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Pensar sociologico
Muitas vezes não paramos para pensar em como internalizamos as coisas mais básicas de nosso dia-a-dia, como falar, comer, expressar nossos sentimentos e emoções... E em cada uma dessas coisas temos a influencia da sociedade e, por conseguinte, da cultura a qual estamos inseridos. Esse espaço pretende refletir um pouco sobre temas caros a Sociologia e ao pensamento social. Bem vindo e junta-se a nós no exercicio de sua imaginação sociologica.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA: OS PAIS FUNDADORES
A Sociologia é a ciência que estuda as relações sociais, através da análise do comportamento social e por meio das interações e organizações humanas. A padronização das relações sociais afeta os pensamentos, ações e sentimentos de todas as pessoas, ainda que elas não se dêem conta dessa interferência. Chamamos de estruturas sociais os padrões estáveis de relações sociais. Podemos distinguir três níveis de estruturas sociais, dispostas como círculos concêntricos, que se interpenetram:
1. As Microestruturas, que são formadas durante as interações face a face, se configurando como relações sociais íntimas, como por exemplo, a família, os círculos de amizade e de trabalho.
2. As Macroestruturas, que estão acima e fora dessas interações face a face, não podendo serem circunscritas às relações de intimidade entre as pessoas. Podem ser observadas em estruturas de classe e sistemas de poder como, por exemplo, o patriarcalismo (sistema tradicional de desigualdade entre homens e mulheres).
3. Por fim, as Estruturas Globais, que se encontram acima e fora do nível nacional de padrões das relações sociais e podem ser exemplificadas através das organizações internacionais e das relações político-econômicas entre os países.
A conexão entre os problemas individuais e as estruturas sociais é uma das principais questões para sociologia desde seu surgimento. O sociólogo norte-americano C. Wright Mills denominou essa habilidade de imaginação sociológica. Para ele, as pessoas raramente têm consciência da complexa ligação entre suas vidas e o curso da história mundial [...]. Não dispõe da qualidade intelectual básica para sentir o jogo que se processa entre os homens e a sociedade, a biografia e a história, o eu e o mundo. [...] Não é apenas da habilidade da razão que precisam [...]. O que precisam, e o que sentem precisar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode estar acontecendo dentro deles mesmos. É esta qualidade [...] que poderemos chamar de imaginação sociológica. A imaginação sociológica capacita seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo [..] (e) permite-lhe levar em conta como os indivíduos, na agitação de sua experiência diária, adquirem freqüentemente uma consciência falsa de suas posições sociais. (Mills, 1972: 10-11)
Três revoluções suscitaram o surgimento da imaginação sociológica e, por tabela, da Sociologia:
1. A Revolução Cientifica, a partir do século XVI, levou a exaltação da Razão, a renúncia da explicação sobrenatural dos fenômenos, a aplicação do método cientifico e ao abandono progressivo da autoridade e do dogmatismo. A partir de então, as conclusões sobre o funcionamento da sociedade passaram a ser feitas com base em evidencias empíricas e não em especulação. 
2. A Revolução Democrática, ocorrida no século XVIII, representada pela Revolução Francesa de 1789 e pelos ideais de liberté, égalité e fraternité que essa revolução defendia, suscitou a percepção de co-responsabilidade de cada pessoa pela organização da sociedade e que os problemas sociais podem ser resolvidom pela intervenção humana. 
3. A Revolução Industrial, iniciada por volta de 1780, fez surgir novos e graves problemas sociais. O crescimento industrial ocasionou o êxodo rural, jornadas de trabalho extenuantes e crescimento urbano caótico e desordenado, gerando fome e miséria nas cidades, greves, crimes e até guerras. Todos esses problemas atraíram as atenções dos pensadores sociais. 
É no meio dessa efervescência de acontecimentos que surgir a Sociologia. O termo foi cunhado pelo pensador francês Auguste Comte, considerado por isso o fundador dessa nova ciência. Ele considerava ser possível o estabelecimento de uma “física social” e que era possível existir uma ciência da sociedade nos mesmos moldes das ciências exatas, cabendo a Sociologia o estabelecimento de leis gerais sobre a vida social. Ele tenta responder a seguinte questão, posta pelos pensadores iluministas: como a sociedade deve ser mantida unida quando se tornar maior, mais complexa, mais variada, mais diferenciada, mais especializada e mais dividida? A resposta de Comte foi que as idéias e as crenças comuns [...] precisavam ser desenvolvidas para dar à sociedade uma moralidade ‘universal’ (Turner, 1999: 5).
