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Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional - Livro- Texto - Unidade III

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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Unidade III
7 ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E SUPERVISÃO ESCOLAR NA 
CONTEMPORANEIDADE
7.1 Orientação educacional: a prática cotidiana
Para além da mera orientação vocacional e das obrigações da lei, hoje, o orientador educacional 
está, cada vez mais, consciente de seu papel profissional, trabalhando de forma interdisciplinar, com 
todos os elementos que fazem parte do processo educativo: alunos, professores, funcionários, pais ou 
responsáveis, demais técnicos e comunidade do entorno em que a escola está situada.
 Observação
Interdisciplinaridade diz respeito à integração de todos os saberes/
disciplinas/atividades. Demanda do educador uma nova atitude diante da 
questão do conhecimento, sendo que a prática interdisciplinar necessita de 
humildade, coerência, espera, respeito e desapego.
O orientador educacional deve comprometer-se com:
1. a realidade concreta dos alunos, percebendo-os como sujeitos de sua própria história e não como 
meros indivíduos que devem ser ajustados à sociedade;
2. a formação de cidadãos críticos, que possuem desejos e anseios;
3. uma prática educativa que é, ao mesmo tempo, coletiva e individual e que tem na diversidade de 
seus atores um campo fértil de aprendizado sobre os valores pessoais e sociais;
4. a discussão coletiva e efetivação do projeto político-pedagógico da escola, articulando-o às ações 
cotidianas.
Os ramos de atuação do orientador educacional podem ser distribuídos em:
a) Orientação escolar;
b) Relação família-escola;
c) Relação escola-comunidade
d) Orientação em relação à saúde;
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e) Relações humanas;
f) Orientação para o lazer; orientação vocacional e para o trabalho;
h) Acompanhamento pós-escolar.
Acompanhamento 
pós-escolar
Relações 
humanas
Vocacional e para 
o trabalho
Lazer
Relação família-
escola
Relação escola-
comunidade
Acompanhamento 
escolar
Acompanhamento 
escolar e saúde
Figura 14
O papel da orientação educacional pode, ainda, ultrapassar o âmbito da instituição escolar 
convencional, contribuindo com outros setores condizentes com a sua formação. Collares (2006) 
ressalta o papel de liderança e mediação exercido pela função e menciona a necessidade de atuação do 
orientador educacional em hospitais, empresas, ONGs, consultorias, escolas de informática ou línguas, 
academias, conselhos tutelares e penitenciárias, trabalhando na área de reabilitação profissional, relações 
interpessoais, recursos humanos entre outros serviços.
Contudo, não devemos perder de vista o trabalho do orientador educacional no âmbito escolar e 
como partícipe da organização do currículo da escola. Podemos, dessa forma, elencar alguns dos fazeres 
do orientador educacional na escola:
• contribuir para disseminar um clima harmonioso na escola e nas relações interpessoais de seus 
integrantes, difundindo valores como a solidariedade;
• responsabilizar-se, juntamente com os demais profissionais da escola, pela elaboração e 
acompanhamento do desenvolvimento da proposta pedagógica da escola;
• articular com a Equipe Técnica e professores a elaboração dos planos de trabalho, acompanhando 
sua implantação;
• investigar, orientar e acompanhar o processo de recuperação dos alunos com baixo rendimento 
escolar;
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
• informar pais sobre o rendimento escolar;
• acompanhar e encaminhar, quando necessário, os alunos com necessidades educativas especiais;
• elaborar, com os demais integrantes da equipe técnica, suporte pedagógico e atividades de 
formação continuada.
Essas são algumas das competências do orientador educacional.
Sabe-se que a escola não foi sempre do jeito que estamos acostumados a encontrar. Antes da 
Revolução Industrial, no século XIX, e da formação da sociedade capitalista, a escola era destinada a 
sacerdotes e membros da elite.
Com o advento da indústria, a sociedade precisou de outro tipo de homem, um cidadão, 
preparado para “vender” sua mão de obra, ou seja, a força de trabalho transforma-se em 
mercadoria. Esse homem deveria ter o tipo de formação adequado para as especificidades da vida 
e do trabalho. Contudo, esse foi um processo lento, mas que, aos poucos, foi gerando a forma 
escolar que temos hoje.
Segundo Milet (2002, p. 43), interessou à sociedade capitalista promover a improdutividade da 
escola, para que se reproduzisse a força de trabalho, ou seja, o excedente de mão de obra barata, o 
chamado exército industrial de reserva. A autora acrescenta:
A linguagem escolar expressa nos programas curriculares, no conteúdo dos 
livros didáticos, na fala do professor, nas normas disciplinares, nas regras 
de convivência reflete ideias, sentimentos e modelos de comportamento 
próprios da classe dominante...
Temos hoje, um grupo de profissionais que atua na instituição escolar e está subordinado a uma 
estrutura de tipos e níveis de ensino, acompanhando o que determina a legislação vigente, fruto de 
negociações e interesse políticos.
Contudo, a organização da escola está, ainda, subordinada às relações sociais internas (professor-aluno, 
professor-professor, aluno-aluno, professor-funcionário, funcionário-aluno) e externas (com a 
comunidade por meio de comunicação de massa), fazendo da escola um dos espaços da sociedade 
complexa integrante de uma totalidade dinâmica. Estando a sociedade em conflito e em mudança 
constante, a escola não poderia deixar de sofrer tais influências.
Podemos dizer, ainda, que a instituição escola possui uma forma peculiar que se reproduz de 
maneira regular em instituições semelhantes mesmo que nas situações mais precárias e adversas. Pérez 
Góméz (2001, p. 15) afirma que a escola não é um simples agrupamento de pessoas. Trata-se de uma 
distribuição geográfica, social, política, temporal de profissionais e sujeitos, de espaços e tempos, isto é, 
uma distribuição cultural típica dessa instituição, que compõe uma rede de significados compartilhados 
determinados pelos mecanismos de interação e intercâmbios. 
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A organização interna da escola constitui-se de referenciais emanados tanto da esfera 
administrativa como da esfera pedagógica, que se inter-relacionam e se complementam. 
Segundo Derouet:
[...] Um estabelecimento de ensino não é apenas uma unidade pedagógica, 
é também uma pequena empresa de restauração que pode servir mais 
de um milhar de refeições; é também uma pequena empresa de limpeza 
e de manutenção, se considerarmos que os efetivos em pessoal auxiliar 
e administrativo representam, mais ou menos, metade do número de 
professores (1996, p. 75).
Nessa organização administrativa e pedagógica, também se manifestam questões essenciais como 
a estruturação do tempo e do espaço, fazendo florescer uma cultura própria, produzida no seu interior, 
demarcada por relações de poder na e da escola. São questões constitutivas de uma cultura própria, 
que, apesar da semelhança em alguns casos à uma empresa no que tange aos aspectos administrativos, 
apresenta especificidades que nenhuma outra instituição possui.
Segundo Pérez Gómez (2001, p.17), a escola, ao mesmo tempo em que propicia a mediaçãoreflexiva 
dos valores e das relações sociais de uma determinada sociedade, também desenvolve e reproduz sua 
própria cultura, gerando um conjunto de significados e comportamentos próprios.
Assim, ao se pensar na diferenciação da instituição escola em relação a outras instituições, faz-se 
necessário ainda descrever como a forma escolar constituiu-se social e historicamente, e, ainda, como 
essa forma influencia a sociedade como um todo e vice-versa.
A forma escolar, como resultado histórico de um processo de socialização da infância e da 
juventude, padronizou os saberes para existirem dentro de determinada organização. A escola é o 
espaço de tempo que tenta sistematizar e socializar as informações contidas na sociedade. À essa 
formatação dos saberes dá-se o nome de currículo, o qual dialeticamente acaba conformando a 
organização de toda a escola.
Ressalta-se que os saberes estão espalhados por toda a sociedade, mas a escola tem uma forma tão 
poderosa que quase tudo relacionado a ensino, aprendizagem, socialização, disciplina, avaliação, entre 
outros, mesmo quando aparece noutros lugares na sociedade, funcionam tendo por referência a forma 
que a escola dá à organização dos saberes e que predomina sobre outras formas.
Segundo Pérez Gómez (2001), além do currículo, os rituais e costumes, as relações existentes, a 
organização comportamental dos estudantes, são elementos típicos de uma cultura escolar que tanto 
condiciona como pressiona os comportamentos de todos os envolvidos no processo, constituindo-se 
outro entendimento da forma escolar.
Contudo, essa forma escolar pode e deve ser refletida e está em permanente reorganização. O 
orientador educacional é o profissional que pode contribuir decisivamente para estar constantemente 
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
repensando essa organização escolar, pelo fato de atuar com os diversos segmentos do contexto escolar 
e estar diretamente relacionado com questões que tem gerado polêmica no contexto escolar como 
avaliação, evasão e repetência, disciplina, cidadania, valores humanos, problemas de aprendizagem 
entre outros.
