Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
uff Universidade Federal Fluminense Campus do Valonguinho Instituto de Matema´tica e Estat´ıstica Departamento de Matema´tica Aplicada - GMA Prof Saponga Rua Ma´rio Santos Braga s/n 24020 -140 Nitero´i, RJ Ca´lculo III - A / 2017.1 Durac¸a˜o da prova: 1h45min As justificativas sa˜o partes fundamentais das soluc¸o˜es das questo˜es VE 1 - Turma E1 - Soluc¸o˜es : Aplicada em 04/maio/2017 1. Considere a integral iterada ∫ 1 0 ∫ 2x x dy dx . (i) Esboce a regia˜o de integrac¸a˜o, indicando no desenho, claramente, as equac¸o˜es das curvas que a delimitam ; (ii) Troque a ordem de integrac¸a˜o para expressar a integral acima em termos de integrais iteradas na ordem dx dy . Soluc¸a˜o: Da integral iterada dada, conclu´ımos a variac¸a˜o de x : 0 7−→ 1 . Ale´m disso, para cada x ∈ [ 0 , 1 ] fixado, temos a variac¸a˜o de y : x 7−→ 2x . Assim, a regia˜o D de integrac¸a˜o, fica descrita pelas desigualdades: D = {(x , y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 1 e x ≤ y ≤ 2x}. Na figura ao lado exibimos o esboc¸o hachurado da regia˜o D e isso finaliza o item (i). (ii) Para efetuar a troca da ordem de integrac¸a˜o, vamos precisar de duas integrais iteradas. x y 1 2 x x = y x 2x = y y = x y = 2x x = 1 D Parte I: 0 ≤ y ≤ 1 . Para cada 0 ≤ y ≤ 1 fixado, a varia´vel x varia de quando entramos no dom´ınio, isto e´, x = y/2 ate´ quando saimos do dom´ınio, isto e´, x = y . E assim, obtemos a integral : ∫ 1 0 ∫ y y/2 dx dy . (I) Parte II: 1 ≤ y ≤ 2 . Para cada 1 ≤ y ≤ 2 fixado, a varia´vel x varia de quando entramos no dom´ınio, isto e´, x = y/2 ate´ quando saimos do dom´ınio, isto e´, x = 1 . E assim, obtemos a integral :∫ 2 1 ∫ 1 y/2 dx dy . (II) x y 1 2 1 y y I II y = x y = 2x Consequentemente, temos a igualdade :∫ 1 0 ∫ 2x x dy dx = ∫ 1 0 ∫ y y/2 dx dy + ∫ 2 1 ∫ 1 y/2 dx dy que realiza a troca da ordem de integrac¸a˜o, finalizando a soluc¸a˜o da questa˜o. � Nota � Repita a questa˜o dada para a integral iterada ∫ 1 0 ∫ √2−x2 x dy dx . Ca´lculo III - A VE 1 - Soluc¸o˜es - Turma E1 - 2017.1 2 2. Seja D a regia˜o plana dada pelas inequac¸o˜es 1 ≤ x2 + y2 ≤ 9 , onde y ≥ 0 . Admita que em D temos uma distribuic¸a˜o de massa cuja densidade ρ(x, y) e´ dada por ρ(x, y) = y x2 + y2 . (i) Calcule a massa M em D ; (ii) Expresse a coordenada x¯ do centro de massa como uma integral dupla em coordenadas cartesianas e, sem resolveˆ-la, justifique, matematicamente, por que ela se anula ; (iii) Calcule a coordenada y¯ do centro de massa. Soluc¸a˜o: Na figura ao lado apresentamos um esboc¸o da regia˜o D. Para obter a massa M em D, usando coordenadas polares, devemos calcular : M= ∫∫ D y x2 + y2 dA = ∫∫ Dr,θ r sin θ r2 r dr dθ = ∫ pi 0 ∫ 3 1 sin θ dr dθ = 2 ∫ pi 0 sin θ dθ = 2 [ − cos θ ]θ=pi θ=0 = 4 e isso finaliza o item (i) da questa˜o. x y x 2 + y 2 = 9 ↖ x 2 + y 2 = 1 ↖ 1 3−1−3 θ Por definic¸a˜o, a abcissa x¯ do centro de massa e´ dada por: x¯ = 1 M ∫∫ D xy x2 + y2 dA . A nulidade da integral acima, vem dos seguintes argumentos : + A regia˜o D e´ sime´trica em relac¸a˜o