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Kennedy Bonjour Sumário • Histórico; • Bactérias: – Morfologia – Componentes da célula bacteriana: • Estruturas internas à parede celular; • Parede celular e coloração de Gram; • Estruturas externas à parede celular; • Endosporos bacterianos; – Teoria endossimbionte Histórico • 1674 comerciante holandês – Antonie van Leeuwenhoek • Microscópio de uma única lente Observou e desenhou os organismos – “animalículos” Royal Society of London bactérias e protozoários Bases da microbiologia Antonie Van Leeuwenhoek O microscópio Antonie van Leeuwenhoek “A árvore da Vida” Bactérias • Origem à 3,5 bilhões de anos atrás; • Organismos simples de uma única célula (unicelulares) – grupos de células unidas ou até mesmo em colônias organizadas (Myxococcus); • Procariotos: material genético não é envolto por membrana bilipídica; • Possuem parede celular na sua maioria composta de peptidoglicano (carboidrato e proteína); • Tamanho varia de 0,2 a 2,0 µm x 2 a 8 µm; • Podem ter forma bem definida ou podem ser pleomórficas (do grego: pleo = cheio, repleto; morphos= forma.) Células procariontes Células eucariontes Envoltório nuclear Ausente Presente DNA Desnudo Combinado com proteínas Cromossomas Únicos Múltiplos Nucléolos Ausentes Presentes Divisão Fusão binária Mitose e meiose Ribossomas 70S* (50S + 30S) 80S (60S + 40S) Endomembranas Ausentes Presentes Mitocôndrias Ausentes Presentes Cloroplastos Ausentes Presentes em células vegetais Parede celular Não celulósica Celulósica em células vegetais Exocitose e endocitose Ausentes Presentes Citoesqueleto Ausente Presente Tamanho das células bactérias Tamanho das células bactérias Tamanho das células bactérias Célula Eucariota Levedura Tamanho relativo entre células Eucariótica e Procariótica Morfologia das Células Bacterianas Cocos Bacilos Espirilos Espiroquetas Filamentosas A célula procariótica MORFOLOGIA Estafilococos Sarcinas Tétrade Estreptococos Diplococos Cocos: onde largura e comprimento das células são aproximadamente iguais. Células com formato esférico Cocos quanto ao arranjo Dividem-se e ficam ligados formando uma de cadeia ou fileira Ex: Estreptococos Cocos quanto ao arranjo Dividem-se e ficam ligados aos pares = Diplococos Ex: Pneumococo Cocos quanto ao arranjo Dividem-se em dois planos e permanecem em grupos de quatro = Tétrades Ex: Micrococcus Cocos quanto ao arranjo Dividem-se em três planos permanecem com oito bactérias Ex: Sarcinas Cocos quanto ao arranjo Dividem-se em vários planos permanecendo agrupados formando cachos Ex: Estafilococos Bacilo único Diplobacilo Estreptobacilo Cocobacilo Vibrião Espirilo Espiroqueta A célula procariótica MORFOLOGIA Estreptobacilos Diplobacilos Bacilos quanto ao arranjo Os bacilos se dividem ao longo de seu eixo curto Bacilo único Diplobacilo Estreptobacilo Estruturas típicas de uma célula procariótica Componentes de uma célula procariótica CÉLULA PROCARIÓTICA Estruturas internas à parede celular Cromossomo = nucleóide • Única molécula circular longa de DNA de fita dupla aderido à membrana citoplasmática • Ausência de cariotéca • Ausência de proteínas histonas • Carrega informação genética Cromossomo bacteriano DNA – E. coli 4 milhões de pares de base 1 mm de comprimento Cromossomos de E. coli DNA – E. coli 4 milhões de pares de base 1 mm de comprimento Estruturas internas à parede celular Plasmídio • Pequena molécula de DNA fita dupla auto-replicantes circulares - 5 a 100 genes (extracromossômicos); – Alto numero de cópias – Baixo número de cópias • Não são cruciais à bactéria em condições “normais”; • São facilmente transferidos entre bactérias e até mesmo entre bactérias e eucariotos; • Ampla utilização em biologia molecular. Plasmídeos: importantes codificadores de resistência Estruturas internas à parede celular Ribossomos • Observado pela primeira vez por George E. Palade 1955 - M.E • Síntese protéica • Dezenas de milhares – aspecto granulado ao citoplasma • Antibióticos (aminoglicosídeos, tetraciclinas) interagem com as subunidades