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Administração Publica

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CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II 
PROFESSOR: ADAILTON FEITOSA FILHO 
 
TÓPICO 4 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1. Segundo Hely Lopes Meirelles, Administração é a atividade de pessoas, 
gerindo interesses, na busca de atingir determinados fins. Sendo assim, 
Administração Pública é o conjunto de atividades das pessoas jurídicas de 
direito público ou de seus delegados, gerindo interesses públicos (quando 
relativos ou pertencentes à coletividade), na busca dos fins desejados pelo 
Estado. 
 
2. Há dois sentidos básicos para a expressão Administração Pública: 
• Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico 
compreende as estruturas governamentais instituídas para o 
desempenho da função administrativa, ou seja, as pessoas jurídicas, 
os órgãos e os agentes públicos que exercem a atividade 
administrativa; 
• Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional 
designa a atividade destinada a atender de modo concreto e imediato 
necessidades coletivas, ou seja, a própria função administrativa que 
cabe, predominantemente, ao Poder Executivo. 
 
2.1. Há, ainda, a seguinte distinção doutrinária: 
• Administração em sentido amplo 
o SUBJETIVAMENTE – compreende os órgãos governamentais, 
aos quais incumbe traçar os planos de ação, e os órgãos 
administrativos, aos quais é atribuída a tarefa de executá-
los; 
o OBJETIVAMENTE – compreende a função política, que traça 
as diretrizes governamentais, e a função administrativa, que 
as executa; 
• Administração em sentido estrito 
o SUBJETIVAMENTE – compreende apenas os órgãos 
administrativos; 
 2 
o OBJETIVAMENTE – compreende apenas a função 
administrativa. 
 
3. São diversos os princípios que devem nortear a Administração Pública. Os 
principais são aqueles que se encontram descritos no art. 37, caput, da 
Constituição Federal: 
 
• LEGALIDADE – O princípio previsto no art. 5º, II, CF aplica-se, na 
Administração Pública, de forma mais rigorosa: enquanto o particular 
pode fazer tudo que não estiver vedado em lei, o administrador 
público somente pode fazer o que a lei expressamente autoriza. É a 
aplicação do brocardo “patere legem quam fecisti” (suporta a lei que 
fizeste); 
 
• MORALIDADE – Não se trata da moral comum, mas da moral jurídica, 
entendida como o conjunto de regras de boa administração1, na 
compreensão do brocardo “non omne quod licet honestum est” (nem 
tudo o que é legal é honesto); 
 
• IMPESSOALIDADE – São dois os significados (igualdade no 
tratamento dos administrados e finalidade pública da Administração): 
o a Administração Pública não pode atuar com o fito de 
prejudicar ou beneficiar pessoas determidadas, pois o 
interesse público deve sempre nortear o comportamento do 
administrador. Ex: exigência de processo licitatório para a 
contratação de obras, serviços, compras e alienações públicas 
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes 
(art. 37, XXI, CF); 
o o administrador público é o agente responsável pela 
manifestação estatal, mas não se confunde com o órgão ou 
entidade da Administração Pública, razão pela qual as 
realizações administrativo-governamentais não são do 
funcionário ou autoridade, mas da entidade pública em nome de 
 
1 Cf. Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “ Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque 
do próprio objeto resulta a imoralidade. (...) a imoralidade salta aos olhos quando a 
Administração Pública é pródiga em despesas legais, porém inúteis, como propaganda ou 
mordomia, quando a população precisa de assistência médica, alimentação, moradia, 
segurança, educação, isso sem falar no mínimo indispensável à existência digna. Não é 
preciso, para invalidar despesas desse tipo, entrar na difícil análise dos fins que inspiraram 
a autoridade; o ato em si, o seu objeto, o seu conteúdo, contraria a ética da instituição, 
afronta a norma de conduta aceita como legítima pela coletividade administrada. Na 
aferição da imoralidade administrativa, é essencial o princípio da razoabilidade.” 
 3 
quem as produzira. Ex: proibição de nome, símbolos ou imagens 
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, 
serviços e campanhas dos órgãos públicos (art. 37, § 1º, CF); 
 
• PUBLICIDADE – Os atos praticados pela Administração Pública 
devem ter ampla divulgação, ressalvadas as hipóteses de sigilo 
previstas em lei (ex: segurança nacional, investigação policial), como 
mecanismo de fiscalização por parte da sociedade e forma de evitar 
escusas de ignorância. Há atos que exigem a publicidade para 
produzirem efeitos, seja pela imprensa oficial seja pela afixação de 
edital em local de fácil acesso público; 
 
• EFICIÊNCIA – A Administração Pública, tanto no modo de se 
organizar como no modo de atuação dos seus agentes, deve buscar os 
melhores resultados na prestação do serviço público, agindo com 
presteza (pronto atendimento das necessidades da sociedade, 
evitando-se estruturas burocráticas), perfeição (satisfação das 
demandas da coletividade, cumprindo os objetivos de sua criação) e 
rendimento funcional (utilização do menor dispêndio para a realização 
do melhor resultado possível). 
 
4. O Estado, no exercício de suas funções, utiliza-se de agentes públicos, 
aos quais são atribuídas, em caráter definitivo ou transitório, o desempenho 
de atividades estatais. Esse grupo de atores da Administração Pública é 
constituído: 
 
• pelos agentes políticos, que são “os titulares de cargos públicos 
estruturais à organização política do País”2, ou seja, o Presidente da 
República, os Governadores, os Prefeitos, os respectivos auxiliares 
imediatos dos Chefes do Poder Executivo (federal, estadual e 
municipal), os Senadores, os Deputados e os Vereadores3; 
 
 
2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 13ª ed., São Paulo: 
Malheiros, 2001, p. 229. 
3 Há uma tendência, atualmente, a considerar também agentes políticos: os membros da 
Magistratura (pela função de dizer o direito em última instância); e os membros do 
Ministério Público e do Tribunal de Contas (pelas funções de controle que lhes foram 
atribuídas pela Constituição Federal). 
 4 
• pelos colaboradores particulares, que, embora não mantenham 
vínculo profissional direto com a Administração Pública, prestam 
serviços ao Estado, remunerados ou não. Podem ser: 
o por delegação do poder público (ex: empregados das empresas 
concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os que 
exercem serviços notariais e de registro, os leiloeiros); 
o mediante requisição, nomeação ou designação (ex: os jurados, 
os convocados para prestação de serviço militar ou eleitoral, os 
integrantes de comissões ou grupos de trabalho); 
o como gestores de negócio (ex: todos que assumem, 
espontaneamente, uma função pública em momentos de 
emergência, tais como: epidemia, incêndio, enchente); 
 
• pelos servidores públicos, que em sentido lato, são aquelas pessoas 
físicas que, mantendo vínculo estatutário ou contratual, de caráter 
permanente ou eventual, prestam serviços ao Estado e suas entidades 
da Administração Indireta, percebendo, em conseqüência, 
remuneração dos cofres públicos. Nessa categoria de agentes 
públicos, encontram-se três espécies distintas: 
o os servidores públicos propriamente ditos (ou em sentido 
estrito ou estatutários), que titularizam cargos públicos, 
estando sujeitos ao regime jurídico estatutário; 
o os empregados públicos, ocupantes de empregos públicos da 
Administração Direta4 e Indireta, sujeitos ao regime jurídico 
da CLT; e 
o os servidores temporários, contratados por tempo 
determinado para atender à necessidade temporária de 
excepcional interesse público(não titularizam cargos nem 
ocupam empregos), sujeitando-se a regime jurídico 
administrativo próprio; 
 
• pelos militares, que são as pessoas físicas que prestam serviços ao 
Estado, com vínculo estatutário sujeito a regime próprio (definido por 
legislação própria dos militares), mediante remuneração paga pelos 
cofres públicos.5 Pertencem a essa categoria: os membros das 
 
4 O STF, julgando medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade, concedeu, em 
caráter liminar, a suspensão, até julgamento final da ação, a vigência do art. 39, caput, da 
Constituição Federal, na redação da Emenda Constitucional nº 19/98, mantendo-se a 
redação original do dispositivo. (ADIN 2.135-4/DF – Tribunal Pleno, em 02/08/2007) 
5 Com a EC nº 18/98, deixaram de ser considerados servidores públicos militares, sendo-
lhes aplicáveis as normas referentes aos servidores públicos apenas quando houver previsão 
 5 
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, 
Distrito Federal e Territórios (art. 42, CF) e os membros das Forças 
Armadas (art. 142, CF). 
 
5. Existem certos preceitos genéricos que devem ser observados, em todas 
as entidades federativas, pela Administração Pública, direta e indireta, de 
qualquer dos Poderes. Seguem alguns aspectos: 
 
5.1. Garantia de acesso aos cargos, empregos e funções públicas a todos os 
brasileiros (natos e naturalizados) que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei6 e também aos estrangeiros, na forma da lei específica 
que estabeleça as condições excepcionais para o seu provimento (norma de 
eficácia limitada7), ressalvados aqueles exclusivos aos brasileiros natos (art. 
12, § 3º, CF). 
 
