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1 NOTAS DE AULA METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO - 1o período INICIAÇÃO À PESQUISA O que é pesquisa? “Pesquisar, significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.” “Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência.” “A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos.” “Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos.” 1 APRESENTAÇÃO A atitude de pesquisar é um dos mais importantes aspectos do ser humano: é um meio de evolução da racionalidade humana. Amplia, por esse ato, a gama de conhecimentos e ordena-os de modo que possam ser transmitidos para as gerações futuras, que assim, sucessivamente, vão sendo aperfeiçoados. Para tal, as respostas aos problemas de aquisição do conhecimento devem ser buscadas através do rigor científico e apresentados por meio das normas acadêmicas vigentes. Dito isto, fica claro que a metodologia do trabalho científico não é um simples conteúdo a ser decorado. Trata-se de fornecer aos alunos um instrumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos da universidade, que são o ensino, a pesquisa e a extensão em qualquer área de estudo. Se os alunos procuram uma instituição do ensino superior para buscar saber, entende-se dessa forma, que a Metodologia da pesquisa científica nada mais é do que a disciplina que estuda os caminhos do saber, se entendermos que método que dizer caminho, logia que dizer estudo e ciência que dizer saber. Por esta ótica, a metodologia científica é uma aliada da pesquisa e dos pesquisadores que desejam eticamente produzir conhecimento e, assim contribuir positivamente para o bem estar da humanidade. 2 A LEITURA Todo pesquisador lê com técnica: busca informações a fim de executar o projeto de trabalho. Busca as informações principais e colocam em segundo plano as secundárias, descartando aquelas que fogem ao tema da pesquisa. Ou seja, realiza leitura com finalidade informativa, para a aquisição e ampliação de conhecimentos, tomando cuidado para que a leitura não descambe para a apenas formativa (ligada à cultura geral, às notícias e informações genéricas) ou de distração (lazer). Metodologia do trabalho científico - MCGA 2 Antes de começar a escrever, é necessário que o autor do trabalho científico realize as seguintes leituras de um mesmo texto: a) Leitura de reconhecimento ou pré-leitura: fornece uma visão global do assunto e permite verificar a existência ou não de informações úteis para o seu objetivo específico (é a chamada leitura “por alto”, apenas para tomar contato com o texto); b) Leitura seletiva: seu objetivo é a seleção das informações que interessam à elaboração do trabalho em perspectiva; c) Leitura crítica ou reflexiva: exige estudo e compreensão do texto. Feita por análise, comparação, diferenciação e julgamento das ideias contidas no texto. d) Leitura interpretativa: mais complexa, compreende três etapas: 1 Procura-se saber o que realmente o autor afirma, quais dos dados e informações que oferece; 2 Correlacionam-se as afirmações do autor com os problemas (formulação do problema) para os quais se está procurando uma solução; e 3 Julga-se o material coletado em função do critério de verdade. Feita a análise e o julgamento procedem-se à síntese, isto é, à integração racional dos dados descobertos. Escreve-se o texto. 2.1 TÉCNICAS PARA RESUMIR Para a análise de obras extensas e a montagem de textos, é de grande utilidade a elaboração de esquemas e resumos, pois eles ressaltam as ideias importantes, tornando fácil a revisão ou memorização do assunto, e o futuro uso em citações no corpo dos trabalhos acadêmicos (resenha, projeto de pesquisa, artigo científico, monografias, entre outros). O requisito fundamental para se fazer o resumo é a compreensão do assunto, para que se possam separar as ideias principais e secundárias. Para resumir, podem ser usadas duas técnicas principais: a técnica do sublinhamento e a técnica do resumo de ideias. Metodologia do trabalho científico - MCGA 3 Técnica do sublinhamento A norma básica desta técnica é não sublinhar parágrafos ou frases inteiras, e sim, as palavras-chave. A técnica de sublinhar requer os seguintes procedimentos: a) Leitura integral do texto, para tomada de contato; b) Esclarecimento de dúvidas de vocabulário, termos técnicos e outras; c) Releitura do texto, para identificar as ideias principais; d) Ler e sublinhar, em cada parágrafo, as palavras que contêm a ideia- núcleo e os detalhes mais importantes; e) Assinalar, à margem do texto, com um ponto de interrogação, os casos de discordâncias, as passagens obscuras, os argumentos discutíveis; f) Ler o que foi sublinhado, para verificar se há sentido; e g) Reconstruir o texto, em forma de esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base. Técnica do resumo de ideias É o tipo de resumo ideal para quem tem facilidade de selecionar as ideias principais do texto apenas pela leitura, não necessitando grifar palavras-chave e fazer