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01/11/2015 1 1 FUNDAMENTOS DE IMUNOLOGIA E MICROBIOLOGIA 2 INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA 3 Sistema imune ● Sistema integrado baseado na cooperação; ● Reconhecimento e reparo; ● Homeostase. 4 Homeostase ● Claude Bernard (pai da Fisiologia Moderna): meio interno do corpo permanece extraordinariamente constante, mesmo em condições alteradas do meio externo; ● Cannon, 1929: homeostase; ─ “Um meio interno relativamente constante”; ─ Manutenção dentro de uma faixa de valores; ─ Não há um valor exato fixo e imutável. 01/11/2015 2 5 Resposta imune Inata ● Desde o nascimento; ● Especificidade ou memória LIMITADAS; ● Componentes: ─ Barreiras físicas e químicas: pele, secreções, mucosas, cílios; ─ Humorais (enzimas, sangue, por ex.); ─ Celulares (células NK, neutrófilo, eosinófilo, mastócito). Adquirida/adaptativa ● Ausente no nascimento; ● Adquirida por meio da exposição; ● Memória (reinfecção)e especificidade; ● Componentes humorais; ● Componentes celulares (linfócitos, por ex.). 6 7 Células do sistema imune ● Leucócitos (glóbulos brancos): ─ Neutrófilos (45 a 75% dos leucócitos no sangue); ● Bastões são neutrófilos jovens; ● Segmentados são neutrófilos maduros; ─ Linfócitos (15 a 45% dos leucócitos no sangue); ─ Monócitos (3 a 10% dos leucócitos no sangue); ─ Eosinófilos (1 a 5%); ─ Basófilos (0 a 2%). 8 60 a 70% 2 a 4% 1% 20 a 30% 3 a 8% 01/11/2015 3 9 Macrófago: Fagocitose e ativação de mecanismos bactericidas; Apresentação de antígeno. Célula dendrítica: Captura do antígeno na periferia; Apresentação de antígeno. Neutrófilo: Fagocitose e ativação de mecanismos bactericidas. Eosinófilo: Matar anticorpos cobertos por parasitas. Basófilo: Função ativada desconhecida. Mastócito: Liberação de grânulos contendo histamina e agentes vivos. 10 Órgãos primários: medula óssea e timo; Órgãos secundários: baço, linfonodos, adenóides, tonsilas, placas de Peyer e apêndice. Tecidos do sistema imune 11 Todos os elementos celulares do sangue, incluindo as células do sistema imune, derivam das CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS PLURIPOTENTES da medula óssea. MEDULA ÓSSEA 12 Divisão de células pluripotentes para produção de dois tipos de células-tronco: PROGENITOR LINFÓIDE COMUM e PROGENITOR MIELÓIDE COMUM. MEDULA ÓSSEA 01/11/2015 4 13 MEDULA ÓSSEA Plaqueta sanguínea ou trombócito: formação de coágulos. Eritrócitos, hemácias ou glóbulos vermelhos: transporte de oxigênio (principalmente) e gás carbônico (em menor quantidade). 14 MEDULA ÓSSEA 15 Granulócitos 16 Granulócitos ● Diferenças no formato do núcleo e no número e forma dos grânulos citoplasmáticos. 1. Neutrófilos 2. Eosinófilos 3. Basófilos 01/11/2015 5 17 Granulócitos ● Abundantes grânulos citoplasmáticos; ● Células inflamatórias: importante papel na inflamação e na imunidade natural, eliminando microrganismos e tecidos mortos; ● Estimulados por citocinas derivadas de células T; 18 Granulócitos ● Fagocitam partículas opsonizadas (fixação de opsoninas ou fragmentos do complemento na superfície bacteriana, permitindo a fagocitose); ● Importante papel nas funções efetoras da resposta imune específica. 19 Neutrófilos ● Células fagocíticas; ● Mais numerosos; ● Respondem rapidamente a estímulo quimiotático (atração de células a um gradiente químico); ● Reconhecem, englobam e destroem agentes estranhos; 20 Neutrófilos ● Sistemas primitivos e inespecíficos de reconhecimento; ● Células de vida curta: morrem com o material estranho internalizado e digerido; ● Fagocitam partículas opsonizadas e funcionam como células efetoras na imunidade humoral; 01/11/2015 6 21 Neutrófilos ● Adesão às células endoteliais e diapedese (passagem por capilares) mediante estimulação quimiotática; ● Principal população celular na resposta inflamatória aguda; ● Podem ser ativados por citocinas produzidas por macrófagos e células endoteliais; ● Secretam ROI e RNI. 22 Eosinófilos ● Apreender e lesar parasitas extracelulares grandes; ● Papel especializado na imunidade contra helmintos; ● Atraídos