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Conservação de forrageiras e pastagens SILAGEM FENO Conservação de forragens • O sucesso da exploração pecuária está estritamente correlacionado com o correto e adequado planejamento da alimentação do rebanho. • O maior desafio do pecuarista sempre foi planejar corretamente a ajustar taxas de lotação de acordo com a produção da pastagem ou; • Ajustar a quantidade de cabeças numa propriedade de acordo com a quantidade de forragem conservada. • A conservação de forragem é uma prática fundamental quando se adota o manejo intensivo das pastagens. • A oferta de forragem de alta qualidade durante todo o ano, garante o atendimento do requerimento animal. • Permite aumentar a eficiência da utilização das pastagens diminuindo o risco de degradação das mesmas em decorrência do superpastejo. ESTACIONALIDADE NA PRODUÇÃO DE FORRAGEM Conservação do excesso de forragem no período das águas, para utilização na seca. Forragens conservadas • A ensilagem e a fenação são as principais formas de conservação de forragem. • São processos bem onerosos, mas são mais baratos que os concentrados; • São sistemas complementares, pois o alimento produzido apresenta características distintas. • Importância da utilização de tecnologia de produção adequada para garantir alta eficiência no aproveitamento para justificar e compensar o investimento. O cuidado de produção é fundamental para a qualidade do feno ou da silagem, porém o manejo e o armazenamento também são limitantes. • No Brasil, a ensilagem é mais utilizada (uso de máquinas mais simples, custo mais baixo). • No processo de ensilagem a forragem é fermentada anaerobiamente por bactérias produtoras de ácido lático presentes na forragem. • A preservação depende: pH baixo – inibir ação do Clostridium e outros micro-organismos anaeróbios Das condições anaeróbias que inibam o desenvolvimento de micro-organismos aeróbios, tais como leveduras e fungos. • Na fenação, a forragem é desidratada de tal forma que permanece biologicamente inativa com respeito a atividade enzimática da planta e dos micro-organismos. • Principal prática de conservação nas regiões onde ocorrem condições apropriadas para a secagem. • Feno - O baixo conteúdo de umidade dos fenos facilita o transporte e fácil de comercializar. Silagem • Utilizada para viabilizar a produção durante os períodos de escassez de forragens – período seco. Definição: silagem é a forrageira verde picada e armazenada na ausência de ar, em silos, e é conservada mediante fermentação. Alto teor de energia - 60% de NDT na MS Silagem de milho ▪ 1° lugar de preferência dos produtores ▪ Identificação fácil do ponto de ensilagem ▪ Boa produção por área ▪ Alto valor nutritivo ▪ Não necessita aditivos Conceitos • Ensilagem • Silo • Silagem Processo Armazenagem Produto • Colheita, corte e transporte para os silos • Fazer a compactação Silagem • A eficiência do processo fermentativo depende de uma boa compactação: Deve ser intensa, contínua e uniforme Partículas de 0,5 a 2 cm Teor de MS próximo a 30 • Ausência de ar Silagem • A vedação adequada garante conservação por longo tempo. Silagem • A conservação dos alimentos em forma de silagem está sujeito a grandes variações, uma vez que a conservação depende da fermentação natural dos açúcares a ácidos, sob condições anaeróbicas, pelas bactérias ácido láticas, produzindo como produto final, principalmente o ácido lático e o ácido acético , sendo as alterações ocorridas durante os primeiros dias após a ensilagem, críticas para o sucesso da fermentação. Silagem • Após o estabelecimento das condições anaeróbias dentro do silo, a fase de fermentação ativa se inicia. • De acordo com VAN SOEST (1994) o tempo de fermentação depende, principalmente, do teor de carboidratos solúveis, da capacidade tampão e do teor de umidade da