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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL III
PARTE GERAL
FUNÇÕES DAS OBRIGAÇÕES
Há três fontes das obrigações:
Lei
Vontade humana (pode ser unilateral, bilateral ou plurilateral)
Ato ilícito
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato
As partes podem estabelecer o que quiseram, e o que for estabelecido deve ser cumprido.
CONTRATOS E AS REGRAS PROTETIVA AO CONSUMIDOR
Os contratos do CC e do CDC se aproximam muito, existe uma relação protetiva nos dois códigos. 
CONDIÇÕES DE VALIDADE DO CONTRATO
REQUISITOS SUBJETIVOS: são aqueles requisitos que estão ligados ao consentimento e a capacidade das partes contratantes.
CAPACIDADE GENÉRICA: ambas as partes têm que ter capacidade para poder ter uma relação contratual. 
APTIDÃO ESPECÍFICA PARA CONTRATAR: a parte tem que ter uma capacidade especifica para participar do negocio jurídico.
CONSENTIMENTO: declaração de vontade. Essa exteriorização de vontade deve ser mútua, deve haver também convergência das vontades.
REQUISITOS OBJETIVOS: o contrato deve ter um objeto, mas esse objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. 
REQUISITOS FORMAIS: em regra, não precisa se seguir uma forma para o contrato, a menos que o legislador estabeleça regra para tanto.
AUTONOMIA DA VONTADE E SUAS RESTRIÇÕES
As partes podem estabelecer o que quiserem nos contratos, seja ele NOMINADO OU INOMINADO.
NOMINADO: são contratos que já foram previstos pelo legislador 
INOMINADO: são contratos que não são regulados expressamente pelo Código Civil ou por lei especial, porém são permitidos juridicamente. Para sua validade, basta o consenso e que  as partes sejam livres e capazes e o seu objeto seja lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica.
Exceção: Não é possível estabelecer contratos que violam disposições de ordem pública. O segundo limite é a função social.
LIBERDADE DE CONTRATAR E A INTERVENÇÃO ESTATAL
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA E A LIBERDADE DE CONTRATAR: Nada mais é do que o Estado intervindo nas relações privadas contratuais em benefício da sociedade.
PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO: é o princípio adotado pelo legislador que diz que, em regra, as partes podem estabelecer contratos sem que haja necessidade de rigor excessivo. 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO: em regra, os efeitos do contrato se refletem aos contratantes, em regra, somente aquelas pessoas que se envolvem na relação contratual é que são afetadas pelo contrato. A exceção é que o contrato pode vir atingir terceiros. E também por exceção, terceiros podem intervir na relação contratual, por conta de serem afetados.
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS: ninguém é obrigado a contratar, mas se o individuo contratar ele deve cumprir o que foi contratado. A exceção à regra é quando tem ACORDO, em CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR, e em casos em que o contrato apresenta CLAÚSULA DE ARREPENDIMENTO.
PRINCÍPIO DA REVISÃO DOS CONTRATROS OU DA ONEROSIDADE EXCESSIVA: de acordo com a TEORIA DA IMPREVISÃO, a onerosidade excessiva caracteriza-se diante da ocorrência de fato superveniente à celebração do contrato, imprevisível e extraordinário para as partes, tornando a obrigação extremamente onerosa para uma delas ao mesmo tempo em que há um ganho exagerado para a outra.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ E DA PROBIDADE:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ SUBJETIVA E OBJETIVA: 
SUBJETIVA: está ligada à sua declaração de vontade, ao seu ânimo no momento em que estabeleceu a relação contratual.
OBJETIVA: está ligada a elementos externos de qualquer ou pessoa, é caracterizada pelas qualidades da lealdade, da honestidade, da participação, da coerência.
PRINCÍPIO DA PROIBIDADE: é um princípio que salta do aspecto objetivo da boa-fé objetiva. Portanto se confunde com aquele contratante que haje com lealdade, aquele que não dificulta o cumprimento da outra parte. É aquele contratante que não faz exigências extrapoladas. 
OUTRAS REGRAS A PARTIR DO C.C. DE 2002
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO: são os deveres secundários. Existem coisas que não estão previstas nos contratos, mas da mesma forma, devem ser cumpridos. O contratante não deve causar embaraço, e não deve exigir. Os deveres secundários também são obrigações.
PROIBIÇÃO DE VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM: é a proibição de que a parte se utiliza de uma ação criada por ela mesma, à parte não pode adotar uma conduta e com isso fazer com que a outra parte contratante acredite nesta conduta e depois querer exigir a cláusula contratual que não condiz com o contrato.
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Os contratos também precisam ser interpretados, assim como as leis. 
Interpretar o contrato significa extrair o seu verdadeiro significado e o seu verdadeiro alcance, significa trazer alume a vontade dos contratantes, descobrir a vontade dos contratantes, tornar clara com substanciada dentre as cláusulas contratuais. Interpretar o contrato começa nas próprias partes contratantes. Algumas vezes a interpretação do contrato deve ser feita por outra pessoa, órgão, que não seja os contratantes. Em geral, ao poder judiciário, e por exceção, ao juízo arbitral. 
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DO CONTRATO: é aquele que impõe ao interprete a necessidade de tentar ao máximo ajustar as partes em uma relação contratual, sem pôr fim ao contrato. Significa dizer, quer o estado, quer o arbitro, portanto no âmbito particular, deve se esforçar ao máximo no sentido de manter a relação contratual, e se não for possível, extinguir a relação contratual.
CRITÉRIOS PRÁTICOS DE INTERPRETAÇÃO CONTRATUAL: são critérios adotados pela doutrina e a jurisprudência. Na dúvida, interpreta-se em favor do devedor. Na dúvida de como deveria ser o contrato, eu devo olhar para trás, eu devo verificar como o contrato vem sendo cumprido. A melhor interpretação é aquela que se afina com a forma que as partes vinham cumprindo o contrato.
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS DE ADESÃO
Art. 423 do CC. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424 do CC. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
O Contrato de Adesão dentro da doutrina civilista, em que diz respeito as partes aderem as cláusulas ambíguas ou contraditórias, deve-se adotar a interpretação nula ou a mais favorável ou aderente.
INTERPETAÇÃO DOS CONTRATOS NO CDC
Nos contratos relacionados às relações de consumo, as cláusulas devem ser redigidas de forma clara e precisa. 
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
PACTOS SUCESSÓRIOS
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
SUCESSÃO LEGÍTIMA: feita através das regras estabelecidas pelo legislador.
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA: realizada através do testamento, porém limitada apenas a 50% do patrimônio.
Exceção: a possibilidade do descendente fazer a partilha do bem em vida, é denominado como, ADITAMENTO DE LEGÍTIMA. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
MANIFESTAÇAO DE VONTADE: A manifestação de vontade é o núcleo de qualquer negócio jurídico. É o requisito de existência do contrato. Necessita-se que o emissor da declaração de vontade que gera o contrato seja capaz e é preciso que essa declaração de vontade não contenha vícios.
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES: São confabulações, sondagens, contatos, etc., que precedem a realização do contrato. Fase de pontuação. Existem duas situações em que se tem a indenizaçãoda pontuação.
Se houver dolo
Se há justa expectativa da parte contrária 
PROPOSTA
A proposta que dá a oportunidade ao oblato, futuro aceitante, contratante a possibilidade de contratar ou não contratar. Havendo aceitação da parte contrária, a princípio, o contrato estará formado. A proposta será válida, se ela contiver todos os elementos necessários à realização do futuro contrato. Realizando a proposta com todos estes elementos, ele fica obrigado a contratar sob pena de perdas e danos.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
INÍCIO DA VINCULAÇÃO DAS PARTES
EXCEÇÃO: a proposta não vincula o proponente.
“DOS TERMOS DELA”: se na proposta o proponente consignar o fato de que a proposta poderá retirada, então, ainda que haja aceitação do oblato, destinatário, ainda assim, o proponente poderá retirar a proposta sem nenhuma consequência de indenização. Exemplo: não vale como proposta, proposta a ser confirmada.
EM RAZÃO DA “NATUREZA DO NEGÓCIO”: está ligado ao público em geral, porém, tem que estar escrito. 
EM RAZÃO DAS “CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO”: presente: comunicação simultânea ausente: sem contato simultâneo. 
- PROPOSTA + ACEITAÇÃO = CONTRATO 
Força da proposta no CDC: a proposta do CDC também segue as mesmas regras do CC. Há uma amenização no sentido de dar uma proteção ao consumidor, ainda que a proposta não tenha todos os elementos necessários de acordo com o contrato que se quer fazer, ainda assim essa proposta vincula. Ainda que não contenha todos os elementos necessários. Se houver dúvida, ela se projeta para o consumidor. Quando houver erro grosseiro, evidente, nessa ocasião a proposta não vincula.
LUGAR DA CELEBRAÇÃO: o contrato se considera formado no lugar onde houve a proposta, a importância disso é a competência pelo lugar. 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto
ACEITAÇÃO
É a manifestação de vontade por parte do oblato, no sentido de anuir a proposta feita, portanto a partir do momento em que houve a aceitação, eu tenho nesse momento a formação do contrato.
ESPÉCIES DE ACEITAÇÃO:
EXPRESSA: quando o oblato se manifesta na realização do contrato de forma clara a anuir o contrato.