A principal contribuição de Comte à Sociologia não é a essência de suas idéias, mas sua defesa para que essa ciência fosse aceita como tal. Para tanto, ele postula a lei dos três estágios, para explicar que o conhecimento passa por estágios diferentes e possui um caráter evolutivo. Os três estágios são:
Estado Teológico – As considerações sobre o sobrenatural, religião e Deus é que 
dominam o pensamento e as explicações sobre o mundo.
Estado Metafísico – O pensamento filosófico substitui o sobrenatural na 
explicação dos fenômenos. Nessa fase, desenvolve-se a 
matemática, a lógica e outras sistemas neutros de 
pensamento.
Estado Positivo – A ciência passa a ser a forma hegemônica de conhecimento, 
através da observação meticulosa dos fatos empíricos e do 
teste sistemático de teorias.
No entanto, é com um discípulo de Comte, Émile Durkheim, que o método sociológico é de fato forjado e a sociologia se estrutura como método científico legítimo. Outros dois teóricos, Karl Marx e Max Weber, ambos alemães, foram fundamentais para estruturação do pensamento sociológico e são até hoje importantes para os estudos sobre a sociedade. Juntos, são considerados os pais fundadores da sociologia e suas obras são clássicas para esta ciência. É sobre cada um deles que falaremos a seguir.
ÉMILE DURKHEIM 
Considerado o primeiro sociólogo, devido ao uso de dados empíricos no estudo dos fenômenos sociais, Émile Durkheim (1858-1947) considerava, como Comte, o conhecimento sociológico como ferramenta capaz de construir uma sociedade melhor e via nas idéias comuns de um mesmo grupo social a força unificadora de qualquer sociedade. Para ele, os elementos do mundo social cumprem funções específicas para o bom funcionamento da sociedade. O tema central em suas obras é a relação entre os indivíduos e a coletividade e suas obras buscam enfatizar o equilíbrio social. Durkheim considerava que os fenômenos sociais deveriam ser estudados como coisas e que não podem ser confundidos com fenômenos naturais/orgânicos ou psíquicos, pois os fenômenos sociais são gerados a partir da representação e da ação dos indivíduos em sociedade. Afinal, os indivíduos nascem na sociedade, e não o inverso. Para tanto, ele apresenta em sua obra As regras do método sociológico o conceito de fato social para sintetizar o modo de pensar, agir e sentir de um determinado grupo social. 
Sua contribuição mais significativa, no entanto, pode ser encontrada em sua obra Da divisão do trabalho social, onde fundamenta uma teoria das condições da ordem social (por ordem social entenda-se o conjunto de fatores que devem existir para que a vida social seja possível e a sociedade não se desintegre). O conjunto de crenças e sentimentos comuns à média de membros de uma mesma sociedade forma um sistema determinado que tem vida própria (Durkheim, 1995: 50) e que é denominado de consciência coletiva. Este conjunto cria um sistema próprio, que subsiste independente das consciências individuais e que evolui segundo leis próprias, não sendo, portanto, a simples expressão ou o efeito das consciências individuais. Em outras palavras:a consciência coletiva é o sistema de símbolos culturais de uma sociedade, que é expresso através dos valores, crenças, dogmas religiosos, ideologias, etc.
Para Durkheim, o que cumpre a função de coesão social é a solidariedade e, segundo ele, pode ser de dois tipos:
* A solidariedade Mecânica – É característica das sociedades segmentadas, onde há pouca diferenciação entre os indivíduos e, por isso mesmo, baseia-se na semelhança entre as consciências individuais, que é dada por uma consciência coletiva bastante arraigada. Onde impera esse tipo de solidariedade, a sociedade é orientada por imperativos e proibições sociais.
* A solidariedade Orgânica – É, por sua vez, característica das sociedades organizadas e heterogêneas – as sociedades modernas. Chama-se orgânica em analogia aos organismos biológicos complexos, onde cada órgão possui sua função própria e o bem-estar depende do bom desempenho de cada função em particular. Aqui, observa-se uma redução da influência da consciência coletiva.
Concluímos, portanto, que em sociedades simples, todos os indivíduos têm uma consciência coletiva comum que regula seus pensamentos e ações, ao passo que em sociedades mais complexas a consciência coletiva deve também mudar se a sociedade deve manter-se integrada (Turner, 1999: 7), tornando-se mais generalizada para poder regular quaisquer indivíduos, independente do seu grau de especialização e de sua posição na sociedade. É importante registrar, ainda, que Durkheim foi o primeiro a observar o que sustenta as grandes estruturas existentes nas diversas sociedades.
