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Química Quântica - Capítulo 3 1 Química Quântica Capítulo 3 Princípios da Mecânica Quântica PARANÁ 08/08/2013 Química Quântica - Capítulo 3 2 3.1 Informação em uma Função de Onda 08/08/2013 A equação de Schrödinger para uma partícula de massa m, movimentando-se livremente e paralelamente em relação ao eixo x, com energia potencial igual a zero (V=0) é: E)x(V dx d m2 h 2 22 E dx d m2 h 2 22 As soluções para a equação acima tem a forma: ikxikx BeAe m2 hk E 22 Constantes 0V Química Quântica - Capítulo 3 3 Informação de uma Função de Onda 08/08/2013 Para verificar se é a solução da equação de Schrödinger (para V = 0), basta substituir no lado esquerdo da equação e confirmar o valor de E. E dx d m2 h 2 22 E dx BeAed m h ikxikx 2 22 2 EeikBeikA m h ikxikx 22 2 2 EBeAe m kh ikxikx 2 22 E m2 kh 22 ikxikx BeAe m kh E 2 22 ikxikx BeAe Química Quântica - Capítulo 3 4 3.1.1 Densidade de Probabilidade 08/08/2013 Para B = 0 na solução da equação de Schrödinger quando V = 0, toma a forma: ikxikx BeAe ikxAe Para encontrar a localização da partícula é necessário calcular a densidade de probabilidade. ikxikx2 Ae*Ae ikxikx2 Aee*A 22 A Esta densidade de probabilidade é independente de x, ou seja, existe igual probabilidade de encontrar a partícula em movimento no eixo x em qualquer lugar de x. Isto significa que não podemos predizer onde encontrar a partícula. kxsenikxe ikx cos kxsenikxA cos Química Quântica - Capítulo 3 5 Densidade de Probabilidade 08/08/2013 Química Quântica - Capítulo 3 6 Densidade de Probabilidade 08/08/2013 Supondo A = B. Assim, toma a forma: ikxikx BeAe ikxikx AeAe Para encontrar a partícula é necessário calcular a densidade de probabilidade. kxcosA2*kxcosA22 kxcosA4 222 Ou seja, a densidade de probabilidade varia periodicamente entre 0 e 4 |A|2 . Em zero tem-se nós na função de onda: partículas nunca serão encontradas em nós. A densidade de probabilidade nunca passará por zero, porque ela não poderá ser negativa. kxcosA2 kxcosA2isenkxkxcosisenkxkxcosAAeAe ikxikx Química Quântica - Capítulo 3 7 Densidade de Probabilidade 08/08/2013 O operador hamiltoniano realiza uma operação matemática sobre a função . Neste caso em particular, a operação corresponde a segunda derivada de (após a multiplicação por –h2/2m) mais a soma do resultado da multiplicação de por V. Ele é o operador correspondente a energia total do sistema, ou seja, a soma das energias cinética e potencial. Química Quântica - Capítulo 3 8 3.1.2 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 A equação de Schrödinger pode ser escrita de uma forma mais sucinta: EHˆ )x(V dx d m2 h Hˆ 2 22 Operador hamiltoniano Uma outra forma de dizer “resolva a equação de Schrödinger” é dizer “encontre os autovalores e as autofunções do operador hamiltoniano” para o sistema. As funções de onda são as autofunções do operador hamiltoniano, e os correspondentes autovalores são as energias permitidas. Química Quântica - Capítulo 3 9 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 Quando a equação de Schrödinger é escrita na forma mais sucinta: EHˆ ela assume a forma de uma equação de autovalor, uma equação da forma... funçãomesmaconstantefatorfunçãoOperador Supondo a equação abaixo, onde é um operador geral e w é um fator constante. Química Quântica - Capítulo 3 10 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 w ˆ ˆ Autovalor do operador ˆ Autofunção do operador ˆ Química Quântica - Capítulo 3 11 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 Exemplo 1: Se eax é uma autofunção do operador d/dx, qual seria o autovalor correspondente? axax aee dx dˆ dx dˆ eax aˆ A função em uma equação desse tipo é denominada autofunção do operador e é diferente para cada autovalor. O fator a é o autovalor do operador . Exemplo 2: Se a função é eax2 e o operador é d/dx, existe um autovalor correspondente? 