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Fisiologia Sistema Regulador 2017

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1 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia do 
Sistema Regulador 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Daniela Vial Dahmer 
 
 
 
 
2 
 
 
Unidade 1 
INTRODUÇÃO A FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR 
A fisiologia e o estudo do funcionamento normal de um organismo vivos e seus 
componentes e seus processos físicos e químicos, que explica as funções e os fatores 
que auxiliam no desenvolvimento e propagação da vida. O fisiologista e um profissional 
que estuda a relação e a integração dos processos e dos mecanismos bioquímicos e 
fisiologicos do funcionamento do organismo como um todo. O estudo da fisiologia e 
dividido em: fisiologia viral, fisiologia bacteriana, fisiologia vegetal, fisiologia celular e 
fisiologia humana. 
A fisiologia humana explica detalhadamente todos os mecanismos e as características 
específicas do corpo humano, fatores como procurar o alimento quando sentimos fome, 
refúgio quando sentimos medo, a sensação de frio faz com que busquemos o 
aquecimento, tornando assim o ser humano é realmente autômato (independente) segue 
automaticamente a vida se adaptando a condições variavéis a vida. 
Função e processo são conceitos relacionados a fisiologia porém de significados 
diferente, a função é o “porque existe” e o “porque ocorre” determinado evento no 
organismo, exemplo o porque o eritrócito (celula vermelha do sangue) transporta O2 
(oxigênio) pelo organismo, então a explicação porque as células dos tecidos necessitam 
de oxigênio para se manterem vivas, o processo é o “como acontece”, por exemplo 
explica como o oxigênio e transportado pelo eritrócito, através da ligação do oxigêgio 
com a molécula de hemoglobina. 
O Sistema Regulador tem como função principal manter a homeostase que é 
responsavél pela regulação e manutenção do meio interno, relacionando o gasto de 
energia para manutenção do organismo, a relação estrutura-função estuda a influência 
que a estrutura vai exercer sobre a função molecular, a capacidade de interação entre as 
moléculas sendo essencial para função biológica e a comunicação realiza a ligação entre 
as funções do sistema, onde as células do organismo se comuniquem umas com as 
outras, e essa comunicação se dá através dos neurotransmissores produzidos e 
secretados pelo Sistema Nervoso e hormônios que são produzidos e secretados por 
glândulas que formam o Sistema Endócrino. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Unidade 2 
MECANISMOS REGULADORES DA HOMEOSTASE 
HOMEOSTASE 
Claude Bernard, famoso fisiólogo francês, certa vez disse: “Todos os mecanismos 
vitais, apesar de sua diversidade, têm apenas uma finalidade, a de manter constantes as 
condições de vida no ambiente interno”. Devemos entender a 
homeostase ou homeostasia como sendo esta tendência à manutenção das condições 
internas de um organismo sempre dentro de parâmetros normais ou fisiológicos. De 
acordo com a sua posição na escala evolutiva, os seres vivos poderão apresentar uma 
maior ou menor capacidade de adaptação ao meio-ambiente. 
A cada momento em que houver uma tendência a um desequilíbrio, os mecanismos 
de homeostase se apresentarão para garantir a regulação, ou retorno à normalidade. Isso 
vale, entre tantas outras, para a regulação do pH corporal assim como para a 
termorregulação e a circulação. Os princípios da homeostase estarão sempre sendo 
apresentados e discutidos na medida em que você avança nos estudos da disciplina de 
Fisiologia e perceberá que manter a homeostase é manter o equilíbrio necessário à vida. 
Homeostase no corpo humano: a capacidade de sustentar a vida d da constância dos 
fluidos do corpo humano, e que poderá ser afetada por uma série de fatores, como a 
temperatura, a salinidade, o pH, ou as concentrações de nutrientes, como a glicose, 
gases como o oxigênio, e resíduos, como o dióxido de carbono e a uréia. Estes fatores 
em desequilíbrio (pela falta ou pelo excesso) podem afetar a ocorrência de reações 
químicas essenciais para a manutenção do corpo vivo. Para manter os mecanismos 
fisiológicos é necessário manter todos esses fatores dentro dos limites desejáveis. 
MECANISMOS REGULATÓRIOS 
Como base para a adaptação, os organismos mais evoluídos farão uso principalmente de 
dois recursos básicos: o sistema nervoso, atuando basicamente no controle, e o sistema 
endócrino, atuando principalmente na sinalização. Estes recursos permitirão que o 
organismo animal se adapte às novas condições determinada pelo meio ambiente, 
sempre no sentido de manter constantes as suas condições internas permitindo ajustes 
no seu metabolismo e mantê-lo compatível com sua sobrevivência. 
Controle da Osmolaridade: alguns mecanismos são bem conhecidos, como a 
regulação da osmolaridade plasmática. É sabido que a transpiração e a micção ajudam o 
corpo a manter seus níveis de água e de eletrolíticos dentro de suas faixas consideradas 
fisiológicas ou normais, tanto nos animais domésticos quanto nos selvagens. 
 
4 
 
Nas situações em que ocorrer o aumento da osmolaridade plasmática os osmoreceptores 
hipotalâmicos perceberão a variação e farão com o que o hipotálamo secrete o ADH 
(hormônio antidiurético) evitando a perda de água, além de acionar mecanismos que 
trarão a sensação da sede. Após a ingestão da água a osmolaridade plasmática volta a 
níveis “normais”, a diurese permite a eliminação dos sais e o organismo retorna ao 
equilíbrio, ou seja, à homeostase. Neste aspecto, alguns animais apresentam 
mecanismos muito interessantes para manutenção da osmolaridade dentro dos níveis 
que são compatíveis com a vida. Como exemplo, algumas aves marinhas que vivem 
muito longe da continente, e, portanto sem acesso a água doce, são obrigados a 
consumir a água do mar, e para eliminar o excesso de sais possuem “glândulas 
excretoras de sal” localizadas proximamente às narinas e aos olhos, e desta forma 
mantêm regulados os níveis de sais na sua circulação. 
Regulação térmica: por influência do hipotálamo, os músculos esqueléticos tremem 
para produzir calor quando a temperatura corporal é muito baixa. Quando a temperatura 
é muito alta o suor arrefece o corpo por evaporação. Para que isto aconteça é necessário 
que os termorreceptores do organismo sinalizem para o hipotálamo a variação da 
temperatura corpórea para baixo ou para cima. Outra forma de gerar calor envolve o 
metabolismo de gordura. 
Regulação da Glicemia: pâncreas produz insulina e glucagon para regular a 
concentração de açúcar no sangue (glicemia). Quando ocorre aumento da concentração 
de glicose no sangue a insulina entra em com sua ação hipoglicemiante, e quando ocorre 
queda na concentração da glicose é a vez do glucagon atuar com sua ação 
hiperglicemiante. As ações destes hormônios permitem manter a concentração de 
glicose dentro dos limites que chamamos fisiológicos, ou seja, mantém a homeostase da 
glicose. Também neste caso, será necessário que os receptores do organismo sinalizem a 
alteração na concentração sanguínea de açúcares. 
Regulação do CO2: o Co2 é o produto final de muitas rotas de metabolismo essenciais 
para o organismo, no entanto é tóxico para o mesmo, e precisa ser removido para 
garantir a sobrevivência do animal. O órgão responsável pela eliminação do CO2 é o 
pulmão que se encarrega de fazer trocas com o meio ambiente, absorvendo o oxigênio 
rico no ar atmosférico e devolvendo o CO2. O controle desse processo fica por conta do 
sistema nervoso que age central e perifericamente aumentando ou diminuindo a 
freqüência respiratória para garantir maior ou menor perda de Co2 e absorção de O2. Os 
receptores periféricos (seios aórticos e carotídeos) e os receptores centrais (bulbares) 
têm papel preponderante para essa regulação que permite a homeostase.Controle Hídrico: os rins excretam uréia e regulam as concentrações de água e de uma 
grande variedade de íons. Além de outros mecanismos, os rins tem a capacidade de 
responder ao ADH (hormônio antidiurético) produzido pelo hipotálamo, que evita a 
perda de água e desidratação do organismo. Nas situações em que houver aumento da 
osmolaridade plasmática (maior concentração de sais), baseado num princípio de 
emergência de água, o organismo produz o ADH para impedir a perda de água e as 
complicações decorrentes do excesso de sais no organismo. Quando o animal faz a 
ingestão da água, os osmorreceptores sensíveis à variação da osmolaridade plasmática 
 
