Buscar

Panorama Bíblico do Antigo Testamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
PRIMEIRA IGREJA 
PRESBITERIANA DE COLATINA 
 
Panorama 
Bíblico 
 
 
Antigo Testamento 
 
 
 
 
 
Extraído da Apostila do pastor Rev. Hélio O. Silva, BTh. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
Conteúdo 
Introdução .................................................................................................................................................. 6 
O Antigo Testamento ................................................................................................................................. 7 
I. EU SOU IMPORTANTE? .......................................................................................................... 7 
II. SERÁ QUE DEUS SE IMPORTA? .......................................................................................... 8 
III. POR QUE DEUS NÃO AGE? .............................................................................................. 8 
INTRODUÇÃO BÍBLICA ........................................................................................................................... 9 
I. O QUE É UMA INTRODUÇÃO BÍBLICA? ...................................................................................... 9 
II. A SINGULARIDADE HISTÓRICA DA BÍBLIA: .............................................................................. 9 
III. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS ............................................................................................ 9 
IV. A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO NAS ESCRITURAS: ............................................................ 10 
V. DEFININDO A INSPIRAÇÃO: ....................................................................................................... 10 
VI. Conceitos Errôneos Sobre a INSPIRAÇÃO: .............................................................................. 11 
VI. LEITURAS SUPLEMENTARES: .................................................................................................. 11 
O Manuseio da Bíblia. ............................................................................................................................. 12 
I. NOMES E SIGNIFICADO: ............................................................................................................... 12 
II. MANUSEIO: ...................................................................................................................................... 12 
III. DIVISÕES: ....................................................................................................................................... 12 
As Versões da Bíblia ............................................................................................................................... 14 
Introdução: ............................................................................................................................................ 14 
I. Os Idiomas da Bíblia: ....................................................................................................................... 14 
II. O Valor de se Conhecer as Línguas Originais: ........................................................................... 15 
III. As Versões Antigas: ....................................................................................................................... 15 
V. Razões das Diferenças Nas Versões: ......................................................................................... 16 
VI. Conclusão:....................................................................................................................................... 17 
A Geografia da Palestina: ....................................................................................................................... 18 
PANORAMA GERAL DO PENTATEUCO ............................................................................................ 20 
Introdução: ............................................................................................................................................ 20 
I. A Autoria do Pentateuco: ................................................................................................................. 20 
II. Análise de Gênesis: ......................................................................................................................... 21 
Implicações do Livro: ........................................................................................................................... 22 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS. ..................................................................................... 24 
I. Composição: ...................................................................................................................................... 24 
II. Autoria: .............................................................................................................................................. 24 
III. Divisão Histórica do Período: ....................................................................................................... 24 
IV. Divisão Literária do Período ......................................................................................................... 25 
V. Auxílios Gráficos: ............................................................................................................................. 25 
VI. JOSUÉ, JUÍZES E RUTE: ............................................................................................................ 25 
I. O Livro de Josué. .......................................................................................................................... 25 
II. O Livro de Juízes: ........................................................................................................................ 26 
III. O Livro de Rute: .......................................................................................................................... 27 
O Ministério Profético .............................................................................................................................. 30 
Introdução: ............................................................................................................................................ 30 
I. A Natureza da Profecia Hebraica: .................................................................................................. 30 
II. A Natureza do Ofício Profético: ..................................................................................................... 30 
III. A Função da Profecia Hebraica: .................................................................................................. 30 
IV. Profetas Falsos e Verdadeiros: .................................................................................................... 31 
V. A Mensagem Profética: .................................................................................................................. 32 
INTRODUÇÃO AOS PROFETAS MENORES .................................................................................... 33 
I. Quadro dos Profetas Menores: ....................................................................................................... 33 
II. Quadro dos Profetas Menores:...................................................................................................... 34 
A POESIA HEBRAICA ............................................................................................................................ 35 
Introdução: ............................................................................................................................................ 35 
I. A Poesia Hebraica: ...........................................................................................................................35 
II. Formas Poéticas. ............................................................................................................................. 35 
A QUESTÃO DOS APÓCRIFOS ........................................................................................................... 37 
I. Definição: ........................................................................................................................................... 37 
PERÍODO INTERBÍBLICO .............................................................................................................................. 39 
PORQUE ESTUDAR ESTE PERÍODO ............................................................................................ 39 
AS DIVISÕES DO PERÍODO INTERBÍBLICO. ............................................................................... 39 
O FIM DO PERÍODO DO ANTIGO TESTAMENTO E O INÍCIO DO PERÍODO PERSA. ....... 39 
AS RESTAURAÇÕES ......................................................................................................................... 40 
A participação de Neemias: ............................................................................................................ 40 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO PERSA. ................................................................................. 41 
O PERÍODO GREGO .......................................................................................................................... 41 
A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS PTOLOMEUS (PERÍODO EGÍPCIO) ........................... 42 
A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS SELEUCIDAS (PERÍODO SÍRIO) ................................ 42 
A REVOLTA DOS MACABEUS (1A.MACABEUS:2:23-28; 42SS) .............................................. 43 
O Período Romano. ............................................................................................................................. 44 
Herodes o Grande ................................................................................................................................ 44 
O Surgimento das Sinagogas. Vd. Baxter, pgs.36-40................................................................... 45 
Observações importantes: .................................................................................................................. 46 
 
 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
ABRIL 2014 
Introdução 
O objetivo desse curso é proporcionar uma visão panorâmica de todas as categorias 
bíblicas sem, porém entrar nos detalhes da análise de cada uma delas. 
 
Na bibliografia alistamos vários livros onde o aluno da Escola Dominical poderá 
encontrar farto material de análise de cada livro da Bíblia. Aqui apresentaremos 
aquelas questões que o ajudarão a olhar por detrás do texto e assim entender melhor a 
linguagem e os métodos empregados por esses autores. 
 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
O Antigo Testamento 
 
O Antigo testamento expressa de forma muito precisa meus anseios interiores. Encontro nele um 
realismo a respeito da natureza humana que lamentavelmente está ausente em tanta propaganda cristã 
do tipo”Sorria, Jesus te ama”. E, mesmo assim, os autores do Antigo Testamento, especialmente os 
salmistas e os profetas, apontam adiante para um tempo em que Deus promete tratar desses anseios, 
responder às perguntas que nunca cessam de incomodar. Essas perguntas angustiantes, prometem os 
autores, encontrarão solução pelo menos parcial quando o Messias vier. 
Deuteronômio prefigura o fracasso da aliança de Deus com seu povo, expressando em detalhes 
aterrorizantes o que acontecerá quando os Hebreus voltarem as costas a Deus. As repetições tristes 
que os profetas fazem do canto do cisne de Moises sublinham esse fracasso. Não só a nação fracassa, 
mas cada individuo deixa de guardar a aliança. Os livros sapienciais, especialmente Eclesiastes, 
demonstram cabalmente a impotência do conhecimento, da riqueza e dos genes na transformação da 
base do caráter humano. Assim, no final do Antigo Testamento o abismo entre Deus e os seres humanos 
está maior do que nunca. 
O Antigo Testamento conta a historia da criação e da queda, depois os esforços incansáveis de 
Deus para edificar uma nação a partir dos escombros do fracasso humano. O Novo Testamento mantém 
a trama básica intacta, mas reinterpreta a moral da história. Identifica Jesus como o “descendente da 
mulher” prometido no jardim do Éden, e então o vincula a outras personagens centrais: o “Segundo 
Adão”, o “Filho de Abraão”, o “Filho de Davi”. 
Em certo sentido, toda a história do Antigo Testamento serve de preparo para Jesus, e as 
personagens de suas páginas proporcionaram uma família, uma identidade e uma raça na qual jesus 
pudesse nascer. O que Deus tinha com a longa e tortuosa historia dos Hebreus? A resposta do Novo 
Testamento é inequívoca: Jesus é o que Deus tinha em mente. Ele veio reconciliar a humanidade com 
Deus, estendendo o reino divino alem das fronteiras da raça para o mundo todo. 
 Ao pensar no Antigo testamento, três perguntas continuam me incomodando. Porem o Antigo 
testamento trata destas questões: 
 Eu sou importante? Será que Deus se importa? Porque ele não 
age? 
 
I. EU SOU IMPORTANTE? 
“Quando contemplo os teus céus”, diz um salmista (que talvez enxergasse as coisas como 
eu) ao admirar as estrelas, “que é o homem, que dele te lembres?”. Cada livro do Antigo Testamento que 
analisei gira em torno dessa questão. Sofrendo no Egito, os Hebreus quase não conseguiam acreditar na 
confiança que Moises tinha de que o próprio Deus estava se importando coma causa deles. Os amigos 
de Jó se riram da noção absurda de que o ínfimo Jó era importante para o Senhor do universo. O 
pregador de Eclesiastes teria formulado a frase de forma mais sarcástica: “Será que existe alguma coisa 
debaixo do sol que importe? A vida não é completamente sem sentido?”. 
Os Judeus estavam esperando com temor, não somente com esperança a vinda do Messias. 
“Mas que suportará o dia da sua vinda?”, clama o profeta Malaquias em angustia,”... Porque ele é como 
fogo do ourives e como sabão dos lavadeiros”. Se o Senhor dos Exércitos fizesse uma visita pessoal ao 
corrupto planeta terra, será que algum de sus habitantes sobreviveria? Será que a terra sobreviveria? 
 No entanto, como esclarece Isaias, o Deus que visita a terra não surge num vento violento, nem 
num fogo devastador. “A virgem conceberá e dará à luz um filho, e será seu nome Emanuel [que quer 
dizer Deus conosco]”. Em vez disso, aparece na forma menor e menos ameaçadora possível:... um bebe 
salta do ventre de Maria pra unir ínfimos seres humanos.... 
 Para a pergunta Será que sou importante? Jesus de fato é a resposta. 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
II. SERÁ QUE DEUS SE IMPORTA? 
 Sempre que leio a Bíblia de ponta a ponta, uma diferença enorme entre o Antigo e o Novo 
Testamento vem a tona. No Antigo testamento posso encontrar muitas expressões de duvidas e 
decepção. Livros inteiros – Jeremias, Habacuque, Jó – focalizam o mesmo tema. Como já disse, boa 
parte dos Salmos tem um tom sombrio. Em marcante contraponto, as epistolas do Novo testamento 
contem pouco desse tipo de angustia. O problema do sofrimento com certeza não desapareceu: Tiago1, 
Romanos 5 e 8, todo o livro de I Pedro e grande parte do Apocalipse tratam do problema em detalhes. 
Não obstante, não acho em nenhum lugar a indagação angustiante Será que Deus se importa? Não vejo 
nada da acusação do Salmo 77: “Esqueceu-se Deus de ter misericórdia?” 
 Quando Jesus enfrentou a dor, reagiu como a maioria de nós. 
 Talvez não encontremos em Jesus a resposta para o problema do sofrimento. Em vez disso 
recebemos a misteriosa resposta de que Deus sofre conosco. Não estamos sós. Por meio do seu corpo, 
Jesus reconstrói a confiança em Deus. Por causa de Jesus, possoconfiar que Deus realmente entende 
minha condição. Posso ter certeza de que sou importante para Deus, e que Deus se importa comigo, 
independente das aparências a minha volta. Quando começo a duvidar, volto-me de novo para o rosto 
de Jesus, e lá vejo o amor compassivo de um Deus que conhece bem a tristeza. 
 