ao eixo y. Para provar isso, basta observar que se (x, y) satisfaz as inequac¸o˜es que definem D (no enunciado), enta˜o o sime´trico (−x, y) , de (x, y) , em relac¸a˜o a tal eixo, tambe´m satisfaz as mesmas inequac¸o˜es, pois quando x aparece nessas inequac¸o˜es, ele esta´, sempre, elevado ao quadrado. + A func¸a˜o f(x, y) = xy x2 + y2 e´ ı´mpar com relac¸a˜o ao eixo y, pois : f(−x, y) = −xy (−x)2 + y2 = − xy x2 + y2 = −f(x, y) e isso finaliza a soluc¸a˜o do item (ii). Nota: Esse resultado do item (ii) nos diz que o centro de massa esta´ sobre o eixo y . O ca´lculo da coordenada y¯ do centro de massa, pode ser feito da seguinte forma, usando coordenadas polares : y¯ = 1 M ∫∫ D y2 x2 + y2 dA = 1 4 ∫∫ Dr,θ r2 sin2 θ r2 r dr dθ = 1 4 ∫ pi 0 ∫ 3 1 r sin2 θ dr dθ = ∫ pi 0 sin2 θ dθ = ∫ pi 0 1− cos(2θ) 2 dθ = pi 2 − 1 4 [ sin(2θ) ]θ=pi θ=0 = pi 2 . E assim, finalizamos a soluc¸a˜o desta questa˜o. � Nota � Repita a questa˜o dada usando a regia˜o plana descrita pelas inequac¸o˜es 1 ≤ |x| + |y| ≤ 3 , com y ≥ 0 e tendo como densidade a func¸a˜o ρ(x, y) = y . Ca´lculo III - A VE 1 - Soluc¸o˜es - Turma E1 - 2017.1 3 3. Seja R o so´lido dado pelas inequac¸o˜es x2 + y2 ≤ 4 ; z ≤ √ x2 + y2 ; z ≥ 0 . Em R temos uma distribuic¸a˜o de massa, cuja densidade em cada ponto, vale a distaˆncia do ponto ao plano xy. (i) Esboce a regia˜o R , indicando no desenho, claramente, as superf´ıcies que a delimitam, e suas equac¸o˜es ; (ii) Expresse a massa total em R usando uma integral iterada em coordenadas esfe´ricas na ordem dr dϕ dθ ; (iii) Expresse a coordenada y¯ do centro de massa como uma integral tripla em coordenadas cartesianas e mostre, matematicamente, sem fazer ca´lculos, que essa integral se anula. Soluc¸a˜o: Na figura ao lado exibimos a regia˜o R a qual e´ delimitada pelo cilindro x2 + y2 = 4 , pelo cone z = √ x2 + y2 e pelo plano z = 0 , e com isso finalizamos o item (i) da questa˜o. E´ dado do problema que a densidade associada a` distribuic¸a˜o de massa em R , tem a expressa˜o ρ(x, y, z) = z . Passemos agora a` expressa˜o da massa total M em R usando as coordenadas esfe´ricas, como exigido. Nessa mudanc¸a de varia´vel cartesiana 7→ esfe´rica , temos as equac¸o˜es : x = r sinϕ cos θ ; y = r sinϕ sin θ ; z = r cosϕ donde se conclui que o elemento de volume fica dado por dV = r2 sinϕdr dθ dϕ . Assim, a massa total M tem a expressa˜o : z = √ x2 + y2 x 2 + y 2 = 4 22 z = 0 x y z M = ∫∫∫ R z dV = ∫∫∫ Rr,θ,ϕ r cosϕ r2 sinϕdr dϕ dθ = ∫∫∫ Rr,θ,ϕ r3 cosϕ sinϕdr dϕ dθ = 1 2 ∫∫∫ Rr,θ,ϕ r3 sin(2ϕ) dr dϕ dθ . (1) Para determinar os limites de integrac¸a˜o da integral iterada, na ordem acima estabelecida, lembramos que para cada ϕ , θ fixados, o raio varia : + de zero ate´ a sa´ıda do dom´ınio, a qual ocorre no cilindro de equac¸a˜o x2 + y2 = 4 , ou seja : x2 + y2 = 4 =⇒ r2 sin2 ϕ cos2 θ + r2 sin2 ϕ sin2 θ = 4 =⇒ r2 sin2 ϕ = 4 =⇒ r sinϕ = 2 . Ale´m disso, para cada θ fixado, temos que ϕ varia de ϕ = pi/4 , que e´ o aˆngulo de abertura do cone z = √ x2 + y2 , ate´ ϕ = pi/2 rd . Por sua vez, θ varia de θ = 0 ate´ θ = 2pi