5 
 
percebem a mudança ocorrida e informam ao hipotálamo para que este diminua o ADH 
e a diurese volte ao normal. Este equilíbrio conseguido é que chamamos de 
Homeostase. 
Sistema circulatório: O aparelho circulatório é vital para a conservação da homeostase. 
Ele proporciona metabólitos aos tecidos e elimina os produtos não-utilizados e também 
participa na regulação da temperatura e no sistema imunológico. Deve ser lembrado que 
os níveis de substâncias no sangue estarão sob o controle de outros sistemas ou órgãos, 
como exemplo: 
 O aparelho respiratório (pulmões) e o sistema nervoso regulam o nível de 
dióxido de carbono; 
 O fígado e o pâncreas controlam a produção, o consumo e as reservas de glicose; 
 Os rins são responsáveis pela concentração de hidrogênio, sódio, potássio e íons 
fosfato. 
 As glândulas endócrinas, por sua vez, controlam os níveis de hormônios no 
sangue. 
Controle hipotálamico: o hipotálamo recebe informações dos sistemas nervoso e 
endócrino e faz integração de todos estes sinais de modo a tornar possível o controle das 
várias funções do organismo, como por exemplo: 
 Regulação térmica; 
 Equilíbrio de energia; 
 Regulação dos fluidos corporais; 
 Comportamento (por exemplo, o hipotálamo é responsável pela sensação de 
sede e fome). 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Unidade 3 
SINALIZAÇÃO CELULAR 
 
A sobrevivência das células de um organismo depende de estímulos externos 
provenientes de outras células. O organismo é projetado para funcionar integralmente e 
não como a soma de células individuais e a comunicação entre as células é, portanto, 
fundamental. Nos organismos multicelulares as células são depende uma da outra. 
 As inter-relações celulares ocorrem desde as primeiras fases da vida embrionária, esses 
mecanismos que garantem o funcionamento integrado nos 
organismos pluricelulares onde as células se comunicam através de 
sinais elétricos ou químicos nos quais regulam as atividades celulares e as respostas 
aos estímulos do meio ambiente e outras. A sinalização celular é importante em diversas 
atividades metabólicas das células nos organismos e nas disfunções das atividades 
celulares, por exemplo em doenças autoimunes e no câncer. 
Os estímulos são frequentemente um ligante químico que se liga um receptor e o ativa, 
mas também pode ser um estimulo elétrico, onde um receptor ativo traduz o estímulo 
em um sinal químico dentro da célula (mudança de concentração ou de atividade de 
uma molécula mensageira); essa transdução converte um tipo de sinal (estímulo) em 
outro sinal (mensageiro). 
 
As consequências de um estímulo são as mais diversas. Na figura abaixo há um quadro 
geral do que pode ocorrer com uma célula após ser induzida. Há três classes gerais de 
resposta, embora outras classificações sejam possíveis. 
 
8 
 
 
Há uma variedade de moléculas e íons que servem de sinal, isto é, atuam 
como indutores: 
 Proteínas; 
 Pequenos peptídeos; 
 Aminoácidos; 
 Nucleotídeos; 
 Esteróides; 
 Retinóides; 
 Ácidos graxos; 
 Óxido nítrico; 
 Monóxido de carbono. 
O sinal pode ser elétrico, em certos casos, já as moléculas que compõem 
os receptores nas células alvo mostram menos variedade composicional e costumam ser 
proteínas ancoradas na membrana ou livres no citosol. 
Mais adiante discutiremos os tipos de respostas divididas de acordo com a localização 
do receptor. Em conformidade com os alvos da estimulação podem ser: 
 Proteínas regulatórias de genes - levam à síntese de novas proteínas ou sua 
inibição; 
 Canais iônicos – provocam a entrada/saída de íons na célula; 
 Componentes de vias metabólica; 
 Citoesqueleto. 
 
9 
 
Em síntese, o mecanismo de comunicação depende de três componentes 
 
TIPOS DE SINALIZAÇÃO 
Podemos esquematicamente dividir os tipos de sinalização celular de acordo com a 
distância entre a célula sinalizadora e uma célula receptora. 
 
A indução também pode ser dividida de outra forma, isto é, de acordo com o local da 
célula onde ocorre o encontro do indutor e do receptor. Na figura abaixo podemos ver 
que a comunicação celular acontece pelo encontro do receptor pelo indutor no citosol (e 
para isso o indutor tem que ser lipofílico para poder cruzar a membrana plasmática) ou 
pelo encontro do receptor na membrana plasmática. Quando a indução se faz pela 
ligação em receptores de membrana plasmática, a ligação determina uma mudança na 
conformação do receptor que pode abrir ou fechar canais iônicos, ativar enzimas (em 
geral cinases ou ciclases) ou ainda interagir com uma proteína G do lado citosolico da 
membrana plasmática. Nos dois casos (receptor citosolico ou de membrana), a 
consequência da interação pode depender de uma complexa cadeia de reações, embora 
em certos casos, como o dos canais iônicos, a resposta estará na própria mudança de 
conformação do receptor. 
 
10 
 
 
Substância indutora atua apenas sobre a célula alvo; 
 A especificidade está relacionada com o receptor; 
 Ligação ao receptor, necessária uma adaptação estrutural entre as moléculas; 
 A quantidade de receptores em cada célula é limitada; 
 A ligação substância indutora-receptor é reversível 
Após a ligação do ligante ao receptor, ocorrem reações químicas em cadeia no interior 
da célula, cuja resposta celular é o desfecho da série. A resposta da célula alvo ao 
estímulo pode variar muito, tanto em termos bioquímicos como em tempo de duração. 
RECEPTORES DE MEMBRANA 
Receptores de superfície atuam como transdutores de sinal, que convertem a ligação do 
ligante em sinais intracelulares, alterando o comportamento da célula. Todos os 
receptores de superfície são proteínas integrais de membrana, que têm um domínio 
voltado para o lado externo e um domínio citosolico. Podemos resumir as propriedades 
destas três classes de receptores como mostrado abaixo: 
Receptores ligados a canais iônicos - sinalização mediada por neurotransmissores, que 
abrem e fecham canais formados pelas proteínas e alteram a permeabilidade iônica da 
membrana promovendo a excitabilidade pós-sináptica. 
Receptores ligados à proteína G - a interação entre o receptor e o alvo é mediada por 
uma terceira proteína formada por três subunidades, a proteína G regula indiretamente a 
atividade da proteína alvo de membrana que pode ser uma enzima ou um canal iônico. 
Receptores ligados à enzimas - funcionam como enzima ou são associados com as 
enzimas que ativam. 
 
