Buscar

Apost NOVA AXVET - AP+ Mód 2

Prévia do material em texto

FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 2 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 2
 
Auxiliar Veterinário 
 
MÓDULO II 
 
Sumário 
 
 
Etapas da Vida do Cão 03 
Desenvolvimento do Cachorro 09 
Desenvolvimento do Gatinho 19 
Nutrição dos Animais 24 
Alimentando os Gatos 37 
Medicina Preventiva 40 
Calendário de Vacinação 46 
Endoparasitos 50 
Ectoparasitos 55 
Doenças dos Cães 59 
Principais Enfermidades dos Gatos 70 
Zoonoses 76 
Os Sinais Vitais 81 
Primeiros Socorros 84 
Princípios Cirúrgicos 100 
Aplicação de Medicamentos 104 
Os Diferentes Estabelecimentos Veterinários 114 
Pet Shop e Banho e Tosa 118 
Contenção e Transporte de Animais 121 
Espécies Exóticas e alguns Pássaros 125 
Trabalho em Equipe 131 
Atendimento ao Público 136 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º edição – maio/2009 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 3
 
2o MÓDULO 
 
AAuullaa 2211 As etapas da vida do 
cão 
 
A amamentação 
 
O final do metaestro (período correspondente à 
gestação ou à pseudogestação) é caracterizado por uma 
queda dos níveis de progesterona no sangue e por uma 
elevação temporária dos estrógenos, permitindo a 
dilatação do colo do útero e um aumento da prolactina, 
hormônio que permite a produção do colostro e depois 
do leite. 
 
Estas variações hormonais são idênticas numa cadela gestante e numa cadela 
não gestante, o que explica a freqüência de "lactação nervosa" ou "lactação de 
pseudogestação". Este fenômeno é observado em matilhas de cães selvagens e atinge 
essencialmente as cadelas de posição hierárquica inferior que podem então servir de 
"amas de leite" em caso de perturbações na lactação de cadelas dominantes. Assim, 
como em muitas outras espécies de mamíferos, a pseudogestação ressalta de forma 
evidente a importância do fator psicológico no desencadeamento da lactação. 
 
A lactação na cadela 
 
Dada a importância do fator psíquico, é compreensível que uma cadela que não 
se sente à vontade com a sua maternidade, contrariada pela escolha do seu ninho ou 
até anestesiada por uma cesariana, apresenta um atraso no aparecimento do leite. 
Este problema pode ser contornado, modificando as condições ambientais, 
utilizando produtos fito-homeopáticos ou ainda administrando medicamentos 
antieméticos que estimulam a secreção de prolactina pelo sistema nervoso central. 
 
Uma vez expulsos os primeiros cachorros, a excreção 
do leite é mantida por um reflexo neuro-hormonal. O ato de 
mamar ou a massagem dos mamilos, estimulam a secreção 
de uma outro hormônio, a ocitocina, que por sua vez lança o 
leite nos canais galactóforos. Este mecanismo é proporcional 
ao número de cachorros amamentados e permite que a 
produção de leite seja adaptada ao seu apetite. Os cachorros 
tornam-se de certa forma, prioritários em relação à saúde da 
mãe. 
 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 4
A produção de leite 
 
O primeiro leite, chamado colostro, é secretado pela mãe nos dois primeiros dias 
após o parto. Não tem nem o aspeto nem a composição do leite clássico. Na verdade, 
ele é amarelado e translúcido a ponto de se poder confundir com pus. 
 
O colostro é muito mais rico em 
proteínas do que o leite: além das suas 
qualidades nutritivas, ele permite estimular a 
primeira defecação dos cachorros e fornece-
lhes 95% dos anticorpos (imunoglobulinas) 
necessários para ficarem protegidos contra 
as infecções. Assim, a mãe transmite-lhes de 
forma passiva a sua "memória imunológica", 
por um período de cinco a sete semanas, 
enquanto os cachorros se vão tornando 
capazes de se defender das infecções. 
 
Os cachorros são capazes de absorver estas "defesas maternas" durante um 
período que não vai além das 48 horas após o parto. Após o qual estes anticorpos 
seriam destruídos pelo estômago antes da sua absorção e perderiam assim toda a sua 
eficácia. Nesse caso, os cachorros estariam protegidos apenas pelos anticorpos que 
atravessaram a barreira placentária durante a gestação (não mais de 5 %). 
 
Em poucos dias o colostro é substituído por leite, cuja composição depende do 
tamanho da raça da cadela (raças grandes têm um leite mais rico em proteínas), das 
aptidões genéticas individuais e da mama em questão (as mamas posteriores são mais 
produtivas). 
 
A lactação tem uma duração média de seis semanas 
após o parto, com o pico de produção máxima às três 
semanas. 
 
Nas semanas seguintes, o decréscimo da produção 
de leite incita a mãe a regurgitar alimentos para 
complementar a alimentação dos cachorros. Estes começam 
a ficar interessados no alimento que a mãe consome. Este 
período assinala o início de um desmame progressivo, que 
terminará por volta da sexta semana com a passagem para a 
alimentação de crescimento. 
 
 
Alimentação da cadela em lactação 
 
Em resumo, a escolha do alimento de "lactação" deve ter em consideração os 
seguintes critérios:] 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 5
- A apetência do alimento: dependendo particularmente da qualidade e da quantidade 
de gorduras e de proteínas de origem animal, 
 
- a alta digestibilidade, que permite uma boa assimilação do 
alimento num volume razoável (evita as dilatações 
abdominais após as refeições, reduz o volume e melhora a 
consistência das fezes), 
 
- o elevado conteúdo energético, que orienta a escolha 
para uma alimentação seca, 
 
- a qualidade e a quantidade das proteínas, 
indispensáveis para o desenvolvimento esquelético e 
muscular dos cachorros, 
 
- os níveis de cálcio, magnésio e vitamina D, que devem ser suficientes para diminuir 
os riscos de eclampsia (crises convulsivas durante a lactação), principalmente nas 
cadelas de raças pequenas com ninhadas numerosas. 
 
Aleitamento artificial complementar 
 
Quando a produção de leite durante as primeiras três semanas de lactação for 
insuficiente para satisfazer as necessidades de todos os cachorros (freqüente nas 
cadelas primíparas), é aconselhável fornecer a toda a ninhada um substituto do leite 
em vez de retirar e alimentar um ou dois cachorros exclusivamente com um leite 
artificial. 
 
Como os cachorros mamam espontaneamente 
mais de vinte vezes por dia, será difícil para o 
proprietário manter este ritmo de aleitamento. É 
suficiente alimentá-los a cada três horas na primeira 
semana, adotando um ritmo regular e respeitando 
imperativamente os tempos de sono (durante primeira 
semana de vida, os cachorros passam de mais de 90% 
do tempo dormir) indispensáveis aos fenômenos de 
ligação e impregnação. 
 
 
 
Embora seja possível para um 
proprietário adaptar o leite de vaca para 
alimentar os cachorros, a utilização de um 
substituto artificial do leite materno mostra-se 
muito mais adequada, principalmente devido 
ao fornecimento controlado em lactose. 
 
A fim de economizar tempo e dinheiro, 
os substitutos do leite materno apresentam-se 
sob a forma de pó. Além disso, esta apresentação seca diminui os riscos de ocorrer 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 6
diarréias nos cachorros, cuja acidez gástrica ainda é insuficiente para esterilizar o bolo 
alimentarde um modo eficaz. 
 
Depois da adição de água e do seu aquecimento a 37o C, o leite é administrado 
através de um biberon, ou, se o animal se recusar a mamar, através duma sonda (tipo 
sonda urinária). Quando o leite é administrado por via oral com a ajuda de uma seringa, 
ele deve ter uma consistência de papa mais espessa, para estimular o reflexo de 
deglutição e diminuir os riscos de "falso trajeto" (passagem para a árvore respiratória, 
responsável por uma pneumonia por aspiração). 
 
 Quando o proprietário não tiver condições de adquirir um suscedâneo do leite do 
tipo comercial, pode-se fazer receitas caseiras, tendo o cuidado de não armazenar o 
produto por mais de 2 dias na geladeira. 
 
Exemplo de substituto de leite para cachorros: 
- meia lata de creme de leite 
- 1 lata de leite de vaca 
- 1 gema de ovo 
- 1 grama de suplemento vitamínico em pó 
 
Outra opção seria a adoção dos filhotes por outra fêmea em lactação, tomando o 
cuidado de verificar a aceitação dos mesmos pela cadela. 
 
 
O desmame 
 
Como em qualquer mudança nos hábitos 
alimentares, o desmame é uma fase progressiva 
que possibilita uma transição lenta da dieta láctea 
para um alimento de crescimento. É a 
alimentação que se deve adaptar à evolução da 
capacidade digestiva do cachorro e não o inverso. 
 
 
 
O início do período de desmame é naturalmente 
imposto pela diminuição da produção de leite pela 
cadela. Tendo atingido o seu nível máximo de 
produção, esta torna-se incapaz de satisfazer as 
necessidades crescentes dos cachorros. 
 
Nos cães de raças pequenas, a lactação cobre 
o período de crescimento mais intenso dos cachorros, 
satisfazendo assim as suas necessidades máximas. 
 
Por outro lado, os cachorros de raças médias e 
grandes são desmamados mais cedo, e o leite materno é "abandonado" num momento 
crítico do seu crescimento. Assim, embora o período de lactação seja mais penoso 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 7
para as cadelas de raças pequenas do para as gigantes, ocorre o inverso para os 
cachorros. 
 
Qualquer que seja o modo de aleitamento, o desmame deve 
ser sempre uma transição alimentar progressiva, que começa por 
volta das três semanas de idade e termina em torno das 7 a 8 
semanas. Durante este período a mãe começa a tornar-se menos 
solidária com os cachorros, afirmando inclusivamente a sua 
precedência alimentar. Não é recomendado separar 
completamente os cachorros da sua progenitora antes desta 
data, para evitar mais uma fonte de stress a um período que já 
é por si só, muito sensível à drástica variação da dieta. 
 
