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Estruturas Metálicas Aula 3 –Segurança nas Estruturas: Método dos Estados Limites . Prof. Rosanna Duarte F. Dutra, MSc. 1 2 01 - introdução No projeto de uma estrutura é fundamental que a mesma desempenhe as funções a que se destina com o máximo de ECONOMIA e EFICIÊNCIA. O caráter econômico da estrutura deve ser assegurado através de uma análise dos materiais e das tecnologias disponíveis, comparando-se os custos de matérias primas, distâncias de transporte, consumo de materiais e de mão-de-obra, tempo de execução, etc. Definido o material e a tecnologia, deve-se procurar a otimização do sistema estrutural a ser adotado, buscando o equilíbrio entre o consumo de material e de mão-de-obra. 3 01 - introdução Em muitos projetos é possível obter bons resultados com a padronização das dimensões dos elementos, mesmo que às custas de um consumo maior de material, uma vez que, com a padronização, é possível diminuir-se consideravelmente o emprego da mão-de-obra. 4 01 - introdução Avaliação da Segurança Projeto Estrutural Economia Eficiência Eficiência Segurança Conforto Resistente Estável Duradoura 5 Para assegurar a eficiência de uma estrutura deve-se buscar um projeto econômico mas que permita que a estrutura tenha CONDIÇÕES DE SEGURANÇA, o que significa apresentar-se resistente, estável e duradoura. O conceito de segurança em estruturas costuma ter dois aspectos que, algumas vezes, podem ser confundidos entre si: O primeiro é qualitativo, dizendo-se que uma estrutura possui ou não possui segurança. O segundo é quantitativo, buscando-se atribuir um valor ao nível de segurança alcançado ou desejado. Avaliação da Segurança 6 Avaliação da Segurança Existe ou Não Segurança ? Qual o “valor” da Segurança ? Aspecto Qualitativo Aspecto Quantitativo 7 Avaliação da Segurança Qualitativamente, diz-se que uma estrutura é segura quando ela é capaz de suportar, sem sofrer danos, todas as ações que vierem a solicitá-la, desde a fase de construção até o final de sua vida útil. Entende-se como ações as causas externas capazes de produzir esforços internos e deformações na estrutura. Vida útil – varia de acordo com a finalidade da construção. Para as catedrais medievais (1000 anos); usinas hidrelétricas (100 anos); construções industriais, como as usinas siderúrgicas, os pólos petroquímicos, as fábricas e oficinas são concebidas para uma vida útil de 50 anos, assim como edifícios e demais construções comerciais, residenciais e agrícolas. 8 50 anos é muito tempo para que as atividades planejadas para aqueles ambientes permaneçam inalteradas (residência -> consultório, escritório -> biblioteca, etc.). Neste tempo muitas novas interferências climáticas podem surgir como por exemplo os ventos mais fortes, neve ou terremotos no Brasil (ciclones na costa do sul do país). Manutenções dos vários elementos devem ser previstas neste tempo mas são difíceis de controlar (obrigar) suas execuções. Avaliação da Segurança 9 Avaliação da Segurança Durante o período previsto para a sua vida útil, uma estrutura não deve apresentar deformações e/ou deslocamentos excessivos, trincas, perda de equilíbrio, colapso ou ruína ou seja, não deve apresentar falhas que impeçam ou mesmo prejudiquem a utilização para a qual foi projetada. A principal questão relativa ao aspecto quantitativo é a dificuldade encontrada na mensuração da segurança oferecida por uma estrutura, verificando-se que vários métodos foram desenvolvidos e aperfeiçoados para esta finalidade. 10 Aspecto Quantitativo Método Intuitivo Estruturas Anti-Econômicas Mecânica das Estruturas Métodos Experimentais Quantificação da Segurança 11 Método das Tensões Admissíveis Este é o método que serviu de base às normas de dimensionamento das estruturas até quase os dias de hoje mas, devido a algumas falhas, vem sendo substituído por outros métodos. Este método introduz a segurança no dimensionamento, de duas maneiras distintas: Nos elementos submetidos a solicitações estabilizantes, como as de tração, utiliza o coeficiente de segurança interno γi Nos elementos que podem apresentar flambagem, como por exemplo, em pilares ou vigas que não possuem adequadas contenções laterais, o método utiliza o coeficiente de segurança externo, só que dividindo o carregamento teórico de ruptura ou de colapso para obter o valor admissível. 