11 
 
 
SISTEMA DE SEGUNDO MENSAGEIRO 
Sistemas em que um sinal intracelular é gerado em resposta a um mensageiro primário 
intercelular, como um hormônio ou neurotransmissor. São sinais intermediários 
presentes em processos celulares como o metabolismo, secreção, contração e 
crescimento celular. São exemplos de sistemas de segundo mensageiro o sistema 
adenilatociclase-AMP cíclico, o sistema fosfatidilinositol difosfato-inositol trifosfato, e 
o sistema de GMP cíclico. 
De onde surge o segundomensageiro? O indutor (primeiro mensageiro) produz 
mudanças no receptor que são transmitidas à segunda molécula do sistema. A segunda 
molécula atua sobre uma terceira... e por aí em diante até que a resposta à indução seja 
completada. Algumas vezes a segunda molécula da resposta (aquela modificada pelo 
receptor) é uma molécula pequena que se difunde pelo citosol ou no plano da 
membrana. Neste caso, estas moléculas são chamadas de segundos mensageiros, porque 
se difundem rapidamente, são eficientes na propagação dos sinais. São segundos 
mensageiros: 
 AMPc - um produto da degradação do ATP; 
 GMPc - um produto da degradação do GTP; 
 Ca2+ - transporte o é feito através de canais controlados; 
 IP3 (trifosfato de inositol) e DAG (diacilglicerol), produtos da degradação do 
fosfatidilinositol-4,5-bifosfato (PIP2), fosfolipídio de membrana; não há 
segundo mensageiro para hormônios esteroides e tireóideos porque os receptores 
são intracelulares. 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Unidade 4 
SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o organismo a 
perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas 
variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o 
equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e 
regulação das funções corporais. 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células 
da glia (ou da neuroglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e 
transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a 
execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. As células da 
glia fazem parte do sistema nervoso. São células auxiliares que possuem a função de 
suporte ao funcionamento do sistema nervoso central (SNC). Estima-se que haja no 
SNC 10 células glia para cada neurônio, mas devido ao seu reduzido tamanho, elas 
ocupam a metade do volume do tecido nervoso. Elas diferem em forma e função e são 
elas: oligodendrócitos, astrócitos, células de Schwann, células ependimárias e micróglia. 
 Oligodendrócitos: Estas células são responsáveis pela produção da bainha de 
mielina possuem a função de isolante elétrico para os neurônios do SNC. 
Possuem prolongamentos que se enrolam ao redor dos axônios, produzindo a 
bainha de mielina. 
 Astrócitos: São células de formato estrelado com vários processos que irradiam 
do corpo celular. Apresentam feixes de filamentos intermediários constituídos 
pela proteína fibrilar ácida da glia, que reforçam a estrutura celular. Estas células 
ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e a pia-máter. Existem 
os astrócitos fibrosos e os astrócitos protoplasmáticos. O primeiro é 
encontrado na substância branca e o segundo, é encontrado na substância 
cinzenta, possuindo um maior número de prolongamentos que são mais curtos e 
extremamente ramificados. Os astrócitos também participam do controle da 
composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. 
Algumas destas células apresentam prolongamentos que são denominados pés 
vasculares, que se expandem sobre os capilares sanguíneos. É provável que esta 
estrutura transfira moléculas e íons do sangue para os neurônios. Estas células 
participam também da regulação de diversas atividades neuronais. Podem 
influenciar a atividade e a sobrevivência dos neurônios, devido à sua capacidade 
de controlar constituintes do meio extracelular, absorver excessos localizados 
de neurotransmissores e sintetizar moléculas neuroativas. Através de junções 
comunicantes, os astrócitos se comunicam por meio de junções comunicantes 
 
14 
 
formando uma rede por onde há a transmissão de informações, fazendo com 
estas cheguem a atingir grandes distâncias dentro do SNC. 
 Células de Schwann: Possuem a mesma função dos oligodendrócitos, no 
entanto, se localizam ao redor dos axônios do sistema nervoso periférico. Cada 
uma destas células forma uma bainha de mielina em torno de um segmento de 
um único axônio. 
 Células Ependimárias: São células epiteliais colunares que revestem os 
ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em algumas 
regiões, estas células são ciliadas, facilitando a movimentação do líquido 
cefalorraquidiano. 
 Micróglia: Estas células são pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos e 
irregulares. São fagocitárias e derivam de precursores que alcançam a medula 
óssea através da corrente sanguínea, representando o sistema mononuclear 
fagocitário do SNC. Participam também da inflamação e reparação do SNC; 
secretam também diversas citocinas reguladoras do processo imunitário e 
remove os restos celulares que surgem nas lesões do SNC. 
 
Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a 
irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a 
condutibilidade. Irritabilidade e a capacidade que permite a uma célula responder a 
estímulos sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não e uma resposta, 
mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade e inerente aos 
vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos 
celulares distintos também diferem umas das outras. 
A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao 
longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem 
essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em 
grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se a 
propriedade de condutibilidade. Para compreendermos melhor as funções de 
coordenação e regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer 
a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa e transmitida. 
Um neurônio e uma célula composta de um corpo celular (onde esta o núcleo, o 
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares que são subdivididos 
em dendritos e axônios. 
 
15 
 
 
 
SINAPSE 
É a região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente 
chama-se sinapse, as vezes o axônio tem muitas ramificações em suas regiões terminais 
e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas 
ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. 
 
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do 
sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios 
nervosos, localizados próximo da coluna vertebral. 
TIPOS DE SINAPSES 
 
16 
 
 
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO 
O Sistema Nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central partem os prolongamentos 
dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso 
Periférico (SNP). 
 
Sistema Nervoso Central 
O SNC divide-se em encéfalo e medula, onde encéfalo corresponde ao telencéfalo 
(hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, 
que se divide em: BULBO, situado na região caudal; MESENCEFALO, situado no 
crânio; e PONTE, situada entre ambos. 
 
17 
 
 
Sistema Nervoso Periférico 
O sistema nervoso periférico e formado por nervos encarregados de fazer as ligações 
entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO e a reunião de várias fibras nervosas, 
que podem ser formadas de axônios ou de dendritos. 
As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou 
axônios) e seus envoltórios,organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. Cada 
fibra nervosa e envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada 
feixe e envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes 
agrupados paralelamente formam um nervo. 
O nervo também e envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo denominada 
epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto 
forma a rede nervosa. Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o 
SNC são os nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados 
por prolongamentos de neurônios sensoriais. Aqueles que transmitem impulsos do SNC 
para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios de 
neurônios motores. Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios 
sensoriais e por neurônios motores. 
O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do 
ambiente externo. Ele e constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do 
sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora 
do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do 
encéfalo ou da medula ate o órgão que inerva. 
O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona independentemente 
de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a 
atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém 
fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos 
das vísceras e a musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo difere de 
um nervo motor do SNP voluntario pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um 
neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. 
 
18 
 
 
 
RECEPTORES SENSORIAIS 
A princípio há dois tipos de receptores sensoriais: os neurônios sensoriais periféricos 
que tem em sua extremidade periférica uma estrutura modificada para a detecção dos 
estímulos ou células sensoriais epiteliais associadas a um neuroepitélio. Os receptores 
sensoriais funcionam como transdutores de energia, e podem converter os estímulos 
físicos e químicos do ambiente em impulsos elétricos. Através dos prolongamentos 
periféricos dos neurônios aferentes as informações sensoriais são conduzidas para o 
SNC. E somente no SNC, é que esta informação será percebida e interpretada. Um 
receptor sensorial pode ser tanto um neurônio modificado como uma célula epitelial 
especializada conectada a neurônios. No primeiro caso fala-se em células 
neurossensoriais, e no segundo, em células epitélio-sensoriais. De acordo com a 
natureza do estímulo que são capazes de captar, os receptores sensoriais são 
classificados em quatro tipos básicos: 
 