III. POR QUE DEUS NÃO AGE? 
 Malaquias é a ultima voz do Antigo testamento, e seu livro serve de bom prelúdio para os 
quatrocentos anos seguintes de silencio bíblico. Da perspectiva dos israelitas, aqueles eram anos de 
poucas expectativas. Tinham retornado do cativeiro babilônico para a sua terra, mas aquela terra ainda 
era uma província de fundo de quintal para os persas (depois os gregos e romanos – exércitos desses 
impérios faziam fila para marchar por Israel). O templo reconstruído era uma triste imitação da maravilha 
arquitetônica de Salomão. O alivio futuro de triunfo e paz mundial descrito pelos profetas parece um 
sonho distante. 
 Uma melancolia geral tomou conta dos judeus, uma decepção para com Deus visível nas 
reclamações e também nos atos. Como as pessoas diziam na época: “Inútil é servir a Deus; que nos 
aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos...?”. Essa ultima indagação incomodou os 
judeus durante séculos depois que malaquias e os outros últimos profetas tinham desaparecido de cena. 
Eles já não viam milagres, intervenções espetaculares e não ouviam palavras novas do Senhor. Será 
que Deus tinha se esquecido de ser misericordioso? Tinha tapado os ouvidos aos seus gemidos? O 
Antigo Testamento termina com um tom de frustração, de anseios não satisfeitos e de fraca esperança. 
 Para a pergunta porque Deus não age? Judeus e cristãos têm a mesma resposta, com uma 
diferença fundamental. Os judeus crêem que Deus agirá enviando o Messias. Os cristãos crêem que 
Deus já agiu enviando o Messias, e agirá mais uma vez enviando-o de novo, desta vez em poder e 
glória, não em fraqueza e humildade. 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
 
A Singularidade da Bíblia 
 
I. O QUE É UMA INTRODUÇÃO BÍBLICA? 
Definição: 
É o estudo sistemático do pano de fundo dos livros bíblicos, dentro do qual se deve entender os livros da 
Bíblia de forma correta. 
 
II. A SINGULARIDADE HISTÓRICA DA BÍBLIA: 
 
a) Conteúdo: 
A Bíblia é a revelação escrita do único Deus verdadeiro ao homem. 
 
b) Propósito: 
Ela tem por propósito a glorificação do nome de Deus e o anúncio da salvação do homem por meio do 
sacrifício substitutivo de Jesus Cristo realizado na Cruz. 
 
c) Historicidade comprovada: 
 Autoria Divina – II Tm 3.16,17; Sl 19; Ex 20. 
 Profecias cumpridas : 
1. De Micaías quanto a Josias – c. de 250 anos antes (II Rs). 
2. De Isaías quanto a Ciro – c. de 250 anos antes (Is). Quanto ao Messias – C. de 700 anos antes (Is 
42; 45; 53; 61 etc.). 
3. De Daniel quanto aos impérios mundiais (Dn). 
4. De Jeremias quanto ao Cativeiro Babilônico (70 anos). O cumprimento é citado em Daniel. 
5. O Messias – Sl 16; 22; Is 42; 45; 53; 61; Mq 5; Ag 2. 
6. O derramamento do Espírito Santo – Ez 36; Jr 33; Jl 2. 
 Descobertas arqueológicas : 
1. Nínive – Bota (1.843) – O trono de Sargão II (Is 20.1). as inscrições contendo o nome de reis de 
Israel (Acabe, Onri e Jeú). 
2. Ugarite – (1.929-37) – Os heteus; a poesia dos Salmos. A gramática do Hebraico do AT. 
3. Qunran – Os Manuscritos do Mar Morto (1.948) – A datação dos livros do AT foi recuada mais 
1.000 anos, entre 400 a.C. e 100 d.C. 
4. Ebla – (1.964) – 350 tabuinhas de argila – comprovando o período de Abraão. 
5. Egito – As cartas de Amarna. Túmulo de uma menina (anos 90) – um manuscrito de Salmos 
datado de c. 450 a.C. 
 
Concluímos que a mensagem bíblica é historicamente comprovada e tem relevância e valor 
históricos. 
 
III. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS 
 
Este campo é da Apologética, porém, é determinante na formação de nosso conceito acerca das 
Escrituras como um todo. Apresentamos a seguir algumas razões para a fé na Inspiração Bíblia. 
 
1. Unidade Interna 
Há uma unidade de propósito e programa marcante, evidenciando a atuação de uma mente única, a 
mente de Deus. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
2. Epistemologia Logicamente Defensível 
De todas as religiões universais, só a hebréia-cristã oferece uma ciência do Conhecimento religioso 
logicamente defensível. Nenhuma proposta de salvação é tão clara e incisiva quanto a da Bíblia. 
Os textos bíblicos exigem a exclusividade de Deus e de sua revelação. A pessoa de Deus e a revelação 
que faz de si mesmo são inegociáveis. 
A pesquisa científica não pode chegar a Deus sem a Revelação. O conhecimento de Deus é revelado 
(Mt 16; Sl 19) e não deduzido pura e simplesmente da observação empírica das leis da natureza. 
A Bíblia é a revelação escrita (especial) de Deus. “Revelação divina em linguagem humana”, para que o 
homem possa conhecer a Deus. 
 
3. O Cumprimento de Suas Profecias, e a Clareza de Suas Proposições 
Historicamente Colocadas. 
Os demais livros religiosos estão salpicados de inconsistências, inexatidões e 
Incoerências históricas. (ex. O Livro de Moroni; O Corão). 
 
4. A Transformação de Vidas . 
Através da Bíblia, Deus tem transformado vidas de forma real, clara e definitiva. 
O que pode mudar a personalidade ? A conversão cristã é uma incógnita para a Psicologia. 
 
IV. A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO NAS ESCRITURAS: 
A própria Bíblia reivindica sua INFABILIDADE. 
 Mt 5.18 – a inspiração abrange mais que pensamentos, até palavras individuais. 
 Jo 10.35 – “Falhar” = invalidado, colocado de lado, ignorado. 
 II Tm 3.16 – TODA a escritura É INSPIRADA – Todo o AT e todo o NT. 
 II Pe 3.16 – Pedro considera os escritos de Paulo inspirados por Deus. 
 Hb 1.1,2 – Os profetas do AT falaram movidos por Deus. 
 I Pe 1.10,11 – A intenção de Deus ultrapassava até mesmo o entendimento dos autores humanos. 
 II Pe 1.21 – “Movidos” = levados adiante como um navio é levado pelo vento. 
 Is 8.20 – a palavra escrita é superior a pretensas manifestações espirituais revelatórias (confira com I 
Co 14.36). 
 Sl 19 – A Lei (escrita) é perfeita. 
“A Bíblia é infalível quanto à sua verdade, e final quanto à sua autoridade”(Archer Jr. p.23). 
O que isso quer dizer ? 
a) Que a Bíblia possui exatidão histórica. 
Adão e Eva (I Co 11.8,9; I Tm 2.13,14). 
Jonas e a baleia ( Mt 12.40). 
b) Que a teologia e a ética são inseparáveis. 
Rm 5.14-19 depende da veracidade de Adão. 
Se há erros históricos, haverá erros doutrinários. 
 
V. DEFININDO A INSPIRAÇÃO: 
 
O termo INSPIRAÇÃO é usado para denotar a operação de Deus na formação das Escrituras Sagradas 
(a Bíblia). Expressa o pensamento da origem e qualidades divinas da Bíblia, sendo usado para indicar a 
influência divina e sobrenatural que capacitou as mentes humanas para receberem a Revelação de Deus 
e escrevê-la fielmente. 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
O que a Inspiração não é: 
1. Não é um ditado mecânico. Deus fez mais que ditar; Ele trabalhou internamente nos autores que 
escolheu. 
2. Embora a Inspiração não obliterasse as personalidades dos autores humanos, isso não significa que 
os mesmos tenham distorcido o conteúdo que receberam. 
3. A Inspiração não é aplicada à transmissão do texto em suas cópias e traduções, mas somente à 
escrita dos primeiros originais (autógrafos). 
4. Não pode ser equiparada à inspiração de autores literários profanos, nem mesmo ser considerada 
como uma grande literatura de produção humana. A Inspiração não está presa à qualidade do 
caráter literário comum, mas ao de ser Revelação direta e exclusiva de Deus. 
 
O que é a Inspiração
1
: 
Num sentido amplo, a inspiração “inclui o processo total por que alguns homens, movidos pelo Espírito 
Santo, enunciaram e escreveram palavras emanadas da boca do Senhor; e, por isso mesmo, palavras 
dotadas da autoridadedivina”
2
. Esse processo contém três elementos: 
1. Causalidade Divina. Deus é a fonte originadora da Bíblia. 
2. Mediação Profética. “Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas”
3
3. A 
Bíblia é um livro divino-humano. 
3. Autoridade Escrita. A Bíblia é a última palavra em assuntos doutrinários e religiosos. 
 
A inspiração é verbal , plena e autoritativa, ou seja, todas as palavras são inspiradas por Deus para 
cumprir os propósitos de Deus. II Tm 3.16 ( TODA, ESCRITURA, ÚTIL). 
 