forragem, ficando normalmente entre 10 e 14 dias. Os microrganismos anaeróbios que se desenvolvem na silagem fermentam hexoses (glicose e frutose) e pentoses (ribose e xilose), produzindo etanol, ácidos graxos voláteis (AGV), ácido lático e CO2 Silagem Silagem • “Forrageira de alto valor nutricional preservada com um mínimo de perda de nutrientes” • “Alimento utilizado na entressafra (Alimento de inverno), fornecido especialmente para os ruminantes como fonte de fibras” Vantagens da Silagem • Retém maior quantidade de nutrientes vegetais em relação ao feno; • Não requer processamento posterior, podendo ser misturada com outros alimentos; • Diminui riscos de incêndio; • Aumenta a produção de animais/hectare/ano; • Pode processar toda a planta no caso do milho e do sorgo; • Requer menos espaço para armazenar; • Permite completa mecanização do sistema, economizando tempo Vantagens da Silagem Desvantagens da Silagem • Requer construções especiais para armazenamento e equipamentos para melhorar o processo; • Menor teor de vitamina D que o feno; • Transporte mais caro devido o alto teor de umidade; • Requer muito trabalho durante o enchimento do silo, que deve ser rápido; • Se a ensilagem não for boa, as perdas são maiores que manter os animais no campo; • Dióxido de nitrogênio produzido pelo silo nas primeiras horas após início de ensilagem é tóxico Desvantagens da Silagem Critérios para avaliação da qualidade da silagem • pH3,8 a 4,2 • Ácido lático 1,5 a 2,0% • Ácido Butírico < 0,1% • Ácido Acético 0,5 a 0,8% • N-amoniacal 10,0% • Odor de vinagre • Sabor ácido típico • Cor clara, verde amarelada ou caqui • Textura firme, tecidos macios não destacáveis das fibras Forragens Conservadas O custo para produzir silagem ou feno de alta qualidade é igual ao custo para produzir silagem de baixa qualidade • Três fatores mais importantes para que se tenha uma boa silagem: 1) Rápida remoção do ar, 2) Rápida produção de ácido lático que resulta em declínio do pH e 3) Continuação da exclusão do ar da massa ensilada durante o período de armazenagem e fornecimento. • A rápida redução do pH ajuda a limitar a degradação da proteína do material ensilado pela inativação das proteases da planta e também inibe o crescimento de micro-organismos anaeróbicos indesejáveis como as enterobactérias e os clostrídeos. • O uso de aditivos na ensilagem possui duas finalidades principais: a) influenciar o curso da fermentação, favorecendo a preservação e b) alterar a composição, melhorando o valor nutritivo. • Os aditivos estimulantes da fermentação, como os que elevam o conteúdo de matéria seca e carboidratos solúveis, aumentam a produção de ácido lático, consequentemente, diminuindo o pH, além de minimizar as perdas de matéria seca. • Os subprodutos cítricos possuem boas qualidades nutricionais e sua época de produção é extremamente favorável, pois coincide com a entressafra de grãos como o milho, e com o período de escassez de forragens tropicais. Logo, para termos uma silagem de qualidade, devemos: 1-) Ensilar rapidamente o material (exposto ao O2 sem compactação = perdas – ação de Enterobactérias). 2-) Compactar adequadamente para reduzir a presença de O2 • Ao realizarmos a compactação estamos trabalhando na seleção das bactérias. Eliminando O2: • Ocorre redução mais rápida da temperatura • Reduz a fase Aeróbica • A temperatura cai mais rapidamente e diminui a ação de bactérias indesejáveis: Clostridium • Com a redução da temperatura e pH, entram em ação bactérias Homoláticas e Heteroláticas (tornam o processo fermentativo mais eficiente) Regra geral para silagens(de qualidade): 1) Cortar planta no momento adequado (% umidade) 2) Ensilar rapidamente 3) Compactar adequadamente 4) Escolher forrageiras com reserva de energia (milho ou sorgo) 5) Armazenar e vedar material ensilado adequadamente Bactérias do gênero