por produtos como fator quimiotático dos eosinófilos na anafilaxia, liberados por células T, mastócitos e basófilos; 23 Basófilos e mastócitos ● Basófilos: funcionalmente semelhantes aos mastócitos, mas são células circulantes; ● Mastócitos: próximos aos vasos sanguíneos em todos os tecidos; ● Basófilos possuem grânulos no seu citoplasma contendo mediadores que produzem inflamação; 24 Basófilos e mastócitos ● Mastócitos: ─ De mucosas (dependentes das células T para sua proliferação); ─ De tecido conjuntivo (independentes das células T para proliferação); ● Mediadores de mastócitos como a histamina (liberados pela degranulaçao) causam sintomas de alergia, mas podem exercer papel positivo na imunidade contra parasitas. 01/11/2015 7 25 (histamina) ● Na reposta imunológica: ─ Resposta inflamatória anafilática; ─ Hipersensibilidade imediata: reações alérgicas pela interação antígeno-anticorpo na superfície dos mastócitos. 26 (resposta inflamatória anafilática) ● Reação de hipersensibilidade aguda potencialmente fatal; ● Alimentos, medicamentos, látex, materiais de limpeza, picadas de insetos, “cheiros fortes; ● Coceira, vermelhidão da pele, dificuldade para respirar, queda de pressão arterial, convulsões, vômitos, diarreias e cólicas abdominais; ● Pico em 5 a 30 minutos, raramente pode perdurar por vários dias. 27 MEDULA ÓSSEA 28 ● Sangue periférico: monócito (indiferenciado); ● Monócitos/sangue → macrófagos/tecidos. Desenvolvimento de fagócitos mononucleares 01/11/2015 8 29 Macrófagos ● Encontrados em muitos órgãos; ● Remoção e degradação (enzimas) de antígenos particulados (fagocitose); ● Ligam-se aos agentes agressores através de receptores especializados (opsonização); 30 (através de enzimas) Fixação de opsoninas ou fragmentos do complemento na superfície bacteriana melhorando a eficiência da fagocitose. 31 Macrófagos ● Dependendo da localização: ─ SNC: micróglia; ─ Fígado: células de Kupffer; ─ Pulmões: macrófagos alveolares; ─ Fagócitos multinucleados nos ossos: osteoclastos. ● Secretam enzimas, espécies reativas de oxigênio e derivados de lipídeos para destruição de microrganismos e controle da disseminação e lesão tecidual adjacente. 32 Macrófagos ● Funções específicas 1. Células acessórias na ativação de linfócitos: ─ Apresentam agentes estranhos na superfície para reconhecimento por células T (células apresentadoras de antígenos); ─ Expressam proteínas que promovem a ativação de células T. 01/11/2015 9 33 Apresentação de antígenos a Lᵩ T Três tipos principais: células dendríticas, macrófagos e linfócitos B. 34 Macrófagos ● Funções específicas 2. Células efetoras na imunidade celular: ─ Células T estimuladas por agentes estranhos secretam citocinas que ativam macrófagos; ─ Macrófagos ativados fagocitam com mais eficiência pois são mais citotóxicos.35 Macrófagos ● Funções específicas 3. Participam da eliminação de agentes estranhos pela resposta imune humoral: ─ Agentes estranhos são cobertos ou opsonizados (por anticorpos e proteínas do complemento); ─ Macrófagos expressam receptores de superfície para anticorpos e complemento. ─ Ligam e fagocitam partículas opsonizadas mais avidamente. 36 Macrófagos ● População crítica para a imunidade inata com papel central na imunidade adquirida; ● O estímulo mútuo das funções de macrófagos e linfócitos é um importante mecanismo de amplificação da imunidade específica. 01/11/2015 10 37 Células dendríticas 1-2% dos leucócitos. 38 Células dendríticas ● Capacidade única de estimular células T virgens e iniciar resposta imune; ● Ativadas por produtos microbianos e secretam citocinas pró-inflamatórias, ligando imunidade inata e adaptativa; ● Induzem resposta contra agentes infecciosos pela ativação de macrófagos, células NK e eosinófilos. 