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HISTÓRIA DOS AGRAFOS - HISTÓRIA DO DIREITO

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HISTÓRIA DOS AGRAFOS
A história normalmente é estudada a partir de documentos escritos conservados, tendo, para cada povo (civilização) uma época diferente.
Existem civilizações que embora não fizessem registros escritos, atingiram níveis espetaculares de desenvolvimento, inclusive apresentaram evolução jurídica que superam o nível de certos povos que servem da escrita.
Ex. Incas (América do Sul), Maias (América Central)
Mesmo sem o desenvolvimento da escrita, tiveram grande desenvolvimento econômico e social.
Devemos distinguir os dois momentos:
A pré-história do direito;
A história do direito.
Essa divisão segue a periodização tradicional de origem europeia da História cuja a divisão é o momento do surgimento da escrita.
O Direito surgiu na pré-história, a partir do momento que o homem começa a viver em sociedade.
Nas sociedades primitivas, o Direito se confunde com a religião e a política.
Essas sociedades NÃO tinham órgãos que legislavam (criavam leis).
Para conhecer o direito, requer o conhecimento de como funcionavam as instituições jurídicas à época, o que é muito difícil reconstruir.
Na pré-história a maior parte das instituições jurídicas já existem, mesmo que ainda misturados com moral e religião: 
Casamento;
Propriedade;
Sucessão; 
Banimento;
PRÉ HISTÓRIA 
ASPECTOS HISTÓRICOS
Houve um período da pré-história, em que os seres humanos começaram a se organizar em pequenos grupos: famílias/e ou clãs, esses grupos viviam cada um por si, com pouco ou nenhum contato entre eles.
Esses grupos viviam de caça de mamutes e bisões (extintos) e da coleta de cereais silvestre, frutos e raízes, que quando esgotavam na área obrigava-os a deslocarem em busca de recursos naturais, possuíam poucos objetos pessoais.
Por serem caçadores e coletores apresentavam característica nômade.
Esses pequenos grupos nômades foram as primeiras formas de organização social.
 Após o fim da Era glacial, que terminou há 13000 anos, os nômades começaram a construir pequenas cabanas e se fixar junto aos rios e lagos, onde aprenderam a pescar.
Para garantir a sua sobrevivência , o homem teve que aprender a cooperar e a se organizar socialmente, dessa cooperação dependia a sobrevivência do grupo.
A noção de justiça surgiu a necessidade de instaurar normas capazes não só de fixar os limites do uso da força e do exercício do poder, como também reestabelecer o equilíbrio das relações entre pessoas
Direito dos povos sem escrita ou Ágrafos
Ágrafos (A = negação + grafos = escrita)
Podem ser os homens das cavernas de 3000 a. C ou índios brasileiros até a chegada de Cabral, ou as que hoje vivem sem contato com o homem que usam a escrita.
Possuíam baixo desenvolvimento tecnológico, suas buscas por inventos e descobertas limitavam-se ao que era fundamental para a sobrevivência.
Em algum momento, os povos ágrafos sentiram a necessidade de regularizar o seu convívio em sociedade.
A pré-história tinha fontes do direito:
O costume;
Os precedentes;
Os provérbios;
E a decisão do chefe.
O ordenamento jurídicos na época dos povos ágrafos era dotado de regras abstratas, passadas de gerações em gerações, pessoa por pessoa, pela fala.
Com essa transmissão oral, as regras não eram iguais entre as diversas tribos existentes, por diversos motivos:
O principal era o poder descentralizado;
A distância física;
A característica comum aso povos ágrafos era a religiosidade, e com isso interligado ao direito, pois os seres humanos viviam temendo os poderes sobrenaturais e as forças da natureza. Eles tinham medo da justiça divina, por isso era preciso que fossem criadas regras.
Os povos ágrafos tiveram que regular:
Relações presentes em seu convívio no dia a dia;
Não precisaram regular o direito das coisas, porque o podemos denominar de propriedade era coletiva e não individualizada;
Como umas consequências das relações presentes em seu convívio têm as relações de família, levando em conta que a família primeira instituição que existiu no mundo.
Como dito anteriormente as sociedades primitivas foram fundamentadas no princípio do parentesco, nada mais natural e justo que a base geradora do sistema jurídico seja as normas gerais de convivência natural familiar de um mesmo grupo social, unidos por uma crença (religião) e tradições.
As características gerais dos direitos dos povos ágrafos são:
Abstratos;
Numerosos;
Relativamente diversificados;
Impregnados de religiosidade;
Direitos em nascimento.
