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1. Resumo Direito Administrativo

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MISSÃO PAPA CHARLIEDIREITO ADMINISTRATIVO
1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA:
1.1 Estado
O Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas
relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito
público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. Como ente
personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do Direito Público como no do
Direito Privado, mantendo sempre sua única personalidade de Direito Público, pois a
teoria da dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente superada.
O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado. Do ponto de vista
SOCIOLÓGICO, é corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o 
aspecto POLÍTICO, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestade
superior de ação, de mando e de coerção; sob o prisma CONSTITUCIONAL, é pessoa
jurídica territorial soberana; na conceituação do nosso Código Civil, é pessoa jurídica
de Direito Público Interno (art. 14, I). 
O estado Brasileiro adotou a FEDERAÇÃO como FORMA DE ESTADO e a FORMA DE 
GOVERNO é REPÚBLICA . Não existem mais territórios federais no Brasil. A vontade do
estado é formada por meio de seus poderes legislativo, judiciário e executivo.
A República Federativa do Brasil (ente de direito público EXTERNO ) , pode ser definida
como uma associação humana ( povo ), radicada num determinado território , que vive 
sob o comando de um poder . 
1.1.1 Elementos
Segundo Hans Kelsen, jurista e filósofo Austríaco, o POVO, o TERRITÓRIO e o
GOVERNO SOBERANO são elementos do Estado.
 Povo: É uma nação politicamente organizada, é o elemento humano do Estado. É o
grupo de pessoas que mantém um vínculo jurídico-político com o Estado, tornando-
se parte deste. Em outras palavras, são os cidadãos do Estado.
OBS: Não confunda povo com população. População é simplesmente um conceito
numérico, pois é apenas o conjunto de pessoas que se encontram no território do
Estado, incluindo os estrangeiros.
 Território: É o elemento material do Estado. É a base física, o espaço onde o Estado
exerce sua soberania sobre as pessoas e bens . É um conceito jurídico também, e
não simplesmente geográfico. Isto porque geograficamente o território brasileiro é 
aquele compreendido entre suas fronteiras, e juridicamente o conceito de território
abrange o mar territorial, o espaço aéreo, a plataforma continental, navios ou
aeronaves em alto mar ou no espaço aéreo internacional.
 https://missaopapacharlie.org/ 1
MISSÃO PAPA CHARLIE
 Poder/Governo soberano: É o elemento formal do Estado. É a soberania estatal. A
soberania possui dois sentidos, dependendo do prisma sob o qual for analisada. Na
ordem interna significa SUPREMACIA , e na ordem externa significa 
INDEPENDÊNCIA . Significa dizer que, se analisarmos a soberania Estatal (Brasil) sob a
ótica internacional, verificamos que o Estado Soberano não se submete às leis de
outros Estados (países). Já na ótica interna, veremos que somente o Estado Nacional
possui soberania, no sentido de que não se subordina a nenhuma lei que não seja sua
Constituição, as demais normas é que devem se adequar a ela.
ATENÇÂO!!! Em um Estado Democrático de Direito, o povo é o ÚNICO e real TITULAR 
da soberania.
OBS.: Os entes federativos (estados membros, DF e municípios) são dotados de
AUTONOMIA , o que se traduz em autogoverno, autolegislação e autoadministração, 
porém são subordinados ao Poder do Estado, representado por sua Constituição
Federal. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
Portanto, a República Federativa do Brasil é um Estado composto pela União, pelos estados,
pelo DF e pelos municípios, todos pessoas jurídicas de direito público INTERNO e
autônomos na forma da CF.
ATENÇÃO!! União ≠ Estado Brasileiro
A UNIÃO é pessoa jurídica de direito público INTERNO (no Bras il), o ESTADO 
BRASILEIRO , por sua vez é pessoa jurídica de direito EXTERNO (fora do Brasil). 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é VEDADO à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - Instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
A soberania do Estado é um poder de autodeterminação e auto-organização . Este poder
emana do POVO. Não há, nem pode haver, Estado sem este poder absoluto de se organizar
e de se conduzir, de fazer cumprir todas as suas decisões, inclusive pela força, se necessário.
1.1.2 Funções Estruturais do Estado
O Estado não é um fim em si mesmo, é um meio para satisfazer as necessidades do
POVO organizado politicamente sobre um TERRITÓRIO . Embora o poder do Estado
seja uno, indivisível e indelegável, ele se desdobra em 3 funções:
Função legislativa, executiva e jurisdicional, exercidas pelos chamados poderes do Estado
(legislativo, executivo e judiciário), que são poderes estruturais, pois dão estrutura ao Estado.
Cada um recebe uma das funções que será por ele executada de forma prioritária,
PORÉM, NÃO EXCLUSIVA (são independentes e harmônicos entre si). 
 https://missaopapacharlie.org/ 2
MISSÃO PAPA CHARLIE
 Legislação: É o ato de produção jurídica PRIMÁRIO , pois é fundado única e 
diretamente no poder soberano do Estado . Mediante a lei, o Estado regula as relações,
permanecendo acima e à margem das mesmas. A função Legislativa é entregue ao
poder Legislativo, como sua função precípua.
 Jurisdição: é uma função subsidiária, pois atua mediante provocação da parte
interessada. A jurisdição permanece inerte, e só age quando for provocada, ou seja,
quando os interessados não cumprem a lei espontaneamente. O Judiciário tem a
incumbência de aplicar a lei de forma coativa, em caso de conflitos de interesses
(litígios).
 Administração: É a emanação de produção jurídica complementar. Nessa função o
Estado atua como parte nas relações. É a tarefa do poder Executivo de transformar a
lei em ato concreto. A administração atua independentemente de provocação.
Os poderes exercem essas funções prioritariamente (função típica), mas não é um rol
taxativo, pois em diversas circunstancias um poder vai exercer a função de outro de
forma secundária (função atípica), em casos especiais. 
Desta forma, o Legislativo tem como função precípua criar normas, o Judiciário fará
aplicar a lei ao caso concreto, quando provocado, enquanto que ao Executivo incumbe
a tarefa de transformar a lei em ato concreto (administrar), independentemente de ser
provocado. 
1.2 Governo (Função Política) e Administração Pública
Os conceitos de governo e administração são diferentes, embora guardem estreita
relação. Assim, o conceito de Governo é o conjunto de poderes e órgãos 
constitucionais responsáveis pela função política do Estado, necessários à
manutenção da ordem jurídica e da administração pública. É o comando a ser seguido
pelo Estado. As atribuições do governo decorrem da Constituição Federal.
Para que o Estado seja independente, há a necessidade de governo soberano. A
soberania é a independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.
No Brasil a forma de governoé a republicana (eletividade e temporalidade dos
mandatos).
O que caracteriza o governo é sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de
objetivos. O governo atua mediante atos de soberania, conduz publicamente os negócios
públicos. É quem traça as metas e as diretrizes do Estado por meio de seus agentes
públicos (presidente, governador, senador, prefeito...)
Já Administração, podemos conceituá-la de várias formas:
Sentido Amplo: envolve o governo (que traça as diretrizes) e a administração em
sentido estrito (vai executar as diretrizes do governo);
Sentido Estrito: envolve apenas a execução. A administração é o instrumento que
se vale o estado para pôr em prática as opções políticas de governo.
Sentido Objetivo, Formal ou Orgânico: (QUEM FAZ?) Conjunto de poderes e órgãos
constitucionais. Compreende o conjunto de ENTIDADES , ÓRGÃOS e as PESSOAS 
JURIDICAS , AGENTES PÚBLICOS no exercício da função administrativa,
encarregados de exercer a função administrativa . 
 https://missaopapacharlie.org/ 3
MISSÃO PAPA CHARLIE
Sentido Subjetivo, Material ou Funcional: (O QUE É FEITO?) Conjunto de funções
estatais básicas. Abrange um conjunto de FUNÇÕES ou ATIVIDADES que objetivam 
realizar o interesse público. É a atividade administrativa, predominantemente
exercida pelo poder executivo.
Onde houver exercício de função administrativa haverá administração pública. 
No Brasil a tripartição de PODERES é ABSOLUTA (Legislativo, Executivo e Judiciário).
