Buscar

A IMPORTANCIA DA ORGANIZACAO DO ESPACO PARA ATENDER O ALUNO DO 1ordm ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

127 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO PARA ATENDER O 
ALUNO DO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS 
Suzana Cristina Fulaneto Serodio 
serodiosu@gmail.com 
 
Marlizete Cristina Boanafini Steinle 
Marlizetesteinle4@gmail.com 
 
RESUMO 
 
A presente pesquisa tem por objetivo verificar como a escola de ensino fundamental 
tem organizado seu espaço escolar para atender as crianças de 6 anos, como 
também, compreender de que forma esse espaço contribuí com o processo de ensino 
e aprendizagem. Para atingir o proposto foi realizada uma pesquisa qualitativa. Os 
instrumentos utilizados para levantar dados foram à observação do espaço escolar e o 
Diário de Campo. A pesquisa teve como campo, uma sala de aula pública do 1º ano 
do Ensino Fundamental pertencente ao município de Londrina. Como conclusão foi 
construída um “Projeto sala de aula Sketchup” para o 1º ano do Ensino Fundamental, 
como uma das possiblidades de resignificar os espaços educativos, a fim de possam 
acolherem e integrar o seu mais novo aluno. 
 
Palavras chave: Espaço. 1º ano do Ensino Fundamental. Aprendizagem. 
 
INTRODUÇÃO 
 É sabido a todos que com a implantação do Ensino 
Fundamental de Nove Anos a partir de 2005 a criança de seis anos de idade 
cronológica que pertencia a Educação Infantil, passa a ser automaticamente 
matriculada no primeiro ano do Ensino Fundamental. 
 Esta determinação governamental não teve como mudança 
apenas o espaço geográfico da criança de seis anos, que num passa bem 
próximo frequentava a Educação Infantil e agora passa a frequentar a Ensino 
Fundamental. Adequações curriculares, pedagógicas, materiais e físicas 
formas necessárias ao Ensino Fundamental de nove anos que passa a 
receber alunos com seis anos de idade. 
 Tudo isso posto, o presente trabalho teve como objeto de 
pesquisa a organização do espaço escolar, na medida em que 
questionamentos surgirão na tentativa de encontrar respostas para as 
seguintes perguntas: O espaço físico das escolas do Ensino Fundamental é 
 
 
128 
 
adequado para atender as crianças de seis anos? Como as escolas do ensino 
fundamental tem organizado seu espaço físico para atender as crianças de 
seis anos? A adequação ou não do espaço físico escolar contribui ou 
atrapalha o processo de ensino e aprendizagem? 
 Na tentativa de buscar respostas para estas perguntas o 
presente trabalho tem por objetivo “verificar como a escola de ensino 
fundamental tem organizado seu espaço escolar para atender as crianças de 6 
anos, como também, compreender de que forma esse espaço contribuí com o 
processo de ensino e aprendizagem”. 
 Para cumprir com o objetivo proposto alguns caminhos foram 
necessários tais como: Buscar referencia teórica que fundamente a discussão 
sobre a organização do espaço no primeiro ano do ensino fundamental de 
nove anos; Observar uma sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental 
municipal do Município de Londrina; A funcionalidade desse espaço na 
promoção do processo ensino aprendizagem; Propor sugestões para a 
organização do espaço que visam atenda a adequadamente a criança do 
primeiro ano ensino fundamentais. 
 Vale dizer que o interesse por esta temática surgiu a partir 
da integração de conhecimentos adquiridas na graduação em Design de 
Interiores e na graduação em Pedagogia, ao perceber que Design de 
Interiores e Educação podem juntas contribuir com a formação de cidadãos. 
 Durante os estágios desenvolvidos nos espaços escolares 
sempre observei atentamente a maneira como as escolas se organizavam e a 
pobreza com que utilizavam os materiais decorativos. Assim, pude refletir e 
pensar no quanto as crianças do primeiro ano do ensino fundamental estava 
perdendo na interação com a linguagem de imagem, com a troca de 
experiências sensoriais sociais e como a escola utilizava inadequadamente 
esses espaços, principalmente quando não reconhecem o sentido e o 
significado da organização dos espaços educativos para o processo de ensino 
e aprendizagem. Diante de tudo isso é que fui instigada a escrever sobre o 
assunto. 
Acredito que este trabalho traga um alerta a todos os 
professores que trabalham com as crianças de seis anos matriculadas no 
primeiro ano do Ensino Fundamental, uma vez que, problematiza o espaço da 
 
