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Apostila Farmacologia Clínica

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Medicina 
2014/2 
FARMACOLOGIA 
CLÍNICA 
Joandson Souza 
 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
J SOUZA, 2014/2 
1 
PENICILINAS 
ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS BACTÉRIAS 
 Parede celular: 
 Estrutura semirrígida. 
 Proteção mecânica e osmótica. 
 Composição: peptidoglicano 
 Carboidratos: Ác. N-acetilmurâmico e N-acetilglicosamina. 
 Gram Negativo x Gram Positivo. 
HISTÓRICO 
 1942: início do uso médico da PenG 
 1959: isolamento do núcleo ativo da PenG – Ác. 6-aminopenicilâmico 
 Obtenção de penicilinas semissintéticas: 
 Melhor espectro 
 Maior estabilidade a penicilinases 
 Melhor biodisponibilidade oral 
PENICILINAS 
 Antibióticos beta-lactâmicos: ação em parede celular. 
 Núcleo ativo – anel beta-lactâmico: ligação a PBP (proteína de ligação à penicilina). 
 Bloqueia a ação de transpeptidases inibindo a formação de pontes cruzadas (pontes peptídicas). 
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA A PENICILINAS 
 Alteração estrutural da PBP: Gram positivos. 
 Inativação enzimática: 
 Gram positivos (penicilinase). 
 Gram negativos (beta-lactamase). 
PENICILINA NATURAL 
 Tipos: 
 Penicilina G Cristalina – uso EV. 
 Penicilina G Benzatina – uso IM. 
 Penicilina G Procaína – uso IM. 
 PENICILINA G CRISTALINA 
 Uso EV 
 Boa penetração tecidual – concentrações próximas das plasmáticas – exceto osso, músculo e LCR. 
 LCR – aumenta penetração quando há quebra de barreira – AUTORIZADO USO PARA MENINGITES EM DOSES MÁXIMAS. 
 Tempo e Concentração – dependente: área sobre a curva acima da CIM (concentração inibitória mínima). 
 Excreção renal – 70% em forma ativa. 
 25% sofre metabolismo hepático. 
 Sal sódico = 1,5 mEq Na/1.000.000 UI PenG. 
 Sal potássico = 1,7 mEq K/1.000.000 UI PenG. 
 Atenção em pacientes com restrição sódica ou potássica. 
 Espectro e indicações: 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
J SOUZA, 2014/2 
2 
 Streptococcus pyogenes 
o Infecções de partes moles, impetigo, erisipela, celulite, faringoamigdalites. 
 Streptococcus agalactiae 
 Streptococcus viridans 
 Neisseria meningitidis 
o Meningites meningocócicas e meningococcemias. 
 Leptospira interrogans 
o Leptospirose. 
 Treponema pallidum 
o Sífilis terciária – neurossífilis. 
 Actinomyces israelli 
o Actinomicoses. 
 Pasteurella multocida, Peptostreptococcus 
o Infecções de partes moles relacionadas à mordedura de animal (alternativa). 
 Clostridium tetanii 
o Tétano. 
 Fusobacterium e Corynebacterium 
o Faringoamigdalites necrotizantes, Angina de Plaut-Vincent, Difteria. 
 Resistência: 
 Staphylococcus aureus: 
o Preferir ou associar oxacilina em infecções de pele e abscessos de partes moles. 
 Neisseria gonorrheae: 
o Proscrito uso em gonococcemia. 
 Clostridium perfringens: 
o Proscrito uso isolado em gangrena 
 Enterococcus 
 Streptococcus pneumoniae: 
o Resistência variável – pode chegar a 80% em alguns países. 
o Brasil – 15 a 20% de resistência intermediária, 1 a 3% de resistência completa – Proscrito uso 
empírico. 
 PENICILINA G BENZATINA 
 Uso IM – depósito e ação prolongada – 21 dias. 
 Baixas concentrações séricas. 
 Indicações restritas: faringoamigdalites, sífilis. 
 Profilaxia de febre reumática – infecções por Streptococcus beta-hemolíticos do gripo A. 
 Profilaxia de erisipela de repetição. 
 Profilaxia de infecções pneumocócicas e pacientes esplenectomizados (VACINAR!!!)Vacina antipneumococcica 
multivalente. 
 PENICILINA G PROCAÍNA 
 Uso IM – depósito – 12 horas. 
 Concentrações séricas moderadas 
 Posologia desfavorável: IM 12/12 horas. 
 Indicações restritas: faringoamigdalites, escarlatina, erisipela, angina de Plaut-Vicent – DESUSO. 
 DOSES: 
 Penicilina G Cristalina: 2 a 5 milhões de unidades/dose, EV, 4/4h. 
 Penicilina G Benzatina: 1.200.000 a 2.400.000 unidades IM em DU, podendo ser repetida semanalmente. 
 Penicilina G Procaína: 300.000 a 600.000 unidades/dose, IM, 12/12h. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
J SOUZA, 2014/2 
3 
 PENICILINAS SEMISSINTÉTICAS: 
 Sintetizadas a partir de adição de radicais ao ácido 6-aminopenicilâmico = núcleo ativo da penicilina natural. 
 Grupos: 
 Penicilinas Antiestafilocóccicas: 
o Resistentes à ação de penicilinases intrínsecas de estafilococos. 
o Drogas: 
o Meticilina – 1ª (1960) 
o Nafcilina 
o Isoxasolilpenicilinas – Oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina. 
o OXACILINA: 
 Baixa absorção oral – 30% - disponível para uso parenteral. 
 Até 45% de metabolização hepática e até 80% de excreção renal na forma ativa. 
 Boa penetração na maioria dos tecidos – variável em LCR e globo ocular. 
 Meia vida curta – administração de 4/4h. 
 Indicação: Droga de escolha no tratamento de infecções por Staphylococcus 
meticilino-sensíveis (MSSA ou OxaS). 
 Infecções de partes moles, abcessos, osteomielites agudas, 
espondilodiscites bacterianas, pneumonias, endocardite estafilocócicas, 
meningite secundária a TCE aberto. 
 Doses: 
 Infecções moderadas: 1g EV 6/6h. 
 Infecções graves: 2g EV 4/4h. 
 Resistência: Não indicada para uso empírico em infecções adquiridas em ambiente 
hospitalar – altas taxas de resistência – OPÇÕES: vancomicina, teicoplanina, 
linezolida. 
 Se isolado MSSA – oxacilina superior às demais opções. 
 Aminopenicilinas – Ampicilina e Amoxicilina. 
o AMPICILINA: 
o Disponível para uso oral e parenteral 
o Apenas 30 a 40% de absorção oral: JEJUM. 
o Permanência no soro de 4 a 6 horas 
o Eliminação renal e biliar, 70% na forma ativa. 
o Boa penetração tecidual. 
o Alta concentração biliar. 
o Baixa penetração liquórica 
o Espectro: semelhante à penicilina G. 
o Gram negativos: Escherichia coli, Proteus mirabilis, Haemophyllus influenzae, Salmonella sp, 
Shigella sp, Neisseria meningitidis, Fusobacterium. 
 ITU, celulite facial em crianças, meningites em crianças, infecções TGI, infecções 
orais. 
o Droga de escolha para infecções por Enterococcus (+aminoglicosídeo). 
o Droga de escolha para meningite por Listeria monocytogenes. 
o Associação com inibidor de Beta-lactamase: 
 Ampicilina + Sulbactam 
 Resgata espectro contra bactérias sensíveis à ampicilina, produtoras de beta-
lactamase: Haemophyllus, Staphylo, Strepto. 
 Sulbactam: ativo contra Acinetobacter baumanii. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
J SOUZA, 2014/2 
4 
o Doses: 
 Infecções leves: 250 a 500 mg VO 6/6h 
 Infecções graves: 150 a 200mg/kg/dia EV divididos em 6/6h 
 Ampicilina/Sulbactam: 1,5 a 3g EV 6/6 h. 
o AMOXICILINA 
o Melhor biodisponibilidade oral: 80% 
o Meia-vida: 1 hora – administração 8/8h 
o Eliminação renal sob forma ativa 
o Espectro semelhante à ampicilina 
o Melhor concentração biliar, secreção brônquica, seios paranasais e ouvido médio. 
o Escolha para trato respiratório superior, sinusites e otites. 
o Pneumonias não graves – observar resistência. 
o Gram positivos anaeróbicos: infecções orais. 
o Esquema de tratamento de Helicobacter pylori associada à claritromicina. 
o Profilaxia de endocardite. 
o Associação com inibidor de beta-lactamase: 
 Amoxicilina/Clavulanato 
 Carboxipenicilinas: Antipseudomonas. 
 
