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Problema 5: Qual a melhor evidência disponível? 
 
OBJETIVO 1: Explicar a estratégia de busca PICO 
 
A MBE (medicina baseada em evidências) propõe que os problemas clínicos que 
surgem na prática assistencial, de ensino ou pesquisa, sejam decompostos e 
organizados utilizando-se a estratégia PICO. PICO ​representa um acrônimo para 
P​aciente, ​I​ntervenção, ​C​omparação e "​O​utcomes​" (desfecho). Dentro da MBE esses 
quatro componentes são os elementos fundamentais da questão de pesquisa e da 
construção da pergunta para a busca bibliográfica de evidências. A estratégia PICO 
pode ser utilizada para construir questões de pesquisa de naturezas diversas, 
oriundas da clínica, do gerenciamento de recursos humanos e materiais, da busca 
de instrumentos para avaliação de sintomas entre outras. Pergunta de pesquisa 
adequada (bem construída) possibilita a definição correta de que informações 
(evidências) são necessárias para a resolução da questão clínica de pesquisa, 
maximiza a recuperação de evidências nas bases de dados, foca o escopo da 
pesquisa e evita a realização de buscas desnecessárias. 
 
  
 
Atualmente há grande quantidade de informação científica, muitas vezes 
contraditória, e há também grande facilidade de acesso a estudos desenvolvidos em 
todo o mundo. Ter acesso ao conhecimento produzido sobre determinado assunto é 
fundamental para o desenvolvimento de boas pesquisas e adequada atuação clínica. 
A ​internet​ e os portais de periódico de acesso livre permitem acessibilidade ao 
conhecimento, mas isso não basta, pois é preciso saber o que selecionar dessa 
imensidão de informações e como fazê-lo. A estratégia PICO auxilia nessas 
definições pois, orienta a construção da pergunta de pesquisa e da busca 
bibliográfica e permite que o profissional, da área clínica e de pesquisa, ao ter uma 
dúvida ou questionamento, localize, de modo acurado e rápido, a melhor 
informação científica disponível. 
 
 
 
 
OBJETIVO 2: Entender os princípios do MBE 
 
Medicina baseada em evidências (MBE) é uma nova estratégia da clínica médica 
utilizada em situações que geram incertezas quanto aos aspectos de diagnóstico, 
prognóstico e manejo terapêutico das doenças. O fundamento filosófico da MBE 
originou-se em meados do século XIX, em Paris, com as idéias de Pierre Charles 
Alexandre Louis, que associou dados numéricos a resultados de atos médicos, 
tendo sido o fundador da “Médicine d’Observations”; e o grupo de médicos que 
integrou essa sociedade desfrutou de grande notoriedade científica apud 
Vandenbrouke . Nessa mesma época, na área de estatística, trabalhos pioneiros de 
Francis Galton e Karl Pearson conferiram validade científica aos resultados 
terapêuticos obtidos a partir de diferentes manejos clínicos para uma determinada 
doença apud Matthews. Em 1980, a escola médica de McMaster, em Ontário 
(Canadá), criou a denominação de MBE, sendo que Sackett a definiu como “uma 
medicina conscienciosa, explícita e judiciosa (criteriosa) que utiliza as melhores 
evidências de estudos clínicos para orientar na investigação e escolha do 
tratamento quando houver incerteza”. O termo “conscienciosa” significa que se 
aplicam evidências relevantes para cada caso; usa-se “judiciosa” para expressar o 
julgamento dos riscos e benefícios dos testes diagnósticos e das alternativas de 
tratamento de acordo com as condições clínicas particulares, individuais e, 
principalmente, levando em consideração o próprio desejo do paciente. A MBE 
integra experiência clínica individual com a melhor evidência clínica externa 
disponível de pesquisa sistemática. A MBE é dividida basicamente em 7 etapas: 
  
Este novo paradigma determina ao médico que aceite a limitação do saber 
científico e da experiência pessoal e reconheça a necessidade de uma pesquisa 
sistemática em situações que suscitem incertezas. Ao mesmo tempo, exige, 
também, o uso da experiência pessoal e da intuição clínica para a elaboração de 
uma hipótese diagnóstica. 
 