interpretação posterior. Esta técnica implica ler o texto e reescrever as ideias principais nele contidas com as suas próprias palavras, enquanto na técnica de sublinhamento, as ideias principais são reescritas com as palavras do autor. Por fim, vale lembrar que em um resumo não se admitem acréscimos ou comentários ao texto, mas as opiniões e pontos de vista do autor (do original) devem ser respeitadas. Nos textos bem estruturados, cada parágrafo corresponde a uma só ideia principal. Se houver parágrafos com ideias repetitivas, cita-se a ideia apenas uma única vez. Exemplos: a) Houve tempo em que se poderia defender a ideia de que uma pesquisa científica era coisa de gênio, portanto algo excepcional e fora de qualquer restrição Metodologia do trabalho científico - MCGA 4 de planejamento. Hoje não é mais possível defender essa ideia, nem para a pesquisa científica e, muito menos, para a tecnológica. Sabe-se que na história da Técnica intervêm comumente as “invenções” empreendidas por leigos e curiosos. Depois do estabelecimento da Tecnologia, essas invenções tornam-se cada vez mais raras, dando lugar às “descobertas”, feitas por meio de pesquisas organizadas. Assim tornou-se indispensável, um plano de pesquisa, que se constitua como programação dos trabalhos a serem realizados durante a pesquisa. Agora o trabalho não é mais simplesmente mental, como na fase anterior da escolha, compreensão e conhecimento. É necessário, agora, escrever um Plano de Pesquisa para fixá-lo e torná-lo independente da memória (VARGAS, 1985, p. 202). b) Ninguém desconhece o sacrifício da quase totalidade de nossos acadêmicos, que vão para suas escolas após uma jornada de oito horas ou mais de trabalho profissional. Se isso é sumamente louvável, não o exime, por outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de descobrir tempo para estudar. É preciso descobrir tempo. Tempo para frequentar as aulas dos diversos cursos, e tempo para estudos particulares. Se procurarmos, o tempo aparecerá. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa três horas e meia por semana, quinze horas por mês e cento e oitenta horas por ano. E quemnão conseguiria descobrir um ou mais espaços de meia hora em sua jornada? Ou quem não conseguiria fazer aparecerem esses espaços, se o quisesse realmente? Ou será que esses espaços não aparecem porque nós não os procuramos, por medo de encontrá-los? Quem quer descobre tempo, cria tempo, especialmente nós, brasileiros, que somos, por assim dizer, capazes do impossível (RUIZ, 1991, p. 22). Resumo baseado nas palavras sublinhadas a) Houve tempo em que se poderia defender a ideia de que uma pesquisa científica era coisa de gênio, portanto algo excepcional e fora de qualquer restrição de planejamento. Hoje não é mais possível defender essa ideia, nem para a pesquisa científica e, muito menos, para a tecnológica. Sabe-se que, na história da Técnica, intervêm comumente as “invenções” empreendidas por leigos e curiosos. Depois do estabelecimento da Tecnologia, essa invenções tornavam-se cada vez mais raras, dando lugar às “descobertas”, feitas por meio de pesquisas organizadas. Metodologia do trabalho científico - MCGA 5 Assim, tornou-se indispensável um plano de pesquisa que se constitua como programação dos trabalhos a serem realizados durante a pesquisa. Agora o trabalho não é mais simplesmente mental, como na fase anterior da escolha, compreensão e conhecimento. É necessário, agora, escrever um Plano de Pesquisa para fixá-lo e torná-lo independente da memória. RESUMO: Houve tempo em que pesquisa científica era coisa de gênio. Hoje essa ideia não é válida nem para a pesquisa científica e nem para a tecnológica. Com o estabelecimento da Tecnologia, as chamadas invenções deram lugar às descobertas, feitas por meio de pesquisas organizadas. Para isso, é indispensável um plano de pesquisa para a programação dos trabalhos a serem realizados (VARGAS, 1985). b) Ninguém desconhece o sacrifício da quase totalidade de nossos acadêmicos, que vão para suas escolas após uma jornada de oito horas ou mais de trabalho profissional. Se isso é sumamente louvável, não o exime, por outro lado, do compromisso de estudar e, portanto, de descobrir tempo para estudar. É preciso descobrir tempo. Tempo para frequentar as aulas dos diversos cursos, e tempo para estudos particulares. Se procurarmos, o tempo aparecerá. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa três horas e meia por semana, quinze horas por mês e cento e oitenta horas por ano. E quem não conseguiria descobrir um ou mais espaços de meia hora em sua jornada? Ou quem não conseguiria fazer aparecerem esses espaços, se o quisesse realmente? Ou será que esses espaços não aparecem porque nós não os procuramos, por medo de encontrá-los? Quem quer descobre tempo, cria tempo, especialmente nós, brasileiros, que somos, por assim dizer, capazes do impossível. RESUMO: Todos sabem do sacrifício dos acadêmicos que vão para a escola após oito horas de trabalho. Embora louvável isto não o exime do compromisso escolar. É preciso tempo para estudar. Tempo para as aulas dos cursos e para estudos particulares. Caso procuremos, o tempo aparecerá, ainda mais para nós, brasileiros, capazes do impossível (RUIZ, 1991) Metodologia do trabalho científico - MCGA 6 Resumo que não se prende fielmente às palavras sublinhadas (redigido a partir das ideias principais): a) Acreditava-se que pesquisa científica era coisa de gênio. Hoje isto não é válido nem para a pesquisa tecnológica nem para a científica. Com a Tecnologia, as invenções foram substituídas pelas descobertas feitas através de pesquisas organizadas. Para isso, é indispensável um plano de pesquisa para a programação dos trabalhos a serem realizados. b) Os acadêmicos são penalizados pela dupla jornada de trabalho e escola. Para que isso seja possível, eles têm que encontrar tempo. Este aparecerá, caso o procuremos, pois somos capazes do impossível: somos brasileiros. OBS.: Resumos feitos por pessoas diferentes apresentarão palavras diferentes. O importante é que todas as ideias principais do texto sejam citadas de forma fiel ao original. Redação de resumos de livros Para o resumo de livros são necessários os seguintes procedimentos: a) leitura integral do texto, para conhecimento do assunto; b) aplicar a técnica de sublinhar, para ressaltar as ideias importantes e os detalhes relevantes, em cada capítulo; c) reestruturar o plano de redação do autor, valendo-se, para isto, do índice ou sumário, isto é, identificar, pelo sumário, as principais partes do livro; em cada parte, os capítulos, os títulos e subtítulos. De posse desses elementos, elaborar um plano ou esquema de redação do resumo; d) tomar por base o esquema ou plano de redação, para fazer um rascunho, resumindo por capítulos ou por partes; e e) concluído o rascunho, fazer uma leitura, para verificar se há possibilidade de resumir mais, ou se não houve omissão de algum elemento importante. Refazer a redação, com as alterações necessárias, e transcrever em fichas, segundo as normas de fichamentos. Metodologia do trabalho científico - MCGA 7 É bom lembrar sempre que o resumo bem elaborado deve: Apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra; Não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais; Respeitar a ordem das ideias e fatos apresentados; Empregar linguagem clara e objetiva; Evitar a transcrição de frases do original; Apontar as conclusões do autor; e Dispensar a consulta ao original para a compreensão do assunto. Metodologia do trabalho científico - MCGA 8 3 O FICHAMENTO COMO MÉTODO DE ESTUDO O saber constitui-se pela capacidade de reflexão no interior de determinada área do conhecimento. A reflexão, no entanto, exige o domínio de uma série de informações. Estas informações só se podem adquirir através da documentação realizada criteriosamente. Participar de aulas e palestras brilhantes, ler livros clássicos ou periódicos de alcance nacional só apresentam valores à medida que se traduzirem em documentação pessoal, ou seja, à medida que esses elementos puderem estar à disposição do estudante, a qualquer momento de sua vida intelectual. Neste contexto, documentação refere-se à tomada de apontamentos durante a leitura ou coisa ouvida. Esses registros servem de matéria-prima para os trabalhos acadêmicos, como resenhas, projetos de pesquisas, monografias, dissertações, teses, etc. Não é recomendado tomar notas em cadernos, de maneira sequencial, assim como não é prático assinalar no próprio texto as passagens que serão utilizadas na redação final do trabalho. Os elementos julgados relevantes devem ser transcritos nas fichas de documentação. 3.1 FICHAMENTO O Fichamento é uma parte importante na organização para a efetivação da pesquisa de documentos. Ele permite um fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho. Os registros e a organização das fichas dependerá da capacidade de organização de cada um. Os registros não são feitos necessariamente nas tradicionais folhas pequenas de cartolina pautada. Pode ser feito em folhas de papel comum ou, mais modernamente, em qualquer programa de banco de dados de um computador. O importante é que elas estejam bem organizadas e de acesso fácil para que os dados não se percam. É relevante anotar SEMPRE as fontes bibliográficas completas. Há uma tendência de querer anotar essas referências de forma abreviada, ou confiar na Metodologia do trabalho científico - MCGA 9 memória, e isso muitas vezes acabam gerando a infeliz situação de se ter uma cópia xerox, por exemplo, na mão que serve bastanteao trabalho, mas que não se sabe de onde foi retirada. Basicamente, existem três tipos de fichamentos, a saber: o fichamento bibliográfico, o fichamento de resumo ou conteúdo e o fichamento de citações. Ficha bibliográfica: é a descrição, com comentários, dos tópicos abordados em uma obra inteira ou parte dela. Exemplo: A luta pelo direito (1) .................................................. (2) .............. (3) IHERING, Rudolf von. A luta pelo direito. São Paulo: Martin Claret, 2001. 