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131 FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Objetivos • Conhecer alguns fármacos que agem em diversos sistemas do organismo humano. • Relacionar suas ações com suas utilidades terapêuticas. • Estudar os mecanismos através dos quais os fármacos produzem seus efei- tos (desejados e indesejados). Conteúdos • Fármacos que agem no sistema nervoso (Sistema Nervoso Autônomo e Sis- tema Nervoso Central). • Fármacos anti-inflamatórios e quimioterápicos. • Fármacos que afetam os sistemas cardiovascular, renal e endócrino. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: UNIDADE 4 132 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS 1) Não se limite a este conteúdo; busque outras informações em sites confiá- veis e/ou principalmente nas referências bibliográficas, apresentadas ao fi- nal de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamen- to pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Para aprofundar seu conhecimento nos conteúdos estudados nas unida- des, recorra aos materiais complementares apresentados no Conteúdo Digital Integrador. 3) Caso seja necessário, releia a unidade para um melhor entendimento do assunto. 4) Tenha sempre à mão o significado dos termos citados no Glossário de Con- ceitos e suas ligações pelo Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de não apenas esta, mas de todas as unidades. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 133© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS 1. INTRODUÇÃO Neste momento, você já conhece um pouco dos principais conceitos da farmacocinética e da farmacodinâmica. Nesta uni- dade, você conhecerá a utilidade terapêutica e o mecanismo de ação de muitos fármacos que são utilizados na terapia medica- mentosa de diversas condições patológicas ou mesmo de des- conforto para os seres humanos. Iniciaremos nosso estudo abordando as substâncias que in- terferem no funcionamento do sistema nervoso. Primeiramente, veremos os fármacos que agem como agonistas e antagonistas no Sistema Nervoso Autônomo (SNA) ou visceral. Depois, estu- daremos os efeitos dos fármacos que agem no Sistema Nervoso Central (SNC) e que são utilizados em alguns transtornos neuro- lógicos (anticonvulsivantes, antiparkinsonianos) e psiquiátricos (ansiolíticos antidepressivos e antipsicóticos). Ainda com relação aos fármacos que agem no sistema nervoso, abordaremos tam- bém os fármacos anestésicos, hipnoanalgésicos e antieméticos. No decorrer da unidade, estudaremos como agem os me- dicamentos analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios este- roides e não esteroides, os antimicrobianos (antibacterianos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários) e os antineoplásicos. Finalmente, fecharemos a unidade com os fármacos que agem nos sistemas cardiovascular, renal e endócrino (anti-hiper- tensivos, cardiotônicos, antiarrítmicos e antianginosos, anticoa- gulantes, diuréticos e antidislipidêmicos, estrógenos, andróge- nos e hipoglicemiantes orais). 134 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. Entende-se por Conteúdo Básico de Referência (CBR) o re- ferencial teórico e prático que o estudante deverá assimilar para a aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias a sua prática profissional. É a condensação dos principais conceitos, princí- pios, postulados, teses, regras, procedimentos e de seu fundamen- to ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Portanto, o Conteúdo Básico de Referência tem como base o ementário, os objetivos, os conteúdos instrucionais e as competências estabelecidos no Projeto Político-Pedagógico do Curso. A partir do Tópico 2, serão apresentados e desenvolvidos os conteúdos da unidade. Os conteúdos são apresentados de forma dialógica e com a finalidade de contribuir para o aprendi- zado do aluno, que ocorre na Sala de Aula Virtual. Não há limite de tópicos para o desenvolvimento dos conteúdos. 2.1. FÁRMACOS QUE AFETAM O SISTEMA NERVOSO AUTÔNO- MO E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL Fármacos que afetam o Sistema Nervoso Autônomo Simpático e Parassimpático O sistema nervoso é o mais complexo dos sistemas orgâ- nicos e, por meio de sua atividade, permite nossa adaptação ao meio em que vivemos (GUYTON; HALL, 2002). 135© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Além de captar informações, o sistema nervoso as integra com as já existentes na memória e emite respostas. Constitui um dos principais sistemas de comunicação do organismo (GUYTON; HALL, 2002). As informações são transmitidas por condução elétrica ao longo dos axônios para o Sistema Nervoso Central (SNC) através dos nervos aferentes ou sensoriais, e também do SNC para a periferia, através dos nervos eferentes ou motores do Sistema Nervoso Periférico (SNP) (GUYTON; HALL, 2002). Para realizar a comunicação dos neurônios com outros neurônios ou com uma célula-alvo, precisamos de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. As moléculas des- sas substâncias se ligam com especificidade aos receptores loca- lizados na membrana das células (RANG, 2004). Os principais neurotransmissores do SNP são a acetilcolina (ACh) e a noradrenalina (NA) (GUYTON; HALL, 2002). A organi- zação integrada do sistema nervoso e a distribuição particular e diferenciada das diferentes famílias e dos subtipos dos recep- tores, desses sistemas de neurotransmissores, permitem efeitos direcionados ou seletivos (RANG, 2004). Os nervos do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) ou visce- ral são essenciais para o controle vegetativo do organismo, pois inervam importantes estruturas como o miocárdio, os músculos lisos (outras