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GRUPOS ECONÔMICOS

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GRUPOS ECONÔMICOS
Baseado nos Autores: 
Augusto Cezar Ferreira de Baraúna
Amauri Mascaro Nascimento
De acordo com o Doutrinador Augusto Cezar Ferreira de Baraúna, existem dois tipos de Grupos Econômicos, são eles:
TRUST : É a fusão de duas ou mais empresas/companhias, formando apenas uma. Essa reunião de companhias tem o objetivo de monopolizar determinado setor industrial, de forma a descartar qualquer possibilidade de concorrência. Nessa modalidade de Grupo Econômico há a transferência total ou majoritária das ações para um comitê central, que administra os negócios comuns de todas as empresas envolvidas. Aliada à impossibilidade de concorrência comercial, há a figura da Responsabilidade Solidária entre os componentes formadores do grupo, portanto o empregado que se sinta lesado deve propor a ação contra esta nova formação empresarial.
Cartel: É formado por um grupo permanente, com o objetivo de aliar interesses puramente comerciais, portanto, não há nessa modalidade, qualquer controle financeiro ou técnico entre as empresas pertencente ao cartel. Atuam, geralmente, com o intuito de fixar quotas de mercado ou combinar preços. Nesse caso, a Responsabilidade é restrita, de forma que cada empresa responda pelas suas ações ou omissões. 
É possível concluir que as duas modalidades pretendem eliminar ou dirimir a concorrência. Na primeira modalidade, há a formação de uma única empresa, de modo que todas as pertencentes do negócio tenham suas administrações organizacionais e financeiras lideradas por um único bloco, pré-estabelecido para tanto. Na segunda, as empresas possuem apenas um acordo de mercado, de forma que todas continuam com seus nomes e administrações intactas, a junção ou a feitura do grupo objetiva apenas a determinação e a concordância de valores do mercado. Diante das características dessa modalidade, aponta-se um ponto de dificuldade relativo ao empregado, que se sentiu lesado, pois, este deverá entrar contra somente a empresa pela qual é contratado. A responsabilidade é restrita, há uma grande dificuldade em comprovar a reunião dessas empresas.
SOLIDARIEDADE PASSIVA
A Consolidação das Leis do Trabalho, em seu art. 2°, § 2º, determina que:
“Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.”
Entende-se desde inciso que estamos diante de uma estrutura hierarquizada de empresas autônomas, submetidas ao controle organizacional de um grupo acionista majoritário. Diante deste contexto, essas empresas são solidariamente responsáveis pelos possíveis débitos trabalhistas que possam existir. A Solidariedade Passiva também se aplica às empresas formadoras de grupo econômico de âmbito rural, como diz a Lei 5.889/1973.
A Lei 6.019/74 diz que: “No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização prevista em lei.”
Salientamos que, a Responsabilidade Patrimonial será primeiro da empresa contratante do trabalhador temporário, e não havendo possibilidade de quitação do débito, caberá, ao tomador de serviços, a obrigação pelo pagamento dos direitos trabalhistas, desde que chamadas esta pessoa jurídica à lide a pedido da reclamante. 
Aos contratos de terceirização com o tomador de serviço, se aplica a responsabilidade Subsidiária, de modo que se o empregado se sentir prejudicado deverá ele entrar judicialmente contra a empresa que terceiriza o serviço, o tomador de serviço apenas será acionado de maneira Subsidiária, caso o primeiro não possa arcar com as despesas trabalhistas.
Se tratando de Consórcio, não há a figura da Solidariedade, pois este não constituiu pessoa jurídica e está apenas obrigado às determinações contratuais, dessa forma, cada empresa consorciada responde com base nas suas obrigações já previstas no instrumento público.
Entende-se então, que a solidariedade não se presume, mas é resultante de Lei ou da vontade das partes. Na Solidariedade, todos os integrantes são igualmente responsáveis pela totalidade da dívida. No caso da Subsidiariedade, difere em face da ordem de preferência, cabendo em primeiro lugar ao real empregador o cumprimento da obrigação, e na falta de condições de arcar com a dívida serão chamados os “empregadores secundários”.
SOLIDARIEDADE ATIVA
Ocorre quando um empregado, mesmo estando ligado/contratado por uma das empresas que formam o grupo econômico presta serviço à coletividade constante do grupo, sendo submetido à direção do colegiado e não apenas da empresa que inicialmente o contratou. Nesse caso o empregado poderá prestar serviço a todas as empresas ao mesmo tempo, desde que a carga horária limite seja respeitada, sem que seja caracterizada ambiguidade de Contratos de Trabalho.
SUCESSÃO DE EMPREGADORES
O artigo 448 da CLT determina: "a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados".
O Doutrinador Amauri Mascaro Nascimento preceitua a sucessão e alteração da estrutura jurídica do empregador como Alterações Subjetivas. 
Sucessão de empresas significa mudança na propriedade empresarial, apenas, pois os efeitos dos contratos de trabalho são protegidos. De modo que a sucessão de empregadores tenha relevância somente para o sujeito “empregador”.
Essa vanguarda quando aos contratos dos empregados tem fundamento em diversos princípios: Princípio da Continuidade do Contrato de Trabalho, Princípio da Intangibilidade dos Contratos e Princípio da Despersonalização do empregador, sendo que este estabelece que o contrato está vinculado à empresa e não ao empregador, podendo este, então, se desvincular do negócio sem prejudicar nenhum dos seus colaboradores. Portanto, o verdadeiro empregador é a empresa.
Para que exista a sucessão de empregadores, dois são os requisitos indispensáveis:
a) que um estabelecimento como unidade econômica passe de um para outro titular;
b) que a prestação de serviço pelos empregadores não sofra solução de continuidade.

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