 
 
OBJETIVO 3: Entender como são elaborados os protocolos  
 
Guidelines (diretrizes) nada mais são que sugestões de condutas clínicas, baseadas 
nas melhores evidências científicas existentes, produzidas de maneira estruturada 
(freqüência, diagnóstico, tratamento, prognóstico, profilaxia), com bom senso e 
honestidade. Na ausência de evidências com a qualidade desejada (bons ensaios 
clínicos, por exemplo) toma-se por base o consenso de especialistas no assunto. De 
forma que, informações relevantes, adequadas para cada situação, são cotadas em 
relação ao custo-benefício (eficiência) e passam a ser o elo final entre a ciência de 
boa qualidade e a boa prática médica. A Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) 
entende que a elaboração e divulgação dos Protocolos Clínicos e das Diretrizes 
Terapêuticas (PCDT) cumpre importante papel no apoio às equipes que atuam nos 
diferentes pontos das Redes de Atenção à Saúde. Esta elaboração se constitui em 
um processo dinâmico de complementação e atualização contínua. Os PCDT são 
instrumentos-chave para a definição das linhas de cuidados para as 79 doenças 
contempladas no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), 
norteando a garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível 
ambulatorial, para todas as doenças no âmbito do CEAF. Ademais, estão de acordo 
com o Decreto no 7.508 e com a Lei no 12.401, ambos de 2011, que norteiam as 
condutas diagnósticas e terapêuticas no Sistema Único de Saúde (SUS). Os objetivos 
dos PCDT são: estabelecer critérios de diagnóstico das doenças; definir o algoritmo 
de tratamento com os medicamentos e suas respectivas doses adequadas; indicar 
mecanismos para o monitoramento clínico em relação à efetividade do tratamento 
e possíveis eventos adversos, bem como criar mecanismos para uma prescrição 
segura e eficaz, em conformidade com os aspectos éticos e o uso racional de 
medicamentos. A estrutura de montagem dos protocolos clínicos e diretrizes 
terapêuticas compreende seis módulos: 1. Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas; 2. 
Termo de Esclarecimento e Responsabilidade; 3. Fluxograma de Tratamento; 4. 
 
Fluxograma de Dispensação; 5. Ficha Farmacoterapêutica; e 6. Guia de Orientação 
ao Paciente. Os módulos encontram-se interrelacionados e abordam aspectos 
médicos, farmacêuticos e de gestão. 
➔ MÓDULO 1 – DIRETRIZES DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICAS: As linhas  
gerais de diagnóstico, tratamento, monitorização clínica e laboratorial da doença 
são tratadas nesta seção. As diferentes intervenções terapêuticas são abordadas sob 
a perspectiva de criação de uma linha de cuidado envolvendo os vários níveis de 
atenção. Quando não faz parte do Componente Especializado da Assistência 
Farmacêutica (CEAF), adstrito, portanto, à Atenção Básica, o medicamento 
recomendado não consta no módulo Termo de Esclarecimento e Responsabilidade. 
Os PCDT foram organizados na sequência apresentada abaixo. Alguma variação 
entre eles decorre das particularidades de cada doença. 
 *METODOLOGIA DE BUSCA E AVALIAÇÃO DA LITERATURA: Descreve 
detalhadamente a estratégia de busca utilizada na revisão de literatura, citando as 
bases de dados consultadas, palavras-chave, período no tempo e limites de busca 
(se utilizados), tipos e número de estudos identificados, critérios de inclusão dos 
estudos. Foram priorizadas as revisões sistemáticas (com ou sem meta-análise), os 
ensaios clínicos randomizados e, na ausência destes, a melhor evidência 
disponível, sempre acompanhada de uma análise da qualidade metodológica e sua 
implícita relação como estabelecimento de relação de causalidade.  
 *INTRODUÇÃO: Corresponde à conceituação da situação clínica a ser 
tratada, com a revisão de sua definição e epidemiologia, potenciais complicações e 
morbi-mortalidade associada. Sempre quedisponíveis, dados da epidemiologia da 
doença no Brasil são fornecidos. 
 *CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E 
PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE (CID-10): Utiliza a classificação da doença 
ou condição segundo a CID-10.  
 *DIAGNÓSTICO: Apresenta os critérios de diagnóstico da doença, 
subdivididos em diagnóstico clínico, laboratorial ou por imagem, quando 
necessário.  
 *CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: Correspondem aos critérios a serem 
preenchidos pelos pacientes para serem incluídos no protocolo de tratamento com 
os medicamentos do CEAF. Estes critérios podem ser clínicos ou incluir exames 
laboratoriais e de imagem.  
 *CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: Correspondem aos critérios que impedem a 
inclusão do paciente no PCDT podendo, em geral, configurar contraindicações 
absolutas relacionadas aos medicamentos ou situações clínicas peculiares em que 
não haja evidência de eficácia ou exista evidência de risco ao paciente. 
 *CASOS ESPECIAIS Compreendem situações a respeito da doença ou do 
tratamento em que a relação risco/benefício deve ser cuidadosamente avaliada pelo 
médico prescritor, nas quais um Comitê de Especialistas, designado pelo gestor 
estadual, poderá ou não ser consultado para a decisão final de tratar (exemplos: 
idosos, crianças, gestantes e existência de contraindicações relativas) ou em 
situações clínicas não contempladas nos critérios de inclusão, mas que necessitam 
de tratamento.  
 
