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Mandado de Segurança para Fornecimento de Medicamento

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EXM. SENHOR(A) JUIZ DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO CEARÁ
 Magnólia, brasileira, cearense, estado civil, profissão, portadora da CI nº, inscrita no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliada em Caicó, na rua, nº, bairro, Ceará, representada por seu advogado conforme procuração in fi ne assinada (doc. Nº), com endereço profissional na rua, bairro, nº, Cidade, CEP, vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei nº 12.016/09, impetrar o presente: MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO COM PEDIDO LIMINAR visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coator o Excelentíssimo Senhor, SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, o qual é vinculado à pessoa jurídica da SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO, sediada na rua, nº, bairro, Imaginária, Ceará, pelos fundamentos de fato e de direito que se seguem:
DA ASSISTENCIA JUDICIARIA GRATUITA
Requer os benefícios da justiça gratuita por ser pobre na forma da lei, conforme comprovante de hipossuficiência anexado e comprovante de renda não podendo, portanto, arcar com as despesas das custas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, com fulcro na lei 1.060/50, acrescida das alterações estabelecida pela lei 7.115/83 e lei 10.317/1, tudo em consonância com o artigo 5 LXXIV, da CF
FATOS
A impetrante foi diagnosticada recentemente como portadora de uma doença com baixa frequência de diagnostico semelhante, em decorrência disso, foi prescrevido um medicamento de uso regular e continuo, de alto custo conforme cópia do prontuário medico anexo. Tal medicamento compõe a lista de remédios a serem fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde- sus e ainda consta na relação de medicamentos excepcionais e elaborada pelo estado do Ceará.
Por ser uma pessoa humilde, sem recursos financeiros, não podendo arcar com o pagamento do medicamento, a impetrante procurou a central de distribuição estadual de medicamentos localizada no município de Caicó, no dia 10/10/2017, e foi informada que o fornecimento de medicamentos de alto custo, mesmo os constantes na lista do SUS e do Governo Estadual, estavam suspensos por prazo indeterminado, por ondem da Secretaria Estadual de Saúde.
No dia 11/10/2017, protocolou o requerimento (anexo) do medicamento, junto a Secretaria Estadual de Saúde no dia 15/10/2017, obtendo formalmente a resposta que todos os medicamentos estavam suspensos por tempo indeterminado. Diante da extrema necessidade de fazer uso do medicamento e da frustação de obter restou recorrer ao judiciário para valer o seu direito
DO DIREITO
A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece em seu Art. 196, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Nesse sentido ressalta-se que é pacífico o entendimento do disposto no artigo 196 da Carta Magna, que reconhece a saúde como “direito de todos e dever do Estado”, devendo o mesmo garanti-la de forma efetiva, não só “mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos”, como também que proporcionem o “acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Além disso, a nossa Carta Magna estabelece em outros artigos que garantem o direito a saúde. Basta a leitura da Constituição Federal, em especial dos artigos 1º, inciso IIl a República Federativa do Brasil, tem como fundamentos: a dignidade da pessoa humana, 5º caput garantindo aos brasileiro direito à vida, e inciso XXXV a lei não excluíra da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito, 6º são direitos sociais a educação, a saúde.
O conteúdo acima descrito demostra de maneira objetiva que o direito a saúde é constitucionalmente inquestionável, sendo dever do Estado (Poder Público) garantir o exposto na Constituição Federal de 1988.
Nesse contexto, o direito à saúde encontra base no princípio da dignidade da pessoa humana, figura entre os direitos fundamentais e está positivado no art. 5º, § 1º, da Constituição Federal, o qual estatui que “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata. 
Assim, é indiferente ao cidadão necessitado distinguir a qual dos entes públicos deve se dirigir preferencialmente, isto porque a Constituição Federal dispõe no art. 23, II, sobre a competência comum dos entes federados em prestar atendimento à saúde da população. 
