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CURSO DE ENFERMAGEM SEMIOTÉCNICA Página 1/3 Bancada nº 26 Técnica SONDAGEM GÁSTRICA E ENTERAL INTRODUÇÃO INDICAÇÕES DA SONDA GASTRICA: Alimentação: pacientes sem condições de se alimentar por via oral, mas com integralidade funcional e anatômica do tubo digestivo. Drenagem/Lavagem: distensão abdominal; hipertimpanismo; vômitos freqüentes; hemorragia digestiva; intoxicação exógena; pós-operatório de cirurgias abdominais e grandes cirurgias. FINALIDADES SONDA GÁSTRICA Preparar para cirurgias. Proporcionar nutrição (gavagem). Administração de medicamentos e líquidos. Remover substâncias venenosas (lavagem e drenagem). Aliviar distensão abdominal através da drenagem de gases e secreções do estômago. Controlar o sangramento gástrico. Obter amostras de secreções para exames laboratoriais. SONDA NASOENTERAL Remover gases e drenagem de líquidos do intestino delgado. Administrar líquidos e medicamentos. Proporcionar nutrição por gavagem. Melhorar aporte nutricional de pacientes debilitados através de dietas especiais. CONTRA INDICAÇÕES DA SONDAGEM GÁSTRICA E ENTERAL Estenose de esôfago. Câncer de esôfago com obstrução. Coagulopatia. Recusa do paciente Paciente agitado Varizes esofagianas calibrosas e tortuosas com sangramento recente. Trauma facial com fraturas. Fratura de base de crânio (exceto sonda orogástrica ou oroenteral). AVALIAÇÃO PRÉ-SONDAGEM Nível de consciência. Estado Nutricional. Capacidade de deglutir, tossir ou regurgitar. Presença de náuseas, vômitos ou distensão abdominal. Integridade da Mucosa Oral ou Nasal. Examinar o nariz, observar pólipos nasais, desvio de septo e deslocamento da cartilagem nasal. Características dos sons intestinais. TIPOS DE SONDAS E SUAS CARACTERÍSTICAS Orogástrica (Ewald) Lavagem. Diâmetro grande 36 a 40 F. Um só lúmen. Múltiplos orifícios distais. Nasogástrica (Levin) Lavagem e Gavagem. Descompressão. Diagnóstico. Tamanho adulto usual 14 a 18. Múltiplos orifícios distais de drenagem. Sengstaken – Blakemore; Compressão e Drenagem. Comprimento de 75 a 127 cm. Diâmetro geralmente 20 F. Lumem triplo: dois conduzem a balões no esôfago e no estômago e o terceiro é para remoção de drenagem gástrica. Transabdominal Gastrostomia Gavagem. Tamanho 12 a 24 para adultos. Borracha ou silicone. Múltiplos orifícios para drenagem. Radiopaca. Pode ser fechada ou clampeada entre as refeições. Nasoenteral (para gavagem) Um só lúmen. Diâmetro de 5 a 15. Comprimento de 107 a 127 cm. Poliuretano ou silicone. Extremidade com peso de tungstênio. Muito flexível, exige o uso de mandril ou fio-guia, durante a inserção. Radiopaca. Lubrificante que pode ser ativado com umidade. Transabdominal Jejunostomia Gavagem. Tamanhos de 5 a 14 F para adultos. Radiopaca. Silicone ou poliuretano. MATERIAL Bandeja contendo: Luvas de procedimento. Saco para lixo. Seringa de 20 ml. Sonda gástrica (Levine) ou Sonda Nasoenteral (Dubbhoff). Soro fisiológico ou solução hidrossolúvel Solução de Benjoim Toalha de rosto. Biombo. Coletor. Cotonete. Cuba rim para vômito. Esparadrapo. Estetoscópio. Gaze. Equipo macrogotas. Suporte de soro Soro fisiológico ou solução prescrita. TÉCNICA SONDAGEM NASOGÁSTRICA Ação Justificativa 1. Conferir o prontuário. 2. Lavar as mãos. Prevenir infecções. 3. Reunir o material e encaminhar à unidade do cliente. Diminuir o gasto energético. 4. Explicar o procedimento ao paciente. Facilita a cooperação no procedimento. 5. Fechar portas, janelas e posicionar biombo. Garantir a privacidade. 6. Preparar o esparadrapo para a marcação e para fixação da sonda. Otimizar o tempo do procedimento. 7. Calçar as luvas de procedimento. Bioproteção 8. Realizar a avaliação do paciente quanto aos sinais de pré-sondagem e o horário da última alimentação. 9. Escolher a narina que irá introduzir a sonda. 10. Colocar o paciente em posição de Fowler, com a cabeça levemente inclinada para frente. Em casos de impossibilidade da posição de Fowler mantê-lo em decúbito dorsal horizontal com a cabeça lateralizada e inclinada para frente. Facilita a passagem da sonda pelo esôfago, evitando a migração para a traquéia. 11. Proteger o tórax com toalha de rosto e pedir ao paciente que assue o nariz e limpe as narinas ou fazer a limpeza por ele caso não consiga. Promover a limpeza da cavidade nasal. 12. Desengordurar a testa e o nariz com auxílio da gaze e soro fisiológico ou solução de benjoin. Facilitar a adesão do esparadrapo. 