Porém, a tripartição de FUNÇÕES é RELATIVA, pois o poder estatal é uno e indivisível.
Deste modo, há situações em que os demais Poderes (Legislativo e Judiciário) também
administram (atipicamente). 
Podemos citar, por exemplo, o Executivo julgando seus servidores em processos
administrativos por faltas disciplinares. O Legislativo julga certas autoridades da República
nos crimes de responsabilidade e o Judiciário administra quando nomeia ou exonera seus
servidores, realiza uma licitação pública etc.
Quem Exerce a Função Política?
No estado brasileiro há preponderância do Poder Executivo, mas não existe exclusividade no
exercício desta atribuição. No direito brasileiro, pode-se dizer que as funções políticas se
repartem entre Executivo e Legislativo, com acentuada preponderância do Executivo. O
 https://missaopapacharlie.org/ 4
Administração PúblicaAdministração Pública
Sentido AmploSentido Amplo
Órgãos Governamentais 
(Função Política)
Órgãos Governamentais 
(Função Política)
Órgãos Administrativos 
(Função Administrativa)
Órgãos Administrativos 
(Função Administrativa)
Sentido EstritoSentido Estrito Órgãos AdministrativosÓrgãos Administrativos
Sentido Objetivo, Formal ou 
Orgânico
Quem faz?
Conjunto de 
poderes e órgãos.
Sentido Subjetivo, Material 
ou Funcional
O que é feito?
Conjunto de 
funções
MISSÃO PAPA CHARLIE
poder Judiciário raramente participa da função política, mas o faz no controle posterior
da legalidade, por exemplo.
Alguns exemplos de atos políticos são; a nomeação de ministros de Estado, convocação
extraordinária do Congresso Nacional, Declaração de Guerra e Paz. Os atos políticos não
se sujeitam a apreciação judicial, portanto, nos casos de litígio, a determinação é da
administração é definitiva, não cabendo recurso.
O governo atua em sentidos formal, material e operacional.
1.3 Direito Administrativo
1.3.1 Conceito 
É o ramo do direito PÚBLICO que tem por objeto os ÓRGÃOS, os AGENTES e as
PESSOAS JURÍDICAS ADMINISTRATIVAS que integram a administração pública, a
atividade jurídica não contenciosa que esta exerce e os bens de que se utiliza para a
consecução de seus fins, de natureza pública (Maria Sylvia Zanella Di Pietro).
Disciplina as relações entre a sociedade como um todo e o Estado e as relações das
entidades e órgãos estatais entes si. É a característica marcante do direito público a
DESIGUALDADE nas relações jurídicas , tendo em conta a prevalência do interesse
público sobre os interesses privados, evidentemente, em conformidade com a lei. 
O direito administrativo defende aquilo que é de interesse público, geral, diverso.
Entretanto, dizer que o direito administrativo é um ramo do direito público, não
significa que seu objeto esteja restrito a relações jurídicas regidas pelo direito público.
É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes , as
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados
pelo Estado.
Analisando os elementos desse conceito, vemos:
 Conjunto harmônico de princípios jurídicos... significa a sistematização de
normas doutrinárias de Direito (e não de Política ou de ação social), o que indica o
caráter científico da disciplina em exame, sabido que não há ciência sem princípios
teóricos próprios, ordenados, e verificáveis na prática;
 ... que regem os órgãos, os agentes... indica que ordena a estrutura e o pessoal do
serviço público;
 ... e as atividades públicas... isto é, a seriação de atos da Administração Pública,
praticados nessa qualidade, e não quando atua, excepcionalmente, em condições de
igualdade com o particular, sujeito às normas do Direito Privado;
 ... tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo
Estado. Aí estão a caracterização e a delimitação do objeto do Direito Administrativo.
Os três primeiros termos afastam a ingerência desse ramo do Direito na atividade
estatal abstrata que é a legislativa, na atividade indireta que é a judicial, e na atividade
mediata que é a ação social do Estado. As últimas expressões da definição estão a
indicar que ao Direito Administrativo não compete dizer quais são os fins do Estado;
outras ciências se incumbirão disto; cada Estado, ao se organizar, declara os fins por
ele visados e institui os Poderes e órgãos necessários à sua consecução. O Direito
Administrativo apenas passa a disciplinar as atividades e os órgãos estatais ou a
 https://missaopapacharlie.org/ 5
MISSÃO PAPA CHARLIE
eles assemelhados, para o eficiente funcionamento da Administração Pública.
Percebe-se, pois, que o Direito Administrativo se interessa pelo Estado, mas no
seu aspecto dinâmico, funcional, relegando para o Direito Constitucional a parte
estrutural, estática.
 Relações com outros ramos do Direito: D. Tributário; Penal; Processual Civil;
Trabalho; Eleitoral; Municipal; Civil e Comercial.
 Direito Administrativo e Política: Homem Público; Princípios Éticos comuns;
conveniência e oportunidade do interesse público enquanto seu supremo
objetivo; Ato Político, que na verdade trata-se Ato de Governo; Ato Administrativo, Ato
Legislativo ou Ato Judiciário informado de fundamento político.
1.3.1.1 Fontes
 Lei: é a única fonte PRIMÁRIA do direito administrativo e deve ser considerada em
seu sentido amplo para abranger, inclusive, os regulamentos administrativos.
Nesse caso, nos referimos à lei, em seu sentido genérico (“ latu sensu ”), que 
inclui, além da CF, as leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas
provisórias, atos normativos com força de lei, e alguns decretos-lei ainda vigentes
no país etc. O decreto federal é uma fonte PRIMÁRIA do direito administrativo,
haja vista o seu caráter geral, abstrato e impessoal. Os demais atos normativos,
como decretos, regulamentos ou resoluções, são fontes secundárias (princípio da
legalidade constitucional – art. 5º, I CF/88). 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileirose aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de LEI;
Vale lembrar que o direito administrativo não possui codificação legal, ou seja, não se encerra
em um código. Suas normas estão na própria CF e em diversas leis esparsas. 
 Jurisprudência: É a reiteração de julgamentos num mesmo sentido, influenciando
a construção do direito. Considerada FONTE SECUNDÁRIA do direito
administrativo, a jurisprudência não tem força cogente de uma norma criada pelo
legislador, salvo no caso de súmula vinculante, cujo cumprimento é
OBRIGATÓRIO pela administração pública. Sendo assim, as decisões judiciais
com efeito VINCULANTE têm força de lei e, portanto, SÃO FONTES PRIMÁRIAS.
 https://missaopapacharlie.org/ 6
Lei, Decreto Federal e 
Sumula Vinculante
Lei, Decreto Federal e 
Sumula Vinculante
JurisprudênciaJurisprudência DoutrinaDoutrina CostumesCostumes
MISSÃO PAPA CHARLIE
 Doutrina: é o sistema teórico de princípios aplicáveis ao direito administrativo. É o
resultado dos estudiosos do Direito Administrativo (não cria direito novo, mas
ajuda na interpretação, aplicação e sistematização do que existe).
 Costumes: É a repetição de um comportamento tido como obrigação legal (mas
não é). É fonte não escrita da lei (ex: cheque pré-datado). No âmbito da administração é
chamado de “praxe administrativa”. 
OBS.: costumes “ contra legem ” (contra lei) jamais serão aceitos. 
1.3.2 Princípios da Administração Pública
Os princípios podem ser subdivididos em: Basilares, explícitos, expressos e implícitos. 
ENTENDIMENTO CESPIANO: Prevê-se expressamente que a administração pública
deve obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
eficiência, economicidade e probidade. Na CF existem princípios expressos e
implícitos, mas PARA A ADM. PÚBLICA TODOS ELES SÃO EXPRESSOS.
1.3.2.1 Princípios Basilares
São a base do direito administrativo, os pilares.
 Supremacia do interesse público sobre o privado 
 Indisponibilidade dos bens e interesses públicos. 
1.3.2.2 Princípios Explícitos 
São os princípios explicitados no art. 37 da constituição: (Mnemônico L.I.M.P.E). São
considerados por alguns os princípios expressos da CF.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência ... 