 *COMITÊ DE ESPECIALISTAS: Constitui-se de um grupo 
técnico-científico capacitado que é proposto em determinados PCDT em que se 
julga necessária a avaliação dos pacientes por motivos de subjetividade do 
diagnóstico, complexidade do tratamento, risco alto com necessidade de 
monitoramento ou em casos especiais. O Comitê de Especialistas deverá estar 
inserido, sempre que possível, em um Serviço Especializado ou em um Centro de 
Referência, sendo sua constituição uma recomendação que protege o paciente e o 
gestor, mas não uma obrigatoriedade. 
 *CENTRO DE REFERÊNCIA: Tem como objetivo prestar assistência em 
saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo a efetividade do 
tratamento e o uso responsável e racional dos medicamentos preconizados nos 
PCDT. O Centro de Referência (CR) pode proceder à avaliação, ao acompanhamento 
e, quando for o caso, à administração dos medicamentos. Sua criação é preconizada 
em alguns protocolos, com particularidades que deverão respeitar e adaptar-se a 
cada doença/condição ou cuidado especial requerido, como custo muito elevado, 
possibilidade de compartilhamento, necessidade de armazenamento, estabilidade, 
etc. A constituição do CR é uma recomendação, mas não uma obrigatoriedade. 
 *TRATAMENTO Discute-se o embasamento científico das opções de 
tratamento para todas as fases evolutivas da doença. Sempre que indicados, os 
tratamentos não farmacológicos (mudanças de hábitos, dieta, exercícios físicos, 
psicoterapia e, fototerapia, entre outros) e cirúrgicos são também avaliados. O 
tratamento apresenta-se dividido em sub-itens: 1 FÁRMACOS-Indicam os nomes 
das substâncias ativas de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB) e as 
apresentações disponíveis do(s) medicamento(s) no SUS; 2 ESQUEMAS DE 
ADMINISTRAÇÃO- Apresenta as doses terapêuticas recomendadas (incluindo 
mínima e máxima, quando houver), as vias de administração e os cuidados 
especiais, quando pertinentes. Indica os medicamentos a serem utilizados nas 
diferentes fases evolutivas, caso o esquema terapêutico seja distinto ou haja 
escalonamento de doses.3 TEMPO DE TRATAMENTO – CRITÉRIOS DE 
INTERRUPÇÃO- Define o tempo de tratamento e os critérios para sua interrupção. 
Tão importante quanto os critérios de início são os critérios de finalização de 
tratamento. Ênfase é dada no esclarecimento destes critérios com vista à proteção 
dos pacientes. 4 BENEFÍCIOS ESPERADOS- Relata de forma objetiva os desfechos 
que podem ser esperados com o tratamento, isto é, desfechos com comprovação 
científica na literatura médica.  
 *MONITORIZAÇÃO Descreve quando e como monitorizar a resposta 
terapêutica ou a toxicidade do medicamento. Estão também contemplados efeitos 
adversos significativos que possam orientar uma mudança de opção terapêutica ou 
de dose.  
 *ACOMPANHAMENTO PÓS-TRATAMENTO: Define as condutas após o 
término do tratamento. Nos tratamentos crônicos, sem tempo definido, indica 
também quando e como os pacientes devem ser reavaliados. 
 *REGULAÇÃO/CONTROLE/AVALIAÇÃO PELO GESTOR: Esclarece ao 
gestor do SUS quais os passos administrativos que devem ser seguidos 
especificamente para a doença ou condição do PCDT, se houver alguma 
particularidade.  
 