 DIFERENÇAS POSOLÓGICAS RELEVANTES 
 VIA DURAÇÃO NO SANGUE FREQUÊNCIA 
PENICILINA CRISTALINA EV 4 H 4/4h 
PENICILINA PROCAÍNA IM 12 H 12/12h 
PENICILINA BENZATINA IM 21 DIAS Dose única, semanal, mensal 
PENICILINA V VO 6 HORAS 6/6h 
 
PENICILINAS COMBINADAS COM INIBIDORES DE BETA-LACTAMASE 
 Os principais utilizados em nosso país são: 
 Clavulanato 
 Sulbactam 
 Tazobactam 
 Combinações disponíveis: 
 Amoxacilina + Clavulanato 
 Ticarcilina + Ácido clavulânico 
 Ampicilina + Sulbactam 
 Piperacilina+ Tazobactam 
 Nome farmacológico e vias de administração: 
 Amoxicilina/Clavulanato: VO 
 Ampicilina/Sulbactam: EV 
 Ticarcilina/Ácido clavulânico: EV 
 Piperacilina/Tazobactam: EV. 
 Nomes Comerciais: 
 Amoxicilina/Clavulanato: Clavulim 
 Ampicilina/Sulbactam: Unasyn 
 Ticarcilina/Ácido clavulânico: Timentin 
 Piperacilina/Tazobactam: Tazocin 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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 Indicações clínicas: 
 Amoxicilina/Clavulanato: otite média, sinusite, faringoamigdalite, infecções de partes moles, bronquite crônica, 
mordedura de animais com infecção secundária, infecções ginecológicas. 
 Ampicilina/Sulbactam: Acinetobacter baumanii 
 Espectro de ação: 
 Amoxicilina/Clavulanato: H. influenzae, S. aureus, Neisseria, spp. E anaeróbios. 
 Ampicilina/Sulbactam: Acinetobacter baumanii. 
CEFALOSPORINAS, CARBAPENÊMICOS E MONOBACTÂMICOS 
ESTRUTURA 
 Grupo de antimicrobianos semi-sintéticos. 
 Núcleo ativo: ácido 7-aminocefalosporânico. 
 Anel beta-lactâmico ligado a um anel diidrotiazínico “anel cefêmico”. 
 Culturas do fungo Cephalosporium (1961). 
CARACTERÍSTICAS 
 Grande importância médica. 
 Ampla gama de indicações clínicas. 
 Baixa toxicidade. 
 Comodidade posológica. 
 Perfil farmacocinético favorável. 
CLASSIFICAÇÃO 
 Evolução cronológica: gerações 
 1ª G: Gram-positivos. 
 2ª G: Gram-positivos/Gram-negativos. 
 3ª G: Gram-positivos/Gram-negativos. 
 4ª G: Gram-positivos/Gram-negativos. 
 Maior estabilidade a beta-lactamases. 
Principais cefalosporinas em uso prático no Brasil 
 Oral Parenteral 
1ª Geração Cefalexina 
Cefadroxil 
Cefazolina 
Cefalotina 
2ª Geração Cefaclor 
Cefuroxima 
Cefprozil 
Cefuroxima 
Cefamicinas Cefoxitina 
3ª Geração Ceftriaxona 
Cefotaxima 
Ceftazidima 
4ª Geração Cefepime 
 Inibe transpeptidases Parede celular defectiva e frágil – Lise celular. 
 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 
 Atividade bactericida. 
 Efeito pós-antibiótico por várias horas para Gram-positivos, ausente para Gram-negativos. 
 Tempo-dependentes. 
 Boa biodisponibilidade oral: até 95% da dose administrada. 
 Formulações parenterais: estáveis – infusão lenta e contínua. 
 Boa distribuição e penetração tecidual. 
 Concentrações terapêuticas em SNC: 3ª G. 
 Excreção renal por secreção tubular – ajuste na IRA/IRC. 
 Ceftriaxona: excreção biliar. 
ESPECTRO DE AÇÃO 
 Cocos Gram-positivos: 
 Pele – Streptococcus pyogenes, Staphylococcus meticilino-sensíveis (oxacilino-sensíveis) = <3ª G, resgatada 4ª G. 
 Cavidade oral 
 Streptococcus pneumoniae – 3ª e 4ª G. 
 Cefuroxima (2ª G): inativa contra pneumococo Penicilina Resistente. 
 Gram-negativos: 
 1ª G: somente E. coli 
 2ª G: respiratórios – Haemophyllus influenzae e Moraxella catarrhalis. 
 3ª G: 
 Enterobacteriaceae (E. coli, Citrobacter, Enterobacter, Serratia e Proteus). 
 Klebsiela pneumoniae 
 Enteropatógenos (Salmonella e Shigella) 
 Neisseria (N. meningitidis e N. gonorrhoeae). 
 Ceftazidima: Pseudomonas aeruginosa. 
 4ª G: 
 Todos os cobertos pela 3ª G, inclusive dotados de mecanismos de resistência. 
 Pseudomonas aeruginosa 
 Anaeróbios: 
 Cocos Gram-positivos anaeróbios: peptoestreptococos – 1ª e 2ª G. 
 Cefoxitina: bacilos Gram-negativos anaeróbios – Bacterioides fragilis. 
 “Atípicos” - INATIVAS: 
 Desprovidos de parede celular. 
 Legionella, Chlamydia, Mycoplasma. 
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA 
 Hidrólise por enzimas beta-lactamases 
 Alteração estrutural do sítio de ação (PBP). 
 Diminuição da permeabilidade da membrana externa por alteração das porinas (beta-lactêmicos e quinolonas). 
 Aumento do efluxo da droga por mecanismo ativo. 
BETA-LACTAMASES 
 Principal mecanismo de Gram-negativos. 
 Espaço periplásmico. 
 Pode se associar a outros mecanismos: alteração de porinas e efluxo. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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7 
 Tipos diferentes de beta-lactamases: afinidades diferentes pelas drogas. 
USO CLÍNICO – 1ª GERAÇÃO 
 Cefalexina e Cefadroxil: 
 Estafilococos e Estreptococos: 
 Tratamento ambulatorial de infecções de partes moles e osteoarticulares. 
 Contra-indicada em infecção por mordedura: inativas contra Pasteurella multocida. 
 Estreptococos: 
 Streptococcus pyogenes – amigdalites purulentas. 
 Contra-indicadas em otites e sinusites: inativas contra Haemophyllus influenzae, Moraxella catarrhalis e 
pneumococos resistentes a penicilina. 
 Escolha: Amoxicilina. 
 E. coli: 
 Infecções não complicadas do trato urinário. 
 Pacientes sem predisposição a outros agentes ou resistência. 
 Somente em caso de contra-indicação de quinolonas – gestantes. 
 Escolha: Norfloxacina. 
 Cefalotina e Cefazolina 
 Estafilococos e Estreptococos: 
 Tratamento hospitalar de infecções de partes moles e osteoarticularesPacientes com restrição de volume e 
alérgicos. 
 Cefazolina: profilaxia cirúrgica em cirurgias limpas em sítios estéreis. 
o Pele não infectada e cirurgia plástica. 
o Cabeça e pescoço (sem mucosa ou SNC). 
o Colecistectomia sem colecistite ou colangite. 
o Herniorrafias e plásticas. 
o Mamoplastia e mastectomia. 
o Histerectomia, parto vaginal ou cirúrgico. 
o Cirurgias ortopédicas limpas. 
o Maioria das cirurgias torácicas relacionada ao pulmão. 
o Cirurgias vasculares sem gangrena. 
o Trauma. 
USO CLÍNICO – 2ª GERAÇÃO 
 Cefaclor, Cefuroxima, Cefprozil: 
 Streptoccus pneumoniae, Haemophyllus influenzae e Moraxella catarrhalis: 
 Otites, sinusites, amigdalites, faringites, epiglotites (1ª escolha Amoxacilina/Clavulanato; 2ª escolha cefaclor). 
 Não recomendadas para tratamento de pneumonias e meningites – inatividade contra pneumococos resistentes 
a penicilina. 
o Usar 3ª G ou quinolona. 
 Cefuroxima - EV: 
 Profilaxia em cirurgias em que esteja indicado espectro de ação mais amplo que o da Cefazolina: 
 Cabeça e pescoço (com mucosa). 
 Otorrinolaringológicas. 
 Cardíaca, transplante cardíaco e pulmonar. 
 Neurológica. 
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 Cirurgias ortopédicas em pacientes com risco aumentado de infecções por Gram-negativos: neutropênicos, 
diabéticos, urológicos e pneumopatas (DPOC). 
 Revisão de artroplastia. 
 CEFAMICINAS - CEFOXITINA 
 Ativa contra BGN aeróbios e anaeróbios – Enterobacteriaceae e Bcterioides fragilis. 
 Indicação: profilaxia cirúrgica de cirurgias abdominais e ginecológicas. 
 Uso terapêutico não recomendado: forte indutora de resistência. 
USO CLÍNICO – 3ª GERAÇÃO 
 Ceftriaxona e Cefotaxima: 
 Pneumococos resistentes a penicilina: 
 Pneumonias adquiridas na comunidade. 
 Pneumonias graves: associar macrolídeo – claritromicina ou azitromicina – Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma 
pneumoniae e Legionella pneumophilla. 
 Pneumococos resistentes a penicilina + Neisseria meningitidis e Haemophyllus influenzae: 
 Droga de escolha para tratamento de meningites do adulto. 
 Enterobacteriaceae: 
 Infecções complicadas do trato urinário. 
 Infecções abdominais e de vias biliares, PBE (+ anaerobicida: metronidazol). 
 Infecções de pele com flora polimicrobiana: úlceras crônicas (+ Gram-positivos/anaeróbios: Clindamicina). 
 ESPECTRO: CEFTRIAXONA=CEFOTAXIMA 
 Ceftriaxona: excreção biliar. 
o Em infecções intestinais biliares. 
 Cefotaxima: excreção renal. 
o Em hapatopatas 
 Outras indicações: 
 Infecções gonocócicas (uretrite: DU). 
 Febre tifoide e salmonelose não-typhi. 
 Unfecções por Shigella. 
 Endocardites estreptocócicas. 
 Osteomielites por Gram-negativos (tratamento ambulatorial, DU diária IM) Cefatzidima: 
 Atividade anti-pseudomonas: 
 Descompensação infecciosa de pneumopatia crônica (fibrose cística). 
 Pneumonia em usuários crônicos de corticosteroides. 
 Meningites por Pseudomonas sensíveis. 
USO CLÍNICO – 4ª GERAÇÃO 
 Cefepime: 
 Maior espectro entre as cefalosporinas: 
 Atividade aumentada contra Gram-negativos em relação à 3ª G – inclusive Pseudomonas. 
 Mais estável diante de beta-lactamases. 
 Pneumococos resistentes a Penicilina. 
 Estafilococos meticilino-sensíveis. 