Não esquecer! Aos portugueses com residência permanente no país, se 
houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os mesmos 
direitos inerentes ao brasileiro naturalizado (art. 12, § 1º, CF). 8 
 
5.2. Exigência de prévia aprovação em concurso público de provas ou de 
provas e títulos não só para a investidura em cargo, como também para 
emprego público, vedando-se provimentos derivados para carreiras diversas 
(proibição da ascensão funcional). 
 
 
expressa na Constituição Federal (ex: art. 37, XI, XIII, XIV e XV, em função do art. 142, 
§ 3º, VIII). 
6 Não são inconstitucionais restrições de sexo e categoria profissional, bem como 
exigências de idade máxima e altura mínima, em razão da natureza das atribuições do cargo 
a preencher. Entretanto, somente serão legítimas se previstas em lei, não sendo suficiente 
a mera previsão em edital. O STF entendeu como desarrazoada a exigência de altura 
mínima (1,60 m) para o preenchimento do cargo de escrivão de polícia. 
7 A admissão de estrangeiros em cargos, empregos e funções públicas depende de previsão 
em norma específica de cada ente federativo, que não poderá estabelecer diferenciações 
arbitrárias e abusivas (em razão do país de origem ou em função da residência no país). 
8 Cf. MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 
1998, t. 2, p. 144-145: “(...) com esse regime não se estabelece uma dupla cidadania ou uma 
cidadania comum luso-brasileira. Os portugueses no Brasil continuam portugueses e os 
brasileiros em Portugal, brasileiros. Simplesmente, uns e outros recebem, à margem ou para 
além da condição comum de estrangeiro, direitos que a priori poderiam ser apenas 
conferidos aos cidadãos do país.” A Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres 
entre brasileiros e portugueses foi ratificada, no Brasil, pelo Decreto Legislativo nº 82/71 
(promulgada pelo Decreto nº 70.391/72) e, em Portugal, pelo Decreto Legislativo nº 
126/72. 
 6 
Exceções à regra geral do concurso público: 1) a nomeação para os cargos 
em comissão, que devem ser reservados às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento, e dada a sua natureza de estrita confiança, se configuram 
de livre nomeação e exoneração, respeitando tão-somente os casos, 
condições e percentuais mínimos estabelecidos, por lei, para os servidores 
de carreira; 2) a contratação dos servidores temporários, em face de 
necessidade transitória de excepcional interesse público9, regulada por lei 
autorizativa do ente contratante (federal, estadual, distrital ou 
municipal)10; 3) a nomeação dos membros dos Tribunais11, que independem de 
prévia seleção. 
 
5.3. O prazo de validade do concurso público pode ser de até dois anos 
(prorrogável, uma vez, por igual período). Na convocação dos aprovados, 
deve ser respeitada a ordem de classificação dos candidatos, assim como a 
precedência entre concursos diferentes para o mesmo cargo, durante a 
vigência do primeiro concurso. 
 
Atenção! A jurisprudência predominante no STF, durante muitos anos, 
posicionou-se no sentido de que o aprovado em concurso público não teria 
direito adquirido à nomeação, mas apenas expectativa de direito, podendo a 
Administração nomear um número menor de candidatos que o fixado no 
edital ou mesmo deixar transcorrer o prazo de validade do concurso (com ou 
 
9 Cf. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14ª edição. São Paulo: Atlas, 
2002, p. 443: "Daí a desnecessidade de concurso, pois somente sendo possível a 
contratação de servidor temporário para atender à necessidade transitória de excepcional 
interesse público, a demora do procedimento do concurso público pode ser incompatível 
com as exigências imediatas da Administração (...) É preciso que a lei, ao disciplinar esse 
tipo de contratação, estabeleça regras que assegurem a excepcionalidade da medida, 
evitando que se transforme em regra geral, a exemplo do que ocorreu na vigência da 
Constituição anterior, e determine as hipóteses em que a seleção pública é exigível." 
10 A lei específica de cada ente estabelecerá os casos de contratação por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, bem 
como os prazos máximos de vigência dos contratos, admitindo-se a previsão do lapso 
temporal de duração de programas específicos (ex: PSF). 
11 Arts. 73, § 2º, 94, 101, 104, parágrafo único, II, 107, 111, § 2º, 119, II, 120, III, e 123 da 
Constituição Federal. 
 7 
sem prorrogação) sem nomear nenhum candidato.12 Tal posição, entretanto, 
tem sofrido atenuação em recentes julgados13, que se referem à existência 
de direito subjetivo à nomeação quando o candidato classifica-se dentro do 
número de vagas previsto no edital.14 
 
12 Neste sentido: “Esgotado o prazo de validade do concurso, o candidato aprovado não 
pode reclamar a nomeação. A Administração pode preencher as vagas restantes mediante 
novo concurso.” (STF, RE 52677, Rel. Min. Victor Nunes, Tribunal Pleno, 14.9.1964) E mais: 
“O Presidente da República não está obrigado a nomear candidatos aprovados em concurso 
para vagas existentes. O direito do concursado se verifica se houver preenchimento do 
cargo sem observância da classificação. Mandado de segurança indeferido.” (STF, MS 
16182, Rel. Min. Evandro Lins, Tribunal de Pleno, 12.10.1966) 
13 Neste sentido: “A ordem natural das coisas, a postura sempre aguardada do cidadão e da 
Administração Pública e a preocupação insuplantável com a dignidade do homem impõem o 
respeito aos parâmetros do edital do concurso. O anúncio de vagas no edital de concurso 
gera o direito subjetivo dos candidatos classificados à passagem para a fase subseqüente 
e, alfim, dos aprovados, à nomeação.” (STF, RMS 23657, Rel. Min. Marco Aurélio, Segunda 
Turma, 21.11.2000) E mais: “Candidatos aprovados em concurso público e classificados além 
do número de vagas originalmente previsto no edital de convocação. Inclusão no cadastrode reserva destinado ao preenchimento de cargos que viessem a ficar vagos no prazo de 
sua validade. Conseqüência: direito subjetivo à nomeação, durante o lapso assinalado no 
respectivo edital, caso se verifiquem as condições legais veiculadas para o ato.” (STF, RMS 
24119, Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, 30.4.2002) 
14 O Supremo Tribunal Federal firmou, conforme Informativo 635 (Plenário, Repercussão 
Geral), o seguinte entendimento: “O Plenário desproveu recurso extraordinário interposto 
de acórdão do STJ que, ao reconhecer o direito subjetivo à nomeação de candidato 
aprovado em concurso público no limite do número de vagas definido no edital, determinara 
que ela fosse realizada. Entendeu-se, em síntese, que a Administração Pública estaria 
vinculada às normas do edital e que seria, inclusive, obrigada a preencher as vagas previstas 
para o certame dentro do prazo de validade do concurso. Acrescentou-se que essa 
obrigação só poderia ser afastada diante de excepcional justificativa, o que não ocorrera 
no caso. Após retrospecto acerca da evolução jurisprudencial do tema na Corte, destacou-
se recente posicionamento no sentido de haver direito subjetivo à nomeação, caso as vagas 
estejam previstas em edital. Anotou-se não ser admitida a obrigatoriedade de a 
Administração Pública nomear candidato aprovado fora do número de vagas previstas, 
simplesmente pelo surgimento de nova vaga, seja por nova lei, seja decorrente de vacância. 
Observou-se que também haveria orientação no sentido de que, durante o prazo de validade 
de concurso público, não se permitiria que candidatos aprovados em novo certame 
ocupassem vagas surgidas ao longo do período, em detrimento daqueles classificados em 
evento anterior. Reputou-se que a linha de raciocínio acerca do tema levaria à conclusão de 
que o dever de boa-fé da Administração Pública exigiria respeito incondicional às regras do 
edital, inclusive quanto à previsão das vagas do concurso público. Afirmou-se que, de igual 
maneira, dever-se-ia garantir o respeito à segurança jurídica, sob a forma do princípio de 
proteção à confiança. O Min. Ricardo Lewandowski ressalvou inexistir direito líquido e 
certo. Ademais, enfatizou o dever de motivação por parte do Estado, se os aprovados 
dentro do número de vagas deixarem de ser nomeados. O Min. Ayres Britto, por sua vez, 
afirmou que o direito líquido e certo apenas surgiria na hipótese de candidato preterido, ou 
de ausência de nomeação desmotivada. Explicou-se que, quando a Administração Pública 
torna público um edital de concurso, ela impreterivelmente geraria uma expectativa quanto 
 8 
5.4. Garantia de acesso dos portadores de deficiência ao serviço público, 
mediante reserva legal15 de determinado percentual de cargos e empregos 
 