Eles basicamente utilizam os costumes como fonte de suas normas
Esses povos ágrafos, que são multiplicidades de povos e tempos têm somente algumas características comuns:
Não tem grande desenvolvimento tecnológico;
Caçadores, coletores, poucos tem uma agricultura de subsistência;
Nômades e seminômades. 
Esses povos ágrafos, que são multiplicidades de povos e tempos têm somente algumas características comuns:
Não tem grande desenvolvimento tecnológico;
Caçadores, coletores, poucos tem uma agricultura de subsistência;
Nômades e seminômades. 
c) A diversidade apontada acaba sendo relativa. A base da organização social humana era semelhante, há inúmeras coincidências entre os vários direitos que surgem. As diferenças também existem, com a influência de vários itens, como clima, recursos naturais, número de indivíduos etc.
d) O Direito e a religião ainda estão entrelaçados, é difícil distinguir o que vem ser regra religiosa e o que vem a ser regra jurídica. Não existe distinção entre religião, moral e direito, estando essas funções sociais bastante interligadas e confundidas.
e) Não há definição do que é justiça, regra jurídica.
Fontes do Direito
Nesta fase do direito, a FONTE pode ser considerada o COSTUME, ou seja, a forma tradicional de viver em comunidade, com as normas estabelecidas pelo grupo.
A obediência aos costumes era assegurada pelo temor dos poderes sobrenaturais e pelo medo da opinião pública e o medo de ser desprezado pelo grupo.
Penas normalmente impostas pelo grupo:
Morte;
Penas corporais;
Banimento (exclusão do grupo social).
Regras de comportamento impostas por quem detinha o poder (primórdio das leis);
Precedente judiciário – os que julgavam, mesmo que involuntariamente, tinha a tendência de aplicar aos litígios soluções dadas anteriormente a conflitos semelhantes.
Provérbios e adágios (poemas, lendas etc.).
		 DIREITO COMO ORIGEM FAMILIAR
A história do direito também estuda os diferentes tipos de estrutura familiar e social que se podem reconstruir.
O casamento é uma das instituições mais arcaicas e mais permanentes, existente até os dias atuais. A POLIGAMIA era frequente (1 homem com várias mulheres), a POLIANDRIA (1 mulher e vários homens).
O conceito atual de família é muito amplo, e possui várias formações.
O incesto é proibido desde as sociedades primitivas, considerado tabu, quem praticasse sofreria grandes sanções; inclusive com pena de morte.
TIPOS DE ESTRUTURA EM QUE SE SUSTENTAVAM AS 
BASES FAMILIARES
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS LEIS ANTERIORES A HAMMURABI
Veremos algumas leis escritas anteriores ao Código de Hammurabi;
Ur-Nammu (rei sumeriano) e Eshunna foram reis da Cidade- Estado no Crescente Fértil e dão nome às primeiras leis escritas que conhecemos;
A influência que Ur-Nammu exerceu sobre as leis de Eshunna é tão grande quanto a que essas duas legislações provocaram no Código de Hammurabi.
A questão da justiça era importantíssima já para os sumerianos.
Na visão de Kramer:
		“A lei e a justiça eram conceitos fundamentais da antiga Suméria, que impregnavam a vida social e econômica sumeriana tanto na teoria quanto na prática. No decurso do século passado (século XIX dC), os arqueólogos revelaram, à luz do dia, milhares de tabuinhas de argila representando toda a espécie de documentos de ordem jurídica: contratos, atos, testamentos, notas promissórias, recibos, acórdãos dos tribunais. Entre os sumérios, o estudante mais adiantado consagrava uma grande parte de seu tempo ao estudo das leis e exercitava-se regularmente na prática
de uma terminologia altamente especializada, bem como na transcrição dos códigos legais e julgamentos que tinham formado jurisprudência.”
O direito privado sumeriano reconhecia alguma independência em relação ao marido. 
O divórcio era realizado através de decisão judicial e poderia favorecer qualquer um dos cônjuges;
O repúdio da mulher acarretava indenização pecuniária e somente era permitido pelos motivos indicados em lei.
O adultério era uma delito, porém sem consequências se houvesse o perdão do marido.
O filho que renegasse o pai poderia ter a sua mão cortada ou ser vendido como escravo.
A esposa era responsável pelas dívidas do marido.
As leis penais sumerianas suspendiam o Princípio de Taleão por multas ou indenizações legais.

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