É preciso pensar na atuação do especialista para que ele não se torne um profissional sem função ou 
desnecessário. Seu trabalho não pode estar centrado na ação de cobrir faltas e falhas de outros técnicos 
ou profissionais.
A função primordial de qualquer técnico está em mobilizar o coletivo da escola, para a reflexão 
crítica sobre prática educativa com o objetivo de transformá-la, lembrando aos profissionais a 
presença de um projeto pedagógico mais abrangente do que os projetos individuais de cada um. 
O especialista deve estar bem qualificado, auxiliando o grupo na tomada de consciência do que 
está se vivendo no momento para juntos fazerem ajustes necessários visando ao bom andamento 
do processo ensino-aprendizagem.
O orientador educacional pode ser um desses especialistas quando assume uma postura de 
transformação, ou seja, quando acredita que o homem pode mudar seu destino, que as situações não 
são completamente determinadas e que todos nós temos uma possibilidade de tomada de decisão 
e/ou ação, por menor ou mais complexa que seja a situação. Como ressalta Paulo Freire (1996), 
educador comprometido com a educação das classes populares, o homem e a mulher devem ser 
conscientes de que são seres inacabados e, a partir dessa consciência de si, devem buscar um processo 
permanente de aprendizado.
Esse profissional comprometido com a mudança, que deve assumir o papel de mediador do processo 
educativo, parte da análise da realidade do sujeito para iniciar seu trabalho . No entanto, Vasconcellos 
(2002, p. 75) adverte que ao voltar o “olhar” para a realidade do aluno e da comunidade em que a escola 
está inserida, não se deve fazer uma:
análise moralista, de acusação, como se a pessoa tivesse o tipo de prática 
que tem por ter decidido livre e conscientemente. Ter clareza, no entanto, 
que partir de onde está não é ficar lá. Entender não para justificar, mas para 
ajudar a mudar.
As ações do orientador educacional tornam-se abrangentes, à medida que este assumiu o papel de 
elemento mediador das relações e da transformação da escola. Ele atua junto à formação continuada 
dos professores, tecendo as relações interpessoais entre funcionários, professores, membros da equipe, 
alunos e pais, orientando e organizando os alunos para atividades de representatividade e liderança 
entre outras atividades.
7.2 A orientação educacional em relação à Direção da escola
A Direção da escola, geralmente é composta pelo setor administrativo, diretor e assistente de direção 
ou vice-diretor e pelo setor pedagógico, composto por orientador ou coordenador pedagógico e pelo 
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próprio orientador educacional. Sendo parte da equipe, ou corpo técnico, o orientador irá colaborar com 
a direção quando:
• participar das decisões tomadas e contribuir para o bom encaminhamento das questões 
administrativas;
• auxiliar na organização das classes, horários (da escolha de turmas pelos professores, das atividades 
complementares, estudo do meio, festas, reuniões), enfim, quando auxiliar na organização 
técnico-pedagógica do trabalho educativo;
• propor assuntos de comum interesse educacional para serem debatidos e concluídos em reuniões;
• realizar programações comuns e distribuir responsabilidades pela execução e avaliação das 
mesmas (CP/OE).
7.3 A orientação educacional em relação aos funcionários da escola e corpo 
docente
Cozinheiros, inspetores de alunos, bibliotecários, pessoal de limpeza, secretários, enfim todos os 
profissionais que exercem funções auxiliares do processo educativo devem ser considerados educadores 
e conscientizados de sua importante tarefa para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de 
maneira saudável e organizada. 
Para tanto, o orientador educacional tem a função de manter um bom clima, entre esses profissionais, 
trabalhando questões como relacionamento interpessoal, diálogo, respeito, resgate da autoestima e 
atribuições para o bom funcionamento da escola, por meio de reuniões sistemáticas, ouvindo críticas e 
propostas para o trabalho, fornecendo subsídios teórico-práticos.
Ao reunir-se com inspetores de alunos, por exemplo, é importante discutir sobre o comportamento 
dos estudantes, evidenciando o que é natural da idade e o que deve ser observado. Pode-se ainda 
orientar o profissional com propostas de trabalho para o desenvolvimento de atividades no recreio ou 
quando necessitar tomar conta de uma sala de aula, em um possível atraso do professor.
O orientador educacional pode auxiliar o corpo docente quando:
• procura evidenciar a realidade socioeconômica que a escola está inserida e as dimensões 
psico-biológico-emocionais dos alunos, auxiliando o professor a interpretar e enfrentar as 
várias manifestações destes, por vezes complexas e contraditórias, ocorridas em sala de 
aula;
• reflete coletivamente sobre formas de avaliar o aluno e as consequências da repetência e da 
evasão escolar;
• estudos sobre os rendimentos dos alunos e tarefas educativas conjuntas, que levem ao alcance de 
objetivos comuns tais como: estudos de recuperação, atividades complementares às aulas, tarefas 
relacionadas à orientação vocacional;
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
• coordena estudos sobre problemasde natureza pedagógica, tais como: disciplina escolar, 
organização de classe juntamente com o administrativo, relacionamento com os alunos e dos 
alunos entre si e desenvolvimento infantil e do adolescente;
• averigua as queixas apontadas pelo professor em relação aos alunos, no que se refere a 
problemas de saúde, comportamento e dificuldades de aprendizagem, orientando o professor 
a como proceder e, se necessário, encaminhando o aluno para diagnóstico e tratamento. 
Sempre que possível, procura dar devolutiva dos casos encaminhados ao professor;
• auxilia o professor na busca de sua identidade profissional e complementação de sua formação 
humana de uma opção consciente pelo magistério.
Com relação ao último item, Celso Vasconcelos (2002, p. 76) afirma que muitos professores buscam 
o magistério pela baixa procura dos cursos de formação e disponibilidade de postos de trabalho para 
professores, o que considera muito sério, já que a profissão exige da pessoa do professor um trabalho 
formativo constante e uma escolha profissional comprometida com o contexto social e humano do 
educando.
A orientação educacional, na sua prática, precisa a todo momento auxiliar aos educadores 
na busca de soluções pedagógicas e metodológicas, redescobrindo o papel da escola na 
formação do sujeito e na construção de cidadão. Nesse sentido, é na escola que o aluno 
aprende a conviver com o outro, a aceitar a diversidade cultural, a participar e lutar pelo bem 
comum, a conviver com dificuldades e contradições, a trabalhar com o diálogo, a defender 
seus direitos e a dialogar.
Todo o trabalho a ser desenvolvido pelo orientador educacional deve ter como base certos princípios 
norteadores:
• respeito e encorajamento do papel ativo do aluno;
• valorização do processo, do ato de fazer, e não apenas do resultado, produto final;
• valorização das competências;
• valorização dos conhecimentos prévios dos alunos;
• valorização dos interesses individuais e de grupo;
• planejamento da ação, estabelecendo objetivos, executando e avaliando a ação, revendo e 
refazendo, quando necessário;
• percepção de momentos adequados para a introdução de desafios;
• integrar-se ao trabalho de profissionais de outras áreas;
• valorização da pesquisa e investigação para desenvolvimento das atividades pertinentes.
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7.4 Orientação educacional: relacionamento família-escola / escola-
comunidade
A escola e a família são instituições que têm em comum a preparação 
dos jovens para o envolvimento social, sendo ambos os grupos pontos 
de referência nos quais vivemos e atuamos. É função da escola, além de 
educar os jovens, ensinar os conteúdos específicos dos diversos ramos do 
conhecimento, o que faz com que se diferencie da função da família, que 
tem uma ação educativa voltada para a construção de valores, sentimentos 
e emoções (SZYMANSKY, 1997).
Fazer o elo entre a escola e os pais ou responsáveis e a comunidade é uma das funções mais 
importantes do orientador educacional.
Ao se pensar no trabalho do orientador educacional com a comunidade próxima da escola, é 
importante realizar o levantamento de recursos existentes e parcerias, visando a manter contato 
contínuo com o mercado de trabalho para o entrosamento escola-comunidade, bem como a usar 
os serviços da comunidade em benefício das programações curriculares, fazendo-os sentir que 
alguns objetivos das instituições devem apresentar elementos comuns, pois servem à mesma 
coletividade.
Com relação à família dos alunos, é essencial ouvir e identificar seus valores e modos de conceber a 
vida, detectando o que esta espera da escola e convidando-a a participar não só das atividades e festejos 
da escola, mas do planejamento e da tomada de decisões. Como, então, conviver com tal realidade? O 
que esperar da família, principalmente da mãe que é, também, chefe de família? Que tipo de contato 
poderá ser estabelecido para que a escola não se sinta isolada da família e a família possa participar sem 
sentir-se pressionada?
