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O HOSPITAL COMO ORGANIZAÇÃO Profa. Adriana Rose Almeida Disciplina – Organização Hospitalar Hospital é estabelecimento onde se tratam doentes, pessoas acidentadas, etc., internados ou não; nosocômio.” (Dicionário Aurélio) Segundo o Ministério de Saúde quando assim definiu o conceito de hospital; coloca que: ♦ "O hospital é parte integrante de uma organização Médica e Social, cuja função básica, consiste em proporcionar à população Assistência Médica Sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regime de atendimento, inclusive o domiciliar, cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também, em centro de educação, capacitação de Recursos Humanos e de Pesquisas em Saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente." para a oms ♦ “O hospital é um elemento organizador de caráter médico-social, cuja função consiste em assegurar assistência médica completa, curativa e preventiva a população, e cujos serviços externos se irradiam até a célula familiar considerada em seu meio; é um centro de medicina e de pesquisa bio-social.” O HOSPITAL HISTÓRICO A palavra hospital vem do latim "hospes", que significa hóspede, dando origem a "hospitalis" e a "hospitium" que designavam o lugar onde se hospedavam na Antigüidade, além de enfermos, viajantes e peregrinos. Quando o estabelecimento se ocupava dos pobres, incuráveis e insanos, a designação era de "hospitium", ou seja, hospício, que por muito tempo foi usado para designar hospital de psiquiatria. O HOSPITAL - HISTÓRICO A figura do hospital, bem como suas funções tem um marco divisor: antes e depois da Era Cristã. Na Grécia, Egito e Índia antigos, os médicos aprendiam medicina em locais junto aos templos e exerciam a profissão no domicílio das pessoas enfermas. Havia na Grécia construções semelhantes a hospitais junto aos templos dedicados ao deus Esculápio. Nesses locais, eram colocadas as pessoas enfermas ante a estátua desse deus para que a ação dos sonhos associada à de medicamentos empíricos preparados pelos sacerdotes pudessem curar os doentes. O HOSPITAL - HISTÓRICO Na Índia Antiga, se tem notícias de aparecimento de construções do tipo hospitalar junto às estradas por onde passavam os exércitos, principalmente, na linha de frente do Império Romano. Nesses locais, as tropas descansavam e os enfermos eram tratados. Surgem também, nessa época, estabelecimentos semelhantes para o descanso e tratamento de civis, principalmente, para o isolamento das pessoas portadoras de doenças contagiosas, que assim permaneciam separadas do restante da sociedade e entregues à própria sorte, pois os medicamentos eram às vezes ineficazes. Até esse período, o hospital não passava de uma espécie de depósito em que se amontoavam pessoas doentes, destituídas de recursos. Sua finalidade era mais social do que terapêutica. O HOSPITAL - HISTÓRICO A história do hospital começa a ser contada de outra forma a partir de 360 d.C, quando surge a primeira entidade assistencial - Hospital. Sob a máxima de "Amar o próximo como a si mesmo" advinda do Cristianismo, o homem passa a se preocupar com o seu semelhante. Até então, predominava o espírito egoístico do ser humano de se afastar dos deficientes e enfermos, resguardando-se e não socorrendo o próximo. O HOSPITAL - HISTÓRICO Inicia-se a "Era dos Hospitais" com atividades básicas de restaurar a saúde, pregar a assistência, simplesmente concluindo diagnóstico e efetuando tratamento limitados pelos padrões e condições da época. O HOSPITAL - HISTÓRICO Com o desenvolvimento da medicina e de acordo com as regiões, o Hospital assumiu determinadas características. Os primeiros hospitais foram criados como locais de isolamento onde a caridade se exercia como uma prática cristã. Eram locais para pobres, mulheres desamparadas, velhos e doentes crônicos sob os cuidados de monges e religiosos. Constituíam-se o último recurso que a caridade oferecia para o paciente pobre. O HOSPITAL - HISTÓRICO A tecnologia médica disponível só minorava o sofrimento. Os pacientes com maiores recursos tratavam-se a domicílio e a relação médico-paciente era independente da organização hospitalar. O Brasil, país de colonização portuguesa, adquiriu o cuidado com os doentes dessas comunidades lusitanas. O primeiro Hospital da América do Sul foi a Santa Casa de Misericórdia fundada em Santos em 1543, onde os cuidados dos enfermos passaram a ser exercidos por freiras e religiosos. À medida que os exploradores portugueses adentraram o interior brasileiros e formaram vilarejos, fundaram um hospital local para o atendimento dos próprios colonizadores e exploradores. Assim, surgiu também a Santa Casa de São Paulo, cuja fundação se deu por volta de 1590 a 1599, inicialmente próxima ao Páteo do Colégio. O HOSPITAL - HISTÓRICO Historicamente, a primeira instituição-hospital pública ou privada destinava-se ao tratamento dos doentes, desenvolvendo atividades de natureza curativa. Conforme os conhecimentos de natureza preventiva foram se desenvolvendo, as medidas práticas com eles relacionadas aplicaram-se mais à abordagem dos problemas de saúde das comunidades. Criou-se um segundo tipo de instituição, destinada ao desenvolvimento das práticas de natureza preventiva - as unidades de saúde, especialmente ligadas ao poder público. