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Conceitos de Cristalografia – Arranjo atômico e Sistemas Cristalinos Prof. MSc Yuri Ribeiro Cristalografia e Mineralogia Conceito:Estrutura cristalina modo que os átomos dos elementos químicos são empacotados padrão geométrico que os átomos assumem num sólido GÁS LÍQUIDO SÓLIDO Disposição dos átomos num material em diferentes estados Estabilidade Fatores que definem o arranjo mais estável dos átomos de um cristal: –Preservar a neutralidade elétrica –Ajustar os átomos do modo mais compacto possível Empacotamentos Para efeito didático considera-se que ligações entre cátions e ânions se comportam como esferas. Conhecendo como as esferas de diferentes tamanhos se organizam, é possível explicar os controles das estruturas cristalinas. Imagem:Thierry Dugnolle = posição B = posição C Empacotamento fechado de esferas idênticas (N.C. = 12). (Klein e Dutrow 2012). (a) Monocamada A de esferas de mesmo tamanho mostrando seis esferas em contato com uma esfera central, produzindo dois tipos de vazios. (b) Adição de outra camada sobre os vazios B. (c) Adição de uma terceira camada sobre os vazios C. Imagem: http://chemwiki.ucdavis.edu/Under_Construction/Lardbucket/Chapter_12/12.2_The_Arrangement_of_Atoms_in_Crystalline_Solids Empacotamento Hexagonal fechado (EHF) as esferas da segunda camada posicionam-se repousando sobre as depressões da primeira camada (A). As esferas alternam-se apenas entre duas posições (A e B) e essa sequência de empilhamento pode ser representada pela combinação de letras AB. Exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=xyjW59-CYqk HC Empacotamento Cúbico fechado (ECF) Cada terceira camada é empilhada no topo da segunda camada da sequência AB nas depressões que estão diretamente acima dos vazios C na primeira camada. Essa terceira camada, C, não tem posição equivalente às camadas A ou B. Imagem: Philip J Brucat. http://www.chem.ufl.edu/~itl/2045/lectures/lec_h.html Estrutura ABABAB Estrutura ABCABC Raio Atômico O raio varia ao longo do grupo e período. http://www.crystalmaker.com/support/tutorials/crystalmaker/atomic-radii/index.html Raio Atômico Diferentes raio iônicos (Chvátal, 2007) Poliedros de coordenação (Chvátal, 2007) Regras de Pauling Em ambos os arranjos de empacotamento fechado existem espaços vazios (interstícios). Esses espaços vazios podem acomodar esferas menores. Linus Pauling compreendeu que cada estrutura cristalina estável é resultante da operação de algumas generalizações básicas que determinam a estrutura da matéria sólida. Regra 1. O princípio da coordenação. Regra 2. O princípio da valência eletrostática. Regra 3. Compartilhamento de elementos poliédricos I. Regra 4. Compartilhamento de elementos poliédricos II. Regra 5. O princípio da parcimônia. Regra 1. O princípio da coordenação: Um poliedro de coordenação de ânions forma-se em torno de cada cátion; a distância cátion-ânion é determinada pela soma dos raios, e o número de coordenação (Nc) (isto é, o número de vizinhos mais próximos) do cátion é determinado pela razão entre os raios. (Klein & Dutrow, 2012) Regras de Pauling Regra 2. O princípio da valência eletrostática: Em uma estrutura cristalina estável, a força total das ligações de valência que alcançam um ânion a partir de todos os cátions vizinhos é igual à carga do ânion. Regra 3. Compartilhamento de elementos poliédricos 1: A existência de arestas, e, de modo particular, faces comuns a dois poliedros aniônicos em uma estrutura coordenada, diminui a estabilidade das estruturas iônicas. Regra 4. Compartilhamento de elementos poliédricos II: Em um cristal contendo diferentes cátions, aqueles de alta valência e com número de coordenação pequeno tendem a não compartilhar elementos poliédricos entre si. Regra 5. O princípio da parcimônia: O número de tipos essencialmente diferentes de constituintes em um cristal tende a ser pequeno. (Klein & Dutrow, 2012) (Klein & Dutrow, 2012) (Klein & Dutrow, 2012) Compare as estrutura do Cloreto de Césio e Halita. (Klein & Dutrow, 2012) Conceitos de Cristalografia Substância cristalina: átomos estão dispostos em posições regulares no espaço, ordem interna em escala atomica. Descrição: rede + base Rede = estrutura geométrica Base = distribuição dos átomos em cada ponto da rede. Estrutura cristalina estrutura cristalina entende-se como um conjunto de átomos periodicamente distribuídos no espaço, formando uma rede cristalina. Um cristal pode ser descrito como um conjunto de átomos numa rede definida por três vetores linearmente independentes (a , b , c). rede cristalina é uma abstração matemática que consiste num conjunto de pontos idênticos dispostos regular e periodicamente no espaço, o cristal é formado por um conjunto de átomos que podem nem sempre ser todos da mesma espécie química. O paralelogramo que, por repetição, é capaz de gerar todo o cristal denomina-se célula unitária. A célula unitária é então um paralelogramo