 Infecções hospitalares: 
 Infecções de corrente sanguínea 
 Pneumonias – inclusive VAP 
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9 
 Infecções complicadas do trato urinário 
 Infecções de partes moles 
 Droga de escolha para tratamento empírico inicial de neutropenia febril. 
REAÇÕES ADVERSAS 
 Reações de hipersensibilidade: 
 Até 7% dos pacientes (< que Penicilinas). 
 Mais frequente: rash cutâneo (+ ou – febre e eosinofilia). 
 Reações mais graves: doença do soro, anafilaxia e angioedema – RARAS. 
 Até 5% de reação cruzada com penicilina – avaliar gravidade do episódio anterior. 
 Reações gastrintestinais: 
 Não são habituais 
 Associadas às drogas de apresentação oral 
 Intolerância: náuseas, vômitos e diarreia 
 Colite pseudomembranosa por toxina de Clostridium difficile – amplo espectro. 
 Ceftriaxona: espessamento biliar 
 Incidência maior em crianças: contra-indicado em RN. 
 Cautela em hepatopatas, portadores de doenças da árvore biliar e transplantados biliar. 
 Alternativa: Cefotaxima. 
 Reações hematológicas: 
 Imunomediadas 
 Coombs +: sem anemia hemolítica expressiva 
 Citopenias 
 Eosinofilia 
 Nefrotoxicidade: 
 Nefrite intersticial 
 Neurotoxicidade: 
 Convulsões 
 Cefepime – pacientes críticos, insuficiência renal sem ajuste adequado da dose 
 EEG característico 
 Suspender! 
CARBAPENÊMICOS 
ESTRUTURA 
 Beta-lactâmicos derivados da tienamicina – Streptomyces cattleya. 
 Mais amplo espectro entre os beta-lactâmicos. 
 Estáveis à hidrólise pela maioria das beta-lactamases. 
 Drogas de escolha no tratamento de infecções graves, nosocomiais, causadas por agentes multirresistentes. 
 Imipenem, Meropenem, Carbapenem. 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Beta-lactâmicos: inibição de síntese de parede celular 
 Alta afinidade por PBPs de alto peso molecular: forte atividade 
 Porinas específicas: afluxo rápido e altas concentrações no espaço periplásmico – dificulta a hidrólise por beta-lactamases 
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ESPECTRO DE AÇÃO 
 Todos os Gram-positivos e Gram-negativos sensíveis à penicilinas e cefalosporinas. 
 Pseudomonas aeruginosas: 
 Droga mais ativa – Meropenem 
 Imipenem: pode ser usado com igual insegurança. 
 Ertapenem INATIVO 
 Inativos contra Stenotrophomonas maltophilia e Burkholderia cepaciae. 
 Anaeróbios: 
 CGP, BGN – incluindo Bacterioides fragilis e Clostridium, sp. (exceto C. difficile). 
 Nocardia sp e Actynomices sp. 
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 
 Somente uso parenteral. 
 Excreção renal – ajuste de dose em IR 
 Imipenem/Cilastatina 
 Boa concentração sérica e penetração tecidual. 
 Meia-vida variável: 
 Imipenem: a cada 6 horas 
 Meropenem: a cada 8 horas 
 Ertapenem: dose única diária 
USO CLÍNICO 
 Infecções hospitalares – Agentes Multirresistentes: 
 Infecção de corrente sanguínea 
 Infecções de partes moles e osteoarticulares 
 Infecções ginecológicas e puerperais 
 Infecções complicadas do trato urinário 
 Infecções intra-abdominais 
 Pneumonia 
 Sepse 
 Imipenem e Meropenem: 
 Drogas de escolha para o tratamento de infecções causadas por BGN (Enterobacteriaceae) resistentes a cefalosporinas: 
Citrobacter, Enterobacter, Serratia e Providencia. 
 Possível desenvolvimento de resistência durante o tratamento com cefalosporinas – AmpC. 
 USO EMPÍRICO 
 Infecções graves sem etiologia definida em pacientes que tenham história de uso prévio de múltiplos 
antimicrobianos. 
 IMIPENEM X MEROPENEM 
 Meropenem: maior atividade para BGN e Pseudomonas aeruginosa. 
 Indicações superponíveis. 
 SNC: Meropenem – apresenta melhor penetração em barreira hemato-liquórica e menor potencial de causar convulsões. 
 Ertapenem: 
MECANISMO DE RESISTÊNCIA 
 Estabilidade a beta-lactamases + porinas específicas: maioria das cepas permanece sensível a carbapenêmicos mesmo quando 
resistentes a penicilina e às quatro gerações de cefalosporinas. 
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 Beta-lactamases: 
 Carbapenemases – Não fermentadores: 
 Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumanii 
 Metalo-Betalactamases. 
RFEITOS ADVERSOS 
 Semelhantes aos provocados pelos demais beta-lactâmicos. 
 Mais frequente: hipersensibilidade. 
 Imipenem: 
 Náuseas em infusão rápida 
 Convulsões 
MONOBACTÂMICOS 
AZTREONAM 
 Espectro limitado a Gram-negativos aeróbios – inclui Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa. 
 Custo muito elevado. 
 Pouco usado no Brasil. 
QUINOLONAS 
QUINOLONAS 
 Antimicrobianos sintéticos. 
 Bactericidas. 
 Derivados do ácido nalidixico – primeiro fármaco desta classe, introduzido na prática clínica em 1962. 
 Fluorquinolonas: melhor perfil farmacocinético e maior atividade bactericida. 
CLASSE DAS QUINOLONAS 
 Ácido nalidíxico. 
 Norfloxacina. 
 Ciprofloxacina. 
 Levofloxacina. 
 Moxifloxacina. 
 Gatifloxacina, Grepafloxacina e Trovafloxacina 
 Retiradas do mercado por toxicidade. 
 Clinafloxacina, Sparfloxacina, Gemifloxacina 
 Não usadas habitualmente no Brasil 
MECANISMOS DE AÇÃO 
 Sítio de ação: enzimas Topoisomerases: 
 Tipo II em Gram-negativos (DNA-girase). 
 Tipo IV em Gram-positivos. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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12 
 Responsáveis pelo espiralamento e manutenção da estrutura terciária do DNA bacteriano e estabilizar durante o processo 
de transcrição. 
 Desconfiguração da molécula de DNA – interrupção da replicação e transcrição, degradação por exonucleases. O DNA 
sofre ação de exonucleases: ação final bactericida. 
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA 
 Principal: alteração estrutural do sítio catalítico das topoisomerases – diminuição da afinidade por quinolona. 
 Diminuição da permeabilidade por porinas e bomba de efluxo. 
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 
 Boa concentração sérica. 
 Boa penetração na maioria dos tecidos. 
 Concentração – dependentes. 
 Biodisponibilidade oral: 
 Norfloxacina: 30 a 45%. (24/24 h) 
 Ciprofloxacina: 55 a 70%. 
 Ofloxacina: 95%. 
 Levofloxacina: 90 a 100%. (24/24 h) 
 Meia-vida variável: 
 Levofloxacina e Moxifloxacina: DU diária. 
 Metabolização hepática parcial: 
 Alta concentração biliar. 
 Grande quantidade de metabólitos nas fezes. 
 Excreção renal sob forma ativa: 
 Alta concentração urinária. 
EXPECTRO DE AÇÃO 
 Expectro principal: BGN aeróbios 
 E. coli, Klebsiella, Proteus, Citrobacter, Serratia, Providencia, Morganella morganii, Salmonella, Shigella, Campylobacter, 
sp., Yersinia enterocolítica. 
 Neisseria gonorrhoeae, Haemophyllus influenzae, Moraxella catarrhalis. 
 Pseudomonas aeruginosa 
 Atividade menor do que contra as demais BGN. 
 Melhor: Ciprofloxacina. 
 Cocos Gram-positivos 
 Staphylococcus aureus e S. epidermidis – rápida indução de resistência. 
 Streptococcus pneumoniae – Levofloxacina e Moxifloxacina. 
 Streptococcus pyogenes. 
 “Atípicos” 
 Legionella pneumophilla, Chamydia, sp., e Mycoplasma pneumoniae. 
 Vibrio cholerae 
 Mycobacterium tuberculosis 
INDICAÇÕES CLÍNICAS GERAIS 
 Infecções do trato urinário. 
 Infecções de pelee partes moles. 
 Infecções gastrintestinais e intra-abdominais (+anaeróbicidas). 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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 Infecções respiratórias altas e pneumonias. 
 Infecções de corrente sanguínea por Gram-negativos sensíveis. 
 Prostatites e DSTs (exceto sífilis). 
NORFLOXACINA 
 Baixa absorção oral. 
 Baixa concentração sérica. 
 Concentração urinária > sérica 
 Infecções não complicadas do trato urinário baixo. 
 Profilaxia de Peritonite Bacteriana espontânea em hepatopatas: 
 Boa concentração em líquido ascético. 
 Espectro para E. coli e outros BGN. 
 Indicações: ascite + HDA (hemorragia digestiva alta) ou episódio prévio de PBE (peritonite bacteriana espontânea), 
Proteína LA < 1,0. 
CIPROFLOXACINA 
 Apresentação oral e parenteral: 
 Biodisponibilidade oral: 70%. 
 Concentração urinária e biliar: 4x sérica 
 Infecções do trato urinário – pielonefrite. 
 Infecções de vias biliares – colescitites, colangites (+ anaerobicida – ex. Metronidazol). 
 Infecções intestinais – salmonelose, shigelose, infecção por Campylobacter. 
 Infecções abdominais secundárias – peritonite. 
 Atividade anti-pseudomonas: 
 Otite externa maligna. 
 Bronquiectasia infectada e sinusite em pacientes predispostos – fibrose cística. 
 Infecções de partes moles (cultura +). 
 Infecções secundárias do grande queimado (cultura de swab +). 
 Infecção de corrente sanguínea (cultura +, antibiograma) 
