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MÓDULO 08 A CIBERCULTURA E A PRÁTICA PROFISSIONAL

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- Sociedade da Informação: a escola em tempos de Cibercultura
 
A escola, como a conhecemos, advém de longas datas. Sua transformação condicional é marcada a partir do surgimento da “teoria do capital humano” na década dos idos 1960. A teoria do Capital Humano considerava que a educação era funcional ao sistema capitalista, não apenas ideologicamente, mas também economicamente, ao passo mesmo passo que era qualificadora da mão de obra, ou seja, da força e do trabalho.
Para conhecermos um pouco mais sobre o tema é fundamental um breve olhar na historia que apresenta a modernidade como o rompimento das relações naturais e comunidades estabelecidas por laços de família, típicos da Idade Média. Esta ruptura se dá pelo processo industrial e urbano, ou seja, modificam-se as relações de subordinação que serão caracterizadas pela crescente urbanização e, com isto, o estabelecimento de leis de contrato, e como bem nos esclarece Saviani (1988, p. 155):
 
Isto é posto em evidência pelo fato de que a sociedade deixa de se organizar segundo o direito natural, mas passa a se organizar segundo o direito positivo, um direito estabelecido formalmente por convenção contratual. É por isso que os ideólogos da sociedade moderna vão fazer referência ao chamado contrato social e à sociedade como sendo organizada através de um contrato e não por laços naturais.
 
Entende-se, portanto, que a mudança existente na sociedade, agora contratual, exigirá escola e educação diferentes da até então realizada. O conhecimento e a ciência tornam-se produtos materiais e produtos industriais que serão generalizados pelo processo de escrito. Por isso, a sociedade moderna urbana tem, como princípio, a escolarização básica para todos, já que incorpora a produção científica como forma de desenvolvimento industrial e social, há de ter como exigência mínima o domínio da escrita.
Com o desenvolvimento industrial crescente, a partir do século XIX, tanto a utilização da escrita, quanto o conhecimento dela, torna-se forma imprescindível de acesso à comunicação e à informação, seja ela imediata ou a distância. O acesso à escrita é dado por meio da alfabetização, tornando-se esta necessária para a mão-de-obra, minimamente qualificada, garantir o acesso às novas maneias do processo de produção e às máquinas implantadas pelas indústrias
No passado foi necessário “alfabetizar” uma mão de obra para a produção competente, hoje, de forma semelhante cresce vertiginosamente a necessidade de “alfabetizar digitalmente” jovens e adultos para o mercado profissional.
As transformações que chegam à sociedade da informação, pós-industrial ou informacional, são tendências dominantes, mesmo para economias menos industrializadas, e acabam por definir um novo paradigma, o da Tecnologia da Informação, expressando a essência da presente transformação tecnológica em suas relações no que tange à economia, à sociedade e à educação. 
Se na sociedade industrial tinha-se o capital como recurso de produção, a atualidade traz a necessidade de transformar informações em conhecimento. As organizações se descentralizam, já que os mercados são fluídos, o que gera tarefas complexas, intelectuais e participativas. Da estabilidade passada ao emprego dinâmico em empresas menores. A tecnologia é eletrônica, microeletrônica e biológica, e a informação é interativa.
A reorganização do regime de acumulação de capital é acompanhada por profundas consequências e marcas dentro de um processo educacional. Se de um lado havia seguranças relativas ao conhecimento detido, advindo da formação universitária, era-se treinado nas formações de ensino superior para o desenvolvimento de habilidades, transformando-se jovens em profissionais disciplinados, cumpridores de metas já estabelecidas e, de certo modo, acomodados pela lenta e gradual digestão dos sistemas tecnológico-científicos (KUENZER, 2001), hoje, a dinâmica do mundo globalizado muda, dentro do processo de produção, sua forma de agir, fazer e requerer dos profissionais à atualização e competências distintas (CASTELLS, 1996).
Se, numa dinâmica anterior, o processo era estabelecido pelo saber fazer, numa sociedade informacional em que as tarefas são simplificadas cada vez mais na transposição de um sistema tecnológico eletromecânico para um sistema tecnológico microeletrônico, passa-se a níveis de exigência distintos no que diz respeito ao:
(...) desenvolvimento de competências cognitivas superiores e de relacionamento, tais como análise, síntese, estabelecimento de relações, criação de soluções inovadoras, rapidez de resposta, comunicação clara e precisa, interpretação e uso de diferentes formas de linguagem, capacidade para trabalhar em grupo, gerenciar processos para atingir metas, trabalhar com prioridades, avaliar, lidar com as diferenças, enfrentar os desafios das mudanças permanentes, resistir a pressões, desenvolver o raciocínio lógico-formal aliado à intuição criadora, buscar aprender permanentemente, e assim por diante (KUENZER, 2001, pp.18-19).
 
