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Resumo sobre licitação

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Licitação
 
Licitação é o procedimento administrativos para escolha de fornecedores do Estado. é um procedimento externo (pois envolve particulares) e concorrencial (pois é uma disputa). É, também, um procedimento limitativo, uma vez que o procedimento termina em favor de um licitante, limitando o dos demais.
 As finalidades e os princípios da licitação estão no art. 3º da Lei 8.666, como objetivo das licitações.  
“Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”
 
Tem rito procedimental adequado, admite-se a fiscalização da licitação por qualquer participante do certame, ou ainda, pelo cidadão, desde que não perturbe ou impeça a realização dos trabalhos.
 
 Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
 
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública
 
Mudanças da licitação moderna
 
Para fins de concurso público, o estudante deve se ater a duas grandes mudanças da licitação brasileira, quais sejam a inversão das fases da licitação e a objetivação do dever de licitar.
 
Inversão de fases: Em regra, a licitação segue o seguinte procedimento:
 
Instrumento Convocatório (Edital ou Carta Convite)
Habilitação (análise de documentos)
Classificação (classificação das propostas)
Homologação;
Adjudicação: entrega-se o objeto da licitação ao vencedor.
 
Observe que a Administração deve, em um primeiro momento, analisar o documento de todos os interessados (habilitação) e, em momento posterior, classificar as propostas (classificação). Ocorre que essa ordem é, sem dúvida alguma, contrária ao Princípio da Eficiência, na medida que a Administração fica abarrotada de serviço (pois analisa cada documento de todo o universo de interessados) para, após, classificar apenas alguns.
 Neste cenário, algumas leis vêm mudando. Segundo essa tendência de inversão de fases, em um primeiro momento a Administração Classifica as propostas (classificação) para, em momento posterior, habilitar. Aqui, há uma significativa redução de trabalho desnecessário, pois apenas serão conferidos os documentos (habilitação) dos classificados.
 
Algumas leis que autorizam a inversão de fases são:
 
Concorrência que antecede a concessão de serviço público (Lei 8987/1995);
Contratação de agências de publicidade (Lei 12.232/ 2008);
Pregão (Lei 10.520/2002); Regime Diferenciado de Contratação – RDC (Lei 12.462/2011).
Objetivação do dever de licitar
 
A lei 8.666 atribui o dever de licitar a determinados órgãos e pessoas jurídicas, motivo pelo qual o critério adotado, lei é subjetivo. Entretanto, a jurisprudência do TCU firma posicionamento no seguinte sentido: “quem utiliza recursos públicos deve licitar”. Há, portanto, uma objetivação deste critério que passa a incluir, também, pessoas jurídicas de direito privado como, por exemplo, as OSCIP’s e Serviços Sociais do Sistema “S”.
 
Em regra, não precisam licitar: Empresas Privadas; Permissionárias e Concessionárias de serviço público, salvo para contratação de subconcessionária; Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras de atividade econômica na contratação da atividade finalística.
 
 
 
 
Normas aplicáveis à licitação e competência:
 
Art. 22. cf Compete privativamente à União legislar sobre:  
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
União: normas gerais (nacionais), aplicáveis a todos os Entes federados; 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios: competência autônoma para elaboração de normas específicas (federais, estaduais, distritais e municipais), visando atender as peculiaridades socioeconômicas de cada ente
 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
 
 b) art.37, cf XXI- regra da licitação e admite que a lei estabeleça exceções; 
c) art.173 cf, § 1.°,III - remete ao legislador a tarefa de elaborar o Estatuto próprio das empresas estatais econômicas, contendo regras próprias de licitações e contratos. 
Lei 8.666/ 93: Essa lei destaca normas gerais sobre licitações e contratos administrativos. Quanto a natureza jurídica, é uma lei nacional, pois tem validade em todas as esferas legislativas.  
Lei nacional é diferente de Lei Federal. Esta última tem validade, apenas, para União. É o caso, por exemplo, da Lei 8.112.
 
