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MANUAL DO LABORATÓRIO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS HIDROSSANITÁRIAS SUMÁRIO. 1. Objetivo 02 2. Definições das Terminologias no Laboratório_____ 03 2.1 Rede Predial de Distribuição_________________ 03 2.2 Sistema Predial de Esgoto ________________________ 04 2.3 Dispositivos de Inspeção __________________________05 2.4 Sistema de Ventilação 05 2.5 Sistema Destino Final de Esgoto 06 3. Princípios Gerais 07 4. Metodologia 07 5. Aula Prática 08 6. Resultados 13 7. Conclusão 13 8. Referências 14 1. OBJETIVO Este Manual tem por objetivo adotar critérios e condições técnicas para o entendimento dos alunos quanto aos sistemas básicos para instalações hidráulicas prediais, bem como a destinação final de esgoto sanitário nas áreas desprovidas de coletor público, de modo a preservar a higiene, a segurança e o conforto dos prédios. ___________________________________________________________________02 2. DEFINIÇÕES DAS TECNOLOGIAS NO LABORATÓRIO Será adotada a terminologia de acordo com as Normas Técnicas aqui referenciadas: 2.1. REDE PREDIAL DE DISTRIBUIÇÃO Conjunto de tubulações que se destina a levar água aos pontos de utilização de uma edificação, formada pelos seguintes elementos: 1) Reservatório: tanque que se destina a reservar a água a ser consumida pelos usuários da edificação. 2) Barrilete: tubulação que sai do reservatório e se divide em colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. 3) Coluna de distribuição: tubulação que deriva do barrilete e se destina a alimentar os ramais. 4) Ramal: tubulação que deriva da coluna de distribuição, normalmente na horizontal, alimentando os sub-ramais. 5) Sub-ramal: trecho de tubulação que liga o ramal aos pontas de utilização. 6) Dispositivos de controle: componentes como registros de pressão e válvulas que controlam a vazão e ou a passagem da água, sendo instalados nas colunas de distribuição, ramais e sub-ramais. 7) Dispositivos ou peças de utilização: são os registros e torneiras de banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros ambientes semelhantes, que nos permitem utilizar a água, sendo conectados aos sub-ramais. ___________________________________________________________________03 2.2. SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO Conjunto de tubulações, conexões, caixas sifonadas e demais dispositivos responsável por coletar e conduzir a um destino adequado os efluentes de esgotos com garantia de segurança e perfeito funcionamento. 1) Aparelhos sanitários: são ligados à instalação predial, permitindo o uso da água para higiene. 2) Desconectores ou sifões: peças que contêm uma camada líquida chamada de fecho hídrico, fundamentais para impedir a passagem dos gases contidos nos esgotos. 3) Ralos: são caixas que possuem grelha na parte superior, que recebem as águas de chuveiros, ou de lavagem de pisos. 4) Caixas sifonadas: peças que recebem as águas servidas de lavatórios, banheiras, Box, tanques, pias, ao mesmo tempo em que impedem o retorno dos gases contidos nos esgotos para os ambientes internos. Também podem recolher as águas de lavagem de piso, através da grelha superior, e protegem a instalação contra a entrada de insetos, graças ao fecho hídrico. 5) Ramal de descarga: tubulação que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos sanitários. 6) Ramal de esgoto: recebe os efluentes dos ramais descarga, diretamente ou a partir de um desconector (caixa sifonada). 7) Tubo de queda: tubulação vertical existente nos prédios de dois ou mais andares que recebe os efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga. ___________________________________________________________________04 8) Instalação primária de esgoto: conjunto de tubulações que contêm os gases provenientes do coletor público ou da fossa séptica. 9) Instalação secundária de esgoto: é o conjunto de tubulações e dispositivos onde os gases do esgoto não têm acesso, Neste caso a passagem dos gases é impedida pelos fechos hídricos dos sifões ou desconectores. 10) Sub-coletor: é a tubulação horizontal responsável que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda (no caso de prédios) ou de ramais de esgoto. 11) Coletor predial: trecho final da tubulação que conduz o esgoto até a rede pública de coleta, ou ao sistema de esgoto individual. 