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Neuropsicologia do TOC

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Fichamento TOC
Neuropsicologia do Transtorno Obssessivo-Compulsivo
Com frequência, o TOC provoca ruptura no funcionamento social e profissional. A sua caracterização é dada pela presença de obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos intrusivos que surgem repetidamente sem que o indivíduo tenha controle. Estão associadas à angústia e em geral causam grande ansiedade, pois, embora o sujeito as reconheça como produto da sua mente, suas tentativas de ignorá-las ou controlá-las constuman ser infrutíferas (World Health Organization). Já as compulsões são comportamentos repetitivos que o indivíduo se sente compelido a realizar de acordo com regras rígidas ou com o intuito de aliviar e/ou evitar a angústia gerada pelas obsessões. As compulsões também podem manifestar-se sob a forma de rituais mentais, como contagem ou rezas repetitivas, e têm como características fundamentais o fato de serem excessivas e não terem conexão factual com o que procuram prevenir (Abranowitz, Taylor, & McKay, 2009).
Sabe-se que tanto o ambiente como traços genéticos são fatores cruciais para o desenvolvimento do comportamento patológico: ao mesmo tempo em que estudos de família com gêmeos mostram que o TOC é familial e depende em grande parte do ambiente para o seu desenvolvimento eles também apoiam o possível envolvimento de fatores genéticos no transtorno – maior concordância de diagnóstico em gêmeos monozigóticos quando comparados a dizigóticos.
O TOC apresenta marcante heterogeneidade em relação a sua apresentação clínica. Essa grande variabilidade é postulada como responsável por introduzir uma alta quantidade de ruído nos estudos focados na avaliação do funcionamento cognitivo, bem como naqueles que buscam identificar biomarcadores (genéticos ou de neuroimagem). Isso se configura, portanto, como uma importante barreira para a identificação de resultados consistentes, o que se reflete na grande diversidade de resultados encontrados na literatura.
Estudos indicam que o TOC não é um processo neurodegenerativo, mas decorre de processos no neurodesenvolvimento.
Descrição do funcionamento de cinco alças córtico-estriado-talâmicas, segregadas e paralelas, que conectam o córtex frontal aos gânglios da base: 1.Alça Motora/ 2. Alça Oculomotora/ 3. Um circuito envolvendo o córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL)/ 4. Um circuito envolvendo o córtex orbitofrontal (COF) lateral e o núcleo caudado/ 5. Último circuito conectando o córtex do cíngulo anterior e (CCA) e o estriado ventral.
Nos estudos de neuroimagem do TOC, as três últimas alças parecem estar implicadas em sua fisiopatologia
Segundo o modelo neurobiológico, a manifestação dos sintomas estaria ligada à hiperatividade de regiões do circuito córtico-pálido-talâmico-cortical (CEPTC)
Os pacientes apresentam hiperativações em regiões frontais do cérebro e nos gânglios basais.
Os estudos com paradigmas de provocação de sintomas, nos quais os pacientes são confrontados com os estímulos que lhes causam aversão, também corroboraram o modelos das vias CEPTC. O padrão de fluxo sanguíneo e de ativação cerebral, é ainda mais acentuado na rede frontoestriatal quando os pacientes tinham seus sintomas agravados
O COF é uma das áreas mais estudas e reportadas em pesquisas
O circuito CEPTC é a principal via envolvida nos modelos fisiopatológicos atuais do TOC , mas não a única. Estudos recentes indicam o envolvimento de outras áreas cerebrais na fisiopatologia no transtorno, como, por exemplo, regiões límbicas (amígdala, hipocampo e ínsula), circuitos frontotemporoparietais e frontocerebelares, corpo caloso e hipófise.
Uma importante lacuna na literatura diz respeito à natureza dos déficits cognitivos do TOC: se sua presença deve ser considerada como um traço ou um estado associado aos sintomas.
Estudos que sugerem prejuízos nas funções executivas dos pacientes com TOC são abundantes na literatura.
Tais déficits em funções executivas poderiam contribuir inclusive para o aparecimento e manutenção dos sintomas do TOC, já que falhas na atenção ou no processo de codificação da memória poderiam levar a checagens repetitivas ou outras compulsões. (Mecanismo de ‘compensação’)
Indivíduos com TOC não apresentam dificuldades no reconhecimento de estímulos apresentados previamente.
Em vez de organizar as informações de maneira geral, os pacientes desenvolvem dúvidas e focalizam os detalhes, sem qualquer hierarquia, o que dificulta a recuperação. 
A dificuldade em realizar estratégias durante a codificação dos estímulos está de acordo com o modelo das vias do CEPTCe com as disfunções dos circuitos frontoestriatais. A hipótese da mediação foi encontrada tanto para modelos verbais e não-verbais.

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