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Engenharia de custos de Empreendimentos Profa. MSc Luciana Nascimento Lins Orçamento analítico e Levantamento de Quantidades Revisando: Orçamento Analítico Registram as operações de cálculo de custo da construção; Soma-se todas as despesas correspondentes à execução de todos os serviços; Elaborado através dos projetos, especificações técnicas e memoriais. ROTEIRO SISTEMÁTICO para o Orçamento Analítico 1. Levantamento dos serviços a serem executados – Discriminação orçamentária, já com o conhecimento do projeto e das especificações técnicas; 2. Quantificação dos serviços – Critérios de medição; 3. Composições unitárias de custo - Preços unitários; 4. Cálculo do orçamento e formatação, com cotação de preços e determinação do BDI. 1 2 3 4 DISCRIMINAÇÃO ORÇAMENTÁRIA Discriminação orçamentária de todos os serviços a serem orçados para execução da obra; Identificação dos grupos de serviços que apresentam itens no projeto (conforme NBR 12721:Avaliação de Custos Unitários de Construção para incorporação imobiliária e NBR 12722 : Discriminação de serviços para construção de edifícios ); Acompanhar a discriminação com o memorial descritivo e elementos gráficos. CUIDADO na discriminação dos serviços: Nenhum serviço constante dos projetos pode e deve ser omitido (abrangência); Nenhum serviço pode ser computado mais de uma vez (superposição). 1. Serviços iniciais 2. Infraestrutura e obras complementares 3. Supra-estrutura 4. Paredes e painéis 5. Coberturas e proteções Anexo B da NBR 12721:2006 – Página 74 Discriminação Orçamentária 6. Revestimento, Forros, marcenaria e serralheria 7. Pavimentações 8. Instalações e aparelhos 9. Complementações da obra 10. Honorários do construtor 11. Honorários do incorporador Anexo B da NBR 12721:2006 – Página 74 Discriminação Orçamentária QUANTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS • É a medição e cálculo de quantitativos: é a etapa de maior duração na realização de um orçamento; • Trabalho minucioso e metódico, com memória de cálculo (afim de consultas futuras); • Análise dos critérios de medição (variáveis). 10 Dimensões O levantamento de quantidades pode envolver elementos de naturezas diversas. Lineares Superficiais ou de área Volumétricas De Peso Adimensionais Referem-se a serviços que não são pagos por medida, mas por simples contagem. CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO Critério de medição é a descrição literal da forma como um serviço é medido no projeto. Assim, para cada serviço discriminado deve-se verificar qual o critério de medição adequado para a composição a ser utilizada. m² (Alvenaria,...) m³ (Concreto,...) h (Pedereiro,...) kg (Aço,...) un (ar condicionado,...) kW (Em. Elétrica) l (Ex. Diesel,...) m (Eletroduto,...) Verba (Paisagismo, Sinalização) Classes Materiais Permanentes: Ficam incorporados ao produto final. Materiais Não Permanentes: São utilizados durante a fase de construção e removidos em seguida CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO DICAS DE LEVANTAMENTOS e ESTIMATIVAS Demolição - o volume da estrutura a ser demolida “cresce” quando passa da construção ao entulho. Volume de remoção de entulho = volume de demolição x 2 Forma – quantificação de pregos e desmoldante Prego = 0,20 a 0,25 kg/m² Desmoldante = 0,10 l/m² Britas e areias – Os volumes de brita e areia totalizam aproximadamente 1,65 m³ para cada 1 m³ de concreto. FORMAS Para formas de madeira, normalmente encontram-se os seguintes componentes: chapa compensada (resinada ou plastificada), sarrafo, prego e desmoldante. Somente com um Projeto de Formas é possível que o orçamentista possa estimar com segurança o quantitativo de todos esses elementos. Alvenaria Vão na alvenaria < 2 m² - não se desconta a abertura Vão na alvenaria > 2 m² - desconta-se o que exceder a 2,0 m². A análise é feita vão por vão, e não pela soma dos vãos. Ex.: Se forem duas janelas desconta-se o que exceder a 2,0 m² em cada uma delas. Exemplo Alvenaria - Exemplo. Calcular a área de alvenaria de. a) Parede de 6,0 m x 2,8 m com janela de 1,5 m x 1,0 m; Área = 6,0 m x 2,8 m – 0 = 16,8 m² b) Parede de 6,0 m x 2,8 m com janela de 1,5 m x 2,0 m; Área = (6,0 