19 
 
 Quimiorreceptores: especializados na detecção de substâncias químicas; 
localizam-se na língua e no nariz, e são responsáveis, respectivamente, pelos 
sentidos do paladar e do olfato. 
 Termorreceptores: especializados na captação de estímulos de natureza 
térmica; estão distribuídos por toda a pele, ligeiramente mais concentrados nas 
regiões da face, dos pés e das mãos. 
 Mecanorreceptores: especializados na captação de estímulos mecânicos, tais 
como a compressão ou o estiramento da pele e de órgãos internos. Há dois tipos 
especiais desses receptores: fonorreceptores, capazes de detectar variações na 
pressão do ar, e estatorreceptores, que detectam a posição do corpo em relação à 
força de gravidade. 
 Fotorreceptores: especializados na captação de estímulos luminosos; estão 
localizados nos olhos. 
 Nociceptores: aos sinais que chegam ao sistema nervoso central resultante da 
ativação dos receptores sensoriais especializados, denominados nociceptores, 
que fornecem informações sobre a lesão tecidual. De acordo com o local de onde 
captam estímulos, os receptores sensoriais são classificados em três tipos 
básicos: 
 Exteroceptores: captam estímulos provenientes do ambiente, tais como luz, 
calor, sons e pressão. 
 Proprioceptores: captam estímulos provenientes do interior do corpo; estão 
localizados nos músculos, tendões, juntas e órgãos internos. 
 Interoceptores: percebem condições internas do corpo, tais como grau de 
acidez, pressão osmótica, temperatura e composição química do sangue, etc. 
 NEUROTRANSMISSORES 
São substâncias químicas liberadas pelos neurônios sendo utilizadas para a transferência 
de informações entre eles. Embora seja simples esta definição, até pouco tempo atrás 
havia forte opinião contrária sobre se determinadas substâncias eram ou não 
neurotransmissores, em consequência das dificuldades metodológicas envoltas na sua 
identificação e isolamento. 
Os mensageiros químicos liberados pelas células variam entre dois tipos: hormônios 
secretados diretamente no sangue, com ação ampla, e neurotransmissores secretados 
durante as sinapses, atuando na membrana pós-sináptica que se encontram próxima ao 
terminal nervoso. Outras substâncias com propriedades neurotransmissoras não são 
classificadas com tanta facilidade. 
A maior parte dos neurotransmissores encontra-se em três 
categorias: aminoácidos, aminas e peptídeos. Os dois primeiros são moléculas orgânicas 
diminutas, apresentando, no mínimo, um átomo de nitrogênio, armazenadas e secretadas 
nas vesículas sinápticas. Sua produção se dá no terminal do axônio a partir de 
precursores metabólicos existentes neste local. 
As enzimas relacionadas na síntese de tais neurotransmissores são fabricadas no corpo 
celular das células nervosas e encaminhadas até o terminal neuronal, promovendo neste 
 
20 
 
local, velozmente, a síntese desses mediadores químicos, após sintetizados, os 
neurotransmissores aminoácidos e aminas são transportados para as vesículas 
sinápticas, liberando seu conteúdo por meio do processo de exocitose. Por conseguinte, 
esta membrana é recuperada por meio de endocitose e a vesícula reciclada é 
reabastecida com neurotransmissores. 
Os neurotransmissores peptídeos são compostos por grandes moléculas guardadas e 
liberadas em grânulos secretores. A produção desse tipo de neurotransmissor se dá 
no reticulo endoplasmático rugoso do corpo celular do neurônio. E seguida à sua 
síntese, são clivados no aparelho de Golgi, passando a ser neurotransmissores ativos, 
sendo estes, secretados pelos grânulos secretores e encaminhados ao terminal neuronal 
para, futuramente, serem liberados na fenda sináptica. 
Diversos neurônios do sistema nervoso central (SNC) liberam também diferentes 
neurotransmissores, sendo estes do tipo liga-desliga de efeitos instantâneos. 
Normalmente, as sinapses rápidas do SNC apresentam como mediador os 
neurotransmissores aminoácidos, como o glutamato, ácido Ƴ-aminobutírico (GABA) e 
glicina, podendo estar relacionado à transmissão de até 90% da totalidade das 
transmissões sinápticas no SNC. 
A amina acetilcolina é responsável por mediar a sinapse rápida em todas as junções 
neuromusculares. As transmissões mais lentas de transmissão sináptica no SNC e na 
periferia são mediadas por neurotransmissores das três categorias. Em resumo, 
atualmente, para uma substância ser considerada neurotransmissora, ela deve apresentar 
quatro características básicas: 
 Deve ser sintetizada no neurônio; 
 Deve ser encontrada na terminação pré-sináptica e secretada em quantidades 
suficientes para agir no neurônio pós-sináptico ou no órgão efetor; 
 Deve imitar a ação do transmissor endógeno, quando for aplicada 
exogenamente; 
 Deve apresentar mecanismo específico para sua remoção. 
 
NEUROMODULADORES 
São substâncias que produzem efeitos mais prolongados sobre a excitabilidade damembrana neuronal, tendo capacidade de modificar a função dos 
verdadeiros neurotransmissores. Dentre os principais, encontram-se as monoaminas ou 
aminas biogênicas, como a noradrenalina, a dopamina e a serotonina (capazes de 
despolarizar e repolarizar a membrana pós-sináptica) e os peptídeos (polipeptídeos que 
são compostos por 2 a 40 aminoácidos). São encontrados na maior parte das regiões 
cerebrais, atuando como modulador no SNC. Contudo, estas substâncias também estão 
presentes em outras áreas do organismo, onde exercem ações específicas. 
São eles: neuropeptídeos, que são encontrados habitualmente em concentrações 
relativamente baixas, dentro os quais podem ser citados os peptídeos hipofisários 
 
21 
 
(corticotropina, vasopressina), os hormônios circulantes (angiotensina, insulina, entre 
outros), os hormônios intestinais (colicistina, substância P, entre outros), os opióides 
(encefalinas, endorfinas, entre outros), hormônios do hipotálamo e diversos outros, 
como, por exemplo, a bradicinina. 
Os neuromoduladores peptídeos são produzidos no retículo endoplasmático rugoso do 
corpo celular das células nervosas, enquanto que os neurotransmissores normalmente 
são sintetizados no citoplasma do corpo celular ou no próprio neurônio terminal. A 
princípio, os neuromoduladores são fabricados como precursores de alto peso 
molecular, verdadeiras proteínas, sendo assim clivados em polipeptídeos e armazenados 
em grânulos secretores. 
Os neuromoduladores gasosos, NO e CO, são produzidos nos terminais sinápticos por 
enzimas especiais, e, uma vez que apresentam a característica de atravessar livremente 
as membranas das organelas e membrana neuronal, não podem ser estocadas em 
vesículas ou grânulos, devendo ter então ação imediata. A distribuição de ambos os 
grupos de substâncias em questão no SNC não se dá por igual, concentrando-se mais em 
certas áreas do encéfalo que em outras. 
Na realidade, cada mediador existe em determinados circuitos neuronais, que podem ser 
mapeados através de inúmeras técnicas. A função do mediador irá variar em função do 
circuito neuronal do qual ele faz parte. Projeta-se, deste modo, um verdadeiro código 
químico das funções nervosas, que possibilita, dentro de certos limites, alterá-las 
seletivamente por meio do uso de fármacos. 
 
MEDULA ESPINHAL 
Medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim temos a medula espinhal 
dentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral. A medula espinhal é uma 
massa cilindroide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem ocupa-lo 
completamente. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco 
menor na mulher. 
Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame 
magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem importância clínica e no adulto 
situa-se geralmente em L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone 
medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. 
Forma e Estrutura da Medula 
A medula apresenta forma aproximada de um cilindro, achatada no sentido antero-
posterior. Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas 
de intumescência cervical e intumescência lombar. Estas intumescências medulares 
correspondem às áreas em que fazem conexão com as grossas raízes nervosas que 
formam o plexo braquial e lombossacral, destinados à inervação dos membros 
superiores e inferiores respectivamente. 
 
22 
 
 
 
 
 
 
SECÇÕES DA MEDULA ESPINHAL EM TODAS REGIÕES 
 
 
 
23 
 
Conexões com os nervos espinhais: 
 Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenos filamentos 
nervosos denominados de filamentos radiculares, que se unem para formar, 
respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. As duas raízes se 
unem para formação dos nervos espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado 
distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. 
Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares 
assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. 
Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o 
primeiro par de nervos espinhais sai entre o occipital e C1. 
 
24 
 
Envoltório da medula: 
A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas menínges, que são: dura-
máter, pia-máter e aracnóide. A dura-máter e a mais espessa e envolve toda a medula, 
como se fosse uma luva, o saco dural. Cranialmente ela se continua na dura-máter 
craniana, caudalmente ela se termina em um fundo-de-saco ao nível da vértebra S2. 
Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, 
constituído um tecido conjuntivo (epineuro), que envolve os nervos. 
 
A aracnóide espinhal se dispõem entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um 
folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas aracnóideas, que unem 
este folheto à pia-máter. 
A pia-máter é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente o tecido 
superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina 
no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento 
esbranquiçado denominado filamento terminal. 
A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula 
ao longo de uma linha continua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. A 
margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares que se inserem firmemente 
na aracnóide e na dura-máter em um ponto que se alteram com a emergência dos nervos 
espinhais. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e 
importantes pontos de referencia em cirurgias deste órgão. 
 