12) Válvula de retenção: conexão instalada nos ramais prediais, após as caixas de inspeção, que impede o retorno de esgoto em situações como: inundações, enchentes, refluxo de marés, entupimentos, vazões elevadas em períodos de chuva. \pode ser utilizada em ramais prediais de águas pluviais. 2.3. DISPOSITIVOS DE INSPEÇÃO 1) Caixa de gordura: caixa que recebe o esgoto vindo diretamente do ramal da cozinha. Possui um sifão que retém a gordura dentro da caixa, impedindo que esta seja conduzida pela tubulação. Desta forma, pode-se efetuar limpeza periódica para eliminar a gordura e demais materiais que ficam ali retidos. 2) Caixa de inspeção: são destinadas a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudança de declividade e mudanças de direção das tubulações. 2.4. SISTEMA DE VENTILAÇÃO Conjunto de tubulações que permite a entrada de ar da atmosfera para o interior da instalação de esgoto. Dessa forma, a ventilação protege os desconectores, impedindo o rompimento de fecho hídrico, ou seja, a falta do fecho hídrico no desconector ocasionado por uma eventual pressão negativa na instalação. Além disso, a ventilação permite a saída dos gases de esgoto para a atmosfera. 1) Ramal de ventilação: trecho de tubulação que interliga o desconector, ou ramal de descarga, a uma coluna de ventilação. 2) Coluna de ventilação: nome dado ao tubo ventilador em construções com mais de dois andares, onde a extremidade superior da coluna ou do tubo ventilador deve estar sempre aberta à atmosfera, ultrapassando o telhado em no mínimo 30 cm. ___________________________________________________________________05 2.5. SISTEMA DESTINO FINAL DE ESGOTO 1) Tanque Séptico: unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão. Figura 2.5 - 1 2) Decantação – processo em que, por gravidade, um líquido se separa dos sólidos que continha em suspensão. 3) Taxa de Acumulação de Lodo – número de dias de acumulação de lodo fresco equivalente ao volume de lodo digerido a ser armazenado no tanque, considerando redução de volume de quatro vezes para o lodo digerido. 4) Efluente – parcela líquida que sai de qualquer unidade de tratamento. 5) Esgoto Afluente – água residuária que chega ao tanque séptico pelo dispositivo de entrada. 6) Lodo – material acumulado na zona de digestão do tanque séptico, por sedimentação de partículas sólidas suspensas no esgoto. 7) Profundidade Total – medida entre a face inferior da laje de fechamento e o nível da base do tanque. 8) Despejos Domésticos – despejos decorrentes de atividades domésticas. 9) Despejos Industriais – despejos decorrentes de atividades industriais. 10) Digestão – decomposição bioquímica da matéria orgânica em substâncias e compostos mais simples e estáveis. ___________________________________________________________________06 11) Dispositivos de Entrada e Saída – peças instaladas no interior do tanque séptico, à entrada e à saída dos despejos, destinadasa garantir a distribuição uniforme do líquido e de impedir a saída da escuma. 12) Escuma – massa constituída por graxos e sólidos em mistura com gases, que ocupa a superfície livre do líquido no interior do tanque séptico. 13) Lodo Fresco – massa semilíquida, constituída pelas matérias retidas no interior do tanque séptico, antes de se manifestarem os fenômenos da digestão. 14) Período de Digestão – tempo necessário à digestão do lodo fresco. 15) Profundidade Útil – distância entre o nível do líquido e o fundo do tanque. 16) Sumidouro – poço destinado a receber o efluente do tanque séptico e a permitir sua infiltração subterrânea. 17) Tratamento Primário – remoção parcial e digestão da matéria orgânica em suspensão nos despejos. 18) Filtro Anaeróbio – unidade de tratamento biológico, de fluxo ascendente em condições anaeróbias, cujo meio filtrante mantém-se afogado. 19) Vala de Infiltração – valas destinadas a receber o efluente do tanque séptico, através de tubulação convenientemente instalada, permitindo sua infiltração em camadas superficiais do terreno. 20) Volume Útil – é a capacidade eminente da unidade projetada, ou seja, é o espaço interno necessário ao correto funcionamento do equipamento. 