 
129 
 
sala de aula, como um espaço organizado para a acessibilidade do saber e do 
conhecer curioso da criança, rico em possibilidades autônomas para a escolha 
e o manuseio de materiais diversos que, proporciona maior interação da 
criança com a sua cultura e amplia as interações sociais entre as crianças e 
entre elas e os adultos. Tudo isso com o objetivo de favorecer o processo de 
ensino e aprendizagem construído e organizado no espaço da sala de aula. 
 
CONTEXTUALIZANDO O ESPAÇO ESCOLAR PARA A INFÂNCIA 
 
O século XXI trouxe para contemporaneidade vários desafios, 
dentre eles está o reconhecimento da criança cidadão tendo a infância por 
direito. Mas, sabemos que nem sempre foi assim, a criança durante muito 
tempo foi desrespeitada pela sociedade, sendo ora considerada como um 
adulto em miniatura, ora como um ser sem conhecimento e sentimentos 
submisso as impressões do adulto, ora funcionaria do trabalho infantil, ora 
sujeito de consumo do capitalismo e da sociedade midiática, ora vitima da 
exploração sexual. 
Neste contexto, cabe à escola refletir sobre as suas práticas 
educacionais, na tentativa de conceber a criança como um ser em pleno 
desenvolvimento, no entanto, um ser ativo e social que, ao se apropriar de 
diferentes espaços, tem a possibilidade de interagir com objetos culturais, com 
outras crianças e com diferentes adultos, todos importantes para o seu 
processo de humanização. 
Assim, ao refletirmos sobre o espaço físico que compõem as 
escolas, Rinaldi (2002) diz que, 
[...] O ambiente escolar deve ser um lugar que acolha o 
indivíduo e o grupo, que propicie a ação e a reflexão. Uma 
escola ou uma creche é antes de tudo, um sistema de relações 
em que as crianças e os adultos não são apenas formalmente 
apresentados a organizações, que são uma forma da nossa 
cultura, mas também a possibilidade de criar uma cultura. [...] É 
essencial criar uma escola ou creche em que todos os 
integrantes sintam-se acolhidos, um lugar que abra espaço às 
relações (p. 77). 
 
Analisando as contribuições de Rinaldi (2002) percebemos que 
quase nunca ou dificilmente a escola tem esta compreensão sobre o espaço 
físico que a constitui. Até hoje a escola não é pensada e nem organizada 
 
 
130 
 
fisicamente para acolher a criança e integrá-la a este ambiente que também é 
seu, dando a mesma o sentimento de pertencimento. Assim, o que 
normalmente acontece é que os alunos são apresentados a uma estrutura 
física escolar de padrão nacional, a qual se espera que todas as crianças se 
adaptem, sem levar em consideração as suas individualidades. 
Por outro lado, na tentativa de ressignificar esta prática 
Galardini e Giovannini (2002) defende a ideia de que os espaços escolares são 
grandes parceiros no processo de ensino e aprendizagem, ao afirmarem que, 
[...] A qualidade e a organização do espaço e do tempo dentro 
do cenário educacional podem estimular a investigação, 
incentivar o desenvolvimento das capacidades de cada criança, 
ajudar a manter a concentração, fazê-la sentir-se parte 
integrante do ambiente e dar-lhe uma sensação de bem-estar 
(p. 118). 
 
Diante desta afirmativa, é urgente que a escola organize 
espaços flexíveis e versáteis, compostos por ambientes que possibilitem a 
criação de novos saberes e novas experiências,espaços que favorecem o 
autoconhecimento, a autonomia e o desenvolvimento de habilidades tais como: 
cognitivas, afetivas, social e cultural. 
 Tudo isso, deve ser pensado junto a uma rotina escolar 
desafiadora, sendo contrária a uma rotina autoritária que limita pelo seu 
autoritarismo, os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantil. 
 É fato que o espaço físico por si só não é capaz de sozinho 
alterar o ambiente escolar dando à criança a sensação de acolhimento e 
pertencimento, a ele devesse incorporar as ações do professor e sua relação 
com o aluno. 
Vale destacar que o espaço escolar deve ser acolhedor e 
prazeroso, deve trazer a sensação de abrigo que possibilite outras sensações, 
de autoconfiança, como o bem estar. Portanto, “Toda relação humana é 
educativa. Todo contato com criança deixa marcas que define posições” 
(REDIN, 1998, P 49). E por meio desta relação construída no espaço escolar 
que acreditamos que a criança se desenvolve, aprende e se prepara para vida. 
Mas, é preciso destacar que, por mais que estamos falando de 
um espaço físico e coletivo que é o espaço escolar, não podemos perder de 
vista que cada criança é única e tem sua particularidade, seus desejos e 
 