ao seu comportamento segundo as regras previstas no edital. Assim, aqueles cidadãos que 
decidissem se inscrever para participar do certame depositariam sua confiança no Estado, 
que deveria atuar de forma responsável quanto às normas editalícias e observar o princípio 
da segurança jurídica como guia de comportamento. Ressaltou-se que a Constituição, em seu 
art. 37, IV, garantiria prioridade aos candidatos aprovados em concurso. Asseverou-se que, 
dentro do prazo de validade do certame, a Administração poderia escolher o momento no 
qual realizada a nomeação, mas não dispor sobre ela própria, a qual, de acordo com o edital, 
passaria a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto 
ao Poder Público. Em seguida, explicitou-se que esse direito à nomeação surgiria, portanto, 
quando realizadas as seguintes condições fáticas e jurídicas: a) previsão em edital de 
número específico de vagas a serem preenchidas pelos candidatos aprovados em concurso 
público; b) realização de certame conforme as regras do edital; c) homologação do concurso 
e proclamação dos aprovados dentro do número de vagas previsto, em ordem de 
classificação, por ato inequívoco e público da autoridade competente. Reputou-se que esse 
direito seria público subjetivo em face do Estado, fundado em alguns princípios 
informadores da organização do Poder Público no Estado Democrático de Direito, como o 
democrático de participação política, o republicano e o da igualdade. Dessa maneira, 
observou-se que a acessibilidade aos cargos públicos constituiria direito fundamental 
expressivo da cidadania, e limitaria a discricionariedade do Poder Público quanto à 
realização e gestão dos concursos públicos. A Min. Cármen Lúcia repisou que o princípio da 
confiança seria ligado ao da moralidade administrativa e que, nesse sentido, a 
Administração não possuiria poder discricionário absoluto. Ressalvou-se a necessidade de 
se levar em conta situações excepcionalíssimas, a justificar soluções diferenciadas, 
devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Essas situações deveriam ser 
dotadas das seguintes características: a) superveniência, ou seja, vinculadas a fatos 
posteriores à publicação do edital; b) imprevisibilidade, isto é, determinadas por 
circunstâncias extraordinárias; c) gravidade, de modo a implicar onerosidade excessiva, 
dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras editalícias; d) 
necessidade, traduzida na ausência de outros meios, menos gravosos, de se lidar com as 
circunstâncias. Asseverou-se a importância de que a recusa de nomear candidato aprovado 
dentro do número de vagas seja devidamente motivada e, dessa forma, passível de controle 
pelo Poder Judiciário. Por fim, reafirmou-se a jurisprudência da Corte segundo a qual não 
se configuraria preterição quando a Administração realizasse nomeações em observância a 
decisão judicial. Ratificou-se, de igual modo, a presunção de existência de disponibilidade 
orçamentária quando houver preterição na ordem classificatória, inclusive da decorrente 
de contratação temporária. Salientou-se, além disso, que o pedido de nomeação e posse em 
cargo público para o qual o candidato fora aprovado, em concurso público, dentro do número 
de vagas, não se confundiria com o pagamento de vencimentos, conseqüência lógica da 
investidura do cargo.” (RE 598099/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 10.8.2011) 
15 O Decreto nº 3.298/99, que regulamentou a Lei nº 7.853/89 (normas gerais sobre o 
direito do portador de deficiência à educação, à saúde, à formação profissional, ao 
trabalho, à área de recursos humanos e à área de edificações), prevê que: 1) o candidato 
portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições concorrerá a todas 
as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da 
classificação obtida; 2) caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior 
resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro 
 9 
públicos e dos critérios de admissão (as atribuições do cargo devem ser 
compatíveis com a deficiência16). 
 
Atenção! O edital do concurso deve explicitar as condições para inscrição 
das pessoas portadoras de deficiência, estabelecer as vagas reservadas aos 
deficientes e indicar onde poderão ser obtidas as atribuições do cargo, sob 
pena de nulidade. (Instrução Normativa TST nº 7/96) 
 
5.5. Garantia do direito à livre associação sindical ao servidor público (auto-
aplicável) e do direito de greve, nos termos e limites de lei ordinária 
específica (aplicando-se, na sua falta, a Lei nº 7.783/89, no que couber17). 
 
Não esquecer! Os membros das Forças Armadas, das Polícias Militares e 
dos Corpos de Bombeiros Militares, por estarem estruturados em hierarquia 
e disciplina, não podem ser sindicalizados, vedando-se também o direito de 
greve (art.142, § 3º, IV, CF c/c art. 42, § 1º, CF). 
 
5.6. Exigência de lei específica para fixação18 ou alteração da remuneraçãoou do subsídio dos servidores públicos, respeitada a iniciativa privativa em 
 
subseqüente (art. 37, §§ 1º e 2º). Ver Decreto nº 5.296/04 (art. 5º, § 1º), que 
regulamentou a Lei nº 10.098/ 2000 (normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida). A 
Constituição do Estado de Pernambuco, por sua vez, fixa: “será reservado por ocasião dos 
concursos públicos, de provas ou de provas e títulos, o percentual de três e o mínimo de 
uma vaga, para provimento por pessoa portadora de deficiência, observando-se a 
habilitação técnica e outros critérios previstos em edital público.” (art. 97, VI, a) 
16 Consideram-se deficiências aquelas conceituadas na medicina especializada, de acordo 
com os padrões mundialmente estabelecidos, e que constituam inferioridade que implique 
grau acentuado de dificuldade para integração social (Instrução Normativa TST nº 7/96). 
Ver art. 4º do Decreto nº 3.298/99. 
17 O STF, no julgamento MI 204-DF, manifestou entendimento que o servidor público não 
poderia exercer o direito de greve antes que seja editada a lei de que trata o inciso VII do 
art. 37 da Constituição. O MI 438-GO reiterou a mesma posição, apesar da posição 
divergente do Ministro Marco Aurélio de Melo, que já considerara, noutra oportunidade, a 
referida norma como de eficácia contida e, portanto, o direito de greve auto-aplicável, pois 
a lei específica apenas delinearia a forma como o direito deve ser exercido: “Assim, 
descabe potencializar o fato do direito de greve, assegurado constitucionalmente aos 
servidores, não se encontrar regulado, mesmo passados mais de dez anos da promulgação 
da Carta de 1988. Vale frisar que, enquanto isso não acontece, tem-se não o afastamento, 
em si, do direito, mas a ausência de balizas que possam, de alguma forma, moldá-lo.” 
(SS/AgRg 2.061-DF). Mais recentemente, entretanto, o STF, no julgamento dos MIs 
670/ES, 708/DF e 712/PA, diante da omissão legislativa, determinou a aplicação, no 
que couber, da Lei nº7.783/89 (exercício do direito de greve na iniciativa privada). 
 10 
cada caso, com revisão geral e anual19, sempre na mesma data e sem 
distinção de índices (art. 37, X, CF)20, observando-se o teto salarial do 
funcionalismo e seus respectivos subtetos21: 
 
• TETO: a remuneração, o subsídio, os proventos, as pensões ou 
qualquer outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente 
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, 
não podem exceder o subsídio mensal dos Ministros do STF; 
 
• SUBTETOS: a EC nº 41/03 instituiu subtetos no âmbito dos 
Estados/Distrito Federal e Municípios, como segue: 
o Para o Poder Executivo Estadual/DF: o subsídio do Governador; 
o Para o Poder Legislativo Estadual/DF: o subsídio dos 
Deputados Estaduais/Distritais; 
o Para o Poder Judiciário Estadual/DF, membros do Ministério 
Público, Procuradores e Defensores Públicos22: o subsídio dos 
Desembargadores do Tribunal de Justiça, que não poderá 
ultrapassar 90,25% do subsídio dos Ministros do STF;23 
 
18 A fixação dos vencimentos ou do subsídio deve observar o grau de complexidade, a 
responsabilidade, a natureza e peculiaridades do cargo, bem como os requisitos exigidos 
para a investidura (art. 39, § 1º, I, II e III, CF). 
19 A redação original da Constituição Federal previa apenas a simultaneidade de revisão. A 
EC nº 19/98 estabeleceu o princípio da periodicidade (garantia de uma revisão geral anual). 
20 O STF declarou a inconstitucionalidade da omissão do Chefe do Poder Executivo em não 
efetuar, “desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze meses da data da 
edição da referida EC nº 19/98”, a revisão geral da remuneração e do subsídio dos 
servidores (STF – Pleno – Adin nº 2.061-7/DF – Rel. Min. Ilmar Galvão). É possível a 
Administração conceder reajustes em periodicidade inferior a doze meses, desde que 
cumpra a obrigatoriedade do envio anual de pelo menos um projeto de lei de revisão geral. 
21 Aplica-se às empresas públicas, sociedades de economia mista, e suas subsidárias, que 
recebem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para 
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio (art. 37, § 9º, CF). 
22 Há discussão sobre a inclusão dos membros e servidores do Tribunal de Contas neste 
subteto. 
23 O STF, ao julgar a ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação dos 
Magistrados Brasileiros (AMB), decidiu, em caráter liminar, que o teto remuneratório a ser 
aplicado aos magistrados estaduais e federais corresponde ao valor do subsídio dos 
membros do STF: “[...] Se a Constituição da República estipula idênticos princípios e normas 
fundamentais para modelagem de toda a magistratura, com plena abstração de vantagens 
das várias categorias de Justiça à que estejam seus membros vinculados, sobretudo no 
delicado tema de disciplina dos subsídios (art. 93, inc. V), não se descobre, dentre todas as 
razões passíveis de serem consideradas em termos de valoração e argumentação jurídico-
normativa, nenhuma que seja suficiente para fundamentar e justificar permissão para tão 
desconcertante desigualdade no seio da mesmíssima instituição de caráter nacional e 
unitário. Se, para usar a terminologia do texto constitucional mesmo (art. 93, V), a mera 
 11 
o Para os Poderes Executivo e Legislativo Municipais: o subsídio 
do Prefeito. 
 