3. PRINCÍPIOS GERAIS As aulas programadas para o laboratório de Instalações Prediais Hidrossanitárias, visam levar aos alunos do Curso Técnico em Edificações e de Engenharia de Produção Civil, conhecimentos básicos sobre os materiais que serão encontrados na sua vida profissional. Através das aulas práticas, os alunos vão adquirir experiência no manuseio e na utilização das peças nas instalações, possibilitando o adequado confronto entre os aspectos teóricos e práticos no campo das instalações hidrossanitárias. Além disso, é de vital importância que os alunos possuam noções de segurança nessas instalações. 4. METODOLOGIA Apresentação dos materiais existentes no mercado, através de painéis dispostos nas paredes; Apresentação dos sistemas, bem como de novas tecnologias, através de vídeos, palestras e mini-cursos; Visualização das instalações de água fria e esgoto sanitário, através de modelos em tamanho natural de banheiros; modelos em tamanho reduzido de sistema de distribuição de água fria, de fossa séptica e destinação final de esgoto sanitário; Prática de atividades relacionadas ao ensino, pelo contato direto com os materiais através de manuseio, corte e encaixes de tubos e conexões; ___________________________________________________________________07 5. AULA PRÁTICA Os alunos deverão conformar grupos de quatro (4) ou máximo cinco (5) pessoas, observar os ambientes existentes (banheiro, cozinha, área de serviço), solicitar os materiais necessários para executar a instalação do ambiente destinado ao grupo, e executar os cortes e montagens dos kits utilizando as bancadas. Execução das juntas soldáveis: o corte do tubo deve ser feito em esquadro, a superfície a ser soldada deve ser lixada. Observar que o encaixe deve ser bastante justo, quase impraticável sem o adesivo, pois sem pressão não se estabelece a soldagem. Em seguida as superfícies já lixadas devem ser limpas com solução preparadora, para eliminar impurezas e gorduras. E assim distribuir uniformemente o adesivo com um pincel ou com o bico da própria bisnaga nas bolsas e nas pontas a serem soldadas. Deve-se evitar excesso de adesivo. Encaixar de uma vez as extremidades a serem soldadas, promovendo, enquanto encaixar, um leve movimento de rotação de ¼ de volta entre as peças, até que atinjam a posição definitiva. Remover o excesso de adesivo. È conveniente esperar 1hora para encher a tubulação de água. Passo 01: Passo 02: Passo 03: Passo 04: ___________________________________________________________________08 Execução de juntas roscáveis: O tubo para ser cortado, deve ser fixado na morsa existente na bancada. Evitar que ele seja ovalizado, o que resultaria numa rosca imperfeita. O corte do tubo deve ser feito em esquadro e as rebarbas removidas. Medir o comprimento máximo da rosca a ser feita, para evitar uma rosca muito grande. Encaixar o tubo na tarraxa pelo lado da guia, girando uma volta para direita e ¼ de volta para a esquerda, repetir a operação até que a ponta do tubo alcance o final do cossinete. Dessa forma se obtém o comprimento ideal da rosca. Limpar o tubo e aplicar fita veda rosca sobre os filetes, em favor da rosca, de tal modo que cada volta ultrapasse a outra em meio centímetro, num total de 3 a 4 volta sem média. Por fim, rosqueiar a conexão no tubo. Importante: não apertar demasiadamente, nem utilizar ferramentas. Isso não garante a vedação e pode romper a conexão. Não utilize adesivo plástico para PVC nas roscas. Passo 01: Passo 02: Passo 03: Passo 04: ___________________________________________________________________09 Instalação de registro de chuveiro: Fazer a instalação da base do registro utilizando adesivo plástico (modelo soldável) ou fita veda rosca (modelo roscável). Observar a flecha indicativa do fluxo da água sobre o corpo do registro. O registro pode ser embutido na parede até a marcação do reboco que existe na capa protetora. Considerar essa marcação como nível do reboco. Assim fica garantida altura suficiente para colocação posterior do acabamento. A capa protetora deverá ser retirada apenas quando for montado o acabamento do registro. Instalação de registro de gaveta: Escolha o modelo de registro adequado ao tipo de tubulação de sua instalação (soldável ou roscável) e siga a instalação conforme orientações a seguir. Proceda a instalação da base do registro (H) utilizando Adesivo Plástico para PVC