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Resumo sundfeld

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Fundamentos de direito público- Sundfeld
Cap. 1. Regulação jurídica do poder político
O autor aponta a condição de ser social do ser humano, ou seja, faz parte da natureza do “homem” viver em sociedade e se agrupar, sendo que no grupo maior chamado de sociedade, humanidade, vão se formando sub grupos em decorrência de cidades, países, continentes, partido político, laços sanguíneos, dentre outros. Dentro de cada grupo existem afinidades, interesses compartilhados , mas também diferenças e conflitos, tanto dentro de cada grupo, quanto entre um grupo e outro. Para a convivência dentro de grupos e entre eles é necessários a existência de regras comuns que irão organizar e regular as relações desenvolvidas. Desta forma, o autor afirma que um grupo social é uma “reunião de indivíduos sob determinadas regras”. (pag 19)
Essas regras são criadas e aplicadas por meio do poder, uma relação entre dois ou mais sujeitos e que está atrelado a ideia de liberdade, um ocorre mediante a negação do outro, a liberdade de um gera a falta de poder de outro e o poder de um gera a falta de liberdade de outro. Em todo grupo social um ou mais indivíduos exercem poder sobre outrem. (pag.20)
O autor afirma a existência de diferentes tipos de poderes, um deles é o poder político, ou seja, o poder emanado pelo Estado a que todos os habitantes de um país estão submetidos. Essa forma de poder possui algumas especificidades que diferem de outros poderes, uma delas é a possibilidade de usar a força física contra aqueles que subverterem as regras do grupo, essa possibilidade leva à aceitação das regras e imposições estatais. Além disso, o uso da força física é monopolizado pelo Estado, ou seja, somente ele e quem ele permitir podem fazer uso dessa possibilidade, isso nos leva à outra característica do poder político, ninguém tem um poder que se iguale ao poder do Estado.O poder do Estado é superior aos outros poderes existentes nos grupos sociais(poderes internos), assim como o Estado não reconhece poder externos superior ao seu (poder do governo de outro país), ou seja, o Estado é soberano. (21, 22).
Sabendo que o poder se da de um ou mais indivíduos sobre outros indivíduos, o autor apresenta os conceitos de Estado-poder, emana o poder politico, e Estado-sociedade, está submetido ao poder político. As regras criadas pelo Estado-poder para reger as relações entre os grupos e indivíduos são as normas jurídicas. Essas normas são regras de conduta que podem ser impostas por meio do uso de força física. O Estado-poder não é uma pessoa propriamente dita, apesar de ser composto por indivíduos, é uma pessoa jurídica; as relações entre o Estado e os demais membros da sociedade também são regidas por normas jurídicas(22-23)
Como assegura o autor, o conjunto dessas normas jurídicas que regulam as relações sociais, inclusive entre o Estado e a população, formam o Direito que pode ser dividido em direito público e direito privado. O direito publico regula as relações entre os indivíduos, enquanto o direito publico rege as relações entre o Estado e os indivíduos.(24)
Se tratando de direito público, os indivíduos que compõem o Estado, realizando as atividades estatais, são chamados de agentes públicos. Cada agente tem sua competência, ou seja, o agente não escolhe que atividade irá realizar, só podendo realizar o que lhe foi designado, não podendo executar o que for de competência de outro agente ou órgão, dessa forma, o direito público também organiza o Estado por meio da atribuição de competências. As relações entre os Estados de países distintos também são reguladas por normas jurídicas.(25)
Segundo o autor, a distinção entre direito publico e privado decorre da diferença no modo de regulação das relações regidas pelas normas de cada um desses dois conjuntos de direito, ou seja, as normas do direito público disciplinam as relações de forma diferente do modo como o direito privado disciplina as relações.(27)
Sundfeld afirma que o direito público não é um direito autoritário, e sim um meio de limitar o poder para garantir a proteção dos indivíduos.(28)
Cap. II- Evolução histórica da regulação do poder político
O direito, enquanto produção cultural, é composto por elementos correspondentes aos padrões sociais de determinada época em que foram desenvolvidos, carregando as características do contexto politico-ideológico dessa época em questão. Desta forma, ao analisar o direito é preciso analisar também o contexto histórico em que esse direito surgiu, perpassando pelo período anterior à concepção do mesmo.
As relações de poder estão presentes nas diferentes sociedades desde o inicio de sua formação. No período pré-histórico, por exemplo, os indivíduos já exerciam poder um sobre o outro, os conflitos eram majoritariamente solucionados por meio do uso da força, no entanto, não havia poder político, uma vez que este pressupõe uma soberania, um monopólio do uso da força física e na pré-história esse poder não era reservado a ninguém, ao contrário, era utilizado por todos os indivíduos em diferentes tipos de relação social.