39 Linfócitos ● Responsáveis pelo reconhecimento imune especifico dos patógenos e pela resposta imune adaptativa; ● T: desenvolvimento no timo; ● B: desenvolvimento na medula óssea (adulto) e no fígado fetal; ● Linfócitos maduros: vida média longa, células de memória por anos; 40 01/11/2015 11 41 Linfócitos Células B ● 5 a15% dos linfócitos circulantes; ● Apresentam imunoglobulinas de membrana; ● Codificam um receptor de superfície específico para um determinado antígeno; ● Uma vez reconhecido o antígeno especifico: multiplicação e diferenciação de células B em plasmócitos; 42 MEDULA ÓSSEA 43 Linfócitos Células B (cont.) ● Plasmócitos: produção de anticorpos ou imunoglobulinas (glicoproteinas de alto peso molecular); ● Cinco tipos de anticorpos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. 44 Linfócitos Células T ● Multifunções; ─ Interação com fagócitos mononucleares auxiliando-os na destruição de patógenos intracelulares; ─ Interação com células B auxiliando-as na divisão, diferenciação celular e produção de anticorpos; 01/11/2015 12 45 Linfócitos Células T ─ Terceiro grupo de linfócitos T: destruição das células do hospedeiro que se tornaram infectadas por vírus ou outros patógenos intracelulares (linfócitos T citotóxicos). 46 - Resposta a patógenos intracelulares - Ativação de Fagócitos - Produção de aniticorpos opsonizantes - DTH - Resposta a patógenos extracelulares - Proliferação de LB - Diferenciação de LB - Produção de aniticorpos - Ativação de Eosinófilos - Produção de Quimiocinas - Produção de citocinas proinflamatórias - Expansão de Células Mielóides - Inibição da expansão clonal de Linfócitos Th1, Th2, TH17 e outras populações , IL-10 , IL-12 T helper: CD4 T citolítico/citotótixo: CD8 47 Linfócitos Natural Killer ● Encontradas no sangue, nos tecidos linfóides e no baço; ● Grandes linfócitos granulares; ● Imunidade natural: não possuem receptor específico para reconhecimento de antígenos. 48 Células Natural Killer ● Morte por NKs similar à de CTLs: exocitose de grânulos e indução da fragmentação de DNA da célula alvo e apoptose; ● Grânulos de NKs e CTLs contêm proteínas formadoras de poros e outras citotoxinas. 01/11/2015 13 49 Linfócitos natural killer ● Citotoxicidade natural ou imediata; ● Lise de uma variedade de células tumorais ou infectadas por vírus sem estímulo antigênico. 50 Linfócitos ● Em qualquer de suas funções, células T reconhecem antígenos, porém, apenas em associação com marcadores conhecidos nas células hospedeiras; ● Linfócitos T geram seus efeitos pela liberação de citocinas que emitem sinais para outras células, ou por interações diretas célula a célula. 51 Linfócitos ● Células de memória: ─ Linfócitos B e T estimulados: parte se torna linfócito de memória (20 anos ou mais na ausência de estímulo antigênico); ─ Produção de moléculas efetoras: estimulação antigênica; ─ Essencial para vacinação. 52 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA: HUMORAL X CELULAR 01/11/2015 14 53 Processo inflamatório ● Agentes Infecciosos; ● Traumas (lesão tecidual); ● Desequilíbrio homeostático; ● INFLAMAÇÃO: AGUDA OU CRÔNICA. 54 Principais Sinais ● Calor ● Rubor ● Inchaço ● Dor ● Perda de função 54 55 Imunidade inata e adaptativa 56 01/11/2015 15 57 Im u n id a d e a d a p ta ti v a 58 59 Imunidade adaptativa ● Imunidade Humoral: ─ Mediada por Linfócitos B, anticorpos e Linfócitos T (Th2); ● Imunidade Celular: ─ Mediada por Linfócito T (Th1) e citocinas. Novas evidências na literatura 60 01/11/2015 16 61 RECONHECIMENTO DE ANTÍGENOS 62 Reconhecimento da imunidade inata ● Imunidade inata reconhece de forma limitada padrões não próprios; ● PAMPs, DAMPs e PRRs. 63 64 01/11/2015 17 65 Reconhecimento da imunidade inata ● PRRs: Receptores de Reconhecimento dos Padrões; ─ Atuam na: ● Opsonização; ● Ativação do complemento; ● Indução de resposta inflamatória; ● Fagocitose; ● Apoptose. ─ Ex: TLR 66 67 Reconhecimento da imunidade adaptativa ● Toxinas bacterianas, drogas, agentes virais e outros parasitas: lesão celular por ligação a receptores específicos da superfície celular; ● Anticorpos: impedem interação, neutralizando o processo tóxico ou infeccioso. 68 Reconhecimento da imunidade adaptativa ● Resposta imune mediada por anticorpos ou resposta imune humoral: ─ Anticorpos (ou imunoglobulinas – Ig): proteínas sintetizadas e secretadas pelos plasmócitos (linfócitos B diferenciados); ─ Produzidos de forma específica contra um antígeno; ─ Função principal: neutralização e eliminação do antígeno. 