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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 2
 
 
 
 
 
Auxiliar Veterinário 
 
MÓDULO I 
 
Sumário 
 
 
Origem dos Canídeos 03 
Introdução a Anatomia e Fisiologia Animal 12 
Sistema Nervoso 26 
Sistema Circulatório 30 
Afecções Cardíacas 36 
Sistema Respiratório 40 
Sistema Digestivo 42 
Patologias do Sistema Digestivo 48 
Reprodução 57 
Cruzamento 63 
Gestação 68 
Parto 72 
Intervenções Cirúrgicas 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º edição – AGOSTO/2009 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 3
1o MÓDULO 
AAuullaa 11 Origem dos Canídeos 
 
Se admitirmos que as origens da Terra 
remontam, aproximadamente, a 4,5 bilhões de anos, 
as origens dos primeiros mamíferos (100 milhões de 
anos), a dos primeiros canídeos (50 milhões de anos) 
e, seguidamente, as dos primeiros hominídeos (3 
milhões de anos) afiguram-se extremamente 
recentes. Com efeito, se compararmos a história da 
Terra a um percurso de 1 km, a vida dos mamíferos 
representaria apenas os últimos metros e a dos 
canídeos os últimos centímetros! 
 
 Os canídeos são mamíferos caracterizados por dentes caninos pontiagudos, 
dentição adaptada a um regime onívoro e um esqueleto dimensionado para a 
locomoção digitígrada. 
 
 A sua evolução e diversificação teve início no continente norte-americano, com o 
aparecimento de uma família de carnívoros semelhantes à doninha atual - os 
miacídeos – que proliferaram nesse continente há 40 milhões de anos, compreendendo 
na altura 42 gêneros diferentes, enquanto que hoje apenas se subdivide em 16. A 
família dos canídeos atuais comporta 3 sub-famílias: os cuonídeos (licaon), os 
otocinonídeos (otocion da África do Sul) e os canídeos (cão, lobo, raposa, chacal, 
coiote). 
A domesticação do lobo 
 A descoberta de pegadas e ossadas de 
lobo nos territórios ocupados pelo homem na 
Europa ascende a 40 000 anos, se bem que a 
sua utilização real não tenha sido autenticada 
pelo Homo sapiens nos frescos pré-históricos. 
Nesta época, o homem não era ainda 
sedentário e alimentava-se com os produtos 
das suas caçadas, cujas migrações 
acompanhava. As mudanças climatéricas – o 
final de um período glacial e o aquecimento 
brutal da atmosfera – ocorridas há, 
sensivelmente, 10 000 anos durante a 
passagem do Pleistoceno para o Holoceno, 
levaram à substituição das tundras pelas 
florestas e, consequentemente, à diminuição 
de mamutes e bisontes, cujo lugar foi 
ocupado por veados e javalis. Esta redução 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 4
da caça tradicional impeliu o Homem a inventar novas armas e a adaptar as suas 
técnicas de caça. Nesta fase, tinham de competir com os lobos que se alimentavam do 
mesmo tipo de presas e utilizavam as mesmas técnicas de caça em matilha com 
recurso a "batedores". 
Como tal, o homem teve, naturalmente, de procurar converter o lobo num aliado 
de caça, tentando, pela primeira vez, domesticar um animal muito antes de ele próprio 
se tornar sedentário e de se dedicar à criação de animais. Assim, o cão primitivo, era 
indiscutivelmente, um cão de caça e não um cão pastor. 
Resultados da seleção realizada pelo Homem 
 Muito embora se encontre a descrição de "galgos" na 
paleontologia egípcia ou de "molossos" na história assíria, na 
realidade tratavam-se apenas de subespécies de Canis familiaris, 
variedades ou tipos de clãs. O aparecimento das raças caninas, tais 
como as conhecemos na atualidade, constitui um fenômeno muito mais 
recente do que a domesticação, uma vez que data da Antiguidade. 
 Para além de algumas raças caninas, como o Bichon, cuja 
identidade racial foi possível conservar num território limitado, a maioria 
das raças caninas resultam da seleção exercida pelas nossas civilizações, 
da ação possibilitada pela domesticação e da orientação dos 
acasalamentos. 
O aparecimento de diferentes tipos de cães 
 Tendo surgido durante o terceiro milênio na Mesopotâmia, 
delinearam-se, então, dois grandes tipos de cães constituídos pelos 
Molossóides, encarregados da proteção dos rebanhos contra os predadores (o urso, e 
ironia do destino, do seu antepassado, o lobo!) e o tipo "galgo" adaptado à corrida e às 
regiões desérticas, que se tornou num precioso auxiliar de caça para o homem. 
Juntamente com esses dois tipos básicos, encontravam-se já, sem dúvida, os tipos de 
cães correspondentes atualmente aos principais grupos classificados pela Sociedade 
Central Canina. 
Origem dos felinos 
Os Felídeos primitivos 
 
Durante o período Oligoceno, esboça-se 
claramente nos Felídeos uma tendência para a 
individualização de duas linhagens distintas de 
felinos. Por um lado, animais grandes e 
robustos, embora lentos, providos de enormes 
caninos semelhantes a lâminas de sabre: os 
Eusmilus; e por outro, os grandes gatos mais 
ágeis e mais rápidos com uma dentição próxima 
dos atuais Felídeos, os Proailurus, e mais tarde 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 5
CURIOSIDADES!!! Ao contrário dos grandes felinos, os pequenos felinos 
caracterizam-se pela particularidade do seu osso hióide ser completamente rígido, 
o que não lhes permite rugir. Ronronam durante a inspiração e a expiração, 
enquanto que nos grandes felinos o ronronar só se produz durante a expiração. 
Todos os felinos de pequenas dimensões pertencem ao mesmo grupo, até mesmo o 
Puma, que tem o tamanho de uma pantera. 
os Pseudailurus cuja locomoção se as-semelha à dos Viverrídeos. Por exemplo, o atual 
Fossa (Crytoprocta ferox) constitui um verdadeiro fóssil vivo. O Pseudailurus seria 
assim o primeiro membro da família dos gatos modernos dos quais o Smilodon, na 
América, é um representante espetacular. Os pequenos felinos foram-se adaptando a 
regiões tão diversificadas como os desertos, florestas, estepes e pântanos. 
Sobrevém a era do Mioceno, durante a qual, em França, existia o Felis zitteli, 
animal muito próximo do gato selvagem atual. Posteriormente, no período Pleistoceno 
da era quaternária, surgiu o gênero Felis, enquanto que, por outro lado, os felinos 
primitivos, Smilodons e Machairodus, espécie de tigres dentes de sabre, vão 
desaparecendo. 
A domesticação dos gatos 
A domesticação do gato permanece envolta em bastante mistério e, como tal, 
não pode ser estabelecida com uma certeza absoluta. Segundo a crença tradicional, a 
domesticação terá ocorrido no Egito, local onde foram encontrados os primeiros 
vestígios da domesticação do gato, por volta do ano 4500 AC. O gato egípcio seria 
assim descendente de uma das subespécies do Gato selvagem Felis silvestris libyca. 
Inicialmente, este gato começou por ser um comensal do Homem, partilhando a sua 
alimentação; posteriormente, estabeleceu-se uma relação de maior proximidade entre 
o Homem e o animal, que primeiro se tornou "familiar" e, mais tarde, de "companhia”. 
 Desde a época do Novo Império (sensivelmente nos anos 1580-1070 AC) até ao 
período ptolomeico (do ano 300 ao ano 30 AC), os egípcios chegaram mesmo a 
permitir a aproximação dos gatos selvagens e a sua domesticação. Mais tarde, 
mandaram também mumificá-los, tal como o faziam aos espécimes domesticados há 
muito tempo. 
No Antigo Egito, o gato doméstico, trazido do sul ou do oeste por volta do ano de 
2.100 a.C., é considerado um ser divino, de tal ordem que, se um deles morrer de 
morte natural, as pessoas da casa raspam as sobrancelhas em sinal de luto. 
 
 
 
 
 