A família deve sentir-se acolhida e compreendida para que se construa um elo de confiança e 
parceria.
Tais questionamentos trazem em si uma complexidade que necessita de um “olhar diferenciado” dos 
educadores a respeito dos modos de educação e do conceito de família que se transforma à medida que 
a sociedade também sofre mudanças.
Nas sociedades ditas primitivas, por exemplo, a educação das crianças e jovens era feita por todos 
da comunidade de maneira informal e relacionava-se à vida prática. As crianças aprendiam a vida por 
meio da vida. Mais tarde, a forma de educar as crianças mudou. O conceito de família extensa, incluindo 
parentes e agregados, era o que prevalecia. Neste ambiente não existia lugar para o sentimento de 
infância. As crianças eram geralmente amadas e cuidadas, mas viviam misturadas com o mundo adulto, 
vestindo-se como eles, participando de festas e dos mesmos jogos. Era comum as famílias mandarem seus 
filhos para prestarem serviços e educarem-se em outras famílias, a educação, segundo Carvalho (2004) 
distinguia-se em popular (oral e prática), para os filhos das classes populares, e erudita (letrada, formal, 
sinônimo de cultura), concedida apenas para os nascidos no topo da escada social. Aos poucos, com o 
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
surgimento gradativo das sociedades urbano-industriais, as famílias foram perdendo a característica 
de externas e transformando-se em nucleares, restritas a pais, mães e filhos. Além disso, perderam o 
controle sobre sua produção econômica, necessitando sair de casa para vender sua força de trabalho e 
dessa forma garantir o sustento dos seus membros. Como consequência, precisou delegar os cuidados 
e educação dos mais novos a organizações especializadas com a escola. Esta gradativamente tornou-se 
“lócus” de educação pública que tinha por objetivo a transmissão do legado cultural e dos valores sociais 
e políticos da classe dominante, bem como a qualificação para o trabalho.
A transferência da educação da criança da instância privada que era a família, para a instância 
pública (instituição escola), ressalta Carvalho (2004), tinha por finalidade:
atender às necessidades de cuidado, instrução e liberação das crianças - 
uma solução tanto para o lazer dos privilegiados quanto para a exploração 
dos numerosos pobres – à medida que o trabalho infantil era erradicado, o 
ingresso dos jovens no mercado de trabalho era crescentemente adiado, e o 
trabalho das mães, além daquele dos pais, afastava-as da casa (CARVALHO, 
2004)1
Tal situação gerou uma suposta responsabilização da família pelo sucesso ou fracasso escolar 
de seu filho, pois o acompanhamento da educação doméstica ao auxílio escolar, via dever de casa, 
modelo utilizado pela classe média, formalizava a interação da escola com a família. Essa política de 
envolvimento dos pais na escola é inviável para as condições atuais das famílias de classes menos 
favorecidas, pois pressupõe condições como tempo, familiaridade com os conteúdos escolares e com a 
linguagem acadêmica e, ainda propriedade para ensinar os deveres de casa.
Portanto, se o sistema educacional adotar um único modelo de relação família-escola para 
indivíduos de origens socioculturais diversas contando com a contribuição sistemática da família 
para organizar o processo ensino-aprendizagem, poderá incorrer no erro de produzir o fracasso 
escolar dos sujeitos menos privilegiados, ressaltando sua origem social e as diferenças materiais, 
culturais e familiares.Segundo Milet (2002, p. 44), interessa à sociedade capitalista promover a improdutividade da escola, 
para que se reproduza a força de trabalho, o excedente de mão de obra barato, o chamado exército 
industrial de reserva.
Diante do exposto, voltamos à pergunta inicial do texto. Como incentivar a participação da família 
na educação formal de seus filhos?
Em primeiro lugar, é urgente a escola reconhecer e trabalhar com as diferenças socioeconômicas e a 
diversidade cultural das famílias, tendo uma visão crítica da relação família-escola e das suas implicações 
para a produção do fracasso/sucesso escolar do aluno. As relações entre a família e a escola somente 
1 Aqui no Brasil, assim como em outros países mais desfavorecidos economicamente, esse movimento de 
democratização do ensino, iniciou-se mais tarde, quase no fim do século XX.
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podem ser construtivas se estiverem baseadas no respeito mútuo, na confiança e na aceitação das 
peculiaridades de cada um. Não existem duas famílias iguais e convém não ter esquemas rígidos sobre 
“como deve ser” uma família.
Carvalho (2004) argumenta que a escola deve tratar de realizar práticas pedagógicas efetivas e que 
auxiliem o aluno a produzir conhecimento, independente do envolvimento da família com o trabalho 
extraescolar. É preciso produzir outro tipo de envolvimento dos pais na educação escolar de seus filhos. 
Tal experiência é desejável à medida que os pais puderem enriquecer os assuntos curriculares com 
novidades trazidas por eles e que possam ser compartilhadas com todos os alunos da classe.
O contato entre família e educador é uma questão importante quando se pretende proporcionar 
abertura da instituição para que a família compreenda, aceite e valorize a tarefa educativa da escola, ao 
mesmo tempo, que é ouvida, entendida e aceita pela escola, sem julgamento de valor. Assim, na esteira 
desse pensamento, é possível tomar o exposto por Bassedas e Sole (1998, p. 296), no que se refere à 
relação benéfica entre família e escola pelos seguintes motivos:
aproxima os dois mundos – o da família e o do centro – favorecendo 
aprendizagens mútuas, nas quais cada pessoa pode trazer uma experiência, 
um saber, uma maneira de fazer diferente e enriquecedora. Em qualquer caso, 
a pertinência, o tipo e a magnitude da participação deve ser cuidadosamente 
analisada e discutida pelo conjunto dos professores, ao mesmo tempo que 
convenientemente enquadrada no projeto pedagógico da escola. Essa 
participação nunca deve gerar confusão sobre as responsabilidades, as 
funções e as respectivas implicações; sempre deverá ser um meio, entre 
outros, para garantir o que queremos deixar evidente a proximidade entre 
os dois contextos primordiais.
Nessa perspectiva, o chamamento individual, quando necessário, torna-se otimista e baseado na 
troca de experiências e informações sobre o aluno, que possibilitem o repensar de posturas e atitudes 
tanto da família, como da escola.
Outra forma de participação ativa e efetiva da família diz respeito à maneira como o Conselho de 
Escola é conduzido, trazendo a oportunidade de a família sentir-se mais próxima da escola, participando 
de decisões. Esse instrumento democrático de atuação será discutido posteriormente quando 
apresentaremos os espaços mediação do orientador educacional.
Além da parceria com a família, a escola e o orientador educacional têm um papel fundamental no 
estreitamento dos laços entre escola e comunidade, principalmente, se refletirmos sobre a educação da 
classe trabalhadora e sobre a democratização do ensino.
Na experiência relatada por Milet (2002, p. 47) a respeito do debate sobre o papel da orientação 
educacional e a educação do filho do trabalhador, profissionais orientadores educacionais levantaram as 
proposições para ampliar a participação coletiva, tanto das famílias como da comunidade, no processo 
educativo. Ente as propostas, estavam:
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• promover a discussão coletiva sobre o papel da escola na comunidade 
onde se situa e na sociedade em que vivemos;
• levantar as expectativas da comunidade sobre suas aspirações em relação 
à escola;
• propor a realização de um diagnóstico dinâmico e participativo tanto da 
realidade interna da escola, como da realidade da comunidade onde vivem 
os alunos;
• valorizar a realidade do aluno na definição dos projetos escolares;
• rediscutir o currículo escolar com a participação dos envolvidos no 
processo educativo, inclusive o aluno e a comunidade;
• estimular e referendar a participação dos pais e da comunidade na 
elaboração dos projetos escolares, buscando opiniões, sugestões e críticas;
• estabelecer contato com o local de trabalho do aluno, buscando a garantia 
de que seu horário de estudo seja respeitado;
• enfatizar a necessidade de incluir no currículo a discussão sobre trabalho.
Portanto, para que a família e a comunidade participem da escola, faz-se necessário o encorajamento 
ao exercício de debater, criticar, apreciar. Por outro lado, os profissionais da escola precisam estar abertos a 
“ouvir” o que esses segmentos têm a dizer. As relações devem ser transparentes, sendo que é somente na 
ação conjunta de todos que a escola cumprirá seu papel social. É somente com uma atitude de abertura 
que poderemos repensar valores e procedimentos, gerenciando as “crises”, diagnosticando a origem, 
propondo soluções e criando mecanismos de manejo e prevenção de possíveis situações-problema. 
Dessa forma, será possível, a partir do confronto de saberes, produzir novos saberes e parcerias, capazes 
de preencher as necessidades dos alunos.
Diante desse panorama pergunta-se: como incentivar a participação da família na educação escolar 
dos filhos? 