01/11/2015 18 69 Reconhecimento da imunidade adaptativa ● Resposta imune primária: ─ Contato com o antígeno pela primeira vez; ─ Produção de anticorpos pelos linfócitos B efetores e células B de memoria; ● Contato pela segunda vez: ─ Produção de anticorpos muito mais rápida e eficiente. 70 Reconhecimento da imunidade adaptativa ● Célula B é capaz de reconhecer o antígeno diretamente pela ligação com seus receptores de superfície (BCR), como IgM e IgD; ● Não há necessidade de célula apresentadora de antígeno na resposta imune humoral. 71 Reconhecimento da imunidade adaptativa ● Interação antígeno-IgM: ─ Ativação e proliferação dos linfócitos B (expansão clonal); ─ Síntese de imunoglobulinas, todas com a mesma especificidade; ─ Mecanismo básico eficaz contra antígenos de natureza lipídica, polissacarídeo ou glicídica; ● Antígeno de natureza proteica: mecanismo inicial para a ativação da resposta imune humoral não apenas por interação LB-antígeno, mas participação crucial dos linfócitos T auxiliares (LTh); 72 Reconhecimento da imunidade adaptativa ● Deficiência de linfócitos T ou ausência de timo: deficiência na resposta imune humoral contra antígenos proteicos (resposta humoral T-dependente); ● Antígenos timo-dependentes x antígenos timo-independentes. 01/11/2015 19 73 ANTICORPO 74 Anticorpo ● IgA: ─ Representa 15-20% das imunoglobulinas do soro humano;─ Função: proteger contra invasão viral ou bacteriana através das mucosas (neutralização); ─ Predominante em secreções: saliva, lagrima, leite, mucosas do trato gastrintestinal (TGI), respiratório e geniturinário; ─ Nas secreções se unem a um componente secretor formando IgA secretora. 75 Anticorpo ● IgD: ● Menos de 1% do total de imunoglobulinas plasmáticas; ● Função biológica precisa ainda incerta; ● IgD é co-expressa com IgM na superfície de quase todas as células B maduras e inativas; ● Reconhecimento e ativação de células B. 76 Anticorpo ● IgE: ─ Membranas superficiais dos mastócitos e eosinófilos; ─ Sensibiliza células nas superfícies das mucosas conjuntiva, nasal e brônquica; ─ Imunidade contra helmintos (países desenvolvidos mais associada a reações alérgicas, asma e rinite); ─ Metade dos pacientes com doenças alérgicas apresentam altos níveis de IgE; 01/11/2015 20 77 Anticorpo ● IgE: ─ Interação entre antígeno e IgE: ligada no mastócito libera histamina; ─ Importante mediador inflamatório; ─ Vasodilatação; ─ Aumento da permeabilidade vascular; ─ Contração do músculo liso; ─ Quimioatração de outras células inflamatórias. 78 Anticorpo ● IgG: ─ 80% das imunoglobulinas do organismo; ─ Espaços intra e extravasculares; ─ Anticorpo mais importante na resposta imune secundária; ─ Em humanos: atravessa a barreira placentária e confere um alto grau de imunidade passiva ao feto e ao recém- nascido; 79 Anticorpo ● IgG: ─ Única classe de antitoxinas; ─ Ativa o complemento (quando unida ao antígeno) e auxilia a fagocitose por se ligar a macrófagos (opsonização); ─ Ativação do complemento: amplificação da resposta inflamatória (geração de quimiotaxia de neutrófilos, aumento da permeabilidade vascular), opsonização e montagem do (complexo de ataque a membrana). 80 Anticorpo ● IgM: ● 10% de imunoglobulinas; ● Primeira imunoglobulina a ser expressa na membrana do linfócito B inativo; ● Intravascular; ● Classe de anticorpos “precoces”: produzida nas fases iniciais agudas das doenças que desencadeiam resposta humoral. 01/11/2015 21 84 RESPOSTA AO ANTÍGENO 85 Resposta ao antígeno ● Células B e T: reconhecem diferentes antígenos de formas diferentes; ● Célula B: ─ Imunoglobulina ligada à superfície da célula como um receptor e a especificidade deste receptor é a mesma da imunoglobulina que ela e capaz de secretar após a ativação; ─ Reconhecimento de antígenos na forma solúvel: ácidos nucleicos, polissacarídeos, alguns lipídios, proteínas (de forma limitada), pequenos agentes químicos (haptenos). 