1.3.2.2.1 Legalidade
Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal, só é permitido fazer o
que a lei autorizar, significando “deve fazer assim”. No caso da administração pública, ela
só pode fazer o que a lei determinar que ela pode. Se não houver norma determinando
o dever de fazer, então ela NÃO pode fazer.
 https://missaopapacharlie.org/ 7
Princípios 
Explícitos
Princípios 
Explícitos
LegalidadeLegalidade ImpessoalidadeImpessoalidade MoralidadeMoralidade PublicidadePublicidade EficiênciaEficiência
MISSÃO PAPA CHARLIE
1.3.2.2.2 Impessoalidade
Impõe ao administrador público que só pratique o ato, sem olhar a quem. Não
considera particularidades individuais ou favoritismos. Os atos são imputados à
administração. O funcionário é a penas o órgão que formalmente manifesta a vontade do
Estado. 
1.3.2.2.3 Moralidade
A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da Administração
Pública, sendo que o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica,
mas também à lei ética da própria instituição, pois nem tudo que é legal é honesto. A
moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as
exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum. 
A moralidade administrativa é objetiva, ela não depende da análise das intenções do 
sujeito , justamente por isso pode ser confrontada administrativa ou judicialmente. A
doutrina considera que a imoralidade surge do conteúdo do ato. Por conseguinte, não é 
preciso a intenção do agente público, mas sim o objeto do ato. Logo, um ato pode ser 
imoral, ainda que o agente não tivesse a intenção de cometer uma imoralidade. 
Por exemplo: o ato de nomeação de um parente para um cargo em comissão é imoral, ainda
que a autoridade não saiba que o nomeado é seu parente ou mesmo que a intenção fosse
efetivamente melhorar a qualidade dos serviços públicos e não favorecer o familiar.
1.3.2.2.4 Publicidade
É a divulgação oficial do ato para o conhecimento público e início de seus efeitos
externos. A publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e
moralidade; por isso mesmo, os atos irregulares não se convalidam com a publicação,
nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou regulamento
exige. 
O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar
seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados
diretos e pelo povo em geral. Abrange toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de
divulgação oficial de seus atos como, também, de apropriação de conhecimento da conduta
interna de seus agentes. 
Os atos e contratos administrativos que omitirem ou desatenderem à publicidade
necessária não só deixam de produzir seus regulares efeitos como se expõe a
invalidação por falta desse requisito de eficácia e moralidade. E sem a publicação não
fluem os prazos para impugnação administrativa ou anulação judicial, quer o de decadência
para impetração de mandado de segurança (120 dias da publicação), quer os de prescrição
da ação cabível.
A publicidade pode ser ativa (a administração divulga a informação. Ex: D.O.U) ou
passiva (a informação é disponibilizada, mas é preciso ser buscada (ex: site do órgão).
 https://missaopapacharlie.org/ 8
MISSÃO PAPA CHARLIE
1.3.2.2.5 Eficiência
É o exercício da atividade administrativa dirigida sempre para alcançar um resultado de
interesse público (custo x benefício favorável ao Estado). 
1.3.2.3 Princípios Expressos
Estão disciplinados no artigo 2ª da lei dos Processos Administrativos Federais. São
considerados expressos, pois, apesar de não estar na CF, são expressos em lei.
Vejamos:
Art.2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência
Mnemônico (S.E.Ra F.A.C.I.L Pro. Mo.Mo)
 Segurança Jurídica: Este princípio tem como fundamento o art. 5º, XXXVI da CF, que
proíbe que a lei retroaja para afetar direito adquirido, ato jurídico perfeito ou coisa
julgada. Visa dar à norma administrativa a interpretação que melhor atenda o
interesse público, sendo VEDADO RETROAGIR à nova interpretação. Prazo de 5
anos para administração pública anular os próprios atos que favorecem os
destinatários.
 Eficiência: É a mesma ideia de custo benefício explicitada na CF.
 Razoabilidade: Mecanismo de controle da discricionariedade administrativa. Os
atos, apesar de discricionários, devem respeitar ao mínimo de razoabilidade..
 Finalidade: Objetividade no atingimento do fim público do ato, sendo vedada a
renúncia, total ou parcial de sua competência.
 Ampla Defesa: Utilização de todos os meios lícitos) de prova nos processos
administrativos. 
 Contraditório: Comunicação dosatos processuais, em tempo hábil à adoção de
medidas de interesse das partes.
 Interesse Público: Atendimento de necessidades, utilidades ou conveniência
pública. Pode ser primário (afeta o coletivo diretamente e indiretamente afeta a
administração) ou secundário (afeta a administração diretamente e indiretamente
a coletividade).
 Legalidade: Só atua no que a lei determinar que deve atuar.
 Proporcionalidade: é um aspecto da razoabilidade (sinônimo). Controle dos atos
da administração, afim de evitar abusos.
 Moralidade: Deve atuar de acordo com a ética.
 Motivação: Exige que a administração indique/justifique os motivos de sua
decisão. É o fundamento fático (circunstância) e jurídico (legal) que levou à
administração a praticar aquele ato.
 https://missaopapacharlie.org/ 9
MISSÃO PAPA CHARLIE
1.3.2.4 Princípios Implícitos
1.3.2.4.1 Continuidade do Serviço Público
O serviço público não pode parar, pois é ele quem conduz a maior parte dos serviços de
interesse social. NÃO viola o princípio da continuidade a paralização da prestação dos
serviços nos seguintes casos:
 Segurança ou emergência
 Manutenção/substituição de equipamentos (mediante aviso prévio)
 Inadimplência do usuário, exceto em relação a débitos passados (mediante aviso
prévio).
1.3.2.4.2 Autotutela
A administração exerce controle sobre os próprios atos.
1.3.2.4.3 Economicidade
Melhor utilização possível dos recursos disponíveis.
1.3.2.4.4 Princípio do Devido Processo Legal 
Reza o artigo 5°, LIV, da Constituição Federal de 1988, que 
LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal
O devido processo legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito
material de proteção ao direito de liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe
paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude de defesa (direito a defesa
técnica, à publicidade do processo, à citação, de produção ampla de provas, de ser
processado e julgado pelo juiz competente, aos recursos, à decisão imutável, à revisão
criminal). 
No âmbito do processo administrativo podemos interpretar tal princípio, afirmando que
garantirá ao servidor acusado o direito de ser ouvido, de apresentar defesa e produzir
provas, bem como a garantia de uma decisão fundamentada. Além da observância de
critérios legais, este princípio atenderá também a proporcionalidade e a razoabilidade. Dessa
forma percebe-se que este princípio está umbilicalmente ligado à observância do contraditório
e da ampla defesa.
 https://missaopapacharlie.org/ 10
EconomicidadeEconomicidade
Eficiência
Custo x benefício
Eficiência
Custo x benefício
Eficácia
Produção de resultados
Eficácia
Produção de resultados
Efetividade
Metas x resultados
Efetividade
Metas x resultados
MISSÃO PAPA CHARLIE
1.3.3 Organização
A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, os Estados,
Municípios e o DF, todas pessoas jurídicas de direito público interno, possuidores de
autonomia política. Esta autonomia é um dos traços marcantes da federação,
significando que possuem capacidade de auto-organização, ou seja, capacidade para
editarem seus próprios diplomas constitutivos (constituições e leis orgânicas –
municípios e DF possuem leis orgânicas), além de capacidade de autogoverno e
autoadministração, significando, respectivamente, o poder de organizar seu governo e
eleger seus governantes. 
Quanto aos Estados, seus elementos são povo, território e governo soberano.
Ao deparar-se na prova com as expressões “entes federados”, “pessoas políticas” ou
“entidades estatais”, saiba que a banca está se referindo às pessoas que compõem a
federação. Afirmar, por exemplo, que os Territórios Federais são pessoas políticas é 
flagrante equívoco, pois eles não integram a federação. 
ATENÇÃO!! Atualmente, no Brasil não existem Territórios Federais, apesar da
possibilidade de criação estar prevista na Constituição Federal (art. 18, §2º, CF/88).
Quando da promulgação da atual constituição, existiam três Territórios Federais: Fernando de
Noronha, Amapá e Roraima. Após a Carta Magna, o primeiro foi incorporado ao estado de
Pernambuco e os outros transformados em estados. 