 
131 
 
principalmente um processo particular de construção de novos conhecimentos. 
Para tanto é necessário que “experiências que estimulem à criatividade, a 
experimentação, a imaginação, e desenvolvam as distintas linguagens 
expressivas e possibilitem a interação com outras pessoas” (BARBOSA; 
HORN, 2001, p. 68). 
No entanto, mais complexa se torna a discussão sobre a 
organização do espaço físico escolar, quando voltamos nosso olhar para o 
Ensino Fundamental, principalmente aquele relacionado ao 1º ano, cujos 
alunos possuem apenas seis anos de idade, pois, entendemos que o espaço 
que se destina ao ensino fundamental deva ser preparado e pensado para as 
crianças de seis a dez anos respeitando as suas especificidades. 
Mas, infelizmente, as escolas brasileiras do Ensino 
Fundamental são organizadas fisicamente para crianças que não crescem, 
pois, o tamanho da carteira das crianças com seis anos é o mesmo para as 
crianças de dez anos que já são pré-adolescentes. São organizadas para 
crianças consideradas adulto em miniatura, por que a sua estrutura física 
desconsidera a presença do Parque, e os Jogos e as Brincadeiras tem seu 
tempo cada vez mais reduzido ou quase nulo. 
A importância do mobiliário e suas influências na aprendizagem 
quando se pensa em espaço e como o utiliza-lo e de como esse espaço se dá, 
primeiro por que esse espaço gera autonomia na criança, elas têm que saber 
onde procurar os materiais que necessita e saber onde eles estão dispostos, e 
assim poder otimizar o tempo das atividades, o tempo tem que ser gasto com 
atividades e diversão. 
Esse espaço também tem que ser organizado de acordo com a 
identidade de grupo de alunos, assim quando se entra em uma sala, e a partir 
das coisas e materiais que estão expostos, pode se identificar o que o grupo 
esta aprendendo, e com essa exposição as crianças podem expor suas 
criações e assim valorizam suas próprias produções e também as dos colegas 
o que influencia muito no processo aprendizagem das crianças 
A delimitação do espaço da sala de aula por áreas ou cantos 
permite a desconcentração da figura do adulto e uma maior autonomia por 
parte das crianças. O espaço e o tempo são elementos pedagógicos 
 
 
132 
 
importantes que precisam ser pensados e organizados para a participação 
ativa das crianças. 
Como afirma Ana Lúcia Goulart 
[...] Um espaço e o modo como é organizado resulta sempre 
das idéias, das opções, dos saberes das pessoas que nele 
habitam. Portanto, o espaço de um serviço voltado para as 
crianças traduz a cultura da infância, a imagem da crianças, 
dos adultos que a organizaram; é uma poderosa mensagem do 
projeto educativo concebido para aquele grupo de crianças. 
 
Um espaço cercado por mesas e cadeiras enfileiradas revela 
que o movimento das crianças não é considerado e que as propostas estão na 
mão do adulto que é o único que precisa ser visto e ouvido. A própria decoração 
do ambiente é reveladora. Muitas vezes, o adulto no desejo de deixar o espaço 
bonito, o decora com cartazes e enfeites que não tem significado para aquele 
grupo de crianças e que é um referencial apenas para ele. Muitas revistas 
“pedagógicas” em especial aquelas destinadas a educação infantil infelizmente 
apresentam alguns desses modelos. 
Quanto à organização das salas, Barbosa e Horn (2001) 
afirmam ser fundamental que se considere a sala como parte integrante da 
ação pedagógica e destacam que são fatores determinantes desta organização 
o número de crianças, as faixas etárias, as características do grupo e a parceria 
entre professores e aluno. 
Ainda segundo as autoras Barbosa e Horn (2001), a 
organização adequada do espaço e dos materiais disponíveis na sala de aula 
será fator decisivo na construção da autonomia intelectual e social das crianças. 
Para a delimitação dos espaços podem ser usados diversos materiais, como 
panos, tapetes, estantes, cortinas e outros. 
Zabalza e Fornero (appud HORN,2004,P.35) fazem uma 
interessante distinção entre espaço e ambiente, apesar de terem a clareza de 
que são conceitos intimamente ligados. Afirmam que esse termo espaço refere-
se a locais onde as atividades são realizadas e caracterizam-se pelos objetos, 
moveis, materiais e por sua decoração já o ambiente diz respeito ao conjunto 
desse espaço físico e as relações que se estabelecem no mesmo, as quais 
envolvem os fatos e as relações envolvidas entre crianças e adultos. 
 