VI. Conceitos Errôneos Sobre a INSPIRAÇÃO: 
Com o advento da Neo-ortodoxia (início do séc. XX), propôs-se que o homem fosse o juiz do que é certo 
ou errado na Bíblia . Há dois conceitos básicos: 
1. O Modernismo: a Bíblia contém a palavra de Deus. Partes da Bíblia é divina e verdadeira, outras 
são humanas e possuem erros. 
2. A Neo-Ortodoxia. A Bíblia torna-se a Palavra de Deus. Na visão de Karl Barth, a palavra de Deus 
seria um princípio dinâmico divino que opera somente quando há um encontro vivo ou existencial entre o 
crente e Deus. a verdade é considerada mais relacional que PROPOSICIONAL . A implicação é declarar 
que os autores bíblicos, sendo pecadores humanos, trouxeram erro para dentro das Escrituras, o texto 
bíblico. Para eles, não importa os erros de transmissão e escrita, mas somente a mensagem que foi 
transmitida (o Kerigma – pregação, mensagem). 
Observação: Esse tipo de interpretação é muito bem elaborada no filme: “A Última Tentação de Cristo”. 
 
Para os neo-ortodoxos, Deus usa o texto mesmo cheio de erros e entra num relacionamento salvador 
com os homens. Querendo salvaguardar a mensagem das Escrituras dos ataques à sua historicidade, 
acabaram por negar a revelação proposicional das Escrituras (que Deus se revela por meio de palavras 
formuladas em sentenças). Segundo eles, a revelação não passa de apenas um encontro direto entre 
Deus e o homem através de uma crise existencial. A veracidade do que está escrito não tem importância 
histórica, apenas religiosa. São “lendas piedosas”, que Deus usa para falar a nós. 
A grande dificuldade desse ponto de vista é colocar a autoridade das Escrituras num nível de fé que não 
se pode averiguar objetivamente. A fé aceita ser inconsistente e incoerente, pois a verdadeira base dela 
fica sendo a subjetividade da experiência pessoal de cada um. 
VI. LEITURAS SUPLEMENTARES: 
1. Merece Confiança o AT ? G. L. Archer Jr. p.14-31. 
2. Introdução Bíblica. Norman Geisler & e William Nix. Ed. Vida, p.5-37. 
3. Novo Dicionário da Biblia vol. I. “Inspiração”. J. I. Packer, p. 747-51. 
 
1
 Norman Geisler & W. Nix., Introdução Bíblica, p. 11. 
2
 Ibid., p.10. 
3
 Ibid., p.11. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
4. A Origem da Bíblia. “A Inerrância e a Infalibilidade da Bíblia”. Harold O. J. Brown, p. 61-78. 
5. O Alicerce da Autoridade Bíblica. “A Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia”. P. 183-96. 
6. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. II. “Inspiração Plenária e Inspiração Verbal”. I. S. 
Rennie. P.333-37. 
 
O Manuseio da Bíblia. 
I. NOMES E SIGNIFICADO: 
1. Bíblia (ta biblia = livros) = plural de livro (bibloj). 
2. Escrituras. 
3. Palavra de Deus. 
4. A Lei de Deus. 
A Bíblia é a Palavra de Deus. Ele falou (e fala) através dos livros que Ele mandou escrever. 
 
II. MANUSEIO: 
Todos os livros da Bíblia são divididos em capítulos e versículos: 
Salmo (Sl) 91.2 
 Nome do livro ou abreviatura (Sl). 
 Número do capítulo (grande). 91 
 Número do versículo (pequeno). 2 
 
 
 
As Bíblias são divididas em capítulos e versículos. As versões mais modernas contêm também divisão 
de parágrafos, titulações e notas auxiliares. Seu objetivo é auxiliar na leitura, contudo é bom lembrar que 
esses auxílios não estão contidos nos textos originais inspirados. 
Exemplos: 
 Versículo mal dividido: Ef 1.4. 
 Titulação incorreta: 
o I Co 13 – O amor é o dom supremo. Na verdade o amor é fruto do Espírito. 
 Parágrafo mal dividido: Mt 5.13,14. Sal e luz são assuntos interligados. Essa divisão pode conduzir a 
uma interpretação fragmentada pelo leitor desatento. 
 
III. DIVISÕES: 
1. Antigo Testamento (AT) = Escrito antes do nascimento de Jesus Cristo. 
2. Novo Testamento (NT) = Escrito Após a ressurreição e ascensão de Jesus Cristo. A palavra 
testamento significa aliança ou pacto. Não são duas alianças distintas, uma nova e outra velha, mas uma 
mesma aliança em duas dispensações distintas. O NT está escondido no AT e o AT está revelado 
plenamente no NT. O AT é sombra ou figura do NT (Hb 8.5; Cl 2.16,17). Veja o gráfico: 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
 
O gráfico acima demonstra que a revelação divina nas Escrituras é: 
 Histórica = Acontece dentro da história humana. 
 Progressiva = À medida que acontece a sua compreensão se torna maior 
 Orgânica = É perfeita em todos os seus estágios. 
 Adaptável = Sua linguagem é compreensível a quem a recebe. 
A Bíblia possui ao todo 66 (protestantes = 39 + 27) ou 73 livros (católicas = 46 + 27). 
 
Em algumas seitas chamadas de igrejas para-cristãs podem chegar a mais ainda (Ex. Mórmons – livro 
de Moroni). Essas diferenças todas têm a ver com livros do AT. No NT são todas iguais. 
 
O AT possui 4 divisões principais: 
Nº DIVISÃO QUANTIDADE LIVROS 
1 Lei ou Pentateuco 
 
5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e 
Deuteronômio 
2 Históricos Josué, 
 
12 livros Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II 
Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. 
3 Poéticos 5 livros Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e 
Cantares 
4 Proféticos 
 
17 livros a) Profetas Maiores: 
Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e 
Daniel. 
b) Profetas Menores: 
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, 
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, 
Ageu, Zacarias e Malaquias. 
 
 
5 Livros 
Deuterocanônicos 
(ou Apócrifos.) 
 
7 livros I e II Macabeus, Tobias, Judite, Baruque, 
Sabedoria, Eclesiástico; acréscimos a 
Daniel e a Ester. 
(Presentes somente nas versões católicas). 
 
 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
O NT também possui 4 divisões principais: 
No DIVISÀO QUANTIDADE LIVROS 
1 Evangelhos 4 livros Mateus, Marcos, Lucas e João. 
2 Histórico 1 livro Atos dos Apóstolos. 
3 Epístolas 21 livros a) Epístolas Paulinas: 
Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, 
Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II 
Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e 
Filemon. 
b) Epístolas Gerais : 
Hebreus4, Tiago, I e II Pedro, I, II e III 
João e Judas. 
4 Profético 1 livro Apocalipse de João. 
 
 
 
 
 
As Versões da Bíblia 
 
Introdução: 
Existem hoje no mercado várias edições da Bíblia. Não é difícil perceber algumas diferenças nelas. Isso 
se deve, na maioria dos casos a questões de estilo e tradução. Nessa aula vamos entender um pouco 
melhor porque isso acontece. 
 
I. Os Idiomas da Bíblia: 
A Bíblia não foi escrita originalmente em Português, mas ela veio até nós por meio de traduções e 
revisões dessas traduções. As línguas nas quais a Bíblia foi escrita originalmente são: 
1. O Antigo Testamento: Na sua maioria em HEBRAICO (semítica) e pequenas partes em 
ARAMAICO (partes de Esdras, Neemias e Daniel). 
O hebraico originalmente era uma língua não vocalizada na escrita. Por isso tornou-se uma língua 
morta, ou seja não falada. Somente com o trabalho dos Massoretas, que vocalizaram a língua é que o 
hebraico voltou a ser falado. 
O Alfabeto hebraico: 
 
 
 
4
 Alguns estudiosos creditam a autoria de Hebreus ao apóstolo Paulo 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
2. O Novo Testamento : Escrito em grego (indo-germânico) “koinê” (comum). Esse era o grego falado 
pela população comum. Na época do NT, o grego exercia a funçãoglobalizante que o inglês exerce 
hoje. 
 
O Alfabeto grego: 
 
 
 
II. O Valor de se Conhecer as Línguas Originais: 
Nenhuma tradução pode substituir o original, principalmente no caso da Bíblia, pois cremos na 
inspiração dos originais bíblicos, e não de suas traduções. Os tradutores, embora cristãos fiéis não são 
inspirados, mas somente os escritores o foram. 
Note o que está escrito no prefácio da edição João Ferreira de Almeida, 2ª edição
5
: “É certo que toda 
tradução ou revisão da Bíblia Sagrada, ainda que levada a termo por íntegros peritos bíblicos, é sempre 
trabalho humano e, como tal, sujeito a falhas; por outro lado, no entanto, suscetível de melhoria”. 
É importante para o cristianismo que suas Igrejas mantenham uma ligação viva com as Escrituras 
através do estudo das línguas originais. Se esse estudo cair em desuso, abrir-se á a porta para todo tipo 
de interpretações particulares e heréticas da fé, colocando em risco a comunhão viva que temos com 
Deus (Jo 7.17)
6
. 
 
III. As Versões Antigas: 
1. Antigo Testamento: 
a) A Septuaginta (LXX): A mais importante tradução grega do AT, datada de cerca de 250 a.C. É a base 
da tradução da Vulgata Latina de Jerônimo. Contém os livros Apócrifos ou Deuterocanônicos. 
b) Versão de Áquila: 2ª séc. d.C. feita para substituir a LXX, mais usada pelos cristãos. 
c) Versão de Teodócio: 2º séc. d.C. . Procurou corrigir muitas inexatidões da LXX. 
d) Versão de Símaco: 200 d.C. Uma paráfrase (tradução livre) muito elegante da LXX. 
 
2. Versões Completas (AT e NT): 
a) Pesita (Peshita = simples): 2ºséc. d.C. É a melhor versão siríaca das Escrituras. 
b) Vulgata Latina : Traduzida por Jerônimo (383-405 d.C.). Feita para substituir as versões latinas 
anteriores que eram baseadas somente na LXX. Jerônimo traduziu direto do hebraico, usando o Texto 
Massorético (TM). Mais inclui os deuterocanônicos, que não têm no TM. 
 
5
 Bíblia, Edição Revista e Atualizada, 2ª edição, p.5. 
6
 TIDWELL, J.B., Visão Panorâmica da Bíblia, p.30. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
IV. As Versões em Português: 
As mais conhecidas são: 
a) Figueiredo: Produzida pelo Pd. Antônio Pereira de Figueiredo a partir da Vulgata. Usada pelos 
católicos. 
b) Bíblia de Jerusalém: Versão católica com notas. 
c) Almeida: Traduzida pelo Pr. João Ferreira de Almeida (1748). Atualmente consta de duas edições 
mais conhecidas: A Atualizada (ARA) e a Corrigida (ARC). Usadas pelos Protestantes. 
d) Nova Versão Internacional (NIV): Já foi lançado o NT em português, e o AT está em preparação. É 
traduzida do inglês em comparação com os originais gregos e hebraicos. 
 