Uma solução consiste em isolar progressivamente os 
cachorros durante o dia, e juntá-los novamente à mãe 
durante a noite. 
 
As exigências nutricionais dos cachorros no período de 
desmame são comparáveis qualitativamente às exigências da mãe 
no final da lactação (período de reposição das suas reservas), o que 
facilita consideravelmente a tarefa do proprietário. 
 
Com efeito, se não houver a possibilidade de fornecer "papas de desmame", o 
proprietário poderá colocar à disposição dos cachorros alguns croquetes para cães 
(alimento de crescimento) misturados com água morna ou leite de substituição. 
Progressivamente, este alimento será cada vez menos diluído para que no final do 
desmame seja fornecido sem qualquer tipo de manipulação. 
 
É necessário reter que a utilização de uma 
alimentação caseira requer sempre uma adição de 
minerais ao alimento base, sob a forma de 
suplementos comerciais: casca de ovo esmagada ou 
farinha de osso, para que a mineralização do esqueleto 
se processe de forma adequada. O reajuste diário que 
é necessário realizar com esta suplementação, torna 
esta prática rara nos dias de hoje. 
 
Inversamente, o acréscimo de um suplemento 
mineral a um alimento já equilibrado (comercial) 
apresenta o risco, mesmo nas grandes raças, de 
calcificações precoces e irreversíveis comprometendo 
gravemente o futuro dos cachorros. 
 
As necessidades em cálcio são avaliadas em 
função do peso dos cachorros: cerca de 400 mg/kg no 
início do crescimento, atingindo no final do crescimento 
as necessidades de adulto, estimadas em 200 mg/kg. 
 
A título de exemplo, um cachorro em crescimento com 30 kg terá necessidades 
de cálcio seis vezes superiores às de cachorro com 5 kg no mesmo estágio de 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 8
desenvolvimento. Em compensação, as suas necessidades energéticas serão apenas 
quatro vezes superiores. 
 
É por este motivo que é de extrema importância alimentar o cachorro com um 
alimento cuja relação cálcio/energia esteja adaptada ao seu potencial de crescimento. 
 
A alimentação da ninhada com uma ração seca ad libitum evita habitualmente a 
disputa de alimento entre os cachorros, controlando assim as diarréias por consumo 
excessivo. Durante o início do desmame, é aconselhável repartir a quantidade diária do 
alimento em três ou quatro refeições diárias, durante um tempo limitado (15 minutos), 
para prevenir a ocorrência de obesidade. 
 
Após o desmame, é recomendado um ritmo de 
duas refeições por dia. 
 
A obesidade que surge quando as células de 
gordura estão a sofrer uma multiplicação rápida 
(conhecida como obesidade hiperplásica), é muito mais 
difícil de tratar do que um excesso de gordura 
adquirida na idade adulta (conhecida como obesidade 
hipertrófica). Durante o período de crescimento, 
qualquer desequilíbrio nutricional vai afetar os tecidos 
em formação. 
 
Como os cachorros de raças pequenas são desmamados em pleno período de 
constituição do tecido adiposo, estão predispostos à obesidade se consumirem 
alimentos em excesso. Uma ligeira subalimentação é por isso menos prejudicial do que 
uma sobrealimentação. Além disso, enquanto que um pequeno atraso ponderal pode 
ser compensado posteriormente, a obesidade, quando ocorre durante o período de 
crescimento será dificilmente reversível na idade adulta. 
 
Nos cachorros de raças grandes, pelo contrário, o desmame ocorre durante a 
fase de crescimento esquelético. Uma insuficiência alimentar em proteínas ou em 
cálcio vai afetar a formação dos ossos (osteofibrose). Inversamente, um consumo de 
energia em excesso acelera o crescimento, o que torna o cachorro vulnerável a várias 
perturbações, como por exemplo displasias articulares ou osteodistrofia hipertrófica. 
 
O Desmame do Gatinho 
 
Constitui uma necessidade fisiológica, tanto 
para o gatinho como para a mãe. O gatinho 
evidencia necessidades nutricionais crescentes 
enquanto que a lactação começa a decrescer por 
volta da 5» ou 6» semana após o parto. A 
alimentação láctea passa então a ser insuficiente 
para satisfazer as exigências da ninhada. 
Paralelamente, o gatinho desenvolve-se, as suas capacidades digestivas evoluem e o 
seu organismo prepara-se para uma alimentação sólida. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 9
A partir das 4 a 5 semanas de vida, o gatinho pode demonstrar interesse pela 
alimentação da mãe, começando por lamber o alimento que está perto da boca desta. 
De forma a que os jovens tenham acesso ao comedouro, este deve ser largo e com 
rebordos bastante baixos. Para além disso, se a apresentação do alimento for sob a 
forma de croquetes, estes devem ser de pequenas dimensões para facilitar a preensão 
dos gatinhos. Desde que se trate de um alimento adaptado, é aconselhável administrar 
à mãe, durante a lactação, um alimento idêntico ao que os gatinhos irão receber no 
pós-desmame. Evitar-se-á assim adicionar outro fator de stress ( a mudança de 
alimentação) ao período de desmame. 
Evolução da capacidade 
digestiva do cachorro 
À medida que o cachorro se desenvolve, 
ocorrem várias mudanças graduais que são 
responsáveispela evolução da sua capacidade 
digestiva. Citando apenas um exemplo, a 
quantidade de enzimas digestivas capazes de 
digerir a lactose diminui progressivamente, 
enquanto que a aptidão para digerir o amido cozido é desenvolvida muito mais 
lentamente. 
 
Estas variações explicam o fato de alguns cachorros não tolerarem o leite de 
vaca (que é três vezes mais rico em lactose do que o leite de cadela), bastando 
diminuir a quantidade fornecida para controlar a diarréia, causada por uma saturação 
da capacidade enzimática. Estas alterações são essencialmente determinadas 
geneticamente e dependem pouco dos hábitos alimentares impostos aos cachorros. 
 
AAuullaa 2222 As primeiras etapas 
no desenvolvimento do 
cachorro 
Desenvolvimento físico 
 
Os cachorros crescem devido à construção e 
maturação de vários tecidos. Estes tecidos, de natureza 
diferente, não se formam todos ao mesmo tempo nem à 
mesma velocidade, o que explica a variação das 
necessidades alimentares dos cachorros, tanto no plano qualitativo quanto quantitativo. 
 
Poderíamos comparar o desenvolvimento físico à construção de uma fábrica. 
Esta, começa por um projeto (o sistema nervoso) e prossegue pela instalação de 
máquinas (o esqueleto). Para fazer funcionar estas "máquinas", serão então 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 10
necessários operários (os músculos) que irão reivindicar em seguida uma proteção 
social (a gordura). 
 
Esta imagem, apesar de ser demasiado simplista, visto que estas fases são 
naturalmente progressivas e simultâneas, apresenta o interesse de sublinhar os riscos 
inerentes a cada estágio de desenvolvimento do cachorro e ilustra: 
 
- a razão pela qual existe uma insuficiente reserva 
energética no cachorro ao nascimento. A gordura só 
é depositada numa fase mais tardia do 
desenvolvimento do cachorro, apesar de ser a 
principal fonte de armazenamento de energia. A 
única fonte de energia que o recém-nascido contém 
é constituída pelas pequenas reservas de glicogênio 
(fígado e músculos), as quais cobrem apenas as 
necessidades referentes às doze horas após o 
parto. O cachorro, fica deste modo dependente das 
condições térmicas exteriores, até ao aparecimento 
do reflexo do calafrio (depois do 6¼ dia), 
desenvolvimento do tecido adiposo (final da terceira 
semana) e aparecimento dos mecanismos de 
regulação térmica. 
 
- a variação existente entre as necessidades alimentares das várias raças e, para um 
mesmo indivíduo, durante as diferentes fases do seu desenvolvimento. A composição 
do corpo evolui durante o crescimento no sentido de uma diminuição do seu teor em 
água e em proteínas, para favorecer um aumento das gorduras e dos minerais. 
 
- a obesidade, que ameaça as raças pequenas de forma muito mais precoce que as 
raças grandes. 
 
Uma pesagem diária dos cachorros, 
sistematicamente à mesma hora, permite 
controlar o seu crescimento. Os cachorros de 
raças grandes, que multiplicam o seu peso por 
100 até atingir a idade adulta, merecem uma 
atenção e uma vigilância especial. 
 
De uma forma geral, um cachorro que 
não ganhe peso durante dois dias consecutivos 
deve ser cuidadosamente vigiado. A causa 
responsável pelo atraso de crescimento deve 
ser rapidamente pesquisada. Esta causa pode 
estar relacionada com a mãe se toda a ninhada 
apresentar o mesmo problema (leite 
insuficiente ou tóxico), ou a fatores individuais se apenas alguns cachorros apresentam 
este atraso (fenda palatina, competição alimentar). 
 
Visto que durante este período a morbidade e a mortalidade da ninhada podem 
aparecer de forma rápida e inesperada, o proprietário deve controlar outros 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 11
parâmetros, nomeadamente: observação dos cachorros a mamar, escuta de gemidos, 
a observação do comportamento materno, a apreciação da vitalidade, da temperatura 
retal e do estado de hidratação dos cachorros. 
 
Desenvolvimento comportamental dos cachorros 
 
Antes do desmame, a mãe assume, 
muito mais do que o pai, uma parte ativa no 
desenvolvimento físico e comportamental dos 
cachorros, parte que se mostrará 
determinante para o equilíbrio e integração 
posterior destes no seu novo meio social. 
 
 
Sem estudar aqui o conjunto das 
etapas do desenvolvimento do cachorro, já 
que a sua cronologia difere substancialmente 
de raça para raça (as raças pequenas são 
mais precoces), um elevado número de erros 
ou de inconvenientes podem ser evitados, 
pelo simples conhecimento dos períodos mais 
favoráveis à aprendizagem ou sensíveis à 
aversão. 
 