100 p. v. 47. (Coleção a obra-prima de cada autor). Insere-se no campo do estudo da Filosofia, História, Literatura, Sociologia e do Direito. O autor utiliza a sua experiência de jurista e faz uma abordagem descritiva e analítica. Analisa o direito romano observando as causas que fizeram de Roma, a nação do Direito. No capítulo I, Ihering se opõe à escola histórica do Direito, fundada por Savigny que diz ser a formação do Direito um processo indolor e espontâneo, independente de qualquer esforço. Para esse autor, a luta é a própria essência do Direito: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos. Nos capítulos 2 e 3, observa-se que essa luta não se restringe ao direito privado, mas é a semente lançada nesse que frutifica no direito público e internacional, enfim, o direito subjetivo está em todas as áreas do Direito e é um dever do titular para consigo mesmo e para com a nação. No entanto, capítulo 4, um Estado que não respeita esse direito pode destruir o sentimento de justiça da nação. Termina com uma pergunta, se o Direito romano, comum naqueles dias, corresponde à abordagem de suas ideias. A resposta é não e apresenta um relato das três fases distintas da evolução do Direito romano, chamando à atenção de que este é um direito estranho, escrito numa língua estranha e acessível somente aos letrados. Falta a energia necessária, que só poderia ser proporcionada pelo pleno domínio espiritual da matéria, levando em consideração as peculiaridades de cada nação. (4) Observação: Neste e nos outros exemplos de fichas, os números entre parênteses representam o que está explicado abaixo: (1) - Título do trabalho. (2) - Capítulo ou subtítulo do trabalho. (3) - Numeração do capítulo ou subtítulo a que se refere o fichamento. (4) - Comentários ou anotações do pesquisador sobre a obra registrada. Metodologia do trabalho científico - MCGA 10 Ficha de resumo ou conteúdo: é uma síntese das principais ideias contidas na obra ou parte dela (capítulo). O pesquisador elabora esta síntese com suas próprias palavras, não sendo necessário seguir a estrutura da obra. Exemplo: A luta pelo direito (1) .................................................. (2) ........... (3) IHERING, Rudolf von. A luta pelo direito. São Paulo: Martin Claret, 2001. v. 47 (Coleção a obra-prima de cada autor). A obra dispõe, em âmbito geral, sobre a ideia de que não há direito sem luta, e que no momento em que o direito renuncia à luta, ele renuncia a si mesmo. Como dependente da luta, o direito não está ao alcance de povos e indivíduos que não se esforcem. Dois critérios são colocados para embasar a busca pela justiça, a saber: a suscetibilidade (que difere entre os indivíduos) isto é, a capacidade de se sentir ofendido mediante a violação ou ofensa a seu direito, e a energia, que pode ser definida como a vontade e determinação de repelir tal agressão. Ihering afirma que a luta pelo direito além de ser um dever do indivíduo para consigo mesmo, constitui também um dever para com a comunidade. O autor observa que um Estado déspota (copa) pode abalar o sentimento de justiça (a raiz) ao violar o direito privado, com atos de desrespeito ao indivíduo e em seguida exterminando a verdadeira figura do Estado. O poder deve ser contestado sempre que houver abuso em seu uso, pois a essência do direito está na nação. Ressalta-se que sem luta não há direito, que essa é um direito dos povos e dos indivíduos, e que deve ser permeada pela ética. Todos os direitos da humanidade foram adquiridos por intermédio da luta. Sempre houve e sempre haverá injustiça, e o direito não é capaz de solvê-la pacificamente. A luta representa o trabalho externo do direito, da mesma forma que sem trabalho não há propriedade. A essência do direito está na ação, na energia daquele que reage ao sentir abalado seu direito. (4) Ficha de citações: as citações são informações colhidas em outra fonte escrita ou oral. Podem ser literal (reprodução das próprias palavras do texto citado) ou paráfrase (eu reproduzo sem distorcer, com minhas palavras, as ideias desenvolvidas por um outro autor). É característica essencial do trabalho a necessidade de indicar as fontes das citações utilizadas no texto. Trata-se de uma prática de apontar sistematicamente para as origens das ideias, dos conhecimentos e dos pensamentos que se utiliza nos trabalhos acadêmicos. A prática da citação baseia-se, portanto, nos princípios da justiça e da propriedade intelectual. Metodologia do trabalho científico - MCGA 11 O exemplo, a seguir, retrata a reprodução fiel das frases que se pretende usar como citação na redação do trabalho, ou seja, é uma transcrição literal da fonte consultada. Exemplo: A luta pelo direito (1) .................................................. (2) ........... (3) IHERING, Rudolf von. A luta pelo direito. São Paulo: Martin Claret, 2001. v. 47 (Coleção a obra-prima de cada autor). “O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da injustiça - e isso perdurará