 Não usar em pneumonias Pode ser utilizado em infecções de VAS. 
 Atividade anti-estafilocócica: 
 Moderada, porém, com rápida indução de resistência. 
 Não é droga de escolha para tratamento de infecções de pele, partes moles e osteomieli tes. 
 Útil em infecções polimicrobianas envolvendo Gram-negativos – Pé diabético – em associação (Clindamicina) 
 DST: 
 N. gonorrhoeae: uretrite e proctite gonocócica – dose única. 
 Haemophyllus ducreyi: cancro mole – dose única. 
 Ativa contra Neisseria: 
 CONTRA-INDICADO USO TERAPÊUTICO EM MENINGITES (não penetra barreira). 
 Alternativa para profilaxia. 
OFLOXACINA 
 Biodisponibilidade oral: 90%. 
 Espectro e indicações clínicas muito similares ao da Ciprofloxacina. 
 Menor atividade anti-pseudomonas. 
 Brasil: ESQUEMA ALTERNATIVO PARA TRATAMENTO DE TUBERCULOSE EM HEPATOTOXICIDADE. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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LEVOFLOXACINA 
 Terceira geração – “RESPIRATÓRIAS”: 
 Administração em dose única diária. 
 Melhor atividade contra cocos Gram-positivos, incluindo Streptococcus pneumoniae. 
 Melhor concentração sérica e penetração pulmonar. 
 Levógiro da Ofloxacina. 
 Biodisponibilidade oral: 100%. 
 Eliminação renal: 80%. 
 Excelente distribuição por todos os tecidos e fluídos do organismo. 
 Concentração pulmonar: 2 a 5 vezes maior que a sérica. 
 Concentração liquórica: 16% da sérica. 
 Espectro principal: 
 Pneumococos resistentes a penicilina. 
 Haemophyllus influenzae, Moraxella catarrhalis. 
 Legionella, Chamydia e Mycoplasma. 
 PRINCIPAL INDICAÇÃO: TRATAMENTO DE PNEUMONIAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE E HOSPITALARES PRECOCES 
(até 5 dias). 
 Outras indicações: 
 Exacerbações agudas de bronquite crônica. 
 Rinossinusites agudas e crônicas. 
 Infecções complicadas do trato urinário. 
 Infecções de pele e subcutâneo (alternativa). 
 Infecções intestinais por Salmonella, Shigella, Campylobacter jejunii e Yersinia enterocolitica. 
MOXIFLOXACINA 
 Espectro de ação e penetração muito similar ao da Levofloxacina. 
 Principais indicações: infecções respiratórias. 
 Observar: prolongamento do intervalo QT. 
EFEITOS ADVERSOS 
 Mais frequentes: intolerância gastrintestinal 
 Anorexia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal e diarreia – 3 a 13%. 
 Hepatotoxicidade ocorre mais raramente. 
 Droga retirada do mercado por hepatotoxicidade grave: Trovafloxacina. 
 Hipersensibilidade: 
 Menos frequente que em beta-lactâmicos: urticária e rash fixo. 
 Neurotoxicidade: 
 Cefaleia, tontura, sonolência, delírios, alucinações – 1 a 7%. 
 Convulsões – raras. 
 Idosos: delírio e alteração de nível de consciência. 
 Efeito tóxico sobre cartilagem epifisária: 
 Contra-indicação em gestantes e menores de 12 anos. 
 Prolongamento do intervale QT: 
 Moxifloxacina. 
 Cautela em pacientes com distúrbio de condução e ritmo cardíaco. 
 GREPAFLOXACINA: RETIRADA DO MERCADO 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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 GATIFLOXACINA: RETIRADA DO MERCADO 
 Alterações do metabolismo insulina/glicose: episódios de hiperglicemia, hipoglicemia e descompensação 
diabética em pacientes predispostos. 
MACROLÍDEOS 
 Antimicrobianos semi-sintéticos – derivados da eritromicina – fungo Streptomyces erythreus (1952). 
 Ação bacteriostática. 
 Agem inibindo a síntese protéica através da ligação ao RNA-ribossômico – LIGAÇÃO REVERSÍVEL. 
 Drogas: 
 Eritromicina 
 Espiramicina 
 Azitromicina 
 Claritromicina 
 Roxitromicina 
ERITROMICINA 
 Bacteriostático – atividade bactericida em altas concentrações contra bactérias muito sensíveis. 
 Via oral – base, sais estearato e estolato. 
 Apresentações parenterais – desuso: não estão disponíveis atualmente no Brasil. 
 Metabolização hepática: 80%. 
 Alta concentração biliar e reabsorção na luz intestinal. 
 Baixa concentração liquórica. 
 Boa concentração em secreção brônquica. 
 Penetrar no interior de macrófagos e neutrófilos – tratamento de organismos intracelulares. 
 Espectro de ação: 
 Streptococcus pyogenes 
 Streptococcus pneumoniae 
 Staphylococcus meticilino-sensíveis 
 Bordetella pertussis 
 Campylobacter jejunii 
 Corynebacterium diphteriae 
 Coxiella burnetti 
 Chlamydia pneumoniae 
 Chlamydia trachomatis 
 Chlamydia psittaci 
 Clostridium tetanii 
 Eikenella corrodens 
 Legionella pneumophilla 
 Listeria monocytogenes 
 Moraxella catarrhalis 
 Mycoplasma pneumoniae 
 Neisseria meningitidis 
 Bordetella Quintana 
 Bordetella hanselae 
 Haemophyllus ducreyi 
 Treponema pallidum 
 Ureaplasma urealyticum 
 Uso limitado pela absorção oral, intolerância gastrintestinal e penetração tecidual. 
 Uso Clínico: 
 Streptococcus pyogenes: 
 Faringoamigdalites, impetigo, erisipela e escarlatina. 
 Alternativa, pois a escolha é: amoxacilina, cefalosporinas de 1ª geração e novos macrolídeos. 
 Streptococcus pneumoniae: 
 Inativas contra pneumococos resistentes a penicilinas – substituídas por fluorquinolonas. 
 Bordetella pertusis: coqueluche. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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1 
 Haemophyllus ducreyi: cancro mole. 
 Corynebacterium diphteriae: difteria. 
 Campylobacter jejunii: gastroenterite. 
 Legionella pneumophilla: legionelose. 
 Chlamydia psittaci: psitacose. 
 Chlamydia trachomatis: uretrite e linfogranuloma venéreo. 
 Treponema pallidum: sífilis em alérgicos a penicilina. 
 Exceto neurossífilis – penetração LCR ruim. 
 Gestação: não previne transmissão vertical. 
 Formulações tópicas para tratamento de acne. 
AZITROMICINA 
 Espectro comparável ao da eritromicina contra estreptococos e estafilococos. 
 Atividade superior: 
 Haemophyllus influenzae 
 Moraxella catarrhalis 
 Mycoplasma pneumoniae 
 Chlamydia pneumoniae 
 Legionella pneumophilla 
 Melhor tolerabilidade e menos efeitos adversos. 
 Farmacocinética: 
 Meia-vida: ~68 horas – 1x/dia. 
 Acentuada penetração tecidual. 
 Concentrações elevadas em órgãos e tecidos por até vários dias após suspensão do tratamento (tonsila, pulmão e pele). 
 Altas concentrações nos macrófagos alveolares – até 4 dias após a última dose administrada. 
 Biodisponibilidade oral baixa – 37%. Boa penetração tecidual permite uso VO. 
 Apresentação oral e parenteral. 
 500 mg – 1x/dia. 
 Uso Clínico: 
 Infecções respiratórias: 
 Faringites, amigdalites, otites, sinusites: isoladamente – 500mg VO 1x/dia de 3 a 5 dias. 
 PAC não graves, sem comorbidades: isoladamente – 500mg VO 1x/dia por 5 a 7 dias. 
 PAC graves com hospitalização: em associação com Cefalosporina de 3ª geração – 500mg EV 1x/dia por 7 a 10 
dias. 
 Uretrite gonocócica: dose única de 2g. 
 Uretrite não gonocócica e cancro mole: dose única de 1g. 
 Gastroenterite por Campylobacter jejunii. 
 Erradicação do Helicobacter pylori. 
 Infecções de pele e partes moles – alternativa. 
 Profilaxia MAC em pacientes HIV-positivos – CD4<50. 
CLARITROMICINA 
 Espectro muito semelhante à Azitromicina. 
 Atividade adicional: 
 Mycobacterium leprae 
 Mycobacterium avium-intracellulare 
 Toxoplasma gondii (raramente) 
 Uso Clínico: 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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17 
 Mesmas indicações da Azitromicina. 
 Tratamento das micobacterioses por complexo Avium-cellulare (MAC) em 
pacientes com SIDA (+Etambutol). 
 Outras micobacterioses: M. abscessos e M. chelonae. 
 Azitro x Clarito: 
 Espectro semelhante. 
 Clarito mais usada para H. pylori e MAC. 
 Comodidade posológica: 
 Azitro 1x/dia 
 Claritro 12/12h 
 Claritro habitualmente mais cara. 
 Tolerabilidade e efeitos adversos semelhantes. 
 Efeitos Adversos: 
 Intolerância gastrintestinal. 
 Náuseas. 
 Hipersensibilidade. 
 Flebite na infusão EV – diluir. 
GLICOPEPTÍDEOS 
ESTRUTURA QUÍMICA 
 Estruturas cíclicas complexas: 
 Aminoácidos 
 Açúcares 
 Tricíclica – Vancomicina. 
 Tetraciclina – Teicoplanina. 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Inibição de síntese de parede celular. 
 Ligação ao AA terminal do oligopeptídeo (impede formação de pontes cruzadas). 
INDICAÇÃO PRINCIPAL 
 Tratamento de infecções por estafilococos resistentes a beta-lactâmicos. 
 1ª linha: oxacilina (meticilina). 
VANCOMICINA 
 Ampla distribuição por tecidos e líquidos orgânicos: 
 Fígado, pulmões, rins, miocárdio, partes moles. 
 Líquido pleural, pericárdico, sinovial, ascético. 
 Bile – concentração não-terapêutica. 
 Líquor – 14% da concentração sérica: 
 > em meningites inflamadas. 
 Aumentar dose: 3 g/dia. 
 