V. Razões das Diferenças Nas Versões: 
Elas surgem com base nas seguintes razões básicas: 
 
1. Diferenças de significado quanto ao uso dos textos gregos e hebraicos . 
Nós não temos os originais (autógrafos = escritos pelos próprios autores bíblicos) mas apenas 
cópias. Com o passar dos anos muitas cópias foram feitas e, como eram feitas à mão,começaram a 
surgir as variantes (expressões diferentes nos manuscritos). 
Só do NT, existem mais de 5.000 manuscritos. Esses manuscritos foram estudados e 
catalogados, produzindo alguns textos completos que são utilizados para tradução: Exemplos: A LXX, o 
TM para o AT. O Texto Recebido (Receptus), o Texto do Vaticano, o Texto Majoritário (Bizantino). 
Lembre-se de que: 
 Embora hajam diferenças nos manuscritos, elas não atingem nenhuma doutrina básica das 
Escrituras. 
 Muitos manuscritos continuam sendo achados e catalogados para estudo. 
Ex.: O Códice Alepo, encontrado em 1.947, na Síria. Os Manuscritos do Mar Morto, cerca de 
200 manuscritos hebraicos encontrados em Israel de 1.948-1.956. 
 
2. Diferenças de significados em virtude de ambigüidades . 
Existem palavras que podem ter mais de um significado (ambíguas). 
Na tradução da Bíblia isso também acontece e geram algumas diferenças. Nesses casos, um estudo 
mais detalhado do contexto ajuda a resolvera melhor tradução. 
Ex.: “Os pais das crianças chegaram”. Pais pode ser: 
a) Dois homens. 
b) Marido e esposa. 
c) Dois casais que são pais. 
 
3. Mudanças na forma visando uma boa comunicação . 
A tradução leva em conta o significado e a forma da linguagem. Às vezes a tradução não fica natural se 
for feita literalmente. Você não traduz “good morning” por “boa manhã”, mas por “bom dia”. 
 
4. Mudanças na forma quanto ao uso de linguagem figurada . 
Uma palavra pode ser empregada de forma literal numa frase e de forma figurada em outra. Numa 
tradução, é possível que o sentido não seja entendido se não for feita mudanças na forma. 
Ex.: A sede das emoções para nós é o coração, mas para os gregos eram as entranhas (intestinos). 
(Fm 7). 
 
5. Mudança na forma para tornar mais claro o significado . 
Uma Bíblia diz: “quinze estádios, outra: “três quilômetros” (Jo 11.18). Isso se aplica principalmente a 
pesos e medidas desconhecidas e/ou não usadas por nós hoje. É a mesma questão entre usar 
quilômetros (Brasil) e milhas (EUA) para medir a velocidade dos carros. 
 
6. Mudança na forma a fim de tornar o texto mais natural em Português . 
Algumas expressões podem não soar muito bem em outra língua, e por isso algumas versões as 
modificam a fim da tradução ficar mais natural e bonita. Ex.: Cão, filho de Noé: revisado na ARA para 
Cam. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
VI. Conclusão: 
As novas versões são sempre bem vindas, desde que expressem o sentido original do texto bíblico, 
numa linguagem acessível, mas fiel ao original. 
Existem cerca de 5.500 línguas faladas no mundo de hoje. Cerca de 260 têm a Bíblia completa. 300 têm 
somente o NT. Aproximadamente 1.000 têm apenas porções traduzidas e cerca de 3.000 a 3.200 não 
têm nada da Bíblia em sua língua
7
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 Essa estatística é de 1.993. Veja EKDAHL, Elizabeth M., Versões da Bíblia, p.115. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
A Geografia da Palestina: 
 
A Palestina se divide naturalmente em quatro áreas: 
Planície Marítima Região Montanhosa Vale do Jordão 
 
Platô Oriental 
Área costeira ao 
Mediterrâneo. Três 
divisões: 
1. Planície do Aco 
(Acre). Norte do 
Monte Carmelo. 
2. Planície de Sarom . 
Sul do Carmelo. 
3. Planície da Filístia 
Entre o vale do 
Jordão e a Planície 
Marítima.Três divisões: 
1. Galiléia – norte. 
· Vale de Jezreel ou 
Esdrelom (oriente) e 
o Vale de Megido 
(ocidente). 
2. Samaria – centro. 
· Região montanhosa. 
3. Judéia – sul. 
· Terras Altas – norte. 
· Sefelá (terras baixas) – 
sul. 
· Deserto do Neguebe. 
Corta a palestina de 
Norte a sul a partir 
do Monte Hermon. 
· Suas águas formam 
o 
Mar da Galiléia ao 
norte e deságuam no 
Mar Morto ao sul 
(389 m. abaixo do 
nível do mar). 
· Ao sul está o deserto 
de Arabá. 
· Engloba a 
Transjordânia. 
· Quatro divisões: 
1. Basã . Sul do Hermon 
até o Rio Jarmuque. 
2. Gileade . Rio Jaboque. 
3. Amom . Nordeste do 
Mar Morto. 
4. Moabe . Leste do Mar 
Morto, sul do Rio 
Arnom. 
 
 
Principais Planícies: 
 Planície Marítima ou da Filístia. Nela ficavam as cinco cidades dos filisteus (Gaza, Ecrom, Azoto, 
Ascalom e Gate); 
 Planície da Fenícia: Entre Tiro e Sidom. 
 Planície de Sarom; Entre o Monte Carmelo e Jope (I Cr 27.29; Ct 2.1,2). 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 Planície do Acre (Jesreel ou Esdraelon): Entre os montes de Samaria e Galiléia (Js 17.16; Jz 1.31; 
6.33) . Muitas batalhas importantes aconteceram ali: Gideão venceu os midianitas (Jz 6.33; 7.1); a 
derrota de Sísera (Jz 4); Morte de Saul e seus filhos (I Sm 31); Morte de rei Josias (II Rs 23); vitória 
de Jeú sobre Acabe (II Rs 10). 
 Planície do Sefelá (terras baixas): Entre a Planície da Filístia e as montanhas de Judá. “É umaregião 
politicamente estratégica e economicamente importante”
8
. 
 
Principais Planaltos: 
 Planalto de Basã: Sl 22.12, 68.15, Ez 39.18. 
 Planalto de Gileade: Jr 8.22. Na época do NT é conhecido como Peréia. 
 
Principais Montes: 
 Líbano: 3060 m. (I rs 5.1,6,9,13-15,18). De lá foi tirada a madeira de cedro para a construção do 
templo de Salomão. 
 Tabor: Js 19.22, Jz 4.6,14. 
 Carmelo: è citado 21 vezes no AT. Lugar onde Elias confrontou os profetas de Baal (I Rs 18.17-40). 
 Ebal (924 m.) e Gerizim (853 m.): Dt 11.29. situados na Samaria e separados por um pequeno vale. 
 Sião (800 m.): Leste de Jerusalém. Citado 151 vezes na Bíblia. Sl 48.2. 
 Moriá (744 m.): monte do templo de Salomão (II Cr 3.1). Fica a leste do Monte Sião. 
 Hermom: Jz 3.3; I Cr 5.23; Sl 133.3. O rio Jordão nasce entre as suas cordilheiras. 
 
Principais Rios: 
 Jordão (“declive” ou “o que desce”): Principal rio da Palestina, divide-a em duas partes distintas: 
Canaã e Transjordânia. Tem três trechos distintos: (1) Da nascente ao Lago Merom. Profundidade 
de 3 a 4 m. (2) Do Lago Merom ao Mar da Galiléia. Profundidade de 8 a 15 m. (3) Do Mar da Galiléia 
ao Mar Morto. Região de muitas corredeiras. Percirre uma distância de 117 Km, atingindo 25 a 35 m. 
de largura e somente 1 a 4 m. de profundidade. 
 Quisom: O mais importante depois do Jordão (Jz 5.21; I Rs 18.40). nasce das torrentes do Monte 
Gilboa e do Tabor. 
 Soreque: nasce a sudoeste de Jerusalém e desemboca entre Jope e Ascalom (Jz 16.4). Seu vale é 
famoso por seus vinhedos (Jz 14.1-5). 
 Besor: deságua ao sul de Gaza (I Sm 30.9,10). 
 
Principais Desertos: 
 Neguebe: Sl 126.4. Fica ao sul da Palestina. 
 Deserto da Judéia: Jz 1.16, Mt 3.1. 
 Jericó: Lc 10.30-35. 
 
Principais Estradas: 
 Real: Mencionada em Nm 20.17; 21.22. 
 Via Maris: saía de Damasco em direção a Ptolemaida no Mediterrâneo. 
 Estrada do Centro: Eram duas estradas que saiam de Jerusalém, uma para o norte e outra para o 
sul. A estrada do sul se bifurcava, indo um ramal para Gaza (Filipe evangelizou o eunuco nessa 
estrada) e o outro para Berseba. 
 Estrada da Costa: saía do delta do Nilo no Egito e seguia por uma região deserta por 120 Km até 
chegar no Mediterrâneo. É chamada do “caminho dos filisteus” em Ex 13.17. 
 Estrada do Leste: saía de Jerusalém em direção a Damasco pelo caminho de Betânia. Nessa 
estrada, Paulo foi encontrado por Cristo (At 9). 
 
 
8
 Ivete M. Pereira, Geografia Bíblica, Seminário Betel Brasileiro, 1998, p. 7. Trabalho não publicado. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
PANORAMA GERAL DO PENTATEUCO 
Introdução: 
O Pentateuco diz respeito aos primeiros cinco livros da Bíblia atribuídos a Moisés (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt). A 
palavra significa literalmente “livro de cinco volumes”. É designado no TM como “a Lei – hattôrâ”. 
 
No AT o Pentateuco é chamado de: 
(1) Lei – Js 8.34; Ed 10.3. 
(2) Livro da Lei – Js 1.8; II Rs 22.8. 
(3) Livro da Lei de Moisés – Js 8.31; Ne 8.1. 
(4) Livro de Moisés – Ed 6.18; II Cr 25.4. 
(5) Lei do Senhor – Ed 7.10; I Cr 16.40. 
(6) Lei de Deus - Ne 10.28,29. 
(7) Livro da Lei de Deus – Js 24.26; Ne 8.18. 
(8) Livro da Lei do Senhor – II Cr 17.9; 34.14 
(9) Livro da Lei do Senhor seu Deus – Ne 9.3. 
(10) Lei de Moisés, servo de Deus – Dn 9.11;Ml 4.4. 
 