enquanto o mundo for mundo - , ele não poderá prescindir da luta." (IHERING, 2001, p. 1). Podemos afirmar sem o menor receio que o amor que um povo dedica ao seu direito e a energia despendida na sua defesa são determinados pela intensidade do esforço e do trabalho que ele lhe custou. Os elos mais sólidos entre um povo e seu direito não são forjados pelo hábito, mas pelo sacrifício. E se Deus ama um povo, não lhe presenteia com aquilo de que precisa, nem lhe facilita o trabalho alcança-lo, mas torna-o mais difícil. Por isso mesmo, não hesito em afirmar que a luta necessária ao nascimento do direito não é nenhuma maldição, mas uma benção (IHERING, 2001, p. 34). "A luta pelo direito, porém, não se restringe ao direito privado, nem à vida particular do indivíduo: supera-os em muito." (IHERING, 2001, p. 73). Metodologia do trabalho científico - MCGA 12 4 cm 4 TIPOS DE TRABALHOS ACADÊMICOS Segundo Azevedo (1992) e Medeiros (2007), os trabalhos acadêmicos mais comuns são, a saber: Resumo É uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto. O redator do resumo deve seguir alguns procedimentos, a saber: ser redigido em linguagem objetiva; evitar a repetição de frases inteiras do original e respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados. Não deve apresentar juízo valorativo ou crítico e deve ser compreensível por si mesmo, a tal ponto de dispensar a consulta ao original. Resenha É um resumo crítico de determinado livro. Seu objetivo principal é incentivar a leitura do livro e dialogar com seu autor. As três seções principais da resenha são: introdução, resumo e opinião (inclui julgamentos de valor). Exige leitura e análise crítica da obra. Revisão bibliográfica É uma compilação crítica e retrospectiva em torno de determinadoassunto em várias obras. Seu objetivo é sintetizar as principais contribuições deixadas pelos autores e demonstrar o estágio atual da pesquisa sobre o tema. Exige leitura e análise crítica do material coletado. Projeto de pesquisa Metodologia do trabalho científico - MCGA 13 O projeto de pesquisa é o planejamento da pesquisa, nele constando elementos como delimitação do tema, formulação do problema, justificativa, fontes bibliográficas, metodologia, cronograma, entre outros. Seu objetivo é organizar e sistematizar todo o procedimento que terá pela frente na construção do TCC (monografia, artigo científico, relatório, entre outros). O Quadro 1 apresenta a estrutura do projeto de pesquisa adotado na Fadivale. Quadro 1 – Estrutura do projeto de pesquisa E S T R U T U R A CAPA FOLHA DE ROSTO SUMÁRIO 1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO (de quem?) 2 OBJETO DA PESQUISA (o quê?) 2.1 TEMA 2.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 2.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 2.4 HIPÓTESE(S) 3 JUSTIFICATIVA (por quê?) 4 OBJETIVOS (para quê? O quê se pretende alcançar?) 4.1 OBJETIVO GERAL 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5 EMBASAMENTO TEÓRICO (em quê?) 5.1 TEORIA DE BASE ou MARCO TEÓRICO 5.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6 METODOLOGIA (como? Com quê?) 6.1 MÉTODO 6.2 TÉCNICAS DE PESQUISA 7 CRONOGRAMA (quando?) 8 SUMÁRIO PRÉVIO DO ARTIGO CIENTÍFICO 9 REFERÊNCIAS 10 APÊNDICE(S) (no caso de pesquisa de campo – questionário e entrevista) Fonte: Marconi e Lakatos, 2009. Quadro 1 – Estrutura do Projeto de pesquisa Metodologia do trabalho científico - MCGA 14 Monografia É a exposição exaustiva de um problema ou assunto específico investigado cientificamente, geralmente escrito como tarefa final de uma disciplina ou curso (graduação e pós-graduação stricto sensu e lato sensu). Artigo científico Trata de problemas científicos e apresenta resultados de estudos e pesquisas, sendo publicados em periódicos especializados. Sua abordagem é atual, muitas vezes temas novos. Sua redação leva em conta o público alvo. Quanto ao tipo podem ser analíticos, classificatórios ou argumentativos. O estilo, como em qualquer trabalho de natureza científica, deve ser claro, conciso e objetivo. Nas palavras de Medeiros (2007, p. 226), os motivos para a redação de um artigo são: “existência de aspectos de um assunto que não foram estudados suficientemente ou o foram superficialmente; necessidade de esclarecer uma questão antiga; inexistência de um livro sobre o assunto; aparecimento de um erro.” I - Normas para elaboração e apresentação do ARTIGO de conclusão de curso a) O passo inicial é a elaboração de um PROJETO DE PESQUISA, visando esclarecer/definir o tema, o objeto a ser focalizado na pesquisa, seus objetivos, tanto o geral quanto os específicos, a metodologia de trabalho, bem como a bibliografia básica a ser consultada. No Quadro 1 é possível identificar a estrutura do projeto de pesquisa adotado na Fadivale e detalhada/explicada nas aulas de TCC ministradas no curso. b) quantidade mínima de laudas: 12; c) quantidade máxima de laudas: 30; d) fonte: Arial 12; e) tamanho da folha: A-4; f) espaço entre as linhas: 1,5, e margem 3 cm à esquerda e