rd . Agora, voltando a (1) obtemos : z = √ x2 + y2 x 2 + y 2 = 4 22 x y z M= 1 2 ∫∫∫ Rr,θ,ϕ r3 sin(2ϕ) dr dϕ dθ = ∫ 2pi 0 ∫ pi/2 pi/4 ∫ 2/ sinϕ 0 r3 sin(2ϕ) dr dϕ dθ e o item (ii) esta´ finalizado. Para responder ao item (iii) vamos, primeiramente, expressar a coordenada y¯ do centro de massa em coordenadas cartesianas. Por definic¸a˜o temos : y¯ = ∫∫∫ R yz dV. A nulidade da integral acima se justifica nos seguintes argumentos: Ca´lculo III - A VE 1 - Soluc¸o˜es - Turma E1 - 2017.1 4 + A regia˜o R e´ sime´trica em relac¸a˜o ao plano xz. Para provar isso, basta observar que se (x, y, z) satisfaz as inequac¸o˜es que definem R (no enunciado), enta˜o o sime´trico (x,−y, z) de (x, y, z) em relac¸a˜o a tal plano, tambe´m satisfaz as mesmas inequac¸o˜es, pois quando y aparece nessas inequac¸o˜es, ele esta´, sempre, elevado ao quadrado. + A func¸a˜o f(x, y, z) = yz e´ ı´mpar com relac¸a˜o ao plano xz, pois : f(x,−y, z) = −yz = −f(x, y, z) . 4. Seja C ⊂ R3 a curva parametrizada γ(t) = (2 cos t , 2 sin t , 3t/2pi) exibida na figura abaixo, onde t ∈ [ 0 , 2pi ] . (i) Calcule o elemento de comprimento ds associado a` parametrizac¸a˜o de C ; (ii) Calcule o comprimento de C ; (iii) Use uma integral de linha sobre um c´ırculo, para calcular a a´rea A(S) do pedac¸o S docilindro x2 + y2 = 4 , compreendido entre a curva C e o plano xy, como mostrado na figura. Soluc¸a˜o: O elemento de comprimento ds e´ dado por ds = ‖γ′(t)‖ dt , onde : γ′(t) = (−2 sin t , 2 cos t , 3/2pi) ⇒ ‖γ′(t)‖ = √ 4 sin2 t+ 4 cos2 t+ 9/4pi2 ⇒ ‖γ′(t)‖ = √ 4 + 9/4pi2 . (2) Consequentemente, o elemento de comprimento ds tem a forma ds = √ 4 + 9/4pi2 dt (3) e assim, finalizamos a soluc¸a˜o do item (i) da questa˜o. Para calcular o comprimento `(C) da curva C , usamos (3) e obtemos : S x y z 2 2 `(C) = ∫ C ds = ∫ 2pi 0 ‖γ′(t)‖ dt = ∫ 2pi 0 √ 4 + 9/4pi2 dt = 2pi √ 4 + 9/4pi2 e o item (ii) fica finalizado. Para resolver o item (iii), comec¸amos observando que a curva γ(t) se projeta no plano xy sobre o c´ırculo β(t) = (2 cos t , 2 sin t) com t ∈ [0 , 2pi] . Por outro lado, sabemos que a a´rea A(S) da superf´ıcie S e´ dada pela integral sobre o c´ırculo β(t) = (2 cos t , 2 sin t) com t ∈ [0 , 2pi] da altura h(β(t)) na qual a curva se encontra em cada ponto β(t) . Mas a parametrizac¸a˜o γ(t) nos garante que a altura atingida pela curva sobre o ponto β(t) vale 3t/2pi , ja´ que γ(t) = ( 2 cos t , 2 sin t︸ ︷︷ ︸ β(t) , 3t/2pi︸ ︷︷ ︸) . ↑ h(β(t)) = altura no ponto β(t) Ale´m disso, para a parametrizac¸a˜o β(t) o elemento de comprimento e´ dado por ds = ‖β′(t)‖ dt = 2 dt . Logo, A(S) = ∫ 2pi 0 h ( β(t) )∥∥β′(t)∥∥ dt = ∫ 2pi 0 3t 2pi 2 dt = 3 pi ∫ 2pi 0 t dt = 3 2pi [ t2 ]t=2pi t=0 = 6pi. S x y z β(t) h(β(t)) = 3t/2pi β(t) h(β(t)) = 3t/2pi 2 Ca´lculo III - A VE 1 - Soluc¸o˜es - Turma E1 - 2017.1 5 Valor das questo˜es: Questa˜o 1: • item (i): 0.5 • item (ii): 1.5 Questa˜o 2: • item (i): 1.0 • item (ii): 0.5 • item (iii): 1.0 Questa˜o 3: • item (i): 0.5 • item (ii): 1.5 • item (iii): 1.0 Questa˜o 4: • item (i): 0.5 • item (ii): 0.5 • item (iii): 1.5
Compartilhar