Lei 10.520/ 02 (pregão: Cria o pregão e institui a inversão de fases da licitação, conforme já foi estudado na introdução.
 
Lei Complementar nº 123 (microempresa e empresa de pequeno porte)
 
A microempresa é aquela que tem receita bruta anual de até R$240.000,00, ao passo que empresa de pequeno porte (EPP) é aquela que possui receita bruta anual entre R$240.000,00 e R$1.240.000,00.
 
Celebrado o contrato administrativo, deve a microempresa ou EPP, no prazo de 2 dias, prorrogáveis por mais 2 dias a critério da Administração, apresentar a certidão fazendária.
 
A Lei Complementar n. 123, quanto a licitação, cria privilégios licitatórios para microempresa e EPP. São 3 privilégios:
 Caso a oferta da ME ou EPP esteja até 10% acima da menor proposta (ou 5% no caso do pregão), então a licitação é declarada empatada. Neste caso, pode a ME ou EPP realizar uma única e última proposta, inferior ao valor oferecido pela empresa comum, sendo declarada vencedora.
A Administração pode realizar licitação apenas com EPP e Microempresas, desde que o certame não ultrapasse R$80.000,00, sendo que é possível a subcontratação, respeitado o limite de 30% do total licitado;
Pode-se criar “quotas” na licitação. Por exemplo, compra de 1000 computadores, sendo que a quota de 25% (250 computadores) seria contratado com ME ou EPP e o demais com uma empresa comum. Deve-se respeitar o limite de 25%.
 
 Lei 12.232/09 Esta lei disciplina a contratação de agências de publicidade pelo governo. Segundo esta lei é possível apenas a contratação da agência e nunca do marqueteiro. Ademais, assim como o pregão, a lei institui a inversão de fases.
 A Lei 12.232 autoriza a multiadjudicação (mais de uma agência é declarada vencedora). Neste caso, caberia a própria Administração, com fundamento em critérios próprios, declarar qual das agências vencedoras celebraria o contrato. A multiadjudicação, contudo, é de forma bastante clara, inconstitucional.
 O critério de julgamento (tipo de licitação) é o da melhor técnica ou técnica e preço.
 
 
 Lei 12.462/2011 (Lei da Copa ou Regime Diferenciado de Contratação - RDC)
O art. 1ª da Lei 12.462/11 disciplina quais casos serão atendidos por esta lei, cumpre citar:
 Art. 1o  É instituído o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização:
 
​
 
 RDC possui, basicamente, 4 objetivos: Ampliar a eficiência na contratação e na competitividade;
Promover a troca de experiências e tecnologias para melhor relação custo- benefício; Incentivar a inovação tecnológica; Assegurartratamento isonômico entre licitantes e permitir a escolha da melhor proposta.
 
 -A previsão da multiadjudicação, embora seja nitidamente inconstitucional. Ademais, há, também, a inversão de fases na licitação; há o oferecimento das propostas no sistema aberto de disputas ou no modo fechado de disputa, no qual as propostas são mantidas em sigilo, até a data definida pela comissão.
-Autoriza o sigilo dos orçamentos até o fim da licitação. Significa dizer que o Estado não precisaria declarar o quanto gastará com a contratação, havendo notável inconstitucionalidade em razão da violação ao Princípio da Transparência.
-Autoriza a realização do contrato de eficiência que, em apertada síntese, transfere ao particular o poder de fiscalizar a execução do contrato. Em outras palavras, há uma transferência à órbita privada do Poder de Polícia, razão pela qual a doutrina sustenta a inconstitucionalidade do dispositivo.
- Possibilita a contratação integrada na qual obras e serviços são contratados sem projeto básico aprovado pela autoridade competente.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA- art. 22, XXVII- competência privativa da União para legislar sobre normas gerais de licitação e contratação.
União: normas gerais (nacionais), aplicáveis a todos os Entes federados;
União, Estados, Distrito Federal e Municípios: competência autônoma paraelaboração de normas específicas (federais, estaduais, distritais e municipais),visando atender as peculiaridades socioeconômicas de cada ente.
NORMAS GERAIS. CARACTERES- Razoável grau de abstração, mantendo uniformidade ao processo de licitação em todas as esferas federadas, sem influenciar nas especificidades de cada município ou Estado.
Não podem interferir na autonomia federativa(art. 18 da CRFB). (Ex. Consagradoras de princípios)
Não afetam procedimentos
Não afetam aspectos funcionais
Não tocam em questões de penalidades administrativas
 