vísceras e vasos sanguíneos), além de glândulas. Funcionalmente, podem ser divididos em simpáticos e parassim- páticos (GUYTON; HALL, 2002). Graças à ampla distribuição dos receptores pelo corpo humano, o número de fármacos que podem ser utilizados para interferir no funcionamento do SNA é extenso. Para simplificar, 136 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS eles podem ser divididos e denominados conforme mimetizem ou inibam as ações simpáticas ou parassimpáticas. Na maioria das vezes, as ações do fármaco e também muitas das suas ações adversas são previsíveis, baseando-se nos conhecimentos de anatomia e fisiologia do sistema nervoso (GUYTON, HALL, 2002; GOODMAN, GILMAN, 2006; RANG, 2004; SILVA, 1998). Fisiologicamente, a atividade do SNA simpático está au- mentadaem condições associadas às situações do tipo “luta ou fuga”. Enquanto o aumento da atividade do SNA parassimpático está associado às condições de repouso e saciedade, por exem- plo (GUYTON; HALL, 2002). A atividade simpática pode ser aumentada pelos fármacos que imitam ou aumentam a ação da NA. Já a atividade paras- simpática é aumentada por fármacos que imitam ou aumentam a ação da ACh. Da mesma forma, essas atividades podem ser diminuídas ou bloqueadas por fármacos que diminuem ou blo- queiam as ações desses dois neurotransmissores (GOODMAN; GILMAN, 2006). Uma vez que os componentes simpático e parassimpático do SNA agem de forma tônica, o antagonismo de um componen- te resulta em um aumento da atividade do outro (RANG, 2004). Como citado anteriormente, podemos dividir os fármacos que interferem no funcionamento do sistema nervoso a partir de seus mecanismos de ação. Assim, existem fármacos que aumentam a neurotransmis- são por meio de diferentes mecanismos de ação, pois: • agem como agonistas dos receptores; • causam a liberação dos neurotransmissores; • evitam a degradação do neurotransmissor. 137© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS E há fármacos que suprimem a neurotransmissão, pois: • agem como antagonistas dos receptores pré-sinápticos; • agem como antagonistas dos receptores pós-sinápticos; • agem como bloqueadores ou antagonistas ganglionares. Fármacos que afetam o Sistema Nervoso Central Iniciaremos agora o estudo dos psicofármacos, ou seja, aqueles fármacos que são utilizados para tratar os transtornos psiquiátricos como ansiedade, depressão e as psicoses, entre elas, a esquizofrenia. É importante salientar que no Sistema Nervoso Central, além daqueles neurotransmissores citados anteriormente (NA e ACh), do Sistema Nervoso Periférico, existem também muitos outros neurotransmissores importantes, como a serotonina (5- HT) e a dopamina (DA), além de outros como, por exemplo, o ácido-gama-aminobutírico ou GABA (GUYTON; HALL, 2002). A farmacoterapia dos transtornos psiquiátricos é funda- mentada na teoria monoaminérgica. Nessa teoria, fundamen- tada na década de 1960, as monoaminas, como a NA, a 5-HT e a DA, exerceriam um papel fundamental na etiologia desses transtornos (GOODMAN; GILMAN, 2006). No SNC também temos fármacos que: 1) aumentam ou facilitam as neurotransmissões; 2) agem como agonistas dos receptores; 3) facilitam a síntese e/ou a liberação dos neurotransmissores; 4) evitam a degradação do neurotransmissor; 5) diminuem ou suprimem as neurotransmissões; 6) agem como antagonistas dos neurotransmissores nos receptores pré e pós-sinápticos. 138 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos Ansiolítico é o termo utilizado para se referir aos fármacos utilizados para combater a ansiedade. Não obstante, esta cate- goria de fármacos foi ampliada recentemente com a introdução dos fármacos antidepressivos, que atualmente constituem a principal categoria terapêutica de fármacos utilizada para tratar a ansiedade (KATZUNG, 2005). O mecanismo de ação dos fármacos ansiolíticos clássicos como os barbitúricos e os benzodiazepínicos é aumentar ou fa- cilitar a neurotransmissão mediada pelo neurotransmissor inibi- tório GABA, como faz o etanol presente nas bebidas alcoólicas. Essa ação decorre da ativação do receptor GABA A (Figura 1), com consequente aumento da entrada de íons cloreto nos neurônios que hiperpolariza suas membranas, dificultando assim a ativida- de nervosa (RANG, 2004). Figura 1 Receptor GABAA. Como foi destacado anteriormente, existem fármacos que interferem nas transmissões mediadas pelas substâncias neuro- 139© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS transmissoras NA e 5-HT, como os antidepressivos. Esses fárma- cos podem ser divididos em diversas classes: 1) Fármacos agonistas dos receptores 5-HT 1A serotonérgicos. 2) Inibidores não seletivos da recaptação de noradrenali- na e serotonina (antidepressivos tricíclicos). 3) Os pertencentes a diversas categorias químicas. 4) Fármacos inibidores da monoaminoxidase. 5) Fármacos inibidores seletivos da recaptação de nora- drenalina ou serotonina. São representantes dessa classe de fármacos: buspirona, imipramina, amitriptilina, venlafaxina, mirtazapina, bupropiona, moclobemida, maprotilina, citalopram, fluoxetina, sertralina, pa- roxetina e muitos outros. Os fármacos utilizados para tratar a esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos são chamados de antipsicóticos ou neuro- lépticos. Esses fármacos possuem como principais mecanismos de ação diminuir a neurotransmissão mediada pela DA e alguns deles também interferem na neurotransmissão mediada pela 5-HT (RANG, 2004). Nessa categoria de fármacos, existem aqueles que são de- nominados antipsicóticos típicos, que agem como antagonistas dos receptores D2 da DA. Já os antipsicóticos atípicos, além de agirem como antagonistas dos receptores D2 da DA, também