Não esquecer! 1) A EC nº 41/03 alterou a redação do art. 37, XI, CF, 
estabelecendo que a fixação do subsídio do Ministro do STF não mais 
necessitaria de projeto de lei de iniciativa conjunta, sendo do próprio STF a 
iniciativa do processo legislativo.24 2) A Lei nº 12.041/09 fixou o subsídio 
mensal de Ministro do STF em R$ 25.725,00 (a partir de 1º/9/2009) e em 
R$ 26.723,13 (a partir de 1º/2/2010).25 3) É facultado aos Estados e ao 
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas 
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, não se aplicando aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais (arts. 27, § 2º, e 32, § 3º, 
CF) e dos Vereadores (arts. 29, VI e VII, e 29-A, § 1º, CF). 4) Não serão 
computadas, para efeito dos limites remuneratórios, as parcelas de caráter 
indenizatório previstas em lei (art. 37, § 11, CF). 
 
IMPORTANTE: Com a EC nº 19/98, os servidores públicos, em sua maioria, 
continuaram a ser remunerados por vencimentos (vencimento-base + 
vantagens), enquanto algumas categorias (art. 39, § 8º, CF) puderam adotar 
o subsídio26, por lei específica, desde que organizadas em carreira. A 
remuneração mediante subsídio tornou-se obrigatória para os detentores de 
mandatos eletivos, os membros de Poder (inclusive Ministério Público e 
Tribunal de Contas), os Ministros de Estado e Secretários Estaduais e 
Municipais, como também os “servidores policiais” – polícia federal, polícia 
rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícia civil, polícia militar e 
corpo de bombeiros militar (art. 144, § 9º, CF) – e os integrantes da 
 
diversidade das respectivas categorias da estrutura judiciária nacional não legitima, como 
critério teórico de diferenciação, quebra do modelo unitário de escalonamento vertical dos 
subsídios dos magistrados, válido em nível federal e estadual, então não pode tampouco, 
como razão suficiente, legitimar fratura do modelo quanto a um aspecto secundário da 
temática dos vencimentos, que é o limite máximo da remuneração! [...]” (STF,ADI 3.854-
1/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, 28.2.2007) 
24 O STF decidiu, com base no art. 8º da EC nº 41/03, que, enquanto não fosse editada a lei 
sobre o assunto, seria considerado, para fins de limite remuneratório, o valor da maior 
remuneração atribuída por lei, na data da publicação da emenda, a Ministro do STF, a título 
de vencimento, de representação mensal e da parcela recebida em razão de tempo de 
serviço (R$ 19.115,19), excluindo-se a verba remuneratória pela prestação de serviços 
eleitorais no TSE (ata da sessão administrativa do STF, realizada em 5.2.2004). 
25 A Lei nº 11.143/05, anteriormente, havia fixado o subsídio mensal de Ministro do STF em 
R$ 21.500,00 (a partir de 1º/1/2005) e em R$ 24.500,00 (a partir de 1º/1/2006). 
26 Fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória (art. 39, § 4º, CF). 
 12 
Advocacia-Geral da União, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, das 
Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, e da Defensoria Pública 
(art. 135, CF). 
 
5.7. Previsão de vedações remuneratórias específicas: 
• os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário 
não podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Estes – 
com a regra do art. 37, XII, CF – passaram a servir de parâmetro, 
limite aos vencimentos de cargos assemelhados nos três poderes27; 
• não pode haver vinculação28 ou equiparação29 de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração pessoal do serviço 
público, admitindo-se tão-somente a vinculação que estabeleça 
relação entre a menor e a maior remuneração (art. 39, § 5º, CF); 
• os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não podem 
ser computados nem acumulados, para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores – ainda que não seja sob o mesmo título ou 
idêntico fundamento30 –, ou seja, qualquer vantagem pecuniária 
somente pode incidir sobre o vencimento-base.31 
 
5.8. Garantia de irredutibilidade nominal dos vencimentos e subsídio dos 
ocupantes de cargos e empregos públicos, sem embargo das exceções 
previstas no art. 37, XV, CF (ex: aumento da alíquota do imposto de 
renda).32 
 
27 O princípio genérico da isonomia, corolário da forma republicana de governo, continua a 
existir, independentemente da alteração do art. 39, § 1º, da Constituição Federal. 
28 Vincular é prever, em lei, para um determinado cargo, com denominação diversa e 
atribuições menos complexas, remuneração proporcional à de um outro cargo, criando uma 
vinculação automática entre as remunerações, fazendo com que, ao aumentar-se o padrão 
do cargo-paradigma, automaticamente o do outro seja também majorado na mesma 
proporção, mantendo a mesma distância preestabelecida. 
29 Equiparar é prever, em lei, para um determinado cargo, remuneração igual à de um outro 
cargo, com denominação e atribuições desiguais, criando uma vinculação automática entre 
as remunerações, fazendo com que, ao aumentar-se o padrão do cargo-paradigma, 
automaticamente o do outro seja também majorado no mesmo valor, igualando as 
remunerações. 
30 O texto do art. 37, XIV, da Constituição Federal, antes da EC nº 19, de 4 de junho de 
1998, dispunha: “os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão 
computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o 
mesmo título ou idêntico fundamento.” 
31 A proibição do “efeito repicão ou cascata” (incidência de adicionais ou gratificações 
sobre adicionais ou gratificações anteriormente concedidas) alcança também os proventos 
da aposentadoria. 
32 A irredutibilidade nominal não garante o reajustamento em função da perda do poder 
aquisitivo dos vencimentos ou do subsídio (irredutibilidade real). 
 13 
 
IMPORTANTE: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos 
de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção 
monetária (Súmula STF 681). 
 
5.9. Vedação de qualquer hipótese de acumulação remunerada33 de cargos, 
empregos e funções públicas, abrangendo autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público, exceto quando 
houver compatibilidade de horários34: 
• a de dois cargos de professor; 
• a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
• a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, 
com profissões regulamentadas35. 
 
33 O STF decidiu, em recurso extraordinário interposto pela União contra a decisão 
proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sob a relatoria do Ministro Eros 
Grau: "CONCURSO PÚBLICO - LICENÇA SEM VENCIMENTOS DE CARGO OCUPADO 
PARA POSSIBILITAR POSSE EM OUTRO - ACUMULAÇÃO LÍCITA SEGUNDO A ORDEM 
CONSTITUCIONAL. 1. O artigo 37, inciso XVI, da Carta Política, somente proíbe a 
acumulação remunerada de cargo público, mas não a multiplicidade de vínculo funcional, ou 
seja, a titularidade do cargo, daí a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal perfilhar 
ser possível a opção de remuneração daquele servidor já aposentado que novamente 
ingressa no serviço público. Por isso, é lícita a pretensão de, licenciado sem vencimentos do 
cargo que ocupa, o servidor ser empossado em outro. 2. Apelação provida." 2. A recorrente 
afirma que "a vedação constitucional da acumulação de cargos é direcionada à titularidade 
de cargos, funções ou empregos públicos e não ao simples fato de o servidor não perceber 
remuneração ou vantagem do aludido cargo. O fato de os autores estarem em gozo de 
licença sem vencimentos não descaracteriza a acumulação ilegal de cargos" (fls. 177). 3. 
Salienta violação do artigo 37, XVI e XVII, da Constituição do Brasil. 4. Assiste razão à 
recorrente. Esta Corte firmou entendimento no sentido de que "É a posse que marca o 
início dos direitos e deveres funcionais, como, também, gera as restrições, 
impedimentos e incompatibilidades para o desempenho de outros cargos, funções ou 
mandatos". Grifei. (RE n. 120.133, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 
29.11.96). 5. Ademais, ao julgar caso semelhante, este Tribunal entendeu que "a 
vedação constitucional de acumular cargos, funções e empregos remunerados estende-
se aos juízes classistas, sendo que a renúncia à remuneração por uma das fontes, 
mesmo se possível, não teria o condão de afastar a proibição" (RMS n. 24.347, 
Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 4.4.03). Dou provimento ao recurso com 
fundamento no disposto no artigo 557, § 1º-A, do CPC. (RE 399475/DF, DJ 14/09/2005, p. 
OOO89) 
34 A Constituição Federal prevê outras acumulações lícitas: a) a de um cargo, emprego ou 
função pública com cargo eletivo de Vereador (art. 38, III, CF); b) a de juiz com outro 
cargo ou função de magistério (art. 95, parágrafo único, I, CF); c) a de membro do 
Ministério Público com outro cargo ou função de magistério (art. 128, § 5º, II, d, CF). 
35 Emenda Constitucional nº 34/01. 
 14 
Atenção! Os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios não 
podem ampliar as hipóteses possíveis de cumulação de cargos, empregos ou 
funções públicas, pois as regras constitucionais são taxativas. 
 