 
133 
 
 Antes de projetas um ambiente ou um espaço, trago esse 
discussão para caracterizar e definir o conceito de espaço e ambiente. 
 Pensar o espaço é, portanto, compreender as questões físico-
materiais como os elementos de cor, texturas, piso, altura de janelas, altura das 
maçanetas das portas, os móveis, a louça do banheiro (torneira, cuba, vaso 
sanitário, porta toalhas, entre outros), a dimensão métrica das salas, 
corredores, refeitórios, banheiros, hall de entrada; a interligação entre estes 
espaços; o desenho arquitetônico e suas formas. 
 Essas dimensões estão implicadas, segundo os autores, no 
trabalho pedagógico dos professores e na aprendizagem e no desenvolvimento 
das crianças. 
[...] O espaço acaba tornando-se uma condição básica para 
poder levar adiante muitos dos outros aspectos-chave. As 
aulas convencionais com espaços indiferenciados são cenários 
empobrecidos e tornam impossível (ou dificultam seriamente) 
uma dinâmica de trabalho baseada na autonomia e na atenção 
individual de cada criança (ZABALZA, 1998, p. 50). 
 
 Pensar o ambiente, por outro lado, é considerar as interações: 
criança/criança, criança/adulto, criança/espaço, criança/tempo de permanência 
na instituição de educação nesse caso de do ensino fundamental, 
criança/relação com os elementos do espaço. As questões que envolvem o 
espaço têm influência sobre o ambiente e este, por sua vez, incide sobre o 
espaço. 
 Acredito ser fundamental o entendimento tanto das 
especificidades de cada conceito em sua dimensão teórico-prática, quanto das 
relações e implicações que se estabelecem ente eles. Essa diferenciação 
possibilita aprofundar compreensões que podem resultar na adequação do 
espaço projetado. 
 
CAMINHO METODOLÓGICO 
 
 A presente pesquisa tem como delimitação científica uma 
pesquisa qualitativa. Utilizou-secomo instrumento de coleta de dados, a 
observação a Campo e o Diário de campo. O Campo delimitado para o nosso 
olhar, foi uma sala de aula do 1º ano do Ensino Fundamental, pertencente a 
 
 
134 
 
uma Escola Municipal localizada na zona Oeste de Londrina, Paraná. 
Participaram desta pesquisa 25 alunos, com idade cronológica de seis anos e 
uma Professora. Após a análise dos dados coletados fizemos uma discussão 
que será apresentada a seguir. 
 
PENSANDO O ESPAÇO ESCOLAR 
A Partir das observações realizadas em uma sala de aula do 
primeiro ano do Ensino Fundamental, foi possível constatar que não existe um 
olhar atento para a organização funcional e sensorial dos espaços e da 
distribuição das mobílias existente neste espaço escolar, uma vez que são tão 
importantes para as vivencias acadêmicas, bem como, para a apropriação do 
saber aluno de seis anos. 
Segundo a Diretora da escola, a inadequação do espaço se dá 
por causas político-administrativas, uma vez que a escola que é considerada 
de porte pequeno no ano de 2014 aumentou número de alunos, fazendo com 
que, no período matutino a mesma sala atendesse os alunos do quarto ano e 
no período vespertino alunos do primeiro ano. Deste modo, segundo a fala da 
Diretora, a organização da sala de aula não poderia ser pensada para 
privilegiar apenas um grupo de alunos em detrimento do outro, a ponto de 
limitar a utilização da sala apenas para uma faixa etária, pois, a escola tinha 
que acomodar todos os alunos e isso era prioridade. 
A fim de iniciarmos a nossa discussão apresentaremos a seguir 
a primeira imagem atual do espaço escolar. 
Foto – 01: Sala de Aula 
 