agem como antagonistas dos receptores 5-HT2 da 5-HT (GOOD- MAN; GILMAN, 2006). Essa última categoria de fármacos produz uma menor inci- dência de efeitos colaterais, como os distúrbios motores que são 140 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS bem frequentes, e os endócrinos, produzidos pelo uso crônico dos antipsicóticos típicos (RANG, 2004; GOODMAN, GILMAN, 2006). São representantes dos antipsicóticos: clorpromazina, ha- loperidol, tiotixeno, flufenazina, risperidona, clozapina, sulpirida, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol, entre outros (RANG, 2004; GOODMAN, GILMAN, 2006). Anticonvulsivantes e antiparkinsonianos Os fármacos anticonvulsivantes são utilizados principal- mente para o tratamento dos distúrbios epilépticos, mas tam- bém quando há necessidade de conter processos convulsivos desencadeados, por exemplo, por outra droga (PAGE, 2004). Basicamente, o mecanismo de ação dessas drogas está associado aos processos de diminuição da atividade neuronal (SILVA, 1998). Essa condição é alcançada por meio de diferen- tes mecanismos que promovem um aumento das ações inibitó- rias exercidas pelo GABA, mas também por outros mecanismos que facilitem os processos inibitórios das células nervosas como, por exemplo, o aumento do período refratário das membranas. Representam esse grupo de fármacos: barbitúricos, benzodiaze- pínicos, ácido valproico, carbamazepina, fenitoína, gabapenti- na, vigabatrina, tiagabina, dentre outros (GOODMAN, GILMAN, 2006). Os antiparkinsonianos são os fármacos utilizados para mi- nimizar os distúrbios motores que acompanham o Mal de Par- kinson e outros tantos distúrbios motores (RANG, 2004). Trata-se de uma doença neurodegenerativa associada ao avanço da idade e que tem uma incidência cada vez maior na população brasileira, devido ao crescimento significativo dessa 141© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR,RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS parcela da população nas últimas décadas. A degeneração dos neurônios dopaminérgicos, com consequentemente diminuição nos níveis de DA, no núcleo estriado, são os principais respon- sáveis pela manifestação dos distúrbios motores (RANG, 2004). Os fármacos dessa categoria terapêutica agem de duas maneiras principais: • aumentando e facilitando a neurotransmissão mediada pela DA; • diminuindo as ações do neurotransmissor ACh, uma vez que existe um contrabalanço entre as ações desses dois sistemas de transmissão no sistema nervoso. Representam esses fármacos: levodopa, bromocriptina, tolcapona, selegilina, amantadina, biperideno e orfenadrina. Anestésicos, hipnoanalgésicos e antieméticos Abordaremos agora algumas categorias de fármacos utili- zados em diversas situações. Vamos começar falando sobre os anestésicos, que são utilizados para diminuir ou bloquear a percepção dos estímulos dolorosos. Os anestésicos podem ser divididos em duas catego- rias principais: os anestésicos locais e os anestésicos gerais. Os primeiros interferem perifericamente, impedindo o processo de condução dos estímulos nervosos. Agem basicamente interferin- do nos processos eletrofisiológicos, responsáveis pela ocorrência dos potenciais de ação, a base do impulso nervoso (RANG, 2004). São representantes desse grupo: lidocaína, bupivacaína, procaína, tetracaína, cocaína e outros. 142 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Já os anestésicos gerais são fármacos que produzem se- dação, relaxamento muscular e analgesia. Fazem com que o paciente fique inconsciente e não responsivo aos estímulos do- lorosos. Seus mecanismos de ação ainda não estão claramente elucidados (GOODMAN; GILMAN, 2006). Existem hipóteses que sugerem que suas ações estariam associadas à alteração das propriedades das bicamadas lipídicas das membranas ou então através da interferência sobre a ativi- dade dos canais iônicos (GOODMAN; GILMAN, 2006). São repre- sentantes desse grupo os anestésicos inalatórios, como halota- no, enflurano e óxido nitroso, e os anestésicos injetáveis, como tiopental, propofol, cetamina, entre outros. Os hipnoanalgésicos são os fármacos usados para produ- zir a analgesia de dores mais intensas, quando os analgésicos e anti-inflamatórios não são eficientes. Essa categoria de fármacos é denominada de opioide, uma vez que esses fármacos mimeti- zam as ações da morfina e de outras substâncias encontradas no ópio extraído da papoula (GOODMAN; GILMAN, 2006). Os fármacos opioides, os opiáceos naturais (morfina, co- deína) e seminaturais (heroína) agem por meio da ligação de suas moléculas nos receptores mi, delta e kapa. Representa esse grupo, além da morfina, codeína e derivados, muitos outros fár- macos como: meperidina, fentanila, propoxifeno, pentazocina e tramadol. Da mesma forma ocorre a ação dos peptídeos analgé- sicos do sistema opioide endógeno, representado pelas endorfi- nas, encefalinas e dinorfinas (GUYTON, HALL, 2002; GOODMAN, GILMAN, 2006; RANG, 2004). Antieméticos são os fármacos utilizados para suprimir náuseas e vômitos. A substância neurotransmissora dopamina, agindo na zona do gatilho quimiorreceptora, localizada no bulbo, 143© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS dispara esse processo (GUYTON, HALL, 2002; GOODMAN, GIL- MAN, 2006). Neste sentido, vários fármacos antipsicóticos e outros an- tagonistas dos receptores dopaminérgicos também bloqueiam essa ativação. Além dos antagonistas da dopamina, fármacos que antagonizam os receptores 5-HT3 e alguns poucos fárma- cos antagonistas colinérgicos e da histamina são eficientes para essa finalidade, embora o substrato neural afetado por esses úl- timos antagonistas ainda não tenha sido claramente identificado (GOODMAN, GILMAN, 2006). São representantes dessa categoria terapêutica: metoclo- pramida, proclorperazina, prometazina, ondansetrona, difeni- dramina, dimenidrinato, entre outros. As leituras indicadas no Tópico 3.1 tratam da parte da Farmacologia que estuda os efeitos dos fármacos que agem no sistema nervoso e que são utilizados para tratar diversas con- dições clínicas diferentes. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 2.2. FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Anti-inflamatórios, analgésicos e antitérmicos Abordaremos agora uma das categorias terapêuticas de fármacos mais utilizadas pelos seres humanos – os que possuem ação anti-inflamatória, analgésica e antitérmica. Podemos dividir esses fármacos em duas categorias: os fármacos anti-inflamató- rios esteroides e os fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) (GOODMAN; GILMAN, 2006). 144 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Os fármacos anti-inflamatórios esteroides são substâncias químicas sintéticas chamadas também de glicocorticoides, pois se assemelham ao hormônio esteroide cortisol tanto do ponto de vista químico quanto das suas ações. Esse hormônio é pro- duzido em condições fisiológicas na região cortical das glândulas suprarrenais (GUYTON; HALL, 2002). O cortisol e seus análogos sintéticos agem inibindo a ativi- dade de uma enzima chamada fosfolipase A2, responsável pela conversão dos fosfolipídios da membrana em ácido araquidôni- co (GOODMAN; GILMAN, 2006). Esse derivado fosfolipídico da membrana é uma substância precursora dos eicosanoides (pros- taglandinas, tromboxanos e leucotrienos), os principais respon- sáveis por uma gama de eventos que levam aos sinais dos pro- cessos inflamatórios (prostaglandinas), alérgicos (leucotrienos) e da coagulação sanguínea (tromboxanos). Por isso, justifica-se sua utilização como fármacos anti-inflamatórios e imunossu- pressores (RANG, 2004). Representa essa categoria de fármacos: dexametasona, betametasona, hidrocortisona, prednisona, prednisolona e vá- rios outros. Os fármacos AINEs constituem-se em um amplo grupo formado por substâncias químicas distintas. Nessa categoria, en- contramos: ácido acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno, ácido mefenâmico, nimesulida, coxibes, dipirona, paracetamol, entre outros. Esses fármacos, para produzirem seus efeitos, agem ini- bindo a atividade de outra enzima, a cicloxigenase (COX) (GOOD- MAN; GILMAN, 2006). Essa enzima participa, nas etapas finais, da síntese das prostaglandinas (uma família de mediadores quí- micos do processo inflamatório), e dos tromboxanos, importan- tes para a agregação plaquetária e coagulação sanguínea. Todos 145© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS os exemplos de AINEs citados anteriormente apresentam uma boa atividade anti-inflamatória, com exceção da dipirona e do paracetamol, que exercem predominantemente ações analgési- cas e antitérmicas (RANG, 2004). A inibição da atividade da enzima COX é também o princi- pal fator responsável pela grande incidência dos desconfortos, como azias, gastrites, úlceras e até mesmo sangramentos gas- trointestinais, especialmente nos pacientesidosos (KATZUNG, 2005). Estes efeitos indesejados são decorrentes do uso crônico destes fármacos em certas condições clínicas, como por exemplo, na artrite reumatoide. Os efeitos colaterais ocorrem porque os fármacos inibem a atividade de todas as isoformas da COX, não só aquelas induzidas pelo processo inflamatório, mas também as que são constitutivas celulares e que participam de importantes processos fisiológicos, como, por exemplo, a proteção da muco- sa gastrintestinal (GOODMAN, GILMAN, 2006; KATZUNG, 2005). 146 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Glicocorticoides Homeostasia renal Plaquetária Broncoconstrição Broncoconstrição Figura 2 Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios. Quimioterápicos – antimicrobianos: antibacterianos, an- tivirais, antifúngicos, antiprotozoários – antiparasitários e antineoplásicos Vamos descrever agora como age um grande número de fármacos que são conhecidos genericamente como quimioterá- picos. Iniciaremos esse grupo abordando o grupo dos fármacos antimicrobianos, ou seja, aqueles que combatem os micro-orga- nismos, como as bactérias, os vírus, os fungos e os protozoários (GOODMAN; GILMAN, 2006). 147© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Antibacterianos Os antimicrobianos utilizados para combater infecções bac- terianas constituem uma extensa lista de medicamentos. Esses fármacos podem ser bactericidas (que matam) ou bacteriostáti- cos (que inibem a proliferação) das bactérias. Neste caso, é o siste- ma imunológico do hospedeiro que as elimina (RANG, 2004). Para produzirem seus efeitos, esses fármacos interferem com alguns mecanismos básicos de manutenção da vida e da re- produção das bactérias. Essa interferência pode ocorrer com a sín- tese e reparação da parede celular bacteriana (peptideoglicano) que a protege externamente, ou atuam no interior das células, interferindo com o código genético (DNA e RNA), ou ainda com a síntese de proteínas da bactéria (GOODMAN; GILMAN, 2006). Os antibacterianos que atuam no interior da célula pos- suem mecanismos de ação similares aos dos fármacos utilizados para combater infecções por outros micro-organismos como protozoários, vírus e alguns fungos. Essas ações são bastante se- letivas, pois são direcionadas a estruturas específicas dos micro- -organismos (RANG, 2004). São exemplos de fármacos antibacterianos: benzilpeni- cilina, vancomicina, oxacilina, amoxicilina, cefalexina, cefaclor, ceftriaxona, ácido