No NT o Pentateuco é chamado de: 
(1) Livro da Lei – Gl 3.10. 
(2) Livro de Moisés – Mc 12.26. 
(3) Lei – Mt 12.5; Lc 16.16; Jo 7.19. 
(4) Lei de Moisés – Lc 2.22; Jo 7.23. (5) Lei do Senhor – Lc 2.23,24. 
 
Embora não possamos afirmar categoricamente que todas estas referências e outras mais sejam 
explícitas ao Pentateuco é difícil fazer tal ligação. 
O termo Pentateuco foi utilizado a primeira vez por Orígenes em seu comentário de Jo 4.25 “do 
Pentateuco de Moisés”; e Tertuliano em sua obra “Contra Márcion 1.10”. 
I. A Autoria do Pentateuco: 
Há evidência Bíblica suficiente para crermos que Moisés foi o autor humano do Pentateuco. Isso não 
quer dizer que Moisés tenha escrito cada palavra como temos hoje, mas que é seu autor fundamental e 
real. É possível que Moisés tenha se utilizado de fontes anteriores e que revisões posteriores tenham 
ocorrido debaixo da inspiração do Espírito Santo, atualizando informações geográficas e históricas para 
facilitar sua leitura e entendimento. 
a. No próprio Pentateuco: Ex 17.14, 24.4-8, 34.27; Nm 33.1,2; Dt 31.9,22 e ainda Dt 1.1,5. 
b. No restante do AT: Josué está repleto (8.31,32,34;11.15,20; 14.2; 21.2, 22.5,9; 23.6 dentre 
outras); Jz 3.4, I Rs 2.3; II Rs 14.6; II Rs 21.8; Ed 6.18; II Cr 34.14; Dn 9.11-13. 
c. No NT: Mt 10.5; Mt 19.8; Mc 1.44; Lc 5.14; At 3.22; Rm 10.5-9; I Co 9.9; Ap 15.3. 
 
LIVRO AUTOR DATA AÇÃO VERSO 
CHAVE 
TEMA DIVISÃO 
GÊNESIS Moisés 1.445 4.004 a 
1.805 
a.C. 
1.1 Os 
princípios. 
Primórdios. 
Patriarcas. 
Providência. 
ÊXODO Moisés 1.444 1.525 a 
1.444 
a.C. 
3.10 Libertação 
pelo 
sangue. 
Libertação. 
Locomoção. 
Legislação. 
LEVÍTICO Moisés 1.444 1.444 
a.C. 
19.2 Santidade. Sacrifício. 
Sacerdócio. 
Saúde. 
Separação. 
Solenidade. 
NÚMEROS Moisés 1.445 1.444 a 33.1 Peregrinação Sinai. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
1.405 
a.C 
Sinai a Cades. 
A Moabe. 
DEUTERONÔMIO Moisés 1.445 1.405 
a.C. 
12.1 Obediência. Recorda ! 
Obedece! 
 
II. Análise de Gênesis: 
 
Informações Gerais: 
a) Nome, Autoria e Data: 
Na Torá (TM): Bereshit – “No Princípio”. Na LXX: Genesij (Gênesis – origem, fonte, geração). Autor 
e data: Moisés, cerca de 1.450 a.C. 
b) Propósito: 
Fornecer um breve sumário da história da revelação divina, desde o princípio até que os israelitas 
foram levados para o Egito e estavam prontos para se tornarem uma nação teocrática. 
c) Esboços: 
 
Capítulo Personagens Assuntos Lições 
1-2 
3-5 
6-10 
11 
12-25 
26-27 
28-36 
37-50 
Deus 
Adão 
Noé 
Os povos 
Abraão 
Isaque 
Jacó 
José 
Criação 
Queda 
Dilúvio 
Babel 
A Aliança 
A promessa 
Israel 
Conservação da promessa 
Deus é o criador de tudo. 
Deus é santo. 
Deus é Justo. 
Deus é o governante dos povos. 
Deus elege. 
Deus é fiel. 
Deus cuida com paciência. 
Deus Intervêm. 
 
 
CRIAÇÃO QUEDA DILÚVIO NOVO COMEÇO 
1- 2 3-6.10 6.11-8.19 8.20 – 11 
 
A Criação: 
A duração dos dias da criação ainda é ponto discutido: 
 Eles nunca existiram – evolucionista. 
 Os dias representam eras (Evolucionista-Teísta). 
 Os dias são literais – 24 horas. 
 
1º dia 2º dia 3º dia. 4º dia 5º dia 6º dia 7º dia 
Luz Firmamento Separação de 
terra e mar. 
Luminárias 
nos céus. 
Criaturas 
marinhas 
e as aves. 
Os animais 
terrestres e o 
homem. 
Deus terminou 
seus atos criativos 
e descansou. 
 
 A Queda: 
O pecado da queda foi a desobediência motivada por um desejo de tornar-se como Deus. “Deus proveu 
peles de animais para lhes servirem de vestes, o que envolveu o abate de animais, em favor do homem 
pecaminoso”
9
. 
 
Caim O primeiro homicida. 
Lameque O primeiro polígamo 
Enos Começa-se a invocar a Deus (oração) 
Enoque Foi arrebatado 
Jubal Invenção da música através de instrumentos 
 
9
 Samuel J. Shultz, A História de Israel no AT, p. 14. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
musicais 
 
. 
. 
 Dilúvio: 
Medida da Arca. Tomando-se o côvado como 46 cm = !37 m. (comprimento) / 22,5 m. (largura) e 13,5 m. 
(altura). Deslocamento de água de 50 mil toneladas. 
 
 Novo Começo: 
Terminado o dilúvio, começam as oferendas sacrificiais
10
. Deus estabelece a pena de morte para o 
homicídio e estabeleceu o arco-íris como promessa de mais destruir a terra com dilúvio. 
Destaque para a construção da torre de Babel, quando Deus confundiu as línguas para que o povo se 
dispersasse pelo mundo. 
 
 Distribuiçãodos povos: 
 
Sem Cão Jafé 
Região do Golfo 
Pérsico 
África e Palestina. Costa do 
Mar Mediterrâneo. 
Europa e Ásia. 
 
A lição que aprendemos desse período é que a corrupção do pecado se espalhou e contaminou a todos 
de forma crescente. 
 
 A Era Patriarcal: 
A narrativa desse período está contida em Gênesis 12-50. Novas descobertas arqueológicas (Mari, Nuzi 
e Ugarite) têm trazido luz para esse período. O mundo patriarcal está identificado com o “Crescente 
Fértil” (Mesopotâmia, Palestina e Egito).Sua história está associada aos desenvolvimentos dos Sumérios 
e acadianos na Mesopotâmia e dos Egípcios no Egito. 
 
Quatro personagens bíblicos recebem destaque: Abraão, Isaque, Jacó e José. 
A vida de Abraão tem três fases distintas: 
1. Partida de Ur e estabelecimento em Canaã (12.1 – 14.24). 
2. Espera do filho prometido (15.1 –22.24). 
3. Provimento para sua posteridade (23.1 – 25.18). 
A vida de Isaque se mistura ao relato da vida de Jacó (25.19 – 35.29). 
A vida de Jacó: 
1. Jacó adquire de Esaú a Primogenitura – cap. 25. 
2. Jacó rouba a Benção de Esaú – cap.27. 
3. Jacó e Labão – cap. 28 – 32. 
4. Jacó retorna a Canaã – cap.32 – 35. 
Os Filhos de Jacó (Gn 35.23-26): 
Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom Filhos de Lia 
Gade e Aser Filhos de Zilpa, serva de Lia 
José e Benjamim Filhos de Raquel 
Dã e Naftali Filhos de Bila, serva de Raquel 
 
Implicações do Livro: 
Gênesis questiona: 
1. O ateísmo – Existe um Deus que é criador de tudo. 
 
10
 Ibid., p. 16. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
2. O Panteísmo – Deus, embora imanente (presente na criação), é transcendente a ela (é 
separado da criação). Deus não é a criação, a natureza. 
3. O politeísmo – Existe apenas um Deus, que é o SENHOR (Javé). 
4. O Deísmo – Esse Deus intervêm na história da sua criação e a governa. 
5. O materialismo – Deus não é a matéria, mas o seu criador (Ex nihilo – do nada). 
A queda do homem explica: 
1. A miséria do homem. 
2. O vazio existencial do homem (quem sou? Donde vim ? Para onde vou ?). 
3. A perdição e corrupção humana. 
4. A existência da morte. 
 
Para mais informação sobre o Pentateuco veja o link abaixo: 
http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/biblia_sept_2.htm 
 
 
 
 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS. 
 
I. Composição: 
Os livros históricos compreendem doze livros, que vão de Josué a Ester. A organização do TM segue 
uma linha diferente. Diferem do Pentateuco quanto à sua ênfase. O Pentateuco traça a história redentora 
da criação à morte de Moisés, destacando à aliança da Lei e aos alicerces legislativos de Israel como 
povo da aliança. Os livros históricos, por outro lado demonstram o movimento histórico de Israel na 
Palestina na sua obediência ou não à Lei e à aliança divina. 
 
 Josué, Juízes, I e II Samuel, I e II Reis = Os Profetas Anteriores (Primeiros Profetas). Essa 
designação é feita para contrastar com os profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze 
profetas menores). O termo não se refere a uma cronologia histórica, mas simplesmente ao seu 
lugar no cânon. “Enfatiza o fato de que apresentam uma história religiosa ou com um objetivo 
religioso. Eles “contém dados históricos escolhidos numa perspectiva profética”
11
. O elemento 
histórico está sempre ligado à mensagem espiritual. Os primeiros Profetas são históricos; os Últimos 
são exortativos”
12
 Os Profetas Anteriores enfatizam o assentamento em Canaã e à Monarquia, os 
Profetas Posteriores enfatizam os séculos finais dos dois reinos, especialmente Judá. A diferença 
fundamental entre ambos está no fato de os Anteriores serem “constituídos de narrativas”
13
. 
 Esdras, Neemias, Ester, I e II Crônicas = Os Escritos. 
 Rute é contado entre os cinco Rolos. 
 