 
25 
 
Líquor: 
 É um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades 
ventriculares. A são função primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central. 
A circulação do líquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a 
determinam. Sem dúvida, a produção do líquor em uma extremidade e a sua absorção 
em outra já são o suficiente para causar sua movimentação. Um outro fator é a pulsação 
das artérias intracranianas, que, cada sístole, aumenta a pressão líquorica, possivelmente 
contribuindo para empurrar o líquor através das granulações aracnóideas. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Unidade 5 
FISIOLOGIA SENSORIAL 
VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR, OLFATO E TATO 
Os órgãos dos sentidos são fundamentais para o corpo humano - visão, audição, tato, 
gustação ou paladar e olfato - constituem as funções que propiciam o nosso 
relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber 
muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração 
com o ambiente em que vivemos. Existem determinados receptores, altamente 
especializados, capazes de captar estímulos diversos. Tais receptores, chamados 
receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou 
converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e 
analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será 
produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). 
A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é 
diversa. Tipos de receptores: 
 Exteroceptores: respondem a estímulos externos, originados fora do organismo. 
 Proprioceptores: os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto e nas 
inserções tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando feixes nervosos que 
envolvemas fibras musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna. 
Detectam a posição do indivíduo no espaço, assim como o movimento, a tensão 
e o estiramento musculares. 
 Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos viscerais ou 
outras sensações como sede e fome. 
Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa; 
mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos 
complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais: 
 Tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, 
 Paladar (Gustação) - identificamos os sabores; 
 Olfato - sentimos o odor ou cheiro; 
 Audição - captamos os sons; 
 Visão - observamos as cores, as formas, os contornos. 
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber 
estímulos externos. Esses órgãos são: a pele - para o tato; a língua - para a gustação; as 
fossas nasais - para o olfato; os ouvidos - para a audição e os olhos - para a visão. 
 
27 
 
 
 
 
 
28 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
Estrutura do tegumento (pele) O tegumento humano, mais conhecido como pele, é 
formado por duas camadas distintas, firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme. 
Epiderme 
A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas (estratos) de 
células achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de células mais interna, 
denominada epitélio germinativo, é constituída por células que se multiplicam 
continuamente; dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas para 
cima, em direção à superfície do corpo. 
À medida que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a 
fabricar e a acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina. 
As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a 
constituir um revestimento resistente ao atrito e altamente impermeável à água, 
denominado camada queratinizada ou córnea. 
Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar 
estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores 
cutâneos são especializados na recepção de estímulos específicos. Não obstante, alguns 
podem captar estímulos de natureza distinta. Porém na epiderme não existem vasos 
sangüíneos. 
Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sangüíneos da 
derme. Nas regiões da pele providas de pêlo, existem terminações nervosas específicas 
nos folículos capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As 
primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso, captam as forças 
mecânicas aplicadas contra o pêlo. 
Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor. Na 
pele desprovida de pêlo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda três 
tipos de receptores comuns: 
 Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis.São 
formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por 
várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A camada 
terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as 
outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 
 Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente 
costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações 
nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja 
superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu 
protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme 
desencadeam o estímulo. 
 
29 
 
 Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e 
especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto 
por células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma 
membrana basal. 
Na pele sem pêlo encontram-se, ainda, outros receptores específicos. 
 Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlos (como 
nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio 
mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias. 
 Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por 
uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava.Situam-se nas regiões 
limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios 
e dos genitais). 
 
Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem 
melanina, pigmento que determina a coloração da pele. As glândulas anexas – 
sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na derme, embora tenham origem 
epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de uréia) é drenado pelo duto 
das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que 
lubrifica a epiderme e os pêlos) sai pelos poros de onde emergem os pêlos. A 
transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da 
temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por 
exemplo, ao aumento da atividade física. 
 
 
30 
 
 
Derme 
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém 
fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. 
As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras 
e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos 
estão mergulhados. A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, 
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo 
eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos 
sangúíneos e nervos. 
 
Tecido subcutâneo 
Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo, rico em 
fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada 
113 subcutânea, denominada hipoderme, atua como reserva energética, proteção contra 
choques mecânicos e isolante térmico. 
 
Unhas e pêlos 
Unhas e pêlos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e 
compactadas. Na base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam 
constantemente, empurrando as células mais velhas para cima. Estas, ao acumular 
queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou o pêlo. Cada pêlo está ligado 
a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e a uma ou mais 
glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação. 
 
31 
 
VISÃO 
ANATOMIA DO OLHO 
Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas, 
compostas de partes dos ossos frontal, maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal 
e palatino. 
Ao globo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios 
(sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal. Cada globo ocular compõe-se 
de três túnicas e de quatro meios transparentes denominadas túnicas: 
Túnica fibrosa externa: esclerótica (branco do olho). Túnica resistente de tecido 
fibroso e elástico que envolve externamente o olho (globo ocular) A maior parte da 
esclerótica é opaca e chama-se esclera, onde estão inseridos os músculos extra-oculares 
que movem os globos oculares, dirigindo-os a seu objetivo visual. A parte anterior da 
esclerótica chama-se córnea. É transparente e atua como uma lente convergente. 
 
 
32 
 
Túnica intermédia vascular pigmentada: úvea. Compreende a coróide, o corpo ciliar 
e a íris. Acoróide está situada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada. Esses 
pigmentos absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. Acha-se 
intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina. Possui uma estrutura 
muscular de cor variável – a íris, a qual é dotada de um orifício central cujo diâmetro 
varia, de acordo com a iluminação do ambiente – a pupila. A coróide une-se na parte 
anterior do olho ao corpo ciliar, estrutura formada por musculatura lisa e que envolve o 
cristalino, modificando sua forma. Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema 
nervoso simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de maior 
quantidade de luz. 
 
Em locais muito claros, a ação do 
sistema nervoso parassimpático acarreta 
diminuição do diâmetro da pupila e da 
entrada de luz. Esse mecanismo evita o 
ofuscamento e impede que a luz em 
excesso lese as delicadas células 
fotossensíveis da retina. 
Túnica interna nervosa: retina. É a membrana mais interna e está debaixo da coróide. 
É composta por várias camadas celulares, designadas de acordo com sua relação ao 
centro do globo ocular. A camada mais interna, denominada camada de células 
ganglionares, contém os corpos celulares das células ganglionares, única fonte de sinais 
de saída da retina, que projeta axônios através do nervo óptico. 
Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. 
Quando excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, 
gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. 
 A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de 
cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz 
azul. São os cones as células capazes de distinguir cores. Os bastonetes não têm poder 
de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. 
Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos 
bastonetes. É a chamada visão noturna ou visão de penumbra. Nos bastonetes existe 
uma substância sensível à luz – a rodopsina – produzida a partir da vitamina A. A 
deficiência alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à xeroftalmia (provoca 
ressecamento da córnea, que fica opaca e espessa, podendo levar à cegueira 
irreversível). Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha 
amarela) e o ponto cego. 
A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e 
a imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente 
especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que 
 
33 
 
a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando 
a acuidade visual. 
 
Os cones são encontrados principalmente na retina central, em um raio de 10 graus a 
partir da fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente na 
retina periférica, porém transmitem informação diretamente para as células 
ganglionares. No fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não 
há cones nem bastonetes. Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos 
sanguíneos da retina. 
 
Meios transparentes: 
Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular no seu contorno 
e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas 
glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um orifício existente no 
canto interno do olho. 
Humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo a 
câmara anterior do olho. 
Cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana transparente. Situa-se atrás da 
pupila e orienta a passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em 
dois compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a câmara anterior, 
 
34 
 
preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior, preenchida pelo humor vítreo. 
Pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode 
torna-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os 
raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais espesso para a 
visão de objetos próximos e, mais delgado para a visão de objetos mais distantes, 
permitindo que nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. A essa 
propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual. Com o envelhecimento, o 
cristalino pode perder a transparência normal, tornando-se opaco, ao que chamamos 
catarata. 
Humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a retina, 
preenchendo a câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico. 
Como já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as 
pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os músculos 
oculares. As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma 
membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o 
líquido que conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de 
poeira e de excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa 
entre neles. 
 As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado 
pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso 
de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao 
exterior do nariz. 
 