De acordo com as ideias de Carvalho (2004, p. 20) que estudou a relação escola-família, pensando 
também nas questões de gênero:
se há concordância acerca do conteúdo, método e da qualidade do ensino 
oferecido pela escola, isto é, apoio tácito dos pais/mães, e aprendizagem 
satisfatória dos filhos/as, isto é, convergência positiva do aproveitamento 
individual e da eficácia escolar, tudo vai bem nas relações família-escola. 
Mas se os resultados são insatisfatórios ou deficientes... então há problemas. 
Portanto, a relação família-escola basicamente depende de consenso sobre 
filosofia e currículo (adesão dos pais/mães ao projeto político-pedagógico 
da escola), e de coincidência entre, de um lado, concepções e possibilidades 
educacionais da família e, de outro, objetivos e práticas escolares. A relação 
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família-escola também será variavelmente afetada pela satisfação ou 
insatisfação de professoras e de mães/pais, e pelo sucesso ou fracasso do/a 
estudante.
A afirmação da autora resume bem o desejo dos educadores em relação a um envolvimento da 
família do aluno a cerca da educação formal que é dada na escola. Fica claro que o educador não quer 
que a família interfira no seu trabalho pedagógico ou na sua autoridade profissional. Tal participação, 
quase sempre, significa o comparecimento às reuniões de pais, monitoramento do dever de casa, 
assistência a trabalhos em grupo, providências quanto à aquisição de materiais especiais para projetos, 
disponibilidade para realizar programas culturais e de lazer com a criança etc.
Contudo, sabemos que esse tipo de “disposição especial”por parte da família, para participar da 
vida escolar de seu filho, faz parte de uma visão de modelo tradicional de família, geralmente da classe 
média que hoje em dia quase não existe mais. Além disso, como lembra bem Carvalho (2004), em nossa 
sociedade, quando se menciona a participação dos pais na escola, estamos nos referindo, na maioria 
das vezes, ao envolvimento da mãe que, no contexto da divisão sexual do trabalho, é considerada a 
responsável por mais esse encargo que muitas vezes assume, também, toda a responsabilidade e a chefia 
de sua família.
Se concordarmos que a participação dos pais na escola está diretamente relacionada ao 
desempenho escolar do estudante ou, ainda, se acreditarmos que quanto maior o envolvimento 
da família na educação formal de seus filhos, maior será seu rendimento, teremos de considerar 
as condições materiais e culturais dessas famílias e a disponibilidade de seus responsáveis. Não 
podemos negar que, embora haja exceções, o fracasso escolar atinge, principalmente, as crianças 
das famílias mais pobres das escolas públicas mais carentes.
O orientador educacional deve ter seu plano de trabalho contextualizado com todos os segmentos 
da escola, incluindo-se, principalmente, a família e a comunidade.
As transformações da sociedade moderna levam a uma nova concepção de família, que possui seus 
papéis ressignificados. Essas modificações de papéis, a serem desempenhados na família, advêm das 
características econômicas e sociais que se impõem na atualidade.
De sorte que é necessário ao orientador educacional compreender as transformações e suas 
consequências no processo relacional família-escola-comunidade. Certo é que família e escola têm 
objetivo comum: propiciar condições favoráveis ao desenvolvimento integral das crianças, adolescentes, 
jovens e adultos.
Desta forma, é importante desenvolver as seguintes ações:
• caracterização do entorno da escola:
— recursos econômicos;
— clubes – associações;
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— igrejas;
— comércio;
— indústrias;
— transportadoras;
— acessos;
— pontos turísticos;
— principais vias;
— mapeamento;
— serviços médicos e farmácia.
Esse levantamento implica uma relação de visita real, quando necessário, objetivando recursos 
e parcerias com a escola, verificando-se quando a comunidade participa e se a escola é tida como 
pertencente à comunidade.
• caracterização do grupo de pais:
— elaborar previamente a documentação com informes dos pais, previne possíveis situações 
constrangedoras;
— o orientador educacional deve apropriar-se por intermédio de questionário informativo, 
elaborado quando da matrícula, com dados pertinentes, tais como: renda familiar, situação 
econômica, membros da família, profissão dos responsáveis, cultura familiar, nível educacional.
Com base nesse levantamento, os temas a serem abordados nas futuras reuniões terão mais 
relevância e encaminhamentos adequados.
Outro levantamento importante junto aos pais deve ser sobre “as preocupações” deles em relação 
aos filhos e a si próprios: drogas, sexo, emprego, violência etc.
Após mapear as características, o orientador educacional deverá viabilizar as ações suscitadas em 
sua análise.
Também é de grande valia a garantia das proposições do plano do orientador educacional, o 
conhecimento dos professores e alunos para fundamentar sua interlocução com pais.
A atuação junto aos pais deverá ser pautada em três momentos:
I – com o grupo da comunidade: discutindo as possíveis colaborações e implicações, desenvolve-se 
um sentimento de responsabilidade e participação da comunidade junto à escola.
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II – com todo o coletivo de pais da escola (por período, por classe): a multiplicidade de opiniões, 
situações, concepções, exigem do orientador educacional a delimitação de temas necessariamente 
abordados em seus encontros com pais. As pautas das reuniões deverão ter boa estruturação, para que 
haja implicação dos pais e participação e, consequentemente, atendimento às expectativas. Em geral, 
são temas reais (reformas da escola, uniformes, passeios etc.) com abordagens conjuntas com a direção 
(horários, festas) e temas associados ao processo de desenvolvimento do aluno na escola e na sociedade 
(novas tecnologias, sexo, violência, hábitos de leitura etc.).
III – com todo o coletivo de pais.
7.5 Orientação educacional e o trabalho com os alunos
A seguir, leia uma experiência relatada por Arroyo (2004, p. 34) em uma reunião de formação de 
professores:
Era um sábado. Nos reunimos na escola para um dia de estudo. Todos nós 
estranhamos o silêncio. A diretora comentou: “a escola sem os alunos não 
é a mesma”. “Parece uma casa sem filhos. Desabitada”, comentou uma 
professora. Chamou-me a atenção: a escola sem os alunos não é a mesma, 
parece uma casa desabitada. Não sabemos viver sem eles e elas. Sentimos 
sua ausência. Até seu incômodo. Sugeri que começássemos o dia de estudo 
por aí: sempre os alunos habitaram a escola? Estaríamos em tempo em que 
sentimos mais sua presença? Presença cômoda ou incômoda... O que mudou 
na escola? A resposta de muitas(os) professoras(es) coincidia: “os alunos não 
são os mesmos”. Seria um motivo suficiente para preocupar-nos.
Uma professora nos levou para o núcleo de nossas inquietações: “quando os 
alunos não são os mesmos a escola poderia ser a mesma? Nós podemos fingir 
ser os mesmos?”... Estaria chegando a hora de repensarmos? Condenaremos 
e expulsaremos as(os) alunas(os), por não serem os mesmos? Desta vez, 
os alunos nos obrigam a repensar as imagens com que os representamos. 
Essas imagens terão de ser outras se os alunos são outros... Os alunos não 
são outros por serem indisciplinados, mas por serem outros como sujeitos 
sociais, culturais, humanos. Porque a infância, adolescência e juventude que 
são forçados a viver são outras. Os variados depoimentos dados pelos(as) 
professores(as) pareciam revelar que o desencanto docente não é tanto 
com as condutas indisciplinadas dos alunos (sempre houve indisciplina 
nas salas de aula). O desencanto é com a perda das imagens que povoam 
nossa docência, a educação e as escolas. Colocamos a pergunta: que olhares 
projetamos sobre os alunos? Com que imagens os representamos? Que 
imagens carregamos da infância, adolescência e juventude? Os(as) alunos(as) 
“que não são mais os mesmos” cabem nessas imagens? Não nos incomodam 
exatamente porque quebraram essas imagens? Vivenciar essas inseguranças 
pode ser positivamente amedrontador”.
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O depoimento nos leva a pensar quais “olhares” temos do aluno e da escola. Com certeza, quando 
pensamos em criança, reafirmamos as ideias românticas, cheias de pureza, beleza e bondade (que 
guardamos de uma infância que nem sempre foi a nossa), como única imagem de aluno, ou seja, 
crianças são sempre adoráveis, bonitas, cheirosas e não têm maldade. No que se refere à educação, ainda 
temos uma imagem divulgadas por pedagogos românticos que acreditavam que iriam fazer florescer 
as plantinhas (alunos) nos jardins escolares. Assim, nossa imagem de infância e da educação é falsa, 
construída pela modernidade, no âmbito social e cultural e reforçada pela pedagogia moderna.
Tais ideias não correspondem mais (será que um dia corresponderam?) à realidade de váriascrianças 
e adolescentes, principalmente daqueles que vivem nas favelas, nas ruas, no campo ou na cidade.