 Espectro de Ação: 
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 Staphylococcus aureus, S. epidermidis, outros SCN. 
 Streptococcus pneumoniae, S. pyogenes, S. viridans, S. agalactiae. 
 Enterococcus faecalis, E. faecium. 
 Clostridium, sp. – C. difficile. 
 Uso Clínico: 
 Infecções graves por estafilococos meticilino-resistentes: 
 Hospitalares. 
 Comunidade. 
 S. aureus: endocardites, pneumonias, ICS, sepse, osteomielite, abscessos, neutropenias febris (CVC e mucosite) 
 SCN: ICS, infecções de sítio cirúrgico, infecções associadas a dispositivos invasivos, endocardites (S. 
lugdunensis). 
 Infecções associadas a dispositivos invasivos: 
 Próteses – ortopédicas e valvares. 
 CVC. 
 DVP e DVE. 
 Marca-passo. 
 Associar Rifampicina. 
 Retirar dispositivos: 
o Cultura de ponta de cateter e Hemocultura em pico febril. 
 Tratamento empírico da sepse hospitalar em doentes críticos – CVC, VAP, lesão de pele. 
 Infecções por enterococos resistentes a ampicilina. 
 Infecções por Corynebacterium em imunodeprimidos. 
 Peritonite em pacientes em diálise peritoneal – intra-peritoneal. 
 Troboflebites relacionadas a acesso venoso. 
 Colite pseudomembranosa por C. difficile sem resposta a metronidazol – 125 mg VO 6/6h. 
 Infecções por estafilococos meticilino-sensíveis em pacientes alérgicos a beta-lactâmicos. 
 Meningites estafilocócicas ou por pneumococos resistentes a penicilina e/ou cefalosporina de 3ª G (Ceftriaxona, 
Cefotaxima). 
TEICOPLANINA 
 Espectro muito semelhante a Vancomicina. 
 Meia vida longa e concentração tecidual prolongada: dose única diária. 
 Não penetra barreira hemato-encefálica. 
 Indicações clínicas superponíveis. 
 Menor incidência de efeitos adversos. 
EFEITOS ADVERSOS 
 Nefrotoxicidade. 
 Febre. 
 Hipersensibilidade. 
 “Síndrome do Homem do pescoço vermelho” – NÃO É HIPERSENSIBILIDADE. 
 Ototoxicidade. 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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OXAZOLIDINONAS 
LINEZOLIDA 
 Sintética: descoberto em 1987. 
 Bacteriostática. 
 Mecanismo de ação: 
 Liga-se ao RNA ribossômico e impede a formação do complexo ribossômico para síntese protéica. 
 Farmacocinética: 
 Apresentação oral e parenteral. 
 Ótima distribuição orgânica: 
 Excelente penetração pulmonar. 
 Excreção renaç: 30% inalterada e 50% metabolizada por oxidação. 
 Espectro de Ação: 
 Principal: cocos Gram-positivos, inclusive os resistentes a Beta-lactâmicos e a Glicopeptídeos. 
 Estafilococos 
 Enterococos 
 Estreptococos 
 Uso Clínico: 
 Infecções de partes moles hospitalares. 
 Infecções de sítio cirúrgico. 
 Infecções relacionadas a CVC. 
 Pneumonia nosocomial (associação). 
 Infecções por Enterococo (associação). 
 Infecções por Enterococo VancoR. 
 Infecções por VISA. 
 Efeitos Adversos: 
 Gastrintestinais: náuseas e diarreias. 
 Cefaleia. 
 Mielotoxicidade – plaquetopenia. 
 Neuropatia periférica. 
 Uso ainda não aprovado por tempo prolongado. 
AMINOGLICOSÍDEOS 
 Antibióticos naturais. 
 Primeira droga: Estreptomicina – 1943 – Streptomyces griséus. 
 Aminocarboidratos ligados entre si por uma ligação glicosídica. 
 Efeito bactericida. 
DROGAS 
 Estreptomicina 
 Gentamicina 
 Neomicina 
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 Neomicina + Dexametasona (Neodex) 
 Neomicina + Bacitracina (Nebacetina) 
 Tobramicina 
 Amicacina (semi-sintético) 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Sítio de ação: RNA ribossômico 
 Impedem a ligação ao RNAm. 
 Inibem o início da tradução. 
 Induzem pareamento errôneo de RNAt. 
 Produção de proteínas defectivas. 
 Proteínas defectivas em membrana – LISE CELULAR. 
 Passagem por membrana plasmática: transporte ativo com gasto de energia ATP-dependente – mecanismos aeróbios. 
 Atividade somente contra aeróbios. 
MECANISMO DE RESISTÊNCIA 
 Alteração estrutural do sítio de ação ribossômico. 
 Inativação enzimática – alteração da conformação espacial da droga – INATIVAÇÃO SEM HIDRÓLISE. 
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 
 Baixa biodisponibilidade oral. 
 Concentrações séricas próximas às tóxicas. 
 Penetração: 
 Concentrações terapêuticas em tecido pulmonar (estreptomicina: secreção brônquica e escarro). 
 Concentrações terapêuticas em líquido pleural, pericárdico, ascético e sinovial. 
 Baixa penetração liquórica. 
 Concentração – dependentes: 
 Dose única diária: ação superior e menor toxicidade renal. 
 Excreção renal: 
 Concentração em tecido renal muito superior à sérica e presença na forma ativa na urina. 
 Contra-indicados na IR. 
ESPECTRO E USO CLÍNICO 
 Gram-negativos: 
 Enterobacteriaceae e Pseudomonas. 
 Associação com beta-lactâmicos: sinergismo. 
 Infecções graves. 
 Gram-positivos: 
 S. viridans, Staphylococcus, Enterococcus. 
 Associação com Penicilina G, oxacilina ou Ampicilina: sinergismo. 
 Endocardites. 
 Infecções polimicrobianas: 
 Abdominais e partes moles relacionadas a úlceras crônicas. 
 Associação com drogas com melhor atividade contra gram-positivos e anaeróbios (+ beta-lactâmicos + metronidazol ou 
clindamicina). 
 Micobactérias: 
 Amicacina e estreptomicina. 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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21 
 INATIVOS CONTRA: 
 Estreptococos (Streptococcus pyogenes e S. pneumoniae). Neisserias. 
 Treponema. 
 Clamídias. 
 Micoplasmas. 
 Riquétsias. 
 Bactérias anaeróbias em geral. 
ESTREPTOMICINA 
 Indicações Clínicas: 
 Tuberculose. 
 Endocardite por Streptococcus viridans ou Enterococcus, sp., em associação com penicilina G ou ampicilina. 
 Peste bubônica (Yersinia pestis). 
 Brucelose (Brucella, sp.). 
 Tratamento de Tuberculose: 
 Esquema III: Estreptomicina + Etionamida + Etambutol + Pirazinamida – falência dos esquemas I ou IR. 
 Esquema alternativo para hepatopatas: estreptomicina + etambutol + ofloxacina – doença hepática grave de base ou 
hepatotoxicidade a RMP e IZH. 
 Peste bubônica (Yersinia pestis): 
 Sem envolvimento de SNC. 
 Brucelose (Brucella, sp.): 
 Em associação com doxicilcina nos primeiros 15 dias (tempo total: 45 dias). 
NEOMICINA 
 Extrema nefrotoxicidade e ototoxicidade por via parenteral e baixa absorção oral. 
 Apresentação tópicas: 
 Infecções cutâneas leves e superficiais. 
 Queimaduras. 
 Feridas operatórias. 
 Apresentação - Creme: base talco (lesões purulentas, com secreções). 
 Pomada base vaselina (lesões descamativas - hidratação). 
 Solução oral: 
 Ação “tópica” sobre a flora intestinal. 
 Descolonização pré-operatória e tratamento da encefalopatia hepática. 
GENTAMICINA 
 Melhor efeito sinérgico com beta-lactâmicos ou glicopeptídeos no tratamento de infecções estreptocócicas e enterocócicas – 
endocardites: 
 Streptococcus viridans – Peni + Genta 
 Staphylococcus aureus – Oxa + Genta 
 Enterococcus, sp. – Ampi + Genta 
 Hospitalar ou empírico em prótese precoce – Vanco + Genta (+RMP) 
 1,7 mg/kg/dose de 8/8h, nas primeiras 2 semanas de tratamento 
 Outras indicações: 
 Infecções do trato urinário (1ª escolha = quinolonas, 2ª escolha = cefalosporinas de 3ª ou 4ª G - ceftriaxona). 
 Infecções abdominais – associação (+ penicilina ou ampicilina + metronidazol) 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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 5 a 7 mg/kg/dia em dose única diária. 
 