Deusa Bastet, em forma de gata, 
evidenciando a adoração do povo 
egípcio pelos felinos. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 6
AAuullaa 22 A primeira escola de veterinária 
 Em 1761, Claude Bourgelat, um dos melhores 
cavaleiros da Europa,dirigia, há vinte anos, a 
Academia do Rei, estabelecida em Lyon, França. 
Disciplinas como a equitação, as armas, a música e a 
matemática eram ensinadas. Mas, o seu interesse pela 
anatomia e pela patologia equinas, levou Bourgelat a 
refletir sobre as bases de um ensino veterinário, capaz 
de preservar e melhorar a espécie equina, e de 
proteger o gado das epidemias que o dizimavam. 
Conseguiu convencer Bertin, controlador geral das 
finanças, a atribuir-lhe um subsídio para criar o primeiro 
estabelecimento veterinário em Lyon. Assim, a Escola 
da Guillotière é fundada em 1762. 
 Ao contrário do ensino universitário da época, o ensino veterinário privilegiava a 
reflexão e a observação, a habilidade manual e a memória visual. Desde o início, os 
estudantes praticavam através de consultas e hospitalizações de animais. Muito 
rapidamente, esta primeira escola atraiu alunos estrangeiros e foi uma referência em 
matéria de Medicina Veterinária. Tornou-se Escola Real Veterinária em 1764. 
O ensino veterinário evoluiu juntamente com as descobertas científicas. A sua 
missão de formação expandiu-se para o campo da investigação. As colaborações entre 
Médicos e Médicos Veterinários permitiram vencer numerosas doenças. Podemos citar 
os trabalhos do Médico Veterinário Henry Bouley e de Pasteur sobre a vacinação 
contra o carbúnculo, de Camille Guérin e o médico Albert Calmette, que desenvolveram 
a B.C.G. contra a tuberculose, e de Auguste Ramon, que descobriu as anatoxinas anti-
tetânicas e anti-diftéricas. 
 A Medicina Veterinária atual se beneficia das melhores técnicas médicas e 
cirúrgicas. Ecografia e endoscopia fazem parte da prática quotidiana e, por vezes, os 
animais até se beneficiam da ressonância magnética. As investigações atuais tendem a 
melhorar os cuidados dados aos animais e contribuem, assim, para o progresso da 
Medicina Humana. Para isso é cada vez mais necessário o auxílio de profissionais não-
veterinários, como o auxiliar de veterinário, para manter sempre o padrão de qualidade 
e de funcionabilidade de hospitais, clínicas, zoológicos e pet’s shops. 
Principais ramos da medicina veterinária 
 A veterinária divide-se em 2 grandes ramos: a produção animal e a medicina 
veterinária propriamente dita. 
 Na produção animal são estudados tópicos como criação de animais (também 
chamado zootecnia) como bovinocultura, equicultura, psicultura, caprino-ovinocultura, 
apicultura; estudo de pastagens; melhoramento animal; reprodução. 
 A medicina veterinária propriamente dita estuda a medicina preventiva dos 
animais, a sanidade, patologia, cirurgia e a clínica médica. Dentro destas áreas 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 7
diversas subáreas já são bem definidas, sendo que já existem médicos veterinários que 
são anestesistas, odontólogos, oftalmologistas, obstetras, pediatras, patologistas 
clínicos, ortopedistas, nutricionistas, dentre outros. 
 Dentro da veterinária, ainda existem aqueles profissionais que lidam com 
animais selvagens (também chamados silvestres), sendo que eles se ocupam tanto da 
clínica e cirurgia, da nutrição, quanto da criação destes animais. 
O auxiliar de veterinária 
 É cada vez mais crescente o mercado de trabalho para os 
médicos veterinários, de todas as áreas. Neste contexto se 
destaca uma área em especial, a do chamado Mercado Pet, que 
é uma das áreas comerciais que mais crescem na atualidade. 
Sendo assim, a necessidade de mão de obra qualificada para o 
trabalho nos mais variados estabelecimentos veterinários 
também tem crescido bastante. É justamente nesse mercado 
crescente que o auxiliar de veterinária pode se enquadrar, 
ajudando em todas as seções e repartições dos pet shops, 
consultórios, clínicas ou hospitais veterinários, além de 
zoológicos e fazendas. 
Dentre as atividades que podem ser realizadas pelo auxiliar de veterinária, dentro 
da rotina clínica, estão: 
• Aferir temperatura 
• Observar condições físicas e 
neurológicas dos animais 
• Informar as condições de saúde dos 
animais ao veterinário 
• Auxiliar na coleta de materiais para a 
realização de exames 
• Controlar sinais vitais do animal, 
como temperatura, pulso, perfil 
capilar 
• Ministrar medicamentos sob a 
supervisão do médico veterinário 
• Aplicar injeções 
• Fazer curativos 
• Alimentar os animais 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 8
• Exercitar os animais 
• Higienizar o local de estada dos animais 
• Glosar e arrancar dentes de cavalos 
• Prestar primeiros socorros 
• Pesar o animal 
• Conter o animal 
• Auxiliar nos procedimentos de acesso 
intravenoso 
• Fazer a tricotomia de animais antes da 
cirurgia 
• Selecionar as caixas cirúrgicas 
 
• Preparar o material cirúrgico 
• Auxiliar no procedimento de intubação do animal 
• Posicionar o animal na mesa de cirurgia 
• Fazer a assepsia do animal 
• Transportar o animal dentro do estabelecimento 
• Recolher o material utilizado (instrumentos) 
• Separar materiais descartáveis 
• Separar o lixo hospitalar 
• Embalar o lixo hospitalar para descarte 
• Lavar os instrumentos cirúrgicos 
• Montar a caixa de cirurgia 
• Dobrar panos, aventais e uniforme 
• Esterilizar materiais, instrumentos e o ambiente 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 9
Dentre as atividades que podem ser feitas pelo auxiliar de veterinária, no que diz 
respeito às outras áreas do pet shop, consultório, clínica e hospital estão: 
• Atender a clientes-proprietários dos animais 
• Buscar os animais 
• Conversar com os proprietários 
• Informar sobre normas e regulamentos do estabelecimento 
• Orientar sobre noções de saúde, higiene e alimentação 
• Indicar o atendimento do animal pelo médico veterinário 
• Entregar o animal 
• Orientar sobre cuidados especiais para estética 
• Orientar sobre tipos e raças de animais para aquisição 
• Administrar o local de trabalho 
• Solicitar material e medicamentos 
• Repor material e medicamentos 
• Controlar óbitos 
• Embalar cadáveres 
• Encaminhar os cadáveres para necropsia ou para o aterro sanitário 
• Enviar materiais coletados para os laboratórios 
• Limpar e lubrificar equipamentos 
• Desinfetar equipamentos 
• Demonstrar competências pessoais 
• Demonstrar capacidade no trato com animais 
• Demonstra paciência 
• Demonstrar autocontrole 
• Demonstrar bom humor 
• Demonstrar concentração 
• Demonstrar paciência 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 10
• Avaliar riscos 
• Demonstrar senso estético 
• Administrar conflitos 
• Demonstrar conhecimento teórico 
 
EXERCÍCIOS 
1. O que você entende por canídeos? E por felídeos? 
2. Explique com suas palavras como se deu a domesticação dos cães e gatos. 
3. O que fez com que os gatos selvagens se aproximassem do homem pela primeira 
vez? Em que região do mundo se deu essa aproximação? 
4. Quando surgiu a primeira escola de Medicina Veterinária? Em qual país? Qual era a 
principal espécie animal estudada? 
5. Para você, quais são as 10 principais funções de um Auxiliar de Veterinária? 
 
AAuullaa 33 A morfologia do cão 
Com base no tamanho, os cães podem ser divididos em: 
• Pequenos (menos de 46 cm); 
• Médios (de 46 a 61 cm); 
• Grandes (mais de 61 cm). 
 
 
 
 
 
 
Com base no peso, a divisão é a seguinte: 
• Pequenos (menos de 10 kg); 
Duchshund: exemplo 
de cão porte pequeno 
Bulldog inglês: cão de 
porte médio 
Pastor Alemão: cão de 
porte grande 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 11
• Médios (de 11 a 25 kg); 
• Grandes (de 26 a 45 kg); 
• Gigantes (acima de 46 Kg ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os cães possuem regiões do corpo idênticas: 
• Zona anterior: composta pela cabeça, pescoço e membros anteriores; 
• Corpo: composto pelo dorso, rins, caixa torácica e abdome; 
• Zona posterior: composto por ancas, membros posteriores e cauda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O corpo do cão: as 3 
grandes regiões:zona 
anterior, corpo e zona 
posterior. 
 
O São Bernardo, raça de porte gigante 
que pode chegar a 100kg de peso! 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 12
 
1. Trufa 
2. Chanfro (zona posterior do nariz) 
3. Olho 
4. Orelha (pavilhão) 
5. Pescoço (região dorsal) 
6. Espádua 
7. Cernelha ou Garotte 
8. Dorso 
9. Rim 
10. Garupa 
11. Cauda 
12. Coxas 
13. Articulação (joelho) 
14. Perna 
15. Jarrete (tarso) 
16. Metarso 
17. Região inguinal (virilha) 
18. Prepúcio 
19. Flanco 
20. Ventre 
21. Braço 
22. Pescoço (zona ventral) 
23. Bochecha 
24. Boca 
25. Codilho (cotovelo) 
26. Ante-braço 
27. Carpo 
28. Mão (dedos) 
29. Unhas 
30. Esterno 
31. Ponta da espádua 
32. Peito ou costelas 
33. Garganta 
34. Nuca 
35. Extremidade das nádegas 
36. Extremidade do cotovelo 
 
Classificação zoológica do cão: 
 
Classe : Mamíferos 
Subclasse : Eutérios 
Supra-ordem : Carnívoros 
Ordem : Carnívoros terrestres 
Família : dos canídeos 
Género : Canis 
Espécie : Canis familiaris – cão doméstico 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 13
 
AAuullaa 44 Introdução à anatomia e fisiologia 
animal 
O corpo do cão é descrito por regiões. Cada uma corresponde a um setor anatômico 
preciso. Encontram-se, assim, definidas 52 regiões que permitem, nomeadamente ao 
perito de certificação ou ao juiz de exposição, apreciar o espécime apresentado e 
explicar as decisões tomadas ao seu proprietário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cabeça 
1. região frontal 
2. r. parietal 
3. r. temporal 
4. r. auricular 
5. r. zigomática 
6. r. orbital 
7. r. intraorbital 
8. r. nasal 
9. r. bucal 
10. r. massetérica 
 
Pescoço 
 
11. r. da laringe 
12. r. da parótida 
13. r. dorsal do pescoço 
14. r. lateral do pescoço 
15. r. ventral do pescoço 
(r. traqueal) 
16. r. pré-escapular 
 
Tórax 
 
17. r. interescapular 
18. r. dorsal 
19. r. Lombar 
20. r. da espádua 
21. r. do pré-esterno 
22. r. do esterno 
23. r. das costelas 
24. r. do hipocôndrio 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 14
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49. r. da perna 
 50. r. do tarso 
 51. r. do metatarso 
 52. r. metatarso-falangiana 
 
O aparelho locomotor do cão e do gato 
O esqueleto é a estrutura do cão e do 
gato. Trata-se de um conjunto de ossos 
organizados entre si por meio de articulações 
que podem ser de tipos distintos de acordo com 
o grau de amplitude entre dois ossos: algumas 
são totalmente fixas (ossos do crânio), outras 
permitem movimentos em três dimensões 
(articulação entre o crânio e a coluna vertebral). 
A mobilidade do esqueleto é assegurada pelos 
músculos estriados que, por meio de tendões, se 
inserem sobre ossos diferentes. A sua contração 
implica movimentos ao nível das estruturas 
ósseas, umas em relação às outras, tal como nos 
movimentos de flexão e extensão. 
As contrações musculares são 
comandadas pelos nervos através do sistema 
nervoso central: o cérebro e o cerebelo para os 
movimentos voluntários, a espinal-medula para 
os reflexos. Os neurônios que tomam parte no 
comando dos movimentos são designados por 
neurônios motores em oposição aos neurônios 
sensitivos que conduzem a informação ao 
cérebro. 
Abdome 
 
25. r. xifoidiana 
26. r. do flanco 
27. r. umbilical 
28. r. hipogástrica 
29. r. inguinal 
30. r. do prepúcio 
 
Pelve 
 
31. r. do sacro 
32. r. coccígea ou 
r. caudal 
33. r. dos glúteos 
34. r. da tuberosidade 
coxal 
35. r. da tuberosidade 
isquiática 
 
Membro torácico 
 
36. r. da articulação 
escapulo-humeral 
37. r. do braço 
38. r. bicipital 
39. r. do codilho 
40. r. do ante-braço 
41. r. do carpo 
42. r. do metacarpo 
43. r. metacarpo-
falangiana 
44. r. ungiculada Membro pélvico 
 
45. r. da articulação da 
anca 
46. r. da coxa 
47. r. do joelho 
48. r. póplitea 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 15
O cão possui três a quatro formas de locomoção, com maior ou menor grau de 
desenvolvimento consoante a raça: passo, trote, galope, passo travado. O cão é um 
bom saltador e um nadador médio, apresentando sempre variações em função da raça. 
 