22 axax axe2e dx dˆ dx dˆ e 2ax ax2ˆ Não se tem uma equação de autovalor. O fator 2ax não é um valor constante e a função não é autofunção. ˆ ˆ Química Quântica - Capítulo 3 12 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 é interpretado como um operador (como o hamiltoniano ) correspondente a um observável (tipo energia), e o autovalor é o valor do observável (valor da energia, E). Se a função de onda e o operador , correspondente ao observável de interesse, forem conhecidos, e se a função de onda for uma autofunção do operador , o resultado de uma medida da propriedade pode ser previsto. w ˆ ˆ Hˆ w EHˆ observáveldovalorobservávelumaentecorrespondOperador EnergiaenergiaOperador ˆ ˆ Química Quântica - Capítulo 3 13 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 Observáveis, , são representados por operadores, , obtidos a partir dos operadores de posição e momento. ˆ dx d i h pˆx xxxˆ Ou seja, o operador da posição sobre o eixo x é a multiplicação (da função de onda) por x. O operador do momento linear na direção do eixo dos x é proporcional à derivada (da função de onda) em relação a x. dx d hipˆx Chamados operadores fundamentais Química Quântica - Capítulo 3 14 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 Exemplo 3: Qual é o momento linear de uma partícula descrita pela função de onda na equação abaixo, com (a) B = 0, (b) A = 0? dx d i h pˆx ikxikx BeAe m2 hk E 22 Neste caso aplica-se o operador correspondente ao momento linear sobre e se o resultado é a função de onda original multiplicada por uma constante, então a constante é identificada com o valor do observável. dx d i h pˆx ikx Ae px hk ikxikx eikA i h Ae dx d i h Química Quântica - Capítulo 3 15 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 dx d i h pˆx Nos dois casos tem-se o mesmo valor em módulo, mas de sinais contrários. No primeiro caso a partícula está viajando para o lado direito e no segundo caso para o lado esquerdo. hkpˆx ikx Be px Química Quântica - Capítulo 3 16 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 dx d i h pˆx Para construir o operador da energia cinética, a relação clássica entre essa energia e o momento linear é usada: m2 p E 2 x k 2 22 k dx d m2 h dx d i h dx d i h m2 1 Eˆ Assim, o operador para a energia total, o operador hamiltoniano, é: Vˆ dx d m2 h VˆEˆHˆ 2 22 k 2 2 1ˆ xkV Química Quântica - Capítulo 3 17 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 A derivada segunda de uma função é a medida da sua curvatura, ou seja, uma derivada segunda grande indica uma função de grande curvatura (de curvatura pronunciada), o que indica, porsua vez, uma energia cinética elevada. Essa interpretação é consistente com a relação de de Broglie, que prediz um comprimento de onda curto (uma função com curvatura elevada) quando o momento linear é grande. Química Quântica - Capítulo 3 18 Operadores, Autovalores e Autofunções 08/08/2013 Este é um exemplo de função de onda de uma partícula com uma dada energia total e uma energia potencial que diminui com o aumento de x. Dessa forma, a energia cinética aumenta e a função de onda precisa tornar-se uma curva mais acentuada. VEEk Química Quântica - Capítulo 3 19 3.1.3 Operadores Hermitianos 08/08/2013 Todos os operadores da mecânica quântica que correspondem a observáveis são operadores hermitianos e tem a seguinte regra: *i*jj*i dxˆdxˆ Exemplo – o operador posição : * i * j * ijj * ij * i dxxdxxdxxdxxˆ 2121 | ˆˆ| dˆdˆ ** O operador posição é hermitiano porque a ordem dos fatores no integrando pode ser alterada dxAˆdxAˆ ** xxxˆ dxxˆdxxdxxdxxˆ ** ** Química Quântica - Capítulo 3 20 Operadores Hermitianos 08/08/2013 Os operadores hermitianos tem autovalores reais e suas autofunções são ortogonais. Todos os observáveis têm valores reais de modo que todos eles são representados por operadores hermitianos. Duas funções diferentes são ortogonais quando a integral do produto delas é igual a zero. 0dj * i O hamiltoniano é um operador hermitiano (correspondente a um observável, a energia). Portanto, se 1 corresponde a um