Então, é preciso repensar essa imagem e buscar apreender o aluno real. Para tanto, é urgente 
voltarmos nosso “olhar” para os alunos. Isso significa reexaminarmos os conhecimentos que temos dos 
alunos, tanto no que se refere aos aspectos do desenvolvimento emocional, físico e intelectual, como 
em relação aos aspectos sociais e econômicos. Significa, ainda, “ouvir” o educando, sua história de vida, 
expectativas com relação à escola, os colegas, a professora etc.
Precisamos tomar cuidado, pois durante anos, um ramo da Psicologia apoderou-se dos estudos 
sobre as fases do desenvolvimento humano e de outras pesquisas, direcionando nosso pensamento para 
a busca do conceito de “normalidade”, ou seja, quando a criança não faz determinada ação que estaria 
dentro do nível de desenvolvimento em que se encontra, tais pesquisas dizem que esta tem um atraso 
no seu desenvolvimento.
Há de se enfatizar que é de extrema importância estudarmos as fases do desenvolvimento da criança 
e do adolescente para tomarmos tais reflexões como indicadores e ponto de partida para o conhecimento 
e a tomada de decisão com relação ao que será trabalhado com os alunos. Contudo, faz-se necessário 
conhecer os alunos em outros aspectos como a suas experiências familiares e pessoais, condições 
de moradia, emprego dos familiares, formas de sobrevivência experiências de exclusão, vivências da 
infância, trajetória escolar entre outras tantas questões.
Arroyo (2004, p. 61) afirma que para conhecer os alunos é importante estudar as trajetórias humanas 
e entender as especificidades do contexto atual de vida deste. O autor adverte:
Para chegarmos a ter outra sensibilidade pedagógica para com os conteúdos 
da docência, ou para novas didáticas ou para com os tempos de formação e 
socialização, teremos de começar por termos sensibilidade humana para com 
os(as) educandos(as) como sujeitos sociais e culturais, éticos e cognitivos. 
Plenos. Rever nosso olhar sobre os alunos sempre nos surpreende. Em dois 
sentidos: de um lado estranhamos a visão tão negativa que refletem os 
termos com que os nomeamos, de outro lado nos surpreende a riqueza de 
seus itinerários humanos, frequentemente tão tortuosos.
Com isso, necessitamos encontrar formas de “olhar e ouvir” os alunos e conhecê-los. Ainda é raro 
encontrarmos escolas que, para conhecer seus alunos planejam os primeiros dias de aula com situações 
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que propiciem a “escuta” do aluno e construção da imagem real deste. A esse período costuma-se dar 
o nome de período exploratório. Após esse momento, professores reúnem-se novamente para, diante 
desses dados, repensar e replanejar o trabalho com seu grupo de alunos, os objetivos, conteúdos e 
estratégias de ensino. 
O orientador educacional pode auxiliar nesse processo trazendo informações do contexto social e 
econômico em que os discentes estão inseridos, buscando informações sobre suas famílias e modos de 
vida, observamos os alunos, chamando a atenção para julgamentos preconceituosos e unificadores do 
estilo: os alunos dessa escola são oriundos de famílias desestruturadas ou por estarem inseridos num 
contexto social violento, a maioria dos alunos têm posturas indisciplinadas. O julgamento generalizante 
e apressado gera visões simplificadas, fragmentadas e excludentes.
O profissional da orientação deve ajudar também os educadores a constantemente reverem seus 
padrões morais. Sabe-se que existem valores éticos que são universais, como o amor e o respeito humano. 
Contudo, há questões que hoje em dia devem ser revistas e reconstruídas. A formação ética passa por 
um processo permanente de reconstrução. Tomando como exemplo questões de adolescência e mídia, 
condutas em relação à mulher, à raça entre outras, verificamos que os valores e condutas estão mudando 
e que muitas vezes, os padrões que temos precisam ser repensados e por vezes superados. Segundo Arroyo 
(2004), à medida que avançamos e compreendemos a construção de valores na sociedade até em relação 
à sua história, podemos compreender e aprender a lidar com os percursos morais dos alunos, respeitando 
e dialogando com o ponto de vista do outro para encontrar formas de convivência saudáveis. O exercício 
da escuta e da liberdade pode ser um caminho possível para essas relações.
O trabalho de orientação educacional junto ao escolar objetiva auxiliar aos alunos no seu pleno 
desenvolvimento e na sua formação humana, ou seja, o orientador educacional deve buscar formar o 
aluno como pessoa capaz de pensar, de estudar e de desenvolver seu sentido de cidadania.
Outro aspecto a ser observado pelo orientador educacional, em relação ao discente, é instrumentalizá-
lo para a organização eficiente do trabalho escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz, bem como 
realizar sessões de orientação de estudos, previamente agendadas em calendário, onde o orientador 
educacional utilizará estratégias diversificadas (textos, trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates, 
atividades extraclasse etc.) que vão ao encontro dos objetivos propostos e às necessidades e interesses 
da faixa etária a ser trabalhada.
O orientador educacional, também necessita estabelecer um vínculo de confiança e cooperação 
aluno/aluno, aluno/orientador, ouvindo-o com paciência e atenção.
O aluno é o elemento central do processo educativo e deve ser visto como um sujeito social e 
concreto, que tem uma história de vida que deve ser levada em consideração pelos membros da escola.
É tarefa do orientador educacional fazer a mediação entre o aluno e aspectos do processo ensino-
aprendizagem, evidenciando aos educadores quem é esse sujeito e preservando seu direito de participar 
da vida da escola, dentro e fora da sala de aula, construindo sua identidade pessoal e grupal e criando 
possibilidades de refletir sobre seus valores e os valores culturais vigentes na sociedade.
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O orientador pode, ainda, estimular os alunos ao protagonismo juvenil, organizando a eleição e 
formação dos representantes de classe e de membros dos grêmios estudantis. Tal aspecto proporciona 
o exercício da prática da cidadania e liderança pelos alunos. Deve propiciar também, a integração de 
alunos novos, em cooperação com grêmio estudantil e outros participantes.
Há a possibilidade de um trabalho sistemático com alunos antigos, por exemplo: uma associação 
de ex-alunos, que pode cooperar para a realização de grupos de estudos entre ex-alunos e alunos mais 
novos ou, ainda, a promoção de palestras sobre diversos assuntos de interesse dos alunos.
A orientação vocacional ou profissional, como já sabemos, é um dos campos clássicos do trabalho da 
orientação. Contudo, tratar desse assunto hoje, na escola, significa imbuir-se de uma dose de esperança 
mostrando a importância de se estabelecer novos valores como a solidariedade, justiça, liberdade e paz, 
para além da competição e do individualismo. Significa ainda, ajudar nossos alunos a se conhecerem, a 
entenderem estas circunstâncias históricas complicadíssimas em que estão envolvidos, a acompanharem 
o movimento das profissões e a se capacitarem para encontrar alternativas dignas de sobrevivência – 
portanto, sem abrirem mão do compromisso com este horizonte mais geral de mudança (VASCONCELOS, 
2006).
Para isso, o orientador educacional pode lançar mão de grupos de orientação coletiva que podem 
ser formados espontaneamente, ou de sessão coletivas em classe,caso haja possibilidade, dentro do 
horário de aula.
O orientador educacional atua ainda no sentido de possibilitar o encaminhamento, o diagnóstico 
e o tratamento de alunos com algumas necessidades educativas especiais, que podem ser desde um 
problema simples de visão ou audição, dificuldades de aprendizagem até problemas neurológicos e 
psiquiátricos. Nesta perspectiva, orientador atua junto com o professor, observando o aluno, solicitando 
relatório do educador, entrevistando os pais ou responsáveis e buscando informações que possam 
auxiliar o trabalho pedagógico em sala de aula.
Infelizmente, em quase todos os municípios, há poucos serviços de saúde gratuitos que realizam o 
diagnóstico e o tratamento desses alunos gratuitamente. Este é um dos principais aspectos conflituosos 
do trabalho do orientador educacional que está relacionado, também, à questão do preconceito e da 
inclusão.
Outra questão que merece destaque é que existem profissionais que confundem essa atribuição 
do orientador e as próprias limitações em trabalhar com problemas exclusivamente educacionais, que 
não fazem parte da dimensão da saúde. Esses educadores encaminham todo e qualquer aluno com 
dificuldade ao serviço de orientação educacional, gerando desgaste para alunos, familiares e para o 
próprio orientador.
Vasconcelos (2002, p. 80) denomina tal prática de “síndrome de encaminhamento” ou seja, 
manda-se o aluno para que “se dê um jeito”, por conseguinte, provoca-se a “síndrome do chamamento” 
convocando os pais ou responsáveis para comunicar que o filho “tem ou é um problema”.