TÁCITA: pode ser identificada nos casos em que o oblato adota um comportamento compatível com a realização do contrato.
HIPÓTESE EM QUE A ACEITAÇÃO NÃO VINCULA: 
Se chegar tarde ao proponente: se a aceitação chegar tarde, num tempo razoavelmente longo, ela não mais vincula.
Se houver retratação do aceitante: tem que chegar antes ou junto a aceitação.
MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO
CONTRATO ENTRE PRESENTES: toda vez que as partes podem se comunicar de forma simultânea, sem interrupção.
CONTRATO ENTRE AUSENTES: pessoas que não tem contato simultâneo. Por correspondência, mensagem (que será recebida para depois ser respondida).
TEORIA DA EXPEDIÇÃO: Depois de expedida a aceitação, considera-se paralisado o contrato.
RECEPÇÃO: considera-se formado o contrato no momento em que o oblato expediu a sua aceitação. O contrato será considerado formalizado no momento em que houve a recepção da aceitação desse oponente, no momento em que ele toma conhecimento.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS PELA INTERNET 
(INTERNACIONAL)
O contrato feito pela internet é feito com base em um programa de computador. Esse programa está sendo disponibilizado através de um provedor. O provedor tem uma atividade instrumental. A assinatura digital é válida nesses casos. As regras que prevalecem em casos internacionais são as regras do local do site. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
UNILATERAIS: são aqueles que projetam efeitos no sentido de obrigação apenas para uma das partes. 
BILATERAIS: são aqueles formados de convergência de vontades de duas partes, e gera reciprocidade de obrigações.
BILATERAL IMPERFEITO: é aquele contrato, que princípio era unilateral, mas por um acidente do percurso, ou seja, por uma modificação póstuma a formação do contrato, acabou se transformando em um contrato bilateral.
PLURIRATERAIS: são aqueles contratos formados a partir da convergência de várias vontades autônomas. São várias vontades autônomas e que convergem para o mesmo sentido e/ou objeto contratual. 
GRATUITOS: são aqueles contratos onde uma das partes obtém vantagem, a outra parte suporta o sacrifício.
ONEROSOS: são aqueles contratos onde ambas as partes experimentam lucros e sacrifícios.
COMUTATIVOS: são aqueles contratos onde ambas as partes podem antever tanto o lucro como o sacrifício que vão experimentar.
ALEATÓRIOS: é aqueles contratos onde para pelo menos uma das partes, ainda que tenha lucros e sacrifício, não é possível prever.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FORMAÇÃO
CONTRATOS PARITÁRIOS: são aqueles contratos onde as partes podem discutir previamente o conteúdo do contrato.
CONTRATOS DE ADESÃO: ele acontece nos casos em que uma das partes não tem a liberdade de discutir o conteúdo do contrato, ele não discute as cláusulas contratuais, ele não insere nada de sua vontade no contrato, porque o contrato está feito, acabado, ele só tem a liberdade de aceitar ou não o contrato.
CONTRATO-TIPO: o contrato-tipo é aquele em que as partes não tem ampla liberdade de discussão contratual, mas também por outro lado, ele não é levado a aceitar simplesmente as cláusulas impostas, porque nesse contrato existem alguns espaços por quem redigiu para que seja inserida a vontade do contratante.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA EXECUÇÃO
CONTRATOS DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA: são aqueles contratos em que o seu cumprimento se dá logo após a sua formação.
CONTRATOS DE EXECUÇÃO DIFERIDA OU RETARDADA: são aquelas modalidades de contrato onde as partes, como no primeiro caso, formatam o contrato e a prestação também como no primeiro caso, se dá de uma única vez, só que agora no futuro. Trata-se de uma obrigação a termo (certo ou incerto). 
CONTRATOS DE EXECUÇÃO FRACIONADA: são identificados nos casos em que a prestação é uma só, porém por conveniência ou necessidade das partes, ela se divide ao longo do tempo, portanto ela se fraciona na medida em que o contrato vai sendo executado.
CONTRATOS DE TRATO SUCESSIVO OU PERIÓDICA: são aqueles contratos em que a prestação se dá ao longo do tempo. 
CONTRATOS DE EXECUÇÃO CONTINUADA: se caracteriza pelo fato de que a prestação de uma das partes, ou de ambas as partes se dá de modo ininterrupto, ao longo do tempo.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO AGENTE
PERSONALÍSSIMO: são aqueles cuja execução só pode ser feita pelo contratante em pessoa. Será EXPRESSA quando as partes fizerem consignar no contrato de forma clara que a prestação deverá ser feita pelo próprio contratante. Será TÁCITA nos casos em que o contrato está sendo realizado, tendo em vista as qualidades pessoais do contratante. Esse contrato não se transfere, e se a pessoa contratada vier a falecer, o contrato se extingue.
CONTRATOS IMPESSOAIS: são aqueles contratos em que embora revisado entre partes identificadas, e que se obrigam uma com as outras, na verdade a prestação pode se dar por outra pessoa que não faz parte da relação contratual. 
CONTRATO INDIVIDUAL: é aquele em que são consideradas as vontades individuais das partes. Através da redação do contrato, da sua mera participação ou então, no mínimo, de sua aderência.
CONTRATOS COLETIVOS: são aqueles contratos realizados entre PJ de direito privado e que tendem a firmar acordos ou convenções coletivase que se presta a atender interesses sociais, coletivos, interesses de grupo. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MODO POR QUE EXISTEM
O que a doutrina leva em consideração é se o contrato tem existência própria, se o contrato não o tem ou então se é possível retirar de um contrato uma utilidade contratual para outra pessoa.
CONTRATOS PRINCIPAIS: contratos são dotados de autonomia porque eles bastam por si só, embora possam ter acessórios, eles não precisam dos acessórios.
CONTRATOS ACESSÓRIOS: embora reconhecidos e definidos pelo legislador como contrato, na verdade sozinho, não tem utilidade nenhuma. Ainda que contenha os requisitos de validade e as formalidades exigidas, não tem validade se permanecer sozinho. Só serão úteis, se adicionados há outro contrato.
CONTRATOS DERIVADOS: se assemelham aos contratos acessórios. Os contratos derivados, na verdade, nascem da possibilidade de uma das partes realizar um novo contrato com terceiros, com outra parte, utilizando-se de sua posição contratual.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FORMA
CONTRATOS SOLENES: são aqueles contratos que para alcançar a sua validade e a eficácia esperada pelas partes devem obrigatoriamente observar a forma definida pelo legislador.
CONTARTOS NÃO-SOLENES: são aqueles em que os contratantes têm uma grande liberdade tanto no conteúdo quanto na forma de realização do contrato.
CONTRATOS CONSENSUAIS: são aqueles contratos onde as partes gozam de certa liberdade e se mostram aptos a cristalizarem o direito desejado pelas partes, portanto a transferência posterior de eventual propriedade é uma mera consequência de sua concretização. 
CONTRATOS REAIS: são assim chamados porque eles se concretizam a partir do momento da entrega da coisa, ou seja, ele não se satisfaz tão somente com a declaração convergente da vontade das partes. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO OBJETO 
CONTARTOS PRELIMINARES: é aquele onde as partes objetivam firmar o compromisso de um negocio futuro onde serão estabelecidas as bases de criação, aquisição, transformação, e cabe em qualquer contrato.
CONTRATOS DEFINITIVOS: são aqueles que já definem de imediato os direitos e obrigações que as partes se sujeitam tendo em vista seus objetivos em comum.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DESIGNAÇÃO 
CONTARTOS NOMINADOS: são aqueles contratos em que o legislador traçou o seu perfil no código civil dando uma denominação específica ao contrato. 
CONTARTOS INOMINADOS: são aqueles que não foram identificados de forma específica pelo legislador, no sentido de que não lhes foi dado denominação específica em capítulo próprio
CONTRATOS TÍPICOS: são contratos que já possuem regras próprias previamente estabelecidas pelo legislador.
CONTRATOS ATÍPICOS: são aqueles que as partes têm a função de definir e redigir as regras relativas ao contrato.
CONTARTOS MISTOS: são aqueles que mistura todos os contratos, mas em especial os contratos típicos e atípicos.
CONTRATOS COLIGADOS: significa que em um único contrato, em um único instrumento contratual, é possível que as partes congreguem mais de um contrato naquele mesmo instrumento. É possível que as partes estabeleçam negócios jurídicos diferentes, que seriam autônomos a princípio, mas que são colocados no mesmo instrumento contratual por haver uma ligação contratual entre eles.
UNIÃO DE CONTRATOS: acontece quando as partes estabelecem negócios jurídicos extintos em um mesmo contrato, não porque existe ligação intrínseca entre eles, mas sim por mera conveniência das partes, para não fazer vários contratos. 
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
A estipulação em favor de terceiros é um contrato pelo qual alguém estabelece um benefício baseado neste contrato a uma terceira pessoa que não faz parte desse contrato. Alguém estipulante pactua com outra pessoa promitente para que em época futura uma terceira pessoa seja atingida positivamente pelo contrato. 
ESTIPULANTE: é aquele que declara ou estipula em favor de alguém, alguém estranho ao contrato ou relação contratual ao menos de início. É necessário que tenha capacidade de fato ou exercício.