II. Autoria: 
Os livros históricos têm em sua maioria autoria anônima, porém certamente foram compilados por: 
Josué, Samuel, Jeremias e Esdras. Também haviam cronistas que eram oficialmente encarregados de 
relatar os fatos históricos para registro oficial; além do que, há outros escritores que narraram histórias 
específicas. 
 Davi = Samuel, Natã e Gade (I Cr 29.29). 
 Salomão = Natã, Aías e Ido (II Cr 9.29). 
 Roboão = Semaías e Ido (II Cr 12.15). 
 Baruque era o escrivão de Jeremias. Outros documentos históricos, não inspirados, foram 
utilizados como fonte (Js 10.13 – O livro dos Justos. I Rs – A História dos Reis de Israel e Judá). 
 
III. Divisão Histórica do Período: 
 
No Periodo Duração Data 
1 Juizado Da entrada em Canaã até o estabelecimento da 
Monarquia. 
1.406 – 1.044 a.C. 
2 Monarquia 1) O Reino Unido: Saul, Davi e Salomão. 
1.044 – 931 a.C. 
2) O Reino Divido ou Período Profético. 
931 – 536 a.C. 
1.044 – 536 a.C. 
3 Restauração Do Cativeiro Babilônico até a Silêncio Profético 536 – 400 a.C. 
 
 
11
 Leslie C. Allen, “Os Profetas Anteriores”. Em: Introdução ao AT, p.143. 
12
 Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o AT, p.63. 
13
 Leslie C. Allen, op.cit., p.143. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
IV. Divisão Literária do Período 
 
LIVRO DATA 
APROXIMA
DA 
TEMA OUTROS POVOS 
ANTES DO REINADO – 1.406 – 1.044 a.C. 
JOSUÉ 1.406 - 1.375 Ocupação da terra prometida. Pouca influência egípcia na 
Palestina. 
JUÍZES 1.375 – 
1.044
14
 
Bênçãos pela obediência e 
castigo pela desobediência 
conforme a aliança. 
Chegada dos Filisteus à 
Palestina. 
RUTE 1.330 A linha davídica abrange os 
gentios por intermédio de Rute 
Período de paz entre Israel e 
Moabe. Época dos Juízes. 
ASCENSÃO E QUEDA DO REINO - 1.044 – 586 a.C. 
I e II SAMUEL 1.100 – 970 Estabelecimento do Reinado Filisteus: Os maiores inimigos 
de Israel. 
I e II REIS 970 – 586 A história do reino pelo prisma 
da aliança 
Cativeiro sob a Assíria (Israel) 
e Babilônia (Judá). 
I e II 
CRÔNICAS 
Adão – 586. A história do reino com ênfase 
em Judá. O Templo de Salomão. 
“Reinos e impérios vizinhos 
erguem-se e caem conforme o 
desígnio de Deus para o reino 
davídico”
15
 
PÓS-EXÍLIO (PERIODO PERSA) – 537 – 432 a.C. 
ESDRAS 537 – 458 Reconstrução do templo e 
reforma do culto 
O Novo Império Persa. 
Retorno dos exilados 
NEEMIAS 445 – 430 Reconstrução dos muros de 
Jerusalém e restabelecimento 
de um governo limitado. 
A boa vontade dos governos 
persas permitem uma relativa 
paz. 
ESTER 483 - 473 Deus é providente para com seu 
povo mesmo longe da terra 
prometida. 
A Pérsia governa da Índia ao 
Helesponto. 
 
V. Auxílios Gráficos: 
1. Livros do AT, Conheça Melhor o AT, Stanley A. Ellisen, p.10. 
2. Os Livros Históricos - Mapas, Gráficos, Cronologias e Ilustrações, p.22. 
 
VI. JOSUÉ, JUÍZES E RUTE: 
I. O Livro de Josué. 
1. Nome, Autoria e Data: 
TM = Ieshuá ( u w h y ) – Josué = Deus é salvação. LXX = Ihsouj – Josué. 
Provavelmente foi escrito pelo próprio Josué (Js 24.26) entre 1.406 – 1.380 a.C. 
 
3. Esboço Básico: 
ENTRADA CONQUISTA DIVISÃO 
 
14
 Ellisen aponta a data de 1.075 a.C. Conheça Melhor o AT, p.64. 
15
 Ibid., p. 65. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
1 – Preparação 
3 – Travessia do Jordão. 
5 – Circuncisão: 
(Renovação da Aliança). 
6 – Centro 
10 – Sul. 
11 – Norte. 
13 – Herança das tribos 
20 – Cidades de refúgio. 
22 – Despedida de Josué. 
 
Palavra Chave: Redenção. Verso Chave: 1.2 
3. Teologia: 
1. A fidelidade de Deus: Deus sempre cumpre as suas promessas, apesar dos nossos pecados (21.45). 
Ele também nos dá a vitória e ela é pela fé somente. 
2. A santidade de Deus: Deus castiga a iniqüidade dos cananeus através de Israel, mas também exige 
santidade de seu povopara executar a sua vontade (Cap. 7 – O pecado de Acã). 
3. A salvação de Deus: Josué significa “JEOVÁ é salvação”. Ele é um tipo de Cristo no AT, no sentido 
que levou o povo de Deus ao descanso da terra prometida (Cf. Hb 3.7-4.11). 
 
II. O Livro de Juízes: 
 
1. Nome, Autoria e Data. 
TM = Shophetim – Juízes = “julgadores”, “líderes executivos”. LXX = kritai (kritai) – Juízes. 
Embora sua autoria seja desconhecida, a maioria dos estudiosos a credita a Samuel. 
Escrito por volta de 1.000 a.C. , abrange o período que vai da morte de Josué ao estabelecimento do 
Juizado de Samuel (1.380 – 1.060 a.C.). 
2. Tema. 
O tema é “Opressão e Livramento”. 7 apostasias; 7 opressões e 7 livramentos. O livro narra os fracassos 
de Israel por causa da transigência (conformação). 
Verso chave: 17.6 ou 21.25 – “Naqueles dias não havia rei em Israel; Cada um fazia o que achava mais 
reto”. 
3. O Perfil dos Juízes: 
I Co 1.26-31: “Deus escolheu ... aquelas (coisas) que não são para reduzir a nada as que 
são...”. Mas o Senhor ... (3.10; 6.11-34; 11.29; 14.19 ...). 
 
Eúde Canhoto 
Sangar Arma insignificante (queixo de boi). 
Débora Uma mulher 
Gideão Medroso 
Jefté Filho de uma prostituta 
Jair Polígamo 
Sansão Polígamo 
 
 Como explicar a derrota de Sansão? 
(1)Desperdiçou seus dons. (2) Buscou seus próprios interesses. (3) Entregou-se a desejos carnais. 
 
4. A Explicação da Decadência. 
Eles não expulsaram os inimigos como Deus ordenara, mas se conformaram com o que já tinham 
conquistado e se acomodaram satisfeitos, perdendo o ânimo para completar a obra (1.19,21,27,29-
31,33,34). 
Há um padrão notável na narrativa de Juízes: 
 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
 
5. Teologia. 
1. Deus é Justo. Uma nação que abandona o Senhor, rebaixa e compromete os seus padrões, não pode 
Esperar a benção de Deus. 
2. Deus é Soberano. Ele não depende do poder humano para atuar, mas humilha-o utilizando-se de 
Instrumentos desprezíveis a seus olhos. A vitória é sempre de Deus no final! 
3. Deus é magnânimo e Cheio de Graça. “A paciência de Deus e a maravilhosa possibilidade de um 
novo começo, mediante Sua graça faz ressoar uma nota alegre neste livro”
16
 (Cundall & Morris). 
4. A Fé é Importante. Os Juízes não tinham grandezas morais que nos inspire, mas notamos que há 
neles um tipo de fé que coopera com Deus, através da qual Ele revela o seu poder (Hb 11.32,33). 
 
III. O Livro de Rute: 
1. Nome, Autoria e Data. 
TM = t w r - Rute = Amizade, Associação. LXX = Rouq - Rute. 
Sua autoria tem sido atribuída a Samuel pelo Talmude. Seu pano de fundo é o período dos Juízes (1.1). 
Uma vez que Rute é bisavó de Davi, deve ser datado por volta de 1.100 a.C. 
Está contado entre os “Cinco Rolos”. É lido anualmente em Israel durante a festa de Pentecostes 
(Junho). 
 
2. Objetivo e Tema do Livro. 
Seu objetivo é explicar a introdução de sangue gentio na linhagem do rei Davi e mostrar a providência da 
Deus na vida daqueles que confiam Nele. 
 
Verso chave: 1.16. 
O livro mostra de forma muito bela como Deus age nos bastidores mais comuns de nossas vidas (fome; 
gravidez; a Lei), não precisando se utilizar somente de atos sobrenaturais. 
 
3. Mensagens. 
1. As circunstâncias não criam e nem destroem os crentes. 
2. A fé é o segredo ou o teste do verdadeiro discípulo. 
3. A pessoa que confia em Deus torna-se um instrumento nas Suas mãos. 
 
4. Teologia. 
1. Deus acolhe não israelitas na aliança. “Rute, a moabita”. 
2. A benevolência é o estilo de vida correto para o povo de Deus. Rute nos mostra de modo prático o 
que o estilo de vida hesed (Benevolência - dispor-se a ir “além da obrigação”). 
 
 
16
 Cundall & Morris, Juízes, Introdução e Comentário, Vida Nova / Mundo Cristão, p. ? 
PECADO 
CASTIGO SUPLICA 
LIVRAMENTO 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
Rute Sacrifício e obediência. 
Noemi Perseverança e inteligência. 
Boaz Generosidade e integridade. 
 
3. Deus é providente e sempre cumpre seus decretos. A linhagem real de Davi e a linhagem do Messias. 
4. O parente redentor (go’el) como tipo ou prenúncio do Messias. 
 
1. Ser um parente de sangue Cristo se aparentou com a raça humana por 
meio de um nascimento virginal. 
2. Possuir o valor necessário para adquirir a 
Herança perdida. 
Só Cristo possuía o mérito suficiente para pagar o 
preço em prol dos pecadores. 
3. Dispor-se a resgatar a herança perdida. Cristo entregou sua vida livremente. 
4. Dispor-se a casar-se com a esposa do 
parente falecido. 
Tipifica o relacionamento de noivo e noiva entre 
Cristo e a Igreja. 
 