nalidíxico, ciprofloxacino, metronidazol, sulfa- metoxazol/trimetoprima, gentamicina, amicacina, cloranfenicol, eritromicina, azitromicina, lincomicina, tetraciclina, estreptomi- cina, rifampicina e muitos outros. Antivirais Os antivirais são os fármacos utilizados, como o próprio nome já diz, para combater os vírus. Esses micro-organismos são 148 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS parasitas intracelulares obrigatórios, porque necessitam do "ma- quinário" genético das células do hospedeiro para se reproduzir e se multiplicar (PAGE, 2004). Para tratar infecções por retrovírus como, por exemplo, a da síndrome da imunodeficiência humana (AIDS), utiliza-se co- quetéis de fármacos devido ao desenvolvimento de variedades resistentes do vírus às ações de determinado antirretroviral. Es- ses múltiplos fármacos agem em alvos virais distintos, como a inibição das enzimas DNA polimerase, transcriptase reversa ou protease (RANG, 2004). São exemplos de fármacos antivirais: aciclovir, amantadi- na, ribavirina, ribavirina , indinavir, efavirenz e outros. Antifúngicos Os antifúngicos ou antimicóticos são fármacos utilizados para combater as leveduras e os bolores, que são as formas de manifestação dos fungos. O tratamento antifúngico é direciona- do principalmente à destruição da parede celular dos fungos e das bactérias (GOODMAN; GILMAN, 2006). Apesar de as células humanas não terem essa parede ce- lular que resulta em uma seletividade entre células humanas e fúngicas, esses fármacos, em geral, são bastante tóxicos e de- vem ser utilizados com cautela, se administrados sistemicamen- te (GOODMAN; GILMAN, 2006). São representantes dos antifúngicos: nistatina, anfoterici- na B, miconazol, cetoconazol, clotrimazol, itraconazol, flucona- zol, griseofulvina, terbinafina e outros. 149© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Antiparasitários Os antiparasitários constituem um grupo de fármacos uti- lizados para combater os parasitas. Alguns protozoários combati- dos por este fármaco: giárdia (causadora da giardíase), entamoe- ba, trichomonas e plasmódio (causador da malária). Existem também muitos vermes que são combatidos utili- zando-se os anti-helmínticos. Muitos antiparasitários são fárma- cos que têm mecanismos de ação ainda desconhecidos. Alguns deles agem "quebrando" ou alterando os processos metabólicos do parasita, em uma igual à dos anti-helmínticos, que aumentam a permeabilidade da membrana celular ou ainda interferem na atividade dos seus canais iônicos (RANG, 2004). São antiparasitários: metronidazol, lindano, mebendazol, praziquantel, ivermectina, quinina, cloroquina, pirimetamina, entre outros. Antineoplásicos Os antineoplásicos são fármacos utilizados no combate à proliferação das células tumorais que se manifestam e se multi- plicam nas várias formas de câncer. Em geral, os fármacos anticâncer agem lesando o DNA des- sas células ou impedindo a sua reparação (RANG, 2004). Infeliz- mente, muitas células normais do organismo humano acabam também sendo vítimas desses fármacos que apresentam uma toxicidade significativa (GOODMAN; GILMAN, 2006). Em um paciente em tratamento quimioterápico, é funda- mental avaliar os efeitos adversos que vão limitar as dosagens utilizadas (RANG, 2004). Muitas células, como as dos folículos pilosos, as eritropoiéticas e leucopoiéticas, que revestem o trato 150 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS gastrintestinal, crescem e são substituídas em uma velocidade muito maior que outras células não cancerosas. Dessa forma, a supressão da medula óssea, a mucosite e a alopécia são efeitos colaterais previsíveis da maioria dos fármacos anticâncer, além da febre neutropênica, das náuseas e dos vômitos (GOODMAN, GILMAN, 2006; KATZUNG, 2005). Como abordado anteriormente, existem fármacos anticân- cer que atuam como antibióticos, antimetabólitos, hormônios, imunomoduladores e hematopoiéticos (RANG, 2004). A lista desses fármacos é bastante extensa: clorambucila, ciclofosfamida, estreptozocina, cisplatina, temozolomida, meto- trexato, mercaptopurina, pentostatina, 5-fluoruracila, citarabina, doxorrubicina, vincristina, vimblastina, etoposídeo, hidroxiureia, rituximabe, tamoxifeno, estrógenos, andrógenos, interferon, tre- tinoína, isotretinoína, filgrastim, oprelvecina e muitos outros. As leituras indicadas no Tópico 3.2 abordam os efeitos produzidospelos fármacos anti-inflamatórios, analgésicos, an- titérmicos e o vasto grupo de fármacos agrupados como qui- mioterápicos. Neste momento, você deve realizar essas leitu- ras para aprofundar o tema abordado. 2.3. FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS CARDIOVASCU- LAR, RENAL E ENDÓCRINO Abordaremos agora os fármacos que interferem no funcio- namento de alguns dos sistemas do organismo humano, como o cardiovascular, renal, endócrino ou hormonal. 151© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Os fármacos que possuem essas propriedades compõem uma extensa lista. Destacaremos, de forma resumida, os prin- cipais fármacos e seus mecanismos de ação. Não pretendemos esgotar o assunto, mas facilitar a compreensão. Anti-hipertensivos Existem muitos fármacos que agem de formas distintas e em locais diferentes do organismo como anti-hipertensivos. Sua ação ocorre por meio de mecanismos de ação moleculares dis- tintos para reduzir a pressão arterial, mas também em outras condições associadas ao sistema cardiovascular. Por exemplo, certos fármacos anti-hipertensivos agem como simpatolíticos, ou seja, diminuem as influências do SNA simpático sobre a fun- ção cardíaca e o tônus vascular (GOODMAN; GILMAN, 2006). Essa influência pode ocorrer de duas formas diferentes: • Por meio de fármacos (clonidina, metildopa) que ini- bem a liberação