Da leitura dos dispositivos da Lex Mater é possível constatar que o legislador constitucional erigiu o direito à saúde a nível dos direitos sociais fundamentais, impondo ao Estado a obrigação de zelar pela saúde de seus cidadãos, através de políticas públicas e implementar normas e ações destinadas à concretização deste direito.
Sendo a saúde um direito social e fundamental dos seres humanos, o Estado deve prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, lhes disponibilizando serviços de saúde adequados, eficientes e seguros, aí se incluindo o fornecimento de medicamentos.
Nesse caso, não há como aceitar a inércia do Poder Público quanto à disponibilização de meios para fazer valer o direito à saúde e, especificamente, em relação ao fornecimento de medicamento da impetrante.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. OBJETIVO: RECONHECIMENTO DO DIREITO DE OBTENÇÃO DE MEDICAMENTOS INDISPENSÁVEIS AO TRATAMENTO RETARDO MENTAL. HEMIATROPIA. EPILEPSIA. TRICOLOMANIA E TRANSTORNO ORGÂNICO DA PERSONALIDADE. DENEGAÇÃO DA ORDEM. RECURSO ORDINÁRIO. DIREITO À SAÚDE ASSEGURADO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 6º E 196). PROVIMENTO DO RECURSO E CONCESSÃO DA SEGURANÇA. 1- É direito de todos e dever do Estado assegurar aos cidadãos a saúde, adotando políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e permitindo o acesso universal igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 2- Em obediência a tais princípios constitucionais, cumpre ao Estado, através do seu órgão competente, fornecer medicamentos indispensáveis ao tratamento de pessoa portadora de retardo mental, hemiatropia, epilepsia. 3- Recurso provido (STJ, nº.200100890152, 13/08/2002).
DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Conforme o Artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil, “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Nesse mesmo sentido é a redação do artigo 1º da Lei 12.016 de 2009 ao assegurar que “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Registre-se que, para fins de Mandado de Segurança, equiparam-se às autoridades os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.
DO PEDIDO LIMINAR
Conforme o art. 7º, III da Lei 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida. Diante do exposto, vê-se que o fundamento da presente impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição e na jurisprudência atual sinal de bom direito.De igual modo, há risco na demora da prestação jurisdicional. Observa-se que o impetrante é detentor de lúpus e por essa razão necessita urgentemente de tratamento e medicamentos específicos para tratamento de saúde. Sendo certo que o não tratamento, ocasionará complicações em sua saúde podendo agravar a situação. Por esse motivo necessita em caráter de urgência dos medicamentos mencionados (conforme documentos em anexo).
Assim, presentes os requisitos, pede a V. Exa, que, LIMINARMENTE, assegure ao Impetrante o direito de obter que forneça os medicamentos receitados. Importante frisar que a doença lúpus precisa de cuidados contínuos, logo requer-se que o fornecimento de medicamentos sejam permanentes, ou seja, até que se conclua o tratamento ou sane a doença, podendo para tanto trocar de medicamentos conforme orientação médica.
REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:
(1) Requer seja notificada a autoridade coatora do conteúdo da presente petição inicial.
(2) Requer seja dado ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada.
(3) Requer seja ouvido o representante do Ministério Público.
(4) Reitera o pedido liminar nos termos formulados.
(5) Pede a concessão da prestação de serviço de saúde (médico especializado) em lúpus bem como o fornecimento de medicamento especifico para o tratamento do impetrante, até que se sane a doença, ou havendo a necessidade de tratamento que a Administração Pública municipal arque com essa despesa fornecendo os medicamentos necessários (tempo indeterminado).
(6) concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro na lei 1.060/50, acrescida das alterações estabelecidas pela lei 7.115/83 e lei 10.317/01, tudo em consonância com o artigo 5 LXXIV, da Constituição Federal
Provas pré-constituídas anexas.
Atribui à causa o valor de R$ 1.000,00
Termos em que pede e espera deferimento.
 Anterior ao fim do prazo de 120 dias estipulado pelo art. 3º, parágrafo único e art. 23 da Lei n° 12.016/09;
cidade, Ceará. 10/04/18
Dr. (Advogado)
OAB/

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