O esqueleto do cão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O esqueleto. A coluna vertebral, formada por diferentes tipos de vértebras, 
desempenha o papel de eixo axial na qual se inserem 13 costelas, 10 das quais 
ligadas pelo esterno, formando a caixa torácica. O crânio articula-se com a 
primeira vértebra cervical em forma de receptáculo, o atlas. Este articula-se com 
a seguinte, o axis, em forma de "pivot", de tal forma que a cabeça se pode 
movimentar em volta do eixo formado por estas duas vértebras. 
 
• Os membros posteriores, verdadeiro sistema de propulsão do cão, engrenam-se 
na bacia ao nível da articulação da anca, estando a bacia, por sua vez, unida à 
coluna através de um sistema de ligamentos complexos. Os membros 
1. Mandíbula 
2. Face 
3. Crânio 
4. Vértebras 
cervicais 
5. Vértebras 
torácicas 
6. Costelas 
7. Vértebras 
lombares 
 
8. Íleo 
9. Sacro 
10. Vértebras 
caudais 
11. Ísquio 
12. Fémur 
13. Rótula 
14. Fíbula 
15. Tíbia 
16. Tarso 
 
17. Metatarso 
18. Falanges 
19. Metacarpo 
20. Carpo 
21. Rádio 
22. Ulna 
23. Esterno 
24. Úmero 
25. Escápula 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 16
anteriores, com um papel menos ativo na propulsão, estão simplesmente ligados 
à coluna torácica por meio da escápula e músculos adjacentes. 
 
• Os ossos são formados por uma estrutura fibrosa calcificada. Esta calcificação 
ocorre progressivamente no decurso da vida fetal e durante a fase de 
crescimento. Esta última fase é muito longa no caso dos cachorros de raças 
grandes, pelo que se aconselha uma grande prudência em relação aos aportes 
de cálcio da alimentação para evitar carências e excessos. O cálcio ósseo 
constitui, ao longo de toda a vida do cão, uma reserva que aumenta ou diminui 
ao passo que o teor de cálcio sanguíneo permanece constante. O centro dos 
ossos é constituído pela medula óssea, tecido esponjoso que produz as células 
sanguíneas. 
 
O esqueleto do gato 
 
 O esqueleto do gato é composto por 279 a 282 ossos, geralmente alongados, 
esguios e finos, mas muito resistentes. 
 
• Coluna vertebral: 50 a 54 vértebras distribuídas por 5 segmentos ou regiões. 
Inclui 7 vértebras cervicais, 13 dorsais ou torácicas, 7 lombares, 3 sagradas e 20 
a 24 caudais ou coccígeas (cauda); 
 
• Tórax: esterno; 13 pares de costelas, 9 das das quais esternais; 
 
 
• Cabeça: o osso frontal é extremamente curto e o crânio é volumoso e globular. 
As fossas temporais e as órbitas são muito extensas. As mandíbulas são fortes 
e curtas. 
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AAuullaa 55 Introdução à anatomia e fisiologia 
animal (continuação) 
 
As articulações e músculos do cão 
 
• As articulações 
 
São diferentes de acordo com os movimentos que condicionam: a simples 
soldadura que impede qualquer movimento (ossos do crânio), a sínfise cartilaginosa 
que permite um ligeiro movimento entre duas estruturas ósseas (sínfise púbica), a 
verdadeira articulação em que as superfícies em causa se encontram cobertas por uma 
cartilagem hialina e por uma cápsula comum às 2 articulações. Esta cápsula recobre 
uma cavidade repleta por um líquido viscoso, a sinóvia, que desempenha 
simultaneamente um papel nutritivoe lubrificante para a cartilagem. A cartilagem é um 
tecido muito frágil, não renovável caso seja destruído, razão que explica a importância 
dessa dupla proteção sinovial. Frequentemente, a cápsula articular está envolvida por 
um revestimento fibroso e numerosos ligamentos que reforçam a contenção articular. 
Caso duas extremidades ósseas não sejam estritamente complementares, pode estar 
inserido um disco ou menisco cartilaginoso complementar entre as duas superfícies 
articulares (articulação do joelho). 
 
• Os músculos 
 
São constituídos por um conjunto de células contráteis 
ligadas entre si por membranas que formam feixes musculares. 
Esses feixes reúnem-se formando tendões fibrosos que se ligam 
às zonas de inserção óssea. As células contráteis possuem 
constituintes específicos que lhe vão permitir encurtar-se, 
situação que produz, à escala muscular, a contração. Esta 
requer a energia transportada pelo fluxo sanguíneo, armazenada 
e metabolizada a nível celular. A determinação desta contração 
é nervosa, designando-se por placa motriz a junção entre a 
célula nervosa e a célula muscular. Trata-se de um sistema 
complexo que permite a transformação da informação nervosa 
em contração muscular. O sistema muscular está assim 
1. Mandíbula 
2. Face 
3. Crânio 
4. Vértebras cervicais 
5. Vértebras torácicas 
6. Costelas 
7. Vértebras lombares 
8. Íleo 
9. Sacro 
10. Vértebras caudais 
11. Ísquio 
12. Fémur 
13. Rótula ou Patela 
14. Fíbula 
15. Tíbia 
16. Tarso 
17. Metatarso 
 
18. Falanges 
19. Metacarpo 
20. Carpo 
21. Rádio 
22. Ulna 
23. Esterno 
24. Úmero 
25. Escápula 
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12. Semitendinoso 
13. Gastrocnêmio 
14. Músculo flexor dos dedos 
15. Tendão calcanear comum 
16. Músculos extensor longo 
dos dedos 
17. Músculo tíbial cranal 
18. Músculo intercostal interno 
19. Peitoral profundo 
20. Flexor ulnar do carpo 
21. Músculo extensor do carpo 
22. Músculo extensor comum 
dos dedos 
23. Músculo extensor radial do 
carpo 
estreitamente interligado ao sistema circulatório e nervoso, qualquer alteração a nível 
de um deles implica repercussões imediatas no aparelho locomotor. 
 
Músculos superficiais do cão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As articulações e músculos do gato 
 
 As articulações são notavelmente flexíveis e móveis. Os membros conseguem 
efetuar uma rotação completa sem risco de luxação. O esqueleto é extremamente 
flexível e a cauda pode assumir todas as posições. 
1. Glândula parótida 
2. Glândula mandibular 
3. Braquicéfalico 
4. Esterno-cefálico 
5. Trapézio 
6. Grande dorsal 
7. Abdominais (músculo 
oblíquo externo do 
abdómen) 
8. Glúteo médio 
9. Músculos 
sacrocaudais 
10. Músculo tensor da 
fáscia lata 
11. Bíceps fémurais 
 
24. Bíceps braquial 
25. Peitoral 
26. Tríceps 
braquiais 
27. Deltóide 
28. Esterno-hióideo 
29. Orbicular da 
boca 
30. Zigomático 
31. Levantador 
naso-labial 
32. Masseter 
33. Orbicular 
34. Temporal 
 
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 Os músculos da cabeça são caracterizados pelo seu grande desenvolvimento, 
complexidade e interligação com os músculos subcutâneos. Os músculos mastigadores 
são extremamente desenvolvidos. 
 
A região cervical é composta por uma espessa massa muscular que está 
subdividida em 4 camadas. Os músculos do abdome são muito desenvolvidos, 
conferindo à parede abdominal a sua textura carnuda e espessura característica. Os 
músculos da anca e coxas são bastante fortes. As características específicas dos 
músculos dos membros são baseadas no número dos dígitos das mãos e dos pés. Os 
membros possuem músculos rotatórios (de pronação e de supinação: movimentos de 
rotação de 180¼ da face palmar ou plantar das mãos e pés). Os membros posteriores, 
mais fortes que os anteriores, estão sempre preparados para o relaxamento ou 
propulsão do animal. No caso do gato, a corrida é composta por uma série de saltos 
longos e rasantes. O gato é um corredor de velocidade e não de distâncias longas. Os 
seus músculos e garras permitem-lhe escalar e trepar com facilidade. Consegue saltar 
muito alto e, quando a altura é suficiente, consegue criar sobre as 4 patas. 
 
Músculos superficiais do gato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Músculo trapézio 
2. Músculo grande dorsal 
3. Fáscia toracolombar 
4. Músculo glúteo médio 
5. Músculo tensor da fáscia lata 
6. Músculo sacrocaudal 
7. Músculo gastrocnêmio 
 
8. Músculo oblíquo externo do 
abdómen 
9. Músculo recto do abdómen 
10. Músculo tríceps do braço 
11. Músculo braquiocefálico 
12. Músculo esternocefálico 
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Afecções do aparelho locomotor 
A artrose 
Afecção das articulações caracterizada pela destruição progressiva da 
cartilagem articular associada à formação de osteófitos (pequenos ossos) e de 
modificações do osso subcondral e da membrana sinovial. É a evolução sistemática de 
uma articulação dolorosa. Dor, agravada pela umidade e pelo frio. Melhora com o 
exercício moderado, mas agrava-se sob exercício muito violento. Estes sintomas 
representam o estágio 1. O estágio 2 é caracterizado por episódios agudos, como 
ganidos e supressão de apoios. A doença evolui para o bloqueio total da articulação 
acompanhado por uma diminuição da dor (estágio 3). 
As artrites 
São inflamações da articulação. Podem ter diferentes origens: sépticas, com a 
presença de um microorganismo infeccioso na articulação (a inoculação do 
microorganismo na articulação pode, por exemplo, ocorrer por ocasião de dentadas), 
ou estéreis, podendo ser imunológicas (poliartrites, as mais freqüentes) ou não. 
A artrite séptica é caracterizada por uma inflamação (vermelhidão, calor, 
tumefação, dor) com inchaço nítido e eventualmente supressão de apoios. Pode atingir 
uma ou várias articulações que são mais frequentemente as grandes articulações ou as 
articulações intervertebrais. As poliartrites apresentam os mesmos sintomas, sendo 
algumas, no entanto, mais específicas de uma raça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A displasia coxo-femural 
Trata-se de uma afecção congênita, de caráter hereditário contestado, 
caracterizada por um desenvolvimento anormal da articulação coxo-femural, que tem 
como conseqüência uma má imbricação do fêmur na cavidade articular do quadril. É 
freqüente nos cães grandes e tem desenvolvimento rápido (Terra-Nova, Labrador, 
Pirinéus, Pastor Alemão). 
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A primeira fase, dominada pela dor, é observada nos cães em fim de 
crescimento. Pode ser suspeitada nos seguintes casos: marcha anormal 
"desengonçada" dos posteriores, posição em "X" dos posteriores vistos por trás, recusa 
em trotar; galope de lebre: o cão não desenvolve o movimento de flexão-extensão 
característico; recusa do salto; coxear constante; dor à manipulação forçada em flexão-
extensão. A segunda fase ocorre por volta dos 3 anos de idade: existem os mesmos 
sintomas, exacerbados pela artrose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AAuullaa 66 A pele do cão e do gato 
 
A pele, no sentido mais puro, representa o limite 
entre o organismo e o meio exterior. Inclui duas 
estruturas: a pele, no sentido estrito, ou seja, a estrutura 
queratinizada e os seus anexos (pêlos e diversas 
glândulas). 
 