O desenvolvimento nervoso do cachorro não está completo ao nascimento. Com 
efeito, ele nasce surdo, cego, dotado de muito pouco olfato e de um sistema nervoso 
desmielinizado, ou seja incapaz de conduzir rapidamente os impulsos nervosos. O 
conhecimento das etapas do seu desenvolvimento motor, psíquico e sensorial, é útil 
para o diagnóstico precoce de certas anomalias, mas principalmente para dirigir o 
desenvolvimento do cachorro no sentido da sua eventual utilidade. Assim, a partir da 
quarta semana, é possível proceder ao diagnóstico precoce da surdez nas raças 
predispostas (Dálmata, Dogue argentino, etc). 
 
Durante as duas primeiras semanas de idade, é 
útil verificar o instinto materno da reprodutora 
(especialmente a limpeza dos cães, indispensável para 
os seus reflexos de defecação e de micção) e vigiar o 
aleitamento, colocando os cachorros menos vigorosos 
ou os mais subordinados nas mamas que produzem um 
leite mais rico. Por vezes, é necessário controlar as 
unhas dos cachorros, as quais podem traumatizar as 
mamas e levar a uma recusa de aleitamento. 
 
Os etologistas têm por hábito dividir o período de 
maturação do cachorro em quatro etapas sucessivas: 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 12
O período pré-natal 
 
Os fetos no útero não estão totalmente isolados 
do meio exterior. O desenvolvimento das técnicas de 
ecografia permitiu observar as várias reações dos 
fetos quando se realiza na mãe, uma palpação 
abdominal a partir da quarta semana de gestação. O 
seu sentido do tacto desenvolve-se portanto muito 
cedo, e nada impede pensar que seriam sensíveis às 
festas feitas à mãe durante a gestação. Da mesma 
forma, o stress da mãe pode aparentemente ser 
sentido pelos cachorros, podendo levar a abortos, 
atrasos de crescimento intra-uterino, dificuldades de 
aprendizagem depois do nascimento ou até a 
deficiências imunológicas. 
 
Finalmente, embora o olfato se desenvolva apenas após o nascimento, o sentido 
do gosto aparece mais precocemente: parece que a alimentação consumida pela mãe 
durante a sua gestação, pode de alguma forma orientar as posteriores preferências 
alimentares dos seus cachorros. 
 
O período neonatal 
 
O período neonatal tem início no 
nascimento e termina com a abertura das 
pálpebras. Foi frequentemente chamado "fase 
vegetativa", visto que a vida do cachorro 
parece estar dominada pelo sono e por 
algumas atividades reflexas. Durante esta 
fase, o cachorro apenas reage aos estímulos 
tácteis e move-se em direção às fontes de 
calor, rastejando. Este tipo de movimento é 
possível pelo desenvolvimento do sistema 
nervoso central que se mieliniza na direção 
anterior-posterior permitindo, desta forma, a 
motricidade dos membros anteriores antes da 
dos membros posteriores. 
 
 
Se excluirmos os fenômenos reflexos, a 
percepção dolorosa é a última a aparecer no 
desenvolvimento neurológico, o que explica 
que algumas pequenas intervenções cirúrgicas podem ser realizadas sem anestesia 
durante este período. 
 
Durante o período neonatal, basta confinar a mãe e a sua ninhada numa 
maternidade quente e acolhedora. Se o instinto materno parece falhar, ou se a ninhadafor pouco numerosa, é possível completar os estímulos tácteis dos cachorros 
explorando a normalidade dos seus reflexos (reflexos de micção, de defecação, de 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 13
mamar, educação gustativa). Os outros estímulos (música, brinquedos, cores, etc.) 
ainda são inúteis nesta idade e apenas perturbam o sono da ninhada. 
 
O Período de Transição 
 
 
Também chamada "fase de despertar", 
corresponde ao período de abertura das pálpebras 
(por volta dos 10 a 15 dias de idade). Este período 
termina assim que o cachorro começa a ouvir, ou 
seja, a reagir aos ruídos (perto da quarta semana). 
Mesmo que a visão ainda não esteja perfeita nesta 
fase, a persistência de comportamentos tais como o 
escavar ou as explorações tácteis, permitem 
suspeitar de perturbações na visão. 
 
 
O Período de Socialização 
 
Como o seu nome indica, o período de 
socialização representa para os cachorros uma 
fase de aprendizagem da vida social. Começa por 
um período de atração (não têm medo de nada) e 
prossegue geralmente por um período de aversão 
(medo de tudo o que é novo). Os cachorros 
tornam-se progressivamente capazes de 
comunicar, e adquirem o sentido da hierarquia 
interpretando as represálias maternas, os sinais 
olfativos e de postura. 
 
Se, por falta de tempo ou de observação, 
não se aproveita o período de atração do cachorro 
(geralmente 3 a 9 semanas) para o acostumar ao 
seu futuro ambiente, será muito mais difícil retificar 
os maus hábitos adquiridos. 
 
Este período, extremamente sensível e 
maleável, pode ser explorado pelo proprietário ou 
criador para: 
 
- favorecer os contactos com os futuros proprietários (em especial com as crianças) 
caso se trate de um animal de companhia, e com os indivíduos com os quais deverá 
conviver em paz (carteiros, gatos, ovelhas), 
 
- habituar o cachorro aos estímulos que encontrará na sua vida futura (barulhos, odores 
de roupa, tiros se tratar de um cão de caça como o Setter ou o Perdigueiro, carros, 
helicópteros, etc.), 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 14
 
- reforçar a aprendizagem da hierarquia, impondo-lhe, se 
necessário, posturas de submissão (segurando-o pelo 
dorso ou pela pele do pescoço). Pelo mesmo método, é 
possível reforçar os comportamentos desejados e 
reprimir as atividades indesejadas; 
 
- motivar os contactos entre cachorros, sancionando 
aqueles que ainda não controlam bem a intensidade da 
sua mordida, 
 
- observar o comportamento dos cachorros para poder 
orientar a escolha dos futuros proprietários, em função 
do caráter de cada um. As tendências para a dominância 
podem ser percebidas a partir desta época, através de 
jogos, de imitações sexuais e dos comportamentos 
alimentares. Em algumas raças (Cocker, Golden), a 
agressividade tornou-se mesmo um motivo de não 
confirmação. 
 
- muitas atitudes ditas "naturais" podem ser adquiridas durante este período, 
principalmente se a mãe estiver habituada a esses estímulos e de evidenciar uma 
postura calma junto da sua ninhada durante o período de aversão. 
 
 Posto isto, aconselham-se classicamente dois períodos propícios para a venda 
dos cachorros: 
 
- a partir da 7° semana, se o proprietário 
entende de educação canina e deseja 
adquirir um cachorro "maleável"; 
 
- no final do período de aversão (pela 12° 
semana), se o cliente procura um cachorro 
"pronto", que já tenha sido socializado e 
ensinado por um profissional. 
 
Em todos os casos, será sempre útil 
orientar a escolha do futuro proprietário, de 
modo a obter um cachorro adaptado às 
suas exigências. Também devem ser 
dados conselhos de socialização que 
deverão ser posteriormente reforçados pelo apoio do Médico Veterinário durante a 
consulta pós-compra. 
 
Para evitar uma ligação demasiado forte do cão ao seu dono (que 
frequentemente se traduz em danos ambientais quando o cão é deixado sozinho), será 
bom lembrar do fenômeno natural de "desligamento" que ocorre antes da puberdade 
quando o cachorro é deixado com a mãe. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 15
AAuullaa 2233 O crescimento do cachorro 
 
O crescimento constitui o período mais crítico da vida do cão, visto que 
condiciona o seu desenvolvimento futuro e inclui fases de elevado risco patológico, 
nomeadamente a fase de crescimento que se segue ao desmame, que é a mais 
intensa. Esta fase é muito delicada porque corresponde ao período em que se 
sucedem numerosas exigências (nutricionais, de medicina preventiva com as primeiras 
vacinações, de desenvolvimento do comportamento), e condiciona: 
 
– o próprio crescimento (ganho de peso que determina o peso atingido na idade adulta) 
e a velocidade de crescimento (ganho de peso por unidade de tempo); 
 
– o desenvolvimento (aquisição da conformação e das 
várias características do adulto) em relação com a 
precocidade do cachorro (ou seja, a velocidade de 
desenvolvimento que permite atingir mais ou menos 
rapidamente o estado adulto fisiológico). O início deste 
período é também o momento em que o cachorro é 
adquirido, separando-o da sua mãe, e levando 
frequentemente a diversas alterações alimentares, do 
modo de vida e das ligações afetivas. 
 
Os cães têm velocidade de crescimento diferente 
 
O crescimento de um cachorro não é linear com o tempo: ou seja, o seu ganho 
de peso diário evolui com o decorrer do tempo. Assim, o ganho de peso diário aumenta 
após o nascimento para alcançar um patamar de duração variável, diminuindo depois, 
à medida que o animal se aproxima da sua maturidade (idade e peso adulto). No plano 
estritamente matemático, a evolução desta velocidade de crescimento (fala-se em 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 16
GMD, ou ganho médio diário) corresponde a uma derivada da função sigmóide 
representada pela curva de crescimento (evolução no peso em função do tempo). 
 
As diferenças entre as raças de 
cães são observáveis desde o 
nascimento: uma cadela Caniche, por 
exemplo, dá à luz três cachorros 
pesando cada um 150 a 200 gramas, 
enquanto que o peso à nascença de 
cachorros Terra Nova (oito a dez 
cachorros) oscila entre 600 e 700 
gramas. Mesmo que um cão adulto de 
raça gigante pese 25 vezes mais que um 
cão de raça pequena, a relação dos seus 
pesos à nascença não ultrapassa um 
fator de 1 para 6. Isto significa que as 
diferentes raças têm diferentes padrões 
de crescimento, sendo a amplitude e a 
duração do crescimento, proporcional ao 
peso final do cão. 
 