12 Método das Tensões Admissíveis Limitar as tensões atuantes na barra Filosofia Variabilidade das tensões de ruptura e escoamento Variabilidade das intensidades das ações Imprecisões geométricas e construtivas 13 Método das Tensões Admissíveis Falhas Incertezas consideradas em um único parâmetro Verificação de tensões máximas localizadas Determinação Empírica Esse método está em desuso ! 14 Rússia: 1947 a 1949 Aprovado em 1955 Introduzido na Engenharia Civil em 1958 Método dos Estados Limites Estado Limite Último Estado Limite de Utilização Inviável ou Inadequado Inseguro Seguro Adequado Limite Inviável ou Inadequado Inseguro 15 Estados Limites Últimos (ELU) Relacionados ao colapso ou outra forma de ruína que paralise o uso da estrutura Estados Limites de Utilização ou de serviço (ELS) Relacionados à durabiblidade, aparência, conforto do usuário e uma boa utilização da estrutura Esgotamento da Capacidade Portante Perda de Estabilidade Deformações Excessivas Fissuração Inaceitável 16 Método dos Estados Limites Exemplos de Estados Limites Estados Limites Últimos Perda da estabilidade de equilíbrio Colapso da seção transversal Formação de mecanismos na estrutura Estados Limites de Utilização Deformações excessivas Vibrações excessivas 17 Flambagem Global 18 Ruptura da Seção Transversal 19 Exemplos de Estados Limites de Utilização 20 Deslocamentos Excessivos 21 22 Rotações Excessivas M 23 Método dos Estados Limites Coef. externo e interno (Método dos estados limites) Análise direta Ensaios em Corpos-de-prova Majoração devida às incertezas de cada uma das ações! 24 Método dos Estados Limites Identificação dos estados limites aplicáveis Determinação dos níveis aceitáveis de segurança Segurança Conforto Resistência Solicitação Limitar Deslocamentos Dimensionamento Condição de Segurança Rd Sd 25 Método dos Estados Limites Solicitação de Cálculo Solicitação Nominal Coeficiente de Segurança Majoração das Ações Podemos adotar f = 1,4 26 Método dos Estados Limites Majorar as solicitações significa verificar quais ações atuam simultaneamente sobre a estrutura e que provoquem as mesmas solicitações. Acontece que cada ação tem sua inerente variabilidade natural e pode ser analisada separadamente, por exemplo: Poderemos inferir individualmente sobre cada uma das solicitações que atuam na estrutura exemplo acerca das suas variabilidades, probabilidades de ocorrências simultâneas, etc. 27 Método dos Estados Limites Resistência de Cálculo Resistência Nominal Coeficiente de Segurança Minoração da Resistência 28 Método dos Estados Limites AÇÕES: causas externas (carga, ΔT, recalque, etc) que produzem esforços, tensões e deformações na estrutura. AÇÕES PERMANENTES: valores ctes durante toda a vida da construção ou que crescem com o tempo tendendo a um valor limite. AÇÕES PERMANENTES DIRETAS: peso próprio da estrutura; peso dos elementos construtivos fixos e instalações permanentes AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS: devido a deformações impostas. Ex: retração, fluência, deslocamentos de apoio (recalques), imperfeições geométricas, protensão. 29 Método dos Estados Limites AÇÕES VARIÁVEIS: seus valores variam durante a vida da construção DIRETAS: cargas acidentais previstas para o uso da construção, ação do vento e chuva. Ex: pessoas, veículos, mobiliário,etc INDIRETAS: causadas por variações de temperatura e ações dinâmicas (choques, vibrações) AÇÕES EXCEPCIONAIS Situações excepcionais de carregamento, se houver. 30 Método dos Estados Limites Situação de Projeto Várias Ações Atuando As ações podem atuar sob diversas combinações 31 A Norma NBR-8800/2008 Esta norma particulariza a aplicação do Método dos Estados Limites às estruturas de edifícios executadas com aço, com espessura dos elementos (perfis e chapas) igual ou superior a 3,0mm (1/8”). Coeficientes de ponderação das ações (NBR 8800/2008 – item 4.7.6) As ações devem ser ponderadas pelo coeficiente f, dado por: f = f1.f2.f3 32 Coeficientes de ponderação das ações (NBR 8800/2008 – item 4.7.6) f1 = parcela do coeficiente de ponderação das ações f, que considera a variabilidade das ações; f2 = parcela do coeficiente de ponderação das ações f, que considera a simultaneidade de atuação das ações; f3 = parcela do coeficiente de ponderação das ações f, que considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos, seja por deficiência do método de cálculo empregado, de valor igual ou superior a 1,10. 