Desta forma, o que você deve considerar para o dia da prova é que OS TERRITÓRIOS 
FEDERAIS: 
a) São pessoas jurídicas de direito público interno ; 
b) NÃO possuem autonomia política; 
c) NÃO integram a federação brasileira; 
d) Integram a UNIÃO ; 
e) São apenas descentralizações administrativas-territoriais da própria união. 
ATENÇÃO! Ser soberano é não estar limitado por nenhum outro poder na órbita interna
e não ter de acatar regras de outros países . O Estado brasileiro é soberano, mas 
nossos Estados membros (MG, RJ, SP), o DF e os Municípios NÃO . 
O Brasil é soberano e as pessoas políticas são autônomas.
1.3.3.1.1 Formação da República Federativa do Brasil. 
Há diferença entre a formação física e a formação político-administrativa do Estado
brasileiro. 
O art. 1º da CF traz a formação física do Estado brasileiro: 
Art. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL , formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos.
Observe que a União não é citada nesse artigo, justamente por não fazer parte da 
formação física do Estado brasileiro . Este é composto fisicamente pelos Estados,
Municípios e Distrito Federal. Já no art. 18 da CF consta a formação político- 
administrativa do Estado brasileiro : 
 https://missaopapacharlie.org/ 11
MISSÃO PAPA CHARLIE
Art. 18º A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
termos desta Constituição.
União ≠ Estado Brasileiro
União = Pessoa Jurídica de Direito
Público INTERNO (dentro do
Brasil).
República Federativa do Brasil =
Pessoa Jurídica de Direito Público
EXTERNO (fora do Brasil).
1.3.4 Poderes
A vontade do Estado é manifestada por meio de seus Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, que de acordo com o art. 2º da CF são independentes e harmônicos entre si.
O Brasil adota a clássica tripartição dos Poderes concebida por Montesquieu, até hoje
adotada nos Estados de Direito, que prevê uma divisão constitucional de tarefas entre eles:
Executivo (função administrativa), Legislativo (função legislativa) e Judiciário (função
judicial). Essas funções precipuamente atribuídas a cada Poder são chamadas de
funções típicas.
Não há uma divisão absoluta de funções entre os três Poderes. Contudo, é possível
que um Poder exerça função atribuída originariamente a outro Poder (Presidente da
República editando uma medida provisória (atividade legislativa). Outro exemplo é o Senado
Federal – órgão do Legislativo – julgando o Presidente da República em processo de
impeachment. Também é exemplo o STF, órgão do Judiciário, realizando licitação ou
concurso público, que são funções típicas do Executivo.) Quando tais situações ocorrem
estaremos diante das funções atípicas. 
Então, os Poderes do Estado exercem tanto função típica – que é a função principal -,
como função atípica. Logo, os poderes NÃO exercem suas funções com exclusividade. 
NÃO HÁ EXCLUSIVIDADE, MAS SIM PREDOMINÂNCIA NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES
TÍPICAS!
2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO
2.1 Administração Pública
A Administração é o instrumental de que dispõeo Estado para colocar em prática as opções
políticas do Governo. Enquanto o Governo é o responsável pelo estabelecimento de
diretrizes e planos, a Administração é o aparelhamento utilizado para pôr em prática
essas decisões.
É um grupo de órgãos, entes e agentes que exercem as funções estatais e, do ponto de
vista jurídico, podem atuar como se fosse o Estado. A expressão Administração Pública é
analisada pela doutrina em dois aspectos, ora sob a ótica das atividades
administrativas, ora sob a ótica dos executores destas atividades.
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MISSÃO PAPA CHARLIE
2.1.1 Planejamento
É a ação governamental que visa promover o desenvolvimento econômico-social do País
e a segurança nacional e compreenderá a elaboração e atualização dos: 
Plano geral de governo; programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual 
2.1.2 Coordenação
As atividades da Adm. Federal e, especialmente, a execução dos planos e programas de
governo, serão objeto de permanente coordenação, ou seja, de forma interrupta (reuniões
de nivelamento)
2.1.3 Controle
É a fiscalização e aferição permanente das atividades administrativas e a sua
respectiva implementação e deve ser exercida em todos os níveis e em todos os
órgãos.
2.1.4 Sentido Material (Objetivo, Funcional)
Pergunte - O QUE FAZ?
É o conjunto material das atividades desempenhadas pelo Estado, sendo:
 Fomento: Incentivo à iniciativa privada de interesse público, que se dá mediante:
 Auxílio financeiro
 Condições especiais de financiamento
 Desapropriações que favoreçam entidades privadas sem fins lucrativos
 Favores fiscais que estimulam atividades consideradas particularmente
benéficas
 Polícia Administrativa: É toda atividade de execução das chamadas limitações
administrativas, que são restrições impostas por lei ao exercício do direito individual em
benefício do geral. São medidas de polícia: ordens, notificações, licenças,
autorizações, fiscalização e sanção.
 Serviço Público: Toda atividade que a Adm. pública exerce direta ou indiretamente
para satisfazer a necessidade coletiva sob regime jurídico predominantemente público.
 Intervenção: A regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza
privada e a atuação direta do Estado no domínio econômico.
2.1.4.1 Características da Administração em Sentido Material (Objetivo):
a) Atividade concreta - põem em execução a vontade do Estado contida na lei
b) Finalidade de satisfação direta e imediata dos fins do Estado
c) Regime jurídico de Direito Público
2.1.5 Sentido Formal (Subjetivo, Orgânico)
Pergunte - QUEM FAZ?
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MISSÃO PAPA CHARLIE
Neste sentido, analisa-se os entes que exercem a atividade administrativa, ou seja, tanto as
pessoas jurídicas quanto os órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das
funções em que se triparte a atividade estatal: a atividade administrativa.
A administração atua por meio de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros
de competências) e de seus agentes.
União dos sentidos: Administração é o conjunto de entes (subjetivo) que desenvolvem
atividades administrativas (objetivo) em prol da coletividade, sob Regime Jurídico-
Administrativo. 
Segundo o Decreto Lei nº 200/1967, que trata da Organização Administrativa Federal, em seu
art. 4º traz os aspectos relativos à Administração Pública direta e indireta, bem como os entes
que a compõem.
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de
personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações Públicas.
A Administração Pública se apoia em três situações fundamentais: 
CENTRALIZAÇÃO - DESCONCENTRAÇÃO – DESCENTRALIZAÇÃO 
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Administração 
Pública
Administração 
Pública
Direta 
(centralizada)
Direta 
(centralizada)
Estados/DFEstados/DF
MunicípiosMunicípios
UniãoUnião
Indireta 
(Descentralizada
)
Indireta 
(Descentralizada
)
AutarquiasAutarquias
Soc. Economia MistaSoc. Economia Mista
Fundações PúblicasFundações Públicas
Empresas PúblicasEmpresas Públicas
Associações Públicas 
(consórcio)
Associações Públicas 
(consórcio)
SubsidiáriasSubsidiárias
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OBS: As figuras da Adm. indireta NÃO SE SUBMETEM à administração por subordinação
administrativa, mas por supervisão ministerial.
2.1.6 Entidades Políticas e Administrativas
A Lei 9.784/1999 define entidade como “a unidade de atuação dotada de personalidade
jurídica” (art. 2º, II). Possuir personalidade jurídica significa que o ente pode, em nome
próprio, adquirir direitos e contrair obrigações. Assim, as entidades são unidades de
atuação que possuem PERSONALIDADE JURÍDICA e, portanto, podem adquirir direitos
e contrair obrigações em seu próprio nome.
As entidades dividem-se em políticas (ou primárias) e administrativas . 
2.1.6.1 Entidades Políticas
As entidades políticas, são as pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO que recebem suas 
atribuições diretamente da Constituição e integram a estrutura constitucional do 
Estado.
São ENTIDADES POLÍTICAS:
 A UNIÃO; 
 Os ESTADOS; 
 O DISTRITO FEDERAL; e 
 Os MUNÍCIPIOS.
OBS: Os TERRITÓRIOS integram a União, então não possuem autonomia nem são
entidades políticas.
As ENTIDADES POLÍTICAS possuem capacidade de auto-organização , autogoverno e 
autoadministração , possuindo, portanto, AUTONOMIA PLENA.