Tigre (modelo soldável) ou Fita Veda Rosca (modelo roscável). Baseie-se na marcação da Capa Protetora (I) para auxiliar na determinação da profundidade de embutimento, considerando o limite do nível do reboco. A capa protetora deverá ser retirada apenas quando for montado o acabamento do registro. ___________________________________________________________________10 Execução das juntas elásticas (tubulação de esgoto): O processo de execução de juntas é o mesmo para as linhas Esgoto Série Normal e Série Reforçada. Antes da execução das juntas, deve ser verificado se todos os materiais necessários já estão reunidos no local da obra: anéis de borracha, pasta lubrificante, trena ou metro, lápis. Limpe a ponta e a bolsa do tubo e acomode o anel de borracha na virola da bolsa Marque a profundidade da bolsa na ponta do tubo. Aplique a pasta lubrificante no anel e na ponta do tubo. Não usar óleo ou graxa, que poderão atacar o anel de borracha. Faça um chanfro na ponta do tubo para facilitar o encaixe. Encaixe a ponta chanfrada do tubo no fundo da bolsa, recue 5mm no caso de tubulações expostas e 2mm para tubulações embutidas, tendo como referência a marca previamente feita na ponta do tubo. Esta folga se faz necessária para a dilatação da junta. Passo 01: Passo 02: Passo 03: Passo 04: ___________________________________________________________________11 Execução das juntas soldáveis (tubulação de esgoto): Utilizando uma lixa, tire o brilho das superfícies a serem soldadas para aumentar a área de ataque do adesivo. Limpe as superfícies lixadas com Solução Preparadora , eliminando impurezas e gorduras. Observe que o encaixe deve ser bastante justo, quase impraticável sem o adesivo, pois sem pressão não se estabelece a soldagem. Distribuauniformemente o adesivo com o pincel ou com o bico da própria bisnaga nas superfícies a serem soldadas. Evite excesso de adesivo. Encaixe as partes e remova qualquer excesso de adesivo. Passo 01: Passo 02: Passo 03: Passo 04: ___________________________________________________________________12 Instalação de caixas sifonadas: Prepare o local da instalação para que esteja isento de materiais pontiagudos, como pontas de ferro, restos de concreto, pedras, etc. As aberturas para as tubulações de entrada das caixas são realizadas com serra copo no diâmetro de entrada da caixa ou fazendo-se vários furos com uma furadeira, lado a lado, em torno da circunferência interna. Faça o arremate final com uma lima meia-cana (rasqueta). Os furos não podem ser abertos através de pancadas de martelo ou uso de fogo sob risco de danificar o produto. Solde os tubos de esgoto provenientes dos aparelhos sanitários, como lavatório, ralo de chuveiro, banheira, nestas aberturas. Utilize o Adesivo Plástico. Posteriormente, instale a tubulação de saída da caixa, na qual pode-se optar tanto pela junta soldável, quanto pela junta elástica. **fotos do processo na apostila de esgoto tigre pag.35 Passo 01: Passo 02: 6. RESULTADOS Entender corretamente a distribuição e captação das águas no sistema predial, através das instalações de banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Visualizar e compreender todo o sistema de captação das águas servidas domiciliares, destino final de esgotos. Manusear as peças e conexões para o perfeito entendimento das instalações. 7. CONCLUSÃO Numa performance de visualização mais ampla e contato direto com os materiais, as atividades exercidas no laboratório de Instalações Prediais Hidrossanitárias, possibilitam ao Técnico em Edificações bem como ao profissional de Engenharia de Produção Civil, desenvolver a capacidade de decisão para solucionar os problemas que venham a surgir no seu dia a dia nas obras e ou nos projetos. ___________________________________________________________________13 REFERÊNCIAS NBR 5626/1998 – instalação predial de água fria NBR 8160/1999 – instalação predial de esgoto sanitário Manual Técnico CPRH 001: Dimensionamento de tanques sépticos e unidades básicas complementares. 2ª edição revisada e atualizada, Recife: CPRH, 2004, 52p. Manual Técnico TIGRE: Orientações Técnicas sobre instalações Hidráulicas prediais. 3ª edição, outubro/2008. ___________________________________________________________________14
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