KARL MARX 
O pensador alemão Karl Marx (1818-1883) faz parte da geração anterior a de Durkheim e seus escritos são fortemente influenciados pela sua observação das conseqüências geradas pela Revolução Industrial e da maneira como as sociedades se desenvolvem. Ao contrário de Comte e Durkheim, concebia como impossível a criação de leis gerais para explicar os fenômenos sociais. Para Marx, cada período histórico era regido por suas próprias leis, que são determinadas pelo seu respectivo modo de produção. 
O principal alvo de seus estudos é o Capitalismo e as relações resultantes desse modo de produção. Por isso, considerava a organização econômica de uma sociedade a base de sustentação dessa sociedade, chamada por ele de infra-estrutura. A partir disso, é que se originavam as outras instâncias da sociedade, como a cultura e a política, os valores e ideais, chamados por Marx de supraestrutura. Para ele, era a infra-estrutura que determinava como a superestrutura seria, ou seja, é a economia quem dita as “regras do jogo” nas sociedades capitalistas. Por conta disso, a grande contradição que permeia a vida social reside nas relações entre os detentores ou não dos meios de produção. Isso porque quem possui o capital econômico, buscará aumentar cada vez mais seus lucros, sem preocupar-se com a massa crescente de trabalhadores, gerando com isso péssimas condições de trabalho e salários baixos, dentre outras coisas. Assim, Marx argumentou, uma classe de trabalhadores cada vez maior se opõe a uma classe cada vez menor de proprietários dos meios de produção. Marx acreditava que, em última instância, os trabalhadores tornar-se-iam conscientes de que pertenciam a uma mesma classe de explorados. Ele chamou tal consciência de ‘consciência de classe’ (Brym, 2006: 17).
A cristalização dessa consciência de classe levaria a uma mobilização crescente do segmento proletário, através de sindicatos e partidos de trabalhadores. O acirramento das desigualdades entre proletariado e burguesia, com a crescente exploração do primeiro pelo segundo, levaria a classe trabalhadora, em algum momento da história, por meio da luta de classes, a extinguir a propriedade privada e a pôr fim a esse regime de exploração do homem pelo homem. Em outras palavras, a luta de classes é o conflito existente entre as classes sociais com o intuito de superar a resistência e oposição de outras classes e é, per si, uma luta política. 
Marx considerava, por fim, que a luta de classes desembocaria num processo de mudança social profunda, onde toda propriedade e riqueza existente seriam compartilhadas por todos, e a sociedade capitalista deixaria de existir, dando lugar à sociedade comunista. Os principais conceitos de sua teoria estão expostos em O manifesto do partido comunista (1848), escrito com Frederich Engels; e O capital (1867-1894), sua obra mais importante. É nesta obra que Marx expõe de maneira mais taxativa o colapso inevitável do capitalismo e a criação de uma sociedade sem classe, calcada na produção segundo as necessidades humanas e não na busca pelo lucro. 
MAX WEBER
Considerado por muitos como o pai da sociologia alemã, Max Weber (1864-1920) influenciou de forma decisiva o desenvolvimento da sociologia em todo o mundo. Weber defendeu arduamente que a análise sociológica deveria ser isenta de juízo de valor (neutralidade axiológica). Entretanto, ponderava que a história social de cada indivíduo influenciava na escolha do tema de estudo, mas que os valores morais e as crenças individuais não deveriam influenciar na coleta e análise dos dados. Cria uma sociologia interpretativa e propunha que a análise sociológica deveria levar em consideração tanto as experiências dos atores sociais como os sistemas sócio-culturais, nos quais esses atores estejam inseridos. Weber via a racionalização da vida como sendo a característica central da modernidade. Para ele, o desencantamento do mundo era uma característica distintiva da cultura ocidental, onde o racionalismo cientifico e burocrático substituía a autoridade religiosa.
Preocupou-se constantemente em isolar e analisar áreas da sociedade que considerava serem centrais para o funcionamento do mundo social, como por exemplo o surgimento do capitalismo, o crescente poder estatal e as conseqüências dos sistemas de crença e valores na vida social. Nesse sentido, uma de suas obras mais importantes, A ética protestante e o espírito do capitalismo, tenta entender a influência da ética e das idéias puritanas no desenvolvimento do Capitalismo. 