Não esquecer! As acumulações devem obedecer aos tetos ou subtetos 
salariais. 
 
5.10. Vedação de acumulação simultânea de proventos de aposentadoria com 
a remuneração na atividade (art. 37, § 10, CF). Essa regra não se aplica: 
• aos cargos, empregos ou funções públicas acumuláveis na atividade;36 
• aos cargos eletivos; 
• aos cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração; e 
• aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até 
a data da publicação da EC nº 20/98, tenham ingressado novamente 
no serviço públicopor concurso ou pelas demais formas previstas na 
Constituição Federal (art. 11 da EC nº 20/98). 
 
Atenção! É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do 
regime previdenciário do art. 40 da Constituição Federal, ressalvadas as 
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis constitucionalmente 
(art. 40, § 6º, CF), que deverão observar o teto e os subtetos salariais (art. 
40, § 11, CF). 
 
5.11. Estabelecimento de regras especiais para o servidor público da 
Administração Pública direta, autárquica e fundacional que se eleger para 
mandato eletivo, como segue: 
• investido em mandato eletivo federal, estadual, ou distrital – ficará 
afastado do cargo, emprego ou função; 
• investido no mandato de Prefeito – será afasto do cargo, emprego ou 
função, podendo escolher entre o subsídio do mandato eletivo e a 
remuneração do seu cargo; 
• investido no mandato de Vereador, poderá ocorrer: 
o havendo compatibilidade de horários – receberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo do subsídio do 
mandato eletivo; 
 
36 O Pleno do STF decidiu em Mandado de Segurança nº 22.182-8, sob a relatoria do Min. 
Moreira Alves: “O Plenário desta Corte, recentemente, ao julgar o RE nº 163.204, firmou o 
entendimento de que, em face da atual Constituição, não se podem acumular proventos com 
remuneração na atividade, quando os cargos efetivos de que decorrem ambas essas 
remunerações não sejam acumuláveis na atividade.” 
 15 
o não havendo compatibilidade de horários – deverá escolher 
entre o subsídio do mandato eletivo e a remuneração do seu 
cargo. 
 
IMPORTANTE: 1) O tempo de afastamento será contado para todos os 
efeitos legais, salvo promoção por merecimento; 2) Preenchidos os 
requisitos de aposentadoria, o benefício previdenciário será determinado 
como se no exercício funcional estivesse (art. 38, IV e V, CF). 
 
5.12. Garantia de estabilidade no serviço público para os servidores que 
preencham os seguintes requisitos: 
• nomeação para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso 
público; 
• cumprimento do estágio probatório37, ou seja, efetivo exercício por 
três anos, assegurado o prazo de dois anos aos servidores em estágio 
probatório na data da promulgação da EC nº 19/98 (art. 28); 
• avaliação especial e obrigatória de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
 
5.12.1. Os servidores estáveis somente poderão perder o cargo nas 
hipóteses seguintes: 
• em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
• mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa; 
• mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa; 
• por meio de ato normativo motivado de cada Poder, quando a despesa 
com pessoal da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, exceder os limites estabelecidos na LC nº 101/2000 e não 
forem suficientes as medidas previstas no art. 169, § 3º, I e II, CF: 
 
37 Segundo DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 14 ed. São Paulo: 
Atlas, 2002, p. 481: “o período compreendido entre o início do exercício e a aquisição da 
estabilidade é denominado estágio probatório”. Não obstante, temos recentes julgados dos 
Tribunais Superiores que estabelecem distinção entre os dois institutos e respectivos 
prazos: a estabilidade refere-se à permanência no serviço público e o estágio probatório, à 
aptidão para o cargo. (MS-24543, STF). O STJ, por sua vez, julgou nos autos do Processo 
nº 200302026109, em 20/09/2004: “1. Durante o período de 24 (vinte e quatro) meses do 
estágio probatório, o servidor será observado pela Administração com a finalidade de 
apurar sua aptidão para o exercício de um cargo (...) 2. A estabilidade é o direito de 
permanência no serviço público (...). Ao término de três anos de efetivo exercício (...) 3. O 
prazo de aquisição de estabilidade no serviço público não resta vinculado ao prazo do 
estágio probatório. Os institutos são distintos. (...)”. 
 16 
o redução de pelo menos 20% das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; 
o exoneração dos servidores não estáveis38. 
 
Atenção! 1) As instâncias administrativa e penal, na apuração de fato 
ensejador da demissão do servidor público, são independentes. Sendo assim, 
o servidor poderá ser demitido após processo administrativo, que tenha 
observado a ampla defesa, ainda que pendente ação penal sobre o mesmo 
fato. 2) A conclusão da ação penal, entretanto, prevalecerá nas hipóteses de 
inexistência material do fato ou negativa de autoria. Neste caso, o 
servidor será reintegrado e o eventual ocupante da vaga, se estável, será 
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em 
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao 
tempo de serviço (art. 41, § 2º, CF) 
 
5.13. Exigência de lei específica: 
• para a criação de autarquias; e 
• para a autorização da instituição de empresa pública, de sociedade de 
economia mista e de fundação, nos termos da lei complementar 
definidora das áreas de atuação. (art. 37, XIX, CF) 
 
IMPORTANTE: A criação de subsidiárias das entidades mencionadas no 
art. 37, XIX, CF, assim como a participação de qualquer delas em empresa 
privada depende sempre de autorização legislativa (art. 37, XX, CF). 
 
5.14. Reconhecimento de que as administrações tributárias da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios são atividades essenciais ao 
funcionamento do Estado, pelo seguinte regramento (art. 37, XXII, CF): 
• exercidas por servidores de carreira específica; 
• terão recursos prioritários para a realização de suas atividades; e 
• atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de 
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio; 
• serão avaliadas periodicamente (avaliação de desempenho), inclusive 
quanto à funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua 
estrutura e componentes, pelo Senado Federal. (art. 52, XV, CF) 
 
 
38 O art. 33 da EC nº 19/98 considera servidores não estáveis aqueles admitidos na 
administração direta, autárquica e fundacinal sem concurso público de provas ou de provas 
e título, após 5/10/1983. 
 17 
IMPORTANTE: A administração fazendária e seus servidores fiscais 
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre 
os demais setores administrativos, na forma da lei (art. 37, XVIII, CF). 
 
5.15. Obrigatoriedade da prévia licitação para a contratação de obras, 
serviços, compras e alienações, sempre que houver possibilidade de 
competição, visando: 
• proporcionar à Administração Pública a proposta mais vantajosa 
(evitar negócios desfavoráveis); 
• dar oportunidade a todos de oferecerem seus serviços, mercadorias 
ou preços aos órgãos estatais (evitar favorecimentos ou 
perseguições). 
 
5.16.1. São modalidades de licitação: 
 
• concorrência – licitação entre quaisquer interessados que, na fase 
inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos 
mínimos exigidos no edital para execução de seu objeto. É exigida: 
o para obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 
1.500.000,0039; 
o para compras e serviços de valor superior a R$ 650.000,00; 
o para compras ou alienações de bens imóveis, qualquer que seja 
o valor do seu objeto;40 
o para concessões de direito real de uso, qualquer que seja o 
valor do seu objeto; 
o nas licitações internacionais, qualquer que seja o valor do seu 
objeto.41 
 
• tomada de preços – licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para o 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento daspropostas. É exigida: 
o para obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 e 
até R$ 1.500.000,00; 
 
39 A tabela de limites licitatórios é atualizada na forma do art. 120 da Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos (Lei nº 8.666/93, com a redação dada pela Lei nº 9.648/98). 
40 Admite-se a modalidade leilão para alienação de bens imóveis adquiridos em 
procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento. 
41 Admitindo-se as modalidades tomada de preços e convite, se a Administração possuir 
cadastro internacional de fornecedores ou quando não houver fornecedor de bem ou 
serviço no país, respectivamente, observados os limites estabelecidos para cada 
modalidade. 
 18 
o para compras e serviços acima de R$ 80.000,00 e até R$ 
650.000,00; 
o nas licitações internacionais, se a Administração possuir 
cadastro internacional de fornecedores, observados os limites 
estabelecidos para a modalidade tomada de preços. 
 
• convite – licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu 
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número 
mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos 
demais cadastrados na correspondente especialidade que 
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da 
apresentação das propostas. É exigido: 
o para obras e serviços de engenharia até R$ 150.000,00; 
o para compras e serviços até R$ 80.000,00; 
o nas licitações internacionais, quando não houver fornecedor de 
bem ou serviço no país, observados os limites estabelecidos 
para a modalidade convite. 
 