 Autogoverno: é a competência que os Estados-membros possuem para organizar os
seus Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário locais.
 Auto-organização (e autolegislação): é a capacidade do ente para se organizar na
forma de sua constituição (constituição estadual) ou lei orgânica e de suas leis. Em
síntese, a auto-organização representa a capacidade de legislar.
 Autoadministração: capacidade que cada entidade política possui para prestar os
serviços dentro da distribuição de competências estabelecidas na CF/88. Representa a
capacidade dos entes políticos para prestarem os serviços de saúde, educação,
assistência social, etc.
2.1.6.2 Entidades Administrativas
As entidades administrativas são pessoas jurídicas, de DIREITO PÚBLICO ou de
DIREITO PRIVADO, criadas pelas entidades políticas para exercer parte de sua
capacidade de autoadministração. Assim, podemos dizer que as entidades administrativas
são criadas pelas entidades políticas para desempenhar determinado serviço daqueles que
lhes foram outorgadas pela Constituição Federal.
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São entidades administrativas as AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES PÚBLICAS, EMPRESAS
PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, que juntas formam a chamada 
Administração indireta ou descentralizada
Enquanto as entidades políticas gozam de CAPACIDADE GENÉRICA, nos termos previstos
na Constituição, as entidades administrativas possuem somente a CAPACIDADE
ADMINISTRATIVA específica, ou seja, elas possuem somente a capacidade de
autoadministração, sendo ainda de forma restrita. Isso porque o ente político cria a
entidade administrativa para atuar em uma área específica, ou seja, a criação das entidades
administrativas ocorre para especializar a Administração.
Aprincipal diferença entre as entidades políticas e as entidades administrativas é que 
aquelas possuem autonomia política, decorrente de sua capacidade de legislar (auto-
organização). Ou seja, as entidades políticas possuem capacidade para editar atos
normativos que inovem na ordem jurídica, criando direitos e obrigações.
Ademais, as entidades políticas recebem, diretamente da Constituição, competência para
legislar e administrar. Por outro lado, as entidades administrativas recebem suas
competências de lei.
2.2 Administração Pública DIRETA
ATENÇÃO! Todos os funcionários CONCURSADOS para instituições da administração
pública DIRETA são SERVIDORES PÚBLICOS, regidos pelo REGIME ESTATUTÁRIO
(8.112), COM DIREITO À ESTABILIDADE.
2.2.1 Centralização
É o mesmo que Adm. Publica Direta. Neste caso, o ente federativo será não apenas 
TITULAR da atividade administrativa, mas o seu EXECUTOR. Somente os entes
políticos recebem competências diretamente da constituição para prestar serviço
público à sociedade. Assim, quando o Estado presta os serviços por meio de seus órgãos e
agentes integrantes da Administração direta, ou seja, que compõem as pessoas políticas, diz-
se que o serviço é prestado de forma centralizada. Ou seja, toda administração pública
desempenhada diretamente pelo Estado é denominada administração DIRETA ou 
CENTRALIZADA . 
Assim, os serviços são prestados pelos órgãos despersonalizados, integrantes da
própria entidade política. Exemplo disso são os serviços prestados pelos ministérios, pelas
secretarias estaduais e municipais ou por seus órgãos subordinados.
No âmbito da união, por exemplo, teremos a União desempenhando várias competências
suas, através de seus órgãos Públicos Federais. A administração Direta é o conjunto de
órgãos que integram os três poderes das Pessoas Federativas, que são pessoas
jurídicas de direito público, com capacidade jurídica. Assim, a União os Estados, o DF e
os Municípios, ao atuarem através de seus órgãos e/ou agentes, constituem a Administração
Direta.
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Contudo, a entidade política pode optar por transferir a terceiro a competência para
determinada atividade administrativa, caso em que teremos a DESCENTRALIZAÇÃO.
2.2.2 Desconcentração
Neste caso, apesar de a administração executar centralizadamente suas tarefas, ocorre uma
distribuição interna de competências, entre órgãos de uma mesma pessoa jurídica. É um
fenômeno interno da administração, portanto, continua sendo administração centralizada.
2.2.2.1 Órgãos Públicos
São núcleos de atribuições ou centros de competência (desprovidos de personalidade jurídica
própria). Portanto, o órgão público é um elemento sem personalidade jurídica, incumbido da
realização das atividades da entidade a que pertence, através de seus agentes.
 Teoria do Órgão: Defende que a pessoa jurídica manifestaria sua vontade através de
seus órgãos, de tal forma que, quando os agentes que compõem a estrutura dos
órgãos se manifestam, é o próprio Estado se manifestado. A ideia de representação é
substituída pela ideia de imputação. O órgão é parte do Estado.
OBS: As teorias do Mandato e da Representação (estado é incapaz) NÃO SÃO ACEITAS
pela doutrina.
2.2.2.1.1 Classificação dos Órgãos Públicos
A. QUANTO À ESFERA DE AÇÃO
 Centrais: Suas atribuições são exercidas em todo território do entre federativo a
que pertencem (Polícias Federal, Rodoviária Federal e Ferroviária Federal).
 Locais: Atuam apenas em parte do território (Polícias Civil, Militar e Corpo de
Bombeiros)
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União
Poder 
Legislativo
Poder 
Executivo
Presidência
Ministérios
Secretarias 
Repartições
Poder 
Judiciário TCU MPU
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B. QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL OU HIERARQUIA
 Independentes: Se originam da Própria Constituição e só a ela se subordinam.
Estão sujeitos ao controle estabelecido na CF, de uma sobre o outro.
Desempenham as funções estruturais do Estado, através de agentes políticos. São
as casas do poder Legislativo, a Chefia do Executivo e os Tribunais.
 Autônomos: Se situam na cúpula da Administração Pública, porém se subordinam
diretamente aos órgãos independentes. Os órgãos autônomos possuem autonomia
administrativa e financeira e participam das decisões do Estado. São Ministérios,
Secretarias de Estado, Secretarias Municipais...
 Superiores: Estes órgãos desempenham tarefas de direção, controle, porém com
subordinação e controle hierárquico de uma chefia. Não possuem autonomia
financeira, administrativa ou técnica. São os Gabinetes, Departamentos,
Coordenadorias, Divisões...
 Subalternos: baixo poder decisório, tarefas de Execução.
C. QUANTO À ESTRUTURA
 Simples ou unitários: Um só centro de competência, sem subdivisões. Não há
outro órgão na estrutura.
 Compostos: Vários centros de competência. Há outros órgãos na estrutura.
D. QUANTO À COMPOSIÇÃO
 Singulares: São integrados por um único agente.
 Colegiados: São integrados por vários agentes. As decisões são tomadas em
conjunto.
2.3 Administração Pública Indireta ou Descentralizada
2.3.1 Descentralização
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a descentralização é a distribuição de
competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. A autora classifica a
descentralização em política e administrativa. Aquela se refere à distribuição de
competências previstas na Constituição, que dá origem à federação. Sendo assim,
quando os estados ou municípios prestam os serviços previstos na Constituição, eles estão
prestando os serviços próprios, que não decorrem do ente central. Em outras palavras, a
DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA envolve a distribuição de competências aos Estados-
membros e aos municípios.
A DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, por sua vez, ocorre quando o Estado não 
executa o serviço por meio de sua Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas 
distintas: o Estado – União, estados, Distrito Federal e municípios – e a pessoa que executará
o serviço, uma vez que recebeu essa atribuição do Estado. É a transferência de atribuições 
(titularidade da execução) para o âmbito de outra pessoa jurídica, que passa a 
desempenhá-la com autonomia e por sua conta e risco. 
A descentralização será posta em prática em três planos principais:
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a) Dentro dos quadros da Adm. Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção de
execução;
b) Da Adm. Federal para as unidades federais, quando estiverem devidamente
aparelhadas;
c) Da Adm. Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e
controle, e com o objetivo de impedir o crescimento desmensurado da máquina
administrativa, a Adm. procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas,
recorrendo sempre que possível à execução indireta, mediante contrato.