valor de energia, e 2 corresponde a outro valor, essas funções serão ortogonais, e a integral do produto dessas duas funções é zero. Química Quântica - Capítulo 3 21 Operadores Hermitianos 08/08/2013 Para demonstrar que os autovalores de um operador hermitiano são reais, basta considerar o seguinte: www dddˆ *** Considerando o fato de ser hermitiano, considerando o complexo conjugado obtem- se: w ˆ ˆ w dˆ * ww dˆdˆ **** *i*jj*i dxˆdxˆ Química Quântica - Capítulo 3 22 3.1.4 Superposição de Valores Esperados 08/08/2013 Supondo função de onda abaixo com A = B. Qual é o momento linear da partícula descrita por essa função? ikxikx BeAe ikxikx AeAe dxdihpˆx Asenkx i hk kx dx d A i h kxA dx d i h px 2cos2cos2ˆ kxAisenkxkxisenkxkxAAeAe ikxikx cos2coscos O resultado não é um equação de autovalor porque senkx é diferente de coskx. Quando a função de onda de uma partícula não é uma autofunção de um operador, a propriedade associada ao operador não tem um valor definido. Química Quântica - Capítulo 3 23 Superposição de Valores Esperados 08/08/2013 Entretanto, o momento não é completamente indefinido já que cos kx é a combinação das funções tem estados com momentos definidos. Assim a função de onda total é a combinação linear ou superposição de mais de uma função de onda... hk hk Partícula com momento linear px Partícula com momento linear px Isto significa que se o momento da partícula for medido repetida e sucessivamente numa longa sequência de observações, então o seu módulo será em todas as medidas. Como as duas funções de onda componentes ocorrem igualmente na superposição, a metade das medidas mostrará a partícula movimentando-se para direita e a outra para esquerda. hk ikxikx eee Química Quântica - Capítulo 3 24 Superposição de Valores Esperados 08/08/2013 A mesma interpretação se aplica a qualquer função de onda expressa como uma combinação linear de autofunções de um operador. k kkccc ...2211 Coeficientes numéricos (possivelmente complexos De acordo com a mecânica quântica: - Quando se mede o momento numa única observação, encontra-se um dos autovalores. Esse autovalor wk está relacionado a uma das funções de onda k da superposição. - A probabilidade de medir um certo autovalor numa série de observações é proporcional ao |ck| 2 do coeficiente correspondente à função de onda na combinação linear. - O valor médio de um grande número de observações é dado pelo valor esperado do operador correspondente ao observável de interesse. Diferentes estados do momento dˆ* Válida somente para funções de onda normalizadas d dˆ * * Química Quântica - Capítulo 3 25 Superposição de Valores Esperados 08/08/2013 Qual seria o valor esperado de se é sua autofunção, com autovalor w? dˆ* ˆ w ˆ www dd ** Como toda observação da propriedade resulta no valor de w a função de onda é uma autofunção de ), o valor médio de todas as observações também é w. ˆ A energia cinética média de uma partícula em uma dimensão é o valor esperado do operador dado pela equação: 2 22 k dx d m2 h Eˆ ddx d m2 h dEˆE 2 2 * 2 k * k 1 Química Quântica - Capítulo 3 26 3.2 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Se descreve uma partícula que possui um estado definido para o momento linear. Entretanto, a posição da partícula é completamente imprevisível. Em outras palavras, se o momento estiver precisamente definido, é impossível prever a localização da partícula. hk O princípio da incerteza de Heisenberg diz que é impossível especificar, simultaneamente e com a precisão, o momento e a posição de uma partícula. Se a posição de uma partícula for conhecida com exatidão, então nada pode ser dito sobre seu momento. ikx Ae 22 ** AAeeAAeAe ikxikxikxikx hkAehkeikA i h dx d i h p ikxikxx ˆ Química Quântica - Capítulo 3 27 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Por outro lado, se a localização da partícula em uma posição definida for conhecida, suas funções de onda precisam ser grandes nessa posição e zero em qualquer outra. Essas