 
Princípios específicos da  Licitação
 
Princípio da competitividade: busca da proposta mais vantajosa para a Administração, motivo pelo qual é vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo(art. 3.°, § 1.°, I, da Lei 8.666/1993)
Princípio da isonomia: a Administração não pode discriminar licitantes, de modo que, havendo quaisquer restrições, tais acarretam a diminuição da competição. Assim, a Administração não pode estabelecer preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes etc (art. 3.°, § 1.°, I, da Lei 8.666/1993)
Tratamentos diferenciados para promover isonomia:
cooperativas(art.5° , XVIII; art. 146,III,"c"; e art. 174, § 2.°, da CF/88 e Lei 5.764/1971)
microempresas e empresas de pequeno porte(art. 146,III,"d", e art. 179 da CF/88, LC123/2006.
c)“Margem de Preferência“ de até 25% do preço dos concorrentes a ser definida em Decreto para: 
-produtos manufaturados e serviços nacionais, que atendam a normas técnicas brasileiras; 
-bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação
d) Critérios de desempate para bens e serviços: 
-produzidos no País; 
-produzidos ou prestados por empresas brasileiras; 
-produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; 
- produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório
 
Todas as regras da licitação estão previstas no edital ou carta convite (se a modalidade de licitação for convite). que vincula a Administração e os licitantes, sendo um desdobramento do princípio da legalidade (art. 41 da Lei 8.666/1993).  
Cumpre observar que o edital poderá ser alterado, desde que:
A publicidade da alteração se dê por meio do mesmo instrumento utilizado para a publicação do edital;
Devolução dos prazos.
 
Princípio do julgamento objetivo: A licitação deve ser decidida segundo critério de julgamento previsto no Edital. Critério de julgamento é sinônimo de tipo de licitação. Há 5 tipos de licitação:
 Menor preço: utilizado para objetos de baixa complexidade (e.g. Administração abre licitação para compra de algodão);
Melhor técnica: utilizado para objetos de alta complexidade. Há, aqui, um trabalho preponderantemente intelectual);
Técnica e preço: utilizado para objetos de complexidade intermediária (e.g. produtos de informática);
Maior lance ou oferta (utilizado no leilão – modalidade de licitação);
Menor lance ou oferta (utilizado no pregão – modalidade de licitação)
 
Princípio do aproveitamento da licitação: Sempre que possível, a Administração deve preservar os atos praticados, evitando anular a licitação visando novo certame. Como já fora dito anteriormente, trata-se de um desdobramento do Princípio da Eficiência.
 Esse princípio aplica-se: Na fase da homologação, sendo descoberto algum vício, devem ser anulados apenas:
Atos posteriores ao vício e Atos diretamente prejudicados.
Caso nenhum dos licitantes preencha as condições do edital, ou ainda, nenhuma das propostas sejam classificadas, então, a comissão deve reabrir prazo de 8 dias para:
Complementação de documentos; Melhoria das propostas.
 