Nesse contexto, podemos mencionar três formas de descentralização administrativa:
 Descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional;
 Descentralização por delegação ou colaboração;
 Descentralização territorial ou geográfica
2.3.1.1 Descentralização por Outorga, por Serviços, Técnica ou Funcional
A descentralização por OUTORGA, POR SERVIÇOS, TÉCNICA ou FUNCIONAL ocorre
quando o Estado cria uma entidade com personalidade jurídica própria e a ela transfere
a titularidade e a execução de determinado serviço público. Esse tipode
descentralização dá origem à Administração indireta (autarquias, fundações públicas,
sociedades de economia mista e empresas públicas), pressupondo a elaboração de lei
para criação ou autorização da criação da entidade.
A transferência da titularidade da execução será por prazo indeterminado. A lei irá criar ou
autorizar a criação de uma pessoa jurídica e a transferência da titularidade da execução da
atividade a esta pessoa. É a descentralização por serviço (lei). 
Na outorga, a própria titularidade do serviço é transferida ao terceiro por meio de lei e,
somente por lei poderá ser retirada ou modificada. Ademais, a outorga tem presunção
de definitividade, isto é, em tese será exercida INDETERMINADAMENTE pelo ente
outorgado.
2.3.1.2 Descentralização por Delegação ou Colaboração
Na descentralização por delegação ou colaboração, uma entidade política ou
administrativa transfere, por meio de contratos administrativos ou até, atos
administrativos unilaterais, pelos quais se atribui às pessoas jurídicas de Direito
Privado a execução do serviço.
Assim, a pessoa que recebe a delegação poderá prestar o serviço diretamente à
população, em seu próprio nome e POR SUA CONTA E RISCO, sofrendo a fiscalização
do Estado. 
Um exemplo de descentralização por delegação ocorre com os serviços de telefonia,
prestados por empresas privadas. Também é o que ocorre com os Concessionários (sempre
por meio de licitação), Permissionários e Autorizados de Serviço Público, que por esta
razão, são chamados de “delegados”. O ato que efetivar a delegação, que será expedido a
critério da autoridade delegante, indicará à autoridade delegada as atribuições e,
quando for o caso, dirá o prazo de vigência (se não tiver, considera-se indeterminado).
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MISSÃO PAPA CHARLIE
Na desconcentração o Estado pode transferir a EXECUÇÃO de certas atividades que 
lhe são próprias a PARTICULARES . É o que chamamos de DESCENTRALIZAÇÃO POR 
DELEGAÇÃO ou COLABORAÇÃO ; nesse caso não se exige lei, mas a celebração de 
um CONTRATO entre a Administração Pública e àquela entidade que executará o 
serviço.
Na descentralização por delegação, transfere-se apenas a execução do serviço por ato
administrativo (unilateral) ou contrato administrativo (bilateral). Na primeira hipótese (ato
administrativo – autorização de serviços públicos), em regra, não há prazo determinado para
a delegação, uma vez que esse instrumento reveste-se de precariedade, isto é, pode ser
revogado a qualquer tempo e, em geral, sem direito à indenização. No caso do contrato
(concessão ou permissão de serviços públicos), porém, a delegação é efetivada por prazo
determinado, estando sujeita às cláusulas legais e contratuais para modificação e revogação
do instrumento.
ATENÇÃO!!! 
DescEntralização  Entidade (personalidade jurídica própria)
DescOncentração  Órgão (ausência de personalidade jurídica) OBS: Secretaria = órgão
*3
 Entre a administração direta e indireta NÃO HÁ SUBORDINAÇÃO , só VINCULAÇÃO . 
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DelegaçãoDelegação
VerticalVertical
Delega a autoridade 
diretamente 
subordinada
Delega a autoridade 
diretamente 
subordinada
HorizontalHorizontal
Delega a autoridade 
não diretamente 
subordinada
Delega a autoridade 
não diretamente 
subordinada
DescentralizaçãoDescentralização Administração Indireta
Administração 
Indireta
DescontraçãoDescontração Administração Direta
Administração 
Direta
MISSÃO PAPA CHARLIE
ATENÇÃO!! OS MINISTÉRIOS, ÓRGÃOS INTEGRANTES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA , 
NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA. 
*2
 ÓRGÃO NÃO TEM PERSONALIDADE JURÍDICA
2.4 Entidades da Administração Pública INDIRETA
As pessoas Jurídicas podem ser: 
 De direito Privado: civis ou comerciais
 De direito Público: interno ou externo
A pessoa de Direito Público tem suas relações regidas pelo Direito Público. Estão sujeitas a
princípios e gozam das prerrogativas do Regime Jurídico-administrativo. 
Por outro lado, a Pessoa Jurídica de Direito Privado tem suas relações estabelecidas no
princípio da isonomia. Não detém nenhum tipo de prerrogativa, de juízo privativo, foro
privilegiado... 
Assim, o que distingue o Direito Público do Privado é o universo das relações.
A Administração Pública Indireta ou Descentralizada é o conjunto de Pessoas Administrativas,
com criação ou autorização sujeita à Lei, dotadas de personalidade jurídica própria (direito
Público ou de Direito Privado), que mantém vínculo com a administração Direta, com
finalidade de desempenhar atividade administrativa de forma descentralizada, seja como
Serviço Público ou como Intervenção no Domínio Econômico.
Sendo assim, surgem as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista. Pessoas de Direito Público ou Privado, com capacidade de
adquirirem direitos e contrair obrigações. 
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MISSÃO PAPA CHARLIE
O Decreto Lei nº 200/1967, que trata da Organização Administrativa Federal, em seu artigo 5°
traz o entendimento legal de cada uma destas instituições, que será descrito em seu
momento propício.
2.4.1 Autarquia
Autarquia é entidade dotada de personalidade jurídica própria, com autonomia
administrativa e financeira, não sendo possível que a lei institua mecanismos de
controle da entidade pelo ente federativo que a criou.
ATENÇÃO! Todos os funcionários CONCURSADOS para AUTARQUIAS são
SERVIDORES PÚBLICOS, regidos pelo REGIME ESTATUTÁRIO (8.112), COM DIREITO À
ESTABILIDADE.
Exerce atividade típica de Estado.
Art. 5º...
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
A. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS:
 Criadas por lei específica (a criação se dá com a própria lei).
 Pessoa jurídica de Direito Público: É titular de direitos e obrigações próprios,
distintos dos da pessoa que a criou. Por ser público se submete ao regime jurídico-
administrativo (prerrogativas e sujeições)
 Patrimônio Próprio Inicial: transferência de bens da Entidade–matriz. Os seus
bens públicos (protegidos por impenhorabilidade e imprescritibilidade) 
 Receita Própria (sem fins Lucrativos)
 Executa atividades típicas (atividades que o Estado deve executar para atingir
seus fins)
 Capacidade de autoadministração (apenas com relação a matérias específicas
que recebeu da PJ, pois esta tem o poder de criar o próprio direito, e as autarquias
não).
B. OUTRAS CARACTERÍSTICAS:
 Orçamento: é idêntico ao das entidades estatais (art. 165, §5º - CF)
 Dirigentes: investidos nos cargos na forma que a lei ou o estatuto determinar
 Atos dos dirigentes: devem observar os requisitos de validade de todo ato
administrativo, pois são equiparados a estes atos.
 Contratos: devem ser precedidos de licitação, como todos os contratos
administrativos
 Pessoal: sujeito ao regime estatutário. A proibição de acumulo de cargos,
empregos e funções abrange as autarquias.
C. PRERROGATIVAS DAS AUTARQUIAS 
As mesmas do próprio ente federativo.
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MISSÃO PAPA CHARLIE
 Imunidade de impostos: referente ao patrimônio, renda e serviços, vinculados às
finalidades essenciais ou que delas decorram.
 Impenhorabilidadede seus bens e rendas: Seguem o sistema de precatórios
previsto no art. 100 da CF (quando é credor, a dívida é cobrada por execução fiscal
e te “joga” na dívida ativa)
 Imprescritibilidade de seus bens: Não podem ser adquiridos por terceiros
através de usucapião.
 Prescrição quinquenal: das suas dívidas e das dívidas e direitos de terceiros
contra autarquias prescrevem em cinco anos.