superior e 2 cm à direita e inferior; g) título e nome completo do(a) aluno(a) e professor(a) orientador(a), com local próprio da assinatura. Metodologia do trabalho científico - MCGA 15 h) um resumo de no máximo 500 palavras, capaz de transmitir uma ideia rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho, logo abaixo do título; i) no máximo cinco (05) palavras-chave logo após o resumo; j) um abstract, que é o resumo em inglês, ou resumen, em espanhol e as cinco palavras-chave também em inglês ou espanhol, respectivamente; l) sumário que será lançado logo após o resumo e o abstract e as palavras-chave; m) as referências devem seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT – NBR 6023/02) e deverão ser colocadas, no fim do artigo, em ordem alfabética. n) as citações devem ser feitas no texto, utilizando o sistema autor-data (NBR 10520/02), ou seja, “Diniz (2000, p. 8)” para citações literais ou “Diniz (2000)” para citações parafraseadas. As citações em língua estrangeira deverão ser acompanhadas de sua respectiva tradução; o) as notas de rodapé serão utilizadas para notas explicativas e numeradas em ordem sequencial, colocada na página em que estiverem as chamadas; p) as tabelas devem conter número, título e fonte completa; os gráficos, além de número, título e fonte, devem vir acompanhados dos dados que os geraram; q) a revisão do texto em português, inglês e espanhol é de responsabilidade do autor(a). A estrutua do artigo científico da Fadivale encontra-se no arquivo Normas3 – Artigo científico. Dissertação Destina-se à obtenção do grau acadêmico de mestre e deve revelar capacidade de sistematização e domínio do tema escolhido. Tese Contribuição inédita para o conhecimento e apresentada para obtenção do grau acadêmico de doutor. Relatório Metodologia do trabalho científico - MCGA 16 Relatório consiste na apresentação final de estudo, pesquisa ou atividade em que, além dos dados coletados, o autor comunica resultados e conclusões. O relatório técnico-científico é o documento pelo qual se faz a difusão das informações correntes, sendo ainda o registro permanente dessas informações. Utiliza-se para descrever experiência, investigação, processo, métodos e análise. O relatório de estágio registra as atividades desenvolvidas pelo estagiário, período de duração da visita ou do estágio e local. Seu principal elemento consiste na capacidade de observação sistemática, isto é, capacidade de se descreverem em termos adequados o local, as pessoas, a relação interpessoal, as falhas, a maneira como as tarefas são realizadas, entre outros. Esquema Formular um esquema significa traçar o esqueleto da obra; organizar o texto com lógica, colocando em destaque a inter-relação das ideias. Um esquema ajuda o pesquisador a assimilar a matéria e levantar as ideias do texto (análise), ordenando- as (síntese). É uma forma ativa de se tomar contato com o assunto, obrigando o estudioso a retirar do texto as ideias principais, os detalhes importantes e as ideias secundárias que subsidiam as ideias principais. É uma antecipação do resumo, mas apresenta as ideias de uma forma mais simplificada, simples e clara. O objetivo é que com um golpe de vista sejamos capazes de ver toda a informação contida no texto (memória visual). Deve ser elaborado mantendo-se fiel às ideias do autor e formulado conforme as necessidades de cada pessoa, por meio de símbolos, códigos e palavras. Seminários É um procedimento metodológico, que supõe o uso de técnicas (dinâmica de grupo) para o estudo e pesquisa em grupo sobre um assunto predeterminado. O seminário pode assumir diversas formas, mas o objetivo é um só: leitura, análise e interpretação de textos dados sobre apresentação de fenômenos. Consiste em buscar informações, por meio de pesquisa bibliográfica ou de entrevista de especialistas, discussão em grupo, confronto de pontos de vista, formulação de conclusões. Metodologia do trabalho científico - MCGA 17 De qualquer maneira, um grupo que se propõe a desenvolver um seminário precisa estar ciente da necessidade de cumprir alguns passos: a) determinar um problema a ser trabalhado; b) definir a origem do problema e da hipótese; c) estabelecer o tema; d) compreender e explicitaro tema-problema; e) dedicar- se à elaboração de um plano de investigação (pesquisa); f) definir fontes bibliográficas, observando alguns critérios; g) documentação e crítica bibliográficas: h) realização da pesquisa; i) elaboração de um texto, roteiro, didático, bibliográfico ou interpretativo. Para a montagem e a realização de um seminário há um procedimento básico: I) o professor ou o coordenador geral fornece aos participantes um texto roteiro apostilado, ou marca um tema de estudo que deve ser lido antes por todos, a fim de possibilitar a reflexão e a discussão; II) procede-se à leitura e discussão do texto-roteiro em pequenos grupos. Cada grupo terá um coordenador para dirigir a discussão e um relator para anotar as conclusões particulares a que o grupo chegar; III) cada grupo é