Como podemos observar na imagem acima, a organização do 
espaço desta sala de aula é composta por vários armários no seu lado direito. 
Estes armários pertencem à antiga Biblioteca Escolar que, por falta de espaço 
 
 
135 
 
para abrir novas salas de aula foi desativada e seus armários foram 
distribuídos entre as salas já existentes. 
Se olharmos mais atentamente é possível verificar que junto a 
este amontoado de armários, existem também prateleiras que diminuem ainda 
mais o espaço da sala e consequentemente ocupam as paredes, deixando 
praticamente nula a possibilidade de serem usadas as paredes para a 
exposição dos trabalhos dos alunos. 
Sabemos que todo espaço escolar organizado para as crianças 
deve propor desafios cognitivos, sociais, emocionais e motores que farão o 
aluno a avançar no seu processo de humanização, uma vez que, este espaço 
contenha objetos que relatem a sua cultura, o seu meio social, a sua identidade 
e suas aprendizagens. Assim, toda sala de aula precisa ter visivelmente 
marcas da identidade de seus alunos, expressas em diferentes produções 
expostas nas paredes que indicam quem são eles; o que estão aprendendo; 
além destas exposições valorizarem as produções dos alunos, os ensina a 
respeitar uns aos outros em diferentes formas de aprender. 
Horn (2004, p. 28): 
 
É no espaço físico que a criança consegue estabelecer 
relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um 
pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa 
dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao 
ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que 
essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em 
um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a 
semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se 
definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e 
o espaço organizado. 
 
De acordo com a citação de Horn (2004), consideramos 
também que um mesmo espaço como é o da sala de aula, podemos ter 
diferentes ambientes que atenderão a necessidades dos alunos. A fim de 
contribuir com este pensamento e materializarmos as possibilidades de 
organização, a seguir apresentaremos uma sugestão de espaço escolar onde a 
parede torna-se a extensão do planejamento docente e parte da atividade do 
aluno 
 A sala de aula é o espaço de referencia para o aluno e precisa 
ter identidade, e foi que as observações feitas na sala de primeiro anos do 
fundamental que pude perceber quais eram suas necessidades, tanto da 
 
 
136 
 
professora quanto dos alunos, e a partir dessa percepção projetei o mesmo 
espaço da sala de aula, com as mesmas caracterizas arquitetônicas, mas de 
maneira diferente, tirando alguns mobiliários que se encontravam em excesso, 
como os armários, algumas cadeiras e estantes, priorizei o uso de materiais 
recicláveis como tapumes, que viraram bancadas e estantes, e caixas de frutas 
que se transformaram em estantes para os livros, jogos e televisão. 
Foto 02: projeto sala de aula Sketchup 
 
 Podemos observar na imagem acima que na parede que havia 
vários armários e uma TV que não funcionava ambos foram descartados. 
No projeto foi utilizado uma prateleira de amadeira na cor amarela sem portas, 
onde será colocado os cadernos das crianças, pois, durante as minhas 
observações notei que os cadernos eram sempre as crianças que 
manuseavam, eram elas que guardavam após corrigir, e eram elas que 
pegavam para guardar na mochila, então, sugeri uma prateleira sem portas, a 
prateleira tem uma tamanho suficiente para a turma dos dois períodos. 
 Os três armários azuis, são para guardar matérias que não 
serão usados de imediato, como folha sulfite, cadernos novos, lápis de cor, giz 
de cera etc, os armários são baixo, onde as crianças podem ter acesso e 
também ter autonomia na escolha do material. 
 Próximo à porta foi colocado duas bancadas azuis escuras, 
com quatro cadeiras brancas, denominado de cantinho da criatividade. Nessa 
bancada está disponível tintas, pinceis, folhas sulfite e diversos desenhos para 
colorir. A professora fazia atividades onde as crianças tinham liberdade para 
escolher do que gostaria de brincar, mas, notei que não havia um lugar onde 
elas pudessem direcionar a atividade, um lugar próprio para cada atividades. 
 Segundo Ceppi e Zin (2013 p48) “É importante que todos os 
espaços da escola, de acordo com suas características especificas, estejam 
 