• concurso – licitação entre quaisquer interessados para escolha de 
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição prévia 
de prêmios ou remuneração aos vencedores (art. 22, § 4º, Lei nº 
8.666/93), preferencialmente adotada para a celebração de 
contratos de prestação de serviços técnicos profissionais 
especializados42 (ex: restauração de obras de arte e bens de valor 
histórico), ressalvados os casos de inexigibilidade. 
 
• leilão – licitação entre quaisquer interessados para venda de bens 
móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente 
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, cuja 
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em 
pagamento43, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor 
da avaliação. 
 
• pregão – licitação para a contratação de bens e serviços comuns44, na 
qual são selecionadas, dentre as propostas apresentadas inicialmente 
 
42 Art. 13, § 1º, da Lei nº 8.666/93. 
43 Neste caso, a Administração poderá adotar o procedimento licitatório sob a modalidade 
de concorrência ou leilão (art. 19, III, Lei nº 8.666/93). 
44 São os bens e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser 
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado (art. 1º, 
 19 
escritas, a proposta de melhor preço e aquelas que estiverem até 10% 
acima do menor preço45, cujos autores serão admitidos a oferecerem, 
em seguida, lances verbais.46 
 
5.15.2. Existem casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação: 
• Dispensa – são situações em que a licitação seria possível, mas deixa 
de ser realizada por conveniência da Administração. 
• Inexigibilidade – são situações em que a licitação não é possível pela 
inviabilidade de competição. 
 
5.16. Restrição da publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos à satisfação dos seguintes requisitos 
constitucionais47 (art. 37, § 1º, CF): 
• caráter educativo, informativo ou de orientação social; e 
• ausência de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção 
pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
5.17. Previsão de que os atos de improbidade administrativa importarão, nos 
termos da Lei nº 8.429/92 (vide arts. 9º, 10 e 11), sem prejuízo da ação 
penal cabível: 
• a suspensão dos direitos políticos; 
• a perda da função pública; 
• a indisponibilidade dos bens; e 
• o ressarcimento ao erário. 
 
 
parágrafo único, da Lei nº 10.520/02). No âmbito da União, o Decreto nº 3.555/00 
estabeleceu elenco de bens e serviços comuns: bens de consumo (água mineral, combustível 
e lubrificantes, gás, gênero alimentício, material de expediente, material hospitalar, 
medicamentos, material de limpeza e conservação etc.), bens permanentes (mobiliário, 
veículo automotivo em geral, microcomputador de mesa ou portátil, monitor de vídeo e 
impressora etc.), serviços de apoio administrativo, serviços de apoio à atividade de 
informática, serviços de assinatura (jornal, periódico, revista, tv a cabo etc.), serviços de 
assistência (hospitalar, médica, odontológica), serviços de atividades auxiliares 
(ascensorista, copeiro, garçom, jardineiro, motorista, secretária, telefonista etc.), serviços 
de filmagem, serviços gráficos, serviços de hotelaria, serviços de telefonia fixa e móvel, 
serviços de transporte, serviços de aperfeiçoamento, capacitação e treinamento, e outros. 
45 Se não houver pelo menos três propostas dentro da variação de preço mencionada (10%), 
as três melhores serão selecionadas para a fase seguinte. 
46 No pregão, somente serão abertos os documentos de habilitação do licitante vitorioso. 
Caso este não satisfaça os requisitos, a documentação do segundo colocado será examinada. 
47 A inobservância dos requisitos constitucionais do art. 37, § 1º, afronta os princípios da 
impessoalidade e da moralidade administrativa, caracterizando atos de improbidade 
administrativa, enquadrados nos arts. 9º e 11, I, da Lei nº 8.429/92. 
 20 
IMPORTANTE: O Ministério Público, no exercício da competência definida 
no art. 129, II e III, CF, promoverá ação civil pública para a proteção do 
patrimônio público e dos princípios constitucionais da Administração Pública 
e para repressão de atos de improbidade administrativa, conforme art. 1º, 
IV, da Lei nº 7.347/85 (quaisquer interesses de natureza difusa ou coletiva, 
inclusive a defesa do patrimônio público e da moralidade administrativa48), 
sem prejuízo da ação popular (art. 1º, Lei nº 4.717/65). 
 
5.18. Previsão da responsabilidade civil49 das pessoas jurídicas de direito 
público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço 
público50 pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros51, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo ou culpa. São necessários os seguintes requisitos: 
 
48 Cf. PAZZAGLINI FILHO, Marino, ROSA, Marcio Fernando Elias, FAZZIO JÚNIOR, 
Waldo. Improbidade administrativa: aspectos jurídicos da defesa do patrimônio público. 
São Paulo: Atlas, 1996, p. 181: “ação civil pública, no caso da improbidade administrativa, é 
ação civil de interesse público imediato, ou seja, é a utilização do processo civil como um 
instrumento para a proteção de um bem, cuja preservação interessa à toda a coletividade.” 
49 A Constituição Federal de 1988 adotou a responsabilidade objetiva do Estado, com base 
na teoria do risco administrativo (havendo nexo de causalidade entre a conduta do agente 
público e o dano produzido, não se faz necessário a configuração do dolo ou culpa, pois o 
que importa é o funcionamento do serviço público – e não se este foi bom ou ruim), podendo 
ser afastada no caso de força maior, caso fortuito ou comprovada culpa exclusiva da vítima. 
Não é possível, pois, a adoção infraconstitucional de outras teorias, inclusive do risco 
integral. Neste sentido: “Jurisprudência da Corte no sentido de que cumpre ao Estadoresguardar a integridade física dos que se encontram sob sua custódia. Responsabilidade 
objetiva.” (STF – RExtr. (Ag. Rg.) nº 190.772-0 – Rel. Min. Maurício Corrêa). Em sentido 
contrário: “I. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, responsabilidade objetiva, com 
base no risco administrativo, ocorre diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação 
administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. II. 
Essa responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite pesquisa em torno 
da culpa da vítima, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a responsabilidade da pessoa 
jurídica de direito público ou da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço 
público. III. Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal 
é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência, 
imperícia ou imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode 
ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a faute de service dos franceses. IV. 
Ação julgada procedente, condenado o Estado a indenizar mãe do presidiário que foi morto 
por outro presidiário, por dano moral. Ocorrência da faute de service. V. RE não 
conhecido.” (STF – 2ª T. – RExtr. Nº 179.147-1/SP – Rel. Min. Carlos Veloso) 
50 Somente haverá responsabilidade civil objetiva, quando as entidades da administração 
indireta ou as empresas concessionárias ou permissionárias prestem serviços públicos, 
excluindo-se as atividades econômicas de natureza privada. 
51 A vítima deverá ser indenizada nos danos emergentes (o que perdeu em conseqüência 
direta e imediata do ato lesivo do poder público), nos lucros cessantes (o que deixou de 
 21 
• ocorrência do dano (material ou moral); 
• ação administrativa, independentemente do dolo ou culpa do agente 
(responsabilidade civil objetiva), ou omissão administrativa, que exige 
dolo ou culpa atribuída a faute de service (responsabilidade civil 
subjetiva);52 
• existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão 
administrativa; 
• a oficialidade da conduta lesiva; e 
• ausência de causa excludente da responsabilidade estatal (força 
maior, caso fortuito ou comprovada culpa exclusiva da vítima53). 
 
6. As Reformas Previdenciárias54, instituídas através das Emendas 
Constitucionais n.º 20/98, 41/03 e 47/05, produziram profundas mudanças 
na administração de pessoal de todos os entes federativos, tendo como 
principais inovações: 
• Instituição do caráter contributivo, com a preservação do equilíbrio 
financeiro e atuarial; 
• Adoção do tempo de contribuição em lugar do tempo de serviço, com 
a proibição de contagem de tempo ficto; 
• Exigência de requisitos cumulativos: 
o tempo mínimo no cargo, na carreira e no serviço público; 
o idade; e 
o tempo de contribuição. 
• Imunidade temporária para o servidor que permanecer na ativa, 
mesmo já tendo completado os requisitos para se aposentar; 
• Teto remuneratório para o servidor público; 
• Contribuição dos inativos. 
 
