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Aula 1: Estado, Governo e Administração Publica Introdução O seu sucesso profissional depende fortemente do quanto você conhece e domina o negócio da organização na qual trabalha. É preciso que você conheça a organização, seu negócio, seus mercados e clientes, sua estrutura, missão, objetivos, metas, valores etc. Quando aplicamos esse conceito, na área pública, nos deparamos com um ambiente complexo e diferenciado, porque o Estado atua em praticamente todas as áreas, como por exemplo, petróleo e gás, telecomunicações, transporte, segurança, saúde, lazer, turismo, ensino etc., sendo que nenhuma delas configura o “negócio estatal”, o que nos remete a duas questões iniciais: Qual é o negócio do Estado? Qual a sua estrutura? Para se ter uma visão abrangente da função da Contabilidade Pública, como ferramenta de gestão das finanças públicas, inicialmente é necessário conhecer as estruturas de funcionamento do Estado, do governo e da Administração Pública. Objetivos Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 1. Analisar as estruturas de funcionamento do Estado, do governo e da Administração Pública; 2. Identificar os princípios que regem a Administração Pública. Estrutura do Estado Estado é uma entidade política e abstrata criada pela vontade da sociedade, que ocupa um território, e tem a soberania reconhecida, no âmbito nacional e internacional. Desde o nascimento o homem é tutelado pelo Estado que, mesmo contra sua vontade, é obrigado a seguir as suas regras. O objetivo do Estado é assegurar a vida humana em sociedade, garantir a ordem interna e internacional, elaborar as regras de conduta, distribuir justiça e promover o bem-estar da coletividade. São três os elementos que formam o Estado: Povo Conjunto de pessoas físicas que mantém vínculo jurídico-político com o Estado. Território Espaço físico onde se exerce a soberania. Governo É o ente gestor do Estado através do exercício da soberania, não admitindo poder igual no plano interno e nem tampouco poder superior no plano externo. Fins (ou finalidades) Alguns autores acrescentam um quarto elemento: São os objetivos a serem alcançados pelo Estado, notadamente os fins fundamentais. Formas de Estado São as maneiras através das quais o Estado organiza o seu povo, no seu território, e estrutura o seu poder. As formas podem ser: • Simples (ou unitário) - Existe uma única unidade centralizadora do poder político. • Composto (ou complexo) - Há uma pluralidade descentralizada do poder político. Pode ser uma confederação ou uma federação. • Federação - É a reunião de partes internas (com governos) autônomas. Entende-se que a soberania é do Estado Federal. • Confederação - É a união de mais de um Estado. Soberania Consiste no poder do Estado se organizar juridicamente e fazer valer dentro do seu território as suas decisões, nos limites dos fins éticos de convivência. A soberania não reconhece poder igual, superior ou concorrente, na ordem interna, e não reconhece poder superior na ordem internacional. A Soberania é um Poder: Ilimitado — o limite é estabelecido pelo próprio Estado; Exclusivo — só o Estado pode exercê-lo; Originário — não deriva de qualquer outro; Incondicionado — não existem condições para exercê-lo. Atividade Financeira do Estado Para Alexandre Santos de Aragão (2007, p. 129), toda atividade estatal, de qualquer Poder, possui finalidade voltada para o ''bem comum ou a satisfação das necessidades dos cidadãos''. Dessa forma, podemos considerar que o “negócio do Estado” é gerar o bem comum, e que para isso, o Estado necessita obter recursos e gerenciá-los. O governo, como gestor do Estado, obtém os recursos, legitima sua utilização através da aprovação dos representantes do povo e gasta visando a satisfazer as necessidades dos cidadãos. Esses procedimentos podem ser evidenciados de forma sistêmica no diagrama a seguir. Estrutura do Governo Todo governo faz sua estrutura fundamentada em alguns pilares, clique em cada pilar na imagem e conheça alguns pontos importantes. Conceito Governo é o componente do Estado que conduz, politicamente, o conjunto de órgãos e atividades para execução das políticas públicas. É comum haver confusão entre os conceitos de Estado e Governo, porque muitos acreditam que essas expressões possuem o mesmo significado, entretanto, são conceitos diferentes. Os governos são transitórios e podem apresentar diferentes formas, enquanto os Estados são permanentes. Formas de Governo São os tipos de relação do governo com o povo. Existem dois tipos básicos: • Monarquia - O governo é exercido por um monarca que governa e transmite o poder por hereditariedade. • República - O princípio republicano relaciona as ideias de soberania popular com a responsabilidade dos governantes que representam o povo e são escolhidos em intervalos regulares através de eleições. Teoria de Montesquieu Na teoria clássica da tripartição dos poderes, conhecida como teoria de Montesquieu, o governo é organizado em três poderes harmônicos entre si, e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF/88 art. 2º). • Poder Legislativo - Função normativa (elaboração de leis). • Poder Executivo - Função administrativa (cumprimento das leis). • Poder Judiciário - Função judicial (aplicação forçada das leis). Cada Poder exerce a sua função de modo preferencial, mas não exclusivo, porque todos os poderes praticam atos que, a rigor, seriam de outro poder. Exemplos: • O Poder Executivo exerce a função legislativa quando