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO Nós nascemos, crescemos, somos educados, trabalhamos, nos divertimos, rezamos, jogamos, somos tratados e até morremos em organizações. “ A nossa sociedade é uma sociedade de organizações” (Presthus, 1962). A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR No passado.... Segundo Foucault, “o surgimento do hospital como instrumento terapêutico é uma invenção relativamente nova, datada do final do séc. XVIII”. O hospital que funcionava na Europa, desde a Idade Média, não era concebido para curar. Antes do séc. XVIII, o hospital era uma instituição de assistência aos pobres, de separação e exclusão. Como portadores de doença e de possível contágio, os pacientes eram considerados perigosos. A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR No passado.... Nesta época (séc. XVIII), dizia-se que o hospital era um morredouro, um lugar onde morrer. O pessoal hospitalar era “curativo, religioso ou leigo, que estavam ali para fazer a caridade que lhe assegurasse a salvação eterna”, A experiência hospitalar não incluía a formação do médico. Sua intervenção na doença era em torno da noção de crise. Na prática médica, nada permitia a organização de um saber hospitalar. Não havia intervenção da medicina, ou seja, hospital e medicina permaneceram independentes até meados do séc. XVIII. A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR Hoje... “ Hospital é a parte integrante de um sistema coordenado de saúde, cuja função é dispensar à comunidade completa assistência à saúde preventiva e curativa, incluindo serviços extensivos à família, em seu domicílio e ainda em centro de formação para os que trabalham no campo da saúde e para as pesquisas”. (OMS). A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR Hoje... "O hospital é parte integrante de uma organização Médica e Social, cuja função básica, consiste em proporcionar à população Assistência Médica Sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regime de atendimento, inclusive o domiciliar, cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também, em centro de educação, capacitação de Recursos Humanos e de Pesquisas em Saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente." (Ministério da Saúde) FUNÇÕES DO HOSPITAL Prevenir a doença (profilaxia); Restaurar a saúde (cura); Exercer funções educativas (ensino) e Promover a pesquisa (pesquisa). (Organização Mundial da Saúde – OMS) CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS Quanto a finalidade - Assistência Hospital geral - diversas especialidades Hospital especializado - foco em uma especialidade Hospital parauma determinada faixa etária ou tipo de clientela - para idosos, crianças, mulheres. Hospitais para determinadas camadas da população - militar, previdenciários,ou de medicina suplementar, de uma empresa. CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS Hospitais de finalidade específica - ensino, pesquisa, das forças armadas (em conflito - navios-hospitais), de ONG - aviões hospitais. Quanto a mantenedora ou forma da sociedade: Empresas particulares e privadas - individuais, sociedades ou cooperativas. Governamental ou público - adm. indireta, empresa pública e sociedade de economia mista. CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS Quanto a natureza jurídica - de direito público, de direito privado. Quanto a natureza econômica - Lucrativos e não lucrativos - beneficientes ou filantrópicos. Quanto a capacidade em leitos Pequeno porte - até 50 leitos Médio porte - de 50 a 149 leitos Grande porte - de 150 a 499 leitos Porte Especial - acima de 500 leitos CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS Quanto ao tipo arquitetônico Pavilhonar - (horizontal) Monobloco - horizontal ou vertical Vertical - em forma de E, H, I, T, e U. Conforme a área física disponível e expansão. Quanto a hierarquia do atendimento Primário, secundário e terciário. CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS Quanto a organização do corpo-clínico Aberto Fechado Misto Quanto ao tempo de permanência Curta permanência - até 30 dias Longa permanência - mais de 30 dias HOSPITAL HUMANIZADO Humanização Humanizar a assistência significa agregar, à eficiência técnica e científica, valores éticos, além de respeito e solidariedade ao ser humano. A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde entende por humanização “a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a autonomia e o protagonismo desses sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão.“ CRITÉRIOS PARA A HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR Não haver longas esperas para atendimento; - Comunicação eficiente; - Informações claras e rápidas; - Resolutividade; - Ambiente limpo e acolhedor; - Atenção integral, não vendo apenas a doença, mas o indivíduo todo; - Respeito entre profissionais; - Boas condições de trabalho; - Equipes integradas; - Valorização do profissional; - Educação continuada; - Garantir a participação do usuário e da família no processo de recuperação; - Trabalhar a auto-estima. A COMPLEXIDADE DAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES E SUA GESTÃO A COMPLEXIDADES DAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES E SUA GESTÃO Atenção à Saúde A COMPLEXIDADES DAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES E SUA GESTÃO Para Glouberman & Mintzberg (1995) os sistemas de saúde são um dos mais complexos sistemas conhecidos na sociedade contemporânea. Os hospitais, em particular, são considerados como organizações extraordinariamente complexas. Mintzberg (1997) observa que ele tem "significativa suspeita de que administrar a mais complicada corporação deve ser quase brincadeira de criança quando comparada à administração de qualquer hospital". A COMPLEXIDADES DAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES E SUA GESTÃO 1. A definição e a mensuração dos resultados são difíceis; 2. O trabalho desenvolvido é tido como extremamente variável e mais complexo do que em outras organizações; 3. A maior parte do trabalho é de natureza emergencial; 4. O trabalho dá pouca margem a ambigüidade e erro; 5. As atividades dos membros da organização são extremamente profissionalizadas, e eles são mais leais à profissão do que à organização; 6. Existe pouco controle organizacional ou gerencial efetivo sobre o grupo mais responsável pelo trabalho: os médicos; 7. Em muitas organizações de serviços de saúde, particularmente os hospitais, existe dupla linha de autoridade, o que gera problemas de coordenação e responsabilidades. O AMBIENTE EXTERNO SUS Governo Judiciário Outros Prestadores Hospitais Cliente Final (Usuário) Agências Reguladoras Indústria Farmacêutica Órgãos de Classe Indústria de Tecnologia Operadoras de Planos de Saúde “Tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem, é conhecer o homem que tem a doença.”(Osler) Obrigada!
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