13. Abrir um pacote de gaze, acrescentar gel hidrossolúvel na gaze. 14. Medir a sonda do nariz ao lóbulo da orelha (ou vice-versa), descer até ao apêndice xifóide. Desconsiderar a extremidade perfurada ou acrescentar 05 cm no final. Desenrolar e alongar a sonda desfazendo as dobras do produto embalado. Indica a distância da entrada nasal, passando pela faringe até o estômago. 15. Marcar com um pedaço de esparadrapo o local até onde será inserida a sonda. Proporcionar um guia durante a inserção, indicando o tamanho da sonda a ser introduzida. 16. Lubrificar a sonda com gel hidrossolúvel. Promover a introdução suave da sonda e prevenir trauma. Caso haja dificuldade na passagem da sonda, não force a passagem. Retire a sonda, lubrifique e tente a passagem pela outra narina. 17. Posicionar a mão não dominante na região occipital do paciente e introduzir em uma das narinas fazendo movimentos para trás e para baixo no momento da inspiração. Facilitar a descida da sonda, estreitando a traquéia e abrindo o esôfago. 18. Após ter passado pela nasofaringe, fletir a cabeça suavemente em direção ao tórax e pedir ao paciente para deglutir, avançando até a marca. Estreita a traquéia e abre o esôfago, permitindo a migração para a sonda no estômago. Alguns pacientes podem ser oferecidos goles de água para auxiliar na passagem. 19. Observar sinais de desconforto no cliente: tosse seca, dispnéia (caso esteja consciente). RETIRAR IMEDIATAMENTE A SONDA. 20. Introduzir a sonda 7,5 a 12,5 cm cada vez que o paciente deglutir. Coordenar a inserção facilita a descida da sonda. Os movimentos de deglutição ajudam a descida da sonda 21. Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo. 22. Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o estômago e injetar 10 ml de ar. Avaliar a presença de ruídos gástricos. 23. Aspirar ao conteúdo gástrico. Se os resultados da avaliação da localização forem inconclusivos, retire a sonda ou consulte um médico. Avaliar a drenagem da secreção gástrica, caso o resíduo seja maior que 20 ml deixar a sonda aberta para drenagem. 24. Fixar a sonda e fechá-la ou conectar a um coletor de drenagem. Avalie a possibilidade de fixação nasal, lateral da face ou na fronte do paciente. Observar para nunca fixar pressionando a asa do nariz para cima ou para o lado evitando a formação de úlceras. 25. Deixar o cliente confortável, posicionando o leito a 30º. Evitar broncoaspiração pelo refluxo gastresofágico. 26. Deixar a unidade em ordem, recolher o material. 27. Retirar as luvas 28. Lavar as mãos. 29. Anotar no prontuário o procedimento, reações do cliente e intercorrências. TROCA: A cada 7 dias ou antes, se necessário (obstrução) ou conforme padronização da CCIH. LAVAGEM GÁSTRICA Procedimento Justificativa 1. Proceder aos procedimentos de 01 a 24 de SNG. 2. Conectar o equipo ao Soro ou solução prescrita e escovar o equipo conforme técnica de soroterapia. 3. Posicionar soro no suporte. 4. Conectar o equipoa SNG e deixar fluir com a pinça completamente aberta. 5. Deixar drenar o conteúdo por sinfonagem. 6. Repetir o procedimento quantas vezes for necessário ou até a prescrição médica. 7. Conectar a sonda ao frasco coletor se for deixar aberta após a lavagem. 8. Retira as luvas 9. Lavar as mãos. 10. Anotar no prontuário o procedimento, reações do cliente, característica do liquido drenado e intercorrências. SNE SNG SONDAGEM NASOENTERAL Procedimento Justificativa 1. Realizar os procedimentos de 01 a 12 de SNG 2. Colocar 2ml de óleo mineral ou soro fisiológico na seringa e introduzir dentro da sonda. Avaliar se a sonda já possui lubrificante. 3. Observar a permeabilidade do fio guia, retirando e reintroduzindo o fio de dentro da sonda. 4. Medir a sonda do lóbulo da orelha à base do nariz e até ao apêndice xifóide. Acrescentar 15 a 20cm ou até a 2ª marca da sonda conforme orientação do fabricante. Observar as diferenças anatômicas entre os pacientes. 5. Marcar com um pedaço de esparadrapo o local até onde será inserida a sonda. 6. Lubrificar a extremidade da sonda com gel hidrossolúvel. Promover a introdução suave da sonda e prevenir trauma. Caso haja dificuldade na passagem da sonda, não force a passagem. Ret ire a sonda, lubrifique e tente a passagem pela outra narina. 7. Posicionar a mão não dominante na região occipital do paciente e introduzir em uma das narinas fazendo movimentos para trás e para baixo no momento da inspiração, Facilitar a descida da sonda, estreitando a traquéia e abrindo o esôfago. 8. Após ter passado pela nasofaringe, fletir a cabeça suavemente em direção ao tórax e pedir ao paciente para deglutir, avançando até a marca. Estreita a traquéia e abre o esôfago, permitindo a migração para a sonda no estômago. Alguns pacientes podem ser oferecidos goles de água para auxiliar na passagem. 