 Benefícios Processuais: pagamento de custas só no final, se vencidas, prazo em
quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
 Juízo privativo: todas as causas de autarquias são julgadas na justiça federal
 Direito de regresso: autarquias respondem pelos danos que seus agentes, nesta
qualidade, causarem a terceiros, mas é assegurada a ação de regresso contra os
servidores que tiverem agido com dolo ou culpa.
Exemplos de Autarquias:
CRBio, CREA, ICMBio, INSS, DETRAN, USP, BNDS, BACEN, DNIT, ANNEL, IBAMA,
2.4.2 Fundação Pública
ATENÇÃO! Todos os funcionários CONCURSADOS para FUNDAÇÕES PÚBLICAS são
SERVIDORES PÚBLICOS, regidos pelo REGIME ESTATUTÁRIO (8.112), COM DIREITO À
ESTABILIDADE.
Art. 5º...
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não
exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União
e de outras fontes. 
São fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Tem as mesmas prerrogativas das
autarquias, exceto em relação à criação. A fundação pública não é criada por lei, mas a sua
instituição é autorizada por lei.
Em sua origem, a fundação é uma entidade que deriva do Direito Privado (na criação da F.P
será definida se é de Direito Privado ou Direito Público).
 Fundações Públicas de Direito Privado: Estão sujeitas ao regime jurídico de direito
privado, mas esta entidade nunca vai deixar de observar algumas normas do Direito
Público. Todas as fundações governamentais se submetem, de alguma forma, às
normas de Direito Público, especialmente em relação ao controle externo (fiscalização
financeira e orçamentária) e ao controle interno, pelos órgãos do Poder Executivo.
 Fundações Públicas de Direito Público: Criadas por lei, são consideradas espécies
do gênero das autarquias. Normalmente se destinam a atividades atípicas do Estado,
como assistência social, assistência médica e hospitalar, cultura (ex: FUNAI, IBGE,
Fundação Escola...)
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MISSÃO PAPA CHARLIE
ATENÇÃO! As FUNDAÇÕES PÚBLICAS de direito público devem responder
objetivamente pelos danos que seus agentes causem a terceiros. Sendo condenadas a
indenizar pelo prejuízo que seu agente culposamente tenha cometido, assegura-se a
elas o direito de propor ação regressiva contra o agente causador do dano.
2.4.3 Agências Executivas e Agências Reguladoras
2.4.3.1 Agências Executivas
É uma qualificação que as autarquias e fundações recebem. Não é uma nova categoria
administrativa, e sim uma qualificação.
Para se qualificarem como agência executiva, é preciso:
 Ter um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional em
andamento
 Ter celebrado contrato de gestão com o Ministro supervisor.
Qualificação como Agencia Executiva se dará por meio de ato do presidente da república.
2.4.3.2 Agência Reguladora
É uma entidade autárquica, mas tem prerrogativas diferentes. Ela não existia e “nasceu” para
ser uma agência reguladora.
A partir do processo de desestatização que se consuma com as privatizações, leva o Estado a
se afastar de atividades como o serviço de telecomunicações, por exemplo. Isso gera a
necessidade de criar órgãos reguladores, como por exemplo:
ANATEL, ANP, ANTAQ, ANVISA, ANA
2.4.4 Estatais
Surgem no mundo jurídico e administrativo como ferramentas de intervenção do Estado no
domínio econômico que só podem ser criados por autorização legislativa veiculada em lei
específica, observada a segurança nacional ou relevante interesse coletivo. 
A lei não precisa detalhar e estruturar a estatal, mas precisa estabelecer os seus
balizamentos, como área de atuação e finalidade.
Só tem existência jurídica depois do registro de seus atos constitutivos na forma da lei civil,
pois tem personalidade jurídica de direito privado.
Licita e contrata obras e serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública.
ATENÇÃO! Todos os funcionários CONTRATOS OU CONCURSADOS para ESTATAIS,
NÃO SÃO SERVIDORES PÚBLICOS , são EMPREGADOS PÚBLICOS, regidos pela CLT e 
NÃO TEM DIREITO À ESTABILIDADE.
2.4.4.1 Empresa Pública
Art. 5º...
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MISSÃO PAPA CHARLIE
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o
Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. 
As empresas públicas, entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado,
cuja criação é autorizada por lei, possuem patrimônio próprio e podem ser unipessoais
ou pluripessoais . (TCE-PA – 2016)
Empresa Pública UNIPESSOAL: capital público 100% nas mãos de um único ente público.
Empresa Pública PLURIPESSOAL: capital público dividido entre mais de um ente
público. Ex: 90% do capital nas mãos da União e 10% nas mãos da própria Empresa Pública.
(Vale lembrar que a administração indireta não se confunde com a entidade federativa. São
pessoas jurídicas diferentes).
OBS: Diferente é o caso da Sociedade de Economia Mista, que será
OBRIGATORIAMENTE pluripessoal e ao mesmo tempo OBRIGATORIAMENTE
controlada por um ente público (majoritário) e por um ente PRIVADO
(minoritariamente), dando causa ao seu nome (economia "MISTA").
2.4.4.2 Sociedade de Economia Mista
Art. 5º...
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. 
2.4.4.2.1 Principais Diferenças Entre as Estatais
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista
Composição do
dinheiro Só dinheiro público Dinheiro público e privado
Forma Jurídica Qualquer uma Sociedade anônima
Foro Justiça Federal Fórum, Justiça Comum
Regime Pessoal CLT CLT + 8.112
Objeto Atividades de natureza econômica, Serviços Públicos
Falência Não sujeitos à falência
Personalidade Jurídica Direito Privado
Fiscalização TCU (supervisão e controle do Estado)
Criação Lei Específica
2.4.5 Subsidiárias
São empresas acessórias, funcionam atreladas à estatal, considerada como principal.
2.4.6 Fundações
Podem ser criadas pelo Estado, então passam a compor a Administração indireta. São
pessoas jurídicas criadas a partir de autorização legislativa e cujas áreas de atuação serão
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definidas em lei complementar. Sua natureza jurídica dependerá da forma e período em que
foi criada. Depois de 1967, todas em natureza jurídica de Direito Privado.
2.4.7 Consórcios Públicos ou Associações Públicas
São consórcios públicos criados com personalidade jurídica de direito público, e que integram
a Adm. Indireta de todos os entes consorciados. 
2.4.8 Paraestatais
Desempenhamatividades sociais de interesse público, em COLABORAÇÃO com o Estado.
NÃO fazem parte da Administração Pública. São pessoas Jurídicas de Direito Privado.
2.4.9 Serviços Sociais Autônomos
 Desempenham atividades de assistência social a grupos profissionais daquela
categoria (comercio, indústria). 
 A verba vem de contribuições para-fiscais e recursos orçamentários ($ público)
 Atividade Privada
 CLT
 Em caso de mau uso do dinheiro, os dirigentes respondem como funcionários públicos
(o agente não é público, mas a verba é)
2.4.10 Organizações Sociais
 Criada por particulares
 Desempenha atividades assistenciais (atípicas)
 Tem contrato de gestão com o Estado
 Podem ser federais, municipais ou estaduais
 Recebem Dinheiro Publico
 Benefícios fiscais. Tem várias isenções, mas paga impostos
 De 20 a 40% dos membros da diretoria são provenientes do poder público. 
2.4.11 Organizações Sociais de Interesse Público
 Criado por particulares
 Desempenha atividades assistências
 Ter “termo de parceria” com o Estado (ato de fomento)
 Dinheiro Público (isenção de alguns impostos)
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3. AGENTES PÚBLICOS
3.1 Lei nº 8.112/1990 – Resumo na lei
3.2 Lei nº 4.878/1965 – Resumo na lei
3.3 Lei nº 8.429/1992 – Resumo na lei
4. LICITAÇÕES: MODALIDADES, DISPENSA E
INEXIGIBILIDADE 
Lei nº 8.666/1993 - Licitações (art. 1º a 53º)
 Regra Geral: a licitação NÃO será sigilosa!
 Exceção: Conteúdo das propostas (até a respectiva abertura)
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4.1 Onde se Aplica?
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
4.2 A Quem se Aplica?
Art 1º (...)
