseada em Hershkovitz, 1977 
 
1. Sem branco ou acinzentado ao redor da boca .............................................................................................2 
1’. Com pilosidade branca, curta ou longa ao redor da boca ............................................................................4 
 
2. Cabeça totalmente nua ....................................................................................................................S.bicolor 
2’. Cabeça com pilosidade ................................................................................................................................3 
 
3. Pele da face e genitália despigmentadas .........................................................................................S. inustis 
3’. Pele da face e genitália pigmentadas ..............................................................................................S. midas 
 
4. Pilosidade curta ao redor da boca ................................................................................................................5 
4’. Pilosidade ao redor da boca com fios longos passando dos pavilhões auditivos, cauda 
predominantemente avermelhada ..................................................................................................S. imperador 
 
5. Pilosidade curta e esparsa ao redor da boca cobrindo somente o focinho ..................................................6 
5’. Pilosidade curta, somente ao redor da boca e narinas ................................................................................7 
 
6. Coloração do dorso, da nuca até a base da cauda dividida em duas zonas; manto preto ou castanho mais 
ou menos distintos do avermelhado s castanho do baixo dorso, raiz da cauda e parte interna das coxas. 
Sem zona de coloração diferenciada no médio dorso. Manchas contrastantes de cor marrom-clara presente 
em cada lado da fronte ....................................................................................................................S. nigricollis 
6’. Dorso (da nuca à base da cauda) com três zonas, médio e baixo dorso marmorado, estriados ou 
vermiculados e diferenciados dos membros anteriores (incluindo manto) e pernas posteriores (baixo dorso, 
raiz da cauda e lados externos das coxas); manchas temporais contrastantes ausentes; bandas frontais 
presentes ou ausentes ....................................................................................................................S. fuscicollis 
 
7. Cauda e partes inferiores predominantemente pretas ....................................................................S. mystax 
7’. Pilosidade da boca formando um finíssimo contorno, garganta negra .........................................S. labiatus 
 
 
 
 
 26
 
Chave para identificação de espécies de Leontopithecus 
 
1. Tronco preto ..................................................................................................................................................2 
1’. Tronco predominantemente dourado ou dourado-avermelhado ..................................................................3 
 
2. Parte externa das coxas dourado-avermelhadas ...................................................................L. chrysopygus 
2’. Parte frontal da juba e antebraços dourado-avermelhados ...................................................L. chrysomelas 
 
3. Totalmente dourado, dourado-avermelhado (raramente com pequenas regiões escurecidas) .......L. rosalia 
3’. Parte frontal da juba, ao redor da face, negra ..............................................................................L. caissara 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Saimiri Baseado em Hershkovitz, 1984 
 
1. Fronte com grande e bem definida banda branca sobre cada olho; vibrissas laterais e superiores aos 
olhos aparentes; pincel da cauda comparativamente grosso ao restante da cauda ........................................2 
1’. Fronte cinza-castanho a inteiramente enegrecida como ápice, mancha branca constantemente ausente; 
vibrissas supra-orbitais inconspícuas; pincel da cauda comparativamente fino com o restante da cauda ......8 
 
2. Coroa superficial e inteiramente preta nas fêmeas, de cor marrom a inteiramente anegrada nos machos; 
dorso e lados do tronco inteiramente nas cores laranja-brilhante ou vermelho-alaranjada; orelhas com tufos 
...........................................................................................................................................................................3 
2’. Coroa de cor castanho freqüentemente bordeada ou misturada com preto, mas nunca 
predominantemente preto; dorso castanho-acinzentado, castanho-oliva ou marrom-avermelhado; lados do 
tronco mais ou menos como o dorso, nunca uniformemente ou dominantemente laranja ou vermelho-
alaranjado; orelhas com ou sem tufos ..............................................................................................................4 
 
3. Machos com coroa inteiramente ou dominantemente castanho; mancha pré-aulicular castanho como 
faces; lados exteriores dos membros posteriores castanho ou castanho-acinzentado – Não ocorre no Brasil - 
............................................................................................................................................S. oerstedi citrinellus 
3’. Machos com coroa superficialmente preta como as fêmeas; manchas pré-auricular negra; lados 
exteriores dos membros posteriores dominantemente laranja – (Não ocorre no Brasil) - 
..............................................................................................................................................S. oerstedi oerstedi 
 
4. Mãos, pulsos e antebraços inteiramente ou dominantemente castanho-acinzentado com ou sem 
tingimento laranja; coroa e nuca dominantemente laranja-acinzentados; mancha ou tufo pré-auricular no 
macho, castanho-claro ou indefinido; orelhas com tufos – (Não ocorre no Brasil) - 
................................................................................................................................................S. saimiri albigena 
4’. Mãos, pulsos, pés, maioria da parte interna e externa dos antebraços de cores laranja ou amarelada; 
toda a superfície da coroa castanho acinzentado, nas fêmeas freqüentemente bordeado ou misturado com 
preto ou nunca dominantemente preto; orelhas com tufos ou não ...................................................................5 
 
5. Orelhas virtualmente nuas, pêlos da superfície interna e externa curtos, lado externo das coxas castanho-
acinzentado contrastando com o baixo dorso e lados do corpo ............................................................S. ustus 
5’. Orelhas com tufos, pêlos da superfície interna e externa longos, lado externo das coxas castanho-claro 
ou castanho-acinzentado normalmente nunca bem distintos do corpo ............................................................6 
 
6. Faixa nucal sempre mais ou menos castanho como a coroa e dorso entre os membros ............................7 
6’. Faixa nucal usualmente mais pálida do que a coroa e dorso, aparecendo como um colar contrastante 
.....................................................................................................................................S. saimiri cassiquiarensis 
 