7. Aos servidores que tenham cumprido os requisitos para aposentadoria até 
a data de publicação da EC n.º 20/98, ou seja, 16 de dezembro de 1998, é 
 
ganhar em decorrência, direta e imediata, da ação ou omissão do Estado), bem como 
honorários advocatícios, correção monetária e juros de mora, se houver atraso no 
pagamento. 
52 A responsabilidade civil do Estado independe da responsabilidade administrativa e 
criminal do agente, salvo se ficar configurada a culpa exclusiva da vítima. 
53 Se a culpa for concorrente, a responsabilidade civil do Estado deverá ser mitigada, 
repartindo-se o valor da indenização devida. 
54 As reformas previdenciárias tiveram fatores endógenos (cômputo de tempos fictícios, 
ausência de idade mínima para aposentação, preponderância do tempo de serviço sobre o 
temo de contribuição) e fatores exógenos (envelhecimento da população, aumento da 
expectativa de vida, crise financeira do setor público, instituição do regime jurídico único, 
fraudes). 
 22 
assegurada sua concessão a qualquer tempo, conforme o art. 3º da mesma 
Emenda, com base nos critérios da legislação então vigente, quais sejam: 
• Aposentadorias voluntárias 
o Por tempo de serviço, com proventos integrais para os 
servidores que preencham os seguintes requisitos (art. 40, III, 
a, CF, na redação original): 
� 35 anos de tempo de serviço, se homem; 
� 30 anos de tempo de serviço, se mulher. 
o Por tempo de serviço, com proventos proporcionais para os 
servidores que preencham os seguintes requisitos (art. 40, III, 
c, CF, na redação original): 
� 30 anos de tempo de serviço, se homem; 
� 25 anos de tempo de serviço, se mulher. 
o Por idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço 
para os servidores que preencham os seguintes requisitos (art. 
40, III, d, CF, na redação original): 
� 65 anos de idade, se homem; 
� 60 anos de idade, se mulher. 
o Especiais, com proventos integrais para os servidores que 
preencham os seguintes requisitos: 
� Professor (art. 40, III, b, CF, na redação original): 
• 30 anos de tempo de serviço em funções 
exclusivas do magistério, se homem; 
• 25 anos de tempo de serviço em funções 
exclusivas do magistério, se mulher. 
� Policial (art. 1º da LC nº 51/85): 
• 30 anos de tempo de serviço, desde que um 
mínimo de 20 anos em funções policiais. 
� Magistrado e Membro do Ministério Público (art. 93, VI, 
e 129, § 4º, CF, na redação original): 
• 30 anos de tempo de serviço, desde que um 
mínimo de 5 anos na judicatura ou no parquet. 
• Aposentadoria por invalidez permanente (art. 40, I, CF, na redação 
original) 
o Com proventos integrais, quando decorrentes de acidente em 
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou 
incurável, especificadas em lei. 
o Com proventos proporcionais ao tempo de serviço, nos demais 
casos. 
� Requisito: Laudo médico conclusivo emitido por junta 
médica oficial a respeito da patologia incapacitante. 
 23 
• Aposentadoria compulsória, com proventos proporcionais ao tempo de 
serviço (art. 40, II, CF, na redação original) 
o Requisito: Implementação da idade (70 anos). 
 
7.1. O sistema de pensão por morte de servidor no texto original da 
Constituição Federal assegurava (art. 40, §§ 4º e 5º, CF): 
• Integralidade – o benefício corresponde à totalidade dos 
vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite a ser 
estabelecido em lei; 
• Paridade – os valores são revistos na mesma proporção e na mesma 
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em 
atividade, incorporando quaisquer benefícios ou vantagens 
posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive 
quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou 
função que serviu de referência para concessão da pensão, na forma 
da lei. 
 
8. A Emenda nº 20/98 estabeleceu as seguintes regras constitucionais para 
a aposentadoria do servidor público titular de cargo efetivo da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e 
fundações, através de regime de previdência de caráter contributivo, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial: 
 
IMPORTANTE: A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem 
de tempo de contribuição fictício (art. 40, § 9º, CF). 
 
• Aposentadorias voluntárias 
o Com proventos integrais para os servidores que preencham os 
seguintes requisitos (art. 40, III, a, CF, com a redação dada 
pela EC nº 20/98): 
� 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 
� 5 anos de exercíciono cargo em que se der a 
aposentadoria; 
� 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se homem; 
� 55 anos de idade e 30 anos de contribuição, se mulher. 
o Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição para os 
servidores que preencham os seguintes requisitos (art. 40, III, 
b, CF, com a redação dada pela EC nº 20/98): 
� 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 
� 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
 24 
� 65 anos de idade, se homem; 
� 60 anos de idade, se mulher. 
o Especiais55, com proventos integrais para os servidores que 
preencham os seguintes requisitos: 
� Professor (art. 40, § 5º, CF, com a redação dada pela EC 
nº 20/98): 
• 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 
• 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
• 55 anos de idade e 30 anos de contribuição (desde 
que o tempo de contribuição seja no efetivo 
exercício do magistério na educação infantil, 
ensino fundamental e médio), se homem; 
• 50 anos de idade e 25 anos de contribuição (desde 
que o tempo de contribuição seja no efetivo 
exercício do magistério na educação infantil, 
ensino fundamental e médio), se mulher. 
� Policial (art. 40, § 4º, CF, com a redação dada pela EC nº 
20/98, c/c art. 1º da LC nº 51/85): 
• 30 anos de tempo de contribuição, sendo 20 anos 
em serviço de natureza estritamente policial. 
• Aposentadoria por invalidez permanente (art. 40, § 1º, I, CF, com a 
redação dada pela EC nº 20/98) 
o Com proventos integrais, quando decorrentes de acidente em 
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou 
incurável, especificadas em lei. 
o Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, nos 
demais casos. 
� Requisito: Laudo médico conclusivo emitido por junta 
médica oficial a respeito da patologia incapacitante. 
• Aposentadoria compulsória, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição (art. 40, § 1º, II, CF, com a redação dada pela EC nº 
20/98) 
o Requisito: Implementação da idade (70 anos). 
 
Atenção! Deve ser aplicado o regime geral de previdência social aos 
servidores ocupantes, exclusivamente, de cargos em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou 
de emprego público (art. 40, § 13, CF). 
 
55 As aposentadorias dos Magistrados e dos Membros do Ministério Público, com a EC nº 
20/98, passaram a observar o disposto no art. 40 da Constituição Federal. 
 25 
8.1. A EC nº 20/98 previu, entretanto, regra de transição para os 
servidores públicos que tinham ingressado regularmente em cargo efetivo 
na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de sua 
publicação: 
• Aposentadorias voluntárias 
o Com proventos integrais, desde que os servidores cumpram os 
seguintes requisitos (art. 8º, I, II e III, a e b, EC nº 20/98): 
� 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
� 53 anos de idade, se homem; 
� 48 anos de idade, se mulher; 
� Tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: 
• 35 anos de contribuição, mais um período adicional 
equivalente a 20% do tempo que, em 16 de 
dezembro de 1998, faltaria para atingir o limite 
mínimo já descrito, se homem; 
• 30 anos de contribuição, mais um período adicional 
equivalente a 20% do tempo que, em 16 de 
dezembro de 1998, faltaria para atingir o limite 
mínimo já descrito, se mulher. 
o Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, desde 
que os servidores cumpram os seguintes requisitos (art. 8º, I, 
EC nº 20/98): 
� 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
� 53 anos de idade, se homem; 
� 48 anos de idade, se mulher; 
� Tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: 
• 30 anos de contribuição, mais um período adicional 
equivalente a 40% do tempo que, em 16 de 
dezembro de 1998, faltaria para atingir o limite 
mínimo já descrito, se homem; 
• 25 anos de contribuição, mais um período adicional 
equivalente a 40% do tempo que, 16 de dezembro 
de 1998, faltaria para atingir o limite mínimo já 
descrito, se mulher. 
o Especiais, com proventos integrais para os servidores que 
cumpram os seguintes requisitos: 
� Professor (art. 8º, § 4º, EC nº 20/98): 
• 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
 26 
• 53 anos de idade, se homem; 
• 48 anos de idade, se mulher; 
• Tempo de contribuição, desde que de efetivo 
exercício do magistério, igual, no mínimo, à soma 
de: 
o 35 anos de contribuição56, mais um período 
adicional equivalente a 20% do tempo que, 
em 16 de dezembro de 1998, faltaria para 
atingir o limite mínimo já descrito, se 
homem; 
o 30 anos de contribuição57, mais um período 
adicional equivalente a 20% do tempo que, 
16 de dezembro de 1998, faltaria para 
atingir o limite mínimo já descrito, se 
mulher. 
� Magistrados, Membros do Ministério Público e dos 
Tribunais de Contas (art. 8º, I, II e III, a e b, §§ 2º e 
3º, EC nº 20/98): 
• 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
• 53 anos de idade, se homem; 
• 48 anos de idade, se mulher; 
• Tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma 
de: 
o 35 anos de contribuição58, mais um período 
adicional equivalente a 20% do tempo que, 
em 16 de dezembro de 1998, faltaria para 
atingir o limite mínimo já descrito, se 
homem; 
o 30 anos de contribuição, mais um período 
adicional equivalente a 20% do tempo que, 
em 16 de dezembro de 1998, faltaria para 
atingir o limite mínimo já descrito, se 
mulher. 
 