designado para fazer: 1 exposição temática do assunto, valendo-se para isso das mais variadas estratégias: exposição oral, quadro, slides, cartazes, filmes, entre outros. Trata-se de uma visão global do assunto e ao mesmo tempo aprofunda-se o tema em estudo; 2 contextualizar o tema ou unidade de estudo na obra de onde foi retirado do texto, ou pensamento e contexto histórico-filosófico-cultural do autor; 3 apresentar os principais conceitos, ideias e doutrinas; 4 levantar os problemas sugeridos pelo texto e apresentar os mesmos para discussão; 5 apresentar a bibliografia especializada sobre o assunto e se possível comentá-la; Plenário: é a apresentação das conclusões dos grupos. Metodologia do trabalho científico - MCGA 18 O coordenar geral ou o professor faz a avaliação sobre os trabalhos dos grupos, especialmente de quem atuou na apresentação, bem como uma síntese das conclusões. Outros métodos e técnicas de desenvolvimento de um seminário podem ser acatados, desde que seja respeitado o plano de prontidão para a aprendizagem. Finalizando, apontamos que todo tema de um seminário precisa conter em termos de roteiro as seguintes partes: INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO 4.1 FONTES DE PESQUISA Acervo bibliográfico: conjunto de obras que formam o patrimônio de uma biblioteca, ou conjunto de documentos abrigados e organizados por uma biblioteca. Conteúdos de compêndios, artigos científicos, monografia, teses, dissertações, doutrina, legislações interpretadas. Fontes estatísticas (IBGE, etc.), documentos históricos, relatórios, Boletim de ocorrência, sentenças, acórdãos, entre outros. Metodologia do trabalho científico - MCGA 19 5 PESQUISA CIENTÍFICA 5.1 QUANTO AO MÉTODO 5.1.1 MÉTODO DE ABORDAGEM a) Dedutivo Deduzir é inferir, levar para fora. Por esse método é possível demonstrar o que já se encontra implicitamente no fator antecedente. Lei fundamental do raciocínio dedutivo: a conclusão não pode ter extensão maior que as premissas Criado por René Descartes, pensador e filósofo francês, que em seu Discurso do método, expõe a idéia fundamental de que é possível chegar-se à certeza por intermédio da razão. É o caminho do geral para o particular. Exemplo: Todo homem é mortal. (premissa geral/maior) José é homem. (premissa particular/menor) Logo, José é mortal. (conclusão particular) b) Indutivo Indução é levar para dentro. A indução caminha de fatos singulares para chegar a uma conclusão ampla. Criado por Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês, que critica a lógica cartesiana, racionalista. É o caminho do particular para o geral. Na indução, mesmo que todas as proposições do antecedente sejam verdadeiras, a conclusão pode não o ser. Exemplo: Metodologia do trabalho científico - MCGA 20 Folhas-de-flandres conduzem calor. (premissa particular) Cobre conduz calor. (premissa particular) Alumínio conduz calor. (premissa particular) Logo, todo metal conduz calor. (conclusão geral) c) Método hipotético-dedutivo Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipótetico-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la (GIL, 1999, p.30). d) Método dialético De forma sucinta, o conceito de dialética usado hoje pelos intelectuais é um misto da forma idealista de Hegel e da materialista de Marx. Didaticamente essa teoria é apresentada como consistindo de tese [posição] que produz sua antítese [oposição]. A união dessas duas produz a síntese [composição] que é uma nova tese que produzirá sua antítese. Tese versus Antítese = Síntese 5.1.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO Os métodos de procedimentos quando comparado com os métodos de abordagem são menos abstratos; são etapas da investigação. Assim, os métodos de procedimento, também chamados de específicos ou discretos, estão relacionados com os procedimentos técnicos a serem seguidos pelo pesquisador dentro de determinada área de conhecimento. O(s) método(s) escolhido(s) determinará(ão) os procedimentos a serem utilizados, tanto na coleta de dados e informações quanto na análise. Metodologia do trabalho científico - MCGA 21 “Esses métodos têm por objetivo proporcionar ao investigador os meios técnicos, para garantir a objetividade e a precisão no estudo dos fatos sociais.” (GIL, 2008, p. 15). Mais especificamente, visam a fornecer a orientação necessária à realização da pesquisa social, em especial no que diz respeito à obtenção, ao processamento e à validação dos dados pertinentes à problemática objeto da investigação realizada. Método histórico: busca nos acontecimentos passados explicações, causas para a ocorrência de determinados fatos. Método comparativo: visa explicar semelhanças e dessemelhanças por meio de observações de duas épocas, ou dois fatos. Método estatístico: vale-se das probabilidades da teoria estatística para explicar a realidade. Método monográfico (estudo de caso): parte de acontecimentos particulares – empresas, instituições, grupos sociais – para obter generalizações. Método estruturalista: parte do concreto, chega ao abstrato (estrutura, ou fase em que obtém um modelo para a explicação da realidade) e retorna ao concreto. 