 Quando os indivíduos passaram a adotar o estilo de vida sedentário, regras de convivência foram sendo criadas, nisso a ideia de mando concentrado e obediência também foi instaurada, dessa forma já se tem uma primeira forma de poder político. A regulação jurídica nesse período existia, mas ainda bastante reduzida, pois não havia muitas atribuições aos chefes, então a regulação sobre isso também era pequena.
Na Antiguidade, a Lei era vista como advinda do divino, do sagrado, ou seja, tinha grande carga religiosa, por isso não havia regulação jurídica do poder de legislar, pois isso era atribuído ao caráter divino do soberano, era considerado vontade de Deus, então não cabia ao homem tal regulação.
Até então, os conflitos entre os indivíduos eram de competência das autoridades públicas, todavia, o poder de julgar era regido por normas de integravam o Direito Civil, ou seja, integravam o Direito Privado e não o Público. Quanto ao Direito Administrativo, não se pode afirmar sua existência propriamente dita, existiam atividades administrativas que eram executadas por agentes públicos, sendo que em alguns momentos o soberano assumiu tais atividades; também não havia regras para regulas essas funções, assim como não se tinha a diferenciação entre atividade legislativa e atividade executiva.
A inexistência de direitos individuais é outra característica marcante do período Antigo, apesar de os gregos prezarem pela liberdade e igualdade, a ideia de liberdade que cultuavam distinguia-se da concepção atual desse termo. Para os gregos, liberdade correspondia à liberdade política e civil, ou seja, o seu sentido era restrito à participação politica e ativa na cidade e a não submissão corporal de um individuo a outro, não havia, no entanto, liberdade dos cidadãos perante às autoridades, desta forma os gregos estavam sob completo domínio do Estado.
Com o início da Idade Média, a autoridade foi dividida entre diferentes centros de poder, a igreja, os reis, senhores feudais e corporações de oficio, sendo que esses passaram a disputar as atividades legislativa, administrativa e judiciária. Os poderes militares, jurisdicionais, administrativos e fiscais foram distribuídos por critérios patrimoniais, ou seja, foram assumidos por quem detinha mais posses de terras. Toda essa divisão de poder e a variedade de ordenamentos jurídicos geravam bastante instabilidade politica, isso criava a necessidade de mais ordem e autoridade, o que colaborou com o nascimento do Estado Moderno. 
Durante a Idade moderna, o poder esteve concentrado em um soberano, surgindo de forma completa a figura do Estado a que todos estavam submetidos, sendo que havendo um poder soberano em determinado território, nenhum outro poder ou ordem jurídica de outro território era reconhecida, aí se originou o Estado Moderno.
Essa concepção de soberania é que fundamenta o desenvolvimento do Estado absolutista, uma vez que o poder é soberano ele não pode ser limitado, controladoe nem questionado, não havia sentido no Estado julgar a si próprio ou submeter-se a si mesmo ou a outrem. Desta forma, durante o absolutismo, os cidadãos não possuíam liberdade para contestar o Estado ante um tribunal; os atos estatais deveriam apenas ser aceitos e acatados; não havia como responsabilizar o poder público por qualquer ato, ou seja, o Estado não podia responder juridicamente, mesmo que algum ato seu lesasse um cidadão; o Estado também exercia um poder de policia por meio do qual podia impor qualquer restrição ou exigência aos indivíduos sem limitação; não havia direitos individuais em relação ao Estado, um indivíduos só podia exigir a observância das normas de outro cidadão, mas nunca das autoridades públicas; era o soberano que detinha os poderes legislativo, judiciário e administrativos.
As duas grandes revoluções, Americana e Francesa, proporcionaram o surgimento da ciência do direito público e a transformação da regulação do poder politico na Idade Contemporânea. Nesse período, o poder estatal passou a ser limitado e, até mesmo, passível de controle por seus destinatários; a partir daí, o Estado também teve que obedecer a normas jurídicas que visavam regular seu poder. Nessa época, os cidadãos escolhiam os parlamentares por meio do voto, o parlamento, por sua vez, criava normas reguladoras das cobranças de impostos do Executivo, leis criadas pelo parlamento poderiam ser anuladas por um tribunal, e os cidadãos podiam entrar com uma ação para não pagar impostos indevidos. Nesse contexto é que o Estado de Direito se desenvolve, assim é, um Estado que está submetido a uma ordem jurídica.
