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APS Peter Haberle

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Art 5º Inciso XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Podemos constatar que a importância do direito a informação na vida de qualquer indivíduo trata-se de um direito reconhecido e consagrado por diversos instrumentos internacionais de direitos humanos, tais como: o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o artigo 19 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, o artigo 13 da Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos, no artigo 9 da Carta Africana sobre os Direitos Humanos e dos Povos e no artigo 10 da Convenção Europeia sobre Direitos Humanos, com isso podemos observar que o recebimento de informações está intimamente ligado com o exercício digno da cidadania e da soberania popular que seriam prejudicadas se este direito fundamental não fosse observado mais do que isso, a garantia do direito á informação está intimamente ligada com a dignidade da pessoa humana já que o acesso a informação atua de maneira positiva na proteção e no desenvolvimento da coletividade. 
Pode-se dizer que o direito a informação abrange o direito de informar, de se informar e, de ser informado. É válido destacar a importância deste direito por estarmos nos dias atuais vivendo a chamada sociedade da informação, na qual todos os indivíduos desejam manter-se informados. E diante disso com base nas informações e também nas opiniões é que se forma o chamado juízo público, que na democracia define dois poderes, o legislativo e o executivo que são escolhidos pelo voto com base na aceitação do povo. 
Um dos pilares do estado democrático de direito deve ser a transparência, o inciso acima citado traz como regra a publicidade dos atos dos órgãos públicos ressalvando aquelas informações que podem comprometer a segurança do próprio estado ou da sociedade, para que se possa efetivar a participação do povo no processo de interpretação constitucional como defende a teoria de Peter Haberle mister se faz o acesso as informações pela sociedade, ou seja, para poder auxiliar no processo interpretativo a sociedade deve conhecer, acessar, para então poder debater e concluir algo de interesse coletivo e geral, este inciso é de suma importância no processo da chamada democracia participativa pois assegura que os atos dos órgãos públicos devem ser realizados ás claras de modo que a sociedade, principal destinatária de tais atos possa realizar o controle, verificação e validação dos determinados atos.
Artigo 5º Inciso LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Abraham lincoln disse em seu discurso que democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, com isso podemos considerar a ação popular um instrumento essencial para a democracia pois a ação popular é o exercício direto da democracia, pois, através de tal remédio jurídico processual, o cidadão obtém acesso à função jurisdicional para a pretensão de salvaguarda de interesses que transcendem o indivíduo e alcançam a coletividade, como o patrimônio público, o meio ambiente e tantos outros valores transcendentais.
Verificamos que a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 1º consagrou a democracia indireta ou representativa como fundamento do Estado de Direito, porém em seu artigo 14 tratou de assegurar mecanismos de participação direta do cidadão no exercício do poder, como por exemplo: plebiscito, referendo, iniciativa popular, ações civis públicas e outros que não se esgotam apenas neste artigo, em uma democracia participativa tais mecanismos tornam-se imprescindíveis ao passo que asseguram ao cidadão a possibilidade de manifestação de sua opinião, ao exercício de controle e fiscalização da atividade estatal, assim temos que apesar da soberania popular ser exercida através do voto no qual o cidadão confia em um candidato e se sente por ele representado nos atos de gestão, ela também poderá ser exercida quando o cidadão toma para si o poder de interferir em determinados atos quando estes se desvirtuam da finalidade de assegurar um equilíbrio social e um efetivo bem estar á todos fazendo uso dos mecanismos colocados a sua disposição pela Carta Magna. 
Contudo podemos extrair da teoria de Peter Haberle que há uma grande necessidade de integrar na atividade pública a maioria ou todos os indivíduos e grupos sociais interessados, da forma mais ampla e profunda, haja vista são estes grupos os que na prática vão vivenciar e se submeter a atividade estatal com isso torna-se essencial a participação social em processos de estruturação e solidificação sócio-políticas e jurídicas afinal a democracia é um processo de constante participação das pessoas na atividade estatal, decidindo, executando a decisão e transformando a realidade. 
 
Art 5º Inciso XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Sabemos que por vezes o Estado administrador extrapola os limites daquilo que é na sua essência o seu dever e quando isso acontece instaura-se uma desarmonia social, entretanto o estado é formado por funcionários que são também seres humanos passíveis de erro e suscetíveis a falhas como toda e qualquer pessoa, porém há que se ressaltar que uma falha ocorrida, por exemplo, no âmbito da administração pública pode ser deveras danosa àqueles que serão atingidos pelos efeitos de tais atos daí a grande preocupação ao lidar com àquilo que podemos chamar de patrimônio difuso que não se destina apenas ao particular e sim á toda sociedade, um bom exemplo é o Artigo 225 da Constituição Federal que nos diz em seu Caput “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.”
 Dessa forma podemos verificar que nesse novo modelo democrático a responsabilidade é solidária entre todos os integrantes da sociedade, pois na democracia participativa o povo deve exercer uma real participação nos atos de gestão do Estado e tem esse dever constitucionalmente assegurado.
Feita essa explanação relacionada a grande importância da participação social naquilo que direta ou indiretamente interessa a coletividade, precisamos agora fazer uma análise de como a Constituição de 1988 assegura o exercício desta participação, são inúmeros os dispositivos que asseguram ao povo meios de interferir na ação Estatal, por hora resolvemos destacar a grande relevância do Art 5º Inciso XXXIV que é de suma importância para o exercícios de direitos e garantias fundamentais 
Este inciso é um importante instrumento para o exercício de um dos fundamentos da República Federativa do Brasil a Cidadania, nos diz que são a todos assegurados (legitimação universal) o direito de peticionar junto aos poderes públicos sobre questões próprias de interesse particular podendo também peticionar para defender interesses sociais, coletivos e gerais. Este direito de petição refere-se à administração pública como um todo, qualquer pessoa pode provocar ação dos órgãos públicos na defesa de seus direitos ou para a representação contra ilegalidade ou abuso de poder é um dispositivo constitucional que chama a participação da sociedade como um todo, assegura a participação de todos, ou seja, a sociedade aberta de Peter Haberle, já que este considerou ser a participação do povo um direito fundamental decorrente do direito fundamental a cidadanianão podendo ser desrespeitado em nenhuma esfera pública, assegura-se com este inciso a participação social, a responsabilidade do povo no que diz respeito a possibilidade de intervenção junto aos poderes que estruturam a sociedade.

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