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Esse fato nos remete a outro problema bem comum na escola: o da indisciplina. Não é incomum 
ouvirmos relatos de professores declarando que os alunos de hoje, não são como eram os de antigamente 
e que, atualmente, a desestrutura familiar gera sujeitos que têm dificuldades em aceitar limites, são 
desrespeitosos, dispersivos e têm comportamentos agressivos. Essas situações, na opinião dos professores, 
os impedem de ministrar uma boa aula, pois muitas vezes, precisam trabalhar outros conteúdos como 
questões relacionadas a valores e saúde.
Mas, será que esse é o verdadeiro ou único motivo da indisciplina na escola? Como explicar tal 
problemática?
O fato é que a sociedade mudou e a escola mudou também ao se abrir para a escolarização 
dos filhos das camadas populares. Contudo, guardamos uma herança pedagógica alheia aos dias 
atuais, tratando o aluno, no que se refere aos condicionantes sociais e históricos e aos aspectos 
psicológicos, como se fossem iguais e tivessem as mesmas oportunidades dos alunos das classes 
mais favorecidas.
Dessa forma, a indisciplina é um sintoma da inadequação do aluno real à escola idealizada, gerando 
a confrontação do novo sujeito histórico a velhos modelos autoritários, elitistas e conservadores de 
ensino.
Se por um lado, o autoritarismo, as arbitrariedades e os preconceitos provocam mais revolta e 
violência por parte do aluno, por outro lado, a complacência, o paternalismo e o protecionismo, não 
auxiliam o aluno no desenvolvimento de atitudes de reflexão e autonomia moral2. Sendo assim, tais 
situações de conflito só serão resolvidas se forem enfrentadas sem culpabilizar os elementos envolvidos 
ou tratar o caso como um problema isolado. Enfrentar o conflito significa dialogar sobre o ocorrido, 
tentando evidenciar as questões que o provocaram e restabelecendo os vínculos e relações quase sempre 
rompidos, principalmente no que se refere à relação professor-aluno.
Aquino (1999) afirma que tal atitude exige uma postura de construção negociada com relação às 
estratégias de ensino e avaliação, sendo que para isso o educador deve saber quem é o seu aluno e a 
realidade em que vive, investindo na construção coletiva das regras do grupo e no constante relembrar 
das mesmas, bem como, no renovar cotidiano de suas práticas em sala de aula.
À luz desse enfoque, é importante que orientador educacional mantenha contatos contínuos de 
natureza informal (visitas à sala de aula e conversas no recreio) com os alunos, possibilitando um 
relacionamento cordial e levando-os a aceitar naturalmente a sua presença durante as atividades 
desenvolvidas pelos professores.
Além disso, deve auxiliar o professor a procurar formas de estabelecer vínculos de confiança 
e afetividade com seus alunos, motivando-os às condutas de diálogo e reflexão sobre seu trabalho 
educativo.
2 Autonomia Moral – termo utilizado por Jean Piaget (1978) para se referir ao sujeito que tem a capacidade de 
autogovernar-se. A autonomia virá da compreensão da reciprocidade e do respeito nas relações entre as pessoas.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
O trabalho de orientação educacional junto ao escolar objetiva auxiliar aos alunos no seu pleno 
desenvolvimento e na sua formação humana, ou seja, o orientador educacional deve buscar formar o 
aluno como pessoa capaz de pensar, de estudar e de desenvolver seu sentido de cidadania.
Outro aspecto a ser observado pelo orientador educacional, em relação ao discente, é 
instrumentalizá-lo para a organização eficiente do trabalho escolar, tornando a aprendizagem mais 
eficaz, bem como realizar sessões de orientação de estudos, previamente agendadas em calendário, 
onde o orientador educacional utilizará estratégias diversificadas (textos, trabalhos em grupo, vídeo, 
informática, debates, atividades extraclasse etc.) que vão ao encontro dos objetivos propostos e às 
necessidades e interesses da faixa etária a ser trabalhada.
O orientador educacional, também precisa estabelecer um vínculo de confiança e cooperação 
aluno/aluno, aluno/orientador, ouvindo-o com paciência e atenção.
Assim, entre as atribuições do orientador educacional está a orientação para o estudo, como sugestão 
de itens para reflexão em sessões de orientação de estudo, cita-se:
a) Plano pessoal de estudos;
b) Observação de local apropriado para hora de estudo;
c) Organização dos afazeres e sequencial de trabalhos, elencando prioridades;
d) Realização de resumos e quadros pertinentes ao conteúdo estudado.
O setor de orientação educacional pode estimular o alunado na eficiência de seu estudo, como 
apontado por Martins (1994, p. 136).
A eficiência no estudo
Um dos objetivos educacionais mais importantes e mais difíceis de serem 
conseguidos é o desenvolvimento de hábitos e técnicas eficientes de estudo.
O orientador educacional não pode prescindir de um bom conhecimento 
dos hábitos de estudo de seus educandos, a fim de poder orientá-los 
convenientemente.
Assim, sugerem-se algumas perguntas que podem fazer parte de um 
questionário de averiguação de problemas escolares:
- É capaz de permanecer estudando sem interrupção?
- Concentra-se bem nos estudos ou é distraído?
- Tem dificuldade em aprender o que estuda?
- Tem bronca de algum professor?
- Dá opiniões nas aulas?
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- Pergunta quando tem dúvidas?
- Falta muito às aulas?
- Tem medo de ser reprovado?
- Estuda diariamente as matérias dadas em aulas?
- Procura decorar as lições?
- Lê o todo e depois estuda por partes?
- Faz revisões do assunto estudado, reproduzindo com suas palavras?
- Faz resumos e exercícios para fixar o que estudou?
- Pesquisa em outros livros o assunto em estudo?
- Procura anotar tudo o que o professor fala em aula?
- Estuda porque gosta?
7.6 Orientaçãoeducacional: relação escola-saúde
O orientador educacional em suas atribuições deverá entender que seu aluno é um ser integral, 
constituído de aspectos físicos, psicológicos, mentais, emocionais entre outros. Dessa forma, muitas 
vezes, as “falhas” de aprendizagem podem ser advindas de privação cultural, falta de estímulo do 
ambiente familiar e até mesmo de fatores orgânicos. Cabe a este profissional encaminhar o educando 
aos setores competentes, visando a proporcionar o bem estar do mesmo.
Contudo, o papel da escola não para por aí. Paralelamente, os educadores precisam ser sensibilizados 
para terem uma atitude de acolhimento para com esse sujeito, otimizando recursos educacionais 
escolares para atendê-lo da melhor forma possível.
Tais dificuldades que extrapolam os limites das possibilidades da escola, denominadas de orgânicas, 
identificadas inicialmente, pelo professor e analisadas pelo orientador educacional por meio do 
desempenho do aluno, em relação à classe e a ele próprio, deverão ser encaminhadas para os profissionais 
e/ou técnicos da Saúde, ou ainda, para o setor competente.
Este procedimento deverá ser realizado após análise e avaliação de todos os aspectos cognitivos, 
sociais, culturais e sempre com a participação e informação dos familiares. A informação dos pais 
objetiva não apenas as interações, mas permite a identificação de fatores que afetam o processo 
educativo.
Como ponto de referência, na área da Saúde, o encaminhamento inicial deverá ser ao médico. 
Posteriormente, aos demais profissionais. É uma tarefa difícil e que exige do orientador educacional 
discernimento, competência e perspicácia.
O orientador educacional, além de analisar o relatório do professor e a entrevista com os pais, 
deverá observar sistematicamente o aluno nas atividades desenvolvidas individualmente e em grupo, 
estando sempre atento aos aspectos emocionais. As anotações dessa observação contribuirão para 
a imparcialidade do relato e deverão compor a documentação para encaminhamento do aluno aos 
setores competentes.
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ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Exemplificando: o aluno que em um grupo classe (de acordo com a faixa etária), após ter passado 
por várias experiências de aprendizagem, não possuir habilidades de audição, leitura oral, composição 
escrita, interpretação de ordens orais, trocas de fonemas, entre outros, deverá, após a sistematização 
da observação e dos relatos da situação (relatório), ser encaminhado pelo orientador educacional a um 
médico ou, dependendo do caso, diretamente ao fonoaudiólogo, psicólogo ou psicopedagogo.
Alguns alunos podem apresentar alguma característica genética (síndromes), que se manifestam 
no desenvolvimento, em geral na escola. Por outro lado: quadro de anemias, deficiências, doenças 
congênitas, nem sempre são percebidas até mesmo pelos pais.
O importante é não apenas encaminhar, mas assumir o compromisso de acompanhar o 
desenvolvimento do aluno trabalhando em parceira com profissionais como: fonoaudiólogos, 
fisioterapeutas, psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos, terapeuta ocupacional, médicos (em todas 
as suas especialidades), dentistas e outros, conforme a necessidade do aluno.
