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1 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA CURSO DE ENGENHARIA PRODUÇÃO / AMBIENTAL / ELÉTRICA DISCIPLINA: Resistência dos Materiais III PROFESSOR: Humberto Farneze MÓDULO 2 2 I – TENSÃO Considere agora que a seção da área seja subdividida em pequenas áreas, como ∆A: ∆F pode ser descrita em termos de componentes ∆Fx, ∆Fy e ∆Fz, tangentes e normal à área. Quando reduzimos ∆A a tamanhos cada vez menores, devem-se supor 2 hipóteses em relação ao material: 1) Ele é contínuo, i.e., possui distribuição uniforme de matéria, sem vazios. 2) coeso, i.e., todas as partes estão bem unidas. Quando escrevemos a razão ∆F / ∆A e fazemos ∆A → 0, o mesmo ocorrerá com ∆F, ou seja, ∆F → 0. O quociente entre a força e a área tenderá a um limite finito. Essa relação é chamada tensão e descreve a intensidade da força interna sobre uma área. 3 I – TENSÃO Tensão Normal A intensidade de força que atua no sentido perpendicular à ∆A é definida como tensão normal: 4 I – TENSÃO Tensão de Cisalhamento A intensidade da força por unidade de área, que é tangente a ∆A, é denominada tensão de cisalhamento, τ (tau). A notação do índice z em σz é usada para indicar a direção da reta normal dirigida para fora, que especifica a orientação da área ∆A. São usados dois índices para as componentes da tensão de cisalhamento, τZX e τZY. O eixo z especifica a orientação da área e x e y referem-se às retas que indicam a direção das tensões de cisalhamento. 5 I – TENSÃO Estado Geral de Tensão Cortando o corpo em um pedaço e tomando um elemento crítico, teremos o chamado estado de tensão que atua em torno do ponto escolhido do corpo. Unidades: No Sistema Internacional de Unidades de Medidas, ou Sistema SI, os valores da tensão normal e da tensão de cisalhamento são especificadas nas unidades básicas de newtons por metro quadrado (N/m2). Essa unidade, denominada 1 pascal (1 Pa = 1N/m2), é muito pequena, e, em trabalhos de engenharia, são usados prefixos como quilo (103), simbolizado por k, mega (106), simbolizado por M, ou giga (109), simbolizado por G, para representar valores de tensão maiores, mais realistas. 6 I – TENSÃO Tensão Normal Média em uma Barra com Carga Axial Os elementos estruturais mecânicos são frequentemente esbeltos submetidos, geralmente, a carregamentos axiais em suas extremidades. Vamos agora determinar a tensão média que atua na seção transversal da barra: Antes de determinar a tensão média, devemos consideram as seguintes hipóteses: 1) A barra permanecerá reta após o carregamento e a seção plana. 2) A fim de que a barra se deforme uniformemente, P deve ser aplicado no centróide da seção e o material deverá ser homogêneo e isotrópico. - Homogêneo: mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo seu volume. - Isotrópico: possui as mesmas propriedades em todas as direções. Os chamados anisotrópicos possuem propriedades diferentes em direções diferentes, como uma aço laminado ou fibras. 7 I – TENSÃO Fazendo um “zoom” na figura anterior: → σ = tensão normal → Estado uniaxial de tensão. 8 A luminária de 80 kg é sustentada por duas hastes, AB e BC, como mostra a Figura. Se AB tiver diâmetro de 10 mm e BC tiver diâmetro de 8 mm, determine a tensão normal média em cada haste. I – TENSÃO Exemplo 1: 9 I – TENSÃO 10 I – TENSÃO Exemplo 2: A barra na Figura tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm. Determine a tensão normal média máxima na barra quando ela é submetida à carga mostrada. Cortando entre A e B: Cortando entre B e C: Cortando entre C e D: 11 I – TENSÃO Tensão de Cisalhamento Média Como definimos, a tensão de cisalhamento atua no plano da área secionada. Se F for suficiente grande, ela provocará deformação ou falha nos planos AB e CD. Fazendo o diagrama de corpo livre: ΣFY = 0 2V – F = 0 → V = F / 2 A tensão de cisalhamento média sobre cada área é definida: 12 I – TENSÃO Esse chamado cisalhamento direto ocorre principalmente em parafusos, pinos, soldas. Cisalhamento Simples Duplo Simples Desprezando o atrito entre as superfícies, podemos dizer que a superfície transversal do parafuso está submetida a uma força de cisalhamento simples V = F. 13 I – TENSÃO Duplo Isolando o elemento central 2V = F V = F / 2 → atua em cada área seccionada. 14 I – TENSÃO Exemplo 3: Determine as tensões atuantes no parafuso do sistema apresentado na figura abaixo, considerando que a área da seção do parafuso mede 20 mm2 . 15 I – TENSÃO ΣFx = 0 → AX + BX = 0 ΣFY = 0 → BY – 1000 = 0 → BY = 1000N ΣMB = 0 → - 1000 . 0,8 + AX . 0,5 = 0 AX = 800 / 0,5 = 1600 N Logo: BX = - AX → BX = - 1600 N 16 I – TENSÃO Equilíbrio Considerando um elemento de volume sobre o qual atue uma tensão de cisalhamento. Lados ∆x, ∆y e ∆z: ΣFy = 0 τzy . (∆x.∆y) - τ’zy.(∆x.∆y) = 0 τzy = τ’zy Deforma similar: τyz = τ’yz ΣMx = 0 - τzy (∆x.∆y) . ∆z + τyz (∆x.∆z) . ∆y = 0 τzy = τyz Assim, temos que: τzy = τ’zy = τyz = τ’yz Daí concluímos que as 4 tensões de cisalhamento devem ter intensidades iguais e em sentido contrário nas bordas opostas do elemento. Este é o chamado cisalhamento puro. 17 I – TENSÃO Exemplo 4: A escora de madeira mostrada na Figura abaixo está suspensa por uma haste de aço de 10 mm de diâmetro que está presa na parede. Considerando que a escora suporta uma carga vertical de 5 kN, calcule a tensão de cisalhamento média na haste na parede e ao longo dos dois planos sombreados da escora, um dos quais é indicado como abcd. 18 I – TENSÃO 19 I – TENSÃO Tensão Admissível Quando fazemos um projeto, queremos que a estrutura não falhe. A avaliação é feita fazendo-se uma comparação do estado de tensão da estrutura com a tensão máxima que o material suporta. Os metais normalmente apresentam a seguinte característica: σ ε σr σy 20 I – TENSÃO Tensão Admissível Devido a incertezas, variações que podem ocorrer na composição da estrutura, corrosão, deterioração, esses materiais podem ter variação dessas propriedades mecânicas. Assim, é comum a utilização de um chamado fator de segurança (FS), onde: Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20
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