edita medidas provisórias; • O Poder Legislativo exerce a função administrativa quando regula seus serviços internos e a função judicial quando julga o Presidente da República por crime de responsabilidade; • O Poder Judiciário exerce a função administrativa quando regula seus serviços internos e a função legislativa quando edita súmulas vinculantes e declarações de inconstitucionalidade. Estrutura da Administração Pública Princípios da Administração Pública A palavra princípio vem do latim principium e tem significação variada, podendo dar a ideia de começo, início, origem, ponto de partida, ou, ainda, a ideia de verdade primeira, que serve de fundamento, de base para algo. Portanto, etimologicamente, o termo princípio origina-se de principal, primeiro, demonstrando origem de algo, de uma ação ou de um conhecimento. Para Nunes (2002, p. 37): “Da mesma maneira que os princípios ético-jurídicos mais gerais, os princípios constitucionais são o ponto mais importante do sistema normativo. Eles são verdadeiras vigas mestras, alicerces sobre os quais se constrói o sistema jurídico. Os princípios constitucionais dão estrutura e coesão ao edifício jurídico. Assim, devem ser obedecidos, sob pena de todo o ordenamento jurídico se corromper”. A Administração Pública rege-se por Princípios. O artigo 37, da Constituição Federal de 1988, estabelece: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”, o que forma o acróstico LIMPE. Legalidade: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege poenali — Não há crime, tampouco pena, sem prévia definição legal. Na Administração Pública, o princípio da legalidade restringe a atuação do administrador público a somente aquilo que é permitido por lei, visando ao interesse público. Os particulares podem fazer tudo que a lei não proíbe, e, no caso da administração pública, seus integrantes só pode fazer o que a lei determina ou autoriza. Impessoalidade: O princípio da impessoalidade preconiza que os atos dos administradores públicos devem, obrigatoriamente, ter como finalidade o interesse público, e não próprio ou de um conjunto pequeno de pessoas amigas ou outro interesse qualquer, que não seja público. Moralidade: Non omne quod licet honestum est — Nemtudo o que é legal é honesto. Publicidade: A Administração Pública tem o dever de dar total transparência a todos os atos que praticar e fornecer todas as informações solicitadas pelos particulares, mesmo que sejam de interesse pessoal, pois, como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso. Entretanto, o princípio da publicidade permite algumas exceções, como por exemplo, os atos relacionados com a segurança nacional e da sociedade, ou quando o conteúdo da informação for resguardado pelo direito à intimidade. Eficiência: A Administração Pública deve agir com rapidez, presteza, perfeição e ter bom rendimento, considerando o aspecto econômico, sob a abordagem da relação custo-benefício. Serviços Públicos Segundo Hely Lopes Meirelles “serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”. Os serviços públicos podem ser classificados conforme o quadro: Atividade Proposta 1 A Administração Pública pode ser exercida de forma centralizada ou descentralizada. No que ser refere à estrutura da Administração Pública, classifique as entidades marcando um “X” no tipo de administração correspondente: Atividade Proposta 2 Atividade Proposta 3 3.1) Os serviços não essenciais, mas convenientes, prestados diretamente pelo Estado ou por particulares, são classificados como: a) Próprios ou Indelegáveis b) Utilidade Pública ou Delegáveis c) Administrativos d) Universais e) Econômicos 3.2) As pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, criadas por particulares para a execução de serviços sociais que não são exclusivos do Estado, mediante termo de parceria, são denominadas: a) Agência Executiva b) Agência Reguladora c) Parcerias Público-privadas (PPP) d) Organização Social (OS) e) Organizações da Sociedade Civil de interesse Público (OSCIP) 3.3) Assinale a alternativa que não corresponde a uma forma de Estado: a) Simples b) Composto c) Federação d) Confederação e) Soberano 3.4) A afirmativa “os atos dos administradores públicos devem, obrigatoriamente, ter como finalidade o interesse público, e não próprio ou de um conjunto pequeno de pessoas amigas ou outro interesse qualquer, que não seja público”, refere-se ao princípio da: a) Legalidade b) Impessoalidade c) Moralidade d) Publicidade e) Eficiência 3.5) As entidades da Administração Indireta, com autonomia administrativa, caracterizadas pela atribuição da personalidade jurídica, de direito público ou privado, a um patrimônio, que exercem atividades de caráter social, como assistência médica, educação, assistência social, pesquisa etc. são denominadas: a) Agência Executiva b) Agência Reguladora c) Fundação Pública d) Empresa Pública e) Sociedades de Economia Mista 3.6) Alguns importantes serviços públicos, como por exemplo: telefonia (fixa e móvel), geração e distribuição de energia elétrica, manutenção de rodovias e acesso à internet, dentre outros, demandam um elevado nível de descentralização na sua prestação, por terem como usuários quase que a totalidade da população. As entidades que, através de contrato, recebem delegação para prestação desses serviços públicos, são denominadas: a) Auxiliares b) Concessionárias c) Permissionárias d) Terceirizadas e) Entidades de Parceria Público Privadas Atividade Proposta 4
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