Tal acompanhamento deverá ser feito por meio do trabalho compartilhado. Não se pode compreender 
o trabalho do outro de forma isolada. O trabalho da orientação educacional implica ações individuais e 
coletivas. Assim, as ações coletivas fundamentam-se na ideia de vários profissionais trabalharem com o 
educando, trocando informações e saberes para melhor atendê-lo. As interlocuções que ocorrem após 
o encaminhamento do aluno devem ocorrer não só com o orientador, mas com o professor, a família e 
o profissional ou profissionais da saúde envolvidos, visando à compreensão integral do educando, seus 
comportamentos e formas de aprender. A partir daí, pode-se traçar um plano de apoio na resolução de 
seus problemas ou dificuldades. Ao realizar tal parceria, os envolvidos estarão realizando um trabalho 
em rede, numa perspectiva multidisciplinar que irá trazer benefícios positivos aos alunos.
Práticas como essas proporcionam à criança com necessidades educacionais especiais o que chamamos 
de processo de inclusão, que renega o princípio da “normalização”, já explicitado anteriormente, e 
procura propiciar um ambiente saudável e com suporte técnico para que o aluno possa permanecer em 
uma sala de aula comum, com outras crianças, aprendendo e se socializando. 
A orientação educacional deve ter um caráter investigativo. A ação investigativa do orientador 
educacional possibilita o conhecimento do aluno tanto no funcionamento do sujeito quanto de 
seu organismo. As observações realizadas na escola pelo orientador educacional podem facilitar os 
profissionais da área de saúde no rumo de uma possível intervenção nessa área.
Trabalhos atuais nas diversas áreas do conhecimento têm sido desenvolvidos de modo que seja 
construído um projeto de prevenção à vulnerabilidade e risco. Atitudes de prevenção adequadas à 
proteção da vida, numa proposta de construção do ser estabelecida, por meio das interfaces da área de 
saúde com a área da educação, espaço privilegiado para prevenir agravos múltiplos.
De acordo com Saito (2001), pedagogos e profissionais da saúde serão transformados em educadores, 
preocupados com o bem estar do educando.
Ainda conforme o exposto, eis alguns princípios norteadores:
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• considerar a criança/adolescente como um todo indivisível biopsicossocial;
• capacitar-se para escutar, ouvir, apoiar e acolher antes de julgamentos e ordenações;
• perceber, mesmo que por meio da doença ou limitação, a presença do ser em construção, seja 
criança ou adolescente;
• exercer a atenção integral ao ser humano, dentro de princípios éticos, de autonomia e respeito;
• não permitir a presença de preconceito e estereótipos na relação educador-educando.
Saúde não é apenas processo de intervenção na doença, mas processos de intervenção para que 
o indivíduo e a coletividade disponham de meios para a manutenção ou recuperação do seu estado 
de saúde, no qual estão relacionados os fatores orgânicos, psicológicos, socioeconômicos e espirituais. 
Educar não significa simplesmente transmitir ou adquirir conhecimentos, por isso o orientador 
educacional tem entre suas atribuições mediar a relação saúde-escola.
Torna-se importante, desse modo, a percepção de que não poderá haver cobrança no futuro se para 
as crianças e adolescentes não for oferecido um presente pautado na cidadania e na proteção ao projeto 
de vida. Diante disso, construir-se-á a cidadania da criança hoje e do adulto amanhã.
7.7 Orientação Educacional e relações interpessoais
Relacionamentos interpessoais somente acontecem se houver comunicação entre pessoas. A 
comunicação é a base para toda interação humana, uma atividade dinâmica e contínua de troca de 
experiências, instruções e informações com o objetivo de informar e influenciar mutuamente atitudes 
e pensamentos.
No cotidiano escolar, o processo de comunicação pode encontrar barreiras que dificultarão ou até 
mesmo impossibilitarão que o processo seja concluído de modo exitoso.
Uma das funções mais importantes da orientação educacional é fazer o elo, a ligação entre a escola 
e a comunidade discente. É essencial ouvir o alunado e identificar seus valores, expectativas em relação 
à vida. 
Mostrar a importância das relações interpessoais a todos os atores da escola, valorizando as 
diferenças. Estar atento para o desenvolvimento das relações emfavor do clima favorável à resolução 
de situações é uma das dimensões da prática diária do orientador educacional. 
Ruth Rocha (1986, pp. 3-10) em seu texto “Quando a escola é de vidro” assim escreve:
[...] Naquele tempo eu até achava natural que as coisas fossem daquele jeito.
Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes...
Eu ia pra escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu 
tinha que me meter no vidro.
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[...] O vidro dependia da classe em que a gente estudava.
E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano.
Se não passasse de ano, era um horror.
Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado.
Coubesse ou não coubesse.
Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. [...]
A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não 
entendiam o que a gente falava...
A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação 
física. [...]
Tinha menino que tinha até que sair da escola porque não havia jeito de 
se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saíam dos vidros 
ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão 
acostumados que até estranhavam sair dos vidros.
[...] — Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse 
tipo de gente aqui na escola.
[...] Seu Hermenegildo não conversou mais. Começou a pegar os meninos 
um por um e enfiar à força dentro dos vidros.
[...] E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais e dona 
Demência já estava na janela gritando – Socorro! Vândalos!
A orientação educacional, como processo dinâmico e contínuo, favorece o processo de relações 
interpessoais.
Imagine, então, o papel do orientador educacional como articulador das relações interpessoais em 
uma escola. 
Veja, saber ouvir, ver a totalidade e as partes e falar são atitudes que favorecem o desenvolvimento 
das relações interpessoais saudáveis.
Por meio da comunicação interpessoal saudável, o orientador educacional e o grupo de alunos, 
professores e demais atores chegam a um entendimento mútuo, constroem uma relação de confiança 
e coordenam suas ações para atingirem os seus objetivos.
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Por outro lado, faz-se necessário observar os valores éticos que mais se destacam nas ações de 
todos os envolvidos no processo educativo. Muitas vezes, ao analisar uma situação de indisciplina ou 
violência na escola, por exemplo, julgamos os alunos a partir de nossos padrões e valores, esquecendo-
nos que tais valores podem não ser os mesmos devido às diferentes circunstâncias sociais e vivências. 
Qual deveria ser nossa conduta? Será que devemos aceitar os valores dos outros sem discuti-los? Será 
que devemos impor nossos valores e rejeitando todos que os transgridam? Haveria um meio termo para 
tal situação?
É claro que há outros caminhos para que o aluno aprenda e saiba distinguir os valores universais 
daqueles que são transitórios ou discriminatórios. Segundo Inoue, Migliori e D`Ambrosio (1999), saber o 
que é solidariedade, por exemplo, é uma coisa, outra bem diferente é saber como se é solidário, ou ainda, 
valorizar a solidariedade e justiça. Assim, ao pensar no trabalho com valores humanos na escola, é preciso 
pensar em três características importantes: saber, fazer e ser. Para tanto, é fundamental que na escola: 
[...] os alunos possam aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir 
ajuda, a aproveitar críticas, explicar um ponto de vista, coordenar ações. É 
essencial aprender procedimentos dessa natureza e valorizá-los como forma 
de convívio escolar e social (PCN, v.1, p. 97).
Essas atitudes não podem ser simplesmente transmitidas, mas vivenciadas no dia a dia da sala de 
aula e nos outros ambientes da escola.
Os sujeitos se comportam de acordo com o que conhecem e esse conhecimento é gerado pela 
realidade que informa, motiva, dá exemplos e oferece respostas ao indivíduo. 
A construção de uma visão solidária de relações humanas a partir da sala de 
aula contribuirá para que os alunos superem o individualismo e valorizem 
a interação e a troca, percebendo que as pessoas se complementam e 
dependem umas das outras (PCN, v.3, p. 32).
Segundo Aquino (1997), a conduta de diálogo por parte do educador, o estabelecimento de um 
contrato pedagógico com os alunos, ou seja, construção negociada por parâmetros e regras para o 
trabalho educacional e a predisposição para aceitação da mudança e da invenção são os fatores mais 
importantes para uma nova ordem pedagógica na escola.
Dessa forma, os professores e funcionários, ou seja, os educadores, para adotar tais condutas dentro 
e fora da sala de aula, precisam também vivenciar situações como essas em suas esferas de atuação.
O papel do orientador educacional, nesse sentido, é o de incentivar a reflexão sobre as atitudes 
de todos, oferecendo, juntamente com os demais membros da equipe, espaços de diálogo e atuação 
coletiva, evidenciando a importância do trabalho de cada um para o sucesso da ação educacional.