m x 2,8 m) – (1,5 m x 2,0 m -2 m²) = 16,8 m² - 1,0 m² = 15,8 m² c) Parede de 6,0 m x 2,8 m com 1 janela de 1,5 m x 1,0 m e 1 janela de 1,5 m x 2,0 m. Área = (6,0 m x 2,8 m) – 0 – (1,5 m x 2,0 m – 2,0 m²) = 15,8 m² DICAS DE LEVANTAMENTOS E ESTIMATIVAS A quantidade de blocos e argamassa por m² de alvenaria depende da dimensão do bloco e da espessura das juntas horizontais e verticais. Número de Blocos por m² de parede: Volume de Argamassa por m² de Alvenaria: A maneira mais prática é subtrair de 1m² a área frontal dos blocos existentes nessa área e multiplicar o resultado pela espessura da parede (b3). DICAS DE LEVANTAMENTOS E ESTIMATIVAS Quantidade de argamassa e blocos de levante Exemplo. Calcular a quantidade de cada insumo necessário para a construção de 1 m² de parede de alvenaria de blocos cerâmicos de 9 cm (largura) x 14 cm x 19 cm, com juntas horizontais e verticais de 1,5 cm de largura. A elevação da parede consome 0,90 h de pedreiro por m² e igual incidência de servente. Adotam-se os seguintes consumos para fabricação de 1 m³ de argamassa: 190 kg de cimento; 0,632 m³ de arenoso; 0,948 m³ de areia média; 10 h de servente. Exemplo Composição de Insumos por m² de alvenaria (composição unitária) do Exercício Anterior: Insumo Unidade Índice Bloco Um 31,47 Cimento Kg 2,79 Arenoso m³ 0,0093 Areia m³ 0,0139 Servente h 0,1466 + 0,90 = 1,0466 Pedreiro h 0,90 Esta composição considera o consumo nominal dos insumos, sem perdas. Não esquecer de levantar as quantidades de serviços em todas as pranchas dos projetos; Dar mais atenção aos serviços mais importantes (mais caros) da curva ABC; Serviços com materiais ou acessórios baratos podem ser estimados (buchas, arruelas, conexões, etc); Cuidados: COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO • Composição de custos: processo de estabelecimento dos custos incorridos para a execução de um serviço ou atividade. Composição de Insumos Composição de Custos COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO •Custo Unitário: é o custo correspondente a uma unidade de serviço. • Insumo: cada um dos itens de material, mão-de-obra e equipamento que entram no cômputo da composição de custos de um serviço. • Unidade: unidade de medida dos insumos (pode ser kg, m², m³, un., hora, etc.). • Quantidade: quantidade empregada de cada insumo na execução de uma unidade do serviço. COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO •Índice: É a incidência de cada insumo na execução de uma unidade do serviço. •Custo Unitário: custo de aquisição ou emprego de uma unidade do insumo, conforme cotação mais recente. • Custo Total: é o custo total do insumo na composição de custos unitários. É obtido pela multiplicação do índice pelo custo unitário. • Apropriação: processo de obtenção dos índices reais de consumos de material e de produtividade de mão-de-obra de uma empresa. • Cotação: levantamento dos preços unitários dos insumos, para o local e data de execução dos serviços, a partir de pesquisas de mercado e consulta a fornecedores. COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO: A composição de custos unitários é uma tabela que apresenta todos os insumos que entram diretamente na execução de uma unidade do serviço, com seus respectivos custos unitários e totais. Ela é constituída de 5 colunas. Ver interpretação da composição de custos na página 66 dolivro Aldo Dórea INSUMO UNIDADE ÍNDICE CUSTO UNITÁRIO (R$) CUSTO TOTAL (R$) Armador h 0,10 6,90 0,69 Ajudante h 0,10 4,20 0,42 Aço CA-50 Kg 1,10 2,90 3,19 Arame recozido n18 Kg 0,03 5,00 0,15 Total 4,45 Exemplos das págs 64 e 67 Composição de custos unitários Exemplo - Interpretar a composição; - Calcular quantidades e custos de cada insumo para uma obra de 80m³ de concreto estrutural; - Dimensionar a equipe para que o serviço termine em um prazo de 40 horas; Preparo, lançamento e adensamento de concreto com fck= 250kgf/cm². Para 1m³ de concreto utiliza-se: INSUMO UNIDADE ÍNDICE CUSTO UNITÁRIO (R$) CUSTO TOTAL (R$) Cimento Kg 306,00 0,36 110,16 Areia m³ 0,901 35,00 31,54 Brita 1 m³ 0,209 52,00 10,87 Brita 2 m³ 0,627 52,00 32,60 Pedreiro h 1,000 6,90 6,90 Servente h 8,000 4,20 33,60 Betoneira h 0,35 2,00 0,70 Total 226,37 Composição de