O envelhecimento 
 
O envelhecimento é um processo biológico 
progressivo que, na verdade, começa a 
desenvolver-se desde o nascimento do cão, 
intensificando-se até à sua morte. Qualquer que seja 
a espécie, é responsável por modificações celulares, 
metabólicas e orgânicas cuja importância começa a 
ser melhor entendida no cão. 
 
A mudança mais importante é sem dúvida, o 
aumento da variabilidade dentro de uma população 
canina já bem heterogênea, sendo o tamanho 
individual um dos fatores mais importantes. Daqui 
resulta a necessidade de ter uma abordagem crítica 
em relação às tendências gerais baseadas em 
médias, porque, apesar do exame físico pôr em 
evidência uma desaceleração de numerosos processos biológicos no cão idoso, 
algumas afecções patológicas podem também mostrar-se responsáveis por estas 
variações. 
 
Além disso, o recurso a novas teorias fisiológicas que têm os seus fundamentos 
naquilo que se chama a "dinâmica caótica", pode por vezes pôr em causa aquilo que a 
sensatez médica atribui classicamente ao envelhecimento, a saber que este seria 
apenas conseqüência da desregulagem de um sistema vivo ordenado e automático. 
Resultaria no aparecimento de efeitos aleatórios que modificariam osritmos periódicos 
normais do organismo. Mas paradoxalmente, um coração jovem e sadio pode ter um 
comportamento mais fortemente caótico do que um coração velho: um funcionamento 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 17
mais regular acompanha por vezes, sem que isto seja evidentemente a norma, o 
envelhecimento. 
 
 
Mas antes de envelhecer, o cão torna-se "maturo". De fato, biologicamente 
falando, existem duas fases sucessivas na vida de um cão adulto, sendo a fase de 
envelhecimento precedida pela segunda fase. 
 
A maturidade 
 
Antes de atingir a velhice, o cão passa por uma fase 
de maturidade, comparável a um segundo período da sua 
idade adulta (para simplificar, poderíamos falar em fase 
adulta 1 – entre o final do crescimento e a maturidade – e 
fase adulta 2 – período que precede a velhice). A 
maturidade é um período de realização do cão, durante a 
qual se instalam modificações celulares. Apesar destas 
modificações não serem ainda observáveis a olho nu, são 
uma indicação de idade avançada. 
 
O envelhecimento e suas conseqüências 
 
No que diz respeito à composição 
global do organismo, no cão idoso verifica-se : 
 
- um aumento dos depósitos adiposos, sendo 
o animal mais gordo e metabolizando pior os 
seus lipídios; 
 
- uma diminuição na hidratação do organismo, 
comparável a uma desidratação crônica, que 
é prejudicial ao seu bom funcionamento. 
 
Algumas funções não digestivas estão alteradas : 
 
- redução da proteção imunológica, 
 
- diminuição da resistência ao frio e das 
capacidades de luta contra o calor, 
 
- redução gradual da função renal, 
 
- desmineralização lenta do esqueleto, 
 
- destruição das membranas celulares devido ao 
"stress oxidativo membranário", 
 
- aumento dos casos de insuficiências hepáticas 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 18
ou cardíacas, 
 
 
- aumento evidente da freqüência de tumores, malignos ou benignos, 
 
- o pêlo torna-se baço e a pele laxa. 
 
 As funções digestivas também são atingidas : 
 
- a dentição pode-se tornar um problema para o animal, com o aumento da formação 
de tártaro (o qual deve ser tratado), podendo causar inflamações e infecções nas 
gengivas que podem conduzir à perda dos dentes; 
 
- à medida que o cão engorda, a saliva é produzida em menor quantidade pois o tecido 
adiposo invade as glândulas salivares; 
 
- a passagem dos alimentos através do 
trato intestinal é mais lenta, devido a um 
decréscimo do tônus muscular 
intestinal. Assim, o cão pode evidenciar 
fases obstipação, às quais se seguem 
frequentemente episódios de diarréias; 
 
- o intestino torna-se progressivamente 
menos capaz de se adaptar a uma 
modificação do alimento. Por esta 
razão, a alimentação deve permanecer 
constante. A absorção dos nutrientes é 
menos eficiente, sendo necessário 
fornecer um alimento hiperdigerível. 
 
Finalmente, os sentidos e o 
comportamento do cão também sofrem modificações: 
 
- queda da acuidade visual e perda da visão são freqüentes, 
 
- o sentido do olfato pode estar diminuindo, 
 
- o animal torna-se apático, pois fica mais fraco e menos resistente. Assim, deve-se 
fornecer um alimento com baixo teor energético. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Um cão da raça Pinscher cresce da mesma maneira que um São 
Bernardo? Por que? 
 
2. O que acontece com o animal na velhice? Explique resumidamente. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 19
AAuullaa 2244 O desenvolvimento do gatinho 
 
Entre o nascimento e a idade adulta o gatinho 
adquire inúmeras capacidades. As principais 
modificações podem ser observadas antes do 
desmame, ou seja, enquanto ainda são amamentados 
pela mãe. 
 
 
Os 5 sentidos 
 
Quando nasce, o gatinho possui já um olfato 
bastante desenvolvido, o que lhe permite encontrar a 
mãe num raio de 50 cm. De igual forma é capaz de 
diferenciar os 3 sabores fundamentais: doce, salgado 
e amargo, sendo estes dois últimos pouco 
apreciados. Por outro lado, o gatinho nasce cego e 
surdo. 
 
O animal adquire estes dois sentidos quase em 
simultâneo. A audição surge por volta dos 5 dias de 
idade, mas a orientação em função do som só é 
conseguida por volta dos 14 dias. O animal só irá 
adquirir as capacidades auditivas da idade adulta ao 
atingir 1 mês de vida, passando então a reconhecer a 
voz da mãe. 
 
 
O gatinho abre os olhos 
entre os 7 e os 15 dias após o 
nascimento. Precisará ainda de 
mais 3 a 4 dias para adquirir a 
noção de profundidade de 
campo. A adaptação à aquisição 
simultânea da visão e da 
audição requer vários dias. O 
gatinho possui desde muito cedo 
o sentido de equilíbrio, ainda que 
de início se mostre um pouco 
desajeitado. 
 
 
 
Até às 2 semanas de idade, o gatinho tem alguma dificuldade em coordenar os 
movimentos. A locomoção sobre as 4 patas inicia-se por volta dos 17 dias e a 
aquisição da agilidade suficiente para conseguir coçar as orelhas com a pata posterior 
aproximadamente às 3 semanas. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 20
 
As grandes regiões anatômicas não se desenvolvem todas ao mesmo ritmo. 
Assim, o gatinho nasce com uma cabeça relativamente grande, seguidamente observa-
se um alongamento dos membros: o animal parece ser muito alto, com uma locomoção 
desengonçada. Finalmente, o resto do corpo desenvolve-se, apresentando as 
proporções típicas do adulto. 
 
O crescimento do gatinho 
 
O crescimento do gatinho pode ser 
acompanhado através do seu aumento de peso. O 
peso é um critério facilmente registável. Deve ser 
obtido diariamente, à mesma hora, em todos os 
gatinhos da ninhada. Este registro permite visualizar 
a evolução do peso, gatinho a gatinho, e compará-
los entre si. 
 
Um gatinho deve aumentar de peso todos os 
dias. Alguns pontos de referência permitem avaliar 
se o crescimento se está a processar de forma 
normal. Se um gatinho não aumentar de peso 
durante dois dias consecutivos, ou perder peso, 
será conveniente determinar a causa: 
subalimentação da mãe, doença… 
 
O crescimento normal de um gatinho desde a 
concepção até ao tamanho adulto processa-se em 3 
fases: 
 
• No período neo-natal aproximadamente os 4 primeiros dias 
de vida, a velocidade de crescimento pode ser muito variável, 
principalmente em função das condições do parto. Se este tiver 
sido difícil, os gatinhos poderão evidenciar uma estagnação, 
mas raramente perdem peso. Durante o período exclusivamente 
de amamentação, representado pelas quatro primeiras 
semanas, o crescimento é regular, linear e permite para além 
disso prever o peso em função da idade. Assim, o peso do 7° ao 
10° dia é igual ao dobro do peso à nascença. O peso à 4° 
semana é igual a 4 vezes o peso de 
nascimento. 
 
• O período pré-desmame : período de transição 
alimentar que vai da 4a à 7a semana de idade. Por volta 
das 4a a 5a semanas, observa-se uma redução da 
velocidade de crescimento, correspondente a um 
decréscimo da lactação, associada a um subconsumo 
transitório de alimentos. Por volta da 7» semana, é 
observável um novo impulso no crescimento, que assinala 
o final do período de desmame: o gatinho consome uma 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 21
grande quantidade de alimentos sólidos que permitem a sua evolução. Atenção, 
mesmo durante este período de transição o gatinho continua a engordar. Geralmente, o 
peso às 8 semanas é igual a 2 vezes o peso à 4» semana, ou seja, 8 vezes o peso à 
nascença; 
 
• O período pós-desmame : ao fim de 8 semanas inicia-se o período de autonomia do 
gatinho, que corresponde à expressão das suas potencialidades genéticas. A 
variabilidade individual expressa-se então plenamente. O gatinho passaa alimentar-se 
por si só, à descrição, e cresce então até ao seu tamanho de adulto. Uma vez atingido 
o tamanho adulto, por volta dos 10-12 meses, o gato deve normalmente conservar o 
peso constante. 
 
Fatores que influenciam o crescimento do gato 
 
 Dentre os fatores que influenciam o 
crescimento do gatinho distinguem-se os 
fatores intrínsecos, dominados pela genética 
(raça, sexo, patrimônio genético dos pais, 
mecanismos hormonais), e os fatores 
extrínsecos constituídos pelo meio ambiente 
no sentido mais amplo, representado 
fundamentalmente pela alimentação da mãe e 
depois do gatinho, influenciado por condições 
sanitárias e sociais (condições de criação, tipo 
de vida e qualidades maternais). 
 