 27
 
7. Sete pares autossômicos acroscêntricos ..........................................................................S. saimiri sciureus 
7’. Seis pares autossômicos acroscêntricos .......................................................................S. saimiri macrodon 
 
8. Coroa castanha-escura ou negra, faixa enegrecida sobre a parte sagital do dorso, laterais do corpo 
castanho-escuro e laterais do pescoço brancas ..............................................................................S. vanzolini 
8’ Sem faixa dorsal contrastante .......................................................................................................................9 
 
9.Coroa e região pré-auricular de cores castanho-acinzentada ou cinza-escuro nos machos, castanho-
escuro ou dominantemente preto nas fêmeas; parte dorsal da cauda, exceto a porção terminal, negra, cinza 
ou castanho-escuro ....................................................................................................S. boliviensis peruviensis 
9’. Coroa e regiãopré-auricular dominantemente ou inteiramente negra nos machos e fêmeas; parte dorsal 
da cauda, exceto a porção terminal, negra, acinzentado ou castanho-claro a escuro 
......................................................................................................................................S. boliviensis boliviensis 
 
 
Chave para identificação de espécies de Cebus 
 
 
1. Mancha apical com formato de gota com ponta alcançando a região entre os olhos ..................................2 
1’. Mancha apical com ponta pouco pronunciada alcançando somente a fronte, comumente formando tufos 
..............................................................................................................................................................C. apella 
 
2. Coloração geral brunácea, acinzentada ou olivácea; fronte branco amarelada ......................C. nigrivittatus 
2’. Coloração geral amarelo-acinzentado-clara ................................................................................C. albifrons 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Callicebus 
 
1. Macha branca ou amarela na garganta ...........................................................C. torquatus .........................2 
1’. Sem mancha branca na garganta ................................................................................................................3 
 
2. Dorso negro, nuca castanho-avermelhado escuro, mancha do peito espalhando-se pelas laterais do 
pescoço ..............................................................................................................................C. torquatus lungens 
2’. Dorso e baixo dorso castanho-avermelhado-escuro ..................................................C. torquatus torquatus 
 
3. Partes inferiores da mesma coloração do dorso; negro ao redor da face ..............C. personatus ...............4 
3’. Partes inferiores avermelhadas, castanho-avermelhadas ou castanho-amareladas ...................................6 
 
4. Cauda cor castanho ......................................................................................................................................5 
4’. Cauda acinzentada com ponta negra ...................................................................C. personatus melanochir 
 
5. Dorso ocre escuro e braços amarelo-claro ...............................................................C. personatus nigrifons 
5’. Dorso e braços amarelo-claro ..............................................................................C. personatus personatus 
 
6. Ventre amarelado ..........................................................................................................................................9 
6’. Ventre castanho-avermelhado vivo ..............................................................................................................7 
 
7. Cauda total ou parcialmente negra ...............................................................................................................8 
7’. Cauda cinza .....................................................................................................................C. moloch cupreus 
 
8. Ponta da cauda cinza .........................................................................................................C. moloch moloch 
 28
 
8’. Ponta da cauda também negra ...................................................................................................C. baptistae 
 
9. Com amarelo no ápice ................................................................................................C. moloch hoffmannsii 
9’. Sem amarelo no ápice ...............................................................................................................................10 
 
10. Com crista transversal no ápice dividindo a coloração negra da fronte da coloração da nuca 
.........................................................................................................................................C. moloch brunneus 
10’. Sem crista transversal ..............................................................................................................................11 
 
11. Coloração da cauda inteiramente cinzenta .....................................................................C. moloch cupreus 
11’. Coloração da cauda com mais de uma faixa de cor ................................................................................12 
 
12. Base da cauda cinza escuro ..........................................................................................C. moloch caligatus 
12’. Base da cauda cinzenta e ponta creme-puro ........................................................C. moloch donacophilus 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Chiropotes 
 
1. Face com região nasal e lábio superior despigmentado com pêlos brancos ..............................C. albinasus 
1’. Face sem região branca ...............................................................................................................................2 
 
2. Totalmente negro .............................................................................................................C. satanas satanas 
2’. Dorso dominantemente alaranjado ou marrom-claro ...................................................................................3 
 
3. Cabeça, nuca, braços e pernas enegrecidos, bem contrastante com o alaranjado do dorso 
..........................................................................................................................................C. satanas chiropotes 
3’. Cabeça, nuca, braços e pernas marrom-claro e não bem contrastante com o marrom do dorso 
..............................................................................................................................................C. satanas utahicki 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Pithecia 
 
1. Coloração geral bege com dorso e cauda negros .........................................................................P. albicans 
1’. Coloração geral negro ou grisalho ...............................................................................................................2 
 
2. Face com disco de pêlos mais claros contrastante com o corpo ..................................................................3 
2’. Coloração geral grisalho ..............................................................................................................................4 
 
3. Discos de pêlos brancos tomando a face .........................................................................P. pithecia pithecia 
3’. Discos de pêlos dourados tomando a face ...........................................................P. pithecia chrysocephala 
 
4. Grisalho causado por pequena (3 mm) porção branca da ponta dos pêlos ..............................P. monachus 
4’. Grisalho causado por maior porção branca (5 a 20 mm) da ponta dos pêlos .............................................5 
 
5. Braços amarelo-anegrados e aréola mais clara ao redor da face ......................................P. irrorata irrorata 
5’. Braços predominantemente negros ................................................................................P. irrorata vanzolini 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Cacajao 
 
1. Cabeça com topete penteado para frente ........................................................................C. melanocephalus 
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1’. Cabeça com pequena pilosidade .................................................................................................................2 
 
2. Coloração geral branca .......................................................................................................C. cacajao calvus 
2’. Coloração geral alaranjada ..........................................................................................................................3

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