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VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 1 VISÃO FOTOCROMÁTICA – ANATOMIA – 5 SENTIDOS A visão (a vista) é um dos cinco sentidos que permite aos seres vivos dotados de órgãos adequados, aprimorarem a percepção do mundo. No entanto, os neuroanatomistas consideram que a visão engloba dois sentidos, já que são diferentes os recetores responsáveis pela percepção da cor (i.e. pela estimativa da frequência dos fotões de luz) os cones, e pela percepção da luminosidade (i.e. pela estimativa do número de fotões de luz incidente) os bastonetes. Os olhos são órgãos fotossensíveis complexos que atingiram alto grau de evolução, permitindo uma análise minuciosa quanto à forma dos objectos, sua cor e a intensidade de luz reflectida. O olho é constituído por três túnicas dispostas concentricamente: a camada externa, formada pela esclera e pela córnea; a camada média ou túnica vascular, constituída pelo coróide, pelo corpo ciliar e pela íris e a camada interna nervosa, a retina. A retina é constituída pela retina pigmentar e pela retina sensorial. a retina sensorial contêm camadas de neurónios: fotorreceptores (cones e bastonetes), bipolares e ganglionares. Os corpos celulares destes neurónios formam camadas separadas por camadas plexiformes, em que os neurónios de camadas adjacentes sinapsam uns com os outros. A camada plexiforme exterior está entre as as camadas de células fotorreceptoras e bipolares. A camada plexiforme mais interna está entre as camadas celulares bipolar e ganglionar e deriva do contacto entre essas células. Note-se que a luz tem de atravessar as células ganglionares e as bipolares para atingir os elementos fotossensíveis. Os cones e os bastonetes são células com dois pólos, cujo único dendrito é fotossensível, enquanto o outro pólo estabelece sinapse com as células da camada bipolar. Os prolongamentos fotossensíveis (dendritos) assumem a forma de cone ou de bastonete, daí os nomes dados a estes fotorreceptores. Observe-se que tanto os cones como os bastonetes parecem atravessar uma estrutura homogénea, a membrana limitante externa. Os núcleos das células dos cones geralmente dispõem- se em uma só altura e perto da membrana limitante, o que não ocorre com os núcleos das células dos bastonetes. As porções receptoras dessas células, isto é, os cones e os bastonetes, apresentam uma ultraestrutura complexa. Os bastonetes são células fotorreceptoras, finas, alongadas e formadas por duas porções distintas. O segmento externo apresenta-se constituído por microvesículas achatadas, que formam discos empilhados como se fossem moedas. Esse segmento externo está separado do resto da célula, também chamado segmento interno, por uma constrição. Logo abaixo desta há um corpúsculo basal, do qual se origina um cílio que vai caminhar dentro do segmento externo. O segmento interno é rico em glicogénio e tem um notável agregado de mitocôndrias polarizadas numa região perto da constrição. As vesículas achatadas dos bastonetes contêm o pigmento chamado púrpura visual ou rodopsina, que se descora quando atingido pela luz e se cora novamente em etapa posterior. Admite-se que uma retina humana tenha aproximadamente 120 milhões de bastonetes. Os bastonetes são extremamente sensíveis à luz e se admite que sejam os receptores usados quando há baixos níveis de luz durante o crepúsculo ou à noite. Os cones (fotorreceptores) são também células alongadas que possuem estrutura semelhante aos bastonetes com segmentos interno e externo, corpo basal com cílio e acumulo de mitocôndrias. No segmento externo também são observados discos empilhados, mas estes se originam de invaginações da membrana celular. Existem aproximadamente 6 milhões de cones em uma retina humana. São elementos de percepção da luz em Visão acromática Visão acromática é o nome dado a um distúrbio que corresponde ao grau máximo do daltonismo. Um portador de visão acromática não possui os cones que fazem a recepção das cores vermelha, verde e azul, vendo então tudo a preto e branco. Fundamentos da comunicação Colorida - O mecanismo da Visão VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 2 A luz é a porção do espectro de radiação eletromagnética que conseguimos perceber através do sentido da visão. A amplitude de onda visível -que se mede em nanômetros (nm)- varia, dependendo das condições de observação e do próprio observador, entre 380-400 nm e 700-780nm . O ser humano capta a luz através do olho, um órgão esférico extremamente complexo que em pessoas adultas atinge cerca de 24mm. O olho é composto por três camadas, ou túnicas: a esclerótica, que o reveste e protege externamente, a coróide, constituída por vasos sangüíneos que alimentam o olho, e a retina, um tecido resistente, transparente e fotossensível. Na retina há dois tipos de células que são responsáveis pelo sentido da visão: os cones, entre 6 e 7 milhões, constituem a fóvea retiniana. Os cones contém