9. Observar sinais de desconforto no cliente: tosse seca, dispnéia (caso esteja consciente). RETIRAR IMEDIATAMENTE A SONDA. 10. Introduzir a sonda 7,5 – 12,5 cm cada vez que o paciente deglutir. Coordenar a inserção facilita a descida da sonda. Os movimentos de deglutição ajudam a descida da sonda 11. Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo. 12. Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o estômago e injetar 10ml de ar. 13. Aspirar ao conteúdo gástrico. Lembrar de devolver o resíduo gástrico se menor que 20 ml. 14. Fixar a sonda, permitindo o espaço pré-marcado com esparadrapo na face ou nariz do paciente. 15. Retirar o fio guia identificá-lo e guardá-lo conforme rotina do setor. Permite novo cateterismo caso haja retirada acidental da sonda. Algumas marcas impossibilitam a ausculta com o fio guia 16. Pedir para o cliente deambular e se não for possível, posicioná-lo em decúbito lateral direito. Favorece a migração da sonda por meio do peristaltismo, permitindo que ela passe do piloro até o duodeno. 17. Deixar o cliente confortável. 18. Deixar a unidade em ordem e recolher o material. 19. Retirar as luvas e encaminhar o material contaminado para o expurgo. 20. Lavar as mãos. 21. Anotar no prontuário o procedimento, reações do cliente e intercorrências. 22. Após 4h encaminhar o cliente para a realização do RX para constatação da localização da sonda, conforme rotina do serviço. Avaliar Rx simples de abdome, para verificar o posicionamento antes de iniciar a dieta, prevenindo broncoaspiração. TROCA A CADA 4 SEMANAS OU DE ACORDO COM A CCIH RETIRADA DA SONDA Procedimento Justificativa 1. Verificar o prontuário. 2. Lavar as mãos. 3. Reunir o material e ir ao leito do paciente. 4. Calçar luvas de procedimento. 5. Orientar o cliente sobre o procedimento. 6. Deslocar o esparadrapo com ajuda de gaze e éter. 7. Apoiar uma gaze abaixo da sonda e acima do lábio. Evitar que resíduo gástrico se desloque para a boca do paciente. 8. Fechar a sonda e com movimentos firmes e rápidos retirá-la. 9. Deixar o Paciente confortável e a unidade em ordem. 10. Lavar as mãos. 11. Anotar no prontuário o procedimento, reações do cliente e intercorrências. OBSERVAÇÕES Manter o posicionamento do leito em Semi-Fowler a 30 º, a fim de evitar aspiração do conteúdo gástrico. NÃO REALIZAR cateterismo nasogástrico em pacientes com suspeita de lesão de base de crânio, cujos sinais são: sinal de Batt le (hematoma em região retro auricular), sinal de Guaxinim (hematoma periorbitário), epistaxe, e otorragia (sangramento pelo ouvido), perda de líquor pelo ouvido u nariz. Manter as narinas limpas e lubrificadas e realize a higiene oral Manter a permeabilidade da sonda lavando antes e depois da administração de dietas ou medicamentos, 10 ml antes da administração do medicamento, 10 ml entre os medicamentos, 20 ml após o medicamento e término da dieta. Observar se há sinais de cianose, ruídos sibilantes, saídas de ar pela sonda, tosse intensa e rouquidão; Observar sinais e sintomas de desequilíbrio hidroeletrolítico: turgor, mucosa seca, redução de volume urinário; Antes de administrar qualquer líquido, realizar teste para certificar-se de que a sonda está posicionada corretamente; Fixação eficaz. Trocar a fixação sempre que necessário e a cada 24 horas; NÃO fixar no TOT. Utilizar preferencialmente adesivo hipoalérgico na pele e adesivo comum na sonda. Fios e cadarços também são adequados. Se o resíduo gástrico, após a passagem da SNG/SNE para alimentação for superior a 100 ml, comunicar o médico e aguardar 01 hora e realizar nova medida de resíduo gástrico. Se o volume diminuiu, iniciar dieta prescrita. Se o volume mantiver ou aumentar, comunicar ao médico e manter SNG ou SNE aberta, até a definição da conduta médica, a fim de evitar distensão gástrica que pode predispor a regurgitação e conseqüente broncoaspiração. Obstrução da Sonda: Instilar água morna com seringa de 3 ml, sem forçar demasiadamente, fazer movimentos de sucção e fechar a sonda por 5-15 minutos. Antes de desobstruir a sonda tracioná-la lentamente, pois pode estar dobrada. NÃO REPASSAR O GUIA PARA TENTAR DESOBSTRUIR A SONDA. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SMITH-TEMPLE; NETINA, SANDRA TIMBY, Bárbara k. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. Tradução: UNICOVSKY, Margarita Ana Rubin. 8ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2007. Elaborado por Data da Criação Revisado por Data da última Revisão Assinatura
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