86 Resposta ao antígeno ● Células T: ─ Maioria dos antígenos de células T são proteínas; ─ Precisam ser fragmentadas e reconhecidas em associação com produtos do MHC (Major Histocompatibility Complex) expressos na superfície de células nucleadas, não em forma solúvel; ─ Células T agrupadas funcionalmente de acordo com a classe de moléculas de MHC que se associa com os fragmentos peptídicos da proteína; 87 Resposta ao antígeno ● Células T: ─ Células T auxiliares: reconhecimento de peptídeos associados com moléculas de MHC classe II; ─ Células T citotóxicas: reconhecimento de peptídeos associados com moléculas de MHC classe I. 01/11/2015 22 88 Apresentam produtos de degradação derivados de proteínas intracelulares (endógenas) no citosol. Apresentam fragmentos derivados de proteínas extracelulares (exógenas) que estão localizadas em compartimento intracelular. 90 Resposta ao antígeno ● Vírus: ─ Produzem antígenos endógenos que podem se associar com MHC classe I; ─ Células T citoliticas: apoptose (controle da propagação do vírus); ● Bactérias extracelulares: ─ Incorporada e fragmentada no interior de células como antígenos exógenos que podem se associar com moléculas de MHC classe II; ─ Células auxiliares Th2 ativadas: ajudam células B a produzirem anticorpos contra bactéria; ● Bactérias intracelulares: ─ Células Th1 inflamatórias ajudam a ativar macrófagos para matar a bactéria intracelular. 91 CITOCINAS 92 Citocinas ● Moléculas proteicas, glicosiladas ou não (glicoproteínas), que atuam em concentrações baixíssimas; ● Constituintes efetoras da resposta imune; ● Mediação da resposta imunológica à inflamação, infecção e injúria tecidual; 01/11/2015 23 93 Citocinas ● Grupo heterogêneo de moléculas: ações antagônicas, porém muito bem balanceadas; ● Sinais estimulatórios, inibitórios ou regulatórios para diferentes células do sistema imunológico; ● Função: ─ Autócrina: ação na própria célula produtora; ─ Parácrina: ação em células próximas; ─ Endócrina: ação à distância. 94 95 96 Cont. 01/11/2015 24 97 98 Introdução ● Exercício: droga milagrosa; ● WHO: ─ 150 m por semana em intensidade moderada; ─ 75 m por semana em intensidade vigorosa. ● Epidemiologia x biologia? 99 Introdução ● Imunidade celular: Th1; ─ IFN-gama, IL-2, TNF-beta; ● Imunidade humoral: Th2; ─ IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-13; ● IL-4 e IL-10: inibe Th1 (downregulation IL-12); ● IFN-gama: suprime Th2. 100 Curva em U invertido (Yorkes e Dodson, 1908) 01/11/2015 25 101 Introdução ● Exercício regular apresenta benefícios até o desenvolvimento do overtraining; ● “Overtraining: which is still a poorly understood process” ; ● Em humanos: limitações éticas. 102 Objetivo ● Verificar o efeito do exercício moderado e severo imediatamente, 24 horas e duas semanas após sua conclusão na concentração plasmática de citocinas. 103 Materiais e métodos ● 30 ratos Wistar (6 a 8 semanas); ─ 3 melhores e 3 piores excluídos; ● 24 ratos em quatro grupos: ─ Controle sedentário (C); ─ Treinado moderadamente (MT); ● 30 m por dia, seis dias por semana, 8 semanas; ─ Overtrained (OT); ● 60 m por dia, seis dias por semana, 11 semanas; ─ Overtrained recuperado (OR); ● OT + duas semanas de recuperação. 104 Materiais e métodos ● Sangue periférico; ● Concentração plasmática de citocinas. 01/11/2015 26 105 Resultados ** ** ** + + + & & *** *** ++ ++ & & ** ++ && Th1 106 Resultados * * * + + + # # ** ** + + + # # Th2 (inibe Th1) Th2 (inibe Th1) 107 Resultados * + + + & & * & * * + + + & & & Th1 (suprime Th2) Th1/Th2 108 Conclusão ● Ao contrário do exercício moderado, esforço prolongado e overtraining geram imunosupressão; ● Achados de acordo com a Teoria Hormese. ● *Capacidade física? 01/11/2015 27 109 SISTEMA IMUNE NAS DOENÇAS: TRANSPLANTES 110 Transplantes ● Principais problemas do transplante: possibilidade de rejeição do órgão ou tecido por parte do receptor; ● Autoenxertos: reconhecimento do tecido como componente próprio; ● Supressão do sistema imune: sobrevida maior do enxerto. 111 Tipos de transplantes ● Alotransplantes (alogênicos): ─ Indivíduos da mesma espécie; ─ Bagagem genética distinta; ─ 3 tipos de doador: ● Doador vivo aparentado; ● Doador vivo não aparentado; ● Doador cadáver. 