e interferem na síntese protéica Estruturas internas à parede celular • Grânulos de reserva Grânulos de armazenagem, reserva: polissacarídeos, lipídeos, grânulos de enxofre = obtenção de energia • Base para identificação: Ex:. grânulos metacromáticos (fosfato inorgânico) se coram em vermelho com corante azul Corynebacterium diphtheriae Estruturas internas à parede celular • Citoplasma • Constituição – água, proteínas, carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos. • Estruturas: DNA, ribossomos e grânulos de reserva • Não possui um citoesqueleto Estruturas internas à parede celular • Mesossomos • Invaginação da membrana celular ou simples dobras • Funções: papel na divisão celular, aderência do cromossomo e enzimas respiratórias, esporulação, ou artefatos. • Aumentar superfície membrana Estruturas internas à parede celular • Membrana plasmática • Estrutura que reveste o citoplasma - camada dupla de fosfolipídeos (cabeças polares e apolares) e caudas apolares (ácido graxo), proteínas e enzimas • Permeabilidade seletiva - • Membrana plasmática • Estrutura que reveste o citoplasma - camada dupla de fosfolipídeos : cabeças polares e caudas apolares (ácido graxo), proteínas e enzimas; • Permeabilidade seletiva: • Transporte passivo: difusão simples e facilitada; • Transporte ativo: de fora para dentro, gasto de energia ATP • Sítio de ação de antimicrobianos (polimixinas), álcoois, compostos de amônio quaternário = desinfetantes causa morte celular. Membrana plasmática Caudas apolares (ácido graxo) Parede celular • Parede celular • Confere forma e rigidez às bactérias • Função: prevenir ruptura pela pressão da água dentro para fora. • Composição química da parede = diferenciar grupos bacterianos • Gram positivo e Gram negativo Parede celular Estrutura complexa , semi-rígida, responsável pela forma da célula Estrutura das paredes celulares bacterianas Hans Christian Joachim Gram • Médico bacteriologista e farmacologista dinamarquês • Berlim 1884 - observou que bactérias tratadas com diferentes corantes, adquiriam cores diferenciadas. “Método de Gram” Hans Christian Joachim Gram 1853-1938 Técnica de coloração do Gram Coloração de Gram mostrando bactérias Gram-Positivas e Gram-negativas Parede celular gram-positiva Parede celular gram-negativa Diferenças entre Gram positivo e Gram negativo Cristal violeta Lugol Álcool Fucsina Gram + Gram - Parede celular Gram positiva • Microscopiaeletrônica 1950 • Rede de macromoléculas: peptideoglicano ~90% do peso seco da parede - N-acetilglicosamina (NAG) - ácido N-acetilmurâmico (NAM) - ácidos teicóicos (álcool + fosfato) = especificidade antigênica da parede e identificação laboratorial. - ácido lipoteicóico • São sensíveis à penicilina Unida por pontes peptídicas e aminoácidos Parede celular Gram positiva Parede celular Gram positivo Bacilos Gram positivos Cocos Gram positivos Parede celular Gram negativo • Consistem de uma ou algumas camadas de peptídeoglicano ~5-10% do peso seco; • Membrana externa: lipoproteínas, lipopolissacarídeos (LPS) e fosfolipídeos. • Carga negativa evasão da fagocitose e ação do complemento • Barreira para: antibióticos, enzimas digestivas, detergentes, sais biliares e certos corantes. • Porinas, formam canais que transportam moléculas através da membrana externa. Parede celular Gram negativo • O LPS é composto por duas moléculas: - Polissacarídeo O atuam como antígenos (E. coli enterohemorrágica EHEC) - Lipídeo A (endotoxina tóxica) – patogenicidade da célula bacteriana - sepse ou choque séptico! • Entre as membranas externa e plasmática = espaço periplásmico contendo: enzimas e proteínas de transporte Parede celular Gram negativa Reconhecimento do LPS pelo sistema imune Parede celular Gram negativa Bacilos Gram negativos Cocos Gram negativos Paredes celulares atípicas • Existem grupos com paredes atípicas: – Mycobacterium (~60% lipídeos) – Corynebacterium • Alguns grupos não tem parede celular: – Mycoplasma spp. Estruturas externas à parede celular • Cápsula Glicocálice – polissacarídeo viscoso