PROMITENTE: segundo contratante, ou aquele que promete uma prestação em favor de terceiro. Ele que vai pagar a prestação. É necessário que tenha capacidade de fato ou exercício.
BENEFICIÁRIO: é aquele atingido positivamente pelo contrato, ou seja, aquele que vai receber a prestação. Não precisa ter capacidade de fato, mas sim a capacidade de direitos.
CONSENTIMENTO DO BENEFICIÁRIO: não se fala em consentimento do beneficiário a fim de se concretizar, de se firmar o contrato sobre estipulação em favor de terceiro. Se o consentimento do beneficiário não é necessário para a formação do contrato, não significa que não é necessário para a continuação dela, o beneficiário manifesta sua declaração de vontade no momento prévio de execução do contrato para que a estipulação seja paga/prestada/cumprida. 
SE ELE NÃO ACEITAR, o contrato se extingue e SE ELE ACEITAR, o contrato continua em execução, agora com uma terceira pessoa na relação contratual, e se submete às cláusulas contratuais contratadas. 
RESTRIÇÕES
Em regra, não há restrições. Qualquer um pode estipular um contrato em favor de qualquer outro, desde que este qualquer outro, ou seja, o beneficiário possa recebê-lo. 
QUEM PODE RECLAMAR O CUMPRIMENTO: em regra, quem reclama ou pode reclamar o cumprimento da estipulação feita é tanto o estipulante como o beneficiário, aquele que vai receber uma prestação positiva. Mas é possível que o estipulante modifique a estipulação feita antes da aceitação do beneficiário, ou seja, no contrato é feita uma mudança antes da aceitação. E na medida em que, após a aceitação, o beneficiário passa a integrar o contrato. Quando o estipulante deixar consignado expressamente no contrato que o benefício pode ser exigido por parte do beneficiário, então não há mais como revogar a figura do beneficiário.
BENEFICIÁRIO DETERMINÁVEL: a figura do beneficiário neste caso, ela pode aparecer na modalidade de beneficiário determinado ou na modalidade de beneficiário determinável.
É uma indeterminação relativa.
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
A princípio, quando alguém emite uma declaração de vontade apto a realizar um contrato, assim o faz em nome próprio ou autorizado por alguém. Portanto, em regra, as partes que declaram são aquelas que se envolvem no contrato. É possível que alguém realize um contrato ou um negócio jurídico bilateral, comprometendo-se em uma prestação que deverá ser prestada por outra pessoa, sem que esta pessoa se envolva no negócio jurídico. Portanto, a PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO é uma declaração bilateral de vontades onde alguém promete uma prestação alheia enquanto que outro aceita tal prestação e que poderá ou não ter eficácia em relação ao terceiro oportunamente. Se não houver aceitação por parte de terceiro, ele não se envolve. O terceiro não tem responsabilidade alguma. É o destinatário que aceita a declaração de vontade, e é assim que se forma o contrato.
INEFICÁCIA DA PROMESSA
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Se na promessa de fato de terceiro, alguém faz essa promessa, o promitente, se a pessoa que ele apontou que no futuro realizaria o negócio de fato aceitar e realizar, em regra, ele estará livre de qualquer indenização, se quem ele prometeu realizar o serviço não realizar, quem indeniza é o promitente, pois foi ele quem prometeu.
ASSUNÇÃO PELO TERCEIRO
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Se eu me comprometo a uma prestação de fato, prestação esta que deverá ser feita por uma terceira pessoa e, posteriormente, esta pessoa se compromete aquilo que foi prometido, então, em regra, nada mais resta aopromitente, na medida em que o terceiro assumiu a obrigação. Significa dizer que em regra, neste caso, o promitente estará liberado, exceto se anuir, concordar, em permanecer na obrigação a título solidário, até porque a solidariedade não se presume, a solidariedade decorre da lei ou da vontade das partes.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
São defeitos do objeto de contrato. É todo defeito oculto que se mostra presente na coisa objeto de um contrato comutativo, e que torne essa coisa insubsistente, ou pelo menos lhe diminua o valor. 
FUNDAMENTO JURÍDICO DO VÍCIO REDIBITÓRIO
O vício redibitório se justifica nos contratos comutativos, pois o adquirente ao trazer para si um determinado bem, assim o faz para que esse bem lhe seja útil, portanto já que p alienante recebeu a contraprestação, em razão da boa-fé objetiva e outros princípios, se faz necessário que o bem tenha valor útil.
REQUISITOS DO VÍCIO: 
QUE A COISA PROVENHA DE CONTRATO COMUTATIVO: só é possível se falar em vício redibitório se o bem alienado for objeto de uma relação contratual com características de comutatividade. Ser comutativo significa que além do negócio trazer lucros e benefícios recíprocos, é possível fazer a previsão desses lucros e sacrifícios. 
QUE OS DEFEITOS SEJAM OCULTOS: o defeito ao bem alienado deve se encontrar na forma oculta, ou seja, latente. 
EXISTÊNCIA DO DEFEITO NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO ATÉ A OCASIÃO DA RECLAMAÇÃO: para que seja reconhecido um vício redibitório, cujo efeito é o desfazimento do negócio ou pelo menos o abatimento do preço, é preciso que este defeito ou vício seja pré-existente ou pelo menos concomitante a alienação. Porque se for posterior a alienação, então a presunção é inversa, ou seja, o vício ali se instalou porque houve um mal uso da coisa. O alienante pode conhecer ou não o vício.
QUE OS DEFEITOS SEJAM GRAVES: defeitos corriqueiros, de pouca importância não se prestam a propiciar a ação redibitória ou então a ação estimatória, significa dizer que o legislador erigiu a categoria de fatos relevantes, que podem levar a invalidação do negócio apenas aqueles que possuem apreciabilidade econômica e social.
ESPECIES DE AÇÕES E PRAZOS DECADENCIAS: 
Ações Edilícias se dividem em:
Ação Redibitória: requer a rescisão do negócio e devolução do valor pago
Ação Estimatória: requer o abatimento do preço
PRAZO DE GARANTIA
(CONTRATUAL E LEGAL)
30 dias - bens móveis
1 ano - bens imóveis
O prazo conta a partir do momento que o interessado tem conhecimento do vício. Se o prazo é decadencial não se suspende por vontade das partes, como acontece nos prazos prescricionais.
PRAZO LEGAL: Neste caso, ocorre primeiro o prazo contratual e depois o prazo legal, porém só será possível utilizar o prazo legal depois do contratual.
EXCEÇÕES QUANTO A CONTAGEM DE PRAZO
MÁQUINAS SUJEITAS A EXPERIMENTAÇÃO: prazo decadencial é contado depois da aceitação e experimentação.
VENDA DE ANIMAIS: no caso de venda de animais, se opera 180 dias depois de aflorar o vício redibitório (doença que leva a óbito). 
OBJETO SUBSTITUÍDO POR OUTRO QUE TINHA DEFEITO: se o objeto é diferente, é possível que ele seja trocado e o prazo começa a ser contado depois da renovação do negócio.
HIPÓTESE DE DESCABIMENTO DAS AÇÕES EDILÍCIAS
COISA VENDIDA CONJUNTAMENTE: com base no principio da conservação e atos jurídicos, o legislador visa substituir o bem com defeito e manter o negocio jurídico. 
COISA DIVERSA DA CONTRATADA: neste caso, trata-se de descumprimento contratual e não vicio redibitório.
ERRO QUANTO AS QUALIDADES ESSESCIAIS DO OBEJTO E VÍCIO REDIBITÓRIO
ERRO QUANTO A QUALIDADE ESSENCIAL DO OBJETO: é subjetivo. Erro pessoal, ou seja, um dos vícios do cumprimento da prestação. Se o erro é quanto à qualidade essencial, se foi feito por engano, cabe ao adquirente entrar com uma ação anulatória. 
VÍCIO REDIBITÓRIO: é um defeito, assim como o erro, mas é um efeito objetivo, na medida em que se projeta sobre o objeto da relação contratual. 
DISCIPLINA DO CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O CDC entende que vício redibitório é aquele defeito que diminui o valor ou impede o uso do bem, mesmo que seja aparente, não perdendo o vício redibitório. 
No CC, o vício redibitório tem que ser oculto. Se o vício redibitório for aparente, conta-se o prazo a partir da entrega. Se o vício for oculto, conta-se o prazo a partir do momento em que se nota o vício.
EVICÇÃO
Evicção é a perda total ou parcial do bem alienado para um terceiro que se apresenta como verdadeiro dono/proprietário. 
O fundamento do instituto da evicção é o mesmo dos vícios redibitórios, ou seja, o fato de que o alienante deve fazer boa a coisa alienada. Neste sentido, significa dizer que o alienante deve garantir a posse útil do bem alienado, e garantir a posse útil do bem alienado em termos de evicção, significa fazer com que o adquirente não perca a coisa adquirida para uma terceira pessoa, que se apresenta em momento posterior como legitimo proprietário.
As partes são:
ALIENANTE: aquele que transfere a propriedade de um bem para outra pessoa e que se apresenta por lei como garantidor da posse, propriedade e uso deste bem.
EVCTO: é aquele que perde o bem adquirido em favor do legítimo proprietário.
EVICTOR: é o terceiro, legitimo proprietário que acaba ficando com o bem, porque na verdade era o proprietário desde o início.
FLEXIBILIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
É possível que as partes, no contrato, estabeleçam cláusulas que tenham o objetivo de aumentar, diminuir ou até mesmo excluir a responsabilidade nos casos de evicção. Reforça ou aumentar uma cláusula expressa, para se caso aconteça a evicção, a parte deve indenizar mais. É possível excluir a reponsabilidade, contanto que a pessoa saiba da possibilidade de evicção e assuma o risco de perda da coisa. Não é possível acrescentar uma cláusula de exclusão, quando essa possibilidade é somente hipotética.
REQUISITOS DA EVICÇÃO
POSSE OU USO DA COISA ALIENADA EM CONDIÇÕES PERFEITAS: significa dizer que só é possível falar em evicção se a posse ou o uso transmitido da coisa sofrer uma alteração ou vulneração posterior em função de um direito pré-existente de um terceiro.
QUE A AQUISIÇÃO DA COISA SEJA ONEROSA: só se fala em evicção, ou seja, em impropriedade ou não perfeição da transferência de propriedade ou uso por direito de terceiro quando a alienação por feita em um negócio jurídico oneroso.
IGNORÂNCIA DA LITIGIOSIDADE DA COISA: significa dizer que o adquirente deve desconhecer que o bem ou objeto da alienação, na verdade, é proveniente de um litígio.
ANTERIORIDADE DO DIREITO DO EVICTOR: o evictor deve ter um direito pré-existente, significa dizer que ele já possuía um legitimo interesse sobre a coisa, portanto um direito real, antes mesmo da alienação feita entre alienante e evicto. Portanto, quando se declara o direito do evictor, o que se faz é que essa decisão retroaja no tempo, para que o direito do evictor recaia sobre o bem. 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE AO ALIENANTE: a princípio, quando o evicto perde o direito sobre o bem em desfavor do evictor, ele está tendo prejuízo, ele deve agir de regresso contra o alienante. Mas se por acaso, o evicto estiver no processo movido pelo evictor, então neste caso, para que ele tenha o direito de regresso contra o alienante, ele deve dentro deste processo chamar o alienante através de um instituto chamado denunciação da lide ao alienante (endereçar à lide, a quem deveria ser a verdadeira parte). Ainda que o evicto não chame o alienante dentro do processo, ele ainda pode se voltar contra o alienante em uma ação comum, buscando, portanto a reparação.
EXTENSÃO DO RESSARCIMENTO
Trata-se da hipótese em que houve a evicção, ou seja, um terceiro com direito pré-existente (evictor), agora se tornou proprietário de uma posse de um bem alienado. Se isso aconteceu, o adquirente sofreu um prejuízo. Em regra, quando se fala em buscar ressarcimento, quer dizerque é amplo, se além do valor pago houve outro dispêndio ou então um prejuízo por conta disso, eles também devem ser indenizados, se houve custas extrajudiciais, honorários, se decorrem da alienação, é óbvio que o evicto deve cobrar do alienante tudo isso. Além dos danos emergentes é possível que haja lucro incessante, que também devem ser ressarcidos.
DETERIORIZAÇÃO DA COISA
Se por acaso, o bem da sentença de evicção, vier a se perder nas mãos do adquirente, isso não afasta a responsabilidade do alienante em indenizar, exceto se houver dolo do adquirente. 
BENFEITORIAS REALIZADAS NA COISA
Em função do transcurso do tempo, assim como se pode perder o bem, é possível que o adquirente venha a fazer benfeitorias, casso isso ocorra, ele também deve ser indenizado, neste caso se houver a perda do bem para o evictor, ele pode reclamar a indenização das benfeitorias do próprio evictor. Porém se o evictor se negar a indenizar, então resta tão somente ao adquirente pedir indenização ao alienante, pois ele é o garantidor da coisa.
EVICÇÃO PARCIAL
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Dá-se nos casos, onde a perda decorrente de sentença judicial ocorre sobre parte da coisa ou sobre parte do uso da coisa. 
HIPÓTESE:
Perda do bem pode ser parcial de uso ou da propriedade adquirida em virtude de sentença judicial. É possível que se reconheça a perda de fração ou parcela de um determinado bem, ou então a perda de parcela do uso de uma das faculdades do bem.
Perda considerável: ele pode escolher entre rescindir ou pedir abatimento proporcional do valor.
Perda não considerável, cabe apenas a indenização. 
CONTRATOS ALEATÓRIOS
Levando em consideração a expectativa das partes contratantes, no que diz respeito aos lucros e sacrifícios oriundo de um contrato comutativo, em regra, os contratos se apresentam em duas modalidades:
1. ONEROSO COMUTATIVO: se caracteriza pelo fato de que os lucros e sacrifícios serão experimentados por ambas as partes, e eles podem ser previstos também, por ambas as partes.
2. ONEROSO ALEATÓRIO: são aqueles onde os lucros e sacrifícios não podem ser previstos, ao menos por uma das partes. Para uma das partes, trata-se de um contrato de risco.
CONTRATO ACIDENTALMENTE ALEATÓRIO
São aqueles contratos que em regra são comutativos, mas que por uma questão peculiar, ou particular, verificada entre as partes, podem se apresentar como aleatórios, em função de um acontecimento qualquer.
VENDA DE COISAS FUTURAS
RISCO CONCERNENTE À PRÓPRIA EXISTÊNCIA DA COISA: 
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
É um contrato que vem a ser aleatório no momento da negociação. As partes convencionam que uma delas assumiria o risco quanto a existência ou não de um bem ou vantagem que seria produzido pela atuação contratual.
RISCO RESPEITANTE À QUANTIDADE DA COISA ESPERADA: 
(EMPTIO REI SPERATAE) 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Neste caso, o risco é menor na medida em que o contratante assume a responsabilidade de pagar, se viver uma quantidade menor do que a que foi contratada.
VENDAS DE COISAS EXISTENTES, MAS EXPOSTAS A RISCO: 
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Neste caso, é uma derivação do contrato de risco. Que acontece nos casos em que no momento da realização do contrato, a coisa, objeto do contrato, já estava sob risco, de forma que, o contratante assumiu a obrigação de pagar ainda que posteriormente ela viesse a se perder.
CONTRATO PRELIMINAR
(PACTO DE CONTRAHENDO)
Em regra, as partes estabelecem contratos de seu interesse de forma direta, ou seja, sem estabelecimento de cláusulas preliminares, mas é possível que diante de certos interesses, estas mesmas partes ajustem estes interesses no sentido de realizarem um contrato cujo objetivo é firmar uma avença futura, um contrato prévio ou preliminar.
O objetivo das partes não é estabelecer de imediato todas as disposições relativas ao negócio jurídico pretendido, mas sim firmar um compromisso futuro. É por isso que o contrato preliminar é chamado de pré-contrato. Portanto é um negócio jurídico bilateral autônomo, realizado no sentido de firmar compromisso de ajuste de negócios jurídicos futuros.
DISCIPLINA LEGAL
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
REQUISITO OBJETIVO: diz respeito ao objeto do contrato. É necessário que sejam observados os requisitos: objeto tem que ser lícito, possível, determinado ou determinável.
REQUISITO SUBJETIVO: as partes que se envolvem no contrato preliminar devem ter capacidade para tanto. O contrato só tem validade se as partes forem capazes. É necessário verificar a legitimação.
Informalidade: ainda que o contrato futuro a ser celebrado deva obedecer a certa formalidade, no caso ser realizado por instrumento público, ainda assim o contrato preliminar pode ser feito na forma simples.
IRRETRATABILIDADE
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá/ ser levado ao registro competente.
O contrato preliminar tem como característica própria a irretratabilidade, significa que se houve convenção preliminar de um ajuste de um negócio jurídico futuro, as partes não podem voltar atrás, sob pena de rompimento do contrato preliminar, e não há necessidade de que conste no contrato preliminar essa retratação.
A irretratabilidade dos compromissos contratuais só é afastada, se houver clausula expressa de arrependimento.
O contrato preliminar, obriga os contratantes a cumprirem a promessa, ainda que não tenha sido levada a registro.
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
Em geral, os contratos são estabelecidos entre partes e são identificados de pró desde o início, e por conta disso os efeitos deste contrato embora alguns possam ser deflagrados no futuro, ainda assim eles se projetam sobre as partes, o legislador de 2002 abriu a possibilidade para que ambas as partes realize um contrato com a possibilidade de indicar no futuro uma pessoa que tomará o seu lugar no contrato, se quiser, conforme declaração exarada em momento próprio (pessoa a ser indicada posteriormente).
PARTES, CAPACIDADE E CABIMENTO:
As partes são:
ESTIPULANTE: é aquele contratante que se reserva o direito de no futuro indicar uma pessoa que poderá ou não tomar o seu lugar
PROMITENTE: é aquele contratante que aceita que no futuro a parte contrária seja substituída por outro que só será identificada posteriormente.
ELEITO OU ELECTUS: é aquela pessoa que será identificada no futuro e que poderá, se quiser, tomar parte em um contrato já em andamento ciente de que assumirá direitos e obrigações.
CAPACIDADE: significa que as partes supramencionadas, deve ser capaz.
CABIMENTO: Cabe em qualquer tipo de contrato,exceto nos CONTRATOS PERSSONALÍSSIMOS.