 *TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE – TER: 
Refere-se à necessidade de preenchimento do TER, cuja obrigatoriedade é 
exclusiva para os medicamentos pertencentes ao CEAF.  
 *REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: São numeradas e listadas segundo a 
ordem de aparecimento no texto, sendo identificadas por algarismos arábicos.  
 
➔ MÓDULO 2 – TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE: 
 O Termo de Esclarecimento e Responsabilidade (TER) tem por objetivo o 
comprometimento do paciente (ou de seu responsável) e do médico com o 
tratamento estabelecido. Deve ser assinado por ambos após leitura pelo paciente ou 
seu responsável e esclarecimento de todas as dúvidas pelo médico assistente. Com 
o objetivo de facilitar o entendimento por parte do paciente ou de seus cuidadores, 
o texto é escrito em linguagem de fácil compreensão. Em algumas situações, 
porém, são mantidos os termos técnicos devido à falta de um sinônimo de fácil 
entendimento pelo paciente. Nessas situações, o médico assistente é o responsável 
pelos esclarecimentos. São citados como possíveis efeitos adversos os mais 
frequentemente descritos pelo fabricante do medicamento ou pela literatura 
científica. Efeitos raros são referidos apenas quando apresentam grande relevância 
clínica. O TER pode dizer respeito a um único medicamento ou a um conjunto deles, 
a serem ou não empregados simultaneamente para a doença em questão. No TER 
que se refere a mais de um medicamento, ficam assinalados, de forma clara para o 
paciente, os que compõem seu tratamento. Em alguns casos, os Protocolos incluem 
medicamentos que não fazem parte do CEAF, apresentando dispensação por meio 
de outros Componentes da Assistência Farmacêutica ou blocos de financiamento. 
Tais medicamentos não são incluídos no TER, não sendo seu preenchimento, 
nesses casos, obrigatório. A concordância e a assinatura do TER constituem 
condição inarredável para a dispensação do medicamento do CEAF.  
➔ MÓDULOS 3 E 4 - FLUXOGRAMAS: Cada PCDT apresenta dois fluxogramas: o  
de tratamento, que pode estar dividido em mais de um (quando necessário), e o de 
dispensação, apresentados em dois fluxogramas, sempre que houver dispensação 
de medicamentos de diferentes Componentes da Assistência Farmacêutica. Os 
fluxogramas de tratamento representam graficamente as Diretrizes Terapêuticas, 
apontando os principais passos desde o diagnóstico até o detalhamento das 
respostas aos diferentes tratamentos ou doses. Os fluxogramas de dispensação 
apresentam as etapas a serem seguidas pelos farmacêuticos ou outros profissionais 
envolvidos nas etapas especificadas, desde o momento em que o paciente solicita o 
medicamento até sua efetiva dispensação. São construídos de forma a tornar rápido 
e claro o entendimento da diretriz diagnóstica e terapêutica e colocados lado a lado 
no livro de maneira a tornar claras ao médico e ao farmacêutico as fases 
interligadas do seu trabalho, que sempre são complementares.➔ MÓDULO 5 - FICHA FARMACOTERAPÊUTICA: Para cada protocolo é  
apresentada uma Ficha Farmacoterapêutica, caracterizada por um roteiro de 
perguntas com o intuito de servir como instrumento para o controle efetivo do 
tratamento estabelecido, promovendo o acompanhamento dos pacientes relativo a 
eventos adversos, exames laboratoriais, interações medicamentosas e contra 
indicações, entre outros. O farmacêutico pode ainda incorporar outras perguntas 
 