Fatores intrínsecos 
 
• A raça : tal como na maioria das espécies vivas, quanto 
mais pesada for a raça, mais rápido é o crescimento; 
 
• O sexo : pouco nítido à nascença, o dimorfismo sexual 
aumenta com a idade, os machos tornam-se 
significativamente mais pesados do que as fêmeas entre as 
6 e as 12 semanas de vida. O macho evidencia assim um 
potencial de crescimento superior ao da fêmea, mas também 
mais tardio, uma vez que o seu crescimento se prolonga 
algumas semanas para além do das fêmeas; 
 
• Os fatores familiares : o gatinho recebe, metade do 
seu material genético da mãe e a outra metade do pai e 
este conjunto vai remodelar-se entre si. Os caracteres 
familiares podem assim, dentro de uma mesma raça, 
traduzir-se em indivíduos de corpulência, tamanho ou 
tipo morfológico diferente, fator amplamente utilizado na 
seleção; 
 
• O peso da mãe : este parâmetro não é independente 
da raça e dos fatores familiares. Quanto mais pesada 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 22
for a mãe (simultaneamente de grande porte e em bom estado físico) mais rápido será 
o crescimento, o que se explica em parte pelas qualidades do leite materno. 
 
• Os fatores genéticos individuais : a mistura dos genótipos materno e paterno leva à 
formação de um indivíduo único, criando variações individuais dentro da mesma 
ninhada. É por este motivo que, para calcular melhor o crescimento do jovem animal, é 
preferível utilizar a média das medidas dos pais. 
 
• Os fatores hormonais : a seguir ao nascimento 
determinadas hormônios sintetizadas pelo jovem orientam o 
seu crescimento. Contrariamente ao que se passa na espécie 
humana, as perturbações hormonais endógenas passíveis de 
perturbar o crescimento são raras no gatinho. A diabetes 
juvenil é mais marcada por distúrbios metabólicos do que por 
problemas de crescimento. O hipotiroidismo é muito raro, o 
nanismo um caso excepcional. Finalmente as raras 
anomalias responsáveis por uma secreção anormal dos 
hormônios sexuais parecem perturbar muito pouco o 
crescimento do gatinho. Aliás, a esterilização precoce não 
altera nem o aumento ponderal nem o crescimento em 
termos de "estatura", ou seja, o porte adulto definitivo. 
 
Em contrapartida, a utilização terapêutica de 
hormônios no gatinho pode perturbar de forma assinalável o equilíbrio endócrino 
natural e, consequentemente, modificar o crescimento. Deve ser realizada com grande 
prudência e unicamente por razões médicas. 
 
Fatores ambientais 
 
• A higiene do gatil e o stress ambiental : O 
período de amamentação é muito exigente 
para a mãe e sensível para o gatinho. Como 
tal, a higiene deve ser rigorosa a partir do 
período que antecede o parto, incluindo quer o 
material colocado à disposição da gata quer o 
local onde se encontrem os gatinhos. Uma 
higiene deficiente pode fragilizar a mãe e a 
ninhada. Para além disso, quando a gata é 
constantemente perturbada, a amamentação 
ressente-se. 
 
O crescimento do gatinho processa-se, como no caso de todos os animais 
jovens, durante o sono. Durante os primeiros dias de vida, o gatinho dorme quase 
continuamente e mama sempre que é acordado pela mãe através de lambidelas. 
Durante o crescimento, passa mais tempo a brincar e a explorar o meio envolvente e 
menos tempo a dormir. Contudo, a qualidade do seu sono continua a ter um papel 
muito importante. Além disso, sob o efeito do stress, são segregadas certos hormônios 
que podem perturbar gravemente o equilíbrio hormonal e o seu crescimento. Assim, um 
ambiente gerador de stress pode perturbar o bem-estar tanto das crias como da mãe, 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 23
comprometendo um crescimento que à partida parecia ser ótimo. O ambiente do 
"ninho" e da ninhada deve ser preservado de qualquer agitação ao nível das 
instalações, de grandes alterações de temperatura, de presenças estranhas… 
 
• Dimensões da ninhada : As ninhadas 
numerosas são usualmente constituídas por 
gatinhos com menos peso do que as ninhadas 
de dimensões mais reduzidas. Esta diferença de 
peso tende mesmo a aumentar durante as 
primeiras semanas de vida (numa ninhada 
numerosa a mesma quantidade de leite é 
partilhada por um número superior de gatinhos). 
Os gatinhos provenientes de ninhadas 
numerosas (6 ou mais) têm menos peso até 
atingirem aproximadamente os dois meses de 
vida. Só depois do desmame, quando o gatinho 
passa a receber uma alimentação sólida, é que 
esta diferença se atenua. 
 
 
Fatores nutricionais 
 
A alimentação da mãe durante a gestação influencia o 
peso à nascença e a viabilidade dos gatinhos. Do nascimento 
até ao desmame, a alimentação do jovem resume-se ao leite 
materno. Como tal a sua qualidade e quantidade são fatores 
determinantes do crescimento e saúde dos gatinhos. Deve ser 
tomada em consideração tanto a alimentação materna como a 
alimentação das crias. 
 
As necessidades de uma gata em lactação aumentam muito. Durante a 
gestação a gata acumula reservas. No início do período de aleitamento, as reservas 
maternas são utilizadas para a produção de leite. Como o organismo materno está 
vocacionado em primeira instância para a produção de leite, se a gata estiver 
subalimentada começará a perder peso. O efeito seguinte será a diminuição da 
quantidade de leite produzido. Uma gata alimentada ad libitum durante a fase de 
gestação e lactação regressa ao seu peso inicial (antes da gestação) no momento do 
desmame (6 a 7 semanas após o nascimento dos gatinhos). Quando a gata recebe 
apenas 50% das suas necessidades no período que vai das 5 semanas antes do parto 
até ao final da lactação, chega a perder até 33% do seu peso inicial. A conseqüência 
desta subnutrição materna é, em primeiro lugar, a falta de atenção em relação aos 
gatinhos, a gata evidencia uma grande irritabilidade sempre que estes tentam mamar. 
 
Esta alteração do comportamento materno, acrescido da subnutrição dos 
gatinhos por falta de leite, vai comprometer o futuro da ninhada. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 24
A subnutrição dos gatinhos durante a fase de 
amamentação pode dever-se a diversas causas: à 
subnutrição da mãe, tal como acabamos de ver, 
mas também a uma lactação insuficiente (ninhada 
muito numerosa, mãe que produz pouco leite) ou 
mamadas insuficientes (a mãe não deixa as crias 
mamarem o tempo necessário, demasiados 
gatinhos, ambiente estressante, pouco calmo). 
 
Em todas as circunstâncias referidas os 
gatinhos enfraquecem rapidamente. Observa-se 
desidratação, hipoglicemia, diminuição da 
temperatura corporal a que se sucede a morte. 
Vários fenômenos explicam este enfraquecimento 
muito rápido : 
 
• O fígado do gatinho não atingiu ainda a sua maturidade e depende como tal de uma 
fonte de açúcar externa, resultante da digestão da lactose que fornece a glicose. Em 
caso de subalimentação, a hipoglicemia é inevitável e pode conduzir ao coma. 
 
• Os rins do gatinho são imaturos à nascença. O recém-nascido não possui ainda a 
capacidade de regular as trocas de água e minerais,pelo 
que deve beber frequentemente e em pequenas 
quantidades. Qualquer fator que restrinja a 
amamentação vai expô-lo a uma desidratação rápida. 
 
• O gatinho - principalmente o recém-nascido - não 
possui reservas de gordura que lhe permitam lutar 
contra temperaturas demasiado baixas e é incapaz de 
regular a sua temperatura corporal. A ingestão regular e 
suficiente de leite, assim como os cuidados maternos 
durante a amamentação (lamber) e o "ninho" (calor da 
mãe) são fatores indispensáveis para evitar a hipotermia. 
A temperatura retal dos gatinhos deve ser vigiada, 
especialmente se o seu peso estagnar repentinamente. 
 
AAuullaa 2255 A nutrição dos animais 
 
A alimentação caseira 
 
 Sob o termo "alimentação caseira" está agrupado um conjunto heterogêneo de 
modos de alimentação, desde a utilização exclusiva de sobras de refeições até à 
elaboração de alimentações sofisticadas, mas preparadas pelo dono, e que têm em 
conta todos os dados dietéticos indispensáveis ao equilíbrio nutricional. 
 
 Os Veterinários dispõem até mesmo de programas informáticos muito 
completos, elaborados por professores investigadores das escolas de Veterinária de 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 25
Alfort e de Toulose, que lhes permitem prescrever aos seus pacientes caninos dietas 
perfeitamente adaptadas a todos os tipos de porte. 
 
 No sentido mais clássico, a ração doméstica compõe-se de uma mistura "carne-
arroz-cenoura", à qual deve sempre ser acrescentado um complemento mineral e 
vitamínico específico. É evidente que podem ser utilizados outros ingredientes 
substitutos, desde que o seu valor nutritivo seja equivalente. Mas, será necessário 
conhecê-los bem para não cometer erros. 
 
 No caso mais simples de manutenção, a 
associação "produtos de carne + fontes de amido + 
legumes + suplementos" pode concretizar-se de 
maneira extremamente diferente, conforme os 
ingredientes escolhidos e as proporções respeitadas. 
 
 No plano prático, os conselhos clássicos do tipo: 
 
- um terço de carne, um terço de arroz não cozido, um 
terço de legumes, associados a um suplemento 
mineral e vitamínico (modelo "1/3-1/3-1/3"); 
 
- quatro partes de carne, três partes de arroz não cozido, duas partes de legumes, uma 
parte de um suplemento composto por um terço de levedura dietética, um terço de 
osso desidratado, um terço de azeite (modelo"4-3-2-1") são muito simplistas e devem 
ser questionados, pois não levam em conta, por exemplo, as variabilidades de tamanho 
das diferentes raças de cães. 
 