 
35 
 
 
AUDIÇÃO 
ANATOMIA DA OUVIDO 
O órgão responsável pela audição é a orelha (antigamente denominado ouvido), também 
chamada órgão vestíbulo-coclear ou estato-acústico. A maior parte da orelha fica no 
osso temporal, que se localiza na caixa craniana. Além da função de ouvir, o ouvido 
também é responsável pelo equilíbrio. A orelha está dividida em três partes: orelhas 
externa, média e interna (antigamente denominadas ouvido externo, ouvido médio e 
ouvido interno). 
 
 
OUVIDO EXTERNO 
O ouvido externa é formada pelo pavilhão auditivo (denominado orelha) e pelo canal 
auditivo externo ou meato auditivo. Todo o pavilhão auditivo (exceto o lobo ou lóbulo) 
é constituído por tecido cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e 
canalizar os sons para o ouvido médio. O canal auditivo externo estabelece a 
comunicação entre a orelha média e o meio externo, tem cerca de três centímetros de 
comprimento e está escavado em nosso osso temporal. É revestido internamente por 
 
36 
 
pêlos e glândulas, que fabricam uma substância gordurosa e amarelada, denominada 
cerume ou cera. Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que 
normalmente existem no ar e eventualmente entram nos ouvidos. O canal auditivo 
externo termina numa delicada membrana - tímpano ou membrana timpânica 
firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso, chamado 
anel timpânico. 
 OUVIDO MÉDIO 
A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um 
espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três 
ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e 
estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos. 
O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estribo na janela oval, um dos orifícios 
dotados de membrana da orelha interna que estabelecem comunicação com a orelha 
média. O outro orifício é a janela redonda. A orelha média comunicando também com a 
faringe, através de um canal denominadotuba auditiva (antigamente denominada 
trompa de Eustáquio). Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio. Dessa 
forma, de um lado e de outro do tímpano, a pressão do ar atmosférico é igual. Quando 
essas pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o equilíbrio seja 
reestabelecido. 
OUVIDO INTERNO 
 A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal, 
revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas 
janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol - 
relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e 
constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares. 
 
 
37 
 
O MECANISMO DA AUDIÇÃO 
O som é produzido por ondas de compressão e descompressão alternadas do ar. As 
ondas sonoras propagam-se através do ar exatamente da mesma forma que as ondas 
propagam se na superfície da água. Assim, a compressão do ar adjacente de uma corda 
de violino cria uma pressão extra nessa região, e isso, por sua vez, faz com que o ar um 
pouco mais afastado se torne pressionado também. A pressão nessa segunda região 
comprime o ar ainda mais distante, e esse processo repete-se continuamente até que a 
onda finalmente alcança a orelha. A orelha humana é um órgão altamente sensível que 
nos capacita a perceber e interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de 
frequências (16 a 20.000 Hz - Hertz ou ondas por segundo). 
A captação do som até sua percepção e interpretação é uma seqüência de 
transformações de energia, iniciando pela sonora, passando pela mecânica, hidráulica e 
finalizando com a energia elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro. 
 
GUSTAÇÃO (PALADAR) 
Os sentidos gustativo e olfativo são chamados sentidos químicos, porque seus 
receptores são excitados por estimulantes químicos. Os receptores gustativos são 
excitados por substâncias químicas existentes nos alimentos, enquanto que os receptores 
olfativos são excitados por substâncias químicas do ar. Esses sentidos trabalham 
conjuntamente na percepção dos sabores. O centro do olfato e do gosto no cérebro 
combina a informação sensorial da língua e do nariz. 
O receptor sensorial do paladar é a papila gustativa. É constituída por células epiteliais 
localizadas em torno de um poro central na membrana mucosa basal da língua. Na 
superfície de cada uma das células gustativas observam-se prolongamentos finos como 
pêlos, projetando-se em direção da cavidade bucal; são chamados microvilosidades. 
Essas estruturas fornecem a superfície receptora para o paladar. Observa-se entre as 
células gustativas de uma papila uma rede com duas ou três fibras nervosas gustativas, 
as quais são estimuladas pelas próprias células gustativas. Para que se possa sentir o 
gosto de uma substância, ela deve primeiramente ser dissolvida no líquido bucal e 
difundida através do poro gustativo em torno das microvilosidades. Portanto substâncias 
altamente solúveis e difusíveis, como sais ou outros compostos que têm moléculas 
 
38 
 
pequenas, geralmente fornecem graus gustativos mais altos do que substâncias pouco 
solúveis difusíveis, como proteínas e outras que possuam moléculas maiores. 
A gustação é primariamente uma função da língua, embora regiões da faringe, palato e 
epiglote tenham alguma sensibilidade. Os aromas da comida passam pela faringe, onde 
podem ser detectados pelos receptores olfativos. 
AS QUATRO SENSAÇÕES GUSTATIVAS-PRIMÁRIAS 
Na superfície da língua existem dezenas 
de papilas gustativas, cujas células 
sensoriais percebem os quatro sabores 
primários, aos quais chamamos 
sensações gustativas primárias: 
AMARGO, AZEDO ou ÁCIDO, 
SALGADO, DOCE e UMAMI. De sua 
combinação resultam centenas de 
sabores distintos. A distribuição dos 
quatro tipos de receptores gustativos, na 
superfície da língua, não é homogênea. 
 
 
 
39 
 
O SABOR DIFERENTE DAS COMIDAS 
Cada comida ativa uma diferente combinação de sabores básicos, ajudando a torná-la 
única. Muitas comidas têm um sabor distinto como resultado da soma de seu gosto e 
cheiro, percebidos simultaneamente. Além disso, outras modalidades sensoriais também 
contribuem com a experiência gustativa, como a textura e a temperatura dos alimentos. 
A sensação de dor também é essencial para sentirmos o sabor picante e estimulante das 
comidas apimentadas. 
 
 
 
40 
 
OLFATO 
O olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros mamíferos. O 
epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual 
com seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, 
cada qual com pelo menos 100 pêlos sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios 
genuínos, com receptores próprios que penetram no sistema nervoso central. 
A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada em cima da boca 
e debaixo da caixa craniana. Contém os órgãos do sentido do olfato, e é forrada por um 
epitélio secretor de muco. Ao circular pela cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e 
esquenta. O órgão olfativo é a mucosa que forra a parte superior das fossas nasais - 
chamada mucosa olfativa ou amarela, para distingui-la da vermelha - que cobre a parte 
inferior. A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos, e 
contém glândulas que secretam muco, que mantém úmida a região. Se os capilares se 
dilatam e o muco é secretado em excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico 
do resfriado. 
 
A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. Os 
dendritos das células olfativas possuem prolongamentos sensíveis (pêlos olfativos), que 
ficam mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais. Os produtos 
voláteis ou de gases perfumados ou ainda de substâncias lipossolúveis que se 
desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas nasais e se 
dissolvem no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos 
sensoriais. Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo 
celular das células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunicam com o 
bulbo olfativo. Os axônios se agrupam de 10-100 e penetram no osso etmóide para 
chegar ao bulbo olfatório, onde convergem para formar estruturas sinápticas chamadas 
glomérulos. Estas se conectam em grupos que convergem para as células mitrais. 
 
41 
 
Fisiologicamente essa convergência aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao 
Sistema Nervoso Central (SNC), onde o processo de sinalização é interpretado e 
decodificado. 
Aceita-se a hipótese de que existem alguns tipos básicos de células do olfato, cada uma 
com receptores para um tipo de odor. Os milhares de tipos diferentes de cheiros que 
uma pessoa consegue distinguir resultariam da integração de impulsos gerados por uns 
cinqüenta estímulos básicos, no máximo. A integração desses estímulos seria feita numa 
região localizada em áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo. 
A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimula-la, 
produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior for a 
quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância 
odorífera no ar. O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto 
mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. Do ponto de vista 
adaptativo, o olfato tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do 
contato direto com o objeto percebido para que haja a excitação, conferindo maior 
segurançae menor exposição a estímulos lesivos. O olfato, como a visão, possui uma 
enorme capacidade adaptativa. No início da exposição a um odor muito forte, a 
sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas, após um minuto, 
aproximadamente, o odor será quase imperceptível. Porém, ao contrário da visão, capaz 
de perceber um grande número de cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a 
sensação de um único odor de cada vez. Contudo, um odor percebido pode ser a 
combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido quanto um aroma 
doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos 
forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida. 
 