pertinentes. Além disso, a Ficha Farmacoterapêutica tem como propósito servir de 
instrumento de acompanhamento dos desfechos de saúde da população. As tabelas 
não foram concebidas para representar a real necessidade da prática, com relação 
ao tamanho, devendo o farmacêutico adaptá-las para o registro mais adequado das 
informações. Como regra, a Ficha Farmacoterapêutica é concebida para um ano de 
acompanhamento e consta de três itens: 1 DADOS DO PACIENTE: Apresenta dados 
de identificação do paciente, do cuidador (se necessário) e do médico assistente. 2 
AVALIAÇÃO FARMACOTERAPÊUTICA: São apresentadas perguntas de cunho geral 
(outras doenças diagnosticadas, uso de outros medicamentos, história de reações 
alérgicas e consumo de bebidas alcoólicas, entre outros) e específico para cada 
medicamento. Quando pertinentes, são listadas as principais interações 
medicamentosas e as doenças nas quais o risco/benefício para uso do medicamento 
deve ser avaliado. A Tabela de Uso de Medicamentos (Anexo I), mencionada neste 
item, serve para registro de uso de medicamentos antes e durante a vigência das 
dispensações/acompanhamento farmacoterapêutico. 3 MONITORIZAÇÃO DO 
TRATAMENTO: Apresenta perguntas que orientam o farmacêutico a avaliar o 
paciente quanto aos exames laboratoriais e à ocorrência de eventos adversos. Em 
caso de suspeita de um evento significativo ou alteração laboratorial incompatível 
com o curso da doença, o farmacêutico deve encaminhar o paciente ao médico 
assistente acompanhado de carta (sugere-se a utilização do Anexo III - 
Carta-Modelo); em casos peculiares, deve realizar contato telefônico. 
➔ MÓDULO 6 - GUIA DE ORIENTAÇÃO AO PACIENTE: O Guia de Orientação ao 
 Paciente é um material informativo que contém as principais orientações sobre a 
doença e o medicamento a ser dispensado. O farmacêutico deve dispor deste 
material, o qual, além de servir como roteiro para orientação oral, será entregue ao 
paciente, buscando complementar seu processo educativo. A linguagem utilizada 
pretende ser de fácil compreensão por parte do paciente. Na medida do possível, 
não foram empregados jargões médicos nem termos rebuscados. Como regra, o 
elenco de medicamentos do PCDT encontra-se em um único Guia de Orientação ao 
Paciente, no qual os medicamentos utilizados devem ser assinalados, quando 
pertinente. 
Os Protocolos de Uso foram estruturados para contemplar situações em que se 
busca orientar a utilização de uma determinada tecnologia no tratamento de uma 
dada doença, não possuindo uma estrutura rígida com relação aos itens 
apresentados. Protocolos de Uso em que não há medicamento envolvido não dispõe 
de fluxograma de dispensação, ficha farmacoterapêutica e guia de orientação ao 
paciente. Assim como os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, os 
Protocolos de Uso dispõem dos seguintes módulos: 
➔ MÓDULO 1 – PROTOCOLO DE USO  
➔ MÓDULO 2 – FLUXOGRAMA DE DISPENSAÇÃO: Segue o mesmo padrão  
estabelecido nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.  
➔ MÓDULO 3 - FICHA FARMACOTERAPÊUTICA: Segue o mesmo padrão 
 estabelecido nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.  
➔ MÓDULO 4 - GUIA DE ORIENTAÇÃO AO PACIENTE: Segue o mesmo padrão  
estabelecido nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. 
 