5. Esboço Básico. 
A Vida de Rute, a Moabita. 
 
Para mais informação sobre os livros Historicos veja o link abaixo: 
http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/biblia_sept_3.htm 
 
1.Rute decide 
voltar. 
2.Rute serve a 
Noemi. 
3.Rute descansa 
aos pés de Boaz. 
4.Rute 
resgatada, Casa-
se com Boaz. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
REIS E PROFETAS DE ISRAEL E JUDÁ
17
 
DATA REIS PROFETAS REIS ASSÍRIA SÍRIA 
REINO UNIDO 
1044 Saul 
1011 Davi Natã 
971 Salomão 
 JUDÁ ISRAEL 
931 Roboão Aías Jeroboão Rezom 
 Abias Semaías 
 Asa Ido 
 Nadabe 
909 Aazarias / 
Hanani 
Baasa 
 Jeú Elá 
 (Zinri) 
885 Josafá Elias Onri Ben-Hadade 
 Micaías (Tibni) Assurnasirpal 
 Eliezer Acabe 
 Jorão Eliseu Acazias 
 Acazias Joiada Jorão 
 Atalia Salmaneser III 
841 Joás Zacarias Jeú Hazael 
 Amazias 
 Azarias Jonas Jeocaz Ben-Hadade 
 Oséias Jeoás 
 Amós Jeroboão II 
752 Zacarias 
 Jotão Salum 
 Isaías Menaém Tiglate-Pileser III Rezim 
 Salmaneser V 
 Acaz Odede Pecaías Sargão II 
 Peca Senaqueribe 
 Oséias Esaradom 
 Assurbanípal 
722 
 
Ezequias Miquéias Queda de 
Samaria 
 
 Manassés Babilônia 
 Amom Nabopolassar 
 Josias Nabucodonosor 
 Jeocaz Jeremias 
640 Jeoaquim Hulda 
 Joaquim 
 Zedequias 
 (Ezequiel) 
586 Queda de 
Jerusalém 
(Daniel) 
 
 
 
17
 Samuel J. Shultz, História de Israel no AT, Vida Nova, p.150. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
O Ministério Profético 
 
Introdução: 
O TM divide os profetas em Profetas Anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os Profetas 
Posteriores, que são os profetas propriamente ditos, indo do livro de Isaías até Malaquias. Estes, por sua 
vez, são divididos em Profetas Maiores (Isaías a Ezequiel) e Profetas Menores (Os doze). Essa 
subdivisão está baseada unicamente no tamanho dos livros. 
Nessa aula vamos tratar mais especificamente do movimento profético de Israel, uma vez que é tema de 
grande importância e debate nos dias atuais. Nossa intenção é refletir sobre sua importância para o AT. 
 
I. A Natureza da Profecia Hebraica: 
A profecia bíblica se define, num sentido mais amplo, por ser uma revelação oral ou escrita, em 
linguagem humana, dada por meio de um porta-voz humano, transmitindo e esclarecendo a vontade 
Deus
18
. A profecia do AT inclui também eventos proféticos, como a travessia do Mar Vermelho, a 
Serpente de Bronze, ambos com significado profético para o NT. 
As ordenanças do Tabernáculo e do sacerdócio também estão repletos de significados proféticos por 
causa das tipificações. 
Num sentido mais específico, o termo é utilizado para referir-se “aos discursos de homens especialmente 
escolhidos e ungidos para ocupar o ofício profético”
19
. 
Contudo, é preciso deixar claro, que nem todos os profetas do AT foram escritores 
Os escritos proféticos que temos são aqueles que o Espírito Santo preservou por causa de suasimplicações para o futuro, em relação àquela época e também com relação à nossa época. 
 
II. A Natureza do Ofício Profético: 
A principal responsabilidade dos profetas no AT era anunciar a vontade de Deus comunicada na Sua 
revelação. Isso podia conter elementos preditivos, mas não era a essa a principal marca distintiva do 
profeta. Seu ministério tinha notadamente um caráter reformador (abandonar o pecado e retornar à 
obediência ao pacto da Lei) Três termos estão ligados ao profetismo do AT: 
1. Nãbhi: Profeta, pessoa chamada. Geralmente o profeta desse tipo fazia parte de um grupo de 
profetas. 
2. Rõ’eh: Um particípio ativo do verbo “ver”, traduzido por “vidente. O vidente costumava andar 
sozinho
20
. O termo é usado 10 vezes, sendo seis aplicadas a Samuel. 
3. Hõzeh: Um particípio ativo de outro verbo que significa “ver”. É traduzido ou por “profeta” ou por 
“vidente”. Esse termo é aplicado a Gade, e geralmente associado com o rei (exceto II Cr 29.30). 
 
O profeta também podia ser chamado de “homem de Deus” (‘ish Elõhim), ressaltando o grau de 
intimidade do profeta com Deus. 
Uma passagem importante na definição desses termos é I Samuel 9.9, onde é dito claramente que 
houve mudança no uso dos termos profeta e vidente. 
 
III. A Função da Profecia Hebraica: 
São quatro elementos principais. 
1. Encorajar o povo de Deus a confiar exclusivamente na graça de Deus, e no seu poder libertador, e 
não nos seus próprios méritos. 
 
 
18
 G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT? P. 222 
19
 Ibid., p.223. 
20
 J. A. Motyer, “Profecia, Profetas”. NDB II, p.1.319. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
2. Lembrar o seu povo que a segurança e a bem-aventurança dependiam da sua fidelidade à aliança, 
demonstrada em vida piedosa e consagrada. “A conduta segundo a vontade de Deus era o resultado 
infalível de uma fé salvadora”
21
. Deus não aceitaria qualquer 
substitutivo à obediência à sua palavra. 
 
3. Encorajar Israel quanto às coisas futuras. A desobediência só poderia 
redundar na ira de Deus (Lv 26 e Dt 28). 
 
4. Selar a qualidade autorizada da mensagem de Deus, quando a profecia se cumpria de maneira 
objetivamente averiguável. O que o profeta falasse quanto ao futuro deveria se cumprir do jeito que 
dissera (Dt 18). Isso era aplicável tanto às profecias de cumprimento breve, quanto às de longo alcance. 
Alguns fundamentos são importantes
22
: 
1º. Para exercer a devida responsabilidade moral no presente é preciso estar consciente do futuro. A 
predição não implicava apenas em saber sobre o futuro, mas saber por causa do plano que Deus está 
executando e do qual a nação fazia parte. A visão de bênçãos ou maldições futuras apelava para que no 
presente se andasse na luz. 
2º. Os profetas falavam em nome de Deus e não de si mesmos. 
3º. A predição está ligada à essência do ministério profético (Dt 18.9). Israel foi advertido não somente 
sobre as abominações dos cananeus, mas também sobre as suas adivinhações. 
Assim sendo, o profeta que falasse em nome do senhor deveria ser julgado através da exatidão de suas 
predições (Dt 18.22). 
 
IV. Profetas Falsos e Verdadeiros: 
Vemos no AT vários confrontos de profetas de Deus com falsos profetas: 
 Micaías e Zedequias em I Rs 22. 
 Jeremias e Hananias em Jr 28. 
 O homem de Deus e o profeta velho em I Rs 13. 
 Elias e os profetas de Baal em I Rs 18. 
Uma pergunta surge: Como podemos discernir o falso profeta do verdadeiro profeta? 
Os textos bíblicos que tratam do assunto são: Deuteronômio 13 e 18.9-18; Jeremias 23 e Ezequiel 
12.21-14.11. 
Para Moisés, não era somente o cumprimento objetivo da profecia que caracterizava o verdadeiro 
profeta, mas qual a sua postura frente à Lei. Poderia acontecer de uma profecia falsa se cumprir, e então 
o falso profeta conclamar o povo a se afastar de Deus e adorar falsos deuses, pregando rebeldia contra 
o Senhor (Dt 13.2). outro critério demonstrado Dt 13.5-10 é que o falso profeta não reconhece a 
autoridade de Moisés e as doutrinas do Êxodo. 
Para Jeremias (Jr 23), o falso profeta é um homem de vida imoral (v.10-14), que não coloca qualquer 
barreira à imoralidade dos outros, pois sua regra é a conformidade (v.17); enquanto que o profeta 
verdadeiro conclamava o povo à santidade denunciando o pecado (v.22). 
O grande problema era a pregação mascarada da paz (profetizar o que o povo queria ouvir). Os profetas 
de Deus sempre proclamaram a paz, mas aquela que era encontrada dentro do relacionamento correto 
com Deus por meio da obediência à Lei (Aliança).”A paz só pode sobrevir quando a santidade é 
satisfeita no tocante ao pecado”
23
. Para jeremias, os falsos profetas tinha um testemunho emprestado, 
uma autoridade fingida e de um ministério auto-declarado (v.30-32). 
Ezequiel concorda com Jeremias substancialmente, acrescentando que ao crer em mentiras o povo 
ficava desprotegido em tempos de tribulação (13.4-7). Uma vez que a falsa profecia procura ser isenta 
de conteúdo moral, se torna insultuosa para os justos e encorajadora para os ímpios. 
 
 
21
 G. L. Archer Jr, op. cit., p.225. 
22
 J. A. Motyer, op. cit., p.1.320. 
23
 Ibid., p.1.324. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
V. A Mensagem Profética: 
Pode ser classificada em três grupos principais
24
: 
1. Profecias a respeito do destino interno de Israel. Declaram o juízo divino contra o pecado (falta de 
fé e iniqüidade) e a promessa de restauração após o exílio. 
2. Profecias Messiânicas. Proclamam a vinda do redentor. 
3. Profecias Escatológicas. Referem-se aos últimos dias, quando o reino de Deus será estabelecido na 
terra. 
 
Quadro dos Profetas 
Tempo e Lugar Judá Israel 
 Maior Menor 
Antes do cativeiro 
722 a.C. e 586 a.C. 
Isaías Joel 
Obadias 
Miquéias 
 
Oséias 
Amós 
Jonas Jeremias Naum 
Habacuque 
Sofonias 
Durante o Cativeiro Ezequiel 
Daniel 
 
Após o Cativeiro Ageu 
Zacarias 
Malaquias 
 
 
 
Para mais informações sobre os livros profeticos, veja o link abaixo: 
http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/biblia_sept_5.htm 
 
 
 
 
24
 A Lamorte e G.F. Hawtorne.Profecia, “Profeta”; Enc. Histórico teológica da Igreja Cristã, vol.III, p.189. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
INTRODUÇÃO AOS PROFETAS MENORES 
 
Os profetas eram porta vozes de Deus ao seu povo, para fazê-lo cumprir a aliança, relembrando o povo 
do seu compromisso diante de Deus. Ressaltavam as bênçãos decorrentes da obediência e os castigos 
da desobediência como selo da soberania Divina. 
Invariavelmente, sua mensagem era marcada por: 
1) Confrontação do pecado. 
2) Chamada ao arrependimento. 
3) Convite para se voltar para Deus. 
Atestavam que “uma fé salvadora incluía uma vida santificada”. 
Como vimos antes, a mensagem profética não visava apresentar uma mensagem voltada somente para 
a revelação do futuro (embora isso acontecia), antes almejavam o retorno da nação à obediência à Lei 
de Deus, a fim de viver em comunhão com Ele. 
Na boca dos profetas “Deus falou na história e acerca da história”, por isso, “o conhecimento das 
condições sócio-econômicas, políticas e religiosas da época dos profetas é indispensável à 
compreensão da mensagem profética”
25
. Os profetas queriam falar em prol de Deus aos seus 
contemporâneos. 
 