 
137 
 
abertos e acessíveis as crianças, para que elas possam lá permanecer e 
utiliza-los.” 
 No projeto as paredes estão livres para que a professora 
possa expor as produções dos alunos, o que antes com as paredes cheias de 
armários não ocorria. 
 Segundo Ceppi e Zini(2013 p51) “O espaço deve ser 
organizado de maneira eficiente para arquivamentos da documentação dos 
trabalhos e projetos realizados pelas crianças.” 
Foto – 03: Sala de Aula 
 
 Na imagem a cima, podemos notar que a lousa é para uso 
apenas da professora, pois uma crianças de 6 anos não alcança. No canto 
esquerdo, tem um computador que não tem utilidade nenhuma, pois, não 
funciona, e o alfabeto a cima da lousa é muito pequeno difícil de visualizar. 
 Há também um excesso de carteiras na sala, o que deixa o 
ambiente apertado e sem possibilidade de outras organizações para as 
atividades, tais como: como duplas, círculos, equipes, etc. 
Foto 04: projeto sala de aula Sketchup 
 
 No projeto sugerido tanto a lousa como as carteiras, 
foram modificadas, pois, durante as observações pude perceber que as 
 
 
138 
 
crianças tinham uma necessidade enorme de escrever na lousa, de interagir 
com o que a professora escrevia, e de ter a percepção de que a lousa não era 
restrita apenas a professora. Mas,uma das impossibilidades era o fato de não 
alcançarem, então no projeto busquei colocar um quadro que ocupasse 
praticamente toda a parede tanto de largura quanto de altura, o que torna mais 
acessível aos alunos, e o alfabeto em cima da lousa é grande e pode ser 
visualizado tranquilamente e sem dificuldade, e as crianças terão uma copia 
desse alfabeto para que ele possa ser manuseado. 
 Sobre este aspecto Ceppi e Zini(2013 p46) dizem que “O 
ambiente escolar deve er passível de receber manipulações e transformações 
tanto de adultos como de crianças, e deve estar aberto para diferentes usos.” 
Foto – 05: Sala de Aula 
 
 Quanto a área da janela, pudemos observar que é muito boa, 
pois, tem uma iluminação adequada. Mas em alguns horários a iluminação é 
intensa, e com o mau funcionamento das cortinas se torna um problema. 
Foto -06:projeto sala de aula Sketchup. 
 
 No projeto da janela, as cortinas foram trocadas por persianas, 
o que possibilita abrir e fechar a liberando a luz que for necessária para uma 
iluminação adequada. 
 
 
139 
 
 Deste modo Cippi e Zini(2013 p61) afirmam que ”A quantidade 
de luz natural é uma das características mais importantes da iluminação de 
interiores. Concordando com o autor é que sugerimos a persiana nas janelas, 
uma vez que elas não tiraram a iluminação natural da sala, e esta iluminação 
fez com a crianças pudessem ter a percepção de tempo. Ceppi e Zini(2013 
p61)” É importante que as crianças sintam se em harmonia com o ambiente do 
lado de fora da escola e que elas estejam cientes das mudanças que ocorrem.” 
Foto-07:projeto sala de aula Sketchup. 
 
 Atualmente o fundo da sala foi usado como deposito, tudo o 
que não coube na Biblioteca e em outros setores da escola, foi para na sala do 
primeiro ano, o que torna o espaço apertado e sem possibilidade para usar as 
paredes, há também um excesso de aparelhos de televisão na sala de aula 
que na tem uso. 
 O espaço entre a televisão e as carteiras é pequeno, o que não 
possibilita que as crianças possam ficar confortáveis, elas acabam ficando em 
suas carteiras quando ocorre alguma atividade de multimídia. 
Foto 08: projeto sala de aula Sketchup 
 
 No projeto sugerido para este espaço, no fundo da sala foi 
usados caixas de frutas de feira, elas foram usadas como armários, é uma 
 