56 Na apuração do tempo de contribuição, soma-se ao tempo de serviço prestado até 
16/12/98, 17% de bônus. 
57 Na apuração do tempo de contribuição, soma-se ao tempo de serviço prestado até 
16/12/98, 20% de bônus. 
58 Na apuração do tempo de contribuição, soma-se ao tempo de serviço prestado até 
16/12/98, 17% de bônus. 
 27 
o Especiais, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, para os servidores que cumpram os seguintes 
requisitos: 
� Magistrados, Membros do Ministério Público e dos 
Tribunais de Contas (art. 8º, §§ 2º e 3º, EC nº 20/98): 
• 5 anos de exercício no cargo em que se der a 
aposentadoria; 
• 53 anos de idade, se homem; 
• 48 anos de idade, se mulher; 
• Tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma 
de: 
o 30 anos de contribuição59, mais um período 
adicional equivalente a 40% do tempo que, 
em 16 de dezembro de 1998, faltaria para 
atingir o limite mínimo já descrito, se 
homem; 
o 25 anos de contribuição, mais um período 
adicional equivalente a 40% do tempo que, 
16 de dezembro de 1998, faltaria para 
atingir o limite mínimo já descrito, se 
mulher. 
 
8.2. A Emenda Constitucional nº 20/98 manteve o sistema de pensão por 
morte de servidor anterior (integralidade e paridade), prevendo a 
necessidade de lei para regulamentar a concessão do benefício (art. 40, §§ 
3º e 7º, CF), assim entendido pelo STF60: 
• Garantia da auto-aplicabilidade da integralidade dos valores a 
serem percebidos a título de benefício de pensão; 
• Proibição de restrição da integralidade por qualquer espécie 
normativa infra-constitucional. 
 
9. A Constituição Federal, com a Emenda Constitucional nº 41/03, garantiu 
aos servidores titulares de cargos efetivos da Administração direta, 
autárquica e fundacional regime de previdência de caráter contributivo e 
solidário, mediante contribuição do respectivo ente público (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios), dos servidores ativos e inativos 
 
59 Na apuração do tempo de contribuição, soma-se ao tempo de serviço prestado até 
16/12/98, 17% de bônus. 
60 Rextr. nº 215.261-7/RS; Rextr. nº 215.322-2/RS; Rextr. nº 215.331-1/RS – 2ª T. STF – 
Rel. Min. Néri da Silveira.28 
e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial. 
 
9.1. As regras gerais de aposentadoria introduzidas pela EC nº 20/98 
foram mantidas pela EC nº 41/03 (vide item 8). 
 
9.2. Os servidores que entraram no serviço público após a edição da EC nº 
41/03 não têm direito à aposentadoria integral (última remuneração 
percebida na ativa), pois os proventos serão calculados sobre as 
remunerações utilizadas como base para as contribuições aos regimes 
de previdência, próprio ou geral (art. 40, § 3º, CF), devidamente 
atualizados na forma da lei, ou seja, não se aplicam as regras da 
integralidade e da paridade. 
 
9.3. Os entes federativos poderão limitar as aposentadorias ao valor 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social, desde que instituam regime de previdência 
complementar para os servidores titulares de cargo efetivo (art. 40, 
§ 14, CF, com a redação dada pela EC nº 20/98)61. Neste caso, os 
novos servidores somente terão direito à aposentadoria pela média 
das contribuições se os seus proventos não ultrapassarem o valor 
máximo aplicado aos benefícios do regime geral (reajustados pelos 
mesmos índices do regime geral, de forma a preservar, em caráter 
permanente, seu valor real), sendo o restante arcado pela previdência 
complementar, através de fundos fechados (criados por categoria), 
de natureza pública, com contribuições definidas, mas não o benefício 
futuro (art. 40, § 15, CF).62 
 
9.4. Os servidores que ingressaram no serviço público até a data da 
publicação da EC nº 41/03, ou seja, 31 de dezembro de 2003, têm 
direito de se aposentar com a última remuneração percebida na ativa 
(integralidade dos proventos) e os proventos serão revistos na mesma 
proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração 
dos servidores em atividade (paridade dos reajustes), desde que 
 
61 O regime de previdência complementar somente será obrigatório para os servidores que 
ingressarem no serviço público após a data da publicação do de sua instituição, para os 
demais a Constituição Federal prevê o direito de opção (art. 40, § 16, CF, com a redação 
dada pela EC nº 20/98). 
62 Essa regra somente começará a vigir quando lei criar os fundos de pensão para os 
servidores, os quais receberão contribuições dos servidores e do governo, no sentido de 
complementar a aposentadoria. 
 29 
cumpram as seguintes condições (art. 6º, caput e parágrafo único, EC 
nº 41/03): 
• 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, se homem; 
• 55 anos de idade e 30 anos de contribuição, se mulher; 
• 20 anos de efetivo exercício no serviço público; 
• 10 anos de carreira; 
• 5 anos de exercício no cargo em que se der a aposentadoria. 
 
9.5. Os servidores que tenham ingressado regularmente em cargo efetivo 
na Administração Pública, direta, autárquica ou fundacional, até a 
data da publicação da EC nº 20/98, ou seja, 16 de dezembro de 
1998, podem optar pela aposentadoria voluntária com proventos 
calculados sobre as remunerações utilizadas como base para as 
contribuições aos regimes de previdência, próprio ou geral (art. 40, § 
3º, CF) – os quais serão reajustados para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei 
(não há paridade) –, quando preencher os seguintes requisitos (art. 
2º, EC nº 41/03): 
• 5 anos de exercício no cargo em que se der a aposentadoria; 
• 53 anos de idade, se homem; 
• 48 anos de idade, se mulher; 
• Tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: 
o 35 anos de contribuição, mais um período adicional 
equivalente a 20% do tempo que, em 16 de dezembro de 
1998, faltaria para atingir o limite mínimo já descrito, se 
homem; 
o 30 anos de contribuição, mais um período adicional 
equivalente a 20% do tempo que, em 16 de dezembro de 
1998, faltaria para atingir o limite mínimo já descrito, se 
mulher. 
 
Atenção! Os servidores que fizerem a opção prevista no art. 2º da EC nº 
41/03 terão os proventos de inatividade reduzidos para cada ano antecipado 
em relação aos limites de idade estabelecidos no art. 40, § 1º, III, a, CF (60 
anos, se homem, e 55, se mulher) e no art. 40, § 5º, CF (55 anos, se homem, 
e 50, se mulher, para professor), da seguinte forma: a) 3,5%, para quem 
completar as exigências até 31/12/05; b) 5%, para quem completar as 
exigências, a partir de 1º/1/06 (art. 2º, § 1º, EC nº 41/03). 
 
9.6. É assegurado aos servidores públicos que, até a data da publicação da 
EC nº 41/98, ou seja, 31 de dezembro de 2003, tenham cumprido 
 30 
todos os requisitos para obtenção da aposentadoria, a concessão do 
benefício, a qualquer tempo, com base nos critérios da legislação 
então vigente (art. 3º, EC nº 41/03)63. 
 
9.7. As pensões a serem pagas por morte do servidor público falecido 
deixaram de ter a garantia da integralidade, em todas as hipóteses, 
como também da paridade (o benefício passou a ser reajustado para 
preservar-lhe, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios estabelecidos em lei). A EC nº 41/03 reiterou a necessidade 
de lei para regularmentar a concessão do benefício, que somente será 
integral até o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social (que deverá ser reajustado de 
forma a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado 
pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral). A 
partir desse limite máximo haverá um redutor de 30% sobre o valor 
excedente (art. 40, § 7º, I e II, CF): 
• 70% da diferença entre o valor da totalidade dos proventos do 
servidor falecido, caso aposentado à data do óbito, e o limite 
máximo; 
• 70% da diferença entre o valor da totalidade da remuneração do 
servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, caso em 
atividade na data do óbito, e o limite máximo. 
 
Atenção! Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios aplica-se as regras a serem fixadas em lei específica de 
cada ente da Federação (art. 42, § 2º, CF, com a redação da EC nº 41/03). 
 
9.8. Uma das principais mudanças introduzidas pela EC nº 41/03 foi a 
previsão de incidência de contribuição previdenciária sobre os 
proventos de aposentadorias e pensões64, para o custeio, em 
benefício dos inativos e pensionistas, do regime previdenciário (art. 
40, caput, CF). São duas as regras: 
 
 
63 A Súmula 359 do STF reconheceu o direito adquirido daqueles que já preencheram todos 
os requisitos exigidos para a aposentadoria, não só à aquisição da aposentadoria, como 
também de que seus proventos da inatividade sejam calculados conforme a legislação 
vigente ao tempo em que reuniram os requisitos necessários. 
64 Antes da EC nº 41/03, o STF decidiu pela inconstitucionalidade de leis e atos normativos 
infraconstitucionais que estabelecessem a incidência de contribuição previdenciária sobre 
os proventos de aposentadorias e pensões. 
 31 
• Imunidade – são três os limites para não incidência da 
contribuição previdenciária: 
o não incidirá contribuição sobre proventos de 
aposentadoria e pensões concedidas pelo regime 
estabelecido pela EC nº 41/03 que não ultrapassem o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social (art. 40, § 18, CF); 
o não incidirá contribuição sobre proventos de 
aposentadoria e pensões concedidas antes da publicação da 
EC nº 41/03 (no caso dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios) que não ultrapassem 50% do limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social (art. 4º, parágrafo único, I, EC nº 
41/03); 
o não incidirá contribuição sobre proventos de 
aposentadoria e pensões concedidas antes da publicação da 
EC nº 41/03 (no

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