112 Tipos de transplante ● Xenotransplantes (xenogênicos):─ Doador e receptor são animais de espécies diferentes; ─ Em virtude das dificuldades de obtenção de órgãos a partir da própria espécie; ─ p. ex.: transplante de coração de primata não-humano para membro da espécie humana. 01/11/2015 28 113 Tipos de transplante ● Autotransplantes (autólogos): ─ Tecido enxertado provém do próprio receptor; ─ Doador e receptor são os mesmos sujeitos; ● *Singênico (isogênico): entre gêmeos. 114 Seleção do doador ● Critérios adotados para aumentar a probabilidade do sucesso de um transplante; ● Linhas gerais: ─ Adulto, idade superior a 21 anos; ─ Preferência aos indivíduos acima de 30; ─ Idade máxima: 70 anos; ─ Assintomático ou “normal”, do ponto de vista clínico e emocional. 115 Seleção do doador ● Exemplos de exames: ─ Hemograma completo, enzimas hepáticas, coagulograma, glicemia, sorologia para doenças crônicas, Chagas, hepatites B e C, toxoplasma, citomegalovírus, mononucleose e aids; ● Alguns critérios de exclusão: ─ Idade abaixo dos 7 e acima dos 70 anos; ─ Patologias prévias com comprometimento renal como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, anormalidades ou lesões anatômicas; ─ Infecções bacterianas em processos sépticos com comprometimento renal direto ou em uso de antibioticoterapia com drogas nefrotóxicas; ─ Infecção pelo HIV; ─ Neoplasias que não sejam o câncer de pele localizado ou alguns tipos de tumor primário do SNC. 116 Rejeição hiperaguda ● Rejeição imediata; ● Não pode ser interrompida por medicamentos ou agentes biológicos; ● Conduta preventiva: escolha cuidadosa do doador; ● Presença de anticorpos pré-formados no soro do receptor; 01/11/2015 29 117 Rejeição hiperaguda ● Endotélio: fixação de componentes do sistema complemento, resultando em intensa infiltração de células nos vasos do enxerto; ● Lesão da parede vascular: cascata de coagulação em vários pontos; ● Isquemia severa e posterior necrose do enxerto. 118 119 (através de enzimas) Fixação de opsoninas ou fragmentos do complemento na superfície bacteriana melhorando a eficiência da fagocitose. 120 Rejeição aguda ● Forma mais comum nos transplantes clínicos; ● Semanas ou meses após o transplante; ● Presença de macrófagos e linfócitos (especialmente T) entre células do enxerto; 01/11/2015 30 121 Rejeição aguda ● Inflamação subendotelial: ─ Tubulite: infiltração do epitélio tubular por leucócitos; ─ Arterite intimal: espessamento da camada íntima, com diferentes graus de inflamação subendotelial; ─ Expansão clonal e maturação de células T efetoras; ─ Destruição de sítios que apresentam antígenos; 122 Rejeição aguda ● Participação de T citotóxicas; ● IL-2 e interferon ativam células NK, aumentando o potencial lítico (mais tardiamente); ● Anticorpos produzidos parecem ter uma importância secundária no processo de rejeição aguda. 123 124 Cont. 01/11/2015 31 125 Rejeição crônica ● Meses ou anos após o transplante; ● Injúria imunológica: decorrente tanto de reatividade humoral quanto celular a antígenos; ● Liberação de IL-1 (pró-inflamatória) pelos monócitos; ● Lesões leves no tecido endotelial, seguidas de reparo; 126 Rejeição crônica ● Liberação de fatores de crescimento pelas plaquetas: crescimento de células endoteliais; ● Reparo tecidual resulta em: ─ Fibrose intersticial; ─ Espessamento fibroso da íntima arterial; ─ Redução do lúmen/luz; ─ Isquemia, fibrose extensiva e perda da função do órgão. 127 Rejeição crônica ● Rejeição pode ocorrer mesmo quando a compatibilidade é satisfatória; ● Rejeição contra antígenos menores (ex.: sistema endotelial-monocitário); ● Solução: escolha do doador. 128 Supressão e efeitos colaterais ● Transplantes clínicos: requerem alguma forma de supressão da resposta imune; ─ Permitem uma sobrevida do enxerto; ─ Tratamentos não-específicos (maioria): maior risco de infecções e tumores ao hospedeiro. 