Por ética protestante entenda-se o imperativo enfático (adotado principalmente entre os calvinistas) em se engajar nas atividades mundanas, a disposição ao trabalho e a sobriedade na vida cotidiana. Houve uma forte expansão industrial capitalista nos lugares onde essa ética norteava a vida da maioria das pessoas e as condições econômicas eram favoráveis. Já o espírito do capitalismo pode ser resumido como sendo as idéias, hábitos e crenças que visam uma procura racional do lucro. Não se restringe a sociedade ocidental, embora nela tenha encontrado terreno fértil. O florescimento desse espírito do capitalismo ocorre devido a estreita relação entre as virtudes puritanas e a moral burguesa, que convergem em três aspectos: na incitação ao trabalho lucrativo; na censura da perda de tempo, com conseqüente prejuízo ocasionado por tal perda; e nas exigências de ordem e disciplina feitas ao seus pares.
Como Marx, Weber questionava a tentativa de fazer da sociologia uma física social, através do estabelecimento de leis gerais. Também com este autor, mantém um diálogo silencioso, através da contra-argumentação com as idéias de Marx em suas obras, questionando principalmente a visão marxista de que o colapso do capitalismo era lago inevitável. 
Weber observou o rápido crescimento do ‘setor de serviços’ da economia, com seus muitos trabalhadores intelectuais e profissionais. Ele argumentou que muitos membros desses grupos ocupacionais estabilizam a sociedade porque têm um status e uma renda mais alta do que os trabalhadores braçais empregados no setor manufatureiro. Além disso, Weber mostrou que a luta de classes não é a única força motriz da história: de acordo com ele, a política e a religião também são fontes importantes de mudança histórica (Brym, 2006: 17). 
Para este autor, o capitalismo não desembocaria, necessariamente, no socialismo, nem tampouco o conflito é uma realidade inevitável e inexorável,sendo causado por condições determinadas e situações específicas. Outra discordância importante entre esses dois autores é que Weber percebia as idéias como sendo um vetor de mudança social, ao passo que Marx concebia as idéias como derivadas da infra-estrutura (a economia), que era a única forma possível de mudança. 
AS TEORIAS SOCIOLÓGICAS
FUNCIONALISMO
O funcionalismo foi criado por Herbert Spencer no início do século XIX e retomado por Durkheim alguns anos depois. Essa corrente teórica tenta explicar o universo social como sendo um sistema, de partes interligadas e interdependentes. As partes que compõe esse sistema são analisadas em razão das funções ou conseqüências para o funcionamento do sistema maior. Majoritariamente, o funcionalismo postula sobre as necessidades que o sistema possui ou os requisitos necessários para sua manutenção saudável e, por isso, tende a ver as partes do sistema sempre na sua relação com a necessidade total do sistema. A pergunta básica comumente feita pelos funcionalistas na fundamentação de suas pesquisas, diante de qualquer estrutura ou fenômeno social, é como determinado aspecto dessa estrutura ou fenômeno contribui para o funcionamento do sistema global estudado. Por exemplo: podemos tentar analisar como os alunos do colégio equipe contribuem para a comunidade onde o colégio está construído; ou ainda como a família interfere na socialização dos jovens. 
As teorias funcionalistas enfatizam, com freqüência, o comportamento como sendo regido por padrões estáveis de relações sociais, ou seja, vêem a supremacia da estrutura social na ação do indivíduo e que essas estruturas estão alicerçadas em valores comuns e compartilhados por todos os membros. O funcionalismo considera como a melhor solução na resolução de problemas sociais o estabelecimento do equilíbrio social. Um dos problemas apontado pelos críticos dessa corrente teórica é que elas frequentemente vêem as sociedades como demasiadamente integradas e organizadas (Turner, 1999:21). Por outro lado, o grande atrativo dessas teorias é a sua capacidade de observar o universo social como um todo e que o funcionamento das partes que compõe esse sistema interferem no funcionamento do todo.
TEORIAS DO CONFLITO
Essa corrente sociológica enfatiza que o conflito é central para a análise da vida social. Os principais intelectuais que inspiraram essa vertente teoria foram Karl Marx e Max Weber, através de suas abordagens distintas entre si, como descritas anteriormente. Para essa tradição teórica, 
a desigualdade é a força que move o conflito; e o conflito é a dinâmica central das relações humanas. De fato, seria difícil não notar as tensões e conflitos que emanam da desigualdade. [...] O conflito é, portanto, uma contingência básica da vida social; ele é potencialmente sentido em todo lugar, desde as relações interpessoais entre homens e mulheres, passando pela exigência de interações entre diferentes etnias, até os ressentimentos contra o poder dos pais, professores e empregadores (Turner, 1999:21).