NATUREZA JURÍDICA E FASES
É uma disposição bilateral de vontades. Nada mais é do que um ajuste de vontades entre as partes. Sua principal característica é permitir que no futuro uma das partes da relação contratual possa indicar uma terceira pessoa se quiser para tomar o seu lugar na relação contratual.
Esse negócio jurídico bilateral apresenta-se com características de negócio condicional, porque a assunção do eleito se dará ou não de acordo com a indicação e eventual aceitação. Portanto a eficácia dessa disposição está ligada a um evento futuro e incerto. Esse negócio jurídico condicional pode se apresentar sob duas formas:
CONDIÇÃO RESOLUTIVA: condição resolutiva: porque se o eleito aceitar, o estipulante se retira da relação contratual;
CONDIÇÃO SUSPENSIVA: se o eleito for indicado e aceitar, ele então passa a fazer parte da relação contratual no lugar do estipulante.
EFICÁCIA, PRAZO E FORMA DA ELEIÇÃO.
Em época oportuna, o estipulante poderá indicar a pessoa eleita para tomar o seu lugar no contrato, se de fato fizer isso deverá comunicar a eleição no prazo de 5 dias.
A eleição NÃO terá efeito:
1. Se o estipulante resolver não usufruir deste direito
2. Se for feita ou realizada fora de prazo
3. Se não for aceita pelo eleito
4. Se o eleito for incapaz
5. Se o eleito for insolvente, e a outra parte desconhecer tal fato.
EXTINÇÃO DO CONTRATO
DIREITOS REAIS 
Direitos reais é uma relação entre uma pessoa e uma coisa. Quando se estabelece um direito real, o que acontece é uma situação que se estende ao longo do tempo. 
DIREITOS PESSOAIS
Direitos pessoais é uma relação jurídica entre pessoas, podendo ter objetos envolvidos ou não, é um vinculo estabelecido entre credor e devedor. Quando se fala em direitos pessoais, as partes geralmente têm objetivos patrimoniais, mas todos esses objetivos são temporários, ou seja, são feitas para serem cumpridas em um curto período de tempo.
EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO
Se de fato houver cumprimento, o principal efeito do contrato é a extinção da obrigação, portanto quando ela é paga acontece o fim da relação contratual. Em regra, quando se paga a obrigação, se extingue o contrato. Mas às vezes, acontece a extinção contratual sem que haja pagamento, nas situações em que há culpa do contratante ou que não há culpa do contratante. 
É possível identificar causas pré-existentes no contrato ou então pode se encontrar causas extintivas posteriores à formação do contrato. 
CAUSAS EXTINTIVAS 
(ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS AO CONTRATO) 
Pode se encontrar uma cláusula anterior que trata sobre a invalidade, uma cláusula resolutiva ou o direito de arrependimento.
NULIDADE ABSOLUTA OU RELATIVA: no caso de nulidade pode ter-se uma incapacidade absoluta ou uma incapacidade relativa. 
Quando se fala em incapacidade absoluta, só se fala do menor de dezesseis anos, e na relativa se fala do maior de dezesseis e menor de dezoito anos. Nulidade também pode ser dada pelo vício.
CLÁUSULA RESOLUTIVA: pode ser identificada nas hipóteses em que as partes contratantes podem pedir o fim da relação contratual nos casos em que houver violação contratual por uma das partes.
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL 
“SUBSTANCIAL PERFOMANCE” 
Os tribunais entendem que em certas situações, se houve cumprimento de parte da prestação contratual e se essa parte em que foi cumprido, pode ser considerada substancial, então a parte lesada do contrato não teria o direito de pedir a sua extinção, na medida em que a prestação está quase cumprida, mas sim a execução específica da parte remanescente. Portanto, nada mais é do que uma exceção a uma resolução do contrato.
IMPLÍCITA: é aquela possibilidade de uma das partes resolver o contrato por inadimplemento alheio, está presente em qualquer contrato comutativo.
EXPRESSA: 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
É a possibilidade que uma das partes tem que resolver o contrato por fato da inadimplência da parte contrária. 
De acordo com o Art 474 C.C, para que haja a extinção do contrato, a parte que sofreu o prejuízo deve interpelar a outra. Se houver uma cláusula resolutiva expressa, ela opera de pleno direito, não é necessário interpelar ninguém, somente notificar a parte contrária, para que tenha efeitos e possa então declarar o contrato extinto. 
A diferença está no fato de que se for uma cláusula resolutiva expressa, a decisão judicial tem efeito retroativo, mas agora se for uma cláusula resolutiva implícita, então a interpelação acontecerá de qualquer forma, a decisão judicial tem uma natureza constitutiva (ela opera daquele momento em diante).
DIREITO DE ARREPENDIMENTO 
Dá-se nos casos em que as partes contratantes pactuaram no sentido de que um ou ambos os contratantes podem se arrepender. Se houver a previsão desta cláusula, a parte que se arrepender fica sujeita a uma pena.
CAUSAS EXTINTIVAS 
(SUPERVINIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO)
RESOLUÇÃO: é possível se falar em resolução do contrato toda vez que a extinção estiver ligada a um comportamento culposo de uma das partes da relação contratual. É possível identificar pedidos que está ligada a inexecução do contrato por fatos alheios ao comportamento do contratante, nesse sentido é possível se falar em resolução por inexecução voluntária e resolução inexecução involuntária.
RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA: é identificada nos casos em que um dos contratantes acaba rompendo o contrato, ou seja, trazendo uma solução de continuidade a relação contratual por um comportamento consciente, daí porque se chama voluntária. Neste caso, o inadimplente, em função do comportamento voluntário, ficará sujeito a:
A) INDENIZAÇÃO POR CLÁUSULA PENAL: cláusula compensatória (nos casos de extinção total do contrato) ou por cláusula moratória (nos casos de mora);
B) PERDAS E DANOS OU INDENIZAÇÃO NOS CASOS EXCEPCIONAIS: casos onde não houver previsão de cláusula penal.
EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO: Se uma parte não cumprir a sua obrigação não pode exigir da outra que cumpra a sua. 
REQUISITOS:
Só é possível falar em exceção do contrato não cumprido se as prestações dos contratantes forem prestações simultâneas, ou seja, próximas umas das outras, porque se por acaso a execução das prestações se derem em momentos distintos, então nãos e fala em exceção de contrato não cumprido, mas sim em mera possibilidade de exigência contratual. 
Além disso, só é possível falar em exceção do contrato não cumprido, se a falta cometida pela outra parte contratante for uma falta grave, que venha a incidir na substância do contrato, porque se por acaso se tratar de uma falta leve, então é possível se exigir o cumprimento da obrigação, sem comprometer o andamento da relação contratual, até porque além dos interesses dos contratantes existe um interesse social no cumprimento e na extinção do contrato.
OBJETIVO DESTA DEFESA: é uma defesa material e indireta, não objetiva ver o fim do contrato. Quando alguém se utiliza, está querendo tão somente não ser obrigado a cumpri a sua parte da obrigação contratual, sem que a outra também entregue a sua prestação. 
EXCEÇÃO PARCIAL: É possível que se utilize a exceção parcial, se por acaso a parte contrária também não cumpra de forma parcial. 
CLÁUSULA SOLVE ET REPETE 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Nessa cláusula, as partes convencionam que nenhuma delas poderá utilizar da exceção do contrato não cumprido, portanto é uma cláusula que estabelece a renúncia do direito material em relação ao não cumprimento material. 
GARANTIA DE EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO A PRAZO 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe competeou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Neste caso, o Art 477 C.C, ele não se aplica nos contratos de efeitos imediatos, ou seja, as obrigações instantâneas (são aqueles contratos onde a execução por ambas as partes se dá no mesmo momento, ou logo após, a formação do contrato).
Ele se aplica nos contratos de efeito diferidos (contratos onde a execução se dá de uma única vez, mas não no momento da realização do contrato, e sim posteriormente). 
RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA: acontece quando o contrato pode chegar ao seu termo por fato superveniente a formação contratual, mas que escapam ao domínio das partes contratantes.
REQUISITOS:
OBJETIVA: ele deve ser um fato estranho ao comportamento do contratante ou comprador
TOTAL: só é possível em inexecução involuntária e quando ela for total.
DEFINITIVA: tem que ser definitiva. 
RESOLUÇÃO
(TEORIA DA IMPREVISÃO E A ONEROSIDADE EXCESSIVA)
O sistema jurídico quanto ao cumprimento e não cumprimento do contrato traz dois institutos importantes e que são muito próximos, sendo eles a teoria da imprevisão e a teoria da onerosidade excessiva, mas se distingue no momento em que somente a ONEROSIDADE EXCESSIVA, é que leva a extinção do contrato.
TEORIA DA IMPREVISÃO
(REVISÃO DO CONTRATO)
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
A teoria da imprevisão não era adotada pelo CC de 1916, e foi trazida ao nosso sistema justamente pelo CDC em 1998. Ela foi colocada de forma expressa, afim de permitir que o estado-juiz possa corrigir eventuais oscilações econômicas e que se projetam no contrato e que podem quebrar a equivalência entre as partes. 
Portanto, a revisão contratual é um instituto revelado em uma ação judicial e que será declarado por sentença. O juiz só poderá interferir quando os fatos forem imprevisíveis no momento da formação do contrato. 