 
140 
 
alternativa barata e que da muito certo, pois todas DVD, livros e jogos podem 
ser organizados de maneira que as crianças tenham acesso. 
 No canto esquerdo uma fita métrica gigante instiga as crianças a 
quer saber quanto elas cresceram, o que possibilita a interação com a 
matemática de uma maneira divertida, e do lado uma pequena biblioteca, onde 
a professora poderá colocar em destaque os livros novos ou mais lidos, e em 
baixo organizar o restante. 
 Uma bancada azul, entre a mini biblioteca e a televisão foi 
projetada para que as crianças pudessem ter essa sensação de mudança de 
ambiente, e que também possibilita um lugar para os jogos ou ate mesmo para 
a leitura de um livro. Segundo Ceppi e Zini(2013 p46)”Transformabilidade a 
curto prazo pode ser obtida através de divisórias, mobília, painéis”. 
 O ambiente possibilita inúmeras sensações, como na área 
projetada para a televisão, um tapete e milhares de travesseiros bem macio, 
em forma de nuvem para a criança poder deitar e se sentir confortável, a 
prateira de caixa de frutas, deixa os DVDs e jogos acessíveis às crianças. 
 E as cores usadas sem exageros, assim as paredes ficaram 
na cor branca para deixar o ambiente mais claro, iluminado, e as cores ficaram 
no mobiliário para assim compor um ambiente mais agradável e apropriado 
para as crianças. 
 Segundo Ceppi e Zini(2013 p)” O cenário cromático deve ser 
rico, envolvendo todas as variantes de identidade das cores sem, contudo criar 
um efeito “cacofônico”;em vez disso um resultado equilibrado, que crie 
harmonia.” 
 
Considerações Finais 
 Concluo essa pesquisa, respondendo algumas inquietações 
que trouxe no inicio nesse trabalho, e fica assim a certeza de que ainda se tem 
muito a ser pesquisado sobre esse assunto. 
O espaço físico da escola do ensino fundamental hoje, não é adequado para as 
crianças de seis anos, essa preocupação de adequar o ambiente para a 
criança que acabou de sair da educação infantil, ficou como um segundo plano 
nas escolas ou ate mesmo nunca existiu. 
 
 
141 
 
 Na maioria das escolas o espaço da sala de aula é usado por 
crianças de idades diferentes em turnos diferentes, o que faz com que as salas 
acabem não tendo a possibilidade de variação no mobiliário, e também faz com 
as salas tenham um grande acumulo matérias e mobília desnecessária. 
 E por fim, a escola deve garantir a qualidade de 
ensino para os alunos, oportunizando um bom espaço, que possa promover a 
autonomia à criatividade e que desperte os sentidos para diferentes linguagens 
nos anos inicias. 
 
REFERÊNCIAS 
ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia. A Educação Infantil e o Ensino 
Fundamental de Nove anos. In: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia 
(Orgs.). Quem tem medo de ensinar na educação infantil? Em defesa do ato 
de ensinar. Campinas, SP: Alínea, 2007. p. 37-50. 
_______.Ensino fundamental de nove anos: passo a passo do processo de 
implantação. 2. ed. Brasília, 2009. 
ALMEIDA, Rosangela Doin; JULIASZ, Paula Cristina. Espaço e tempo na 
educação infantil.São Paulo,SP:Contexto,2014. 
CEPPI, Giulio, ZINI, Michele. Crianças, espaços, relações: como projetar 
ambientes para a educação infantil. Porto Alegre: Penso, 2013. 
BRASIL. Lei n. 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 
29, 30, 32 e 87 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) 
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) 
anos de idade. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 7 fev. 2006. 
______. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases. 
Determina Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras 
providências. Disponível em: . Acesso em: 07 abril. 2015. 
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. 
Organização do espaço e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, Carmem 
(Org.). Educação infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 67-
79 
FORNEIRO, Lina Iglesias. A Organização dos Espaços na Educação Infantil. 
In: ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação infantil. Tradução Beatriz 
Affonso Neves. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A 
organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
 
 
142 
 
MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São 
Paulo: Pioneira Thomson, 2002. 
RENDI, Euclides. O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente 
brinca.Porto Alegre:Mediação,1998. 
GONÇALVES, Renata. A organização dos espaços na educação infantil. 
Disponível em: < http//monografias.brasilescola.com/pedagogia/a-organização-
dos-espaços-naeducacao-infantil.htm>. Acesso em: 9 março. 2015 
ZABALZA, Miguel,A.Qualidade em educação infantil.Porto 
Alegre:Artmed.1998

Outros materiais