Estrutura da pele 
 
 A pele possui uma estrutura queratinizada. Podem 
distinguir-se 3 níveis na espessura da pele: 
 
 
1. A epiderme, composta por uma camada basal, constituída por células em 
divisão e células produtoras de melanina (pigmento responsável pela cor da pele); uma 
camada clara (duas a três camadas celulares) muito espessa ao nível da trufa e das 
almofadinhas. Trata-se de células resultantes de divisões anteriores e de macrófagos 
(responsáveis pela "eliminação" dos elementos estranhos); de uma camada granulosa 
em que as células se aplanam; de uma camada córnea composta por células muito 
planas sem núcleo, contendo uma quantidade considerável de queratina;uma camada 
superficial onde se situam as células de descamação. 
 
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2. A derme, separada da estrutura anterior por uma lâmina basal e que representa 
uma camada espessa da pele: 1,3 mm no dorso até 2,5 mm nas almofadinhas. Contém 
fibras elásticas e colágeno que asseguram a elasticidade e a resistência a pele. 
 
3. A hipoderme, que forma a camada mais profunda, rica em adipócitos (células 
gordas ou lipídicas). 
 
Apenas a derme e a hipoderme são vascularizadas e inervadas, atuando como 
receptores das informações provenientes do exterior e do interior. 
 
 
 
Os anexos da pele 
 
 São compostos por diversas formações: 
 
• Os folículos pilosos, constituídos por um pêlo e sua respectiva bainha, uma 
glândula sebácea e um músculo eretor, responsável pelo eriçar do pêlo. 
 
• As glândulas sudoríparas: as apócrinas, situam-se na derme profunda e o seu 
canal desemboca a jusante da glândula sebácea. Estão presentes em todo o 
corpo. As exócrinas, localizam-se na junção da hipoderme e da derme profunda. 
Encontram-se, apenas, sobre as almofadinhas plantares e a trufa. Os seus 
respectivos canais desembocam ao nível da epiderme independentemente do 
folículo piloso. 
• As outras glândulas compreendem as glândulas anais, que servem para a 
marcação territorial, e as glândulas supra-caudais, situadas sobre a base da 
cauda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Pêlo primário 
2. Epiderme 
3. Derme 
4. Músculo eretor do pêlo 
5. Gordura subcutânea 
6. Glândula sebácea 
7. Glândula sudorípara 
8. Pêlo secundário 
9. Papila 
 
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EXERCÍCIOS 
 
1. Cite, de acordo com os seus conhecimentos, 3 raças de cães de porte pequeno, 
3 de porte médio e 3 de porte grande. (você ainda não estudou as raças, 
portanto, pode ser que não saiba todos, mas pelo menos tente!). 
 
2. O que é o esqueleto? O que garante sua mobilidade? 
 
3. Cite os anexos da pele. 
Afecções mais comuns da pele 
Alergias cutâneas 
São fenômenos de 
hipersensibilidade de expressão cutânea 
que ocorrem em animais sensíveis. O 
alérgeno pode penetrar no organismo por 
quatro vias: a inalação (pode então 
provocar uma atopia urticária), a ingestão 
(provoca uma alergia alimentar, 
medicamentosa, urticária), através da 
pele (alergia por contacto) ou a via 
parenteral (caso das dermatites por 
alergia à picada de pulga – DAPP -, 
injeções de medicamentos ou urticária). 
Alopecias 
São definidas como uma perda anormal de pêlos, deixando aparecer a pele. 
Podem ser: localizadas, regionais, gerais, bilaterais e simétricas e não simétricas. 
Existem vários tipos de alopecias conforme a sua origem: 
Vista palmar do membro torácico do cão: 
 
1. Almofadinha do carpo 
2. Almofadinha palmar (metacarpo) 
3. Almofadinhas digitais 
4. Unha 
5. Esporão 
 
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• Reversíveis: podem ser: de origem endócrina não ligada ao sexo 
(hipertiroidismo, síndrome de Cushing, síndrome de Cushing iatrogênicas, 
nanismo hipofisário), ligada ao sexo (disfunção endócrina de origem ovariana ou 
testicular: sertolinoma, síndrome feminilizante dos machos); devidas a uma 
infecção bacteriana (piodermite) e fúngica; resultado de afecções parasitárias: 
sarna (sarcóptica), demodécica, queiletielose, trombiculose, pulicose, DAPP, 
leishmaniose; ou de origem pouco conhecida: acantose pigmentar, seborréias, 
dermatites piotraumáticas. 
• Irreversíveis: Podem ser hereditárias: 
alopecia congênita do cão, alopecia mutante 
de cor (Doberman, Setter, Chow-Chow); 
ligadas a um processo necrosante: agente 
físico e químico, piodermite profunda, micose 
profunda, lúpus eritematoso disseminado ou 
discóide, doença de Lyell, de tipo neoplásico. 
Dermatite atópica 
Trata-se de uma dermatite pruriginosa alérgica, de predisposição hereditária, 
causada por alérgenos inalados (pólen, poeiras, escamas). Manifesta-se em animais 
com 1 a 3 anos de idade nas raças Terrier, Dálmata, Setter irlandês e Pequinês e 
apresenta um caráter sazonal. 
Dermatite de contato 
É uma reação inflamatória da pele causada pelo contato direto com uma 
substância irritante (sabão, detergente, solo, inseticidas, ácidos, alcatrão, gasolina) ou 
alergênica (depois de contactos repetidos, ocorre o aparecimento local de uma 
dermatite nas regiões de contacto. Ex.: vegetais, lã, tapetes sintéticos, plástico, coleira 
inseticida, cobertores). 
Dermatite de lambedura 
Esta dermatite é causada por lambidela das patas. É típica das grandes raças, 
muito ativas, que ficam sós durante o dia. 
Dermatite por picada de pulgas (DAPP) 
É provocada pela presença 
de pulgas na pelagem e cuja picada 
leva a uma hipersensibilização do 
tegumento do animal à saliva do inseto. 
As regiões do pescoço, dorso-lombar, 
abdominal e a cauda são as mais 
atingidas. 
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Seborréias 
 Manifesta-se sob a forma de uma afecção cutânea caracterizada por uma 
produção anormal de sebo pelas glândulas sebáceas dos folículos pilosos e 
escamação exagerada. Muitas vezes é secundária a uma dermatose (demodicose, 
sarna). Pode ser primária nos Cockers, Épagneuls, Terriers ingleses e Pastores 
alemães. Com freqüência, há um desequilíbrio hormonal (genital na fêmea) que é a 
causa determinante. 
Principais sintomas: Aspecto gorduroso e escamoso da pele. Odor de ranço 
característico. Prurido ausente a moderado. Evolução crônica, podendo complicar-se 
por uma infecção bacteriana ou parasitária. 
As sarnas 
 A sarna do cão é uma doença de pele causada por um 
pequeno ácaro microscópico chamado Sarcoptes Scabiei. O parasito 
'cava' túneis nas camadas mais profundas da pele causando intensa 
coceira, o sintoma mais conhecido da sarna tanto em humanos como 
em animais. Mas é claro que nem todo prurido (coceira) significa 
sarna. 
Os ácaros penetram na 
camada mais profunda da epiderme, 
denominada germinativa, 
responsável pela regeneração da 
pele, perfurando-a e revestindo-a 
com queratina, fazendo com que se 
crie uma parede cornificada, 
provocando assim esfoliação das 
camadas superiores. Novas 
camadas de camada córnea são 
geradas em reação defensiva frente 
aos ácaros, Como resultado há 
uma maior vascularização da 
epiderme com conseqüente rubor e 
calor, que se detecta como uma 
inflamação. 
Os parasitos carregam consigo germes que são os causadores das infecções 
secundárias que se estabelecem no local, e que põe em alerta as defesas naturais do 
organismo do cão, que passa a combater não apenas um invasor parasita, mas 
também a bactéria ou fungo, o que complica ainda mais o quadro clínico. 
Além da coceira, que pode ter tão intensa que faça com que o animal pare de 
comer pelo estresse, a sarna causa perda de pêlos, descamações e crostas na cabeça, 
orelhas e patas, podendo alastrar-se para todo o corpo do animal, se não for tratada. 
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No gato, a sarna é causada por um outro ácaro, o Notroedis cati. Os sintomas 
são praticamente os mesmos que nos cães, porém, encontramos lesões principalmente 
na cabeça e orelhas. 
O ácaro pode também infestar 
outras espécies como o cão, o coelho, o 
burro e ainda o Homem. A sarna 
notoédrica é altamente contagiosa, quase 
sempre por contacto direto. À semelhança 
do Sarcoptes scabiei (sarna canina), este 
ácaro resiste alguns dias no ambiente fora 
do hospedeiro. Desta forma, as camas e os 
utensílios de limpeza (escovas, pentes, 
tosquiadoras...) podem ser fontes de 
contágio. 
Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães ou gatos 
doentes, ou pelo contato indireto através de cobertores, roupinhas, toalhas, escovas, 
etc., contaminados. Por isso, no tratamento da doença, é importante não apenas tratar 
o animal, mas também os objetos usados por ele, lavando-os com água quente e, se 
possível, passando a ferro em temperatura alta. 
A escabiosenão deve ser confundida com demodicose ou "sarna negra". Essa 
última é causada por outro agente, o Demodex canis, não é transmissível de um animal 
para outro, mas sim da mãe para o filhote. Enquanto a escabiose pode ser tratada, a 
sarna negra não tem cura, mas controle. 
Caso não seja devidamente tratada, além de 
causar queda de pêlos generalizada, pode levar à 
morte, pela infecção secundária que se estabelece na 
pele do animal causada por entidades patogênicos 
encontradas inclusive na terra ou pelagem dos próprios 
animais, agravada ainda pela comichão intensa que 
provoca, levando a escoriações causadas pelas unhas 
do próprio animal. 
 