de NA dos terminais pré-sinápticos, agindo ao nível central ou perifericamente (reserpina, guanadrel); • Por meio do bloqueio dos receptores α e β adrenérgi- cos, os anti-hipertensivos podem alterar a atividade do coração, como os antagonistas β1-adrenérgicos (ateno- lol, propranolol, timolol, metaprolol), que agem blo- queando esses receptores do órgão. Eles impedem as ações da NA e A, responsáveis por sua ativação, e um consequente aumento da atividade cardíaca (frequên- cia cardíaca e força de contração) e da pressão arterial. Há também os antagonistas α1 e α2 adrenérgicos pós- -sinápticos periféricos (prazosina, fenoxibenzamina, fentolamina, doxazosina), que diminuem o tônus sim- 152 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS pático, noradrenérgico ou adrenérgico sobre as artérias e veias do organismo. Isso impede a vasoconstrição e o consequente aumento da resistência periférica e da pressão arterial. São utilizados também os fármacos que agem como antagonistas mistos ou não seletivos dos α e β receptores adrenérgicos (labetalol, carvedilol) (GOODMAN; GILMAN, 2006). Como vimos, os fármacos anti-hipertensivos podem agir também como vasodilatadores de ação direta sobre os vasos ou indiretamente, na síntese ou inibição da ação de mediadores químicos locais ou de hormônios (RANG, 2004). Existem vários fármacos vasodilatadores diretos que agem por mecanismos dis- tintos, como hidralazina, diazóxido, papaverina, nitroprussiato, entre outros. Como um aumento na concentração de íons cálcio é fun- damental para disparar o mecanismo da contração muscular, os antagonistas da entrada de íons cálcio na célula muscular lisa dos vasos sanguíneos também agem como vasodilatadores. São eles: verapamil, diltiazem, nifedipino e outros (RANG, 2004). Entre os fármacos que agem interferindo nas ações de me- diadores químicos ou hormônios, temos os inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina), como captopril, lisinopril, enalapril, dentre outros (RANG, 2004). Eles inibem a atividade dessa enzima, que é essencial para a produção de angiotensina, um hormônio que estimula a vasoconstrição e, portanto, é vaso- pressor (GUYTON, HALL, 2002; RANG, 2004). Há os fármacos que agem bloqueando as ações da angio- tensina II (forma ativa), como os antagonistas losartana, valsarta- na, além de outros (RANG, 2004). Há também os fármacos anta- gonistas, espironolactona e eplerenona, que bloqueiam as ações 153© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS do hormônio mineralocorticoide aldosterona, que age nos rins. Esse hormônio, ao se ligar em seus receptores, estimula a reab- sorção dos íons sódio e também da água, aumentando o volume líquido extracelular sanguíneo e a pressão sanguínea (GUYTON; HALL, 2002). Diuréticos Os diuréticos são fármacos que aumentam a formação da urina, agindo, dessa forma, como anti-hipertensivos (RANG, 2004). A eliminação de água e sódio favorece a diminuição da pressão sanguínea (GUYTON; HALL, 2002). Podemos classificar os diuréticos conforme sua ação em: diuréticos de alça (furosemida, ácido etacrínico, bumetanida), diuréticos tiazídicos (clorotiazida), diuréticos osmóticos (mani- tol) e diuréticos poupadores de potássio (amilorida, espirono- lactona, eplerenona e triantereno) (GOODMAN; GILMAN, 2006). Antianginosos Como descrito anteriormente, os antagonistas dos canais de cálcio são utilizados como anti-hipertensivos (KATZUNG, 2005), mas também são utilizados como antianginosos, assim como os nitratos (nitroglicerina, dinitrato de isossorbida). Estes últimos favorecem a formação do óxido nítrico, um gás mediador químico local com ação vasodilatadora (RANG, 2004). Até a he- parina, um anticoagulante, pode ser utilizado na angina. Anticoagulantes Os dois principais anticoagulantes, heparina e varfarina, e seus derivados, são os fármacos utilizados na prevenção pré- 154 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS -cirúrgica da trombose de veias profundas e da embolia pulmo- nar. (KATZUNG, 2005). Simplificadamente, esses fármacos agem por mecanismos distintos que inibem direta ou indiretamente a trombina e outros fatores de coagulação sanguínea (GOODMAN; GILMAN, 2006). Antiarrítmicos Os fármacos antiarrítmicos agem para restabelecer a con- tração do miocárdio com sincronismo. Nesta categoria terapêuti- ca, encontramos várias classes de fármacos que agem por meca- nismos diferentes (RANG, 2004). Assim, temos os antiarrítmicos da classe IA (quinidina, procainamida e disopiramida), os antiar- rítmicos da classe IB (lidocaína, mexiletina), os antiarrítmicos da classe IC (flacainida, propafenona), os antiarrítmicos da classe II (propranolol, esmolol), os antiarrítmicos da classe III (amioda- rona, ibutilida, dofetilida e sotalol), os antiarrítmicos da classe IV (verapamil) e os antiarrítmicos não classificados (moricizina, digoxina e adenosina) (RANG, 2004). Cardiotônicos Os cardiotônicos são os fármacos que melhoram a con- tratilidade ou a força de contração do coração. A digoxina é um glicosídeo cardíaco utilizado também como cardiotônico na insu- ficiência cardíaca congestiva (KATZUNG, 2005). Existem também os derivados da biperidina (anrinona, milrinona), dentre outros fármacos, como dobutamina, terazosina, nesiritida (GOODMAN; GILMAN, 2006). 155© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Antidislipidêmicos Os fármacos antidislipidêmicos são também chamados de hipolipemiantes e são utilizados para reduziros níveis lipídicos do organismo, seja por meio da redução da síntese endógena de colesterol, seja pelo aumento de sua excreção (RANG, 2004). Representam essa categoria: colestiramina, colestipol, niacina, estatinas (sinvastatina, lovastatina e outras), genfibrozila, feno- fibrato e ezetimiba. Estrogênios Os estrogênios são sintetizados na região cortical das glân- dulas suprarrenais, nos ovários, na placenta e, em pequenas quantidades, nos testículos (GUYTON; HALL, 2002). Assim como para outros esteroides, a substância primária para a síntese dos estrogênios é o colesterol. Os antiestrogênios são agonistas parciais ou antagonistas que competem com os estrogênios naturais pelos receptores presentes nos órgãos-alvo (GOODMAN; GILMAN, 2006). Os estrogênios são utilizados clinicamente nas terapias de reposição hormonal das insuficiências ovarianas primárias e se- cundárias, na menopausa e como contraceptivo. Os antiestrogê- nios são usados no tratamento do câncer de mama sensível aos estrogênios (tamoxifeno) e no tratamento da infertilidade (clo- mifeno), induzindo a ovulação (KATZUNG, 2005). Androgênios Os androgênios ou hormônios sexuais masculinos têm a tes- tosterona como o principal androgênio natural, que é sintetizado 156 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS em sua maior parte nos testículos e, em menores quantidades, pe- los ovários e pelo córtex das suprarrenais (GUYTON; HALL, 2002). Os estrogênios, assim como os progestogênios, apresen- tam atividade antiandrogênica, principalmente ao inibirem a secreção de gonadotropinas, e os progestogênios, ao competi- rem com os androgênios nos órgãos-alvo (GOODMAN, GILMAN, 2006; RANG, 2004). Os androgênios são preparações de testosterona ou aná- logos sintéticos utilizados clinicamente como anabolizante e na terapia de reposição hormonal da insuficiência testicular. Já os antiandrogênios, como flutamida, ciproterona e finasterida, são utilizados como parte do tratamento da hipertrofia prostática benigna e do câncer de próstata (GOODMAN, GILMAN, 2006; RANG, 2004). Hipoglicemiantes orais Os agentes hipoglicemiantes orais são os fármacos utiliza- dos para a redução dos níveis de açúcar do sangue nos pacientes com diabetes tipo 2. Esses fármacos pertencem a várias catego- rias químicas e agem por intermédio de diferentes mecanismos de ação (RANG, 2004). Alguns estimulam a secreção do hormô- nio insulina (tolbutamida, clorpropamida, glibenclamida; repa- glinida, nateglinida), outros aumentam a sensibilidade aos seus efeitos e a produção hepática de glicose (metformina, rosiglita- zona, pioglitazona); há, ainda, aqueles que inibem a absorção de glicose (acarbose) (GOODMAN, GILMAN, 2006; RANG, 2004). 157© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS As leituras indicadas no Tópico 3.3 abordam os efeitos produzidos pelos fármacos que agem em diversos sistemas e que são utilizados no tratamento de várias patologias, como hipertensão, diabetes, distúrbios hormonais e outras. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Fármacos que agem no sistema nervoso – Vídeos Complementares – Com- plementar 4. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. FÁRMACOS QUE AFETAM O SISTEMA NERVOSO AUTÔNO- MO E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL Os fármacos que agem no sistema nervoso são muitos e pertencem a diversas categorias terapêuticas. Para aprender mais, acesse os links a seguir e não se limite apenas a eles: 158 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS • OLIVEIRA, E. A. S. Farmacologia – Sistema Nervoso Au- tônomo. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/ content/ABAAAAynMAA/farmacologia-sistema-nervo- so-autonomo>. Acesso em: 19 jul. 2016. • FERREIRA, D. T.; FACCIONE, M. Opiáceos, opioides de ação analgésica e antagonistas. Semina: Ciências Exa- tas e Tecnológicas, Londrina, v. 26, n. 2, p. 125-136, jul./ dez. 2005. Disponível em: <http://www.uel.br/prop- pg/portal/pages/arquivos/pesquisa/semina/pdf/semi- na_26_2_22_25.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2016. • ARAÚJO, S. Curso de Farmacologia: Aula 16 – Anticon- vulsionantes – Epilepsia. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=b-qbAVn3ZDE>. Acesso em: 19 jul. 2016. 3.2. FÁRMACOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS Essas categorias terapêuticas de fármacos compreendem aqueles que são utilizados com a finalidade de diminuir os pro- cessos inflamatórios e as reações imunológicas. Também com- preende os fármacos utilizados no combate aos micro-organis- mos, parasitas e às células tumorais. Veja os links a seguir: • DELUCIA, R. (Org.). Farmacologia Integrada. Joinvil- le: Clube dos Autores, 2008. Disponível em: <https:// books.google.com.br/books?id=NgktBQAAQBAJ&pg =PA196&dq=farmacologia+dos+antiinflamat%C3%B3 rios&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CBsQ6AEwAGoVChMI4Jz KkM6pyAIVQQyQCh1x5QG-#v=onepage&q=farmaco- logia%20dos%20antiinflamat%C3%B3rios&f=false>. Acesso em: 19 jul. 2016. 159© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS • INFECTONEWS INFECTOPEDIA. Farmacocinética e Far- macodinâmica de antibióticos – Conceitos Básicos. Dis- ponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=t_y- -HnuJfYI>. Acesso em: 19 jul. 2016. • PANUS, P. C. et al. Farmacologia para Fisioterapeutas. São Paulo: AMGH, 2012. Disponível em: <https://books. google.com.br/books?id=eCPOIHg6PAAC&pg=PA422& dq=farmacologia+dos+antineopl%C3%A1sicos&hl=pt-B R&sa=X&ved=0CCkQ6AEwAmoVChMIkNuGptSpyAIVyU OQCh0EqgnC#v=onepage&q=farmacologia%20dos%20 antineopl%C3%A1sicos&f=false>. Acesso em: 19 jul. 2016. 3.3. FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS CARDIOVASCU- LAR E ENDÓCRINO Ao longo desta unidade, abordamos muitos mecanismos de ação de fármacos que pertencem a diferentes categorias te- rapêuticas. Como destacado inicialmente, a Farmacologia é uma ciência vasta em vários aspectos como, por exemplo, o vasto nú- mero de fármacos que são utilizados na prática clínica para pre- venção e tratamento de muitas patologias. Para aprender mais, acesse os links a seguir e não se limite a apenas estes: • KATZUNG, B. G.; MASTERS, S. B.; TREVOR, A. J. Farma- cologia Básica e Clínica. Farmacologia básica dos fár- macos anti-hipertensivos. 