FUNÇÃO REGULATÓRIA DA LICITAÇÃO: A LICITAÇÃO não tem apenas objetivos econômicos, financeiros ou de gestão patrimonial.
Serve, ainda, para promover o “desenvolvimento nacional sustentável”, a promoção da defesa do meio ambiente ("licitações verdes" ou sustentáveis) a inclusão de portadores de deficiência no mercado de trabalho,a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte (e o incentivo econômico ao crescimento deste segmento), entre outras finalidades extraeconômicas, com assento constitucional
Objetos Dependem, necessariamente, de licitação:
 Compra e venda de bens móveis, imóveis ou semoventes;
Contratação de serviço, inclusive seguro e publicidade;
Realização de obra;
Venda de bens públicos;
Contratos de locação;
Outorga de concessão de serviço público;
Outorga de permissão de serviço público.
Projeto básico E OUTRAS EXIGÊNCIAS PRÉVIAS: A realização de obras e a prestação de serviços requerem a elaboração do projeto básico e do projeto executivo que devem estabelecer, de maneira clara e precisa, todos os aspectos técnicos e econômicos do objeto a ser contratado. 
Excepcionalmente, a licitação pode ser iniciada sem a elaboração prévia do projeto executivo, desde que haja decisão motivada por parte da autoridade administrativa. Neste caso, será elaborado simultaneamente à execução da obra ou serviço.
Exigências Prévias: elaboração do projeto básico que deve ser aprovado pela autoridade competente e disponibilizado para consulta dos interessados em participar do processo licitatório; 
- existência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; 
- previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, na forma do respectivo cronograma;
- o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, quando for ocaso. 
- Nas hipóteses em que o empreendimento exigir licenciamento ambiental, o projeto básico deve conter o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
Vedações: incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica; 
-incluir no objeto da licitaçãofornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo; 
-Incluir no objeto bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
Impedimentos:São impedimentos para participação, direta ou indireta, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
- do autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
-De empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% do capital com direito a voto ou controlador. responsável técnico ou subcontratado;
- De servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. 
Obs: A legislação permite a participação do autor do projeto ou da empresa na licitação de obra ou serviço, bem como na sua execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada(art. 9.°, § 1.°, da Lei 8.666/1993). 
FORMAS DE EXECUÇÃO: As obras e serviços de engenharia, de acordo com os arts. 6.°, VII, VIII, e 10 da Lei de Licitações, podem ser executados de forma direta (por meio dos órgãos ou entidades
administrativas) ou indireta (por meio da contratação de terceiros). 
A execução indireta: ocorre pelos regimes: empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço. Empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas (ex.: o valor deve ser pago ao final de cada unidade executada — metragem executada de fundações, por preço certo e total
c) empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, caso em que o contratado assume inteira responsabilidade pela execução do objeto até entrega à Administração contratante para uso.
tarefa: quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais (ex.: contratação de um eletricista para pequeno reparo na instalação elétrica da repartição pública).
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS– é uma opção economicamente viável à Administração.
COMPRAS: As compras são todas as aquisições remuneradas de bens para fornecimento de uma só vez
ou parceladamente(art. 6.°,III,da Lei 8.666/1993).
Devem ser processadas, preferencialmente, pelo "sistema de registro de preços"(art.15, II, da Lei 8.666/1993), tendo em vista a necessidade de racionalização do processo de compras de determinados bens.
Em regra, é vedada a indicação de marcas nas compras efetuadas pelo Poder Público
Pode acontecer a indicação da marca quando acompanhada de justificativas técnico-científicas.
A indicação da marca será legitima quando acompanhada de justificativas técnico-científicas.
Admite-se a exigência de amostras dos bens por parte dos licitantes desde que prevista expressamente no instrumento convocatório, devidamente acompanhada de critérios de julgamento estritamente objetivos.
COMPRAS E PADRONIZAÇÃO 
As compras, sempre que possível, devem atender ao "princípio da padronização", com
especificações técnicas e de desempenho(art. 15, I).
Em geral, a padronização gera benefícios econômicos para o Poder Público (princípio da
economicidade), pois facilita as compras em grande escala e a manutenção dos bens adquiridos.
Na maioria das vezes, a padronização pode acarretar a indicação de marcas, desde que a opção seja
tecnicamente adequada. O que não é permitido é a padronização ou a indicação de marcas por
critérios subjetivos ou desarrazoados (Ex. Ford e Governo do Estado no início dos anos 2000)
REQUISITOS PARA PADRONIZAÇÃO:
Motivação Técnica e Jurídica
Estabelecer no edital:
1-características técnicas uniformes do bem a ser adquirido;
2-exigências de manutenção, assistência técnica e garantia.
 Modalidades de licitação:A modalidade de licitação é o rito utilizado. São 6 modalidades:
 