A sarna demodécica não é contagiosa para o 
homem, não havendo necessidade de maiores cuidados 
por parte das pessoas que com o animal doente tenham 
tido contato. 
 
 Uma dúvida freqüente é sobre a possibilidade dos animais passarem a sarna 
para o homem. Embora exista um tipo de ácaro da escabiose para cada espécie (cães, 
gatos, homem, etc.), a sarna dos animais pode, eventualmente, contaminar as pessoas 
também. As lesões de sarna no ser humano se manifestam como pontos avermelhados 
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nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas têm contato direto com os 
animais quando os carregam. A coceira é o sintoma característico e esse tipo de sarna 
no homem tem tratamento fácil, na maioria das vezes. 
Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as lesões da pele do animal, 
especialmente as áreas com descamações. Ao microscópico, esse raspado de pele irá 
revelar ácaros ou seus ovos. Muitas vezes as lesões da pele e o histórico são tão 
característicos de sarna que nem é necessário o exame. Porém, a escabiose pode ser 
confundida com algumas dermatites que também causam coceira, como as alergias. 
Assim, antes de iniciar um tratamento contra sarna, o veterinário deve ser consultado 
para confirmar se realmente trata-se dessa doença. 
As micoses 
Alguns tipos de fungos são os causadores de micoses, tanto no homem quanto 
nos animais. Esses fungos podem viver no solo, nas plantas ou na pele. 
Mesmo sendo tão facilmente encontrados, os fungos só irão causar micoses na 
presença de condições especiais como baixa resistência do organismo. Assim, numa 
mesma casa com vários animais, um deles pode apresentar micose em vários locais do 
corpo e os outros não. 
A micose mais conhecida e comum nos animais é causada por um fungo 
denominado Microsporum. Popularmente, essa micose é conhecida por "tinha". Ela é 
transmissível ao homem, porém, da mesma maneira que nos animais, a pessoa só 
será afetada se estiver numa condição de baixa resistência. 
Cães e gatos podem apresentar micose em 
qualquer local da pele. Ela se inicia com uma crosta que, 
ao ser retirada, revela uma lesão arredondada, sem 
pêlos, em formato moeda (pode ser irregular também). 
As micoses de pele geralmente não causam coceira, 
porém, alguns animais desenvolvem alergia ao fungo e 
passam a coçar e morder o local afetado. O diagnóstico 
é feito pelo aspecto da lesão e/ou por raspados de pele 
que vão revelar a existência de fungos. 
 
No caso de uma lesão isolada, o tratamento é feito com cremes ou pomadas 
aplicadas no local (tópicas). Mas há animais que apresentam lesões espalhadas pelo 
corpo todo. Nesses casos, e nas vezes em que só a medicação tópica não foi 
suficiente, fazemos uso dos antimicóticos por via oral. Normalmente as micoses são 
tratadas com facilidade e os pêlos começam a crescer em 15 ou 20 dias. Casos 
resistentes requerem a mudança de tratamento, associação de medicamentos por via 
oral ou cultura de fungos. Animais que constantemente apresentam micoses podem 
recorrer a vacinas específicas. 
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AAuullaa 77 O sistema nervoso 
O sistema nervoso recolhe as informações provenientes 
do exterior ou produzidas pelo organismo, o que se dá o nome 
de estímulos. Liberta também impulsos que vão determinar a 
contração dos músculos voluntários e involuntários (os músculos 
do esqueleto que controlam os movimentos e os que fazem parte 
das vísceras, a secreção das glândulas). 
 
O sistema nervoso é composto por células exclusivamente 
nervosas, os neurônios e células de suporte que as envolvem e 
que formam a neuróglia. 
 
Os neurônios podem funcionar como receptores quando 
recebem um estímulo, ou emissores quando enviam impulsos 
nervosos, ou ainda atuar em associação quando estabelecem 
uma relação entre dois neurônios diferentes. 
 
As diferentes fibras nervosas caracterizam-se pela sua excitabilidade e 
condutividade. A velocidade de condução da periferia para o cérebro e vice-versa é 
aproximadamente de 30 m/segundo. Os reflexos consistem numa transformação direta, 
através do sistema nervoso geral, de uma informação sensitiva externa ao sistema 
nervoso para o interior, numa informação motora, secretora ou inibidora, que parte do 
sistema nervoso até ao órgão implicado no reflexo em causa; tudo isto se processa 
num espaço de tempo relativamente curto. 
 
O sistema nervoso central 
 
É composto pelo cérebro, cerebelo, bolbo 
raquidiano (na cavidade craniana) e espinal-
medula. Para além da proteção óssea que o 
envolve, o sistema nervoso central está recoberto 
por três membranas: a dura-máter, em contacto 
com o osso, o aracnóide e a pia-máter em 
contacto direto com o tecido nervoso. Esta 
proteção que funciona tanto em relação a 
choques como a agressões internas (existe uma 
"barreira" entre o sangue e as meninges 
designada por barreira hematomeníngica 
resistente a diversas substâncias) é justificada 
pelo fato dos neurônios serem células não 
renováveis. Qualquer lesão é assim irreparável. 
 
• No cérebro estão sediados diferentes centros: 
motor, sensitivo, visual, auditivo, olfativo e 
gustativo. É o centro da memória e da 
associação. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
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• O cerebelo é a sede do equilíbrio e da coordenação de movimentos. 
 
• A espinal-medula constitui um importante centro de reflexos, tal como o bolbo 
raquidiano (vômito, salivação...) que é também o centro do automatismo respiratório, 
cardíaco e dilatador/constritor dos vasos sanguíneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conformação exterior dos 
hemisférios cerebrais 
 
I face lateral esquerda 
II face medial 
 
1. Hemisfério cerebral 
2. Cerebelo 
3. Espinal-medula 
4. Pedúnculos cerebrais 
5. Fissura pseudo-silviana 
6. Sulco rino-lateral 
7. Cerebelo 
8. Espinal-medula 
9. Hipófise 
A medula espinhal 
 
1. Septo dorsal 
2. Veio lateral dorsal 
3. Gânglio espinal 
4. Ramo dorsal 
5. Ramo ventral 
6. Ligamento denteado 
7. Nervo espinal 
8. Funículo dorsal 
 
 
9. Coluna dorsal 
10. Coluna ventral 
11. Funículo 
ventral 
12. Fissura ventral 
13. funículo lateral 
14. canal central 
15. coluna lateral 
 
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AUXILIAR VETERINÁRIO 30
O sistema nervoso periférico 
 
É constituído pela reunião das fibras nervosas em nervos que se ramificam 
simetricamente para uma posterior distribuição pelo conjunto do corpo. Conduzem 
assim a informação sensível da periferia para os centros de integração do sistema 
nervoso central: os nervos sensitivos; ou então transportam os impulsos gerados pelo 
sistema nervoso central até ao órgão alvo: os nervos motrizes. Diversos nervos são 
mistos e compreendem simultaneamente fibras sensíveis e motrizes. 
 
O sistema nervoso vegetativo 
 
Tem na sua origem uma cadeia de gânglios 
nervosos situados de ambos os lados da coluna vertebral. 
Controla as funções vegetativas de organismo, cujo 
funcionamento não é comandado pelo sistema nervoso 
central ou periférico. Subdivide-se em dois sistemas: os 
sistemas simpático e parassimpático que possuem ações 
opostas, consoante o caso, ativadoras ou inibidoras das 
funções de um determinado órgão. Por exemplo, o sistema 
parassimpático ativa o trânsito intestinal enquanto queo 
sistema simpático o inibe. 
O sistema nervoso participa em numerosas 
afecções e interações medicamentosas. Os danos podem 
ser muito variados e exigem um bom domínio do tema. 
 
As convulsões 
 
O termo convulsão refere-se ao distúrbio paroxístico 
(ataque súbito) involuntário do cérebro, geralmente 
manifestando-se como uma atividade muscular 
descontrolada. Epilepsia refere-se à recorrência ou 
repetição das convulsões, particularmente se a causa 
fundamental não pode ser identificada (epilepsia 
idiopática). As convulsões caracteristicamente são não 
precipitadas, estereotipadas e cessam espontaneamente. 
 
 Portanto, a epilepsia é uma enfermidade funcional 
do cérebro caracterizada por convulsões tônico-clônicas, 
periódicas, recorrentes geralmente de breve duração e 
aparentemente similar à epilepsia do homem. A epilepsia 
idiopática foi descrita em muitas espécies, mas com 
grande freqüência nos cães, principalmente nas raças 
Cocker Spaniel , Beagle, Pastor Alemão, Setter Irlandês, 
etc. 
 
 Animais com epilepsia freqüentemente tem uma 
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AUXILIAR VETERINÁRIO 31
história de nervosismo e desorientação antes da convulsão. Esta fase pré-ataque é 
seguida pelas próprias convulsões, que normalmente duram de 1 a 2 minutos e se 
caracterizam pela perda ou perturbação da consciência, pelo olhar fixo, pela alteração 
do tono muscular, movimentos dos membros (tonico-clonicos) e alguns animais 
também apresentam micção, evacuação e salivação. As convulsões podem começar 
no primeiro ano de vida do cão, mas com maior freqüência no segundo ano. 
 
 O local de origem das convulsões no cérebro é chamado de foco das 
convulsões sendo que elas podem ser amplamente divididas em dois grupos: nas 
ormas generalizadas e focal (parcial). 
 
Exercícios 
 
1. Cite e explique os diferentes sistemas nervosos 
 
2. Qual sistema nervoso é responsável pelos ataques 
convulsivos: o central, o periférico ou o vegetativo? 
Por que? 
 
 
 
 
AAuullaa 88 O sistema circulatório 
Entende-se por circulação sanguínea o estudo dos vasos (veias e artérias) e do 
coração, não só no plano anatômico como também fisiológico. A circulação linfática é o 
sistema de drenagem que auxilia a circulação geral. 
 
