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A Cibercultura e a democracia digital modulo 6

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A Cibercultura e a democracia digital
 É possível afirmar que a sociedade foi marcada historicamente por grandes Revoluções Tecnológicas que alteraram significativamente o fluxo da história da humanidade. Alguns historiadores afirmam que a primeira revolução tecnológica foi à criação da imprensa por Gutenberg, pois, além de possibilitar o aperfeiçoamento da escrita e leitura, permitia a reprodução rápida de textos antes manuscrito, o que ajudou na disseminação de informações. A Segunda Revolução tecnológica foi marcada pelo uso das novas fontes de energia como a eletricidade e o petróleo. A partir do uso destes recursos houve uma evolução significativa dos meios de comunicação no mundo.
Chega-se então a Terceira Revolução Tecnológica chamada de Revolução Digital e que tem como característica o uso da informática e da telemática, com destaque para os computadores, como ferramentas essenciais para atividades econômicas. O sistema político-social e econômico estabelecido pela sociedade industrial tinha como símbolo maior a chaminé, representada pela força motriz e produção de massa, uma organização centralizada com bases hierarquizadas. O mercado era predominantemente estável, estabelecendo tarefas simples e físicas, em sua maioria. A tecnologia empregada era feita pela eletromecânica. Toda a informação surgia hierarquicamente de cima para baixo.
Hoje, as características políticas, sociais e econômicas da sociedade da informação residem em seu próprio símbolo de reconhecimento: o computador. De um alvo doméstico da sociedade industrial, passa-se ao alvo global. A inovação e a tecnologia assumem as características básicas da força motriz.
Se na sociedade industrial tinha-se o capital como recurso de produção, a atualidade traz a necessidade de transformar informações em conhecimento. As organizações se descentralizam, já que os mercados são fluídos, o que gera tarefas complexas, intelectuais e participativas. Da estabilidade passada ao emprego dinâmico em empresas menores. A tecnologia é eletrônica, microeletrônica e biológica, e a informação é interativa.
De acordo com LEVY (1996) o desenvolvimento da comunicação assistida por computador e das redes digitais planetárias aparece como a realização de um projeto mais ou menos bem formulado, o da constituição deliberada de novas formas de inteligência coletiva, mais flexíveis, mais democráticas, fundadas sobre a reciprocidade e o respeito das singularidades.
Com as redes digitais planetárias o navegar no ciberespaço possibilita que o individuo observe a multiplicidade de lugares, processos, oportunidades de vida, de trabalho, de lazer, que se sucedem por meio de computadores, tablets, celulares e demais dispositivos móveis, uma vez a relação do sujeito com o espaço se modifica, o sujeito percorre o espaço remotamente em uma relação acorporal que altera a interação entre matéria e espaço então a proximidade de espaço que foi normalmente associada como elemento necessário e fundamental para a troca de informações é substituída pela interação via rede.
Diante deste novo cenário, pós Revolução Digital, vale ampliar a afirmação de Habermas (1996) que dizia que a esfera pública teve seu papel significativamente alterado devido à influência dos meios de comunicação de massa, que estabeleciam uma opinião pública imperativa frente à sociedade, e também com a consolidação da concepção liberal do Estado, em que o privado acaba por sobrepujar o público com as possibilidades de comunicação e interação próprias do Ciberespaço.
Para Lemos (2004), o enfraquecimento dos espaços de lugar como ruas, praças, monumentos em prol do espaço midiático passa a ser a realidade no final do século XX e início do século XXI, criando um processo de privatização do público e publicização midiatizada do privado.
 Levy (1999) afirma que o ciberespaço encoraja uma troca recíproca e comunitária, enquanto as mídias clássicas praticam uma comunicação unidirecional na qual os receptores estão isolados um do outro.
Atualmente a sociedade civil tem se utilizado dos canais de comunicação livres que emergem no ciberespaço para manifestar suas opiniões referentes às questões públicas e espera-se então que com um ciberespaço livre, democrático e sem barreiras para a entrada de novos participantes que se crie um espaço no qual a ocorrência de debates e embates coletivos possibilitem a formação de opinião.
 A Democracia Digital
 Um dos elementos centrais do ideal de "democracia digital", de acordo com Ferreira (2011), é a esperança de que a Internet permita condições livres e iguais para a participação política o que é complementado por Schlosber e Dryzek (2002) quando afirmam que democracia digital pode criar oportunidades a pessoas que de outro modo não participariam no processo de definição de políticas.
Ferreira (2011) afirma ainda que os meios de comunicação digital são instrumentos plenos de potencial para enfrentar os crescentes níveis de desinteresse político dos cidadãos uma vez que a partir de sua ação as mídias digitais contribuem para substituir a visão negativa acerca do cidadão comum, sem interesse por questões políticas promovida pelos modelos elitistas de democracia, por uma visão positiva, que apresenta aos indivíduos os benefícios sociais e morais presentes na oportunidade de participar na vida política, pois desde o seu surgimento, a cibercultura viria a afirmar-se como suporte analítico para as expectativas de níveis de liberdade de comunicação sem precedentes, que viriam satisfazer as ambições comunicativas, informativas e relacionais dos indivíduos – até então bloqueadas por barreiras espaciotemporais e pela inexistência de um ambiente generalizado de interação. Todo o conjunto das características tecnológicas associadas aos media digitais, ao ser pensado na sua relação com a esfera pública, prometia um vasto campo de perspectivas para a participação política: as novas tecnologias viriam permitir pôr em contato impessoal, ou virtual, interlocutores socialmente distantes, com o objetivo de articular aliança e se estabelecer orientações coletivas, no sentido de exercer influência política.
Por fim, Ferreira (2011) justifica que por detrás de grande parte da discussão teórica sobre a democracia digital encontra-se um interesse muito concreto pelas novas práticas que emergem das infraestruturas tecnológicas proporcionadas pelos novos dispositivos de comunicação, de organização, de armazenamento e de oferta de informações online  no sentido de se pensar possibilidades que agora se oferecem ao exercício de práticas cívicas que vão desde o contato e a pressão sobre os representantes eleitos à formação de opinião pública, à formação de movimentos da sociedade civil ou ainda à simples participação em fóruns eletrônicos de discussão ou à intervenção em plebiscitos online. 
 Para Saber Mais:
A Transparência Brasil é uma organização independente e autônoma, fundada em abril de 2000 por um grupo de indivíduos e organizações não governamentais comprometidos com o combate à corrupção... Um dos objetivos da TBrasil, especificado em seu estatuto, é ajudar as organizações civis e os governos de todos os níveis a desenvolver metodologias e atitudes voltadas ao combate à corrupção... Para saber mais acesse: http://www.transparencia.org.br/
 FERREIRA, B.G “Democracia Digital e Participação Política: o acesso e a igualdade na deliberação online” Disponível em: http://www.academia.edu/948996/Democracia_Digital_e_Participa%C3%A7%C3%A3o_Pol%C3%ADtica_o_acesso_e_a_igualdade_na_delibera%C3%A7%C3%A3o_online.  Acesso 10 de maio de 2015
SCHLOSBERG, D. e Dryzek, J. S. (2002), Digital Democracy: Authentic or Virtual?, Organization and Environment, 15: 332-335.
 