custos unitários PARA 80M³ DE CONCRETO Quanto as quantidades totais: cimento 306,00Kg/m³ x 80m³ 24,48 Kg areia 0,901m³/m³ x 80m³ 72,08 m³ brita 0 0,209m³/m³ x 80m³ 16,72 m³ brita 1 0,627m³/m³ x 80m³ 50,16 m³ pedreiro 1h/m³ x 80m³ 80 horas servente 8h/m³ x 80m³ 640 horas betoneira 0,35h/m³ x 80m³ 28 horas Quanto aos custos totais: cimento R$ 110,16/m³ X 80m³ R$ 8.812,80 areia R$ 31,54/m³ X 80m³ R$ 2.522,80 brita 1 R$10,87/m³ x 80m³ R$ 869,44 brita 2 R$32,60/m³ x 80m³ R$ 2.608,32 pedreiro R$6,90/m³ x 80m³ R$ 552,00 servente R$33,60/m³ x 80m³ R$ 2.688,00 betoneira R$0,70/m³ x 80m³ R$ 56,00 TOTAL R$ 18.109,36 Quanto ao Dimensionamento da Equipe: A equipe deve estar dimensionada para que o prazo final seja de 40 horas. SERVENTE: 640 homens-hora / 40 horas = 16 serventes PEDREIRO: 80 homens-hora / 40 horas = 2 pedreiros Pintura: Materiais e Quantitativos utilizados??? Preparação da parede Lixas Selador Massa corrida Tinta A maneira mais prática de calcular e documentar os quantitativos chapisco, emboço, reboco, massa, pintura de paredes, azulejo e rodapé é mediante a utilização de um Formulário cujos dados de entrada são o perímetro (de paredes) e a altura de cada cômodo. Formulários de levantamento Dados de Entrada Formulários para levantamento de Revestimento Descontos para vãos que excederem 2m² Elementos inviáveis de levantamento da área pintada Como portas, portões, janelas, grades e armários possuem reentrâncias, fica impraticável levantar a área real a ser pintada. A regra usada é aplicar um multiplicador sobre a área frontal (vão-luz) do elemento a ser pintado, conforme quadro a seguir: Formulário para levantamento de Pisos Utilizado para o levantamento das quantidades de piso, contrapiso, impermeabilização, forro e pintura de teto. Estes serviços são vinculados a Área do Cômodo. Cobertura Deve-se sempre levar em consideração a inclinação de cada água do telhado, que normalmente é dada sob a forma percentual. Exercício: Levantar a área do telhado mostrado abaixo: Quantidade de telhas do Exercício Anterior: Primeira Água: 250,6 x 13,7 = 3433,22 Telhas Segunda Água: 103,4 x 13,7= 1416,58 Telhas PERDAS DE INSUMOS Carga e descarga malfeitas Armazenamento impróprio Manuseio e transporte impróprios Roubo Insumo Perda (%) Motivo Aço 15 Desbitolamento das barras e pontas que sobram Azulejo 10 Transporte, manuseio e cortes para arremates Cimento 5 Preparo de concreto e argamassa com betoneira Cimento 10 Preparo de concreto e argamassa sem betoneira Blocos de Concreto 4 Transporte, manuseio e arremates Blocos Cerâmicos 8 Transporte, manuseio e cortes Fonte: Aldo Dórea Mattos – Como preparar orçamentos de obras PERDAS DE INSUMOS PERDAS DE INSUMOS Uma laje projetada para 10 cm, que venha a ter dimensão final de 10,5 cm já representa perda de 5%, ainda que não se veja resíduo. Testemunhos de concreto extraídos da estrutura Diferenças dimensionais também são observadas em reboco, chapisco, contrapiso,... PERDAS DE INSUMOS Com relação as madeiras para as formas, as perdas surgem principalmente das sobras nas atividades de corte e montagem. MADEIRA REAPROVEITAMENTO Materiais Permanentes: Ficam incorporados ao produto final. Materiais Não Permanentes: Podem ser reutilizados mais de uma vez na obra. O reaproveitamento depende da qualidade da mão de obra, da qualidade do material, do cuidado no manuseio, e muitas vezes, do projeto. REAPROVEITAMENTO Na composição de custos, quando um material pode ser aproveitado n vezes, seu índice de utilização deve aparecer dividido por n. Exemplo: As folhas de compensado são usadas em média 4 vezes, este insumo deve aparecer com uma incidência de apenas 0,25m² por m² de forma de compensado. O consumo de material necessário para um serviço pode ser matematicamente levantado a partir de especificações técnicas e com o estabelecimento de índices de perdas. O estabelecimento da produtividade da mão-de-obra é um processo empírico e depende de uma série de fatores, tais como experiência, grau de conhecimento do serviço, supervisão, motivação, etc. O consumo de materiais e a produtividade devem ser continuamente aferidos em campo, e informados ao setor de orçamento, para fins de atualização das composições de custo