 
OBJETIVO 4: Conhecer os níveis de evidência 
 
 Quando abordamos o tratamento e falamos em evidências, referimo-nos a 
efetividade, eficiência, eficácia e segurança. A efetividade diz respeito ao 
tratamento que funciona em condições do mundo real. A eficiência diz respeito ao 
tratamento barato e acessível para que os pacientes possam dele usufruir. 
Referimo-nos à eficácia quando o tratamento funciona em condições de mundo 
ideal. E, por último, a segurança significa que uma intervenção possui 
características confiáveis que tornam improvável a ocorrência de algum efeito 
indesejável para o paciente. 
As revisões sistemáticas com ou sem metanálises são consideradas nível I de 
evidências, seguidas dos grandes ensaios clínicos, denominados mega trials (com 
mais de 1.000 pacientes – nível II de evidências), ensaios clínicos com menos de 
1.000 pacientes (nível III de evidências), estudos de coorte (não possuem o 
processo de randomização – nível IV de evidências), estudos caso-controle (nível V 
de evidências), séries de casos (nível VI de evidências), relatos de caso (nível VII de 
evidências), opiniões de especialistas, pesquisas com animais e pesquisas in vitro. 
As três últimas classificações permanecem no mesmo nível de evidência (nível VIII 
de evidências), sendo fundamentais para formular hipóteses que serão testadas à 
luz de boa pesquisa científica. Cabe ressaltar que a hierarquia dos níveis de 
evidências apresentada acima é válida para estudos sobre tratamento e prevenção. 
Portanto, se a questão formulada for relacionada a fatores de risco, prevalência de 
uma doença ou sensibilidade e especificidade de um teste diagnóstico, a ordem dos 
níveis de evidências apresentados será modificada em virtude da questão clínica. 
Em outras palavras, a hierarquia dos níveis de evidências não é estática e, sim, 
dinâmica conforme a pergunta elaborada. 
A classificação hierárquica das evidências, para a avaliação de pesquisas ou outras 
fontes de informação é baseada na categorização da Agency for Healthcare 
Research and Quality (AHRQ) dos Estados Unidos da América. A qualidade das 
evidências é classificada em seis níveis, a saber: nível 1, metanálise de múltiplos 
estudos controlados; nível 2, estudo individual com desenho experimental; nível 3, 
estudo com desenho quase-experimental como estudo sem randomização com 
grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle; nível 4, estudo 
com desenho não-experimental como pesquisa descritiva correlacional e 
qualitativa ou estudos de caso; nível 5, relatório de casos ou dado obtido de forma 
sistemática, de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; nível 6, 
opinião de autoridades respeitáveis baseada na competência clínica ou opinião de 
comitês de especialistas, incluindo interpretações de informações não baseadas em 
pesquisas; opiniões reguladoras ou legais. Do nível 1 ao 5, existe uma variação 
dentro de cada nível que vai de A-D , a qual reflete a credibilidade científica da 
pesquisa; por exemplo, se a pesquisa é categorizada no nível 1-A significa que o 
estudo tem o delineamento adequado; entretanto, se a pesquisa é classificada no 
nível 1-D, significa que o delineamento possui falhas e a confiança nos resultados 
deve ser questionada. 
 
 
    
  
  
 
OBJETIVO 5: Diferenciar e caracterizar os tipos de estudo: 
 