Texto 12 – A Cibercultura e os movimentos sociais
 
         Para compreender o processo dos movimentos sociais na Cibercultura é importante compreender o termo Ciberativismo. Este é um termo recente e consiste na utilização da internet por grupos politicamente motivados que buscam difundir informações e reivindicações sem qualquerelemento intermediário com o objetivo de buscar apoio, debater e trocar informação, organizar e mobilizar indivíduos para ações, dentro e fora da rede possibilitando que qualquer individuo seja protagonista de uma causa.
            O Ciberativismo agrega um conjunto de termos como: ativismo midiático, ativismo digital, novo ativismo, novíssimos movimentos sociais, click-ativismo, hacktivismo, ativismo eletrônico, ciberguerra, guerrilha de comunicação, dentre outros.
Para Araújo; Freitas; Montardo (2012), o desenvolvimento do Ciberativismo esta relacionado ao da internet e pode ser dividido em 04 fases que permitem ver esta simbiose, são elas:
• Surgimento: No espaço de elaboração da internet, o Ciberativismo surge como forma de disputa tecnosocial que exerceu pressão para que a internet evoluísse para uma tecnologia não proprietária.
• Pré-web: Momento inicial da internet, quando este era apenas um ambiente comunicativo baseado em troca de mensagens de texto.
• Popularização da web: Representa o início e expansão da primeira web quando surgem os primeiros sites de apoio a causas ativistas, protestos organizados pela rede, coberturas alternativas etc.
• Web 2.0: Com a tendência do surgimento de novas ferramentas que ampliaram o caráter interativo da web, o Ciberativismo se apropriou de blogs e sítios de mídias sociais que facilitam as formas de organização de movimentos através da rede.
Já Lévy (1999) afirma que existem três bases que servem de sustentação para o que ele chama de movimento social da cibercultura: a interconexão, as comunidades virtuais e a inteligência coletiva.
Figura 2 Disponível em: https://inquietacoesdigitais.files.wordpress.com/2011/07/campanha_ciberativismo.jpg Acesso em 10 de maio de 2015
 A interconexão seria a explicação para a existência do ciberespaço, uma vez que a sua existência depende das máquinas de comunicação interligadas fisicamente para que passe a existir a conexão de ideias, que por sua vez se concentram em grupos, tribos e em comunidades virtuais. Essas comunidades processam a cooperação através da troca de informações que a consolidam enquanto grupo, independente de proximidades geográficas. Para  Lévy(1999) as comunidades virtuais são os motores do universo por contato. Por fim, a terceira base do movimento social da cibercultura é a inteligência coletiva que seria a contribuição de ideias de um pequeno grupo ou de toda a comunidade conectada ao ciberespaço.
 Saiba mais:
O Greenpeace é uma organização global e independente que atua para defender o ambiente e promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos.Investigando, expondo e confrontando crimes ambientais, desafiamos os tomadores de decisão a reverem suas posições e adotarem novos conceitos. Também defendem soluções economicamente viáveis e socialmente justas, que ofereçam esperança para esta e para as futuras gerações. Abaixo um dos manifestos de Ciberativismo do Greenpeace.
 
 
Figura 3 _ Greenpeace - Disponível em:http://www.greenpeace.org/brasil/pt/

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