01/11/2015 32 129 Supressão quimioterápica ● Drogas comuns utilizadas na supressão do sistema imune no transplante clínico: ─ Azatioprina (AZA); ─ Corticosteróides (principalmente a predinizona); ─ Ciclosporina A. 130 Supressão quimioterápica ● AZA: ─ Potente inibidor de mitoses (para diminuir a proliferação de linfócitos T em resposta aos aloantígenos *alotransplantes – entre indivíduos da mesma espécie; ─ Efeito sobre o metabolismo celular inespecífico: ● Medula óssea: leucopenia, trombocitopenia e anemia; ● Imunossupressão generalizada; ● Desenvolvimento de inúmeras doenças infecciosas. 131 Supressão quimioterápica ● Esteroides: ─ Depressão da síntese de proteínas, DNA e RNA; ─ Morte de linfócitos no sangue e órgãos linfoides; ─ Imunidade celular debilitada; ─ Inibição de síntese de citocinas; ─ Redução de monócitos; ─ Bloqueio da interação celular entre as células imunocompetentes; 132 (glândulas adrenais ou suprarrenais) ● Medula: aminas epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina); ● Córtex: esteroides mineralocorticoides, glicocorticoides e androgênios. 01/11/2015 33 133 (córtex) ● Regulado por ACTH (Eixo HhipotálamoPpituitária-anterior Aadrenal); ● Dividido em três zonas: ─ Zona externa ou glomerulosa (15% do córtex); ● Secreção de hormônios mineralocorticoides; ─ Zona média ou fasciculada (75% do córtex); ● Secreção de glicocorticoides (cortisol e corticosterona); ● Secreção em menor quantidade: androgênios e estrogênios adrenais; ─ Zona interna ou reticular: ● Secreção de pequenas quantidades de andrógenos adrenais (DHEA e androstenediona); ● Secreção em menor quantidade: estrogênios e glicocorticóides. 134 135 (córtex) ● Cortisol: ─ Sinergismo com catecolaminas e glucagon; ─ Glicogenólise muscular e hepática (glicogênio em glicose); ─ Gliconeogênese hepática (conversão de aminoácidos em glicose); ─ Lipólise; ─ Inibição de glicogênese (síntese de glicogênio nos músculos e fígado). 136 ● Cortisol 01/11/2015 34 137 (córtex) ● Cortisol: ─ Suprime o sistema imune através da diminuição acentuada de linfócitos, particularmente os T Helpers; ─ Impede o desenvolvimento da inflamação; ─ Reduz a permeabilidade dos capilares e a migração de leucócitos para a área inflamada, além da fagocitose de células lesadas. 138 Supressão quimioterápica ─ Diabetes por esteroides; ─ Interferência no crescimento de crianças; ─ Hipertensão; ─ Desenvolvimento de catarata; ─ Distúrbios psiquiátricos; ─ Osteoporose; ─ Necrose avascular da cabeça do fêmur. 139 Supressão quimioterápica ● Ciclosporina A: ─ Obtida de um fungo capaz de promover forte imunossupressão; ─ Inibe a resposta proliferativa de linfócitos e a suas reações mistas; ─ Predominantemente sobre linfócitos T; ─ Inibe produção de IL-2 ou a resposta a ela; ─ Droga mais seletiva à destruição de linfócitos: menor severidade na reatividade (efeito colateral); ─ Alguns efeitos colaterais: nefro e hepatotoxicidade, hipertensão, tremores, fraqueza muscular. 140 Anticorpos antilinfocitários ● Destruição de células imunocompetentes através de anticorpos contra as mesmas; ● Produzidos em coelhos, cavalos ou cabras; ● Eliminam seletivamente os linfócitosT circulantes; ● Efeitos colaterais (resultantes da reatividade ou imunossupressão geral): febre, reação anafilática, trombocitopenia (baixa quantidade de plaquetas), artralgia (dores nas articulações), doença do soro, linfomas (estimulação exagerada dos linfonodos). 01/11/2015 35 141 142 Anticorpos antilinfocitários ● Alternativamente: uso de anticorpos monoclonais ao invés de policlonais; ● Monoclonais: ─ Tendem a ser mais específicos do que um soro policlonal; ─ Melhor controle de qualidade (concentração e potência das amostras). 143 Inibidores dos receptores de IL-2 ● Anticorpos monoclonais contra receptores de IL-2; ● Incidência de infecções é maior nos receptores de órgãos de doador cadáver, submetidos a um regime imunossupressor mais intenso do que os receptores de órgão de doadores vivos; ● Literatura mundial: vírus são os principais agentes infeciosos em pacientes transplantados/imunossuprimidos; 144 Inibidores dos receptores de IL-2 ● Brasil: bactérias (tuberculose, principalmente); ● Infecção: primária ou reativação de um estado de infecção latente do receptor; ● Infecção primária: se o órgão transplantado é a fonte de infecção, maior o risco (infecção mais grave). 