AMICACINA 
 Mais estável diante da ação de enzimas bacterianas inaIndicações: associação em infecções graves por gram-negativos (Pa): 
 Sepse, pneumonia, pielonefrite, osteomielites, infecções intra-abdominais. 
 Tuberculose MDR (RMP e IZH R). 
TOBRAMICINA 
 Formulações tópicas: 
 Colírios e pomadas oftálmicas: infecções oculares = conjuntivites e ceratites. 
EFEITOS ADVERSOS 
 Nefrotoxicidade: 
 Necrose tubular por toxicidade direta. 
 5 a 25% dos pacientes. 
 Dependente da dose e do tempo de tratamento. 
 Minimizado com DU diária. 
 Fatores de risco: idosos, nefropatas de base, diabéticos, pacientes desidratados ou em uso concomitante de outras drogas 
nefrotóxicas. 
 Ototoxicidade: 
 Lesão direta das células cocleares e vestibulares. 
 Zumbido, hipoacusia para sons de alta frequência, anacusia, vertigem, ataxia (tardia e rara). 
 Uso otológico tópico também implicado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
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POLIMIXINAS 
 Culturas da bactéria Bacillus polymyxa. 
 Disponibilizadas para uso médico em 1947. 
 Polimixinas A, B, C, D, E e M. 
 Polipeptídios cíclicos. 
 Ação bactericida. 
 Estiveram em desuso – uso retomado com emergência de BGN MR. 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Ação em membranas celulares – integração em membranas, formação de poros, alteração osmótica, extravasamento de 
citoplasma – LISE CELULAR. 
 