 
Concorrência (art. 22, § 1º, Lei 8.666)
Trata-se de modalidade de licitação que ocorre entre quaisquer interessados que comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação previstos no edital. É a modalidade mais ampla de licitação, uma vez que possui o menor número de restrições e exigências para com os licitantes.
 Art. 22 - Lei 8666§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
 A concorrência é utilizada para objeto de grande valor econômico, havendo 2 faixas de preço:
 Obras de serviço e engenharia: acima de R$1.500.000,00;
Demais objetos: acima de R$650.000,00.
 
 Também será utilizada a concorrência, independentemente do valor, nos seguintes casos: Registro de Preços: hipótese em que se faz licitação para compra futura; Compras e alienações (venda, doação, etc) de imóveis; Concessão de direito real de uso; Licitação internacional; Concessão de serviço público; Contratação de obra no regime de empreitada integral.
 
 
O intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega de envelopes será de: 45 dias corridos para melhor técnica e técnica e preço; 30 dias corridos para menor preço.
 
Tomada de preços (art. 22, § 2º, lei 8.666): é modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atendem as condições do edital até 3 dias antes da data do recebimento das propostas.
 
A tomada de preços é utilizada para produtos do valor intermediário, havendo 2 faixas de preço:
Obras e serviços de engenharia: até R$1.500.000,00; Demais objetos: até R$650.000,00.
 
 O intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega dos envelopes é de: 30 dias corridos para melhor técnica e técnica e preço; 15 dias corridos para menor preço.
 
Convite (art. 22, § 3º, Lei 8.666): É modalidade de licitação realizada entre interessados convidados em número mínimo de 3. Ademais, o convite é utilizado para objeto de pequeno vulto econômico. Há, como as modalidades anteriores, 2 faixas de preços:
 Obras de serviço e engenharia: até R$150.000,00;
Demais objetos: até R$80.000,00.
 O intervalo mínimo entre a publicação da carta-convite e a entrega dos envelopes é de 5 dias uteis (cuidado, pois não são dias corridos). Observe o leitor que, aqui, o instrumento convocatório não se chama edital, mas sim carta convite.
 
 
É importante memorizar estes valores, pois, além de selecionarem a modalidade de licitação a ser utilizada no caso concreto, servem de parâmetro para a dispensa de licitação, sendo uma das hipóteses previstas no art. 24 da Lei 8.666. Assim, não será obrigatória a licitação se o valor do objeto estiver abaixo de 10% do teto estabelecido para a modalidade convite. Portanto, temos o seguinte:
 
 
Até R$15.000,00 para obras de serviço e de engenharia;
Até R$8.000,00 para demais objetos.
 
 
 
Concurso
 
É modalidade de licitação que visa a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico.
 
O intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega dos envelopes é de 45 dias corridos.
 
 
 
 
Leilão
 
É modalidade de licitação utilizada para venda de bens móveis inservíveis, ou ainda, bens imóveis que ingressam transitoriamente no domínio público (e.g. bem imóvel adquirido no processo judicial por meio de dação em pagamento).
 
 
Observe o leitor que a venda de bem imóvel, em regra, segue a modalidade da concorrência, seja qual for o valor do bem. Entretanto, excepcionalmente serão os bens imóveis vendidos por meio de leilão.
 
 
 
 
Pregão (Lei10.520/ 02)
 
Trata-se de modalidade de licitação que propicia à Administração uma grande economia de tempo e dinheiro público, podendo ser utilizada em qualquer entidade federativa.
 