 Por outro lado, substituindo a carne gorda por carne magra, o valor energético 
de uma ração, como a definida acima, passará de cerca de 2000 kcal para 
aproximadamente 1250 kcal/kg de alimentação! 
 
A relação "proteína/caloria", 
expressa em gramas de proteínas por 
megacaloria de energia, bastante 
importante para o cão, depende 
estreitamente da fonte de carne utilizada: 
peixe magro ou gordo, tipo de carne. 
Assim, o conteúdo em lipídeos da carne 
pode variar de 0,5% a 35%, o seu conteúdo 
em proteínas de 10% a 20% e em água de 
45% a 80%! 
 
 
 
 
Na alimentação caseira também é importante determinar se as fontes de amido 
a serem utilizadas estão cruas ou cozidas nas proporções utilizadas, pois o arroz 
absorve até três vezes o seu peso em água durante o cozimento. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 26
 
Enfim, neste contexto de alimentação tradicional, é evidente que o complemento 
vitamínico-mineral incorporado não pode ter em conta as ingestões vitamínicas e 
minerais específicas para cada tipo de dieta e a imprecisão da dosagem ponderal pode 
perturbar o equilíbrio nutricional global da mistura. 
 
Caso seja adotada esta solução, o dono deverá utilizar um complemento no qual 
a relação Ca/P (relação dos conteúdos em cálcio e em fósforo) seja obrigatoriamente 
igual a dois. 
 
A alimentação industrializada 
 
Derivados das indústrias agro-alimentares humana e dos 
animais de produção, os alimentos industriais são classificados 
em função do seu conteúdo em água: 
 
• Alimentos úmidos (70% a 85% de umidade): 
 
- alimentos enlatados, carnes e legumes frescos; 
 
- carnes cozidas para conservação no frio. 
 
• Alimentos semi-úmidos (25% a 60% de umidade): 
 
 - alimentos cozidos e estabilizados graças à presença de conservantes e mantidos 
sob refrigeração. 
 
• Alimentos secos (menos de 14% de umidade): 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 27
 
 - croquetes, biscoitos, flocos de cereais, massas, arroz tufado. 
 
 Os diferentes alimentos podem ser "completos" ou "complementares", estes 
últimos devendo ser associados a outros para assegurar o suprimento das 
necessidades fisiológicas. 
 
As técnicas de fabricação 
 
As latas 
 
As latas (conservas) são alimentos 
esterilizados durante o processo de enlatamento (1 
hora e 30, dos quais 55 minutos a 120°C) e 
acondicionados em recipientes estanques a líquidos, 
gases e microorganismos. Os produtos são 
constituídos principalmente por carnes e miúdos 
derivados daquilo a que chamamos "subprodutos" 
(alimentos não consumidos pelo homem), tratados 
sob a forma fresca ou congelada. A indústria de 
alimentos em lata surgiu em 1923 nos Estados Unidos e teve o seu maior 
desenvolvimento a partir dos anos 50. 
 
Alimentos semi-úmidos 
 
 Estes produtos não são esterilizados mas são: 
 
- estabilizados com a ajuda de açúcar, sal ou aditivos químicos 
(ex.: propilenoglicol), 
 
- ou conservados sob refrigeração. 
 
Alimentos secos (croquetes) 
 As tecnologias utilizadas são originadas directamente 
das utilizadas na alimentação humana: 
 
- as massas são preparadas a partir da sêmola de trigo duro, 
triturada a vácuo, comprimida e depois cozida a vapor; 
 
- os biscoitos, que apareceram pela primeira vez na Grã 
Bretanha em 1885 e em França em 1920, são feitos de farinha 
amassada e, em seguida, cozida em forno tubular a vapor após o corte; 
 
- os cereais em flocos são preparados como os destinados aos humanos para o 
pequeno-almoço, por cozimento a vapor, trituração e secagem. 
 
 Massas, biscoitos e flocos são alimentos complementares destinados a serem 
misturados a uma fonte de carne. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 28
 
os croquetes são alimentos "extrudidos": o efeito conjugado da pressão na 
extrusora e da temperatura (90 a 150° C) durante um tempo muito curto (20 a 30 
segundos), que atua sobre a mistura de ingredientes, permite a obtenção, após a 
secagem, de um produto homogêneo, em seguida envolvido em gordura de acordo 
com o objetivo fisiológico.Esta última categoria de produtos domina totalmente o 
mercado americano, de longe o mais evoluído na atualidade (80% de alimentos secos, 
66% de croquetes extrudidos), e impõe-se progressivamente em todos o mundo, 
devido às suas qualidades nutricionais reconhecidas em todos os testes efetuados 
pelas organizações de consumidores e às suas qualidades de custo e aspectos 
práticos (alimentos geralmente utilizados pelos profissionais, ou seja, os criadores, ou 
preconizadas por aqueles que prescrevem, ou seja os Médicos Veterinários). 
 
 
 
Tipos de ração comercial 
 
 Falar sobre alimentação de cães e gatos, mais especificamente ração comercial, 
pode parecer um tema bastante simples, afinal estamos falando de uma embalagem 
que se compra com o alimento pronto para servir. Mas não é bem assim, já que 
existem inúmeros tipos e marcas de rações diferentes. Mas qual é a melhor para o 
animal? 
 
Qual a diferença entre ração premium e ração super 
premium? 
 
 Vamos começar falando em qualidade do alimento. As rações 
estão agrupadas conforme o tipo da matéria prima utilizada na sua 
fabricação(veja a tabela abaixo com as principais marcas em cada 
categoria). As chamadas super premium são as que possuem melhor 
fonte, seguidas pelas rações premium. Vamos usar como exemplo as 
fontes de proteínas: o cão apresenta um aproveitamento maior se a 
base da proteína for frango ou ovo. Essa proteína do frango pode ser 
dos pés, das vísceras, da carcaça ou da carne propriamente dita. É 
claro que exite proteína em todas estas partes, mas a existente na carne é de 
qualidade superior a todas as outras. Sendo assim, temos uma matéria prima de 
melhor qualidade na ração que utiliza essa fonte do que as rações que usam as outras, 
embora todas contenham proteína na sua formulação. É por isso que muitas vezes 
achamos uma ração muito cara perto de outras, mas se formos procurar saber o 
porquê dessa diferença é muito provável que a matéria prima utilizada por uma seja 
bastante superior a outra, isso com certeza é um dos fatores. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 29
 
 Agora que escolhemos uma ração de boa qualidade, 
ela estará dividida em diversos sub-tipos, como filhote, adulto, 
alta energia, light, tamanho do cão... 
 
 De maneira geral um cão é considerado filhote até 1 
ano de idade, salvo em algumas raças muito grandes onde 
podemos considerar até 1 ano e meio, nesse período ele 
deverá comer a ração apropriada para sua idade e porte da 
raça quando adulto, isso acontece porque um filhote de 
Maltês não tem as mesmas necessidades de um filhote de 
Dog Alemão, tanto no aporte de nutrientes, quanto no 
tamanho do grão da ração. 
 
 
 
Exemplo de rações comerciais para cães 
 
Super premium Premium Standard 
Eukanuba (IAMS) Big Boss (Total) Bonzo (Purina) 
K & S Equilíbrio (Total) Faro (Guabi) Croc Dog (Socil) 
Hills Science Diet (Hill’s) Friskies (Nestlé) Deli Dog (Purina) 
Linha size Royal Canin Golden Fórmula 
(Premier) 
Frolic (Effem) 
Ossobuco (Nutron) Max (Total) Herói (Guabi) 
Premier Pet (Premier) Pedigree (Effem) Pedigree Champ (Effem) 
Pro Plan (Nestlé) Premium dog (Royal 
Canin) 
Selection (Royal Canin) 
Guabi Natural (Guabi) Tutano (Nutron) Nutridog (Provimi) 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Cite as vantagens e desvantagens da alimentação 
caseira 
2. Cite as vantagens e desvantagens da alimentação 
industrializada. 
3. Perante estas respostas, qual tipo de alimentação você indicaria 
para um proprietário? 
 
 
 
AAuullaa 2266 Alimentando os cães nas diferentes 
etapas da vida 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 30
 
 
Alimentando Cães Adultos 
 
 Quando um cão atinge a maturidade total, 
ele entra no período de manutenção. Os animais 
saudáveis normais que não estão prenhes, 
amamentando ou trabalhando pesado têm 
necessidades nutricionais relativamente baixas 
para manter um estado corporal apropriado. Um 
bom estado corporal é aquele em que o animal 
está bem proporcionado, com uma cintura 
perceptível atrás das costelas, podendo-se, ao 
apalpá-las, sentir uma fina camada de gordura 
sobre elas. 
 