fotopigmentos, que são os responsáveis pela sensibilidade do olho à cor. Há três tipos de fotopigmentos, sensíveis a diferentes comprimentos de onda: os fotopigmentos azuis, verdes e vermelhos. os bastonetes, cujo número varia entre 75 e 100 milhões, estão distribuídos na superfície da retina, e são sensíveis a baixos níveis de iluminação.Cada bastonete é composto por milhões de moléculas de um pigmento foto sensível, a rodopsina. Os bastonetes, que são insensíveis à cor, são os responsáveis pela visão acromática (em preto e branco), e ativam-se na presença de luz fraca (visão noturna, por exemplo). A percepção ocorre quando as células da retina são excitadas por fótons, convertendo a energia luminosa [que é medida em lúmen (lm)] em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro através do nervo ótico. É no cérebro que ocorre a decodificação dos impulsos recebidos, transformando-os em representações compreensíveis de objetos, eventos, pessoas ou situações. Cor Como é possível que com cones sensíveis a tão somente três cores possamos enxergar mais de 100.000 combinações? Cada cone é sensível a uma faixa de comprimentos de onda; sua sensibilidade pode ser expressada em uma curva cujo pico atinge níveis específicos. Segundo a CIE (Commission Internationale de l'Eclairage, ou Comissão Internacional de Iluminação) esses picos correspondem às cores chamadas primárias: 700 nm para vermelho, 546 nm para verde e 436 nm para o azul (CIE Collection in Colour and Vision - Publication CIE 118-1994 - ISBN 3 900 734 71 2). Entretanto, uma determinada onda de radiação eletromagnética pode sensibilizar mais de um cone, dependendo do comprimento da onda. Suponhamos, por exemplo, que a retina é estimulada por uma luz amarela. O cérebro receberá informação, através do nervo ótico, dos cones "vermelhos" e "verdes", cada um indicando a intensidade do estímulo dentro de sua faixa de sensibilidade. É no cérebro que se produz o processamento desta informação, que resultará em uma percepção específica de uma cor. Os monitores (tanto da televisão como os de computador) utilizam um mecanismo semelhante para representar o espectro cromático. Variando a intensidade de luz nos comprimentos de onda Red (Vermelho), Green (Verde) e Blue (Azul) um monitor colorido consegue estimular os cones nas suas respectivas faixas de sensibilidade, fazendo que o usuário perceba uma cor determinada. Tipos de Luz A luz pode ser dividida em dois grupos: acromática e cromática. A luz acromática, captada pelos bastonetes, tem somente uma característica: intensidade. É a variação de intensidade que nos possibilita enxergar diversos níveis de cinza. A luz cromática possui três características: potência, luminância e brilho. A potência é a energia que emana de uma fonte de luz, e é usualmente medida em Watts (W). A luminância representa a energia percebida por um observador de uma fonte de luz. Perceba a diferença: uma ondade radiação eletromagnética na freqüência do ultravioleta pode ser extremamente potente, mas sua luminância é desprezível (o olho humano não consegue percebe-la). O brilho é um descritor subjetivo, que incorpora a noção acromática de intensidade. Características da cor VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 3 A cor tem duas características fundamentais: matiz e saturação. A matiz representa a cor dominante. É um atributo associado ao comprimento de onda dominante em uma mistura de ondas de luz. A saturação representa a quantidade de luz branca misturada com uma matiz. É inversamente proporcional à quantidade de luz branca adicionada. Quanto mais claro for, mais saturada é a cor. Deficiências na percepção da cor Qualquer anomalia na codificação dos genes responsáveis pelos fotopigmentos nos cones (localizados no cromossomo X) produzirá sensibilidades a diferentes comprimentos de onda de luz, resultando em uma percepção alterada da cor (ou até, em casos extremos, na inabilidade de perceber a cor). Os cones funcionam, mas respondem inadequadamente. Estima-se que entre oito e vinte por cento da população (as estatísticas variam) sofra de algum tipo de deficiência na percepção da cor. A forma mais comum de deficiência é a "verde-vermelho", assim chamada não necessariamente pelas falhas na percepção destas cores mas pela sua causa, defeitos na pigmentação dos cones responsáveis pela percepção desses comprimentos de onda. Esta deficiência atinge, principalmente, a população masculina, por possuir somente um cromossomo X. Já nas mulheres é necessário que ambos cromossomos X estejam defeituosos para serem afetadas, o que reduz a incidência neste grupo. Deficiências nos cones com pigmentação azul são pouco freqüentes, e estão geralmente associadas a distúrbios mais sérios na visão. Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Vis%C3%A3o_acrom%C3%A1tica" Bastonetes Secção transversal da retina, com os bastonete no extremo direito da imagem.Os bastonetes são células da retina dos olhos dos vertebrados, que detectam os níveis de luminosidade. São basicamente responsáveis pela visão noturna (noturna), têm este nome devido à sua forma alongada e cilíndrica e são também usados na visão periférica. Estas células estão concentradas mais externamente na retina e existem, na retina dos humanos, cerca de 120 milhões de bastonetes. São 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones, mas detectam apenas tons de cinza. Resposta à luminosidade A ativação de uma célula fotorreceptora, como são os bastonetes, ocorre por meio de um processo chamado hiperpolarização. A superfície dos bastonetes que detecta a luz é formada por um conjunto complexo de membranas que, se não estiverem excitação|excitadas pela luz, possuem um potencial de membrana neutro, sendo permeáveis a vários tipos de moléculas; quando excitadas pela luz, o potencial de membrana destas células altera-se, passando estas a ser selectivas a diferentes moléculas. Nessas condições, a rodopsina, o pigmento dos bastonetes responsável pela detecção da luz, combina-se com a transducina, outra proteína da membrana destas células, activando o transporte de substâncias que activam o impulso nervoso. RETINA A retina é a parte do olho dos vertebrados responsável pela formação de imagens dos objetos visualizados. Ela originou-se da evaginação do diencéfalo que, à medida que evolui, aprofunda-se no centro, formando VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 4 uma estrutura de paredes duplas, o denominado cálice óptico. A parede mais externa dará origem a uma fina camada constituída por epitélio cubóide simples, com células carregadas de pigmento, o epitélio pigmentar da retina. Os fotorreceptores e o resto da retina são oriundos da parede interna do cálice óptico. A camada pigmentar da retina adere fortemente à coróide, mas prende-se fracamente à camada fotossensível. O epitélio pigmentar é formado por células cubóides com núcleos basais. Esta região basal prende-se fortemente à membrana de Bruch e apresentam invaginações da membrana plasmática e mitocôndrias, sugerindo atividade de transporte iônico. O citoplasma das células pigmentares apresenta muitos retículos endoplasmáticos lisos, o que tem sido relacionado com o processo de transporte e esterificação da vitamina A utilizada pelos fotorreceptores. As células pigmentares são responsáveis também por sintetizarem melanina, que se acumula sob a forma de grânulos, principalmente nas extensões citoplasmáticas, com o objetivo de absorver a luz que estimulou os fotorreceptores. Além dessas funções, a células pigmentar apresenta no seu ápice lisossomos secundários resultantes do processo de fagocitose e digestão dos fragmentos das extremidades dos bastonetes. A parte da retina localizada na parte posterior do globo ocular apresenta, de fora para dentro, as seguintes camadas: A camada das células fotossensitivas, os cones e os bastonetes; A camada dos neurônios bipolares, que unem funcionalmente as células dos cones e dos bastonetes às células ganglionares; A camada das células ganglionares, que estabelece contato na sua extremidade externa com os neurônios bipolares e continua na porção interna com as fibras nervosas que convergem, dando origem ao nervo óptico. Entre a camada dos cones e bastonetes e a dos neurônios bipolares, encontra-se uma região de sinapses entre essas duas células, a qual é denominada camada sináptica externa ou plexiforme externa. A camada sináptica interna (plexiforme interna) é derivada dos contatos entre as células bipolares e ganglionares. Os cones e os bastonetes são células com dois pólos, cujo único dendrito é fotossensível, enquanto o outro pólo da origem a sinapses com outras células bipolares. Os prolongamentos fotossensíveis (dendritos) possuem uma forma de cone ou de bastonetes, surgindo daí os nomes dessas células. Os bastonetes são células finas, alongadas e formada por duas porções diferentes. A parte externa apresenta-se formada por microvesículas achatadas, sendo que esse segmento encontra-se separado do resto da célula por uma constrição, denominada de segmento interno. Este último é rico em glicogênio e possui muitas mitocôndrias situadas perto da constrição. As vesículas achatadas dos bastonetes contêm o pigmento rodopsina, que perde sua coloração quando atingido pela luz e se cora novamente na ausência de luz. Acredita-se que uma retina humana possua aproximadamente 120 milhões de bastonetes; são os principais receptores para baixos níveis de luz. Os cones Os cones são também células alongadas que possui segmento interno e externo, corpo basal com cílio e acúmulo de mitocôndrias. No segmento externo também são observados discos empilhados, no entanto, são originários de invaginações da membrana celular. Acredita-se que existam cerca de 6 milhões de cones em VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 5 uma retina humana; são elementos de percepção de luz em intensidade normal e possibilitam grande acuidade visual. A