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A aluvião

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A aluvião
Trata-se de um meio originário de aquisição da propriedade imóvel por acessão, em decorrência do aumento vagaroso de terras à margem de rios, resultante do desvio das águas ou de enxurradas. Nesse caso, o favorecido não está obrigado a indenizar o prejudicado, já que tal fato decorre de fenômeno da natureza. Aluvião é uma incorporação imperceptível junto ao imóvel ribeirinho, 
Aluvião imprópria à acessão é formada por culpa de um desvio de águas, fazendo acrescer pequenos terrenos às margens, antes cobertos pelas águas.
Aluvião própria, o acréscimo de terras paulatino se dá em virtude da ação das águas, responsáveis por esse depósito de terras.
No caso da aluvião se formar diante de um terreno, com proprietários distintos, a cada um caberá a propriedade das terras na proporção de suas testadas, partindo a linha imaginária de onde era a antiga margem, conforme se depreende da leitura do art. 1.250, parágrafo único:
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
Quando a aluvião se der em águas públicas, a propriedade desses acréscimos será do domínio público, conforme adverte o art. 16, §1º do Código de Águas: § 1º Os acréscimos que por aluvião, ou artificialmente, se produzirem nas águas públicas ou dominicais, são públicos dominicais, se não estiverem destinados ao uso comum, ou se por algum título legítimo não forem do domínio particular.
Para regularizar as terras acrescidas por meio da aluvião, o proprietário pode propor ação de retificação de área. Esta terá por objeto a regularização do registro do imóvel, alterando as informações constantes na matrícula do imóvel. A natureza dessa ação é puramente declaratória haja vista que o que o proprietário pretende é a regularização das terras acrescidas a seu terreno
1. ACESSÃO POR ABANDONO DE ÁLVEO
Vale dizer, apropriar-se do leito de um rio que se secou, que pertencerá aos proprietários ribeirinhos. Se o rio retornar ao leito antigo, recompor-se-á a situação anterior (art. 1.252, CC).
“Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.”
O Código das Águas prevê:
“Art. 9º Álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto.
Art. 10. O álveo será público de uso comum, ou dominical, conforme a propriedade das respectivas águas; e será particular no caso das águas comuns ou das águas particulares.
§ 1º Na hipótese de uma corrente que sirva de divisa entre diversos proprietários, o direito de cada um deles se estende a todo o comprimento de sua testada até a linha que divide o álveo ao meio.
§ 2º Na hipótese de um lago ou lagoa nas mesmas condições, o direito de cada proprietário estender-se-á desde a margem até a linha ou ponto mais conveniente para divisão equitativa das águas, na extensão da testada de cada quinhoeiro, linha ou ponto locados, de preferência, segundo o próprio uso dos ribeirinhos.
Art. 26. O álveo abandonado da corrente pública pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham direito a indenização alguma os donos dos terrenos por onde as águas abrigarem novo curso.
Parágrafo único. Retornando o rio ao seu antigo leito, o abandonado volta aos seus antigos donos, salvo a hipótese do artigo seguinte, a não ser que esses donos indenizem ao Estado.
Art. 27. Se a mudança da corrente se fez por utilidade pública, o prédio ocupado pelo novo álveo deve ser indenizado, e o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense da despesa feita.”
Não se pode confundir o álveo abandonado, em que o rio seca, com a aluvião imprópria, em que parte do álveo descobre-se em razão de um desvio no curso das águas. Deve originar-se de forças naturais, pois, se oriundo de motivo de utilidade pública passa a pertencer a posse do álveo abandonado à pessoa de Direito Público que houver desapropriado, indenizando-se aquele que perdeu suas terras, nos moldes de uma desapropriação indireta, no entanto, por se
tratar de um acontecimento natural, os donos dos terrenos por onde o rio inaugurar novo curso não terão direito a indenização.

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