 
42 
 
 
Unidade 6 
SISTEMA ENDÓCRINO 
O sistema endócrino é composto por um grupo de tecidos especializados (glândulas) 
cuja função é produzir e liberar na corrente sanguínea um grupo de substâncias 
chamadas hormônios. 
Os hormônios são transportados aos seus locais de ação, em diversas partes do corpo, 
onde exercem efeitos reguladores sobre os processos celulares. Eles podem atuar sobre 
órgãos específicos (órgãos-alvo) ou sobre células distribuídas pelo corpo. 
A liberação de um hormônio é frequentemente desencadeada pela alteração na 
concentração de alguma substância nos líquidos corporais. Tal efeito, portanto, é 
corretivo e compreende um mecanismo de manutenção da homeostase corporal. Desta 
forma os hormônios realizam uma série de funções como controlar o crescimento e 
desenvolvimento e manter a homeostasia. Além disto, o sistema endócrino está interado 
com o sistema nervoso levando várias respostas para alterações nos meios internos e 
externos. Glândulas e suas secreções 
 Hipotálamo: Hormônio liberador da tireotropina / Fator liberador de 
corticotropina / Hormônio liberador de gonadotropina / Fator liberador do 
Hormônio do crescimento / Hormônio inibidor da liberação do GH / Fator 
inibidor da liberação de prolactina / Fator liberador de prolactina 
 Hipófise anterior (adeno-hipófise): Hormônio tireotropina / Hormônio 
adrenocorticotrópico / Hormônio folículo-estimulante / Hormônio luteinizante / 
Hormônio prolactina / Hormônio do crescimento. 
 Hipófise posterior (neuro-hipófise): Hormônio antidiurético / Hormônio 
ocitocina 
 Tireóide: Hormônio tireoxina / Hormônio triiodotironina / Hormônio 
calcitonina 
 Paratireóide: Hormônio paratireóideo (paratormônio) 
 Supra-renal (adrenais): Hormônio cortisol (córtex supra-renal) / Hormônio 
aldosterona (córtex supra-renal) / Hormônio adrenalina (medula supra-renal) / 
Hormônio noradrenalina (medula supra-renal) 
 Ilhotas de Langerhans (pancreáticas): Insulina / Glucagon 
 Ovário: Estrogênio / Progesterona 
 Testículos: Testosterona 
 Pineal: Melatonina 
 Placenta: Gonadotropina coriônica / Estrogênio / Progesterona / Lactogênio da 
placenta humana. 
 
43 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS 
Os hormônios podem ser divididos em 2 classes principais: Proteínas e Esteróides. Os 
hormônios esteróides são os hormônios do córtex supra-renal, os hormônios sexuais 
femininos (estrogênio e progesterona) e os hormônios sexuais masculinos (androgênios, 
principalmente testosterona). Todos os outros pertencem a primeira classe das proteínas. 
HIPOTÁLAMO 
Os hormônios do hipotálamo, chamados fatores liberadores ou inibidores, atuam na 
adenohipófise (glândula pituitária anterior) controlando a secreção dos hormônios desta 
glândula. 
A secreção de 2 dos principais hormônios da adeno-hipófise, a prolactina e o hormônio 
do crescimento estão sujeitos ao controle hipotalâmico por corresponderem aos fatores 
liberadores e inibidores secretados pelo hipotálamo. Existem liberadores hipotalâmicos 
correspondentes aos hormônios da adeno-hipófise, porém não existem inibidores 
correspondentes para todos os outros hormônios como o tireotropina, 
adrenocorticotrópico, folículo-estimulante e luteinizante. Estes hormônios controlam 
respectivamente as funções da tireóide, córtex supra-renal, ovários e testículos. Para tais 
hormônios que não possuem fatores inibidores hipotalâmicos, a inibição acontece por 
resposta (feedback) dos órgão-alvo para cessar sua atuação. O hipotálamo também 
exerce controle neural sobre a secreção de outros hormônios. 
Os hormônios, antidiurético e ocitocina da neuro-hipófise e a adrenalina e noradrenalina 
da medula supra-renal são liberados na corrente sanguínea por estimulação de impulsos 
originados no hipotálamo. Portanto o hipotálamo exerce controle nervoso direto sobre a 
neuro-hipófise e a medula suprarenal e ainda controla via liberadores e inibidores as 
secreções da adeno-hipófise. Esta glândula mestre possui ainda centros controladores da 
temperatura do corpo e volume de seus líquidos e esta ligado por circuitos a quase todas 
as partes do encéfalo. Tendo em vista as várias atuações do hipotálamo, pode-se afirmar 
que ele controla continuamente quase todo o sistema endócrino. 
 
 
44 
 
 
HIPÓFISE 
A hipófise é uma massa de tecido do cerca de 1 cm de diâmetro e 0,8 g de peso em um 
adulto. Possui 2 divisões básicas: Adeno-hipófise (glândula hipófise anterior) e Neuro-
hipófise (glândula hipófise posterior). 
Glândula Neurohipófise 
A Neurohipófise não produz nenhum hormônio, mas funciona no armazenamento de 2 
hormônios do Hipotálamo. O ocitocina e o ADH (hormônio antidiurético) são 
transportados do hipotálamo para a neurohipófise via neuronal e suas liberações são 
controladas pelos impulsos nervosos dos núcleos hipotalâmicos. 
A ação principal do ADH é reduzir o volume e aumentar a concentração da urina pelo 
aumento da permeabilidade dos túbulos coletores e túbulos contornados distais dos rins 
a água permitindo que maiores quantidades de água sejam reabsorvidas para corrente 
sanguínea. Também foi observado que em altas concentrações o ADH constrita as 
arteríolas aumentando a pressão arterial. Esta resposta pode ser importante durante uma 
hemorragia grave. 
A velocidade de liberação do ADH é controlada pela concentração do plasma e do 
volume sanguíneo. Células dos núcleos hipotalâmicos funcionam como 
osmorreceptores regulando a concentração do líquido extracelular. Sendo assim, quando 
a perda excessiva de água aumenta a concentração do plasma ocasiona uma transmissão 
de impulsos nervosos para neurohipófise que libera ADH e, consequentemente conserva 
água. 
A função da ocitocina é influenciar a lactação das mamas para liberar leite. A sucção do 
bebê é o estímulo para a liberação da ocitocina. Os impulsos da mama são transmitidos 
 
45 
 
aos núcleos hipotalâmicos que desencadeiam a liberação da ocitocina da neurohipófise. 
A ocitocina também estimula as contrações uterinas durante o parto. Ela atua sobre a 
musculatura lisa do útero para manter o trabalho de parto. 
Glândula Adenohipófise 
Os principais hormônios da adeno-hipófise, com exceção do GH (hormônio do 
crescimento), controlam as atividades de glândulas-alvo específicas – tireóide, córtex 
supra-renal, ovário, testículo e glândula mamária. Todos os hormônios da adeno-
hipófise são proteínas. Hormônio estimulante da tireóide (TSH) O TSH, também 
chamado de tireotropina, regula o tamanho e a função da glândula tireóide e ainda a 
secreção dos hormônios da tireóide (tireoxina e triiodotireonina). Os níveis sanguíneos 
de tireoxina e triiodotironina são regulados por um mecanismo de feedback (resposta), 
ou seja, uma elevação na concentração plasmática desses hormônios da tireóide reduz a 
secreção de tireotropina pela hipófise anterior. 
Glândula Pineal 
A glândula pineal é um órgão pequeno, cônico, de cor cinza localizado 
aproximadamente nocentro do encéfalo. Sua secreção é a Melatonina, um hormônio 
que exerce um efeito inibidor sobre as gônadas (ovário e testículo), controlando a 
maturação sexual. 
 
Hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) 
O ACTH controla o crescimento e as funções das zonas do córtex supra-renal que 
sintetizam e secretam o cortisol e os hormônios esteróides similares. A secreção de 
ACTH é consideravelmente reduzida quando o fator liberador de corticotropina 
(hipotalâmico) está ausente. Um mecanismo de feedback controla a concentração 
plasmática desse hormônio. 
 
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HORMÔNIOS GONADOTRÓPICOS 
O hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o crescimento do folículo ovariano nas 
mulheres, e da espermatogênese, nos homens (processo onde também participa a 
testosterona). 
O hormônio luteinizante (LH) controla a produção testicular de testosterona no homem. 
Na mulher, atua em conjunto com o FSH para promover a maturação do folículo 
ovariano e também desencadeia a ovulação. 
A Prolactina contribui para o desenvolvimento das glândulas mamárias (que é 
controlada principalmente pelo estrogênio e progesterona na presença do GH) e 
estimula a síntese de leite, que começa 1 dia ou 2 após o parto, em conjunção com 
outros hormônios. Sua liberação é controlada principalmente pelo fator inibidor da 
liberação de prolactina (hipotalâmico). 
 
47 
 
 
 
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH) 
O GH acelera o crescimento, aumentando o tamanho de todos os órgãos e promove o 
crescimento ósseo antes do fechamento das epífises. O hormônio do crescimento 
aumenta o comprimento dos ossos por estimular a proliferação de células cartilaginosas 
da zona de crescimento, eleva a síntese proteica, aumenta a concentração sérica de 
açúcar, ou seja, reduz a absorção de glicose pelas células e aumenta a utilização de 
gorduras como substrato energético. 
Uma baixa produção de GH na infância resulta no nanismo. E uma superprodução deste 
hormônio em crianças, antes do fechamento das epífises dos ossos longos resulta no 
gigantismo. Uma superprodução em adultos resulta em acromegalia. Tendo em vista 
que os ossos longos, após o fechamento das epífises, não aumentam em comprimento, 
os ossos esponjosos aumentam em espessura. 
 
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GLÂNDULA TIREÓIDE 
A Glândula tireóide é composta por 2 lobos que se dispõem de cada lado da traquéia. A 
tireóide é um dos órgãos mais sensíveis do corpo. Na puberdade, gravidez e estresse ela 
aumenta de tamanho tronando-se mais ativa. 2 hormônios responsáveis pelas funções da 
tireóide foram identificados. Tireoxina e triiodotireonina. 
Os hormônios da tireóide têm ação 
sobre o GH e são necessários para um 
desenvolvimento normal do SNC Bócio 
é o termo usado para descrever qualquer 
aumento da tireóide decorrente da 
deficiência de iodo, podendo esta 
secretar pouco, muito ou quantidades 
normais de hormônios. 
 
 
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 Hipertireoidismo (secreção aumentada dos hormônios da tireóide): Nesta 
condição, o paciente se torna excitado e nervoso, pele úmida, pulso rápido, 
metabolismo elevado, perda de peso, intolerância ao calor, apetite aumentado, 
mãos trêmulas e exoftalmia. O tratamento pode ser feito com a remoção de parte 
da glândula ou administração de iodo. 
 Hipotireoidismo (secreção reduzida dos hormônios da tireóide): A forma 
mais grave em adultos é conhecida como mixedema, espessamento da pele em 
baixo dos olhos, lábios, dedos e pernas. Os sinais clínicos do mixedema são 
metabolismo baixo, lentidão mental, pele insensível e seca, FC e PA diminuída, 
ganho de peso e perda de cabelo. 
 Cretinismo: É uma doença proveniente de deficiência tireóidea não tratada na 
infância caracterizada pelo retardo mental e físico, boca e língua grandes. 
 Hormônio Calcitonina: Hormônio da tireóide que reduz rapidamente o cálcio 
sanguíneo. Quando a concentração de cálcio no sangue está elevada, estimula a 
secreção de calcitonina que inibe a reabsorção nos ossos e a liberação de cálcio. 
 
 
 
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GLÂNDULA PARATIREÓIDE 
As Glândulas paratireóides estão 
localizadas na parte posterior da tireóide 
e normalmente são em 2 pares. 
Secretam o paratormônio que possui 
função homeostática e regula a 
concentração de íons cálcio nos líquidos 
corporais, aumentando o cálcio 
sanguíneo pelo aumento da reabsorção 
óssea. Este hormônio também aumenta 
a reabsorção de cálcio nos rins. O cálcio 
possui funções como, formação óssea, 
coagulação do sangue, manutenção da 
permeabilidade celular e da 
excitabilidade neuromuscular. 99% do 
cálcio estão contidos nos ossos. 
 
 
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GLÂNDULAS SUPRA-RENAIS 
Existem 2 glândulas supra-renais, uma superior a cada rim. Elas possuem cerca de 4 cm 
de comprimento e 4 g de peso. Cada glândula possui um córtex, ou porção externa, e 
uma medula, ou porção interna. O córtex e a medula são diferentes tanto na origem 
quanto na função. 
 
 
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Córtex supra-renal: Substâncias secretadas pelo córtex: Aldosterona, cortisol e poucas quantidades de 
hormônio sexual (androgênio e estrogênio). A aldosterona tem a função primária de influenciar a excreção 
urinária do Na e do K. Ela aumenta a reabsorção renal dos túbulos coletores e distais ao sódio e 
consequentemente a reabsorção passiva de água. A reabsorção de Na é acompanhada pela secreção de K, 
portanto, altos níveis de potássio no sangue, o que pode ser tóxico, são consequência de uma deficiência na 
secreção de aldosterona. O Cortisol, entre outras funções, tem atividade antiinflamatória e antialérgica, além 
de influenciar o metabolismo da glicose, proteínas e lipídios. Este hormônio também estimula a glicogênese 
hepática a partir de aminoácidos como substrato, aumenta a glicose sanguínea e possui ação permissiva na 
eritropoiese. Os Androgênicos produzem masculinização. O mais importante é a testosterona, secretada 
pelos testículos. Os androgênicos da supra-renal possuem ação secundária. 
Medula supra-renal: Enquanto que os hormônios do córtex são esteróides, os da medula pertencem a uma 
classe de compostos chamados catecolaminas. A medula supra-renal funciona em conjunto com o sistema 
nervoso simpático em certas situações de emergência. Os hormônios – adrenalina e noradrenalina – são 
liberados por estímulos nervosos e os principais efeitos são cardiovascular e metabólico. O efeito dos 2 
hormônios sobre o sistema cardiovascular é aumentar a FC, a força de contração ventricular, vasoconstrição 
na pele e na região abdominal e vasodilatação nos músculos esqueléticos. A noradrenalina é principalmente 
um vasoconstritor e a adrenalina é um potente estimulador cardíaco. Os efeitos metabólicos destes 
hormônios incluem a estimulação da quebra do glicogênio do fígado e dos músculos esqueléticos e a 
glicogênese no fígado para produção de energia. 
 
 
PÂNCREAS - Ilhotas pancreáticas 
As ilhotas pancreáticas estão distribuídas por todo o pâncreas e produzem 2 hormônios: Insulina e Glucagon. 
A função primária da Insulina é aumentar a utilização da glicose pelos tecidos, principalmente músculos 
esqueléticos, estimular a ação, no tecido adiposo, da enzima lipase e inibir a produção de glicose no fígado. 
O fator regulador da secreção de insulina é o nível de glicose sanguínea em jejum. A secreção aumenta em 
resposta a um aumento no açúcar sanguíneo. O Glucagon tem efeito contrário a insulina, e seu nível 
sanguíneo aumenta em resposta a hipoglicemia. Este hormônio ainda aumenta a gliconeogênese no fígado. 
 
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OVÁRIOS 
 Os ovários são duas pequenas glândulas localizadas na porção pélvica do abdome feminino. A camada 
externa do ovário produz os óvulos

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