constituído por um número finito de átomos que ocupam um determinado volume. Células Cristalográficas e Sistemas Cristalinos Célula unitária: menor porção do arranjo cristalino, é uma célula que transladado n vezes nas direções x, y, z, gera toda a rede. Conhecimento da estrutura dos materiais cristalinos é a base para a compreensão de muitas propriedades físicas: Clivagem, Dureza, Densidade, Ponto de fusão, Índice de refração (prop. Ótica). Dos 7 sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias, conhecidas com redes de Bravais. Sistemas Cristalinos REDES BRAVAIS – 14 redes (Romboédrico) Sistema Cúbico (isométrico) a cela unitária possui as três dimensões de comprimentos idênticos, e os ângulos iguais a 90º (a=b=c e α=β=γ=90º). Assumir a1=a2=a3 implica que não apenas o comprimento é o mesmo, mas que o arranj o atômico nas três direções é idêntico. Ouro (Au), diamante (C) e pirita (FeS2) são exemplos de célula unitária cúbica. http://www.mufomi.com/minerales3.asp http:/ / w eblog.garyturner.net/ archives/ 2003_ 10.htm l Sistema Hexagonal a cela unitária é caracterizada por apresentar quatro eixos cristalográficos: três eixos horizontais iguais (a1, a2 e a3) que jazem em um plano, com suas extremidades positivas num ângulo de 120° entre si; o quarto eixo (vertical) tem comprimento diferente (c) e é perpendicular ao plano dos outros três (a1=a2= a3≠c e β=90º) Os cristais possuem cela do tipo P. Berilo (Be3Al2Si6O18) e quartzo β (SiO2) exemplificam cristais desse sistema. Foto: Fabre Mineral - http://www.fabreminerals.com/LargePhoto.php?FILE=specimens/s_imagesT2/Beryl_Aquamarine-MR97T2f.jpg Sistema Ortorrômbico Os cristais se caracterizam por apresentar cela unitária, cujas três dimensões são diferentes e ortogonais entre si (a≠b≠c e α=β=γ=90º). Topázio [Al2SiO4(F,OH)2] e aragonita (CaCO3) cristalizam nesse sistema. Os cristais ortorrômbicos podem ter celas unitárias dos tipos P, I, F e C. Fonte: http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/topazio/ Sistema Tetragonal A cela unitária tem o formato de um prisma de base quadrada, e caracteriza-se por apresentar as dimensões a e b idênticas entre si e diferentes de c (a1=a2≠c), sendo as trêsortogonais entre si (α=β=γ=90º). Exemplos de minerais cristalizados nesse sistema são: a cassiterita (SnO2) e o rutilo (TiO2). No sistema tetragonal, os cristais podem ter celas do tipo P ou I. Fonte: http://www.mineral-s.com/rutilo.html Sistema Trigonal (Romboédrico) a cela unitária possui todas as faces losangulares, portanto, todas as dimensões são idênticas, fazendo entre si ângulos idênticos, porém, diferentes de 90º (a=b=c e α=β=γ≠90º). Calcita (CaCO3), hematita (Fe2O3) e quartzo α (SiO2). Calcira incolor. Fonte: http://www.dicionario.pro.br/index.php/Calcita http://homepage.ufp.pt/biblioteca/GlossarySaltTectonics/Pages/PageC.html Sistema Monoclínico Cela unitária caracterizada por apresentar as três dimensões diferentes entre si, sendo que o ângulo β, isto é, o ângulo entre a e c, difere de 90º (a≠b≠c e α=γ=90º≠β). Nesse sistema existem cristais com celas unitárias primitivas (do tipo P) ou ainda de corpo centrado (do tipo C). Talco [Mg3Si4O10(OH)2] e caulinita [Al2Si2O5(OH)4] TALC - Sleat Peninsula, Isle of Skye. Fonte:http://www.curriehj.freeserve.co.uk/skye.htm Sistema Triclínico A cela unitária é caracterizada por apresentar as três dimensões diferentes entre si, bem como os respectivos ângulos (a≠b≠c e α≠β≠γ≠90º). Os cristais desse sistema possuem cela do tipo P. Minerais do grupo do feldspato, como a microclina (KAlSi3O8) e a albita (NaAlSi3O8), Fonte:http://2.bp.blogspot.com/_10QP1AIdVug/TGBwFcWKJBI/AAAAAAAAASA/qjxj5rO1xSs/s1600/mineral.j pg http://healyourlifeforever.com/amazonite-crystal-properties/ Sistemas Cristalinos Diferentes formas externas produzidas pelo empilhamento sistemático de celulas unitárias quadradas (cúbicas). Imagem:Klein & Dutrow, 2012 Lei de Steno constância dos ângulos interfaciais de Steno Essa observação é generalizada atualmente como lei da constância dos ângulos interfaciais de Steno, segundo a qual os ângulos entre faces equivalentes de cristais da mesma substância, medidos na mesma temperatura, são constantes (Fig. 6.7) (Klein & Dutrow, 2012) Eixos cristalográficos Denominamos eixos cristalográficos a um conjunto de linhas imaginárias paralelas às arestas limitantes das principais faces de um cristal, e que se interceptam no centro da cela unitária. Eixos Cristalográficos quatro eixos no sistema hexagonal Fonte:www2.imperial.ac.uk Capítulo 4 ASPECTOS DAS ESTRUTURAS DOS CRISTAIS e Capítulo 6 CRISTALOGRAFIA: A SIMETRIA EXTERNA DOS MINERAIS 135 Livro: KLEIN, C. & DUTROW, B. Manual de Ciência dos Minerais. 23. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Capítulo – 3 Cristalografia estrutural e 4 Cristalografia Química Livro: Marek Chvátal. Cristalografia - Mineralogia para Principiantes. 2007. Aprofunde e complete com:
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