 Polimixinas B e E 
 Polimixina E (colistimetato = Colistina) 
 Mais utilizada 
 Menor potencial tóxico que o da polimixina B 
ESPECTRO DE AÇÃO 
 Ação sobre gram negativos: LPS 
 Tratamento de infecções por Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumanii 
multirresistentes, inclusive a carbapenêmicos 
 Sem outra opção de antimicrobiano menos tóxico 
USO CLÍNICO 
 Infecção de corrente sanguínea 
 Pneumonia associada a ventilação mecânica 
 Infecção do trato urinário 
 Infecção de partes moles 
 Infecção de SNC associada a DVP/DVE (baixa penetração liquórica) 
 Formulações tópicas: 
 Infecções de pele – associação 
 Otites 
 Conjuntivites 
EFEITOS ADVERSOS 
 Nefrotoxicidade 
 Neuropatia periférica 
 Bloqueio de placa neuromuscular 
 
 
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24 
TETRACICLINAS 
 Antibióticos naturais e semi-sintéticos 
 Estrutura química: anel tetracíclico 
 Brasil: minociclina e doxiciclina – meia-vida mais prolongada, melhor penetração tecidual e maior espectro antimicrobiano. 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Inibição de síntese protéica: 
 Impede ligação do RNAt ao ribossomo – AA não se liga ao peptídeo nascente. 
 Ação bacteriostática 
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 
 Altas concentrações em fígado, baço, medula óssea, ossos e dentes, líquido sinovial e mucosa dos seios paranasais. 
 Bile: concentração 5x > sérica. 
 Concentrações terapêuticas em rins, músculos, pele, saliva e humor vítreo. 
 Doxiciclina e minociclina: secreção brônquica, órgãos genitais e próstata 
 Doxi: pulmão 
 Mino: vesícula biliar e intestinos 
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS 
 Tetraciclina: eliminação renal (60%) e fecal (40%) 
 Contra-indicada em IR: acidose e uremia 
 Doxiciclina e minociclina: metabolização hepática parcial 
 Doxi: eliminação fecal como metabólito inativo e não-absorvível, somente 10% de excreção renal 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 Acne: ação contra Propionobacterium acnes 
 Brucelose (Brucella, sp.): em associação com a estreptomicina (45 dias). 
 Cólera (Vibrio cholerae): tertra por 3 dias ou doxi DU 
 DSTs: 
 Granuloma inguinal (Calymatobacterium granulomatis) e linfogranuloma venéreo (Chamydia trachomatis) – 21 dias. 
 Infecções por Chlamydia trachomatis e Ureaplasma urealyticum – uretrites, vaginites, cervicites, epididimites e proctites 
– 7 dias. 
 DIP: ceftriaxona + doxiciclina + metronidazol 
 Sífilis em pacientes alérgicos a penicilina – 14 dias 
 Peste bubônica (Yersinia pestis): alternativa à estreptomicina (casos leves). 
 Pneumonia “atípica” (Chlamydia e Mycoplasma pneumoniae) e psitacose (Chlamydia psittaci): tetraciclina ou doxiciclina por 10 a 14 
dias, em associação com droga anti-pneumocócica (cefalosporina). 
 Balantidiase (Ballantidium coli) e dientamebiase (Dientamoeba fragilis) 
 Doença de Lyme (Borrella burgdoferi): fase aguda. 
 Infecções por Vibrio vulnificus: infecções de partes moles com rápida evolução para sepse relacionadas a traumas penetrantes 
por espinhas ou barbatanas de peixes. 
 Infecções por Pasteurella multocida: celulites e abcessos relacionados a mordedura de cão ou gato. 
 Malária por Plasmodium falciparum: esquizonticida sanguíneo de ação lenta. 
 Febre maculosa (Rickettsia rickettsi): tratamento e profilaxia. 
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 Leptospirose (Leptospira interrogans): profilaxia 
EFEITOS ADVERSOS 
 Intolerância gastrintestinal: drogas por via oral. 
 Reações cutâneas: 
 Hipersensibilidade: exantema maculopapular fugaz ou erupção fixa com formação de vesículas. 
 Febre, mal estar e linfadenomegalia. 
 Reações de fotossensibilidade (UV) 
 Acúmulo em dentina e esmalte dentário: 
 Pigmentação irreversível dos dentes e hipoplasia de dentes em formação. 
 Contra-indicação em gestantes, lactentes e crianças menores de 8 anos. 
SULFAMÍDICOS 
 Sulfadiazina (comprimidos 500 mg) 
 Sulfametoxazol (associação com trimetoprim) 
 Sulfassalazina 
 Sulfisoxazol 
 Sulfacetamida 
 Sulfanilamida 
 Sulfathiazol 
 Sulfabenzamida 
SMX/TMP - COTRIMOXAZOL 
 SMT 5:1 TMP = 400/80 mg ou 800/160 mg 
 Isolados: bacteriostáticos – associação é bactericida. Boa biodisponibilidade oral. 
 Apresentação oral e intravenosa. 
 Metabolização hepática. 
 20% do SMX e 50% do TMP sob forma ativa na urina. 
ESPECTRO DE AÇÃO 
 Haemophilus influenzae 
 Moraxella catarrhalis 
 Nocardia, sp 
 Burkholderia cepaciae 
 Calymatobacterium granulomatis 
 Stenotrophomonas maltophilia 
 Yersinis enterocolitica 
 E. coli 
 Salmonella typhi 
 Shigella, sp 
 Listeria, sp 
 
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PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 Paracoccidioidomicose (P. brasiliensis) 
 Pneumocistose (P. jirovecii) TCD4+<200 células/mm3 1 comprimido Bactrim (SMX 800mg + TMP 160 mg) 3x/semana. 
 Profilaxia e tratamento 
 Isosporiase (I. belli) 
 Nocardiose (Nocardia, sp) 
 Infecções por Stenotrophomonas maltophilia 
 Infecções por Burkholderia cepaciae 
 Sulfadiazina: 
 Toxoplasmose 
 Paracoccidioidomicose 
 Dapsona: 
 Hanseníase 
EFEITOS ADVERSOS 
 Reações de hipersensibilidade 
 Mielotoxicidade 
 Toxicidade hepática 
 Insuficiência renal 
 Nefrite intersticial 
 Cristalúria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INSULINOTERAPIA NO DM TIPO 1 
TIPOS DE INSULINA 
 Insulinas de ação BASAL: 
 Intermediária: NPH (ultralenta). 
 Ação prolongada: glargina e detemir. 
 Insulinas de ação PRANDIAL: 
 Rápida: regular (antigamente inalável). 
 Ultra-rápida: lispro, aspart (glulisina). 
AÇÃO DAS INSULINAS EM HORAS 
 
 
 Os esquemas devem ser adaptados à vida do paciente e não o oposto: adaptar o paciente ao nosso esquema preferido de 
administração de insulina. 
 No início do quadro de DM a necessidade diária de insulina está em torno de 0,8 U/kg. 
 Após a estabilização inicial, devido a uma produção residual de insulina pela célula beta pancreática, essa necessidade pode reduzir-
se a 0,4-0,6 U/kg/ dia. 
 Ao final do primeiro ano de DM, em geral a necessidade é de 1 U/kg/dia. 
 Na puberdade, há um novo aumento da necessidade graças à ação de hormônios sexuais (contra-reguladores e antagonistas da 
ação da insulina), podendo levar a dose diária a 1,5 U/kg. 
 Passada a puberdade, novo declínio tende a ocorrer. 
 