Na seqüência de um desenvolvimento normal, o 
eixo do coração do cão deve apresentar-se oblíquo em 
relação ao eixo do corpo, situando-se o coração mais 
à esquerda do que à direita. O coração é achatado 
transversalmente, o lado direito em posição cranial 
(em direção à dianteira do cão) e o lado esquerdo em 
posição caudal (em direção à traseira). Assim, a base 
do coração onde estão situados os vasos é 
simultaneamente cranial e dorsal, enquanto que o 
ápice é caudal e ventral. A sua área de inserção situa-
se entre a 3° e a 6° costela e o peso varia 
consideravelmente em função da raça do cão. 
 
 
 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 32
 
 
1. 3° costela 
2. 6° costela 
3. Orifício aórtico 
4. Orifício pulmonar 
5. Orifício átrio-ventricular esquerdo 
 
O coração 
 
Divide-se em quatro grandes compartimentos: o átrio direito que recebe o 
sangue pobre em oxigênio e envia-o para o ventrículo direito, que o expele em direção 
aos pulmões; o átrio esquerdo que recebe o sangue dos pulmões rico em oxigênio, 
envia-o para o ventrículo esquerdo que por sua vez o expele para as diferentes zonas 
do corpo. No adulto o coração é totalmente compartimentado, não se verificando a 
mistura entre os sangues rico e pobre em oxigênio, a passagem pelos diferentes 
compartimentos processa-se graças a válvulas que formam um sistema de “portas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Ponta do coração 
7. Ponta do cotovelo 
8. Válvula tricúspide 
9. Orifício aórtico 
10. 3° costela 
 
Coração do cão face 
auricular 
 
1. Ventrículo direito 
2. Tronco pulmonar 
3. Aurícula direita 
4. Veia cava cranial 
5. Aorta 
6. Veia cava caudal 
7. Aurícula esquerda 
8. Ventrículo esquerdo 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 33
Os batimentos cardíacos 
 
 Os batimentos cardíacos processam-se segundo um ciclo bem definido. Graças 
à fraca pressão do retorno venoso e à abertura das válvulas átrio-ventriculares, os 
ventrículos enchem-se passivamente (estando as válvulas arteriais fechadas), 
seguidamente a contração dos átrios completa o enchimento: a sístole auricular (ou 
atrial). Segue-se a sístole ventricular, o ventrículo encontra-se no ponto máximo de 
enchimento, a pressão intraventricular aumenta, provocando o fechamento das 
válvulas átrio-ventriculares no início da contração dos ventrículos. Esta contração vai 
adquirindo cada vez maior intensidade até ao ponto em que a pressão intraventricular 
passa a ser superior à pressão das artérias, desencadeando assim a abertura das 
válvulas arteriais. Finalmente, os músculos cardíacos relaxam permitindo o 
encerramento das válvulas arteriais: a fase de relaxamento. Os átrios voltam a encher-
se, as válvulas átrio-ventriculares abrem-se, os ventrículos enchem-se e tem início um 
novo ciclo. 
 
 De fato, durante a auscultação com 
estetoscópio, o clínico apenas percebe os 
ruídos provocados por estas diferentes fases. Os 
batimentos cardíacos traduzem-se no cão por dois 
sons: "bum" - pequeno silêncio – "ta" - 
grande silêncio. O "bum" corresponde a 
um som longo uma vez que a sua origem é 
múltipla: encerramento das válvulas átrio-
ventriculares, entrada do sangue sob pressão nos 
ventrículos e entrada turbulenta do sangue na raiz dos 
troncos arteriais mais grossos. O "ta" corresponde a um 
som mais breve uma vez que a sua origem é única: o fecho das 
válvulas arteriais. Ao nível do cão, qualquer ruído suplementar pode ser considerado 
patológico. No entanto, graças à utilização de métodos recentes tais como a 
eletrocardiografia ou a ecocardiografia, os batimentos cardíacos podem ser estudados 
com maior rigor. A sua interpretação é bastante complexa e deve ser entregue a 
especialistas. 
 
 Finalmente, podemos interrogar-nos 
sobre a proveniência do ritmo cardíaco. De 
fato, na parede muscular existem 3 tecidos, 
denominados nodais, compostos por células 
que podem despolarizar-se lenta e 
espontaneamente, dando origem a um 
potencial de ação que se propaga a todas as 
células cardíacas, provocando assim a 
contração do coração. É o tecido nodal situado 
ao nível dos átrios que impõe o seu ritmo, 
desempenhando assim a função de “marca-
passo” do coração. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 34
 
Esquema geral da circulação 
 
1. Capilar da cabeça 
2. Veia cava cranial 
3. Tronco braquio-cefálico 
4. Aorta 
5. Tronco pulmonar 
6. Veias pulmonares 
7. Capilar dos pulmões 
8. Tronco celíaco e mesentérico 
9. Capilar das vísceras 
10. Capilares do corpo 
 
 O ritmo cardíaco pode ser modificado por diferentes fatores, quer externos 
(percepção de um objeto estressante...) quer internos, possuindo uma ação sobre os 
trajetos nervosos compostos por fibras aceleradoras ou moderadoras. De igual forma, o 
pulmão e os gases sanguíneos vão influir na freqüência cardíaca por meio de 
baroreceptores situados na curva aórtica. O excesso de oxigênio conduz à diminuição 
do ritmo cardíaco enquanto que o excesso de gás carbônico possui um efeito 
acelerador. 
 
AAuullaa 99 As artérias e veias 
 
 O coração desempenha apenas o papel de propulsor mas são os vasos 
sanguíneos que transportam o sangue até aos órgãos. Do ponto de vista anatômico, 
designam-se por artérias os vasos que saem do coração (quer o sangue seja rico ou 
11. Canais linfáticos do corpo 
12. Veia porta 
13. Capilar do fígado 
14. Veias sub-hepáticas 
15. Canal torácico (linfa) 
16. Veia cava caudal 
17. Ventrículo esquerdo 
18. Ventrículo direito 
19. Aurícula esquerda 
20. Aurícula direita 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 35
pobre em oxigênio) designando-se por veias os que regressam ao coração. Estas 
últimas comportam pequenasválvulas que proporcionam ao sangue uma pressão fraca 
mas indispensável à circulação. É por este motivo que, quando se corta uma artéria o 
sangue jorra em jatos, enquanto que no caso de uma veia o derrame se processa de 
forma contínua. 
 
 A aorta, grande artéria cujo sangue se apresenta enriquecido em oxigênio, parte 
da zona esquerda do coração em direção à zona anterior do animal. Curva-se 
rapidamente, formando o arco da aorta, tomando então a direção da zona posterior. 
Imediatamente antes da curvatura, encontra-se o início do tronco braquiocéfalico (que 
vasculariza a cabeça e os membros anteriores) assim como a artéria subclávia 
esquerda com destino ao tórax. Seguidamente a aorta passa pelo abdome para irrigar 
todos os órgãos e membros posteriores através da ramificação em artérias 
progressivamente de menor calibre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 36
As veias no cão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As artérias do cão 
 
1. Artéria temporal 
2. A. auricular 
3. A.cervical 
4. A. escapular dorsal 
5. A. torácica 
6. A. intercostal 
7. A.celíaca 
8. A. mesentérica cranial 
9. A. lombar 
10. A. ilíaca externa 
11. A. ilíaca interna 
12. A. sacral 
13. A. pudenda interna 
14. A. tibial 
15. A. safena 
16. A. femoral 
17. A. média 
18. A.antebraquial 
19. A. braquial 
20 e 21.A. torácicas 
22. A. axilar 
23. Tronco costo-
cervical 
24. A.tiroidiana 
25. A.carótida 
comum 
26. A.vertebral 
27. A. carótida 
externa 
28. A. facial 
 
13. V. auricular 
14. Glândula parótida 
15. V. do olho, do nariz e 
dos lábios 
16. Glândula mandibular 
17. V. facial 
18. V. jugular externa 
19. V. axilar 
20. V. do coração 
21. V. torácica interna 
22. V. cefálica 
23. V. metacarpiana 
24. V. cava caudal 
25. V. hepática 
26. V. porta 
27. V. hepigástrica 
28. V. dorsal da glande 
29. V. safena interna 
30. V. metatarsiana 
31. V. safena lateral 
32. V. poplitea 
33. V. fémural 
34. V. ilíaca externa 
35. V. pudenda interna 
1. Veia caudal 
2. V. ilíaca interna 
3. V. sacral lateral 
4. V. testicular 
5. V. renal 
6. V. porta 
7. V. intercostal 
8. V. cava cranial 
9. V. costocervical 
10. V. cervical profunda 
11. V. vertebral 
12. V. jugular interna 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 37
 
 Uma vez chegado ao músculo ou ao órgão, a artéria divide-se num feixe de 
arteríolas, artérias que permitem a distribuição do oxigênio e que em troca retiram o 
dióxido de carbono. O sangue volta a sair por vênulas que confluem numa veia de 
pequeno calibre. Todas estas pequenas veias partem então em direção à veia cava 
cranial na zona anterior do corpo ou à veia cava caudal na zona posterior. Estas duas 
veias trazem o sangue de volta ao lado direito do coração que o propulsiona 
seguidamente, através do tronco pulmonar, em direção aos pulmões onde o sangue se 
liberta do gás carbônico. Regressa ao coração pelas veias pulmonares para retomar a 
aorta: e o círculo encerra-se. 
 
 
A circulação linfática do cão e do gato 
 
 Trata-se de um sistema de drenagem que retira a linfa da circulação geral 
(sanguínea). Os vasos são igualmente valvulados aglomerando-se com intervalos 
reduzidos para atravessar a linfa em dois grandes troncos coletores: o ducto torácico e 
o ducto linfático direito. Os vasos em si são pouco visíveis, no entanto são facilmente 
detectáveis os linfonodos linfáticos (ou gânglios) que filtram a linfa da mesma região. O 
seu número é relativamente considerável, alguns são superficiais e palpáveis, outros 
profundos (nas grandes cavidades) e apenas podem detectados por via da radiologia 
ou ecografia. Na maioria dos casos a sua hipertrofia reflete uma inflamação ao nível da 
região de drenagem, razão que justifica a importância da palpação durante o exame 
clínico. Trata-se também de um local de passagem privilegiado das células 
cancerígenas ao transitar de um órgão para outro, explicando-se assim que se proceda 
a extirpação dos gânglios quando se faz a ablação de um tumor para limitar a extensão 
da doença. 
 