Sendo assim, compreende-se a necessidade de uma formação profissional não mais baseada na memorização e repetição de procedimentos, vivencia-se a necessidade de saber lidar com as dúvidas, as incertezas devem servir de estímulo (MORIN, 2000) para percorrer novos caminhos, despertar a originalidade e a criatividade que só podem ser conseguidas por intermédio de um ensino crítico e inovador. O que implica não só o domínio de conteúdo por parte como também, em uma visão de caminhos metodológicos diferentes, de ação colaborativa, de projetos intelectuais que sejam multidisciplinares, orientando uma nova visão do aprender permanente necessário aos alunos e professores pela integração de tecnologias e mídias digitais.
Castells (1996) afirma que:
“O novo sistema de comunicação transforma radicalmente o espaço e o tempo, as dimensões fundamentais da vida humana. Localidades ficam despojadas de seu sentido cultural, histórico e geográfico e reintegram-se em redes funcionais ou em colagens de imagens, ocasionando um espaço de fluxos que substitui o espaço de lugares. O tempo é apagado no novo sistema de comunicação já que passado, presente e futuro podem ser programados para interagir entre si na mesma mensagem. O espaço de fluxos e o tempo intemporal as bases principais de uma nova cultura, que transcende e inclui a diversidade dos sistemas de representação historicamente transmitidos: a cultura da virtualidade real, onde o faz-de-conta vai se tornando realidade." [Castells, Manuel. A Sociendade em Rede, p.397]
 
A educação então deve preparar para a vida, deve integrar a recriação do significado das coisas, a cooperação, a discussão, a negociação e a solução de problemas. Para tanto, devem-se utilizar metodologias ativas que favoreçam a interação entre os alunos, a interação social e a capacidade de comunicar-se, de colaborar; a mudança de atitudes, o desenvolvimento do pensamento e a descoberta do prazer de aprender, ao mesmo tempo em que se incentivem atitudes de cooperação.
Com isto é possível afirmar que a prioridade da educação na sociedade da informação não é o aluno solitariamente, nem um conteúdo disponível, nem tampouco o professor como o elemento chave da educação, o professor deve estar preparado e seguro para usar o meio on-line com seus alunos “alfabetizados digitalmente” para integrá-los como cibercidadãos (SILVA, 2006) e ambientados aos propósitos do curso. Na educação que utiliza a informação disponível na rede de computadores deve-se ter em mente as atividades interpessoais que construam a intrapessoal de todos os indivíduos que dela fazem parte.
 
Texto 16 – Aprendizagem colaborativa como caminho para a inclusão
Desde a explosão da Internet, a informação está ao alcance de todos. No século XXI é impossível se pensar em um ensino baseado unicamente na aula expositiva. As últimas tendências na educação propõem o trabalho em grupo como metodologia predominante, na qual os alunos são os protagonistas da aula. A interação que se produz na aula não é apenas ado professor-grupo. É fundamental que ocorra a interação entre aluno e professor e a dos alunos entre si.
O professor atual tem que encorajar o trabalho em grupo e promover situações que favoreçam o pensamento autônomo, para que os alunos deixem de ser dependentes e desenvolvam habilidades e recursos próprios para a solução de problemas. O professor torna-se, portanto, o desafiador e mediador de um processo que não é natural, nem a ele professor, nem para muitos dos aluno que se formaram nos padrões da transmissão da informação fragmentada.
A educação, portanto, torna-se um sistema aberto que se determina pela participação de todos, sem excluir nenhum dos sujeitos do processo. Sob a ótica da colaboração e da interação, entendida como troca entre sujeitos que criam e possibilitam coautoria e autoria, o professor faz a associação das tecnologias e ferramentas aplicáveis à educação aos reconhecidos métodos significativos dos conceitos de aprendizagem, desenvolvendo junto aos alunos as possibilidades da habilitação técnica do domínio da própria tecnologia com a intenção de explorar a própria tecnologia assim como sua aprendizagem e a conexão do construir conhecimentos.

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