➔ Estudos observacionais: ​Nos estudos observacionais (não experimentais, ou  
de observações) o investigador estuda, observa e regista a doença e os seus 
atributos, e a forma como esta se relaciona com outras condições/atributos 
(exposição) sem ter qualquer intervenção. Os estudos observacionais podem 
descrever apenas a distribuição da doença e outras características sem que haja 
uma preocupação com relações causais ou outras hipóteses. Neste caso são 
denominados de descritivos ou geradores de hipóteses. Estes estudos são úteis na 
descrição de tendências nos indicadores de saúde, geram hipóteses e permitem o 
acompanhamento das políticas de saúde. 
➔ Estudos experimentais: ​Nos estudos experimentais (ou não observacionaisou de intervenções), existe uma intervenção deliberada, planejada pelo 
investigador, no sentido de provocar um determinado efeito enquanto controlamos 
outras condições. O objetivo é determinar o resultado da intervenção. 
Habitualmente, a medição do efeito da intervenção é feita por comparação com um 
grupo que não sofreu qualquer intervenção ou que sofreu uma intervenção 
diferente. Dividem-se em: Ensaio clínico randomizado (ECR)-estudo experimental 
em que os pacientes têm diferentes tratamentos ou exposições designadas 
aleatoriamente, para comparar os resultados e tentar obter as conclusões mais 
confiáveis; Ensaio clínico não randomizado- estudo experimental em que os 
pacientes têm diferentes tratamentos ou exposições designadas NÃO 
aleatoriamente para comparar os resultados, pode introduzir tendenciosidade 
(vieses). 
➔ Estudos de prevalência/ transversais:​ Os estudos transversais (survey, 
 inquérito de frequência de doença ou estudo de prevalência) analisam a relação 
entre a frequência de doença ou outra condição de interesse e outras características 
da população num determinado tempo e lugar. Referem-se a um ponto no tempo 
ou a um curto intervalo de tempo. Os estudos transversais são pouco dispendiosos, 
relativamente rápidos de executar e largamente usados. Permitem conhecer a 
prevalência das doenças e de factores associados, o estudo simultâneo de várias 
doenças e seus determinantes, e, quando repetidos ao longo do tempo, avaliar a 
evolução do problema. 
➔ Estudos ecológicos: ​Os estudos ecológicos (ou de correlação), de modo a 
 formular hipóteses sobre possíveis causas de doença, medem, em diferentes 
populações ou grupos, a presença de uma determinado factor e comparam-no com 
a ocorrência de uma doença. Os estudos ecológicos são uma boa opção na avaliação 
do impacto de um programa ou política de saúde (e.g., avaliação do impacto da lei 
do tabaco na prevalência de fumadores e de ex-fumadores). Dos estudos ecológicos 
resultam inferências ecológicas acerca dos efeitos de determinadas características 
nas taxas e indicadores. 
➔ Estudos de controle de casos: ​Estudo retrospectivo e descritivo que compara  
os pacientes com e sem o resultado, para determinar a possível exposição aos 
fatores de risco/proteção, que podem conduzir ao resultado estudado. Os estudos 
de caso-controlo permitem-nos calcular a prevalência de exposição entre casos e 
controlos e perceber até que ponto a chance de doença está associada com a 
 
exposição. Não nos permitem, contudo, calcular medidas de risco como incidência 
cumulativa ou risco relativo. 
➔ Estudos de Coorte​: Os pacientes são observados sem nenhum tratamento  
designado, buscando diferenças entre grupos naturais e de acordo com os distintos 
fatores de risco ou de exposição. Os estudos de coorte são os mais semelhantes aos 
experimentais uma vez que um grupo de indivíduos sujeitos a uma exposição é 
seguido de modo a contar novos casos de doença. A única diferença é que o 
investigador não intervém na distribuição dos indivíduos. 
  
OBJETIVO 6: Explicar como a MBE auxilia na tomada da decisão clínica 
 
A MBE oferece ao médico informações suficientes e seguras para que ele tome sua 
decisão clínica, visando, sobretudo, a melhor qualidade de assistência. De certa 
forma, a MBE dispõe dos argumentos necessários para que o profissional seja capaz 
de estruturar sua decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://cfcul.fc.ul.pt/biblioteca/online/pdf/antoniobveloso/medicinaevidencia.pdf 
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbfis/v11n1/12.pdf 
http://www.scielo.br/pdf/rbti/v28n3/0103-507X-rbti-28-03-0256.pdf 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692007000300023&script=sci_artt
ext&tlng=pt 
http://portal2.saude.gov.br/rebrats/visao/estudo/recomendacao.pdf 
http://www.scielo.br/pdf/%0D/ramb/v50n1/a45v50n1.pdf 
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v37n4/05 
https://www.researchgate.net/profile/Ines_Fronteira/publication/243965877_Ob
servational_Studies_in_the_Era_of_Evidence_Based_Medicine_Short_Review
_on_their_Relevance_Taxonomy_and_Designs/links/5604152e08ae8e08c0897
c6b/Observational-Studies-in-the-Era-of-Evidence-Based-Medicine-Short-Revi
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