A teoria do conflito concentra sua atenção nas macroestruturas sociais, como por exemplo as relações de classe e vêem os padrões de desigualdade existentes na sociedade como os repensáveis pela produção da estabilidade ou da mudança social, dependendo das circunstancias históricas e sócio-culturais. Enfatizam, ainda, como os grupos privilegiados tentam manter suas vantagens e privilégios, em oposição aos menos privilegiados, que tentam aumentar as suas. Por isso, qualificam as condições sociais em cada período histórico da humanidade como resultado da contínua luta entre esses dois grupos. A teoria do conflito tipicamente sugere que a eliminação dos privilégios diminuirá o grau de conflito e aumentará o bem-estar humano total (Brym, 2006: 16).
INTERACIONISMO SIMBÓLICO
As teorias interacionistas focam sua análise nas interações face a face e nas microestruturas. Partem do pressuposto de que os seres humanos interagem por meio da emissão de símbolos, expressos, por exemplo, por meio das palavras, das expressões corporais e faciais ou de sinais que passam a ter, também, significado para o outro, com que está interagindo. Por isso, enfatizam que a o comportamento social pode ser explicado por meio da compreensão dos significados subjetivos que os indivíduos atribuem aos fenômenos sociais e do cotidiano. Para os interacionistas simbólicos, os atores sociais constroem, ou ao menos participam da construção, das circunstâncias sociais e não apenas reagem diante dos acontecimentos.
Assim, a vida social está mediada por símbolos e gestos; e usamos esses gestos para nos entendermos uns com os outros, para criarmos imagens de nós mesmos e das situações e construirmos uma idéia de situações futuras e desejadas. Para os interacionistas, então, a explicação da realidade social deve emanar da investigação meticulosa do micromundo dos indivíduos que mutuamente interpretam os gestos, que constroem as imagens de si próprios e definem as situações segundo certos princípios (Turner, 1999: 22).
TEORIA FEMINISTA
No início da Sociologia, poucas mulheres tiveram destaque devido, em grande parte, ao próprio contexto histórico. Afinal, no século XIX, a maioria das mulheres não possuía curso superior e as demandas que impostas pela família impediam-nas de ter maiores oportunidades na sociedade. Harriet Martineau é considerada a primeira socióloga do sexo feminino, acontecimento possibilitado pela sua condição social e intelectual. Ela foi uma grande defensora do sufrágio universal (direito de todas as pessoas ao voto, independente de sexo ou quaisquer diferenças), do acesso feminino à universidade e à igualdade de gênero na família. A bem da verdade, o pensamento feminista só ganha espaço na Sociologia a partir do surgimento do movimento feminista moderno, a partir de meados da década de 1960.
A teoria feminista concentra fortemente sua análise nos diversos aspectos do patriarcalismo, isto é, o sistema de dominação masculina na sociedade, além de sustentar que a dominação masculina e a subordinação feminina não são determinadas biologicamente, mas decorrem de estruturas de poder e de convenções sociais (Brym, 2006: 21). Para as teóricas feministas, os padrões atuais de desigualdade de gênero que ainda existem em nossa sociedade só podem, e devem, ser mudados pelos próprios atores sociais.
UTILITARISMO
As teorias utilitaristas concebem a sociedade apenas como um agregado de indivíduos e não como uma realidade sui generis. Para essa corrente teórica, calcada nos princípios estabelecidos por Adam Smith, as relações sociais são tidas como relações de troca entre os atores sociais, que buscam maximizar seus ganhos e minimizar suas perdas. .
Aos olhos dos teóricos utilitaristas, os homens são racionais até o ponto em que ele tem objetivos e finalidades; eles calculam os custos de várias alternativas para atingir esses objetivos e escolher a alternativa que maximize seus benefícios (ou o que os economistas chamam de ‘utilidade’) e minimizar seus custos. Dessa forma, nós somos seres que tentam tirar algum proveito de uma situação, ao reduzirmos nossos custos [...]. Nós não fazemos os cálculos conscientemente, na maioria das vezes eles estão implícitos. Apenas quando não temos certeza do que fazer numa determinada situação é que tomamos consciência dos cálculos flexíveis de custo-benefício (Turner, 1999: 22-23).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRYM, Robert J., et al. (2006), Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson.
DOMINGUES, José (2001) Teorias Sociológicas no Século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
DURKHEIM, Émile (1995), Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes.
MILLS, C. Wright (1972), A imaginação sociológica. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar.
TURNER, Jonathan H., (1999). Sociologia: conceitos e aplica

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