 Com a variedade de alimentos para cães nutricionalmente completas e 
balanceadas existentes no mercado, proporcionar uma dieta apropriada para um cão 
adulto pode ser simples, sem a necessidade de nenhum tipo de suplemento. Se carne 
ou sobras de comida forem administradas como suplemento, elas deverão perfazer não 
mais de 10% da dieta total. Níveis mais elevados podem diluir o valor nutricional da 
dieta comercial, predispor um animal à obesidade e levar um animal a ficar exigente 
para comer. 
 No caso de cães com necessidades 
calóricas mais baixas e/ou cães que são 
menos ativos, deve-se atentar para a 
possibilidade de um ganho de peso 
excessivo. Freqüentemente, o peso de um 
cão pode ser reduzido simplesmente 
eliminando-se as sobras de comida e 
snacks da dieta e evitando-se alimentos 
para cães de alto teor calórico. Cães com 
excesso de peso podem ter mais 
problemas de saúde e uma expectativa de 
vida mais curta. 
 As recomendações para a alimentação de cães adultos podem variar, 
dependendo da raça, da atividade, do metabolismo e da preferência do dono do cão. 
Independentemente do fato de um animal ser alimentado uma ou duas vezes ao dia, 
ele deve ser alimentado na mesma hora e ter sempre água potável fresca à sua 
disposição. Assim como acontece com os seres humanos, o apetite de um cão pode 
variar de dia para dia. Isto não deve constituir nenhum problema, a menos que a perda 
de apetite persista ou o cão apresente sinais de doença ou perda de peso. Nestas 
situações, o cão deve ser examinado por um veterinário. 
Alimentando Durante a Prenhez 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 31
 Independentemente da raça, a fêmea deve ter pelo menos um ano de idade e 
estar pelo menos no segundo período de cio antes de acasalar. É importante o estado 
corporal tanto dos machos como das fêmeas utilizados em um programa de 
reprodução. Se os machos estiverem com excesso de peso, eles poderão ser 
fisiológica e anatomicamente ineficientes para o acasalamento. As fêmeas com 
excesso de peso podem ter taxas de concepção mais baixas e mais problemas no 
momento do parto. 
 A ingestão de alimentos variará de acordo com a idade, atividade, metabolismo 
corporal e ambiente. Se possível, cada cão deverá ser alimentado individualmente a 
fim de atingir e manter o estado corporal normal. 
 As necessidades de nutrientes da fêmea 
durante as primeiras seis ou sete semanas de 
prenhez não são maiores do que para os cães na 
manutenção. Durante as últimas duas ou três 
semanas, as necessidades para todos os 
nutrientes aumentarão e as necessidades 
calóricas poderão ser atendidas durante o último 
terço aumentando-se, gradualmente, a ingestão de 
alimentos pela fêmea. Recomendam-se dietas 
contendo mais de 3.500 calorias metabolizáveis 
por quilo de alimento e, pelo menos, 21% de 
proteína. A forma mais fácil de assegurar uma 
nutrição apropriada consiste em dar ao cão um 
alimento para cães de boa qualidade que seja rotulado como completo e balanceado 
para reprodução e crescimento ou para todas as etapas da vida. Quando estas dietas 
dadas, não é necessária a suplementação de vitaminas e minerais. Problemas podem 
ocorrer com o excesso de suplementação, particularmente quando níveis elevados de 
vitamina A ou cálcio são acrescentados. 
 A menos que uma fêmea tenha tendência para engordar demais durante a 
prenhez, pode-se dar a ela todos os alimentos que ela quiser comer. Não é raro que 
uma fêmea prenhe diminua sua ingestão de alimentos, temporariamente, por volta da 
terceira ou quarta semana de prenhez. 
Normalmente, ela comerá mais durante a 
última fase da prenhez. Todavia, se isto não 
ocorrer e o estado corporal começar a 
deteriorar-se, medidas deverão ser tomadas 
para aumentar a ingestão de alimentos. Isto 
pode ser feito umedecendo-se o alimento seco 
com água morna a fim de melhorar a 
palatabilidade ou adicionando-se pequenas 
quantidades de alimentos enlatados para cães 
ao alimento seco e alimentando-se a fêmea 
várias vezes ao dia. À medida em que o 
momento do parto se aproxima, a fêmea pode perder o apetite. Isto é considerado 
como um comportamento normal e, a menos que ela pareça estar com um problema de 
saúde, não será necessária nenhuma alteração no programa de alimentação. Em 
muitos casos, a rejeição ao alimento durante a última semana é uma indicação de que 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 32
o parto ocorrerá dentro das próximas 24 a 48 horas. Usualmente, dentro de 24 horas 
pós-parto, o apetite da fêmea retornará. Após o nascimento dos cãezinhos, ela deverá 
receber todo o alimento que quiser. 
 Durante a reprodução, a água serve como um meio de transportede nutrientes 
para o feto em desenvolvimento e remove os resíduos para serem eliminados. As 
outras funções importantes da água dietética consistem em ajudar a regular a 
temperatura corporal e em auxiliar na produção de leite. Manter as vasilhas de água 
limpas e trocar a água freqüentemente tendem a encorajar o consumo de água. Água 
fresca em uma vasilha limpa deve estar disponível durante todo o tempo. 
Alimentando Durante a Lactação 
 A produção de leite é uma das etapas que 
apresentam maiores necessidades nutricionais na 
vida de uma fêmea. Uma dieta completa e 
balanceada para a reprodução e crescimento ou 
para todas as etapas da vida proporcionará a 
nutrição de que uma fêmea precisa durante este 
tempo. A necessidade de leite dos cãezinhos que 
estão mamando continuará a aumentar durante 
cerca de 20 a 30 dias. Conseqüentemente, as 
necessidades de alimento e água da fêmea 
aumentam neste período. No pico da lactação, a 
ingestão de alimento da fêmea pode ser duas a 
quatro vezes maior do que sua ingestão de 
alimento usual ou de manutenção. Pode acontecer 
que fêmeas muito atenciosas raramente deixem 
seus filhotes para comer ou beber e precisarão de 
encorajamento. A mesma dieta utilizada durante o 
período de gestação pode ser dada durante a lactação. A fim de manter um bom 
estado corporal e fornecer amplas quantidades de leite aos seus filhotes, as fêmeas 
lactantes devem receber todo o alimento que quiserem. 
 Umedecer com água o alimento seco 
para cães ajudará a aumentar a ingestão de 
alimento durante a lactação. Uma outra 
importante razão para oferecer alimento 
seco umedecido é que, com três a quatro 
meses de idade, os filhotes normais 
começam a lambiscar alimentos sólidos. 
Acostumar os filhotes a uma dieta comercial 
de boa qualidade o mais cedo possível 
ajudará a evitar que se tornem enjoados 
para comer. 
Alimentos preparados em casa devem ser evitados. À medida em que os filhotes 
começam a comer mais alimento sólido, a necessidade de produção de leite da fêmea 
diminui. Normalmente, os filhotes são desmamados entre seis e oito semanas de idade 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 33
e, na época da desmama, o consumo de alimento pela fêmea deve ser de menos de 
50% acima do seu nível usual ou de manutenção. A fim de ajudar a reduzir o fluxo de 
leite e evitar problemas nas glândulas mamárias, recomenda-se o seguinte 
procedimento para a desmama: 
 No dia em que os filhotes são 
desmamados, a fêmea não deve receber 
nenhum alimento, mas deve ter bastante água 
fresca para beber. Deve-se separar os 
cãezinhos da mãe e oferecer-lhes alimento e 
água. Alimento seco umedecido com água 
morna pode ajudar a estimular os cãezinhos a 
ingerirem alimento. No dia após a desmama, a 
mãe deve receber ¼ da quantidade de alimento 
que lhe era oferecida antes dela ser acasalada. 
A mãe e os filhotes podem ser mantidos juntos 
por várias horas no dia após a desmama de 
modo que os filhotes possam mamar até acabar 
com o leite da mãe. No terceiro dia, a fêmea 
deve receber ½ da quantidade que recebia 
antes do acasalamento e, no quarto dia, ¾ da 
referida quantidade. No quinto dia, deve-se 
oferecer a ela seu nível de alimentação de 
manutenção usual. Se a ninhada for grande, a 
fêmea poderá estar bem magra quando os filhotes forem desmamados. Neste caso, 
deve-se dar a ela uma quantidade extra de alimento após o quinto dia da desmama e 
até o seu estado corporal voltar ao normal. 
Alimentando os Filhotes 
 
 Embora as fêmeas sejam, em sua 
maioria, excelentes mães, algumas mães 
nervosas ou descuidadas podem precisar de 
uma atenção especial que as ajude a se 
acalmar e aceitar sua nova prole. Para isto 
pode ser que tenhamos que trabalhar junto à 
mãe e/ou filhotes e colocar os filhotes junto 
ao mamilos da mãe. Os filhotes mal 
amamentados poderão ter um tamanho 
menor, uma temperatura corporal mais baixa 
e menos peso. Ao cuidar, rotineiramente, 
dos filhotes você terá uma oportunidade de 
verificar seu estado e progresso, embora 
cuidados excessivos possam ser 
estressantes para a mãe e os filhotes e devam ser evitados. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 34
 Usualmente, a maneira típica de um filhote começar a comer alimentos sólidos 
(cerca de 3 a 4 semanas) é correndo por cima e em volta da vasilha de alimento da 
mãe e lambendo o alimento seco umedecido que fica em suas patas. Por causa disto, 
o alimento tenderá a ficar compactado, razão porque se deve considerar a necessidade 
de mexer a dieta compactada ou oferecer quantidades frescas periodicamente. Com 
seis semanas de idade, a maioria dos filhotes está pronta para ser desmamada. Se os 
filhotes tiverem começado a comer alimentos sólidos da vasilha da mãe, não é raro que 
comecem, eles próprios, a se desmamarem com cerca de quatro a cinco semanas de 
idade. 
 