camada de neurônios bipolares é composta por células que possuem uma morfologia que varia. De um modo geral, divide-se em dois grupos: Células bipolares difusas: estas estabelecem sinapses com dois ou mais fotorreceptores, podendo chegar até seis; Células bipolares monossimpáticas: estabelecem contato apenas com o axônio de uma célula cone. Essa célula bipolar, por sua vez, estabelece contato, por meio de sua outra extremidade, apenas com uma célula ganglionar. Anatomia da Retina - células que formam a retina humana. As células ganglionares também enviam seus axônios em direção a uma determinada região da retina, onde eles se agrupam e formam o nervo óptico. Nessa região não existem receptores, recebendo, portanto, o nome de ponto cego da retina (ou papila do nervo óptico). As célulasganglionares também possuem um tipo difuso, que estabelece contato com as células bipolares, e um tipo monossimpático. Além desses, nas camadas da retina encontram-se outros tipos celulares, senda as principais: Células horizontais: os prolongamentos colocados horizontalmente estabelecem contato entre diversos receptores. Células amácrinas: estabelecem contato com as células ganglionares. Células de sustentação: são astrócitos, micróglias e células de Müller. Após a luz atravessar diversas camadas da retina, ela atinge os cones e bastonetes, dando inicio ao processo visual. Este processo é impressionantemente sensível, sendo que apenas um fóton é capaz de detectar a produção de potenciais elétricos num bastonete. Acredita-se que a luz aja gerando a descoloração dos pigmentos visuais. Esse processo fotoquímico resulta em potenciais de membrana que são transmitidos pelo nervo óptico até o local de percepção visual do cérebro. O pigmento visual decorado inicialmente é restaurado, podendo iniciar o processo novamente. Em humanos, estão presentes nos cones três pigmentos distintos, base química para a teoria tricolor da visão em cores. A presença de muitas mitocôndrias ao redor da porção fotossensitiva dos cones e bastonetes sugere que o processo consome muita energia. Escassos capilares estão presentes na retina, localizados especialmente na região das camadas de células ganglionares e bipolares. Já na camada das células fotossensitivas, a vascularização praticamente não existe. Isso explica o predomínio do metabolismo glicolítico na retina. A fóvea é uma região localizada no eixo óptico da retina, onde há maior nitidez da visão. Neste local, a luz atinge as células receptoras diretamente, sem ter que passar pelas outras camadas da retina, contribuindo, portanto, com a nitidez nela formada. Mesmo uma retina contendo, aproximadamente, 126 milhões de receptores, o nervo óptico possui mais que um milhão de fibras. A informação recebida pelos receptores é selecionada e agrupada, durante o seu trajeto, pelas células da própria retina. Essas células codificam e integram a informação fornecida pelos fotorreceptores, encaminhando-as ao córtex cerebral. Portanto, a retina é uma estrutura receptora- integradora. OS 5 SENTIDOS: VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR, OLFATO E TATO Imagem: BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson R. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000. Os órgãos dos sentidos Os sentidos fundamentais do corpo humano - visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato - constituem as funções que propiciam o nosso relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 6 Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa. Tipos de receptores: 1) Exteroceptores: respondem a estímulos externos, originados fora do organismo. 2) Proprioceptores: os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto e nas inserções tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando feixes nervosos que envolvem as fibras musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna. Detectam a posição do indivíduo no espaço, assim como o movimento, a tensaõ e o estiramento musculares. 3) Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos viscerais ou outras sensações como sede e fome. Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa; mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais. Dessa maneira: è pelo tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc; è pela gustação - identificamos os sabores; è pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro; è pela audição - captamos os sons; è pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc. Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber estímulos externos. Esses órgãos são: è a pele - para o tato; è a língua - para a gustação; è as fossas nasais - para o olfato; è os ouvidos - para a audição; è os olhos - para a visão. VISÃO - ANATOMIA DO OLHO Imagem: CRUZ, Daniel.O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000. Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas, compostas de partes dos ossos frontal, maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal e palatino. Ao globo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios (sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal. Cada globo ocular compõe-se de três túnicas e de quatro meios transparentes: Túnicas: 1- túnica fibrosa externa: esclerótica (branco do olho). Túnica resistente de tecido fibroso e elástico que envolve externamente o olho (globo ocular) A maior parte da esclerótica é opaca e chama-se esclera, onde estão inseridos os músculos extra-oculares que movem os globos oculares, dirigindo-os a seu objetivo visual. A parte anterior da esclerótica chama-se córnea. É transparente e atua como uma lente convergente. VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 7 2- túnica intermédia vascular pigmentada: úvea. Compreende a coróide, o corpo ciliar e a íris. A coróide está situada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada. Esses pigmentos absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. Acha-se intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina. Possui uma estrutura muscular de cor variável – a íris, a qual é dotada de um orifício central cujo diâmetro varia, de acordo com a iluminação do ambiente – a pupila. A coróide une-se na parte anterior do olho ao corpo ciliar, estrutura formada por musculatura lisa e que envolve o cristalino, modificando sua forma. Na penumbra (acima) a pupila se dilata; na claridade (abaixo), ela se contrai. Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta diminuição do diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina. Túnica interna nervosa: retina. É a membrana mais interna e está debaixo da coróide. É composta por várias camadas celulares, designadas de acordo com sua relação ao centro do globo ocular. A camada mais interna, denominada camada de células ganglionares, contém os corpos celulares das células ganglionares, única fonte de sinais de saída da retina, que projeta axônios através do nervo óptico. Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz azul. São os cones as células capazes de distinguir cores. Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. É a chamadavisão noturna ou visão de penumbra. Nos bastonetes existe uma substância sensível à luz – a rodopsina – produzida a partir da vitamina A. A deficiência alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à xeroftalmia (provoca ressecamento da córnea, que fica opaca e espessa, podendo levar à cegueira irreversível). Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha amarela) e o ponto cego. A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual. Acuidade visual A capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos é chamada acuidade visual, a qual depende de diversos fatores, em especial do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão da refração do olho. Os cones são encontrados principalmente na retina central, em um raio de 10 graus a partir da fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente na retina periférica, porém transmitem informação diretamente para as células ganglionares. No fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não há cones nem bastonetes. Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina. Meios transparentes: - Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular no seu contorno e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um orifício existente no canto interno do olho. VISÃO FOTOCROMÁTICA&5SENTIDOS 8 - humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo a câmara anterior do olho. - cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana transparente. Situa-se atrás da pupila e e orienta a passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em dois compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a câmara anterior, preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior, preenchida pelo humor vítreo. Pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode torna-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais espesso para a visão de objetos próximos e, mais delgado para a visão de objetos mais distantes, permitindo que nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. A essa propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual. Com o envelhecimento, o cristalino pode perder a transparência normal, tornando-se opaco, ao que chamamos catarata. - humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a retina, preenchendo a câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico. Como já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os músculos oculares. As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles. As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz. Acuidade visual A capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos é chamada acuidade visual, a qual depende de diversos fatores, em especial do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão da refração do olho.
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