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Portanto, estão obrigadas a licitar antes de celebrar contratos destinados à prestação 
de serviços por terceiros:
 Órgãos da Administração Direta;
 Fundos Especiais;
 Autarquias;
 Fundações Públicas;
 Empresas Públicas;
 Sociedades de Economia Mista; e 
 Demais entidades controladas Direta ou Indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,
permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão
NECESSARIAMENTE precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
4.3 Finalidade da Licitação
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e
dos que lhes são correlatos.
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Aplica-se a 8.666/1993 a Licitações de:Aplica-se a 8.666/1993 a Licitações de:
ObrasObras
Serviços 
(inclusive de 
publicidade)
Serviços 
(inclusive de 
publicidade)
Compras Compras AlienaçõesAlienações LocaçõesLocações ConsessõesConsessões PermissõesPermissões
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Salienta-se que, a estrita observância ao edital constitui princípio básico de toda
licitação. Assim, o descumprimento desse requisito enseja nulidade do certame.
4.4 Licitação Dispensada (ART. 17º)
Art.17 A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse
público DEVIDAMENTE JUSTIFICADO , será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes
normas:
A alienação é a transferência de domínio.
4.4.1 Bens Imóveis
Art. 17 ...
I - Quando IMÓVEIS, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração DIRETA e
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
de avaliação prévia e de licitação NA MODALIDADE DE CONCORRÊNCIA, dispensada está nos
seguintes casos:
Ou seja:
Quando houver interesse (devidamente justificado) da administração em alienar bens
imóveis, para órgãos da administração DIRETA e entidades autárquicas e fundacionais, 
essa transferência depende de autorização legislativa.
Além disso, dependerá de avaliação prévia e de licitação NA MODALIDADE DE
CONCORRÊNCIA OU LEILÃO. No entanto, a licitação pode ser dispensada nos seguintes
casos descritos a seguir:
1. Dação em pagamento; ocorre quando o devedor, COM A ANUÊNCIA DO CREDOR , 
solve sua obrigação mediante a entrega de outro bem que não seja dinheiro, em
substituição da prestação originalmente acordada, extinguindo a obrigação. Após
a apuração do preço da coisa a ser dada em pagamento, a relação entre credor e
devedor será regulamentada pelas normas do contrato de compra e venda.
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LicitaçãoLicitação
DespensadaDespensada
A lei DISPENSA a realização da licitação. Não existe discricionariedade 
da Administração, e lei afirmou que, embora fosse juridicamente 
possível, está a situação dispensada.
A lei DISPENSA a realização da licitação. Não existe discricionariedade 
da Administração, e lei afirmou que, embora fosse juridicamente 
possível, está a situação dispensada.
DespensávelDespensável
A lei AUTORIZA A NÃO REALIZAÇÃO DA LICITAÇÃO. A licitação é 
possível, mas a Lei autoriza a Administração a, segundo critério seu de 
oportunidade e conveniência, a dispensar sua realização.
A lei AUTORIZA A NÃO REALIZAÇÃO DA LICITAÇÃO. A licitação é 
possível, mas a Lei autoriza a Administração a, segundo critério seu de 
oportunidade e conveniência, a dispensar sua realização.
InexigívelInexigível É INEXIGÍVEL a licitação quando houver inviabilidade de competiçãoÉ INEXIGÍVEL a licitação quando houver inviabilidade de competição
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2. Doação: permitida EXCLUSIVAMENTE para OUTRO órgão ou entidade da 
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas
alíneas f, h e i;
3. Permuta: Troca de um IMÓVEL por outro IMÓVEL que atenda aos requisitos 
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; Difere da dação pois aqui a troca de
um bem por outro, na dação, troca-se uma dívida por um bem.
4. Investidura;
5. Venda: a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de
governo;
6. Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação
ou permissão de uso de bens IMÓVEIS RESIDENCIAIS construídos, destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração
pública. Minha casa minha vida
7. Procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei n o 6.383, de 7 de
dezembro de 1976 , mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração
Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; 
8. Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação
oupermissão de uso de bens IMÓVEIS DE USO COMERCIAL de âmbito local com
área de até 250 m² e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração
pública;
9. Alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, DE TERRAS
PÚBLICAS RURAIS DA UNIÃO NA AMAZÔNIA LEGAL onde incidam ocupações até o
limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins
de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;
4.4.2 Bens Móveis (Art .17º)
Art. 17 
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Licitação Dispensada
Bens Imóveis
Doação em 
pagamento
Doação ( de 
órgão público 
para órgão 
público)
Permuta 
(Imóvel por 
Imóvel)
Investidura
Venda (entre 
órgãos da 
admn)
Alienação 
(gratuita ou 
não) de 
Imóveis 
Residenciais
Procediment
os de 
legitimação 
de posse 
Alienação 
(gratuita ou 
não) de 
Imóveis 
Comerciais
Alienação 
(gratuita ou 
não), 
De terras 
públicas 
rurais na 
Amazônia 
Legal 
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...
II - Quando MÓVEIS, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada está nos seguintes
casos:
a) Doação: permitida EXCLUSIVAMENTE para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à
escolha de outra forma de alienação;
b) Permuta: permitida EXCLUSIVAMENTE entre órgãos ou entidades da 
administração pública;
c) Venda de ações: que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação
específica;
d) Venda de títulos: na forma da legislação pertinente;
e) Venda de bens: produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da
administração pública, em virtude de suas finalidades;
f) Venda de materiais e equipamentos: para outros órgãos ou entidades da
administração pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
4.4.3 Geral
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que
justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua 
alienação pelo beneficiário.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de
imóveis, dispensada licitação, quando o uso se destinar:
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do 
imóvel;
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal , superior a 1 (um) módulo fiscal e
limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);
Não requer autorização legislativa, mas é condicionada (vide próximo parágrafo)
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Licitação Dispensada
Bens Móveis
Doação 
(EXLUSIVAMENTE 
para uso de 
interesse social
Permuta 
(EXCLUSIVAMENTE 
entre órgãos ou 
entidades da adm 
pub)
Venda de ações Venda de Títulos Venda de Bens
Venda de materiais 
e Equipamentos 
para outro órgão.
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 ---------------------
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém
submetem-se aos seguintes condicionamentos:
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção (não é posse) por particular seja
comprovadamente anterior a 1 o de dezembro de 2004 ;
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e
da regularização fundiária de terras públicas; 
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas
leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento
ecológico-econômico; e 
IV - Previsão de rescisão automática da concessão, DISPENSADA NOTIFICAÇÃO, em caso de
declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. 
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: 
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou
inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; 
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos
hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; 
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I
do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. 
IV – (VETADO) 
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de
obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da
avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea
"a" do inciso II do art. 23 desta lei; 
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis
para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que
considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens
reversíveis ao final da concessão. 
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os
encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; 
§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de
financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo
grau em favor do doador. 
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao
limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
§ 7o (VETADO).
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4.5 Licitação Dispensável (ART. 24)
A Administração também cuidou de quebrar a rigidez do processo licitatório para casos
especiais de compra sem desrespeitar os princípios de moralidade e da isonomia. A
contratação por meio da dispensa de licitação deve limitar-se a aquisição de bens e
serviços indispensáveis ao atendimento da situação de emergência e não qualquer
bem ou qualquer prazo. 
Cabe salientar que os casos de dispensa de licitação abrangem hipóteses em que, embora
exista viabilidade jurídica de competição, a lei autoriza a contratação direta. Nas
hipóteses listadas no art. 24, o administrador pode ou não fazer o certame de licitação,
ou seja, trata-se de uma decisão DISCRICIONÁRIA . 
A lista apresentada a seguir é exaustiva, de tal sorte que, se uma situação não se enquadrar
em uma das hipóteses expressamente previstas, não poderá haver dispensa. Ou seja, é
ROL TAXATIVO . Conheça os casos de Dispensa fundamentados no artigo 24 da Lei 8666/93.
A licitação é DISPENSÁVEL quando: 
1. Em situações de emergência: exemplos de Casos de guerra; grave perturbação da
ordem; calamidade pública, obras para evitar desabamentos, quebras de barreiras,
fornecimento de energia. Desde que possam ser concluídas no prazo máximo de 
180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a

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