 
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ESQUEMA CONVENCIONAL DE INSULINIZAÇÃO 
 No esquema convencional de insulinização, de caráter mais simples e não fisiológico, geralmente são usadas associações fixas de 
insulina em duas doses de insulina de ação intermediária (NPH) associadas à insulina Regular na proporção de 70/30 a 80/20, 
aplicadas antes do café da manhã e do jantar. 
 
ESQUEMAS INTENSIVOS DE INSULINIZAÇÃO NO DM – 1 
 
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TRATAMENTO DO DM TIPO 2 
 
NA ATENÇÃO BÁSICA 
- FASE 1: Metformina 
- FASE 2: Metformina + Glibenclamida 
- FASE 3: Metformina + Glibenclamida + 
Insulina noturna 
- FASE 4: Insulina plena + Metformina 
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INSULINOTERAPIA NO DM TIPO 2 
 Insulinoterapia oportuna é a situação médica na qual o tratamento insulínico é instituído tão logo seja clinicamente constatado um 
nível mais acentuado de descontrole glicêmico que exija uma intervenção terapêutica mais agressiva e intensiva. 
 Paciente que faz dieta, atividade física e utiliza mais de 3 medicamentos orais (metformina, glibenclamida e carbose). 
 3 situações que podem desencadear o coma no paciente diabético: Cetoacidose diabética; estado hiperglicêmico hiperosmótico; 
hipoglicêmico. 
 
 
 
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PLANO ALIMENTAR 
 
MUDANÇAS DE ESTILO DE VIDA 
 
 
HIPOGLICEMIANTES ORAIS 
 Várias classes terapêuticas disponíveis: 
 Secretagogos: 
 Sulfoniluréias e glinidas. 
 Sensibilizadores à insulina: 
 Metformina e glitazonas. 
 Retardo da absorção de glicose: 
 Acarbose. 
 Incretinomiméticos: 
 Inibidores da DPP-IV 
BIGUANIDAS (METFORMINA) 
 Ação: 
 Inibição da produção hepática de glicose; aumento da sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos. 
 Redução dos triglicerídeos em 10-15%. 
 Redução do peso (2-3 kg). 
 Eficácia: 
 Semelhante à das sulfoniluréias: 
 Redução HbA1c: 1,5-2%. 
 Glicemia de jejum: 60-70 mg/dl. 
 Efeito hipoglicemiante aditivo quando usada em associação às sulfoniluréias. 
 
 
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GLITAZONAS 
 “Tiazolidinedionas”. 
 Ação: 
 Agonistas do receptor nuclear PPAR-gama. 
 Aumentam a sensibilidade à insulina nos tecidos muscular, hepático e adiposo: maior expressão do transportador de 
glicose GLUT-4 e maior captação de glicose. 
 Rosiglitazona 
 Pioglitazona 
SULFONILUREIAS 
 Aumentam secreção de insulina pelas células beta: 
 Ligação a receptor SUR: fechamento dos canais de K+ ATP-dependentes. 
 Abertura canais de cálcio. 
 Influxo de cálcio na célula. 
 Exocitose de grânulos contendo insulina 
 Secretagogos. 
 Eficácia: 
 Redução de HbA1c: 1,5-2%. 
 Redução da glicemia de jejum: 60-70 mg. 
 60-75% dos pacientes não conseguirão níveis glicêmicos ideais apenas com sulfonilureias, necessitando adição 
de outro agente. 
 Glibenclamida 
 Comprimidos de 5 mg 
 2,5-20 mg/dia 
 Gliclazida 
 Comprimidos 30 mg 
 30-120 mg/dia 
 Efeitos adversos: 
 Ganho de peso (2-4 kg) 
 Hipoglicemias 
 Reações cutâneas 
 Clorpropramida: 
 Efeito ADH-like (retenção hídrica, HÁ, hiponatremia) 
 Intolerância ao álcool 
 Falência secundária 
 5-7% ao ano 
 Contra-indicados: 
 Insuficiência renal ou hepática importante 
 DM 1 
 Intercorrências graves 
 Gravidez 
GLINIDAS (MEGLITINIDAS) 
 Ação: ligação à subunidade SUR dos canais de potássio da célula beta (local diferente das sufonilureias) 
 Secretagogos de insulina 
 Ação de início rápido e de curta duração. 
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 Uso no período pré-prandial imediato (cobertura das refeições) 
 Nateglinida 
 Repaglinida 
 Eficácia: 
 Redução HbA1c: 0,7 a 1%. 
 Redução da glicemia de jejum: 20-30 mg 
 Repaglinida: +potente 
 Efeito predominante sobre a glicemia pós-prandial 
 Liberação de insulina glicemia-dependente 
 Menos hipoglicemias 
 Ineficazes no DM 1 
ACARBOSE 
 Apresentação: 
 Glucobbay, Aglucose – comprimidos de 50 e 100mg 
 Dose: 50-300 mg/dia 
 Efeitos adversos: 
 Meteorismo, flatulência, cólicas abdominais, diarreia (30% dos pacientes) 
 Iniciar com doses baixas 
 Hipoglicemias: GLICOSE 
Inibidores da DDP-IV 
 A dipepitidilpeptidase IV é a enzima que degrada GLP-1 
 Glucagon-like peptide 1: 
 Secretado no intestino delgado 
 Estimula secreção de insulina, inibe glucagon, retarda esvaziamento gástrico, inibe apetite. 
 Um dos maiores responsáveis pelo “efeito incretina”. 
 Drogas: 
 Sitagliptina (Januvia) – comprimidos 25, 50 e 100mg. 
 Vildagliptina (Galvus) – comprimidos 50 e 100 mg. 
 Eficácia: 
 Redução HbA1c: 0,6-1,8% 
 Glicemia de jejum: 20 mg/dl 
 Glicemia pós-prandial: 50 mg 
 Efeitos adversos: 
 Faringite 
 Náusea 
 Cefaleia 
 Não causam hipoglicemia 
 Não provocam ganho de peso 
 Hepatotoxicidade 
 Vildagliptina 100 mg 1x/dia 
 Contraindicações: 
 Hepatopatia 
 
 
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INCRETINO MIMÉTICOS 
 Liraglutide 
 Exenatide (análogo de GLP – 1 de longa duração) 
 Byetta (5-10 ug SC 2x/dia) 
 Eficácia: 
 Redução HbA1c: 1% 
 Glicemia de jejum: 15-25 mg/dl 
 Perda de peso (2-3 kg) Monoterapia ou associado a sufonilureia/metformina DM 2 
 Problemas: injetável, náuseas 
RESUMO DO ANTIGLICEMIANTES ORAIS 
 
ASSOCIAÇÕES 
 Efeito aditivo 
 Drogas com diferentes mecanismos de ação 
 Eficácia: Redução adicional da HbA1c: 0,8 a 1,8% e da glicemia de jejum: 40-65 mg. 
 Sulfoniureia + Metformina 
 Sulfonilureia + Glitazona 
 Metformina + Glitazona 
 Sulfoniureia + Acarbose 
 Metformina + Gliptina

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