Listeria • São organismos aeróbios ou anaeróbios facultativos. • Considerando a qualidade da forragem – L. monocytogenes (aeróbia facultativa) é a mais patogênica para vários animais e seres humanos. • Contaminação do leite por listéria está diretamente associada à qualidade sanitária de fenos e silagens e higiene inadequada do úbere e dos equipamentos durante a ordenha. • Silagens contaminada com L. monocytogenes tem sido associada com casos fatais de listeriose em ovehas e cabras. • O crescimento e a sobrevivência desta bactéria em silagens são determinados pelo grau de anaerobiose e pelo pH da silagem. • A L. monocytogenes tolera pH entre 3,8 a 4,2 por longos períodos, somente se o oxigênio estiver presente. • Sob condições estritamente anaeróbias este organismo pode ser rapidamente destruído nesta faixa de pH (3,8 a 4,2). • O desenvolvimento de L. monocytogenes em silagens é fortemente relacionado à deterioração aeróbia da silagem, devido a vedação inadequada ou furos na lona de cobertura. Características fundamentais de uma planta forrageira para ensilagem 1. Teor de MS – 35% (33 - 45%) 2. Alto teor de carboidratos solúveis – mínimo de 6 a 8% na MS 3. Baixo poder tampão (resistência do meio às mudanças de pH) 4. Produtividade Silagem como volumoso 1 – Colheita no ponto certo 2 – Densidade e compactação da silagem 3 – Tamanho de partícula da silagem 4 – Enchimento do silo 5 – Fechamento e vedação • A compactação é fundamental para a qualidade final da silagem: ao expulsar o ar presente entre as partículas de forragem se minimizam as perdas por respiração, melhora a estabilidade aeróbica da silagem depois de abrir o silo e aumenta a capacidade de estocagem do silo. • Guarda-se mais matéria seca por metro cúbico de silo. Compactação Compactação Enchimento do Silo Esquema de enchimento do silo em rampas e em camadas. O enchimento do silo deve ser rápido e progressivo, depositando a massa verde e processada em rampas e em camadas de, no máximo, 15 cm de altura para facilitar o processo de compactação. Situação real, considerada ideal no processo de enchimento e compactação de um silo trincheira. Plantas forrageiras ideais para ensilagem Milho e sorgo (35% MS) • MILHO Fermentação lática Forragem energética com boa quantidade de proteína (6 a 7%), componentes essenciais para a nutrição animal. Ponto de corte: grão do milho saindo do leitoso para farináceo. Silagem de boa característica (cor marrom; úmida; cheiro característico; sem fungo; bolor e podridão) 1ha de milho pode produzir até 40t de ração e 70t de silagem suficiente para alimentar 20 vacas durante 70 dias. A linha do leite da espiga do lado direito não fica visível pelo fato do embrião estar protegendo. A espiga do lado esquerdo já se consegue observar melhor essa linha do leite. Quando a linha do leite está em torno de 50 a 70% representa em torno de 32 a 38% de MS – ponto ideal para se realizar a colheita, porque tem relação direta com a MS da planta. SORGO • Alta digestibilidade de fibras • Elevado valor nutritivo • Boa fermentação • Produz volume maior de massa quando comparado à cultura do milho (permitindo redução de custos) • 80 a 85% do valor de uma silagem de milho • Ponto de corte: meio da panícula com os grãos farináceos • Dois corte por ano • Produz em média 50t MV/ha • Rebrota pode alcançar 20t MV/ha • Silagem sorgo: 40 a 60 tMV/ha (em dois cortes 80 a 120t MV/ha • Em termos de volume/massa: sorgo produz mais • Efeito nutricional: teor de proteína de 11 a 12% • Teor de fibra mais alta do que o milho. Valor de FDN de 65 a 70%, limitando um pouco o consumo de animais de alta produção. • Teor de fibra na silagem de milho: 45% FDN. Sem limite de consumo para o animal. Ponto de colheita • O sorgo deve ser colhido com aproximadamente entre 30 e 33% de matéria seca, na fase de grão farináceo. Isso ocorre aproximadamente