funções de onda podem ser criadas pela superposição de várias funções harmônicas, ou, de forma equivalente, um número de funções eikx . Química Quântica - Capítulo 3 28 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Uma função de onda precisamente localizada (pacote de onda) pode ser criada pela combinação linear de muitas funções de onda que correspondem a muitos momentos lineares diferentes. Quando um número infinito de componentes é usado, o pacote de onda é um pico nítido, infinitamente estreito, correspondente à perfeita localização da partícula. Entretanto, toda informação a respeito do momento foi perdida. Química Quântica - Capítulo 3 29 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Se a localização da partícula for precisamente conhecida, o seu momento será completamente imprevisível. A equação abaixo exprime esse resultado. h 2 1 qp Incerteza no momento linear paralelo ao eixo q Incerteza na posição sobre esse eixo x. 2 1 22 ppp 2 1 22 qqq Raiz do desvio médio quadrático da propriedade em relação ao valor médio da mesma propriedade O princípio da incerteza de Heisenbergé mais geral que o sugerido acima. O princípio se aplica a qualquer par de observáveis denominadas observáveis complementares, que são definidas em termos de propriedades de seus operadores. 222 xx Variância = Desvio quadrático médio da média Desvio-padrão de p com respeito a <x> Média dos quadrados Química Quântica - Capítulo 3 30 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Duas observáveis são complementares se… 1221 ˆˆˆˆ Quando o efeito de dois operadores depende de suas ordens, significa dizer que eles não comutam. A diferença entre os resultados que se obtêm aplicando-se os operadores em ordem inversa é expressa pelo comutador dos dois operadores da seguinte forma. 122121 ˆˆˆˆˆ,ˆ hipˆ,xˆ x1 Comutador dos operadores da posição e do momento linear. Não comutam Química Quântica - Capítulo 3 31 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Os operadores da posição e do momento linear não comutam (observáveis complementares). Portanto, o efeito dos operadores sobre a função de onda fornece... dx d i h xpˆxˆ dx d i h x i h dx d x i h x dx d i h xˆpˆ dx d i h pˆx .xxˆ hi i h dx d i h x i h dx d i h xxˆpˆpˆxˆ hipx x ˆ,ˆ Química Quântica - Capítulo 3 32 O Princípio da Incerteza 08/08/2013 Para qualquer par de observáveis 1 e 2 as incertezas (a raiz dos desvios médios quadráticos de seus valores em relação ao valor médio) em determinações simultâneas estão relacionadas por 2121 ˆ,ˆ 2 1 Observáveis complementares são observáveis que têm operadores que não comutam. A mecânica quântica mostra que a posição e o momento são complementares, e que é necessário escolher entre especificar a posição à custa do momento, ou o momento à custa da posição. Química Quântica - Capítulo 3 33 3.3 Postulados da Mecânica Quântica 08/08/2013 A função de onda: Toda informação dinâmica está contida na função de onda para o sistema, o qual é uma função matemática encontrada resolvendo a equação Schrödinger para o sistema. ExV dx d m h )( 2 2 2 A interpretação de Born: Se a função de onda de uma partícula tem o valor em algum ponto r, então a probabilidade de encontrar a partícula em um volume infinitesimal d = dxdydz, naquele ponto é proporcional a ||2 d Química Quântica - Capítulo 3 34 Postulados da Mecânica Quântica 08/08/2013 Função de onda aceitável: Uma função de onda aceitável precisa ser contínua, ter primeira derivada contínua, ser unívoca e quadraticamente integrável. Observáveis: Observáveis, , são representados por operadores, , construídos a partir dos operadores posição e momento que têm as expressões … ˆ dx d i h pˆx xxxˆ Princípio da incerteza de Heisemberg: é impossível especificar, simultaneamente, com uma precisão qualquer, ambos, o momento e a posição de uma partícula e, de forma geral, qualquer par de observáveis com operadores que não comutam.
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