5.1.3 TÉCNICA DE PESQUISA I) Documentação indireta: a) pesquisa bibliográfica (Fonte secundária) – conteúdos de compêndios, artigos científicos ou da imprensa escrita, monografia, teses, dissertações, doutrina, legislações interpretadas, entre outros. b) documental (Fonte primária) – Fontes estatísticas (IBGE, CNJ, etc.), documentos históricos, relatórios, Boletim de ocorrência, sentenças, acórdãos, entre outros. II) Documentação direta (Pesquisa de campo /Fonte primária): a) observação direta intensiva (entrevistas) b) observação direta extensiva (os questionários, formulários, médias de opinião, os testes, as histórias de vida, pesquisa de mercado, ou outra documentação semelhante). Metodologia do trabalho científico - MCGA 22 5.2 QUANTO AOS OBJETIVOS a) EXPLORATÓRIA: estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa e visa oferecer informações sobre o objeto da pesquisa eorientador a formulação de hipóteses. b) DESCRITIVA: estudo, análise, registro e interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador c) EXPLICATIVA: pesquisa que registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica suas causas. d) PESQUISA-AÇÃO: espécie de estudo creditado por muitos a Paulo Freire como nova forma de investigação, que além do caráter científico, pressupõe também a intervenção social, superando a dicotomia entre teoria e prática presente nas pesquisas convencionais, consoante prelecionam Gajardo, Michel Thiollent e Zuniga (SIQUEIRA, 1999, p. 148-149). 5.3 QUANTO AO OBJETO a) BIBLIOGRÁFICA (utilização de textos para a pesquisa) b) DE LABORATÓRIO (experimental) c) DE CAMPO (ciências sociais) 5.4 QUANTO AOS SEUS FINS a) QUANTITATIVA: caracteriza-se pelo emprego da quantificação desde a coleta à análise dos dados. Os dados empíricos coletados, objetivando respostas às questões, são tratados por meio de técnicas estatísticas simplificadas como percentuais, média, moda, desvio padrão, e as mais complexas, como coeficientes de correlação e análise de regressão. Esta concepção de pesquisa tem como referência teórica os postulados do positivismo e, é muito útil em estudos descritivos e estudos que buscam relação de causalidade entre os fenômenos. Augusto Comte (1798-1857) – aplicação do método científico das ciências naturais como única forma de investigação do fenômeno social. Metodologia do trabalho científico - MCGA 23 b) QUALITATIVA: reação ao método positivista: segunda metade do séc. XIX – Dilthey (1833-1911) e Weber (1864-1920). Os fatos sociais não são passíveis de quantificação como o fenômenos naturais, pois estão impregnados de emoções, valores e subjetividade. Retirando estas características dos fatos sociais, eles perdem a sua dimensão realística. O principal interesse da pesquisa social é o comportamento significativo dos indivíduos engajados na ação social, comportamento ao qual os indivíduos agregam significado considerando o comportamento de outros indivíduos. No início do séc. XX – Escola de Chicago – metodologia Interacionista e Multidisciplinar. Objetivo: produzir conhecimentos úteis e propor uma intervenção buscando a solução de problemas sociais próprios da cidade de Chicago. Esta preocupação originou técnicas de pesquisa qualitativa inovadoras, tais como: a utilização científica de documentos pessoais, cartas, diários, formas de observação direta dos fenômenos estudados. Três referenciais teóricos: Estrutural funcionalismo Fenomenologia Dialética marxista (substitui as construções explicativas pela descrição do sujeito que vive no cotidiano da situação estudada, apregoando a necessidade conhecer e transformar essa realidade – Pesquisa-ação) Os instrumentos para a coleta de dados são os mesmos (pesquisa quantitativa e qualitativa) – questionários, entrevista e observação. O dado é coletado centrado não unicamente no informante, mas também nos elementos produzidos no meio em que vive e nos determinantes socioeconômico e culturas da sociedade. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e documentação – referências – elaboração: NBR 6023. Rio de Janeiro, 2002. ______. Apresentação de citações em documentos: NBR 10520. Rio de Janeiro, 2002. Metodologia do trabalho científico - MCGA 24 ______. Informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação: NBR 14724. Rio de Janeiro, 2005. ANDRADE, Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1994. LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2003. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica. A prática de fichamentos, resumos e resenhas. 9.ed. São Paulo: 2007. MEZZADORA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de metodologia da pesquisa no direito. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Metodologia do trabalho científico - MCGA 25 1 APRESENTAÇÃO 2 A LEITURA 2.1 TÉCNICAS PARA RESUMIR 3.1 FICHAMENTO E REFERÊNCIAS
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