de 100 a 110 dias. • Obs.: os grãos de sorgo são mais difíceis de quebrar que os grãos de milho. Cana-de-açúcar • O aumento da concentração de açúcares solúveis (CNF), no caso da cana resulta em: • Aumento nos teores de álcool (etanol) • Redução nos teores de ácido lático (não sobra substrato para as bactérias homoláticas transformarem açúcar em ácido lático) • Cana cortada e ensilada com 6 meses: 7,5% de álcool • Cana cortada e ensilada com 24 meses: 17,5% de álcool • Mais umidade • Mais CHO´s (diminui a chance de ocorrer uma fermentação láctica) • Ocorre fermentação alcoólica (silagem mais escura, odor diferente e qualidade inferior) • Leveduras = responsáveis pela fermentação alcóolica (Candia, Saccharomyces, Torulae Picchia) • São micro-organismos que metabolizam rapidamente estes açúcares e são resistentes a elevadas temperaturas (50°a 55°C) • Utilizar aditivos para obter uma silagem de boa qualidade (lactobacilos – 1g/t; fubá de milho;) Cana-de-açúcar FENO • Feno é um alimento volumoso preparado mediante o corte e desidratação de plantas forrageiras. • Esse processo é denominado de fenação. • Nesta forma, a forragem pode ser guardada, por vários meses, conservando o seu valor nutritivo. FENO • Para se produzir feno, basicamente três atividades devem ser programadas: 1) Produção de forragem. 2) Fenação, propriamente dita pelos processos mecanizado e manual (artesanal), em ambos envolvendo três etapas: a) corte da planta forrageira, b) secagem ou desidratação das plantas cortadas, c) enfardamento e recolhimento do feno. 3) Armazenamento do feno. É o processo da elaboração do feno (do corte até o armazenamento Material desidratado de 15 a 20% • Importante a escolha da forrageira para a fenação: Forrageiras que possuem colmo grosso, proporção folha/caule ruim, - imprópria para a fenação. Forrageiras de colmo e folhas finas e principalmente longas, mais rápida a desidratação, com perdas menores. Escolha da forrageira Capim pangola – folhas longas e finas e colmo fino. Capim elefante roxo – colmo grosso, folhas longas, grossas e largas CEIFADEIRA – corta o capim ANCINHO Depois de seco o material, o ancinho junta o mesmo em forma de leira ENFARDADEIRA A enfardadeira recolhe o material seco e libera na forma de fardos Os fardos são armazenados Dia claro, de sol e início da manhã, logo após a evaporação do orvalho (até o final do dia para evitar perdas por desidratação). Dependerá do estádio de crescimento em que a forrageira se encontra. Deve-se dar prioridade ao corte na fase de “embonecamento”, antes da formação da inflorescência, porque nesta fase a planta dará prioridade a formação da semente em detrimento das folhas, diminuindo a qualidade da forrageira. Secagem ou Desidratação • Local seco e livre de materiais perfurantes; • Enleirar a forrageira; • Virar as leiras na manhã seguinte ao corte; • Revolvimento das leiras (a cada 2h); • Pronto em até 72h, em bom tempo. Perdas • Perdas naturais (valor nutritivo por respiração foliar no emurchecimento). • Perdas evitáveis (lixiviação, escolha da forrageira, chuva, etc.). • Perdas durante o corte, secagem e armazenamento (proliferação de fungos e bactérias nocivas) Carboidratos solúveis, bases nitrogenadas e vitaminas. A perda do valor nutritivo é maior do que a perda de matériaseca e considerada isoladamente. Prensa Manual Mini fardos de pré secagem https://globoplay.globo.com/v/2899048/ https://www.youtube.com/watch?v=xguoqsN9IuE https://www.youtube.com/watch?v=Se8GRCtns4E ENSILADEIRA PRÉ SECAGEM EM UM GALPÃO REVIRANDO A FORRAGEM (2h) • Antes de ensacar, pulverização de inoculante biológico; •Inibem a presença de fungos e bactérias indesejadas; • Favorece a fermentação. PRENSA HIDRÁULICA - ADAPTADA A compactação é importante para impedir a entrada de O2 no volumoso.
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