01/11/2015 36 145 SISTEMA IMUNE NAS DOENÇAS: TRANSPLANTES CLÍNICOS 146 Coração ● Primeiro transplante cardíaco humano: 1964; ● Chipanzé como doador; ● Rejeitado em pouco tempo; ● Sobrevida de 1 ano em cerca de 80% dos transplantados; 147 Coração ● Terapia imunossupressora mais intensa: doadores são cadáveres com morte cerebral; ● Função cardíaca preservada e ausência de história ou fatores de risco associados à cardiopatia; 148 Coração ● Rejeição aguda: 90%; ● Crônica: resposta humoral (aparentemente); ─ Produção de anticorpos anti-MHC; ● Causas indiretas: ─ Infecções; ─ Neoplasias. 01/11/2015 37 149 Fígado ● Tolerância espontânea ou induzida ao tecido enxertado; ● Células linfoides do enxerto podem migrar para a periferia (do receptor); ● Estado de quimerismo (populações de células geneticamente distintas), com desenvolvimento de tolerância aos aloantígenos alotransplantes entre indivíduos da mesma espécie; 150 Fígado ● Paciente mantém aceitação do enxerto (mesmo após tratamento imunossupressor); ● Órgão do doador pode ser dividido em duas porções (porção menor destinada a uma criança). 151 Pâncreas ● Pacientes com diabetes mellitus, prevenindo ou minimizando as sequelas secundárias (nefropatia, neuropatia, retinopatia); ● Reconstituição da capacidade de produzir insulina; ● Avanços têm sido obtidos nas técnicas de transplantes de ilhotas de Langerhans isoladas; 152 (pâncreas endócrino) ● Células alfa (α): glucagon; ● Células beta (β): insulina; ● Células delta (δ): somatostatina. 01/11/2015 38 153 Pâncreas ● Sobrevida do transplante inferior em relação ao rim, fígado e coração; ● Eliminação de células dendríticas (MHC classe II – Th) pode aumentar a sobrevida do órgão; ─ Reduz a apresentação de antígenos alogênicos ao sistema imune do hospedeiro. 154 Medula óssea ● Solução para: ─ Leucemias (reprodução exagerada de leucócitos na medula óssea); ─ Linfomas (estimulação exagerada dos linfonodos); ─ Anemia aplástica (produção insuficiente de glóbulos brancos e vermelhos, além de plaquetas); ─ Recuperação após radioterapia e quimioterapia; ─ Desordens genéticas como a imunodeficiência severa combinada. 155 Medula óssea ● Doadores de medula óssea eram gêmeos idênticos ou parentes com fenótipo MHC idêntico; ● Estima-se em no máximo 30% a probabilidade de alguém encontrar um doador com 100% de compatibilidade. 156 Medula óssea ● Transplante de medula parcialmente compatível: ─ Vantagens sobre a medula de doador MHC idêntico; ─ Vantagens sobre a medula autóloga (do próprio receptor); ─ Menor frequência da leucemia reincidente. 01/11/2015 39 157 Medula óssea ● Transplante de medula parcialmente compatível: ─ Diferença MHC desencadeia moderada reação do enxerto contra o hospedeiro ─ Eliminação de eventuais células malignas resistentes ao tratamento quimio/radioterápico; ─ Medula idêntica ou autoenxerto: maior probabilidade das células leucêmicas passarem despercebidas pelo novo sistema imune. 158 Medula óssea ● Transferência de sangue periférico do doador, acompanhada de condicionamento do receptor para estímulo à hematopoiese: ─ Pode substituir a transferência de células obtidas da medula óssea; ─ Reduz o desconforto e risco de complicações para o doador; ─ Substituição total sanguínea do receptor (substituida pelo doador). 159 SISTEMA IMUNE NAS DOENÇAS: TUMORES 160 01/11/2015 40 161 162 Background ● Crescimento policlonal: regulado e não maligno; ● Potencial de produzir células filhas capazes de proliferar independente de sinais externos de crescimento: crescimento monoclonal (desregulado); ─ Células malignas; ─ Capazes de invadirem tecidos normais e desorganiza-los. 163 Background ● Imunologia tumoral: ─ Estudo das propriedades antigênicas de células transformadas (malignas); ─ Grande problema para o hospedeiro: semelhança entre células sadias e doentes.
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