 
 
 
 
 
Sistema linfático do cão 
 
1. Troncos lombares 
2. Tronco visceral 
3. Tronco traqueal 
4. Tronco torácico 
5. Tronco bronco-mediastinal 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 38
 
 
 
 
 
Afecções cardíacas de cães e gatos 
Cardiomiopatia dilatada 
 As cardiomiopatias referem-se às afecções 
do miocárdio (músculo cardíaco) e são 
frequentemente de origem desconhecida. A 
cardiomiopatia dilatada é caracterizada por uma 
dilatação dos ventrículos, agravada por uma 
diminuição das capacidades contrácteis do 
coração, que levam a uma falha na ejeção do 
sangue. Atinge principalmente os cães adultos de 
grande porte, especialmente das raças 
Doberman, Boxer e Cocker. 
 De surgimento rápido nos cães 
relativamente jovens (aproximadamente 5 anos), 
pode-se suspeitar desta doença quando há o 
aparecimento de uma tosse principalmente 
noturna cada vez mais forte, dificuldades 
respiratórias (aumento da freqüência respiratória, 
Gânglios linfáticos da cabeça 
 
1. Gânglios linfáticos retrofaríngeos laterais 
2. Gânglio linfático retrofaríngeo medial 
3. Gânglio linfático mandibular 
4. Gânglio linfático parotídeo 
Gânglios linfáticos clinicamente exploráveis 
 
1. Gânglios linfáticos axilares acessórios 
2. Gânglios linfáticos axilares 
3. Gânglio linfático cervical superficial ventral 
4. Gânglios linfáticos cervicais superficiais dorsais 
5. Gânglio linfático retrofaríngeo medial 
6. Gânglios linfáticos mandibulares 
7. Gânglio linfático parotídeo 
8. Gânglio linfático retrofaríngeo lateral 
9. Gânglios linfáticos mediastínicos craniais 
10. Gânglios linfáticos mesentéricos craniais 
11. Gânglio linfático poplíteo superficial 
12. Gânglio linfático inguinal superficial. 
 
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AUXILIAR VETERINÁRIO 39
discordância: não sincronismo dos movimentos respiratórios torácicos e abdominais), 
cianose (a língua fica azul) e emagrecimento. 
Insuficiência mitral 
 Pertence às insuficiências cardíacas que acometem a parte esquerda do 
coração. A insuficiência cardíaca define-se como uma diminuição da função de 
bombeamento do coração provocando o aparecimento de efeitos secundários graves. 
No caso de insuficiência mitral, é a válvula mitral entre a aurícula e o ventrículo 
esquerdo que se encontra lesada. 
 O refluxo de sangue no átrio esquerdo leva ao aparecimento de um edema 
pulmonar. De acordo com a sua extensão, este edema caracteriza-se por uma tosse 
principalmente noturna, depois cada vez mais forte, dificuldades respiratórias visíveis 
apenas durante o esforço e depois espontâneas, crises significativas de asfixia, 
sintoma de um edema pulmonar agudo, cianose durante o esforço e, nos casos mais 
graves, uma síncope. Conforme a gravidade, os exercícios do cão deverão ser 
encurtados ou até limitados a saídas higiênicas. Se esta afecção for diagnosticada logo 
no início, o tratamento instaurado pelo Médico Veterinário poderá retardar o 
agravamento dos sintomas. 
O sangue 
 
 O sangue é um líquido viscoso, heterogéneo, composto por uma parte líquida – 
o plasma – e uma parte globular formada pelos glóbulos vermelhos (hemácias), 
glóbulos brancos e plaquetas. Possui uma dupla função: transporte e defesa. Permite o 
transporte de: 
 
• Gases respiratórios, como o oxigênio e o 
dióxido de carbono; 
• Metabólitos celulares; 
• Resíduos produzidos pelas células; 
• Substâncias que regulam a atividade celular, 
como hormônios; 
• Calor, entre as zonas de produção e as de 
eliminação. 
 
 
 
O sangue desempenha também um papel fundamental na defesa do organismo. 
Graças às propriedades de hemeostase e de coagulação, as hemorragias são 
estancadas em caso de ruptura da parede interna de um vaso sanguíneo. Algumas 
células, como os macrófagos, desempenham um serviço de limpeza, removendo todos 
os resíduos de origem interna ou invasores externos.Finalmente, o sistema imunitário 
permite detectar todos os elementos estranhos "memorizados" e reconhecidos, 
eliminando-os com maior eficácia. 
 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 40
Os glóbulos vermelhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os glóbulos brancos 
 
 Os glóbulos brancos ou leucócitos atuam simultaneamente na limpeza e no 
patrulhamento organizado contra os invasores. Com efeito, são compostos por 
diferentes tipos celulares especializados que cooperam ativamente na troca 
permanente de informações, graças a mensageiros químicos denominados citocinas. 
Conseguem detectar todos os elementos estranhos e resíduos, destruindo, envolvendo 
e digerindo-os. Estão dotados de uma grande capacidade de aprendizagem - a função 
imunitária - que lhes permite reconhecer com maior eficácia um elemento já 
anteriormente detectado (antígeno), atacando-o graças à presença de anticorpos 
específicos. A vacinação tira partido desta capacidade de memória. 
 
As plaquetas 
 
 São pequenas células que entram em atividade logo que surge um elemento 
estranho no sangue, ou ao entrarem em contato com o tecido conjuntivo, no local de 
uma pequena ruptura vascular. Possuem a capacidade de aderirem a essa área, onde 
rapidamente se aglomeram, formando uma espécie de tampão. Simultaneamente, os 
vasos contraem-se localmente e a hemorragia é estancada. Este processo é conhecido 
por hemostase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com um formato discóide, os glóbulos vermelhos ou 
hemácias contém hemoglobina, uma proteína composta por ferro 
e que transporta oxigênio. Caracterizam-se por possuir paredes 
muito elásticas, o que lhes permite atravessar os vasos capilares, 
por mais estreitos que sejam. O seu tempo médio de vida é de 2 
meses. Após a sua destruição por células especializadas, a 
hemoglobina transforma-se num pigmento, a hemoglobina 
transforma-se num pigmento, a bilirrubina, que por sua vez é 
transformada e eliminada através da bílis e urina, o que lhes 
confere uma coloração amarela ou verde. 
Os elementos do sangue 
 
1. Plaquetas 
2. Leucócitos 
3. Hemácias 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 41
Exercícios 
 
1. Explique resumidamente as funções dos glóbulos vermelhos, dos glóbulos brancos e 
das plaquetas. 
 
 
AAuullaa 1100 A respiração 
 
 A respiração é a função que permite ao organismo fornecer oxigênio às células e 
tecidos e, simultaneamente, eliminar o dióxido de carbono (trocas gasosas). 
 
 O aparelho respiratório divide-se em duas partes: o aparelho respiratório 
superior e o inferior. 
 
 
Aparelho respiratório superior 
 
 É constituído pelas cavidades nasais, 
nasofaringe, laringe e traquéia. As cavidades 
nasais estão situadas no chanfro e na fronte 
do cão e abrem-se para o exterior através das 
narinas que, por sua vez, se encontram na 
trufa. Dotadas de uma estrutura cartilaginosa, 
evidenciam uma boa abertura e permitem a 
entrada de ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As cavidades nasais e a nasofaringe. As cavidades nasais no seguimento das 
narinas são constituídas por cornetos e seios nasais. São separadas por um septo 
ósseo médio cujos ossos se apresentam enrolados sobre si mesmos (cornetos). A 
mucosa que os recobre é bastante extensa o que permite amplificar o seu papel: 
Cavidade nasal do cão 
 
1. Osso nasal 
2. Osso incisivo 
3. Maxilar 
4. Cartilagem lateral 
5. Septo nasal 
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ricamente vascularizada, aquece o ar saturando-o de vapor de água. Além disso, as 
glândulas nasais nela contidas segregam um muco que capta as partículas agressivas 
do ar (pó, micróbios...). Outra parte da mucosa, a olfativa, permite ao cão a percepção 
dos odores. Após a passagem nas cavidades nasais, o ar é encaminhado pelas 
coanas, para a nasofaringe situada no final da boca. Encontra-se, agora, a uma 
temperatura praticamente idêntica à do organismo e liberto das suas impurezas. 
 
A laringe. O ar prossegue o seu trajeto até aos pulmões pela laringe e traquéia. 
A laringe é constituída por quatro cartilagens (cricóide, tiróide, aritenóide e epiglote) e 
está ligada aos ossos do crânio pelo osso hióide. Um conjunto de músculos permite a 
mobilidade das cartilagens umas em relação às outras. Assim, a laringe abre-se para a 
respiração e fecha-se quando o cão deglute evitando a passagem dos alimentos para a 
traquéia, caso empreendessem a via errada. Modula, também, o débito de ar fechando-
se em maior ou menor grau. A laringe comporta, também, as cordas vocais que vibram 
por meio da passagem de ar, emitindo sons: rosnados, latidos. 
 
A traqueia. É um tubo comprido constituído aproximadamente por 40 anéis 
cartilaginosos fechados por um músculo traqueal. Conduz o ar da laringe (na garganta) 
até aos brônquios (no tórax). A contração do músculo traqueal diminui o diâmetro da 
traquéia, modulando consequentemente o débito de ar ou evitando a sua dilatação 
excessiva em caso de tosse, por exemplo. 
 
O aparelho respiratório inferior 
 
É composto pelos brônquios e pulmões situados no interior da cavidade torácica 
da qual se encontram separados pela pleura. O tórax do animal está delimitado, 
lateralmente pelas costelas e, na zona posterior, pelo diafragma. Os pulmões estão 
separados da parede costal pela pleura que define a cavidade pleural. Mantém-se, 
assim, sempre cheios de ar. Os pulmões do cão estão divididos em 7 lobos: 3 à 
esquerda (lobo apical, médio e diafragmático) e 4 à direita (lobo apical, médio e 
diafragmático e acessório). 
 
 
Esquema geral do aparelho 
respiratório do cão 
 
1.Cavidade nasal 
2. seios nasais 
3. Coana 
4. Faringe 
5. Laringe 
6. Esôfago 
7. Traquéia 
8. Terminação da traquéia 
9. Bordo basal do pulmão esquerdo 
10. Projeção do diafragma 
11. Pulmão esquerdo 
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Os brônquios dividem-se e asseguram a condução do ar até aos alvéolos 
pulmonares: o número de brônquios é idêntico ao dos lóbulos pulmonares. Dividem-se, 
seguidamente, em bronquíolos de calibre progressivamente menor. 
 