Cap. III- O Estado Social e Democrático de Direito
Estado de Direito
Primeiramente, deve-se fixar que o Estado de Direito é a base para o conhecimento dos principais elementos do direito público. Esse tipo de Estado está submetido ao Direito, isto é, a normas jurídicas que regulam sua atuação, por meio dessas regras o poder estatal é limitado e a esfera de liberdade individual é respeitada.
Nesse contexto, observa-se que para a vinculação estatal à lei ser efetiva é necessário que os poderes sejam divididos, a autoridade que cria a lei não poder ser a responsável por sua aplicação, assim como quem aplica e quem cria não podem julgar as irregularidades da lei, ou seja, é preciso uma autoridade específica para cada poder (legislativo, judiciário e administrativo). No entanto, para que a lei não seja usada para interferir ou suprimir os outros poderes e os indivíduos, torna-se preciso uma norma superior à lei e até ao próprio Estado, a isso se chama de Constituição.
Após essas considerações, entende-se Estado de Direito como aquele cuja criação e regulação são feitas por uma Constituição, o poder politico é dividido entre diferentes órgãos dotados de independência, sendo que se controlam reciprocamente e suas leis devem ser acatadas um pelos outro, devendo os cidadãos poder cobrar essa observância do Estado de forma a ter seus direitos assegurados. Pode-se resumir os elementos constitutivos e caracterizadores do Estado de Direito em: supremacia da Constituição, separação dos poderes, asseguração dos direitos individuais e superioridade da lei.
A Constituição regula a relação das autoridades entre si e entre essas autoridades e os cidadãos e está acima de todas as outras leis emanadas pelo Estado. É da Constituição que a Lei tira seu fundamento de validade, pois é ela quem determina quem pode e como criar leis, assim como os limites delas; além disso, todas as outras normas jurídicas devem estar de acordo com os preceitos constitucionais, ou seja, a Constituição que confere validade a todo ordenamento jurídico. Para que as normas que desrespeitam a Constituição não sejam aplicadas é feito um controle de Constitucionalidade que elimina normas inconstitucionais do ordenamento.
A Constituição é criada por um poder constituinte, “ele é o poder de fato, não jurídico. Exerce a função de constituinte quem tiver força para fazer respeitar o conjunto de regras de organização do Estado que houver concebido” (Sundfeld, 2009). Quando a Constituição é criada, o poder constituinte deixa de existir e surge a figura do Estado como posterior à Constituição e regido por ela.
Como foi visto anteriormente, a separação dos poderes é um elemento fundamental do Estado de Direito, cada um desses poderes exerce uma função, o poder Legislativo tem a função de criar normas gerais e abstratas; o poder Judiciário tem a função de julgar os litígios, sejam entre dos indivíduos entre si ou conflitos entre os cidadãos e o Estado; o poder Executivo exerce a função administrativa, ele cobra tributos, regula a vida privada e fornece serviços à população. Cada um desses poderes também emana um tipo de ato, o Legislativo cria a Lei, o Executivo expede o ato administrativo e o Judiciário expede a sentença; esses atos seguem a seguinte ordem hierárquica, primeiramente vem a Lei, seguida da sentença e por fim o ato administrativo. 
Assim afirma Sundfeld (2009) “O Estado se submete à Lei porque se submete à jurisdição”. Entende-se que um Estado de Direito pressupõe que o Estado se sujeite à jurisdição, que a jurisdição aplique a lei preexistente, que a magistratura que exerce a jurisdição seja imparcial, que o Estado se submeta à jurisdição como qualquer parte e seja chamado a juízo com as mesmas condições de qualquer parte.
Outro elemento do Estado de Direito citado é a superioridade da Lei que, por sua vez, deve ser a expressão da vontade geral, uma vez que os cidadãos devem submeter-se as leis, eles possuem o direito de também cria-las. A superioridade das leis e a repartição dos poderes são reciprocamente condicionantes, um só se torna possível na presença do outro. Os poderes executivo e judiciário, ao realizarem suas atividades, somente aplicam a lei e o fazem segundo uma vontade geral, desta forma, as funções publicas são realizadas como uma forma de dever-poder.
O quarto elemento que compõe o Estado de Direito é a garantia dos direitos individuais, esses direitos estão previsto na Constituição, sendo que os principais são os de liberdade e igualdade, os cidadãos são titulares desses direitos independentemente de outorga do Estado. Ante essa garantia surge o conceito de direito subjetivo público que é um direito titularizado pelos indivíduos em oposição ao Estado, essa ideia é uma ampliação da noção de direito subjetivo que estava restrito às relações entre particulares.

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