ONEROSIDADE EXCESSIVA 
(RESOLUÇÃO DE CONTRATO)
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
SÃO REQUISITOS DA ONERODIDADE EXCESSIVA:
CONTRATO COMUTATIVO DE EXECUÇÃO DE DIFERIDA OU DE TRATO SUCESSIVO: só se pode falar em onerosidade excessiva em contrato comutativo, onde as prestações de ambas as partes são previstas, há possibilidade de previsão de lucros e sacrifícios, mas essa previsão fica sendo abalada por conta de um fato extraordinário. 
OCORRÊNCIA DE FATO EXTRAOUDINÁRIO E IMPREVISÍVEL: para que se fala em onerosidade excessiva, é preciso que esse acontecimento posterior a formação do contrato seja extraordinária.
CONSIDERÁVEL MODIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO DE FATO DO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO: é aceitável toda vez que for possível identificar uma grande mudança na condição estabelecida no momento do contrato, e no momento da alegação da onerosidade excessiva, ou seja, a mudança financeira tem que ser substancial para ter validade.
NEXO CAUSAL ENTRE O FATO SUPERVINIENTE E A ONEROSIDADE: só é possível falar em solução contratual em onerosidade, se houver uma ligação entre o fato extraordinário posterior ao contrato e a mudança econômica de uma das partes. 
MANUTENÇÃO DO NEGÓCIO 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.
Significa dizer que se uma das partes intentar uma ação judicial contra a outra, visando a extinção do contrato em função de não suportar as prestações por fatos posteriores e imprevisíveis, a parte contrária poderá, ao invés de discutir a possível resolução, se oferecer para reduzir o excesso alegado pelo autor como fundamento da solução contratual. 
OBRIGAÇÃO IMPOSTA À UMA DAS PARTES 
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
O Art 480 C.C., é um complemento da revisão contratual e da onerosidade excessiva, pois o legislador busca com que o contato que já tem indícios de que pode haver onerosidade no futuro, em razão de que cabem obrigações apenas a uma das partes, possibilita que a mesma, possa evitar a onerosidade, fazendo o pedido neste sentido. 
RESILIÇÃO CONTRATUAL 
se dá nos casos onde um ou ambos os contratantes decidem por vontade própria extinguir a relação contratual. Nesse caso, não se leva em consideração a culpa dos contratantes.
RESILIÇÃO BILATERAL 
É um ajuste por meio do qual as partes contratantes resolvem extinguir o contrato e, portanto, os seus efeitos.
DISTRATO E QUITAÇÃO 
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Distrato é uma resilição bilateral, ele deve tomar a mesma forma do que o contrato realizado, ou seja, nesse caso, exige-se o formalismo. 
RESILIÇÃO UNILATERAL 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
É o desfazimento do contrato por iniciativa de um dos contratantes. 
REVOGAÇÃO OU RENÚNCIA: se houver resilição por parte de quem está outorgando, então essa resilição se chama revogação mas se houver resilição por parte do mandatário, então essa resilição se chama renúncia.
DENÚNCIA E A HIPÓTESE DE INVESTIMENTOS CONSIDERÁVEIS 
DENÚNCIA
É uma espécie de resilição unilateral do contrato naqueles casos especificados pelo legislador, seja caso de confiança gratuito ou mesmo de casos onerosos. 
Nos casos ela se opera sem a necessidade da participação do poder judiciário, mas desde que chegue ao conhecimento da parte contrária.
A denúncia, neste caso, é um negócio jurídico receptício. Quando se é afetado por um ato jurídico feito por outra pessoa, é chamado de direito potestativo. 
MORTE DE UM DOS CONTRATANTES: na morte de um dos contratantes, em regra, os efeitos do contrato perduram e se transmite aos herdeiros do contratante morto, porém se esse contrato contiver uma obrigação personalíssima, então o caminho será a solução do contrato (extinção). 
A extinção se dá de pleno direito em razão da impossibilidade de transferência, e não se fala de eventual culpa. 
RESCISÃO: é uma espécie de resilição contratual, mas esticada para alguns casos de vício do negócio jurídico. Em geral se aponta dois vícios específicos: 
1. Lesão
2. Estado de perigo
PARTE ESPECIAL
COMPRA E VENDA
INTRODUÇÃO
Código Civil contempla 20 espécies de contrato bem definidos. Além de definir 20 espécies de contrato, o Código Civil também faz a previsão de quatro espécies de declaração unilateral de vontade e mais três espécies de título de crédito. 
O contrato de compra e venda, é um dos mais importantes por motivos de:
É um dos maiores
É usual 
É possível encontrar o contrato de compra e venda em uma relação consumerista, sendo assim é comum encontrar o contrato de compra e venda dentro de relações empresariais.
O contrato de compra e venda, portanto, é um negócio jurídico bilateral onde um contratante entrega ao outro contratante um determinado bem, mediante uma contra prestação.
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
NATUREZA JURÍDICA
BILATERAL: por ele, as partes estabelecem obrigações recíprocas. 
O vendedor, pelo contrato de compra e venda, se obriga a entregar o domínio de um determinado bem,enquanto que o comprador, ainda em função deste contrato, se obriga a pagar pela aquisição do bem.
CONSENSUAL: a partir dele é que se concretizam as obrigações recíprocas de entrega de bem e de valor, ou seja, basta a realização do contrato para se criar o negócio jurídico chamado de compra e venda. 
ONEROSO: na medida em que tanto o comprador quanto o vendedor tem a possibilidade de antever os lucros que pode auferir ao mesmo tempo em que pode antever os sacrifícios, em regra.
NÃO SOLENE: em regra, não há necessidade de se observar o formalismo, ou seja, é possível que as partes estabeleçam um contrato de compra e venda até mesmo na forma verbal, mas há exceções.
ELEMENTOS DA COMPRA E VENDA
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
CONSENTIMENTO: não existe negócio jurídico sem a identificação de um consentimento.
Portanto, na compra e venda, o consentimento é a exteriorização da vontade das partes em transferir o domínico de um determinado bem à base de uma prestação pecuniária. 
OBJETO: pode ser um bem móvel ou imóvel, a diferença fica por conta da firma de transferência da propriedade. 
Porque sendo bem móvel, se dá pela tradição, já com o bem imóvel, a transferência de domínio se dá no momento do registro do ato constitutivo. 
PREÇO: o preço do nosso contrato se apresenta como um dos elementos substanciais, significa dizer que sem ele não apresenta validade. 
EFEITOS DA COMPRA E VENDA 
PRINCIPAIS:
GERA OBRIGAÇÕES RECÍPROCAS: o contrato de compra e venda tem como primeiro e imediato efeito a obrigação de ambas as partes no que toca a transferência da propriedade mediante contra prestação.
FORMAS DE TRADIÇÃO:
A tradição real acontece no caso onde o comprador e vendedor faz a entrega recíproca de forma física.
A tradição simbólica se dá nos casos em que a entrega não se dá com o objeto da compra e venda, mas sim com um outro objeto que representa este bem. 
A tradição ficta se dá nos casos onde, que embora tenha ocorrido a compra e venda o bem vendido continua na posse do vendedor, só que agora a outro título. Neste caso, embora não tenha ocorrido a tradição, o legislador considera que tenha havido, por conveniência.
ACARRETA A RESPONSABILIDADE DO VENDEDOR PELOS VICIOS REDIBITÓRIOS E PELA EVICÇÃO: 
Quando um bem é transferido a outra pessoa, o comprador, embora o vendedor não tenha mais a posse e tampouco a propriedade, continua com ele a responsabilidade pelo bem. 
Mas, a responsabilidade do que diz respeito aos vícios redibitórios e a evicção, o vendedor tem a obrigação legal de fazer boa a coisa que aliena, ou seja, a coisa comprada e recebida deve servir para os fins que foram criados e para os fins que foi adquirida. O vendedor é responsável ainda que ele ignore os vícios redibitórios (defeito contido na coisa que a torna imprestável ao fim que se destina, total ou parcialmente, ou que pelo menos diminua o seu valor) e a evicção (perda total ou parcial da coisa em virtude de uma sentença judicial que assegura a propriedade a outra pessoa).
SECUNDÁRIOS:
RESPONSABILIDADE PELOS RISCOS: a responsabilidade é recíproca, pois enquanto o vendedor tem a responsabilidade pelo risco de perda da coisa vendida, ou seja, o risco dela se deteriorar ou perecer. O comprador, por outro lado, tem a responsabilidade do risco do preço, do valor a ser pago. 
Se houver uma compra e venda, e o vendedor não entregar o bem no dia e se por acaso nesse espaço de tempo, houver um acontecimento (ainda que sem culpa) que destrua o bem, então o prejuízo é seu. E se ele recebeu, devolve. Já o comprador, é responsável pelo preço. Enquanto não entregue, se por acaso perecer, o prejuízo é seu;
CASOS FORTUITOS NO ATO DE CONTAR, MARCAR OU ASSINALAR A COISA: é prevista pelo legislador como exceção da regra do respect domino (a coisa perece para o dono). Porque se no ato da compra e venda, o comprador resolver contar identifica marcar ou assinalar o bem comprado e após isso, ainda deixar o bem comprado na posse do vendedor, corre o risco de perder a coisa se ela se deteriorar ou perecer por caso fortuito ou força maior.