Os pulmões são, também, 
amplamente vascularizados de forma a 
permitir as trocas de oxigênio e dióxido de 
carbono (hematose) numa grande 
superfície. 
A hematose 
 
A hematose designa o conjunto de 
trocas gasosas entre o ar alveolar e o 
sangue. Resulta de fenômenos puramente 
passivos, envolvendo os gradientes da 
pressão parcial dos gases entre o ar e o 
sangue. O oxigênio, mais concentrado 
nos alvéolos do que no sangue, passa do 
ar para o sangue. O dióxido de carbono 
segue o caminho inverso. A única forma 
que o animal tem de agir sobre essas 
mudanças é fazer variar as pressões 
parciais, modificando o débito de 
ventilação. Qualquer aumento do débito 
de ventilação (hiperventilação) acelera a 
renovação do ar alveolar, aumentando as 
trocas gasosas. Os receptores localizados 
nas artérias carótidas e na aorta analisam 
permanentemente a composição do 
sangue arterial, adaptando a ventilação a 
qualquer variação, de forma a manter sempre os mesmos níveis de pressão parcial de 
oxigênio e dióxido de carbono. 
 
Afecções respiratórias 
A broncopneumonia 
É uma inflamação purulenta dos bronquíolos e dos alvéolos 
pulmonares adjacentes. Conduz à produção de toxinas e a uma 
impossibilidade de drenagem pelos bronquíolos, que são 
destruídos. 
Principais sintomas: Dificuldades respiratórias com aumento 
da freqüência respiratória; sopro labial (os lábios levantam-se 
quando o cão expira); pequena tosse curta, dolorosa e violenta, 
febre com hipertermia irregular e abatimento acentuado, eventual 
afecção cardíaca. 
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE 
AUXILIAR VETERINÁRIO 44
O estado geral do cão requer uma consulta veterinária. Evitar as atmosferas 
secas e as mudanças bruscas de temperatura que agravam as dificuldades 
respiratórias. Da mesma forma, é preferível fracionar a ração do cão, ou seja aumentar 
o número de refeições diminuindo as quantidades. Isto permitirámelhorar o estado 
geral de saúde. Se o cão ficar muito tempo deitado, é preciso virá-lo de vez em quando 
para evitar a estagnação dos líquidos no mesmo lado dos pulmões. 
A paralisia de laringe 
É uma diminuição do orifício da laringe, que provoca dificuldades respiratórias e 
uma respiração ruidosa. A intensidade dos sintomas varia caso a paralisia atinja um 
lado da laringe (cão de guarda preso, cirurgia) ou os dois (Bouviers, Bull-Terriers, 
animais idosos braquicéfalos, origem neurológica). Em alguns casos basta uma 
intervenção cirúrgica para obter resultados. 
AAuullaa 1111 O sistema digestivo 
 
Graças à digestão, o animal dispõe de nutrientes (moléculas diretamente 
utilizáveis pelas células) enquanto ingere alimentos com uma natureza molecular 
demasiado complexa para serem simultaneamente absorvidos pelo intestino e 
utilizados pelas células. Por conseguinte, o tubo digestivo do cão e do gato está 
totalmente direcionado para a simplificação molecular dos alimentos (carboidratos, 
lipídeos, proteínas) e a absorção dos nutrientes. Divide-se em três seções anatômicas: 
a primeira – ingestiva - é formada pela língua, dentes, glândulas salivares, faringe e 
esôfago; a segunda – digestiva - compreende o estômago, intestino delgado, intestino 
grosso e as glândulas anexas (fígado e pâncreas); a terceira - evacuação - engloba a 
extremidade do intestino grosso e o canal do ânus. 
 
A ingestão dos alimentos 
 
• A boca. O cão abocanha os alimentos para 
seguidamente os ingerir. Tal como todos os 
carnívoros, os dentes dos canídeos possuem um 
papel específico em termos da mastigação. 
Atualmente, quer a alimentação do cão seja caseira 
ou industrial, o animal limita-se a engoli-la sem ter 
de efetuar uma pré-mastigação mecânica. As 
glândulas salivares - em número par - libertam a 
saliva na cavidade bucal; os seus componentes 
aquosos e mucosos humidificam os alimentos e 
facilitam o seu trânsito no esôfago. No momento da 
deglutição, a língua empurra os alimentos em 
direção à orofaringe, a epiglote fecha-se (evitando 
assim que estes transitem para a traquéia) e os 
alimentos são conduzidos para o esôfago. 
 
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• O esôfago. A chegada da refeição e as contrações musculares do esôfago conduzem 
os alimentos através do tórax e diafragma até ao estômago passando por uma região 
deste último designada por cárdia. 
 
A digestão do alimento 
 
Os alimentos são constituídos por três tipos de moléculas: os glicídios, as 
proteínas e os lipídios. A digestão de cada um destes grupos implica a atividade de 
mecanismos e enzimas diferentes situados em lugares distintos do tubo digestivo. Será 
interessante referir, neste ponto, as diferenças que se prendem com o formato do cão: 
assim, o tubo digestivo de um cão de raça pequena representa 7% do seu peso 
corporal, este valor é aproximadamente 3% no caso de um cão de raça grande, 
circunstância que o torna globalmente mais “frágil” do ponto de vista digestivo. 
 
Disposição geral do aparelho digestivo do cão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ânus 
2. Reto 
3. Cólon descendente 
4. Estômago 
5. Fígado 
6. Cárdia 
7. Esôfago 
8. Glândula mandibular 
9. Parótida 
10. Molares 
11. Caninos 
12. Língua 
13. Traqueia 
14. Diafragma 
15. Piloro 
16. Intestino delgado 
17. Duodeno 
 
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• O estômago. Situa-se na zona esquerda da cavidade abdominal, por trás das 
abas costais, ultrapassando ligeiramente o esterno. O seu volume é considerável 
comparativamente ao do intestino devido ao regime alimentar carnívoro do cão. 
 
Quando o animal termina a refeição, o seu volume aumenta: totalmente dilatado, 
pode chegar a ocupar metade da cavidade abdominal. No estômago, os alimentos são 
submetidos a uma digestão simultaneamente mecânica e química. As contrações das 
túnicas musculares produzem uma agitação que dá origem à mistura dos alimentos 
com o suco gástrico, verificando-se, então, uma importante digestão química. 
 
• O intestino delgado. O quimo (alimentos parcialmente digeridos) é 
seguidamente propulsionado pelo piloro em direção ao duodeno, a primeira parte do 
intestino delgado. No entanto, o intestino é frágil e o esvaziamento gástrico processa-
se lentamente, controlado, simultaneamente, pelo piloro e pela zona inicial do duodeno. 
 
• As glândulas digestivas. O conjunto do bolo digerido transita, então, para o 
intestino delgado onde é submetido à seqüência da digestão química por intermédio 
das secreções pancreáticas e hepáticas libertadas no duodeno pelos canais 
secretores. 
 
• O pâncreas. E um órgão bastante 
alongado, em forma de "V", nos carnívoros. Esta 
glândula é constituída por um conjunto de células 
denominadas ácinos, que produzem e libertam as 
enzimas digestivas no canal pancreático: o suco 
pancreático. Esta secreção ocorre apenas durante 
as refeições. As enzimassão libertadas sob uma 
forma inativa (caso contrário destruiriam os 
órgãos que atravessassem!) sendo ativadas 
posteriormente através de processos químicos 
que ocorrem no intestino. Estas enzimas são, 
assim, as precursoras das proteases, lipases e 
amilases. O suco pancreático é, também, 
constituído por bicarbonatos que permitem 
neutralizar o conteúdo do intestino acidificado 
pelo estômago. 
 
• O fígado é um órgão com múltiplas funções, entre as quais a digestiva. Situa-se 
por trás do diafragma, do lado direito. As células do fígado estão organizadas em lobos 
hepáticos. A bílis segregada é expelida através dos canais biliares, conducentes à 
vesícula biliar, onde a bílis se encontra armazenada fora das refeições. Assim, a 
segregação da bílis é contínua ao longo do dia. Quando o quimo atinge o duodeno, a 
vesícula contrai-se e provoca a descarga biliar. A bílis entra, assim, em contacto com 
os alimentos pré-digeridos no duodeno. A bílis é constituída por água, sais minerais, 
pigmentos biliares e sais biliares. Os pigmentos biliares não possuem qualquer função 
na digestão (são produtos de degradação da hemoglobina) e são, efetivamente, 
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excretados pelo tubo digestivo. Pelo contrário, os sais biliares possuem um papel 
fundamental na digestão dos lipídios. 
 
• A flora digestiva. O intestino do cão, tal como o de qualquer espécie animal, 
possui uma microflora importante constituída por microorganismos essencialmente 
bacterianos que participam ativamente nos fenômenos da digestão. Esta flora intestinal 
é extremamente sensível a variações em termos da qualidade alimentar (o cão é um 
carnívoro) o que explica que, contrariamente ao homem (que é onívoro), a alimentação 
do cão não deva ser alterada a cada refeição sob pena de provocar a destruição da 
flora intestinal e a ocorrência de diarréias. 
 
Este fenômeno justifica: 
 
- a necessidade imperiosa de se respeitar uma fase de transição alimentar de 8 dias, 
sempre que se proceda à alteração da alimentação, 
 
- o fato de determinadas bactérias lácteas incorporadas na alimentação evidenciarem 
propriedades digestivas muito positivas para o animal (referimo-nos aos "probióticos"). 
 
A digestão dos nutrientes 
 
• A digestão dos glucídios. Os glicídios estão presentes na alimentação sob diversas 
formas caracterizadas por um grau de maior ou menor complexidade. A molécula de 
base tem a designação ose: glicose, frutose, por exemplo. As outras moléculas 
constituem um encadeamento destas oses. O amido é, por conseguinte, uma enorme 
molécula constituída por uma grande quantidade de moléculas de glicose. 
 
 
A digestão dos glicídios simplifica as grandes 
moléculas para assim facilitar a sua absorção. Algumas 
enzimas participam nesta reação química: são amilases 
produzidas pelas glândulas salivares (em pequena 
quantidade) e pelo pâncreas. A simplificação dos glicídios 
processa-se majoritariamente no intestino delgado. 
 
• A digestão dos lipídios. Os produtos

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