unitário. COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO Diante da inexistência de valores de produtividade ou de consumo de materiais, podem ser consultados índices apresentados em fontes de literatura especializada. Um boa referência é a tradicional publicação “Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos – TCPO”, da Editora PINI. As composições integrantes do TCPO não são propriamente composições de custos unitários, pois faltam as colunas de custo, mas apresentam as quantidades médias de cada insumo para cada unidade de atividade ou serviço. Outras fontes são composições sugeridas por fabricantes, revistas técnicas e livros especializados. Cada organização, no entanto, deve buscar fazer suas apropriações com base no que efetivamente está sendo executado nos seus canteiros de obra. COMPOSIÇÃO DE CUSTO UNITÁRIO Para o empregador, o custo total real de um operário é a soma do salário- base com todos os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios estipulados pela legislação e pelas convenções do trabalho. Considerando que uma obra pode chegar a ter mais de 50% do seu custo composto por mão-de-obra, a estimativa correta dessa categoria de custos e dos encargos sociais associados torna-se fator fundamental para a precisão do orçamento. Não há uma metodologia ou tabela única para a estimativa dos encargos sociais. Quanto mais detalhado e abrangente for o cálculo dos encargos sociais, menor será o risco de se subestimar os gastos com mão-de-obra ao longo da obra. ENCARGOS SOCIAIS Os encargos sociais normalmente são divididos em 4 grupos: - encargos sociais básicos (grupo A) - encargos trabalhistas (grupo B) - encargos trabalhistas e indenizatórios (grupo C) - incidências cumulativas (grupo D) ENCARGOS SOCIAIS Para os operários, o custo ao empregador é computado com base na quantidade de horas trabalhadas. Nesse caso, os respectivos encargos sociais são denominados “encargos dos horistas”. Os encargos dos horistas geralmente são superiores a 100% do salário- base do operário. ENCARGOS SOCIAIS Para os funcionários integrantes das equipes técnicas, administrativa e de suporte à obra, o custo ao empregador é computado com base na remuneração mensal (ex.: engenheiro, mestre, encarregado, apontador, almoxarife, etc.). Nesse caso, os respectivos encargos são denominados “encargos dos mensalistas”. Os encargossociais dos mensalistas são menores, pois o salário mensal pactuado com o empregador já cobre o repouso semanal remunerado, as faltas justificadas, o auxílio enfermidade e a licença paternidade. Além disso, o aviso prévio apresenta menor incidência, pois os mensalistas têm geralmente menor rotatividade na obra. ENCARGOS SOCIAIS INCRA: O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, é uma autarquia federal cuja missão prioritária é executar a reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional. Ao custo total direto de uma obra devem ser acrescidos os custos indiretos, os custos acessórios, o lucro e os impostos. A essas parcelas dá-se o nome de Bonificações e Despesas Indiretas - B.D.I. Em termos práticos, o B.D.I. é um percentual aplicado sobre o custo total direto da obra, para se chegar ao preço final de venda. BONIFICAÇÕES E DESPESAS INDIRETAS – B.D.I. Por depender da estimativa de custos indiretos e acessórios (administração central, custo financeiro, riscos/eventuais), que poderão variar para cada situação, não há uma regra única para o cômputo do B.D.I. Em uma mesma empresa, obras diferentes podem ter percentuais diferentes de B.D.I. A fixação do B.D.I. em um percentual único para toda e qualquer obra (25% por exemplo) não é tecnicamente correto, apesar de ser prática comum na administração pública. O B.D.I. deve ser orçado com critério, respeitando-se as particularidades de cada projeto. BONIFICAÇÕES E DESPESAS INDIRETAS – B.D.I. Fórmula sugerida para o B.D.I.: Onde: B = Lucro (benefícios ou bonificações) em % DI = Despesas indiretas em % I = Impostos (tributos) em % Leitura Complementar: http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/a-formula-do-bdi- 341256-1.aspx BONIFICAÇÕES E DESPESAS INDIRETAS – B.D.I. 1 1 )1( I DIB BDI
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