12. ed. São Paulo: AMGH, 2014. Disponível em: <https://books.google.com. br/books?id=4Bs4AgAAQBAJ&pg=PA171&dq=farm acologia+dos+antihipertensivos&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CDkQ6AEwBGoVChMImLfgh9epyAIVxEKQCh 2Gmw2-#v=onepage&q=farmacologia%20dos%20 antihipertensivos&f=false>. Acesso em: 19 jul. 2016. 160 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS • CLARK, M. A.; FINKEL, R.; REY, J. A.; WHALEN, K. Farma- cologia Ilustrada. 5. ed. Disponível em: <https://books. google.com.br/books?id=7F8GBwAAQBAJ&printsec=fr ontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad= 0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 19 jul. 2016. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A seguir, responda às questões propostas, a fim de conferir seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Qual dos antiadrenérgicos a seguir bloqueia os receptores α situados em artérias e veias, promovendo a diminuição na pressão arterial sistêmica? a) Metoprolol. b) Indoramina. c) Reserpina. d) Guanetidina. e) Prazosina. 2) Com relação ao mecanismo de ação dos fármacos antipsicóticos, para pro- duzirem seus efeitos terapêuticos, é correto afirmar: a) Os antipsicóticos agem aumentando a neurotransmissão mediada pela acetilcolina. b) Os antipsicóticos agem diminuindo a neurotransmissão mediada pela noradrenalina. c) Os antipsicóticos agem aumentando a neurotransmissão mediada pela noradrenalina. d) Os antipsicóticos agem diminuindo a neurotransmissão mediada pela dopamina. e) Os antipsicóticos agem aumentando a neurotransmissão mediada pela dopamina. 3) Os fármacos chamados de anti-inflamatórios não esteroides diferem dos fármacos anti-inflamatórios esteroides porque o mecanismo de ação: 161© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS a) dos primeiros é inibir a atividade da araquidonato ciclo-oxigenase, en- quanto dos segundos é a inibição da fosfolipase 2A . b) dos primeiros é estimular a atividade da araquidonato ciclo-oxigenase, enquanto dos segundos é estimular a atividade da fosfolipase 2A . c) dos primeiros é estimular a atividade da fosfolipase 2A , enquanto dos segundos é estimular a atividade da araquidonato ciclo-oxigenase. d) dos primeiros é inibir a atividade da fosfolipase 2A , enquanto dos se- gundos é a inibição da araquidonato ciclo-oxigenase. e) ambos os tipos de anti-inflamatórios agem nos mesmos sítios. 4) Com relação aos fármacos antimicrobianos, podemos afirmar que: a) os antibacterianos são divididos em dois grupos principais: os bacteri- cidas e os bacteriostáticos. b) ertos antimicrobianos agem inibindo a síntese proteica no micro-orga- nismo ou a atividade enzimática. c) certos antimicrobianos agem inibindo a síntese da parede bacteriana. d) certos antimicrobianos agem inibindo a síntese de ácidos nucleicos do micro-organismo. e) Todas as anteriores. 5) Com relação aos fármacos utilizados para tratar a hipertensão arterial sis- têmica, é correto afirmar que: a) os beta-bloqueadores são fármacos que diminuem o tônus das arté- rias e arteríolas periféricas. b) os antagonistas da angitensina agem bloqueando os receptores desse hormônio nas artérias e arteríolas periféricas. c) os diuréticos são fármacos que promovem uma diminuição da excre- ção de sais minerais e líquidos do organismo. d) os inibidores da enzima conversora de angiotensina agem estimulando o aumento na produção de aldosterona. e) Nenhuma das anteriores. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au- toavaliativas propostas: 162 © BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS 1) e. 2) d. 3) a. 4) e. 5) b. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta última unidade, vimos a utilidade terapêutica e, de forma resumida e bastante simplificada, os principais mecanis- mos de ação de uma variedade de fármacos. Os conhecimentos adquiridos com este material didático são de fundamental importância para um primeiro contato com a Farmacologia. Como já citado, é de fundamental importância que você leia e estude para aprofundar seus conhecimentos so- bre os assuntos aqui abordados, utilizando especialmente a bi- bliografia citada. 6. E-REFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 1 Receptor GABAA. Disponível em: <http://www.arnoldgroup.org/Research- GABA%20Receptor.html>. Acesso em: 18 jul. 2016. Figura 2 Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios. Disponível em: <https:// resumosdosegunda.wordpress.com/2011/10/09/anti-inflamatorios-nao-esteroides- e-hormonais/>. Acesso em: 18 jul. 2016. 163© BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA UNIDADE 4 – FÁRMACOS QUE AFETAM OS SISTEMAS: NERVOSOS (SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL), CARDIOVASCULAR, RENAL, ENDÓCRINO, FÁRMACOS ANTI- INFLAMATÓRIOS E QUIMIOTERÁPICOS 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabora Koogan, 2006. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. KATZUNG, B. G. Farmacologia: básica e clínica. Trad. Patricia Lydie Voeux. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. PAGE, C. et al. Farmacologia integrada. 2. ed. Barueri: Manole, 2004. RANG, H. P. et al. Farmacologia. Trad. Patrícia Lydie Voeux e Antônio José Magalhães da Silva Moreira. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. SILVA, P. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
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