Para tanto, pode-se lançar mão de textos, vivências ou jogos em grupo que possibilitem aos 
educadores terem a possibilidade de construir o espírito de grupo, aprofundar o conhecimento de si 
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mesmo e do outro, exercitar a crítica e a autocrítica, colocar-se no lugar do outro, vivenciar a confiança 
mútua, entre outros objetivos.
Ao se constituir na escola um espaço seguro, participativo e comunicativo, torna-se possível o 
estabelecimento de laços fraternos, o desenvolvimento da autonomia e a construção da cidadania, tão 
almejada nos pressupostos da educação.
E para tanto, é de grande importância respeitar os saberes dos alunos como bem diz Paulo Freire em 
sua Pedagogia da Autonomia:
Respeito aos saberes dos educandos
Por que não aproveitar a experiência que têm os alunos de viver em áreas da 
cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição 
dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, 
os lixões e os ricos que oferecem à saúde das gentes?
Por que não há lixões no coração dos bairros ricos e mesmo puramente 
remediados dos centros urbanos? Essa pergunta é considerada em si 
demagógica e reveladora da má vontade de quem a faz. É pergunta de 
subversivo, dizem certos defensores da democracia.
Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva 
associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que 
a violência é a constante e em que a convivência das pessoas é muito maior 
com a morte do que com a vida?
Por que não estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes 
curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm 
como indivíduos? Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas 
de um tal descaso dos dominantes pelas áreas pobres da cidade? [...]
Por que, dirá um educador reacionariamente pragmático, a escola não tem 
nada a ver com isso. A escola não é partido. Ele tem que ensinar conteúdos, 
transferi-los aos alunos. Aprendidos, eles operam por si mesmos (FREIRE, 
apud INOUE, 1999, p. 65).
Diante disso, não é possível esquecer que o poder transformador da escola se dá também pelo 
exemplo obtido na convivênciadiária, tornando-se:
O efeito multiplicador do exemplo
A escola é um local privilegiado para a semeadura dos valores fundamentais 
que garantem a tessitura e a articulação da sociedade como um todo. É 
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fundamental restabelecer a dignidade da função docente bem como de 
todas as ações praticadas no interior da escola.
A transformação e o deslocamento das expectativas de sucesso através do 
simples jogo, ou de levar-se vantagem sobre alguém, para o valor do esforço 
pessoal, da semeadura, do trabalho, constitui uma tarefa ingente em cuja 
realização os professores têm muito a contribuir.
Valores morais, espirituais, intelectuais, estéticos, religiosos entre outros, não 
se podem estabelecer por decreto, ou por meio da força. A convivência e o 
exemplo diário têm um efeito multiplicador impressionante, muitas vezes 
subestimado (MACHADO apud INOUE, 1999, p. 75).
Martins (1992) lembra que o orientador educacional precisa possuir alguns requisitos pessoais, pela 
responsabilidade que tem no processo das relações interpessoais.
Ainda segundo o autor, estas condições pessoais são:
• equilíbrio emocional e de personalidade a fim de que não sofra influência pelos problemas do 
educando nem permita que seus problemas pessoais interfiram em seu trabalho;
• empatia para ser capaz de colocar-se no lugar do outro, seja aluno ou colega de trabalho, 
objetivando melhor compreender os problemas do mesmo;
• iniciativa e liderança a fim de transmitir segurança e confiança aos alunos e seus responsáveis;
• entusiasmo para contagiar de otimismo as ações a serem desenvolvidas na escola;
• estímulo às relações entre as pessoas, nas comunidades a que pertencem e nas instituições da 
sociedade.
Das muitas funções do orientador educacional, a mais desafiadora é a de acreditar que é possível 
viver, conviver e aprender com as diferenças, nas mais diversas situações. Nada é mais gratificante que 
contribuir para transformações por meio da construção do conhecimento.
Conforme destaca Moscovici (2001), o processo de interação humana supõe comunicação, mesmo 
havendo intenção contrária, pois o ser humano está sempre comunicando algo, seja por palavras ou por 
meios não verbais (gestos, postura corporal). O fato de estar na presença de outros modifica a percepção 
individual e, desta forma, promove interação comunicacional.
No dia a dia das atividades pessoais e profissionais, a relação com outras pessoas requer uma busca 
constante, porém que difere de indivíduo para indivíduo. No contexto educacional, é possível perceber 
um componente significativo e interessante: a afetividade.
Essa questão exige uma maior qualificação das relações humanas nas unidades educacionais e, em 
consequência, nas relações produtivas.
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Certo é que no momento em que se vive, é de fundamental importância tomar as palavras de Delors 
(1999), aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender a fazer.
Ademais, diante destas situações relacionais e comunicacionais é possível a compreensão da 
importância do trabalho do orientador educacional como mediador no processo educativo. Assim, 
na prática, o orientador educacional tem possibilidade de administrar e compreender conflitos, 
estabelecendo unidade entre o grupo e dialogicidade, criando um clima favorável. À luz do exposto por 
Antunes (2003, pp. 9-10):
[...] cada pessoa é, e sempre será, um verdadeiro universo de individualidade; 
suas ações, seus motivos, seus sentimentos constituem paradigma único. 
[...] cada um é portador de um código biológico, uma história particular 
de vida e um volume imenso de circunstâncias que evoluíram e evoluem 
de forma dinâmica, tornando absolutamente incomparável . [...] ninguém 
pode jamais sentir a saudade que sentimos, experimentar a felicidade que 
vivemos, sofrer a angústia da perda que sofremos e, porque assim somos, 
constituímos figura ímpar, ser singular no imenso espaço que emoldura 
nossa passagem pelo tempo.
Sabendo uma das dificuldades comunicacionais no processo das relações humanas. 
Placco (1994, p. 30) expõe que:
[...] O orientador educacional, um dos educadores da escola deverá participar 
de uma ação educacional coletiva, assessorando o corpo docente no 
desencadeamento de processo em que a sincronicidade é desvelada, torna-
se consciente, autônoma e direcionada para um compromisso consciente 
uma ação pedagógica competente e significativa para os objetivos propostos 
no projeto pedagógico da escola.
As relações humanas podem facilitar o crescimento do grupo.
Mas, o que é grupo?
Para Weil (1991), grupo é toda reunião de indivíduos em torno de um objetivo comum. Um grupo 
pode formar-se espontaneamente, por exemplo, um grupo de crianças nos primeiros dias de aula, que 
se junta para brincar no horário do recreio. Também a formação de um grupo pode ser planejada, como 
turmas de alunos, de professores, que se pode chamar de grupo organizado.
Um grupo é composto por indivíduos, e o seu êxito depende das atitudes dos seus integrantes. Há 
inúmeras condições para que um grupo seja exitoso em sua produção, eis algumas:
a) Simpatia.
b) Interesse.
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c) Comprometimento.
d) Respeito.
Destarte, a formação de um grupo é um processo que tem como mola propulsora a decisão 
objetiva, em torno da qual os indivíduos se agregam e criam seus compromissos, obrigações e 
modos de interação, ou seja há um sentido único, que é conhecido e partilhado por todos. Essa 
direção, sentido único inclui a interdependência, ou seja, a visão de que sozinho nenhum membro 
consegue realizar o objetivo.
De modo geral, a participação em um grupo é espontânea, conquistada ou desenvolvida.
De sorte que, ao orientador educacional, cabe articular suas ações sempre estimulando a 
cooperação, pois com o partilhar de sua autoridade com seus colaboradores se fortalece e adquire 
legitimidade em suas funções.
Assim, compartilhar liderança implica em confiar nas pessoas, acreditando em suas potencialidades. 
Parafraseando Fullan e Hargreaves (2000), liderança compartilhada não significa perder poder, mas 
promover envolvimento e aprendizagem de todos os atores, propiciando, assim, transformações 
necessárias ao processo educativo do século XXI.
As pessoas necessitam fazer parte de um contexto, de um grupo, querem ser ouvidas, ser vistas, 
querem relacionar-se. Um bom relacionamento entre pessoas ajuda na constituição e formação pessoal 
do ser.
O trabalho da orientação educacional faz parte de um todo da escola, sendo, portanto, a mediação, 
o seu papel principal. Nessa perspectiva, o profissional da orientação articula a reflexão necessária entre 
a realidade e as representações que se fazem dela, entre o contexto e a cultura escolar, entre o concreto 
e o simbólico. Dessa forma, para Grinspun (2006, p. 71) “esta gama de aspectos que se entrecruzam [...], 
na verdade são dados, [...] para que possamos promover os meios, disponibilizar as condições para uma 
qualificação na construção da subjetividade”.
Sua atuação faz-se sempre em consonância com o trabalho dos demais membros da equipe técnica, 
que podem ser o diretor, vice-diretor ou assistente de direção, coordenador pedagógico ou outros. Cada 
um desses profissionais desenvolve determinadas tarefas para que a escola possa desempenhar seu 
papel de

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