 
Em regra, o pregão é uma modalidade opcional que pode substituir quaisquer das modalidades supra no que se refere ao valor do objeto. Significa dizer que se a Administração visa, por exemplo, comprar algodão e o valor do objeto supera R$80.000,00, mas não ultrapassa R$650.000,00, pode a Administração optar pela modalidade tomada de preços ou pregão.
 
 
Entretanto, em razão do decreto n. 5.450/ 2005, a União é o único ente federativo obrigado a utilizar o pregão para contratação de bens ou serviços comuns, seja qual for o valor do objeto. Neste cenário, passa a ser relevante definir o que vem a ser serviços comuns.
 
 
Serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital por meio de especificações usuais do mercado. Para União, contudo, há um rol taxativo de bens e serviços comuns, para fins de Pregão, estabelecido pelo decreto n. 3.555/2000.
 
 
Importante se faz ressaltar que o Pregão não apenas instituiu, pela primeira vez, a inversão de fases na licitação, como também, de forma inédita criou uma dupla inversão de fases. Isso porque a classificação é realizada antes da habilitação, bem como a adjudicação é realizada antes da homologação.
 
 
 
Considerações sobre a Consulta
 
A consulta, para alguns doutrinadores, é uma modalidade de licitação exclusiva da ANATEL (Agência Reguladora). Porém, a doutrina majoritária não aceita esta modalidade.
 
 
 
 
 
Contratação direta (sem licitação)
 
Licitação dispensada
 
Lei 8.666 - Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
 
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada está nos seguintes casos:
 
doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio- econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
 
 
Dispensa de licitação
 
Aqui, a licitação é possível, porém, a Administração tem a faculdade (discricionariedade) de dispensá-la. As hipóteses estão previstas no art. 24 da Lei 8.666, sendo o rol taxativo. As hipóteses mais importantes as seguintes:
 
 
Em razão do valor: o objeto não supera 10% do valor máximo estabelecido para convite, ou seja:
Obra ou serviço de engenharia: até R$15.000,00
Demais objetos: R$8.000,00
 
Emergência: o contrato, aqui, dura 180 dias, prorrogáveis por mais 180 dias a critério da Administração.
 
Licitação deserta: publica o edital e, no dia, não vem ninguém. Não confunda com licitação fracassada. Nesta, todos são inabilitados ou desclassificados.
 
 
Inexigibilidade (ou licitação inexigível)
 
 
Há apenas 4 casos:
 
Objeto singular
Fornecedor exclusivo: conforme entendimento majoritário, objeto singular não é sinônimo de exclusividade de marca. A comprovação da exclusividade se faz por meio da carta de exclusividade.
Notória especialização (ou notório saber)
Contratação de artista consagrado pela opinião pública
 
 
Pontos importantes em provas de concurso
 
Responsabilidade por encargos
 
No contrato administrativo que advém da licitação, o contratado responde, como regra, por encargos fiscais, comerciais e trabalhistas. Neste caso, a inadimplência do contratado não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
 
Contudo, a Administração responde junto com o contratado (responsabilidade solidária) quanto aos encargos previdenciários.
 
Art. 71.  O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
 
§ 1º  A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
 
§ 2º  A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
 
 
Metodologia de Execução
 
Obras, serviços e compras de grande vulto econômico ou licitações que envolvem alta complexidade autorizam (faculdade) a Administração a exigir metodologia de execução.
 
Neste cenário, a avaliação sempre antecede a análise de preços.
 
 
Art. 30.  A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
 
§ 8º  No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
 
§ 9º  Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.
 
 
Autor do projeto básico ou executivo
 
O autor do projeto básico ou executivo não poderá participar da licitação ou execução da licitação, salvo na condição de consultor técnico.
 
 
Art. 9º  Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
 
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
 
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
 
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.
 
§ 1º  É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
 
 
Quais documentos devem integrar o procedimento de licitação?
 
Art. 38.  O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
 
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo  convite;
IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;
VII - atos de adjudicaçãodo objeto da licitação e da sua homologação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.
 
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