LOCAL DA ENTREGA: em regra, o bem vendido deve ser entregue no local da compra e venda, portanto tem o vendedor a obrigação de entregar, entretanto se a entrega for feita em local diverso a pedido do comprador, a responsabilidade é sua, exceto se o vendedor fugiu das orientações dadas pela entrega do bem, e sendo assim teve a perda do bem, ou então, se o vendedor assumiu a responsabilidade para tanto.
INVERSÃO DO RISCO POR MORA DO COMPRADOR EM RECEBER: a responsabilidade é do vendedor no local da compra e venda ou no local onde assumiu a responsabilidade de entrega, mas se por acaso o comprador não receber o bem adquirido, sem motivo justo, em se dirá em mora. 
DIREITO DE RETENÇÃO PELO “VENDENDOR”: se por acaso, em um contrato de compra e venda, de obrigação não instantânea, portanto diferida a prazo, o comprador apresentar uma nova situação, onde periga não cumprir a sua prestação, o vendedor poderá, por lei, reter o bem comprado até que o comprador ofereça garantias do cumprimento de sua parte no contrato.
LIMITAÇÕES À COMPRA E VENDA:
O legislador considerando a importância do contrato de compra e venda, o objeto do contrato e alguns interesses relacionados a esse contrato, resolveu estabelecer regras de limitações a este contrato de forma a minimizar a chamada, autonomia da vontade.
VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Enquanto alguns entendem que a vedação diz respeito somente ao primeiro grau, outros entendem que a vedação posta pelo legislador, diz respeito a um grau a cima, é dizer que a limitação atinge do avô para o neto. Primeiro porque o legislador não disse “pai e filho”, segundo porque se não fosse assim e a limitação parasse no primeiro grau, bastaria que o avô vendesse para o neto, burlando a legislação. Portanto, se atinge de avô para neto, também deve se revestir da autorização dos demais. Sob pena de esvaziar a regra de limitação.
AQUISIÇÃO DE BENS POR QUEM OS ADMINISTRA: existem certas situações no Código Civil que indicam uma situação que alguém fica responsável por cuidar de bens. Essas pessoas não têm poder de propriedade, mas sim de proteção de patrimônio. Existe uma vedação expressa no sentido que essa pessoa não pode adquirir bens desse patrimônio, ainda que por leilão público.
VENDA DA PARTE INDOVISA EM CONDOMÍNIO E O DIREITO DE PREFERÊNCIA: Condomínio é co-propriedade (várias pessoas proprietárias de um mesmo bem). Várias pessoas, donas do mesmo bem que se apresentem com a característica de indivisibilidade. Neste caso, existe uma regra chamada direito de preferência, o que significa que os condôminos têm o direito de preferência na aquisição, caso um dos condôminos resolver vender a sua parte a terceira pessoa. Se a pessoa não oferecer, eventual condômino preterido (que não teve assegurado seu direito de preferência) poderá invalidar a venda e compra realizada, desde que deposite o valor do bem vendido. O direito de preferência do condômino diz respeito a terceiro, e não ao outro condômino.
VENDAS ESPECIAIS
O legislador definiu situações específicas, mas com algumas particularidades e que devem ser observadas. Ora com penalidade de invalidação do ato, ora com possibilidade de minoração do ato (abatimento ou complementação do valor).
VENDA MEDIANTE AMOSTRA: venda paradigma. É feita com a apresentação de um bem ou objeto que corresponde ou pretende corresponder ao objeto da compra e venda. Em geral, apresentado em tamanho diminuto (menor que o original). Nesse caso, entende-se que a amostra contém todos os elementos do bem a ser vendido, ou seja, o vendedor está garantindo que o bem a ser apresentado posteriormente tem todas as qualidades perceptíveis da amostra. Portanto, se o bem apresentado for inferiora isto, a venda está incorreta. Mas se o bem posterior tiver qualidades superiores, ele permanece, porque nesse caso se presume que o vendedor conhece o bem que está vendendo, e se assim o fez, significa, que fez uma liberalidade.
VENDA AD CORPUS E VENDA AD MENSURAM
VENDA AD MENSURAM: é a venda de um imóvel ad corpus é aquela realizada levando em consideração não só as confrontações do imóvel, mas também as suas medidas, ou seja, é aquela venda e compra realizada com base em metros quadrados, equitare etc., Nesses casos, é onde as metragens, o tamanho, devem corresponder àquilo que foi anunciado. Um vigésimo significa 5% da área do imóvel vendido. Se houver a área contigua, ou seja, ligada a que o comprador comprou, ele tem direito ao complemento. A ação redibitória e a ação estimatória podem ser usadas no caso de área menor ao que foi apontado anteriormente para o comprador. Se a metragem da área for maior, cabe ao vendedor o ônus da prova.
VENDA AD CORPUS 
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
É aquela venda e compra de um imóvel realizada com base na identificação do móvel, mas tão somente em relação as suas confrontações e não as suas medidas internas. Portanto, as partes, nesse caso, se baseiam não no tamanho ou distribuição das medidas, mas sim na utilidade unitária do bem. 
CLÁUSULAS ESPECIAIS À COMPRA E VENDA
Assim como os demais contratos, os contratos de compra e venda é feito com base na autonomia de vontade. Em função disso, legislador permitiu que as partes fizessem algumas estipulações especiações. Ele fez essa previsão tanto no capítulo da compra e venda como nos demais capítulos.
RETROVENDA: é um pacto adjetivo, ou seja, uma cláusula contratual que contém a convergência de vontades, no sentido de possibilitar que no futuro o bem, objeto da compra e venda, possa retornar às mãos do vendedor. 
Portanto, dentro de um prazo estabelecido pelo legislador, é possível que a posse e a propriedade do bem retornem ao proprietário primitivo em função de simples vontade das partes. O prazo para tanto é de três anos. É um prazo decadencial, ou seja, ele não pode ser manipulado pelas partes, no sentido de estipularem prazo superior ao prazo legal. Mas pode ser flexibilizado pelas partes no sentido de que podem elas, se quiserem, estabelecer em que momento poderá ocorrer a retrovenda dentro do prazo legal. Por ser decadencial não pode ser suspenso ou interrompido pelas partes.
A previsão da clausula de retrovenda não é uma regra, mas sim uma possibilidade que as partes têm. Na retrovenda, se de fato as partes fizerem uso desta cláusula, o bem vendido retorna à propriedade do vendedor, ou seja, do dono primitivo, não sendo considerada uma nova venda, saí porque não existe imposto de incidência de imposto de transmissão inter-vivos. Na retrovenda, o comprador, antigo vendedor, fica obrigado a devolver o valor e pagar ao atual vendedor todas as despesas que fez ou que fará com a transferência, assim como acontece numa compra e venda comum, mais os eventuais custos que se fazem necessário. Clausula condicional resolutiva.
VANDA A CONTENTO: é uma compra e venda comum, mas com uma cláusula qualquer pode ser escrita ou não, onde as partes estabelecem que a venda só tenha eficácia, só haverá transmissão de propriedade, se de fato agradar o comprador. Ela acontece, em regra, na venda de roupa, produto alimentício. Popularizado como “venda condicional”. Se o comprador não quiser, ele devolve. Na venda a contento, não se aplica a regra de que a transferência da posse do bem móvel implica em transferir a propriedade. O comprador ficará com o bem na condição de comodatário até quando ele exarar a sua declaração: “gostei” ou “não gostei”, e assim se realiza ou não a compra e a venda. Cláusula condicional subjetiva. A venda a contento é um direito personalíssimo (o direito não se transfere). Os filhos do vendedor, caso o vendedor morra, podem notificar o comprador.
VENDA SUJEITA A PROVA: é uma espécie de compra e venda onde o negócio também se opera na modalidade de condição suspensiva, porque a compra e venda só se concretizará se, no futuro, no prazo estipulado ou quando notificado, o comprador se manifestar sobre o fato de que o bem vendido de fato passou na sua prova, pela sua aprovação. Portanto, nesse caso, a compra e venda se concretizará se o bem apresentar as qualidades anunciadas e se de fato servir para o fim proposto. Se o bem entregue a compra e venda de fato apresenta as condições anunciadas, ainda que não agrade o comprador, obriga este comprador à finalização do negócio.
PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA: é uma cláusula especial em um determinado contrato de compra e venda onde as partes convencionam que, no futuro e dentro do prazo especificado, caso o atual comprador venha a vender o mesmo bem, então deverá primeiro oferecer ao atual vendedor para que se este atual vendedor não quiser, então fica liberado para venda para terceiros. Essa cláusula de preempção não estabelece um direito ao vendedor para forçar a venda, ela estabelece tão somente um direito de preferência caso o atual vendedor venha a vender o bem. Se ele não for preferido, mas sim preterido, poderá invalidar a compra e venda feita por terceiros. Essa cláusula apenas afeta e obriga as partes. Em regra, ela não tem o condão de atingir terceira pessoa. É possível solucionar essa questão com o registro do contrato de compra e venda que contenha a preempção, porque a partir do registro, esse contrato que é um direito pessoal passa a ter eficácia de direito real. Portanto, nesse caso, se houver registro do documento, estará sendo afetado terceiro que pode alegar boa-fé.
VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: é uma modalidade da compra e venda consubstanciada em uma cláusula contratual. Através dessa cláusula, as partes convencionam que o comprador, embora mantenha a posse direta do bem, só obterá o domínio ao final do pagamento fracionado. Se chegar ao fim e o comprador conseguir de fato quitar a prestação, única, mas fracionada, então ele se transforma em propriedade. A tradição não opera transferência de propriedade. Por exceção, neste caso, a coisa perece para o possuidor (não pelo dono). A venda com reserva de domínio, em regra, é realizada entre uma PJ e uma PF ou duas PF e é utilizada para compra e venda de móveis de pequeno valor. A reserva de domínio tem por objeto bem móvel. Na reserva de domínio propriedade não se transfere, só a pode.
VENDA SOBRE DOCUMENTOS: também chamada de venda contra documento. É a compra e venda de bens móveis onde se opera a tradição simbólica do bem, porque nestes casos, o que se transfere não é o bem, mas sim um documento representativo do bem. Esses casos acontecem, em geral, onde um determinado bem ou mercadoria se encontra na posse de terceiro a outro título (exemplo: mercadoria depositada). Portanto, nesse caso, o novo detentor desse documento, posteriormente, apresenta este documento ao detentor do bem quando então, demonstra que tem legitimidade para retirá-lo, porquea posse do documento lhe confere a qualidade/condição de proprietário. Se essa mercadoria, bem, estiver segurado, a responsabilidade em caso de indenização será feita diretamente com o detentor do documento e não com o vendedor anterior.
TROCA OU PERMUTA
A troca ou permuta é um negócio jurídico bilateral onde as partes convencionam a troca de um bem para a outra de valores mais ou menos equivalentes e que não seja em dinheiro.
NATUREZA JURIDICA
O objeto mediato aqui é a permuta, sendo esse qualquer bem móvel, imóvel, corpóreo, incorpóreo, desde que esteja dentro do comércio.
O contrato de permuta é um contrato oneroso, pois implica em obrigações recíprocas. Ambas as partes devem entregar os bens.
Pode ser também um contrato comutativo, porque as obrigações e direito, ou seja, os lucros obtidos com a troca e ao mesmo tempo o sacrifício sofrido pela troca, pode ser aferido com a troca.
E um contrato consensual, ou seja, para que ele se concretize e projete efeitos válidos, basta a convergência de vontades das partes contratantes. Não há necessidade da entrega do bem para a formalização do contrato, porque a entrega do bem é uma consequência para a validade do contrato.
APLICAÇÃO DAS NORMAS DA COMPRA E VENDA
O contrato de permuta contém algumas diretrizes próprias, por mais que seja parecido em vários aspectos com o contrato de compra e venda.
VÍCIOS REDIBITÓTIOS: defeito existente na coisa que torna essa coisa imprópria para o fim a que foi destinada ou então, pelo menos, diminua o seu valor. Quando se fala em contrato de compra e venda, a regra do vício redibitória é o desfazimento do contrato ou pelo menos o abatimento do seu valor. No contrato de troca ou permuta é possível reconhecer a redibição, mas não se reconhece a ação estimatória. Nesse caso, o negócio será invalidado.
EVICÇÃO: na troca ou permuta tem que haver garantia de eventual evicção de um bem entregue. Porém, se houver evicção parcial de um dos bens, objeto da troca ou permuta, ela se desfaz.
DIVISÃO DE DESPESAS E ANULAÇÃO: em regra, quem suporta às custas do contrato de compra e venda é o comprador, já no contrato de troca ou permuta as despesas serão repartidas entre as partes. Se houver anulação do contrato de permuta, volta a situação anterior e cada um fica com o seu bem.
CONTRATO ESTIMATÓRIO
(CONTRATO DE CONSIGNAÇÃO)
É aquele negócio pelo qual alguém transfere a posse direta de um determinado bem móvel para outra pessoa, para que esta pessoa mantenha a guarda do bem, mas com a proposta e objetivo de vender este bem a uma terceira pessoa por um preço previamente fixado e posteriormente entregando este valor ao proprietário, evidentemente abatido o valor do trabalho realizado.
CONSIGNANTE: proprietário do bem e que entrega este bem a outra pessoa para os fins já citados.
CONSIGNATÁRIO: é aquela pessoa que aceita, se propõe a receber um bem para vende-lo e então entregar o numerário ao proprietário.
Portanto, este contrato é uma obrigação alternativa, porque o consignatário pode vender o bem e entregar o valor, ou então, se não vendido, ele pode devolver o bem ao proprietário no prazo estipulado ou, após ser notificado (se não houver prazo). Além de vender ou restituir, ele pode adquirir o bem, se quiser, e pagar o valor combinado.
NATUREZA JURÍDICA
Esse contrato é um contrato oneroso, porque há obrigações de ambas as partes.
Pode ser também um contrato comutativo, porque as partes neste caso, podem prever com certa tranquilidade os lucros e sacrifícios que irão ocorrer com o contrato.
REGULAMENTAÇÃO
O contrato estimatório foi disciplinado pelo Código Civil de 2002, como um contrato típico e inominado.
POSSE DIRETA PERMANECE COM O CONSIGNATÁRIO, portanto ele não é dono, pois a posse indireta permanece com o proprietário.
SE POR ACASO O BEM PERECER OU DETERIORAR, a responsabilidade é do consignatário, neste caso.
SE O PERECIMENTO se der por força maior, a responsabilidade ainda é do consignatário. A responsabilidade do consignatário indica uma obrigação de garantia.
CONSIGNATÁRIO NÃO TERÁ RESPONSABILIDADE, nos casos em que demonstrar que a culpa pelo perecimento é do consignante. O ônus da prova cabe ao consignatário.
Se o consignante for um devedor, os seus credores não podem pegar o bem como se fosse dele, porque esse bem pertence ao consignante, mesmo que o consignatário tenha a posse do bem, ele não possui o domínio do mesmo.
Se houver prazo, após o prazo o consignatário terá que devolver o bem. E se não devolver estará na condição de esbulhador.
Se não houver prazo, notifica-se.
Enquanto vigente o contrato, o consignante não pode perturbar a posse do consignatário.
DOAÇÃO
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
É aquele ajuste por meio do qual alguém transfere bens ou vantagens de seu patrimônio para uma outra pessoa, sem que haja uma contraprestação. É um ato gratuito.
São partes deste contrato:
DOADOR: aquele que transfere por liberalidade, bens ou parte do seu.
DONATÁRIO: aquele que recebe essas vantagens, porquanto.
A doação tem natureza contratual. Existe o “animus donandi” (entregar gratuitamente).
E na doação também existe a aceitação, é o segundo elemento que integra a formação contratual.
NATUREZA JURÍDICA
A doção é um negócio jurídico gratuito, porque é possível verificar obrigações para apenas uma das partes.
É um NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL, tem que tem convergência de vontades.
E pode ser também, um NEGÓCIO JURÍDICO CONSENSUAL, porque em regra, a doação se concretiza a partir da convergência de vontades e não da entrega do bem doado.
A entrega do bem é uma mera consequência da validade do negócio jurídico praticado.
O CONTRATO DE DOAÇÃO É SOLENE, pois ele só pode ser realizado por instrumento público ou particular.
ELEMENTOS
CAPACIDADE:
CAPACIDADE ATIVA: diz respeito a quem pode fazer a doação. Nesse sentido, é preciso verificar a capacidade geral dos negócios jurídicos, aquelas que se adquirem a partir dos 18 anos.
CAPACIDADE PASSIVA: o incapaz, em regra, não pode fazer doação. Mas se ele estiver casando e fizer um pacto antinupcial, ser emancipado e depois tornar legítimo o pacto, a doação será aceita.
Qualquer pessoa pode receber por doação, mas em regra, um incapaz não poderia, mas caso receba autorização de seu representante legal, e mesmo que ele não autorize, ele pode receber se for uma doação pura. Agora se a doação for por encargo, se não tiver receber autorização do seu represente, a doação não pode ocorrer.
No caso do nascituro, há necessidade de autorização do seu representante legal. Se a mãe do nascituro for incapaz, o curador da mãe poderá dar aceitação. Mas também precisa da autorização do juiz, mesmo se tratando de um nascituro.
Um concepturo (não foi gerado ainda) pode receber uma doação também.
ANIMUS DODANDI
É a intenção inequívoca do doador de entregar parte de seu patrimônio para outra pessoa, mesmo sem ser obrigado. Esse ânimo de doar tem que ser claro, ou seja, não haverá doação se houver um interesse secundário, porque a doação só acontece quando não há contraprestação.
TRANSFERÊNCIA DE BENS: embora não seja necessário para a concretização da doação, a transferência de parte do patrimônio do doador completa o contrato de doação, na medida em que é esse o seu objetivo. Se for uma doação de bens móveis, ela se dá através da tradição, e se for uma doação de bem imóvel ela se dará através da escritura.
ACEITAÇÃO: segundo a regra de formação dos contratos, o contrato só nascerá a partir do momento em que se der a aceitação da proposta. Essa aceitação pode ser EXPRESSA, pode ser TÁCITA e pode ser até PRESUMIDA.
EXPRESSA: se dá nos casos em que o doador se manifesta de forma clara e inequívoca em um determinado documento.
TÁCITA: se dá nos casos onde essa aceitação se retira do comportamento do donatário, porque neste caso, o comportamento adotado pelo donatário é compatível com aquela pessoa que aceitou uma liberalidade.
PRESUMIDA:

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