I. Quadro dos Profetas Menores26: 
 
PROFETAS 
 
SIGNIFICADO DO 
NOME 
 
TEMPO 
A.C. 
 
LUGAR MENSAGEM VERSO 
CHAVE 
 
ESBOÇO 
BÁSICO 
 
Oséias Yaweh salva 725 Israel O Senhor te ama 6.7 
 
I.Juízo 
II. Graça 
 
Joel Yaweh é Deus 722 Judá O dia do Senhor 
vem! 
2.1 
 
Amós 
 
Carregador (?) 
fardo
27
 
722 Israel Prepara-te 
Ó Israel ! 
4.12 
 
ObadiasServo de Yaweh 722(?) Judá Edom 1.21 
Jonas Pombo 722 Israel Nínive 4.11 
Miquéias 
 
Quem é como 
Yaweh 
722 Judá Quem é como o 
Senhor ? 
7.18 
 
Naum Consolação 586 Judá Nínive 1.15 
Habacuque 
 
Abraço Ardente 586 Judá O justo viverá 
dafé 
2.4 
 
Sofonias O Senhor 
Escondeu 
586 Judá Está perto o Dia 
do Senhor 
1.7 
 
Ageu 
 
Festivo 538 Judá A glória 
do Senhor 
2.9 
 
Zacarias 
 
Yaweh se 
Lembrou 
538 Judá Não por força 4.6 
Malaquias 
 
Mensagem 
de Yaweh 
538 Judá 
 
O anjo da aliança 3.1 
 
 
 
25
 Dionísio Pape, Justiça e Esperança Para Hoje, ABU, p. ? 
26
 Anotações em sala de aula do Rev. Geraldo Silveira Filho, datada de 22/06/1988, no SPBC. 
27
 Stanley Ellisen, Conheça Melhor o AT, p.286. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
II. Quadro dos Profetas Menores28: 
1. Antes do cativeiro do Norte (722 a.C.) 
PROFETA DATA CARÁTER 
DE DEUS 
MENSAGEM 
DA ALIANÇA 
Oséias 
 
740 Amor Aliança violada por 
Israel. 
Joel 835 Julgamento Aviso a Judá do 
julgamento 
devido ao pecado. 
Amós 
 
760 Justiça Aviso a Israel do 
julgamento 
amadurecido. 
Obadias 845 Vingança Advertência a Judá 
acerca da proteção da 
aliança. 
Jonas 
 
765 Misericórdia Censura a Israel pelo 
egoísmo da nação. 
Miquéias 
 
735 Perdão para com o 
mundo 
Censura a Judá pelas 
injustiças sociais. 
2. Antes do cativeiro do sul (606-585 a.C.) 
Naum c. 
 
710 Zelo Terror de Deus sobre os 
atacantes de Judá. 
Habacuque 608 Santidade Uso divino de 
estrangeiros para a 
disciplina. 
Sofonias 
 
625 Indignação Cumprimento da aliança 
no dia do Senhor. 
3. Depois do regresso do Cativeiro (536-525 a.C.) 
Ageu 
 
520 Glória Glória verdadeira na 
presença de Deus. 
Zacarias 520 Livramento Cumprimento da aliança 
através do Messias. 
Malaquias 
 
430 Grandeza Obrigações da aliança 
até que o Messias 
venha. 
 
 
 
28
 Stanley Ellisen, Conheça Melhor o AT, p.272. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
A POESIA HEBRAICA 
Introdução: 
A poesia bíblica não está limitada aos livros poéticos do AT, mas uma boa parte dos outros livros, 
também se apresentam na forma poética ou contém textos poéticos, especialmente os livros proféticos. 
É preciso estar consciente de que “a poesia apela mais à imaginação e à emoção que à razão
29
”, 
portanto, o entendimento da forma determinará, até certo ponto, a interpretação da mensagem. Também 
é preciso estar cônscio do fato de que a poesia Bíblia é realista, pois dá testemunho de experiências 
reais, acontecidas na vida de seus autores. 
 
I. A Poesia Hebraica: 
A poesia hebraica é lírica
30
 por definição, podendo ser classificada nos seguintes termos
31
: Shir: Com ou 
sem instrumento acompanhante. Mizmôr: Salmo ou hino (acompanhada com instrumentos). Qinäh: 
Elegia ou lamento. Tehillâ: Hino de louvor. Mãshãl: Provérbio ou “cântico satírico”. 
Os salmos são a maior coleção de poesia hebraica conhecida. 
 
II. Formas Poéticas. 
A principal característica da poesia hebraica é o Paralelismo. O paralelismo é uma forma de 
compensação da rima por “um ritmo de pensamento ou de sentido
32
”, que se refere “à prática de 
contrabalançar um pensamento ou frase por outro que contenha aproximadamente o mesmo número de 
palavras, ou, pelo menos, uma correspondência de idéias
33
”. 
O paralelismo pode se manifestar de inúmeras formas, e os estudiosos cada dia inventam ou descobrem 
uma nova; contudo destacamos as seguintes formas básicas: 
 
a) Sinônimo: No paralelismo sinônimo, cada linha poética expressa o mesmo pensamento em 
linguagem equivalente. Exemplos: 
 
Salmo 24. 1 
Salmo 103.10 
Salmo 30.11 
Salmo 92.12 
Salmo 19.3,7 
 
Isaías 1.3 
Salmo 46.1 
 
 
b) Antitético: No paralelismo antitético, a segunda reitera a primeira pelo contraste. Uma das partes é 
contrária à outra. Exemplos: 
 
Salmo 1. 6 
Salmo 30.5 
Salmo 32.10 
Provérbios 10.1 
Provérbios 14.11 
Provérbios 3.5 
Provérbios 15.20 
Provérbios 27.6 
Isaías 65.13 
 
c) Sintético: No paralelismo sintético a segunda linha especifica ou completa a primeira. Hubbard
34
 o 
chama de “Paralelismo de Especificação”, enquanto que Archer diz que pode se chamar também de 
“Construtivo”, subdividindo-o em três categorias: De completação (Sl 2.6); de comparação (Pv 15.17) e 
de raciocínio (Pv 26.4)
35
.Exemplos: 
 
Salmo 55.6 Isaías 1.16c,17 Amós 1.7 
 
29
 Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: Introdução ao AT (IAT), p.249. 
30
 W. J. Martin, “Poesia”. Em: Novo Dicionário da Bíblia (NDB), vol. II, p.1299. 
31
 Ibid. 
32
 F. F. Bruce, “A Poesia do Velho Testamento”. Em: Novo Comentário da Bíblia (NCB), vol. I, p.42. 
33
 G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT?, p.383. 
34
 Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: IAT, p.252. 
35
 G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT?, p.384. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
Salmo 21.1,2 
Salmo 20.7,8 
Isaías 55.6,7 Provérbios 30.17 
 
d) Climático: No Climático, há uma intensificação do efeito na segunda linha. A segunda linha repete 
parte das palavras da primeira para então completar o pensamento. A frase repetida é o ponto de partida 
para o clímax. F. F. Bruce o chama de Paralelismo Gradativo
36
. 
Exemplos: 
 
Salmo 29.1 
Salmo 1.1 
Salmo 55.12,13 
Salmo 25.1-7 
Salmo 92.9 
 
e) Emblemático
37
 ou simbólico
38
 : Uma das partes usa o sentido literal e a outra o figurado. As idéias 
não comparadas ou completadas, mas justapostas. Segundo Archer demonstra
39
, isso é mais 
perceptível no hebraico, que no português, onde o tradutor faz uso da comparação. Exemplos: 
 
Salmo 103.13. 
Salmo 11.4 
Provérbios 11.22 
Salmo 129.5-8 
Provérbios 25.25. 
 
f) Quiástico ou Cruzado: A primeira parte corresponde à quarta e a segunda à terceira. O paralelo 
reverte a Ordem dos hemistíquios (metade de um verso) do verso inicial. Costuma ser mais extenso que 
os demais. Exemplos: 
 
Salmo 2.9 
Salmo 30. 8-10 
Salmo 51.1 
Oséias 13.14 
Isaías 40.3 
 
Outra forma da poesia hebraica digna de nota é o Acróstico; Aplicado como ajuda mnemônica, onde 
cada letra do alfabeto hebraico encabeça um dos versos. Seus exemplos mais conhecidos são o Salmo 
119, organizado no padrão 8 X 1, e Lamentações 3, organizado no padrão 3 X 1. 
Na Seqüência Numérica, acontece o padrão (x, x + 1). Seu efeito literário é destacar um item crucial, 
específico; “a gota que fez o copo transbordar”
40
. Exemplos: 
 
Salmo 62.11 
Provérbios 6.16 
Miquéias 5.5 Amós 1.3 
 
 
 
36
 F. F. Bruce, “A Poesia do VT”. Em: NCB, vol I., p.43. 
37
 ibid, p.384. 
38
 F. F. Bruce, “A Poesia Hebraica”, NCB, vol. II, p.42. 
39
 G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT? p.384, 385. 
40
 Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: IAT, p.258. 
PIPC – Módulo: AT 2014 
 
 
A QUESTÃO DOS APÓCRIFOS 
 
I. Definição41: 
 
O termo apócrifo quer dizer “oculto”, sendo um termo técnico aplicado à relação de um certo grupo de 
livros para com o Cânon do AT. Estes livros não foram aprovados, mas são importantes para auxiliar-nos 
na compreensão do contexto do período intertestamentário. Os apócrifos dizem respeito aos livros 
constantes em manuscritos da Septuaginta, bem como a outros lendários, históricos e teológicos, muitos 
escritos originalmente em hebraico e aramaico e posteriormente traduzidos para o grego, que é a forma 
nas quais chegaram até nós. 
Sua posição diante da Igreja Cristã era meio ambígua, até o séc. XVI,

Outros materiais