 
 As necessidades de nutrientes para o 
crescimento e desenvolvimento normais dos filhotes 
são maiores do que aquelas de um cão adulto. Por 
esta razão, as dietas nutricionalmente completas e 
balanceadas destinadas ao crescimento e reprodução 
ou todas as etapas da vida são recomendadas. Não é 
necessária nenhuma suplementação adicional na 
forma de vitaminas, minerais, carne ou outros aditivos. 
A capacidade do estômago de um filhote não é 
grande o bastante para conter alimento suficiente, 
ingerido em uma "refeição", para atender à sua 
necessidade diária de nutrientes requeridos. Os 
filhotes novos devem ser alimentados pelo menos três 
vezes ao dia até que suas necessidades alimentares 
comecem a equilibrar-se à medida em que vão amadurecendo. Os filhotes devem ter 
água fresca em uma vasilha limpa à sua disposição durante todo o tempo. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 35
 
 Estabelecer hábitos alimentares rotineiros 
alimentando um filhote no mesmo lugar e à 
mesma hora todos os dias é recomendável e pode 
ajudar a treiná-lo a se comportar bem em sua 
casa. Oferecer alimentos humanos da mesa não é 
recomendável porque isto encorajaria o animal a 
pedir comida e poderia a torná-lo enjoado para 
comer. Os filhotes que consomem uma dieta 
completa e balanceada não precisam de 
vitaminas, minerais ou carne suplementares. Na 
realidade, o excesso de suplementação provou 
ser prejudicial para o desenvolvimento apropriado 
dos filhotes novos e em crescimento. 
 A quantidade de alimento oferecida a um filhote variará, dependendo do seu 
tamanho, atividade, metabolismo e ambiente. Não se deve deixar que os filhotes 
fiquem com excesso de peso. O excesso de peso não só dá ao filhote uma má 
aparência, mas também pode causar anormalidades ósseas. Se um filhote parece que 
está engordando demais, sua ingestão de alimento deve ser reduzida. Se um filhote 
parece que está magro demais e não há nenhum problema de saúde, sua ingestão de 
alimento deve ser aumentada. Toda vez que os donos tiverem perguntas a fazer ou 
preocupações a respeito do estado corporal do seu animal, eles devem consultar seu 
próprio veterinário. 
Alimentando Cães de 
Trabalho 
 
 Independentemente da temperatura ambiental 
sazonal ou do estado fisiológico de um cão, quando 
tudo mais é igual, quanto mais ativo for um cão, de 
mais alimento ele precisará. Todos os nutrientes 
serão requeridos em quantidades maiores do que 
para um cão adulto em manutenção, não 
simplesmente proteína adicional ou minerais extra, 
tais como cálcio e fósforo. A atividade física é o 
resultado externamente visível de uma seqüência 
complexa de contrações musculares. A combustão 
de combustíveis dietéticos, tais como gordura, 
proteína e carboidratos proporciona a energia para o 
trabalho muscular. Água, vitaminas e minerais 
participamna utilização da energia para trabalho. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 36
 Os cães de trabalho são, usualmente, aqueles 
utilizados para caçar, pastorear ovelhas, bem como 
cães que, rotineiramente, correm longas distâncias 
(isto é, mais de 20 milhas por semana). Estes grupos 
de cães de trabalho podem ter uma maior necessidade 
de nutrientes quando estão treinando ou efetivamente 
trabalhando. A necessidade de nutrientes adicionais 
dependerá do nível de atividade de um cão em 
particular. Um ponto de referência é o fato de que eles 
são completos e balanceados com alta densidade de 
nutrientes, incluindo, pelo menos, 26% de proteína, 
10% de gordura, 30% de carboidratos e 3.000 
quilocalorias por quilo de alimento seco. 
 
 Nos períodos em que um cão não está treinando nem 
trabalhando, é recomendável que a quantidade da ração 
de treinamento/trabalho do cão seja reduzida ou que o 
cão passe, gradualmente, para uma alimentação com 
menos calorias e menos densa em nutrientes (contendo, 
pelo menos, 20% de proteína e 3.300 quilocalorias por 
quilo de alimento). Manter os cães em um bom estado 
corporal no período em estão fora de atividade ajuda a 
tornar menos estressante o seu condicionamento para os 
períodos de treinamento ou trabalho. 
 Não se deve dar aos cães que estão trabalhando 
ou treinando uma refeição imediatamente antes ou 
imediatamente após uma sessão de atividade extenuante. Alimentar os cães quase na 
hora dos exercícios pode resultar em um mau desempenho ou distúrbio gástrico ou 
desconforto (evidenciado por vômitos ou fezes soltas) e aumentar o risco de dilatação 
gástrica. A utilização apropriada de alimentos (tais como snacks ou snacks) durante os 
períodos de maior atividade pode evitar desconforto de fome e fadiga nos cães de 
trabalho. A utilização apropriada de alimentos consiste em oferecer o snack ou snack 
após um período de repouso, em pequenas porções, com água fresca e fria e seguido 
de um período de repouso. 
Alimentando Cães Mais Velhos 
 
 Os cães são definidos como mais velhos ou geriátricos quando atingiram os 
últimos 25% do seu período de expectativa de vida, que está diretamente relacionado 
com o tamanho ou raça, bem como cuidados recebidos durante toda sua vida: 
 
• Cães de raça pequena com mais de 12 anos de idade 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 37
• Cães de raça média com mais de 10 anos de idade 
• Cães de raça grande com mais de 9 anos de idade 
• Cães de raça gigante com mais de 7 anos de idade 
Estudos mostraram que os cães mais velhos 
saudáveis utilizam a proteína do mesmo modo 
que o cão adulto jovem e que os cães 
geriátricos podem precisar de, 
aproximadamente, 50% a mais de proteína do 
que os cães adultos mais jovens. Entretanto, 
as dietas comerciais atuais formuladas para 
cães adultos em manutenção, geralmente, 
proporcionam proteína adequada. Os 
animais menos ativos podem ter baixas 
necessidades calóricas, razão porque se 
deve ter cuidado ao se administrar dietas 
densas em calorias a fim de evitar o 
risco de um ganho excessivo de peso. 
 
 
AAuullaa 2277 Alimentando os gatos 
Quem tem um gato quer estar sempre seguro de que as refeições que serve a 
ele são não apenas apetitosas, mas também balanceadas para atender as 
necessidades de nutrição do animal. 
lsso é possível com o uso do alimento especialmente preparado para ele. Hoje, 
existe no mercado, vários alimento completos e balanceados, que atende totalmente ás 
necessidades de nutrição dos gatos. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 38
O alimento industrializado (Ração) deve ser introduzido aos poucos na 
alimentação dos gatos, para que eles se acostumem a mudança no paladar e na 
textura. Água fresca deve estar sempre á disposição do gato, qualquer que seja a 
dieta. 
 
Os gatos diferem muito quanto a quantidade de alimento que necessitam, que 
varia conforme o tamanho, a raça, o estado e as características de cada animal. A 
maioria dos gatos está bem adaptada para controlar o alimento que ingerem em 
relação ás suas necessidades. Como , normalmente, os alimentos industrializados tem 
uma alta aceitação, poderá ocorrer do gato comer em excesso. Por esta razão, é 
sempre recomendável observar as indicações nas embalagens dos pacotes de ração. 
Gatos obesos 
Os gatos raramente se tornam gordos, mesmo sendo animais bastante 
preguiçosos. Mas os gatos castrados podem muitas vezes tornar-se obesos. Para 
evitar isso, é aconselhável reduzir a quantidade de comida e alimentá-los de forma 
mais equilibrada. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 39
Você pode dar ao seu gato metade da quantidade habitual de 
ração e observar se isto reduzirá o peso do animal de modo 
satisfatório. Em caso contrário, o regime alimentar deverá ser feito 
sob a supervisão de um veterinário. 
Se normalmente você dá ao seu gato algum tipo de 
guloseima durante as refeições, suprima este hábito. Ele pode ser 
responsável pelo excesso de peso. Se o seu gato, além de gordo, 
parecer em más condições, leve-o sem demora ao veterinário, pois 
ele poderá estar precisando de tratamento. 
Leite 
A maioria dos gatos aprecia uma tigela de leite, mas alguns têm dificuldade de 
digeri-lo, o que poderá causar diarréia. Nestes casos, você deve reduzir a quantidade 
ou eliminar o leite. Assegure-se de que o seu gato tenha à disposição água fresca. 
Gatas gestantes 
A gata necessitará de mais alimento 
quando tiver filhotes. Por esta razão, deve ser 
fornecida uma quantidade maior de alimento 
para o crescimento antes e após o nascimento 
dos filhotes, para assegurar a produção do 
leite. 
Desde o inicio da gestação, a gata 
prenhe necessitará de mais alimento, cuja 
quantidade deverá ser aumentada 
gradativamente. Durante as últimas 2 ou 3 
semanas do período de 9 semanas de 
gestação, ela estará comendo 
aproximadamente o dobro da quantidade 
normal. 
Uma gata em período de lactação 
poderá necessitar até três vezes mais a 
quantidade normal de alimento quando os 
filhotes atingirem 3 ou 4 semanas e precisará ser alimentada com mais freqüência, 
variando a dieta para assegurar a nutrição adequada. É aconselhável dar á gata tanto 
leite quanto ela queira beber, desde que possa ser digerido convenientemente. 
Filhotes 
Quando em fase de crescimento, os gatinhos têm necessidades maiores de 
alimentação: proteínas para criar músculos, mais cálcio e fósforo para o 
desenvolvimento dos ossos e uma enorme quantidade de outros sais minerais e 
vitaminas. Pode ser dado alimento em grande quantidade, bem como leite. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 40
Mesmo quando é dado leite aos filhotes, é importante que eles tenham sempre 
água fresca disponível. 
Em geral os filhotes são suficientemente ativos e bem 
constituídos para iniciar a ingestão de alimentos 
suplementares com quatro semanas Nesta fase, a mãe terá 
menos leite para dar Os filhotes nesta idade poderão comer 
ração adicionado ao leite. 
Os filhotes desmamados de 7 ou 8 semanas devem ser 
alimentados ao menos três vezes ao dia. 
Lembre-se que os filhotes crescem muito rapidamente e 
que o seu apetite e necessidade de alimentação aumentam 
também. É difícil super alimentar um filhote em crescimento se 
as refeições forem fornecidas conforme o indicado. 
Alimente os filhotes sempre que achar conveniente e nunca menos que três 
vezes ao dia até eles completarem 6 meses. Caso haja sobra de alimento no 
comedouro, o mesmo deverá ser retirado em no máximo 15 minutos. 
AAuullaa 2288 A medicina preventiva 
Vários parasitas externos (ectoparasitos) 
de origem animal, como as pulgas, sarnas, 
piolhos e ácaros, ou de origem vegetal, como

Outros materiais