e gelatinoso • Permite adesão a superfícies, impede ressecamento e fornecer nutrientes • Proteção contra fagocitose • Fator de virulência • Antígeno de superfície (Importância no diagnóstico) – S. mutans, K. pneumoniae, H. influenzae, E. coli (antígeno K) • Coloração negativa Cápsula bacteriana Cápsula Estruturas externas à parede celular • Flagelos • Apêndices filamentosos – proteína flagelina atua como antígeno (H) diferenciação de tipos • 50 antígenos H para E. coli (O157:H7) • Motilidade • Vantagem: mover-se em direção a um ambiente favorável ou não = taxia Flagelo bacteriano Flagelo bacteriano Flagelos peritríquios Arranjos básicos de flagelos bacterianos Monotríquio Anfitríquio Lofotríquio Peritríquio Flagelos Quimiotaxia e fototaxia Endoflagelo bacteriano • Filamentos axiais • Similares aos flagelos • Enovelam em torno da célula • Espiroquetas • Movimento de saca-rolhas • Treponema, Leptospira, Borrelia Filamentos axiais ou endoflagelos Estruturas externas à parede celular • Fímbrias Estruturas semelhantes a pêlos Função: aderência à superfície Variam em números • Pili mais longos – um ou dois por célula • Transferência de DNA – conjugação bacteriana Estruturas externas à parede celular Neisseria gonorrhoeae Fímbrias Fímbrias • Conjugação bacteriana Mecanismo pelo qual a informação genética é transferida de uma bactéria para outra mediada por plasmídeo que é replicado e transferido para a célula receptora Célula F- Célula F+ Célula F- Estruturas externas à parede celular Endósporos bacterianos • Estrutura de resistência formada no interior de certas bactérias Gram-positivas, em condições adversas do meio, como perdas nutricionais (carbono, nitrogênio e água); • São altamente resistentes ao calor, falta de água, e agentes físicos e químicos ; • Importância clínica e indústria de alimentos; • Esporulação (esporogenese), germinação • Ex: bactérias dos gêneros: Clostridium e Bacillus Endósporos bacterianos Endósporos bacterianos Forma vegetativa Endósporo Teoria Endossimbiótica, Conclusões • Estruturas das células bacterianas determinam o comportamento das espécies em cultivo laboratorial e em casos de doença humana; • São alvos de drogas antimicrobianas (drogas seletivas); • São possíveis alvos diagnósticos. Biosegurança em Laboratório de Microbiologia KENNEDY BONJOUR Introdução • "a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" Fonte: Teixeira, P. & Valle, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 1996. Classificação de risco dos agentes • Grupo 1: Microrganismos que, até o momento, não causam doenças para o homem (baixo risco individual e coletivo) e que não representam riscos para o ambiente (Lactobacillus, Lactococcus, Saccharomyces, Bacillus polymyxa, cepas não patogênicas de E. coli, dentre outros); • Grupo 2: Microrganismos que podem causar doenças no homem, mas a exposição laboratorial raramente produz doença. Mesmo assim, para essas doenças existem medidas profiláticas e terapêuticas eficientes (Espécies de Salmonella (exceto S. typhi), E. coli patogênicas, Proteus, Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Listeria, dentre outros); Classificação de risco dos agentes • Grupo 3: Microrganismos que podem causar doenças graves no homem e apresentam risco elevado para os laboratoristas. Eles podem apresentar riscos de serem disseminados para a população, mas para as doenças causadas existem medidas profiláticas e terapêuticas eficazes (Mycobacterium tuberculosis, Coxiella burnetti); • Grupo 4: Microrganismos que causam doenças humanas graves e apresentam risco elevado para os laboratoristas e para a população em geral. Eles são agentes altamente infecciosos que se propagam facilmente, podendo causar a morte das pessoas infectadas, pois não existem atualmente medidas profiláticas ou tratamentos efetivos. Barreiras Secundárias • Laboratório com porta • Pias para lavar as mãos • Superfícies fáceis de limpar • Bancos impermeáveis à água • Mobiliário resistente • Janelas fechadas e com telas protetoras • Construção normal, sem