33 Coeficientes de ponderação das ações no estado-limite último (ELU) (NBR 8800/2008 – item 4.7.6.1) Os valores-base para verificação dos estados-limites últimos são apresentados nas Tabelas 1 e 2 da NBR 8800/2008, para o produto f1.f3 e para f2, respectivamente. O produto f1.f3 é representado por g ou q. O coeficiente f2 é igual ao fator de combinação 0. O valor do coeficiente de ponderação de cargas permanentes de mesma origem, num dado carregamento, deve ser o mesmo ao longo de toda a estrutura. 34 Coeficientes de ponderação das ações no estado-limite de serviço (ELS) (NBR 8800/2008 – item 4.7.6.2) Em geral, o coeficiente de ponderação das ações para os estados-limites de serviço, f, é igual a 1,0. Nas combinações de ações de serviço (item 4.7.7.3 da NBR 8800/2008) são usados os fatores de redução 1 e 2, dados na Tabela 2 da NBR 8800/2008, para obtenção dos valores freqüentes e quase permanentes das ações variáveis, respectivamente. 35 Tabela 1 da NBR 8800/2008 - Valores dos coeficientes de ponderação das ações f =f1.f3 36 37 Tabela 2 da NBR 8800/2008 - Valores dos coeficientes de combinação Ψ0 e de redução Ψ 1 e Ψ 2 para as ações variáveis 38 Combinações a serem pesquisadas para os ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS (NBR 8800/2008 - item 4.7.7.2) Combinações NORMAIS: FGi,k = valores característicos das ações permanentes; FQ1,k = valor característico da ação variável considerada principal para a combinação; FQj,k = valores característicos das ações variáveis que podem atuar concomitantemente com a ação variável principal. 39 Combinações a serem pesquisadas para os ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS (NBR 8800/2008 - item 4.7.7.2) Combinações ESPECIAIS e DE CONSTRUÇÃO FQ1,k = valor característico da ação variável especial; 0j,ef = fatores 0j adotados nas combinações normais, salvo quando a ação variável especial FQ1 tiver um tempo de atuação muito pequeno, caso em que 0j,ef podem ser tomados como os correspondentes fatores de redução 2j. 40 Combinações a serem pesquisadas para os ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS (NBR 8800/2008 - item 4.7.7.2) Combinações EXCEPCIONAIS FQ,exc = valor da ação transitória excepcional. 41 Combinações a serem pesquisadas para o ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO (NBR 8800/2008 - item 4.7.7.3) Combinações FREQUENTES DE SERVIÇO (conforto dos usuários e funcionamento de equipamentos, tais como vibrações excessivas, movimentos laterais excessivos que comprometam a vedação, empoçamentos em coberturas e aberturas de fissuras): 42 Combinações a serem pesquisadas para o ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO (NBR 8800/2008 - item 4.7.7.3) Combinações QUASE PERMANTENTES DE SERVIÇO (utilizadas para os efeitos de longa duração e para a aparência da construção – deslocamentos excessivos que não provoquem danos a outros componentes da construção, e não questões meramente estéticas): 43 Combinações a serem pesquisadas para o ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO (NBR 8800/2008 - item 4.7.7.3) Combinações RARAS DE SERVIÇO (atuam no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura, causando danos permanentes à estrutura ou a outros componentes da construção; formação de fissuras e danos aos fechamentos): 44 Exercícios Uma viga de edifício comercial está sujeita a momentos fletores oriundos de diferentes cargas: Peso próprio de est. metálica Mg1 = 10kNm Peso dos outros componentes não Metálicos permanentes Mg2 = 50kNm Ocupação da estrutura Mq = 30kNm Vento Mv = 20kNm Calcular o momento fletor solicitante de projeto Md 45 Exercícios Uma diagonal de treliça de telhado está sujeita aos seguintes esforços oriundos de diferentes cargas: Peso próprio da treliça e cob. metálica Ng = 1kN Vento de sobrepressão v1 Nv1 = 1,5kN Vento de sucção v2 Nv2 = -3kN Sobrecarga variável Nq = 0,5kN Calcular o esforço normal solicitante de projeto Nd
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