ventilação NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Laboratório NB-1 • Diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados microrganismos da classe de risco 2. • Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho estrutural e organização do laboratório). NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Equipamento de segurança (Barreiras Primárias) • NB1 MAIS: • Uso de Cabines de biossegurança (classe II) para trabalhar com agentes infecciosos envolvendo: – Aerossóis e derramamentos – Grandes volumes – Altas Concentrações NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Laboratório NB-2 Fluxo laminar classe II Barreiras Secundárias • NB1 e NB2, Mais: – Prédio separado ou em zona isolada – Dupla porta de entrada – Escoamento do ar interno direcionado– Passagem de ar única – 10 a 12 trocas de ar/ hora NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Secundárias • Proteger equipamentos geradores de aerossol • Anti-sala do Laboratório, fechada • Paredes, pisos e tetos resistentes à água e ser de fácil descontaminação • Todo material de trabalho colocado dentro da capela de segurança • Tubos de aspiração a vácuo protegidos com desinfetante líquido ou filtro Hepa. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Primárias Práticas especiais para NB2 mais: Utilização de capela de fluxo laminar Classe II ou III para manipular material infeccioso Uso de equipamentos para proteção respiratória (máscaras com pressão de ar negativa e filtro) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Laboratório NB-3 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias • Mesmas condutas de Classe 1,2,3 mais: • Prédio separado ou em zona isolada • Dupla porta de entrada • Escoamento interno do ar uni-direcional • Passagem de ar individual • Sistemas altamente aperfeiçoados para suprimento, exaustão de ar, formação de vácuo e descontaminação NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias • Fechar hermeticamente os equipamentos geradores de aerossóis • Obrigatório utilizar autoclave de dupla porta • Ante-Sala de entrada fechada, com pisos, paredes e teto vedados de forma a se obter espaço lacrado. • Abertura e fechamento de portas eletronicamente programado de forma a não permitir aberturas simultâneas. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias • Eliminação de líquidos - deve passar por um método de descontaminação aprovado e antes do descarte deve haver a certificação • Instalação de sistema seguro de comunicação da parte interna com externa do Laboratório • Manter ligados a geradores, os equipamentos responsáveis pelo insuflamento de ar e abertura de portas. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Primárias • As já utilizadas nas Classes 1,2e 3 mais: • Cabine de Segurança II ou III para manipulação de agentes patogênicos • Utilização de máscara facial com pressão + • Descontaminação, por produtos químicos ou vapor em temperaturas elevadas, de todo líquido eliminado (até água de banho) e resíduos sólidos NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Laboratório NB-4 Independente do laboratório… • …algumas normas gerais: – O conhecimento dos riscos pelo manipulador: • A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha; – Lavar as mãos antes e após a manipulação de micro- organismos; – Sempre usar dentro do laboratório avental, sapatos fechados e calça comprida. Quando for necessário usar luvas, óculos de segurança, protetor auricular, etc. Independente do laboratório… – O uso de avental limpo é obrigatório em todos os laboratórios. Com o mesmo rigor, é proibido o uso de aventais fora dos laboratórios como, por exemplo, em gabinetes, anfiteatros, salas de reuniões, sanitários, sala de lazer, etc.; – Jamais pipete com a boca; – Não fume, não se alimente ou beba no laboratório; – Luvas devem ser utilizadas para proteger as mãos e/ou o experimento. Portanto, remova-as para tocar em portas, maçanetas, livros e cadernos, telefone, etc.; Obrigado !!!!
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